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Lição 9 - O verdadeiro discípulo promove a comunhão

 O VERDADEIRO DISCIPULO PROMOVE A COMUNHÃO

Lição 9 - 26 de novembro de 2023

TEXTO ÁUREO
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” Salmos 133.1

VERDADE APLICADA
Uma das marcas do discípulo de Cristo é o interesse e a busca em estar junto com os que também estão em Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reafirmar a importância da unidade dos cristãos;
Mostrar o propósito de Deus para a Igreja;
Expor os benefícios da comunhão.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ATOS 2
42. E perseveraram na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43. E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44. E todos os que criam estavam juntos e tinha tudo em comum.
45. E vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47. Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. 

LIÇÃO E COMENTÁRIOS ADICIONAIS 

INTRODUÇÃO
A comunhão é um dos aspectos cruciais e característicos da Igreja Cristã, razão pela qual é chamada pelo apóstolo Paulo de “Corpo de Cristo”. Sem essa condição, ela não serviria aos propósitos de Deus na Terra.

1. A COMUNHÃO DA IGREJA
O significado da palavra comunhão, no dicionário, é o conjunto de pessoas que partilham as mesmas crenças, ideias, tendências, valores etc. O sentido bíblico do termo vem do grego koinonia, que se traduz por “fraternidade, associação, comunidade, comunhão, participação conjunta, relação”. É muito importante que cada membro do Corpo de Cristo esteja bem consciente de que o serviço cristão não nos dispensa da comunhão uns com os outros. Esse Corpo, por sua vez, por ser de Cristo carece de comunhão com Ele [1 Jo 1.6].

Comentário Adicional
O propósito de Deus para a edificação da Igreja é a mutualidade. Ele quer que seus membros pensem como um todo e não de forma individual e egoísta, pois o alvo é a Igreja e não indivíduos em particular.

Os dons espirituais que nos foram entregues foram dados para a edificação da Igreja. A intenção de Deus é o “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério” (Efésios 4.12). Desta forma o desempenho de cada um na maneira de viver e servir são o sentido de grupo, buscando sempre a interação de uns com os outros para o crescimento mútuo.

Diante do privilégio de servir a Cristo e a Igreja com os nossos dons, devemos colocar isto como prioridade das nossas vidas. Precisamos ter a visão de que fomos chamados por Deus e não podemos ser desobedientes à missão que nos deu. Ou somos servos dele com o compromisso de fazer a Sua vontade e glorificar o Seu nome, ou apenas religiosos com a pretensão de estar lhe agradando.

Nossos dons não são uma situação de status ou exibição de talentos, mas um serviço como instrumentos do Espírito de Deus. Como tal devemos nos empenhar e apresentar-nos como um “sacrifício vivo, santo e agradável” que é o nosso “culto racional” oferecido a Ele (Romanos 12.1).

O fato é que estamos servindo a Jesus e devemos fazer exatamente aquilo que faria no nosso lugar. Quando edificamos nossos irmãos, somos edificados com eles, ao mesmo tempo em que têm a responsabilidade de nos edificar como membros que somos uns dos outros. Tal compromisso no Senhor é de suprema importância à medida que representa nosso amor e a fidelidade que lhe devotamos, bem como uns para com os outros na dimensão da fé e da graça que nos foram outorgadas.

Enfim, o que Deus espera de nós é que sejamos “servos bons e fiéis” (Mateus 25.19-23), vivendo a comunhão da vida eterna na mutualidade da vida cristã.

A primeira reunião para partir o pão associada à comunhão da Igreja de Jesus foi convocada por Ele [Lc 22.8]. Durante a ceia no cenáculo, Jesus chamou o pão de “minha carne”, simbolizando a comunhão entre os discípulos e deles com Jesus. A partir dali, Jesus os orientou a realizar o mesmo ato, em sua memória [Lc 22.19]. Ao excluir os crentes da comunhão, Diótrefes sabotou a ordem divina [3 Jo 10].

Comentário Adicional
"Eles perseveravam no ensino dos apóstolos, na comunhão, NO PARTIR DO PÃO..." Atos 2.42

"E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim". Lucas 22:19.

Era uma ceia de Páscoa, a festa judaica que celebra a libertação do Egito. Jesus se utiliza de seus elementos para trazer grande ensinamento sobre si, em relação à humanidade e sobre seus discípulos, no relacionamento com o próximo, além de estabelecer ali um memorial de sua morte, compreendido de forma muito superficial por muitos de nós, que muitas vezes literalizamos o que é para ser figurado e figuramos o que é para ser literal. Talvez aí resida parte de nossas confusões teológicas.

Jesus afirma que seu corpo está sendo dado a nós, compartilhado, repartido. Ora, Ele, que era filho Unigênito (único), agora passa a ser o Primogênito (primeiro dentre muitos). Logo, Ele repartiu TUDO o que tinha como Filho Único: a paternidade do Pai (Jo 3.16), a Sua glória (João 17.22), o poder de Seu reino (Lc 10.19), sua herança (Rm 8.17), etc.

Portanto não podemos compreender este versículo apenas como uma ordenança de culto onde se estabelece mais um cerimonial. Definitivamente, Cristo está dizendo em outras palavras: "Gente, prestem atenção em mim, eu dei tudo o que tinha pra vocês, reparti minha herança, dei a mesma autoridade a vocês que recebi de meu Pai, compartilhei a paternidade com vocês, atendi vocês em suas necessidades, então vou pedir uma coisa muito séria a vocês: façam o mesmo com o próximo".

"fazei isto em memória de mim" é repetir seus comportamentos intrínsecos em sua frase, e não apenas picar um pão, distribuir e mistificar isto, tornando uma prática cerimonial, em detrimento desta práxis cristã de partilha.

Ora, ao analisarmos o estilo de vida da Igreja primitiva em Atos, podemos observar com clareza que "partir o pão", ou seja, repartir-se com o próximo era algo comum, e eles perseveravam nisso (At 2.42). Esta prática proporcionava saúde social à igreja, pois ninguém padecia qualquer tipo de necessidade (Atos 4.34-35).

A consciência deles era que, assim como Cristo os fez participantes de tudo que era Seu, eles também assim o faziam, pois está registrado que "Ninguém considerava exclusivamente seu os bens que possuía, mas todos compartilhavam tudo entre si" (Atos 4.32). Que igreja linda!

Creio que não temos discernido o REAL corpo de Cristo, que somos nós mesmos (1 Co 12.27). Talvez esta prática cerimonial tenha adormecido em nossos corações o amor ao corpo de Cristo, sendo negligentes com suas necessidades mais básicas. Além disso, há muita contenda e discórdia entre o povo de Deus. Isto é perigoso, pois, se Ele apagou nossas transgressões, perdoando-nos totalmente, é obvio que o mínimo que Ele espere de nós seja o mesmo.

O apóstolo João demonstra ter compreendido muito bem a ordenança de Jesus acerca da partilha e serviço, quando escreve: "Nisto conhecemos todo o significado do amor: Cristo deu a sua vida por nós e DEVEMOS DAR A NOSSA VIDA POR NOSSOS IRMÃOS" (1 João 3.16).

Forte não é? Mas é o básico da vida cristã que devemos viver e tenho percebido ao longo dos anos que isso está sendo substituído por cerimonialismo cultual e tradicionalismo religioso, na literalidade daquilo que o Mestre apenas figurou.

Não estou aqui condenando os cultos de Ceia do Senhor, mas estou reafirmando-o, com sua originalidade de sentimento e motivação, aplicados cotidianamente na vida de nosso próximo.

Que venhamos obedecer a nosso Mestre e Senhor, amando nosso próximo nesta profundidade proposta por Ele.

"porque tive fome (sede, necessidades, dor, solidão) e vocês me atenderam" Mateus 25.35-36

1.2. Nas orações
A oração é uma atividade espiritual que promove a comunhão, seja individualmente ou em grupo. No primeiro caso, acontece quando estamos em comunhão com Deus, sendo a oração o canal desse relacionamento [Mt 6.6]. No segundo, é na unidade da igreja quando está reunida no mesmo propósito [At 2.42]. Foi por meio da oração que Jesus pediu ao Pai para que nós nos tornássemos um entre nós mesmos e um com Ele [Jo 17.11]. Esse desejo de Jesus era Sua prática de vida e ministério, pois estava constantemente em oração e comunhão com o Pai, em momentos bons ou difíceis [Mt 26.39]. O Corpo de Cristo é a Igreja unida que se conecta com o “Cabeça” pela oração, o que Diótrefes ignorava, pois não prezava os irmãos e, ao invés de reunir-se com eles, os lançava fora da igreja. Gaio e Demétrio amavam a comunhão, por isso recebiam e hospedavam não só os irmãos, mas os estranhos, dando mostras do verdadeiro amor cristão [3 Jo 5].

Comentário Adicional
Igreja que não ora, não cresce. E a Igreja Primitiva perseverava nas orações. A igreja precisa muito. Orar quando está dispersa (quando você está em sua casa, no trabalho ou em qualquer outro lugar) e quando está reunida (nos cultos, celebrações, reuniões, etc). O mês de março de 2014 foi escolhido por nós como o "Mês da Oração". A publicação "Uma jornada de Oração" veio justamente para nos ajudar a cumprir esta tarefa.

A partir do que vimos, podemos concluir que você é muito importante no processo de crescimento da sua igreja, especialmente se observar algumas atitudes principais:

a) Apegue-se mais à PALAVRA DE DEUS. Leia mais a sua Bíblia, exercitando mais sua vida devocional;

b) Apegue-se mais à ORAÇÃO. Ore mais, passe mais tempo buscando a direção de Deus para a sua vida e colocando alguém de sua estima, em oração, como alvo da graça de Deus;

c) Invista na COMUNHÃO. Não permita que suas palavras e atos contaminem a comunhão na igreja. Pelo contrário, busque mais seu irmão e reconcilie-se com ele;

d) Não deixe de participar da celebração da CEIA DO SENHOR. Quando o crente participa da eucaristia ele se fortalece e encontra forças para caminhar na direção da construção de uma igreja que cresce!

2.2. Na doutrina apostólica
Lucas frisa que os crentes da Igreja Primitiva se dedicaram ao ensino por meio da comunhão. O termo no grego didache significa “ensino, doutrina, instrução nas assembleias religiosas dos cristãos”. Havia no início da Igreja uma comunhão com propósito doutrinário, que passou a fazer parte do estilo de vida da Igreja, que era perseverar “na doutrina dos apóstolos” [At 2.42].

Comentário Adicional
Se uma igreja pretende crescer ela não pode seguir outro caminho senão o indicado pela Palavra de Deus. O termo "doutrina dos apóstolos" indica que a única orientação que a igreja atendia era a deixada pelos discípulos e apóstolos de Cristo. Ou seja, a Palavra de Deus era a única bússola da Igreja Primitiva.

A palavra apóstolo em sua raiz significa “aquele que é enviado”. Doutrina é simplesmente ensino. Portanto, a doutrina apostólica é o ensino que chega até nós por meio dos apóstolos, aqueles especificamente escolhidos por Cristo para levar Seus ensinamentos ao mundo. Os doze discípulos se tornaram os apóstolos (Marcos 3:14), com exceção de Judas, o qual desertou. Ele foi substituído por Matias em Atos 1:21-26. Matias era candidato a apóstolo por ser um dos "que nos [apóstolos] acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até o dia em que foi tirado do nosso meio e levado às alturas." O Espírito Santo parecia confirmar essa escolha. Sem negar a adição de Matias ao grupo, Deus também escolheu Saulo de Tarso para ser um apóstolo a fim de levar a mensagem aos gentios (Atos 9:15). Temos acesso aos ensinamentos dos apóstolos por meio do Novo Testamento. Na maior parte, o Novo Testamento foi escrito por apóstolos ou por aqueles que estavam intimamente associados a eles.

2. A VIDA EM COMUNHÃO
Igreja é uma comunidade de fé e nasceu com esse caráter. Eles andavam, oravam e comiam juntos. A comunhão era um estilo de vida da Igreja Primitiva e essa modalidade não expirou. A comunhão é uma ordem divina que promove bênçãos [Sl 133] e o desejo de Jesus [Jo 17]. Esse estilo de vida levou a Igreja a um novo patamar espiritual e ministerial, a charis, a simpatia que atraia os não crentes, fazendo a Igreja crescer. [At 2.47].

Comentário Adicional
O que consistia a comunhão na igreja primitiva?

A comunhão na Igreja Primitiva de Jerusalém foi modelo para as demais igrejas cristãs. Encontramos o relato em At 2,42-47 que diz que: "Eles eram perseverantes na doutrina (ensinamento) dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir o pão e nas orações". Estes são os quatro pilares da comunidade cristã, o que deve dar sustentação à vida de pessoas cristãs. Pela perseverança em ouvir o ensinamento dos apóstolos, eles começaram a praticar a comunhão como irmãos e irmãs, não só de bens, mas também de suas preocupações e lutas para que todos tivessem as mesmas condições de vida. Nos versículos 44 e 45 somos informados de como esta comunhão se traduzia: todos viviam unidos e tinham as coisas em comum. Isto significa que as pessoas que tinham bens e quando era necessário colocavam livremente seus bens à disposição daqueles que precisavam.

Há um crescimento e desenvolvimento na comunidade de que a vida cristã deve se traduzida por atitudes e gestos concretos de amor fraterno. Como Jesus pede: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos ameis, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (cf. Jo 13,34). Amor esse que se traduz não por sentimentalismo, mas principalmente por enxergar o outro, a outra, como irmão e irmã que precisa ter apoio, palavras de ânimo e fundamente ações que a leve se sentir uma pessoa amada por Deus e pelos que estão à sua volta.

Neste ambiente o interessante é que os necessitados se sentiam livres em usar os bens que lhes eram oferecidos e não apenas como alvo de caridade. Veja como consequência o que está em At 4,32: em que os bens eram considerados comum, de todos. Este é espírito que leva depois a comunidade a aceitar o terreno que Barnabé vendeu e colocou a disposição dela (cf. At 4,36-37).

2.1. Preza a reverência
Os prodígios e sinais que Deus efetuava na Igreja gerava temor, da própria comunidade de fé [At 5], e dos de fora. Essa reverência é condição indispensável no relacionamento do cristão com Deus, o que Diótrefes desprezava a olhos vistos, razão pela qual era irreverente no trato com a “Igreja de Cristo”. A reverência está vinculada à santidade, caráter que a Igreja, que será buscada por Jesus, deve ter, conforme Efésios 5.27.

Comentário Adicional
Temer a Deus e amá-lo acima de tudo são atitudes que se completam; são duas coisas inseparáveis. Isto porque servir ao Senhor inclui necessariamente temor e amor. Muitas pessoas enfatizam o amor a Deus, mas se esquecem do temor a Ele.

Porém, o ensino bíblico correto diz que não basta apenas amar a Deus, é preciso também temê-lo, assim como igualmente não basta simplesmente temê-lo, sem amá-lo. O amor sem o temor é um amor vazio, superficial e desrespeitoso. Já o temor sem o amor é simplesmente medo e pavor. Mas o amor com temor resulta numa entrega completa, numa devoção plena, numa reverência e submissão total.

Por isso do começo ao fim das Escrituras os crentes realmente são chamados a amar e temer a Deus. Josué convocou os israelitas dizendo: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade” (Josué 24:14). O apóstolo Paulo exorta os crentes a aperfeiçoar a sua santidade no temor de Deus (2 Coríntios 7:1).

Então quando João escreve que no amor não há temor, ele não está contradizendo o restante das Escrituras. Na verdade ele está apontando para a segurança que encontramos no amor remidor do Deus que nos escolheu, e por isso não temos motivos para temer o seu santo juízo sobre o pecado (1 João 4:17-19). Portanto, o temor do qual o apóstolo fala não é exatamente o temor a Deus no sentido de reverência, mas é o temor do castigo divino por causa da iniquidade. Então isso nos levar a entender que podemos falar em dois tipos de temor a Deus.

2.2. Experimenta o sobrenatural
A sobrenaturalidade era – e continua sendo – a marca da Igreja de Deus. “Muitos sinais e prodígios aconteciam no meio dela através dos apóstolos. O que antes eles testemunharam com Jesus, agora, com o nascimento da Igreja, passava a ser realizado por eles [At 3.6,7]. As experiências sobrenaturais e o poder de Deus eram meios de convencer os não crentes, além de mostrar a autoridade da Igreja. Mas, para Diótrefes, o que importava era exibir o seu superpoder humano por meio de ameaças e intimidações. É preciso estarmos atentos quanto ao aspecto sobrenatural da Igreja. Pois trata-se de algo inerente à sua própria natureza. Edificada por Cristo, sobre Cristo e feita morada de Deus [Ef 2.20-22]. Diótrefes parece que não se importava com tal verdade.

Comentário Adicional
“Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E, se houver cometido pecados, ele será perdoado.” Tiago 5:14-15

O poder de Deus se manifesta das mais variadas formas. São muitos os milagres que o Pai é capaz de fazer, muito mais do que conseguimos imaginar. Ele, de fato, faz o que ninguém mais consegue, de um jeito que não podemos explicar. Seu poder é maravilhoso.

Uma das maiores características do poder de Deus, completamente visível em inúmeras histórias da Bíblia, é a cura. Deus curou muitos no Velho Testamento, enviou Jesus para que curasse no Novo Testamento, e, depois de Cristo, ele envia seus servos para que exerçam a cura sobre quem precisar. Ou seja, nós, que somos seus servos, devemos fazer o que Jesus fez: curar.

O poder não vem de nós, e o dom não é nosso. Não se trata de uma capacidade nossa, mas sim de algo que vem completamente dele. Ele cura através de nós, mas não por nossa causa. Ele conseguiria curar sem a nossa participação, mas ele nos dá o privilégio de participar dessa obra e poder ver a real, visível e palpável manifestação de seu poder.

“A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará.”. É simples assim. Deus trabalha no sobrenatural de forma incrivelmente simples. Basta uma atitude, basta um toque, uma oração, um ato de fé, e a cura será manifestada.

Cremos em um Deus capaz de fazer milagres, sendo a cura apenas uma dessas manifestações de poder. Ele pode mais do que conseguimos enxergar, e ele quer nos usar em sua obra, para que muitos vejam e experimentem seu poder transformador, e venham a crer no Cristo que é o único caminho, a única verdade e a única vida.

2.3. Convive em comunidade
A igreja é a comunidade cristã, um ambiente de fé onde a vida deve ser compartilhada. “Que eles sejam um”, Jesus pediu [Jo 17.11]. Antes de iniciar Seu ministério, Ele mesmo nomeou doze homens para que estivessem consigo [Mc 3.14], partilhando o chamado. Os primeiros cristãos começavam a moldar esse novo modo de viver, passando a ter “tudo em comum”, ou seja, a viver sob o koinos, termo grego que significa “comum, ordinário, compartilhado por muitos”. Esse era o espírito sob o qual Gaio vivia, como um obreiro generoso e hospitaleiro que dava abrigo aos missionários em sua casa [3 Jo 5].

Comentário Adicional
“Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum” (At 2. 41-44).

Vivemos dias em que uma perigosa releitura da vida cristã tem se imposto com força e causado não poucos dissabores aos discípulos de Cristo. Falo do “desigrejismo” um movimento que sempre existiu na igreja, porém não tão organizado e sofisticado como agora. Sempre houve pessoas que pelos motivos mais diversos abandonam a vida em comunidade, a vida de e na igreja. E isso, desde os dias apostólicos: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia” (Hb 10.25). Nunca é fácil tratar desse assunto sem cometer algum tipo de leviandade ou pecar contra a caridade.

Verdadeiramente existem irmãos que deixam as nossas comunidades porque foram machucados pela liderança. E as chances de uma ovelha ser machucada, ofendida e tratada com dureza pelos oficiais da igreja é um perigo real e constante, daí o conselho de Pedro: “Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (1Pe 5.1-3).

Infelizmente é possível o desentendimento entre irmãos que compromete a amizade e a convivência fraterna, como no caso de duas mulheres na Igreja Primitiva: “O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor. Sim, e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores” (Fl 4.2,3). Não sabemos exatamente o que ocorreu entre essas duas servas do Senhor, mas o fato permanece de que Paulo pediu a ajuda de um mediador para que ambas fizessem as pazes. Também é verdade que uma comunidade legalista e moralista pode afastar, mas uma igreja licenciosa e liberal também pode desestimular os crentes que desejam uma vida mais centrada na Palavra. Todas essas coisas são verdadeiras e devemos estar muito atentos a elas e tratá-las da maneira conveniente no Evangelho.

Entretanto, o “desigrejismo” começa a assumir ares de doutrina, de uma falsa doutrina, diga-se de passagem. Quase de configurado a uma nova heresia. Não são poucos os sites, canais no youtube e mesmo publicações que decretam a obsolescência da vida em comum, tanto quanto a indefectível desnecessidade da igreja para uma experiência real e frutuosa com Cristo. Vivem um evangelho virtual a partir dos ‘podcasts’, pregações e conferências online e cultos transmitidos ao vivo.

Essas coisas não são más em si mesmas e oxalá outras tantas produções de excelência bíblica e teológica infestassem o ‘ciberespaço’. Mas, essa tecnologia tem sido usada como um bom argumento para os defensores “desigrejismo” e num primeiro sentido parece até mesmo ser algo piedoso, providencial e um ministério de amor pelos irmãos machucados e nem sempre devidamente tratados. Entretanto, como não há neutralidade em coisa alguma da criação e sobretudo da manipulação da criação humana, essa tecnologia tem servido para que irmãos nem sempre bem-intencionados, querem dar à experiência cristã uma nova perspectiva. A perspectiva de que eu devo controlar até onde quero ou posso suportar do Evangelho. Assim, fica fácil escolher quando, onde e quem ouvir pregar. Fica em poder o que quero ou não ouvir da pregação. Basta apertar o “pause” ou simplesmente procurar um outro canal. Quanto ao dever de nos relacionar como uma comunidade fraterna e exercer mutuamente os nossos dons, o que se tem testemunhado é uma verdadeira fogueira das vaidades, ataques pessoais destituídos de amor, de falta de tolerância e ausência de humildade. Os ‘desigrejados’ vivem um cristianismo amorfo, aerado, descomprometido com o testemunho pessoal, o ministério local e as missões. Não se colocam sob a autoridade estabelecida por Cristo na Igreja, não se colocam aos pés dos irmãos para servir e não de deixam confrontar desarmados por uma pregação que não podem controlar. Não nos enganemos, o resultado direto da cruz e da ressurreição pode ser vista em Pentecostes.

Fomos resgatados, purificados e santificados para ser e viver na igreja, ainda que seja um lugar perigoso devido ao ajuntamento de muitos pecadores. Mas, ainda sim, é o melhor lugar do mundo para se fazer a experiência da salvação, pois os pecadores ali ajuntados, ainda que pecadores, foram lavados no sangue do Cordeiro e agora marcham juntos indo aonde ele for!

3. OBJETIVOS DA COMUNHÃO
A comunhão quebra o egoísmo, pois funciona pelo altruísmo, ou, como ensina o apóstolo Paulo em Filipenses 2.3-4: “… considere os outros superiores a si mesmos. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”.

Comentário Adicional
Todo salvo por Jesus tem consciência de sua missão – ir aonde estão as pessoas e compartilhar de Jesus a elas. Acontece que quando fazemos isso, podemos encontrar resistência. Nem todos querem reconhecer seus pecados e, menos ainda, a necessidade de arrependimento e de ter a Jesus como salvador. Paulo enfrentou essa resistência quando falava com as pessoas e ensinava sobre Jesus também nas sinagogas em Damasco. A pregação sobre Jesus pode ter efeitos dramáticos – uma comoção que leve ao arrependimento e salvação, ou uma rejeição que pode culminar em ódio a Cristo e a quem o prega.

Saulo fugiu de Damasco, descendo pela muralha da cidade, dentro de um cestão, ajudado por seus discípulos. Agora, de volta a Jerusalém, ele deseja se unir à igreja. Mas ninguém quer se encontrar com Paulo? Teria mesmo se convertido? Não seria uma estratégia para conhecer os discípulos e depois os prender, ou quem sabe até os matar? O temor era real e compreensível. Mas se Saulo era um crente em Cristo ele precisava fazer parte da igreja. Ele precisava conviver com outros irmãos em Jesus.

Deus conduz Barnabé para este trabalho. O texto não nos diz se Barnabé sabia das histórias da conversão de Saulo, por outros, ou pelo próprio Saulo. O fato é que Barnabé assumiu os riscos e, movido de seu amor cristão, abraçou a causa de Paulo e o apresentou aos apóstolos, contando que este Paulo era, agora, um servo de Jesus, e que já tinha uma marca importante, uma comprovação. Saulo já estava falando ousadamente o nome de Jesus. 

Meus irmãos, Barnabé é um exemplo de que precisamos de irmãos dispostos a investir tempo para dar apoio a outros, principalmente, os novos crentes. Um novo convertido precisa ser ajudado a se enturmar, a conhecer a igreja, seus membros, sua missão, seus sonhos e planos, seu modo de vida. Uma igreja saudável não segrega ninguém, pelo contrário, une. Cada crente trabalha para tornar o outro aceito no grupo. 

A igreja precisa de membros que facilitem a comunhão e aceitação das pessoas. E desta forma, quando a comunhão é uma realidade, a igreja impacta a sociedade, provando que Cristo está presente na convivência dos irmãos.

Barnabé assumiu os riscos da convivência com Saulo e de apresentá-lo à igreja. Somente um coração que compreendeu o grande amor de Jesus, demonstrado em seu sacrifício na cruz, compreende que deve arriscar por amor ao seu irmão. Jesus deu a sua vida por nós, morrendo na cruz em nosso lugar. Nós precisamos dar a nossa vida, investir na edificação e comunhão com outros irmãos, ajudando-os no que precisam, aconselhando-os a permanecerem firmes, fugindo do pecado e desfrutando da graça de Jesus.

3.1. Unanimidade de propósitos
O termo unânime vem do original grego homothumadon, que tem o sentido de “com uma mente, de comum acordo, com uma paixão singular, única”. Esse significado aparece em 10 de suas 12 ocorrências no livro de Atos. Isso nos ajuda a entender a singularidade da comunidade cristã. Homothumadon é um composto de duas palavras que significam “impedir” e “em uníssono”, que aponta para harmonia em grau e tom. A Igreja nasceu para que seus integrantes andassem em harmonia de propósito: viver e compartilhar as boas-novas [Rm 10.15]. Gaio e Demétrio andavam na verdade, ou seja, estavam sob o propósito divino. Mas Diótrefes vivia para seus próprios interesses [2Co 6.12].

Comentário Adicional
“Estas são as marcas de uma igreja ideal – amor, sofrimento, santidade, sã doutrina, autenticidade, evangelização e humildade” John Stot

DOZE SINAIS DE UMA IGREJA MAIS PURA:

1. Doutrina bíblica (ou pregação correta da Palavra);

2. Uso correto dos sacramentos;

3. Uso correto da disciplina;

4. Adoração genuína;

5. Oração eficaz;

6. Testemunho Eficiente;

7. Comunhão eficiente;

8. Governo bíblico;

9. Poder Espiritual no ministério;

10. Santidade pessoal na vida dos membros;

11. Cuidado dos pobres;

12. Amor a Cristo.

Mas porque as igrejas não são saudáveis?

A igreja reflete o pensamento do mundo;

Paganismo na Igreja;

Secularização do cristianismo (números e métodos);

Movimento de crescimento de igrejas.

“Os seminários são culpados de criar várias gerações de ministros e professores fundamentalmente ignorantes da tarefa de ensinar teologia e prontos a negar a importância do estudo clássico para a correta preparação do ministro”.

Mas porque as igrejas não são saudáveis?

Pragmatismo sobrepujando a teologia:

“Se o alvo da igreja é crescer, a maneira de fazer isso é fazendo as pessoas sentirem-se bem. E

quando as pessoas descobrem que há outras maneiras de sentirem-se bem, elas abandonam a

igreja” Carl Braaten,

3.2. Concordância
Pouco antes da vinda do Espírito Santo, os discípulos de Jesus receberam uma ordem dele, para ficarem unidos em oração, enquanto esperavam a promessa do Espírito [At 1.4]. A decisão deles foi obedecer: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar” [At 2.1]. Havia neles o mesmo coração, cujo termo original grego é kardia, por isso o Espírito caiu sobre todos. Gaio e Demétrio estavam juntos, em concordância com seu líder João, para o mesmo propósito.

Comentário Adicional
Quanta Concordância Teológica é Necessária para os Cristãos Trabalharem Juntos no Ministério?

1. Para trabalharem juntos em um contexto de ministério, os cristãos devem concordar acerca do evangelho. Como somos salvos? De que somos salvos? Qual é a base que nos torna justos diante de Deus? Se os cristãos discordam acerca do próprio evangelho, nenhuma cooperação verdadeira em questões de ministério é possível.

2. Além disso, a quantidade de concordância teológica que os cristãos devem ter para trabalhar juntos irá variar, a depender de que obra pretendem fazer. Para poderem estar na mesma igreja local, os cristãos precisam concordar acerca de questões como quem deve ser batizado e a forma bíblica de governo eclesiástico.

3. Ao mesmo tempo, há muitas maneiras pelas quais cristãos que não pertencem à mesma igreja podem, na prática, trabalhar juntos pelo bem da igreja em sentido mais amplo, o que inclui parcerias em trabalhos evangelísticos, pregar e ensinar nas igrejas uns dos outros, e assim por diante. Esse trabalho fora da igreja local exigirá menos concordância, sobretudo em questões periféricas. Por exemplo, não há razão que impeça batistas e presbiterianos de evangelizarem juntos.

3.3.  Louvor a Deus
Louvar a Deus era uma das expressões de alegria e gratidão manifestadas pelos irmãos da Igreja Primitiva [At 2.47]. Havia consciência de que era Deus quem estava agindo e não de qualquer pessoa da igreja, ainda que fosse um de seus líderes mais proeminentes [Rm 11.36]. Sendo um deles, João tinha esse entendimento e denunciou a motivação errada de Diótrefes, que gostava de “ser o mais importante entre eles” [3Jo 9].

Comentário Adicional
Os cristãos frequentemente falam de "louvar a Deus", e a Bíblia ordena todas as criaturas vivas a louvarem ao Senhor (Salmo 150:6). Uma palavra hebraica para "louvor" é yadah, que significa "louvar, agradecer ou confessar." A segunda palavra, muitas vezes traduzida como "louvor" no Antigo Testamento, é zamar, que significa "cantar louvores". Uma terceira palavra traduzida como "louvor" é halal (a raiz de aleluia), que significa "louvar, honrar ou elogiar." Todos os três termos contêm a ideia de dar graças e honra a quem é digno de louvor.

O livro de Salmos é uma coleção de canções cheias de louvores a Deus. Entre elas está o Salmo 9, que diz: "Em ti quero alegrar-me e exultar, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo" (versículo 2). Salmo 18:3 diz que Deus é “digno de louvor.” O Salmo 21:13 louva a Deus tanto por quem é quanto pelo seu grande poder: "Sê exaltado, Senhor, na tua força! Cantaremos e louvaremos o teu poder."

Salmo 150 usa o termo louvem treze vezes em seis versículos. O primeiro versículo fornece o "onde" do louvor - em todos os lugares! “Aleluia! Louvem a Deus no seu santuário, louvem-no em seu magnífico firmamento.”

- O próximo versículo ensina "por que" louvar ao Senhor: "Louvem-no pelos seus feitos poderosos, louvem-no segundo a imensidão de sua grandeza!"

- Os versículos 3-6 afirmam "como" louvar ao Senhor - com uma variedade de instrumentos, dança e tudo o que tem fôlego. Cada forma que temos de fazer sons é para ser usado para louvar ao Senhor!

No Novo Testamento, há exemplos de louvor dado a Jesus. Mateus 21:16 se refere àqueles que louvaram a Jesus enquanto entrava na cidade de Jerusalém montado em um jumento. Mateus 8:2 observa um centurião que se curvou diante de Jesus. Lucas 24:32 observa os discípulos de Jesus oferecendo adoração após a sua ressurreição. Jesus aceitou esse louvor como Deus.

A igreja primitiva muitas vezes partilhou em tempos de louvor. Por exemplo, a primeira igreja em Jerusalém teve um foco na adoração (Atos 2:42-43). Os líderes da igreja em Antioquia oraram, adoraram e jejuaram quando Paulo e Barnabé foram chamados à obra missionária (Atos 13: 1-5). Muitas das cartas de Paulo incluem longas seções de louvor destinadas a louvar ao Senhor (1 Timóteo 3:14-16; Filipenses 1:3-11).

No final do tempo, todo o povo de Deus irá juntar-se em louvor eterno a Deus. "Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão" (Apocalipse 22:3). Com a maldição do pecado removida, os que estão com o Senhor para sempre louvarão o Rei dos reis de modo perfeito. Tem sido dito que a nossa adoração a Deus na terra é apenas uma preparação para a celebração de louvor que ocorrerá por toda a eternidade com o Senhor.

CONCLUSÃO
Cada membro do Corpo de Cristo necessita estar em constante vigilância quanto aos ataques do maligno e a tendência da natureza humana pecaminosa que tentam minar e destruir a comunhão do povo de Deus. O mesmo Espírito que nos reveste de poder, também opera a união [Ef 4.3-6].

Comentário Adicional
Todo cristão deve estar vivendo em constante vigilância espiritual enquanto aguarda o retorno do Senhor Jesus. Sabemos que estamos vivendo em tempos difíceis. Por isto a vigilância constante combinada à oração é algo fundamental ao cristão em sua caminhada na fé.

Não há como imaginar a vida cristã sem que ela esteja caracterizada por uma constante vigilância. A Bíblia diz que todos os crentes genuínos estão envolvidos numa batalha espiritual. Nessa batalha não lutamos contra pessoas, mas contra principados e potestades que constituem uma força espiritual maligna. Satanás, que é o líder dessa força das trevas, se empenha em lançar setas inflamadas contra o povo de Deus (Efésios 6).

Além disso, os crentes ainda precisam lidar com sua velha natureza que se inclina aos desejos pecaminosos. Então há também uma guerra espiritual interna, em cada um de nós, onde mortificamos mais e mais nossa velha natureza e nos submetemos ao controle do Espírito de Deus. Tudo isto se dá através do processo da santificação, onde a oração e a constante vigilância têm parte importante (Gálatas 5).

Deus os abençoe sempre e abundantemente! 

Comentário adicional
Pr Éder Santos - ADTAG SEDE
Bacharel em Teologia; 
Doutorando em Teologia; 
Pós-graduado em Hermenêutica; 
Mestre em Teologia 
– Ênfase em Interpretação e Coordenador do Curso de Teologia na Faculdade ISCON.


Lição 8 - O Verdadeiro discípulo: Servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Sumo Pastor

 O VERDADEIRO DISCÍPULO: SERVO CUIDADOSO, EXEMPLAR E FIEL AO SUMO PASTOR

Lição 08 - 19 de novembro de 2023

TEXTO ÁUREO
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2.15).

VERDADE APLICADA
O bom discipulador procura servir ao rebanho com fidelidade ao Sumo Pastor, dedicação, sendo exemplo e sem ganância.  

OBJETIVOS DA LIÇÃO
ENSINAR que não se faz nada sozinho;
MOSTRAR os deveres do discipulador;
MOTIVAR o discipulador a ser exemplo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1PEDRO 5
1. Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3. Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. 

LIÇÃO MAIS COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO
A fraqueza de Diótrefes se revelava em um dos pontos cruciais no desempenho do seu chamado: desprezar o trabalho em equipe. Isso significa dizer que não existe um ministério completo, que produza frutos, se não possuir uma equipe unida em propósito e visão, disposta o mesmo objetivo.

Comentários Adicionais
No mundo de hoje, o termo “servo” é frequentemente associado à subserviência e à inferioridade. No entanto, na Bíblia, ser um servo é um chamado elevado e uma fonte de grande honra e bênção. Um servo cuidadoso, exemplar e fiel é alguém que serve a Deus e aos outros com obediência, confiabilidade, diligência e humildade. Pessoas com a síndrome de liderança de Diótrefes sugam a energia do grupo e destroem a criatividade da equipe. Mas, diferente de Diótrefes, o verdadeiro discípulo tem plena consciência de que deve agir como servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Senhor Jesus, nosso Mestre e Sumo Pastor. Tomando sempre a iniciativa de servir e cuidar das pessoas (Mc 10.43-45; Lc 22.27).

1. TRABALHAR EM EQUIPE
Ao iniciar Seu ministério, Jesus recrutou homens para Sua equipe ministerial [Mt 4.18-21]. Ele reuniu pessoas simples, como alguns pescadores, mas também de outros níveis sociais, como um cobrador de impostos, para serem Seus discípulos. O termo discípulo do grego Mathetes significa "seguidor" ou "aprendiz". O objetivo de Jesus era formar homens capazes de trabalhar com Ele em prol do Reino de Deus [Mc 1.15]. Jesus sempre exerceu Sua missão com confiança, firmeza e amor. Nada e ninguém poderia deter.

Comentários Adicionais
Você consegue trabalhar em equipe? Aceita conviver e compartilhar com diferentes pessoas? Em todos os contextos de trabalho existe uma grande valorização das pessoas que aprenderam a trabalhar em equipe. Seja no mundo corporativo ou eclesiástico, quem desenvolveu esta capacidade, sempre terá espaço para atuar e renderá grandes resultados. Embora pareça fácil, o trabalho em equipe é um grande desafio para a maioria das pessoas, tanto para líderes como para liderados. Jesus é o nosso exemplo em tudo! Como Deus Ele poderia fazer tudo sozinho, mas não o fez. Mesmo sendo Deus, quis e contou com a colaboração do homem (Lc 6.12-16). Inicialmente, Ele não tinha uma equipe espetacular (escolheu pessoas com problemas de caráter, visões deturpadas do reino, emocionalmente desequilibradas, etc.), mas trabalhou um por um, teve paciência orientando e discipulando, teve humildade e amor para tratar as fragilidades de cada um. Eles deram trabalho, mas aprenderam a trabalhar. Jesus sabia o que cada um tinha de bom e os tornou amplamente vitoriosos (Mt 4.18-22; Lc 5.1-11; Mc 1.16-20). Após a ressurreição de Jesus, vemos os discípulos também sempre servindo na companhia de outros irmãos. Como discípulos e membros do corpo de Cristo temos que trabalhar em unidade. O olho não pode dizer a mão: “Eu não preciso de ti”; nem a cabeça dizer aos pés: “Eu não preciso de vós”. Precisamos uns dos outros para cumprir a missão que Deus nos confia. Servir sozinho ou achar que não precisamos de ninguém é remar contramaré. Líder que não forma, nem educa e nem trabalha como equipe, não é líder vitorioso.

1.1. Discipuladores saudáveis
Pedro, que exerceu uma liderança saudável, se colocou com a mesma importância ministerial dos demais, ao dizer que era um presbítero, como eles. O termo presbítero em grego é presbíteros e significa "ancião, de idade", referindo-se à maturidade espiritual daquele que ocupa essa função. Diótrefes era imaturo e inseguro, ao contrário de Gaio, chamado por João de amado [3 Jo 1], pois acolhia os irmãos com amor.

Comentários Adicionais
O mundo está carente de lideranças saudáveis. Uma das grandes lacunas da figura da liderança em nossos dias é a falta de integridade no cumprimento de sua missão. O mundo está farto de líderes que atua por interesses próprio e/ou para sua autopreservação. Lideranças saudáveis são aquelas que vive ensinando e ensina vivendo. Pedro, Gaio e Demétrio são bons exemplos de lideranças saudáveis e maturas, diferente de Diótrefes, que exercia uma liderança doentia, tóxica e imatura. A forma como respondemos diante de cada situação revela quem nós somos: nosso nível de maturidade, nossa fé, nosso caráter, nossa motivação, etc. Líderes que atuam apenas para servir aos próprios interesses promovem ambientes doentios e consequências ruins para todos. A liderança de Jesus nos ensina que a multiplicação e o crescimento acontecem quando o propósito essencial da liderança é servir os que servem. Há coisas que Deus nos dá que não existem para o nosso próprio benefício, mas para os de outros. A liderança é uma delas. Se você deseja ser um bom líder, aprenda a priorizar as necessidades daqueles a quem você lidera antes das suas próprias. Comece a olhar para as pessoas que estão ao seu lado. Envolva-as, ajude-as, ensine-as, permita que elas façam parte da boa obra que lhe foi confiada. 

1.2. Discipuladores produtivos
O verdadeiro discípulo de Cristo, precisa estar seguro em si e principalmente em Deus, disposto a fazer discípulos melhores, sem que isso possa criar sentimentos egoístas. Jesus não era o exemplo de Diótrefes, pois ao contrário dele, disse: “… digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas” [Jo 14.12]. Jesus não se sentia ameaçado por Seus discípulos, mas os estimulava a fazer obras maravilhosas como Ele, ao dizer: “curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” [Mt 10.8]. Pedro fez as mesmas obras que seu Mestre: ele pregou para multidões [At 2.14-36], levando centenas à salvação; curou enfermos, como o paralítico Enéias [At 9.34]; e ressuscitou Dorcas, mandando a morta se levantar (At 9.40]. João era o líder de Diótrefes, Gaio e Demétrio, mas apenas os dois últimos foram reconhecidos e elogiados por suas realizações. Gaio era fiel em tudo o que fazia para os irmãos; e Demétrio era um cooperador de excelência reconhecido pela igreja [3 Jo 5.12].

Comentários Adicionais
A glória de Deus é manifestada ao mundo através do serviço, da acolhida, do testemunho, dos frutos e da fidelidade, imitando o Mestre que deu a vida em favor de todos. As expressões “produzir frutos” e “ser discípulo” são apresentados por Jesus como duas semelhantes ações que não se apartam: “Nisso meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos” (Jo 15.8). Assim, ser discípulo se mostra pelos muitos frutos, mas os frutos só são possíveis naquele que é discípulo, naquele que permanece em Jesus. Dos ramos com a videira se espera o produzir frutos, das pessoas com Jesus o tornar-se discípulo. O verdadeiro discípulo é aquele que ouve, vê, acredita, segue e permanece com Jesus, dando assim uma resposta à iniciativa divina (1 Jo 1.1). Se permanecermos em comunhão com Jesus e “suas palavras permanecerem em nós”, receberemos tudo o que em seu nome convém pedir (Jo 15.7-8). Se queremos saber se Cristo está em nós, cabe verificar se Suas palavras desempenham um papel efetivo e afetivo em nossa vida. O Senhor pois espera que produzamos muitos frutos, porque somente deste modo mostramos que somos verdadeiros discípulos de Jesus.

1.3. Discipuladores confiáveis
Quem não é confiável um dia será exposto e todos conhecerão sua má índole [Lc 8.17]. Foi o que aconteceu com Diótrefes, que se recusava a se submeter à liderança do apóstolo e suas atitudes estavam causando uma influência prejudicial ao desenvolvimento da igreja. Gaio e Demétrio tinham boa reputação e foram reconhecidos pela lealdade e pela verdade [3 Jo 5. 12].

Comentários Adicionais
Devemos ser confiáveis porque Deus também é confiável (Mt 25.21). Cremos que cada discípulo deve ser alguém confiável, que seja conhecedor das Escrituras e modelo para o discípulo. A confiabilidade é um traço de caráter valioso que também reflete a honestidade, fidelidade e responsabilidade de uma pessoa. Gaio e Demétrio são apresentados e reconhecidos como cristãos confiáveis e fiéis (3 Jo 3.6, 12), enquanto Diótrefes era o oposto. Ser confiável é a qualidade que permite que alguém possa contar com você. Pessoas confiáveis são capazes de recusar qualquer tarefa se souberem que não serão capazes de realizá-la. Boaz é um exemplo de confiabilidade. Quando Rute pede a Boaz que seja seu resgatador, ele concorda em assumir essa responsabilidade, desde que possa fazê-lo legalmente: "... eu o farei, tão certo como vive o Senhor" (Rt 3.13). Naquela mesma manhã, Rute conta a sua sogra, Noemi, o que aconteceu. O conselho de Noemi foi: "Espere, minha filha, até que você saiba em que darão as coisas, porque aquele homem não descansará enquanto não resolver este caso, ainda hoje" (Rt 3.18). Boaz era um homem de confiança; ele cumpria o que prometia. Pessoas confiáveis cumprem suas promessas, mesmo que isso lhes custe. A confiabilidade foi ordenada na Lei de Deus para Israel: "Quando um homem fizer um voto ao Senhor ou juramento para obrigar-se a alguma abstinência, não violará a sua palavra, mas fará segundo tudo o que prometeu" (Nm 30.2). Pessoas de confiança são aquelas que seguem o conhecido ditado: "Minha palavra é minha obrigação". Tiago 5.12 nos lembra que não é necessário que juremos para que acreditem em nós. Nosso simples sim ou não deve valer como ouro para quem o recebe (Mt 5.37). Nunca a igreja foi tão numerosa como na atualidade. Mas, infelizmente a identidade de um discípulo vem se perdendo ao longo dos anos.

2. APASCENTAR O REBANHO
Pedro foi chamado por Jesus para uma tarefa muito especial: apascentar Suas ovelhas [Jo 21.16]. Apascentar no grego é “poimaino”, uma expressão usada para indicar cuidado, provisão, conduzir, guardar. O dever de um bom discípulo de Cristo, que exerce autoridade sobre os outros, é promover o bem-estar físico e espiritual, de todos aqueles que estão submissos a esta autoridade. Diótrefes não agia assim. Ele agia como um mau discípulo que cuidava de si mesmo, o que Deus condena [Ez 34.2], em vez de cuidar das ovelhas, voluntariamente e com ânimo [1Pe 5.2], como Pedro ensina.

Comentários Adicionais
O Sumo Pastor, com uma simples frase, define perfeitamente toda a função e a responsabilidade que Deus delegou aos discipuladores que o amam de verdade. Ele diz: "Se tu me amas apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.17). Em um nível superficial de entendimento, a palavra apascentar significa cuidar, conduzir, guardar etc, mas o termo pode significar também acalmar e pacificar. Naquele momento em que Jesus diz a Pedro para ele apascentar as ovelhas, o texto, assim pode ser traduzido: "Pedro, se tu me amas, acalma e pacífica o meu rebanho." Isso foi algo tão marcante para aquele apóstolo que na sua 1ª epístola faz a seguinte recomendação a qualquer um que deseje compreender a essência do que é ser cristão: "...Busque a paz, e siga-a." (1 Pe 3.11). Uma mente calma e pacífica é uma das principais características dos verdadeiros discípulos, sejam eles membros ou líderes do rebanho, pois uma vez que estão em posição de liderança precisam ser exemplo de boas obras em todas as questões da vida (Tt 2.7), principalmente, nos dias atuais nos quais as pessoas se tornaram tão inquietas e belicosas. "...Quando depender de vós, tende paz com todos os homens." (Rm 12.18).

2.1. Ser cuidadoso
Pedro tinha a ordem de Jesus em seu coração e doutrinou os demais discípulos que exerciam o cuidado e direcionamento às ovelhas de Cristo. É dever daqueles que estão nesta função, exercer o seu chamado com o compromisso de: alimentar, proteger, guardar, defender e ensinar as ovelhas que estão sob sua responsabilidade, tendo Jesus, “o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas”, como exemplo [Jo 10.11]. Ter amor e zelo é essencial e importante para Deus [Hb 13.17].

Comentários Adicionais
O pastor é alguém que se dedica a cuidar de suas ovelhas, garantindo a saúde, a segurança e o bem-estar de cada uma delas. Ele as ajuda a encontrar comida e água e não deixa que se machuquem ou se percam. Ele conta e reconta diariamente o seu rebanho e quando descobre a ausência de uma, não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: “Tenho noventa e nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar.” Não; logo que a ovelha se transvia, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Assim, ele deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida (Lc 15.4-7). Jesus encontrou na relação entre pastor e ovelha, a melhor analogia para ensinar sobre o relacionamento da liderança no cuidado e discipulado da igreja. Como sumo pastor, Ele vela por nós e ajuda a nos proteger do perigo. Ele não desiste de nós. É por isso que as escrituras O chamam de Bom Pastor. Do mesmo modo, um bom e cuidadoso pastor protege e livra suas ovelhas dos lobos que desejam roubá-las, matá-las e destruí-las. Por isso, quando o pastor chama as suas ovelhas para entrarem no aprisco, elas ouvem, reconhecem e obedecem a sua voz (Jo 10.7-15). O chamado para liderança não é uma profissão, mas uma vocação gerada pelo Espírito Santo no coração do homem (Jo 10.12-13).

2.2. Ser voluntário
Ainda que tenha recebido o chamado de Deus para o ministério, o discípulo de Cristo precisa agir com voluntariedade, por isso Pedro os exorta a não apascentar as ovelhas por força [1Pe 5.2]. Paulo mostra que Jesus se entregou voluntariamente pelos nossos pecados [G1 1.4]. A vontade é uma atitude muito importante para Deus, porque mostra a capacidade de escolha ou não de algo. Jesus escolheu ser nosso Bom Pastor [Jo 10.11]. O desejo de Gaio e Demétrio era serem cooperadores que andam na verdade, para que os propósitos espirituais fossem alcançados. Deus respeita a vontade humana, mas deseja que vivamos segundo a Sua vontade “boa, agradável e perfeita” [Rm 12.2].

Comentários Adicionais
O apascentar não pode ser determinado pela imposição das circunstâncias, nem pela vontade dos outros, nem pela ambição humana, nem pelos caprichos do tradicionalismo (1 Pe 5.2). Antes, porém, precisa ser exercido voluntariamente, em atendimento ao nítido e inconfundível chamado de Deus. O padrão não é humano e nem negociável; tem que ser exatamente como Deus quer! Fazer algo por constrangimento é ser forçado a fazer, quando não se queria fazer; é fazer por obrigação. Isso nunca é bom para quem faz e produtivo para a missão ou tarefa ou obra a ser realizada. A tarefa de pastorear é verdadeiramente preciosa aos olhos de Deus e nobre diante dos olhos humanos; mas não é para qualquer pessoa. A obra é excelente, mas nem todos são vocacionados para realizá-la (1 Tm 3.1). Daí a probabilidade real de alguém ser constrangido ou “forçado” a realizá-la. O cristianismo é doação, é serviço, é entrega. Jesus fez tudo isso com absoluta perfeição, chegando até o fim de Sua missão. O voluntário discipulador deve assumir as responsabilidades de seu cargo, e procurar oferecer o melhor de si. Não podemos ser menos responsáveis e zelosos na obra de Deus do que aqueles que se voluntariam para instituições ou eventos seculares. Não devemos fazemos isso por obrigação, e sim, por gratidão e reconhecimento à bondade do Senhor! Servir é o resultado daquilo que você entende que recebeu da parte de Deus que, por sua vez, gera um profundo senso de gratidão e disposição (Sl 100.2).

2.3. Ter ânimo
O caráter de Diótrefes o impedia de ser um verdadeiro discípulo pronto a atender os anseios do rebanho. O ânimo é frequentemente evocado por Deus a homens, para deixá-los prontos a cumprir suas tarefas [Is 1.9]. Jesus também exortou seus discípulos para que tivessem ânimo [Jo 16.33]. Estar animado é estar confiante de que as coisas acontecerão, ainda que não sejam fáceis [Fp 1.14]. Jesus estava prestes a ser crucificado e sabia que a dúvida e o medo chegariam ao coração dos discípulos, que precisavam estar animados para continuar a obra. Gaio tinha ânimo em servir, e transmitia isso àqueles que precisavam, acolhendo-os.

Comentários Adicionais
Os que se empenham no serviço de Deus precisam mostrar ânimo e determinação no trabalho. Quando reconhecermos que estamos trabalhando para Deus, teremos uma intuição mais elevada da santidade do serviço espiritual, do que jamais tivemos. Essa intuição introduzirá vida e vigilância e perseverante energia no desempenho de cada dever. Mas, nem sempre é fácil nos manter animados. Não é mesmo? Às vezes bate um cansaço, uma tristeza que só por Deus. Além do mais, o inimigo de nossas almas, conhece nossas feridas e sabe onde nos atingir, onde estamos mais propícios a cair no desânimo espiritual se formos atingidos. Felizmente, nosso Senhor e Salvador veio para trazer libertação das amarras do pecado e por pior que sejam as tribulações, Ele está conosco. Ele não desiste quando as coisas não vão bem. A esse respeito disse Jesus: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Sabemos que vivemos em uma constante batalha espiritual, por isso, devemos nos fortalecer e revestir-se espiritualmente (Ef 6.10-16; Is 40.31; 2 Ts 2.16-17; 3.3; Fp 4.7; Mt 11.28). Quem tem ânimo vence o marasmo. A Bíblia tem inúmeros exemplos de homens que tiveram ânimo em momentos de adversidade e alcançaram a promessa. Jesus é o maior exemplo (Jo 16.33).

3. SERVIR DE EXEMPLO
Um discípulo dominado pelo sentimento de insegurança não é um bom exemplo. Diótrefes escondia sua fraqueza agindo com forte domínio sobre os irmãos daquela igreja local, o que Pedro claramente condena em sua carta. Para ser exemplo, um bom discípulo tem de cumprir os critérios elencados pelo apóstolo, entre os quais o cuidado, a vontade e o ânimo.

Comentários Adicionais
O apóstolo Pedro destaca em sua 1ª epístola que quem exerce liderança não pode e nem deve agir como dominadores, mas deve tornar-se exemplos do rebanho (1 Pe 5.3). O pastor cuida de ovelhas do Supremo Pastor. Ele é um mero mordomo do Senhor. Infelizmente hoje muitos líderes se esquecem do porquê foram chamados pelo Senhor. Quando Deus nos chama, é com o objetivo de glorificar a Ele e não a nós mesmos. Quando qualquer pastor passa a buscar dominar sobre o rebanho, ele está procurando uma glória que não é sua e isto é um pecado grave. O grande risco e equívoco é pensar e agir como se fossem donos e não servos. Aquele que apascenta não é dono do rebanho e o rebanho aqui não é de animais, mas gente. Gente salva por Cristo, com todo o direito de pensar e agir. Gente que não precisa ser dominada, nem mentalmente manipulada, mas que precisa ser orientada. Gente que, que se não seguir as orientações dadas conforme a Palavra, colherá as consequências na sua vida (Hb 13.17). Em vez de dominar, o que se recomenda aos líderes é agir de tal forma que mais do que as palavras, suas vidas sirvam de modelo e exemplo a ser seguido pelos irmãos.

3.1. Ser livre de ganância
O termo ganância no original grego significa “avidez pelo lucro ilegítimo”. O caráter de Diótrefes estava contaminado por sua fraqueza, sede de poder, egoísmo, maldade, rebeldia, desrespeito às autoridades eclesiásticas e ganância. Ele queria tirar proveito da obra de Deus, colocando-se como prioridade em tudo, agindo contrariamente ao que Jesus ensinou que quem quiser ser o primeiro, deverá antes ser o último [Mc 9.35]. Pedro exorta àqueles que são chamados para servir na igreja a se protegerem contra todos os tipos de ganância e egoísmo. Essa foi a marca ministerial de Judas, que o levou a perder seu ministério e sua própria vida [Mt 27.5].

Comentários Adicionais
Outro fato que o apóstolo Pedro destaca em sua 1ª epístola é que jamais devemos exercer o pastoreio por sórdida ganância, ou seja, daquele jeito sujo, nojento de se obter alguma vantagem financeira do rebanho de Deus se aproveitando do ofício (1 Pe 5.2b). Pedro, inspirado pelo Espírito Santo prescreve aqui algo que na história da igreja tem sido uma lamentável realidade, principalmente, neste últimos tempos, quando falsos pastores, verdadeiros mercenários, estelionatários da fé, mercadejadores da Palavra de Deus, têm enriquecido manipulando e despojando aquelas ovelhas ingênuas do Senhor. O apóstolo Paulo insere este aspecto na qualificação de presbíteros quando escreve: “… não cobiçoso de torpe ganância…” (1 Tm 3.3; Tt 1.7) e, também, na qualificação dos diáconos: “… não cobiçosos de sórdida ganância…” (1 Tm 3.8). Na ocasião já havia indícios de que isso seria problema para a igreja (Tt 1.10-12). Ao contrário disso, o apelo do apóstolo é que o pastoreio seja exercido de boa vontade, sem exigir nada em troca.

3.2. Prestar contas
Diótrefes não prestava contas de seu ministério a seu líder, o apóstolo João. Aliás, nem o recebia [3 jo 9]. Ele tinha um espírito independente, esquecendo-se de que o reino de Deus funciona sob o princípio da hierarquia [Tt 3.1]. Quem viola a hierarquia viola a disciplina, igualmente exigida por Deus [Pv 1.7]. Diótrefes deveria reconhecer e honrar aquele que estava presidindo sobre ele [1Ts 5.12]. Deus designou líderes para a igreja e líderes sobre líderes [At 14.23], que devem ser respeitados.

Comentários Adicionais
No cristianismo, hierarquia e ordem são conceitos fundamentais. A hierarquia refere-se à organização de autoridade e responsabilidades em diferentes níveis, enquanto a ordem envolve a disposição adequada de coisas e pessoas em conformidade com princípios divinos. Ambos são considerados importantes para promover uma vida ordenada e justa, tanto na sociedade como na igreja. A Bíblia enfatiza a importância de vivermos em obediência a Deus e em respeito às autoridades estabelecidas por Ele, para que possamos experimentar uma vida plena e equilibrada em Cristo. “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (Hb 13.17). Assim como Diótrefes, aumenta a cada dia o número de cristãos que não se sujeitam aos seus líderes e ainda pensam que estão certos. Não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. Infelizmente, ao longo de toda história bíblica, vemos episódios de pessoas amaldiçoadas, banidas, rejeitadas e mortas em razão da desobediência às autoridades constituídas por Deus (Nm 16.1-32). A hierarquia foi instituída por Deus desde a criação, este é um princípio também existente no céu. Foi estabelecida para o nosso bem, para que haja ordem e respeito nas relações interpessoais entre os participantes de uma instituição, organização ou sociedade. Assim, todos aqueles que distorcem a harmonia do princípio de hierarquia são responsáveis por conturbações, motins, corrupções e conflitos.

3.3. Receber a coroa da glória
Há recompensa para os verdadeiros discípulos que honram seus chamados. Pedro encerra sua palavra dizendo: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” [1 Pe 5.4]. O cuidado, a fidelidade, o espírito voluntário no exercício do ministério cristão, o sincero interesse em ser uma influência saudável e edificante aos que estão diante de nós não passam desapercebido pelo Sumo Pastor. E, então, quando Cristo se manifestar, haverá recompensa pelos esforços em benefício do rebanho de Deus. Este cuidado com vidas que pertencem ao Senhor, nos remete a Mateus 24.45-51 a parábola que trata do servo que é constituído pelo Senhor para cuidar dos conservos. É preciso sermos servos fiéis e prudentes. Breve o Senhor virá.

Comentários Adicionais
Aos pastores que cuidarem bem do seu rebanho, não por constrangimento, mas por boa vontade; não por ganho desonesto, mas com desejo de servir; e não como dominadores, mas se tornando exemplo do rebanho, estes serão grandemente recompensados. Pois o Supremo Pastor, aquele que os comissionou, se encontrará com estes homens dos quais este mundo não era digno para entregar pessoalmente o prêmio. Aqueles homens viviam por causa de Cristo, e saber que o próprio Cristo iria ao encontro deles para dizer: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25.21). Jesus Cristo é a razão última pela qual fazemos todas as coisas. Ele é o Senhor Cósmico do Universo, o dono de nossas vidas, a razão do nosso ser e do nosso respirar, e um dia nos encontraremos com Ele. Naquele dia, quando Ele se manifestar, nós receberemos uma coroa de glória que não murcha.

CONCLUSÃO
Precisamos ser servos fiéis e prudentes no exercício do ministério, tendo cuidado para não agirmos com ganância e como dominadores dos demais irmãos, pois o Senhor da Igreja não está indiferente em relação às ações e motivações para com o Seu rebanho. Breve Jesus voltará.

Comentários Adicionais
Os líderes cristãos devem servir a Deus fielmente, lembrando-se sempre de que o que Ele tem preparado para nós é imensurável. Jesus deixou isso bem claro para Pedro em Mateus 19.27-29. O obreiro do Senhor deve completar a sua carreira, correr em busca de um prêmio que não murcha, não em busca de lucro desonesto, poder ou aplausos, todas essas coisas perecerão, mas de uma coroa que não perece, pois é eterna.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 129. Lição 08 – O verdadeiro discípulo: Servo cuidadoso, exemplar e fiel ao sumo pastor.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel. 1ª Edição, 2014.

Links consultados:

COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Pr. Osmar Emídio de Sousa. Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; bacharel em Teologia Pastoral, pela FATAD (Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília).

Lição 06 - O verdadeiro Discipulo sujeita-se ao supremo mestre: Jesus - Pr. Altevi Oliveira

 O VERDADEIRO DISCÍPULO SUJEITA-SE AO SUPREMO MESTRE: JESUS
Lição 06 – 05 de Novembro de 2023


TEXTO ÁUREO
“E, quando aparecer o sumo Pastor, alcançareis a incorruptível corôa de glória”. I Pedro 5.4

VERDADE APLICADA
Para ser um bom discípulo de Cristo, precisa, mais que qualquer tributo, ser escolhido e abençoado por Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Expor princípios do discipulado.
► Ensinar sobre os compromissos do discípulo.
► Mostrar os critérios válidos por Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

I SAMUEL 16
5. Disse ele: É de paz; vim sacrificar ao Senhor. Santificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e a seus filhos e os convidou ao sacrifício.
6. E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido.
7. Porém o Senhor disse a Samuel: não atentes para sua aparência nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.

INTRODUÇÃO
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.” (I Tm 3.1); mas também o homem e a mulher de Deus deve ter em mente que, por ser uma excelente obra, vem acompanhada de grandes responsabilidades diante de Deus e dos homens. O homem escolhido para discipular, deve entender que essa escolha deve vir de Deus e que não tem nada a haver com suas capacidades humanas, por isso, deve colocar-se inteiramente nas mãos do Senhor.  

1. A ESCOLHA DE DEUS
Samuel foi o profeta escolhido por Deus para ungir os dois primeiros reis de Israel. Ao ter sido direcionado para ungir a Saul, pois o povo pedia a Deus um rei, segundo os costumes dos povos que viviam ao redor de Israel, Deus concedeu primeiramente Saul de acordo com a vontade do povo de boa aparência. Depois, tendo rejeitado a Saul, pediu para Samuel ungir um outro rei segundo o seu coração. Saul e Davi foram os dois primeiros reis de Israel e, entre eles, haviam muitas diferenças, a partir da escolha para governarem. Seus nomes tinham grande significado. Davi significa “amado e respeitado por Deus”, apesar de ser esquecido pela própria família, enquanto Saul significa “pedido a Deus”. Ambos foram ungidos pelo profeta Samuel. Suas semelhanças, porém, terminam aí; no entanto, as diferenças entre eles determinaram o sucesso de um e o fracasso do outro. Davi foi um rei escolhido por Deus que era segundo o seu coração, e não pelos homens, enquanto Saul foi a atendimento ao pedido da nação, fora da prioridade de Deus. Deus havia prometido a Abraão que reis descenderiam dele, mas o desejo de Deus cumprir essa promessa tinha a hora certa no tempo de Deus, assim, o povo se precipitou em não ser paciente e esperar no Senhor. Mas Davi, apesar de ser pastor de ovelhas, para defender seu rebanho, colocava sua dependência no Senhor. Se ele podia enfrentar leões e ursos selvagens para defender seu rebanho, poderia também, como homem de Deus, derrotar os inimigos de Israel. Dependência de Deus e obediência foram fatores determinantes para sua escolha para reinar sobre Israel a ponto de Samuel ser esclarecido pelo próprio Deus, que havia escolhido um novo rei, um homem que era segundo o Seu  coração.

1.1. Não é segundo a aparência
Samuel, obedecendo as ordens de Deus, vai até a casa de Jessé sem saber ao certo quem era o escolhido para ser rei. Jessé tinha oito filhos. Estando na casa de Jessé, Samuel viu a Eliabe, e impressionado por sua aparência e, talvez lembrando de como foi a escolha de Saul que “sobressaia a todo povo”, achou que era este o escolhido pelo Senhor. O Senhor o repreende dizendo: “não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. Nós muitas vezes agimos como Samuel, ou seja, julgamos as pessoas pelas aparências. As aparências nos enganam, pois elas não revelam o coração. Usamos critérios errados, humanos, que são falhos. Devemos utilizar o critério de Deus para julgar as pessoas, ou seja, o critério do coração. O coração de uma pessoa revela quem de fato ela é, e não a sua aparência exterior. Deus é onisciente, onipotente e onipresente. Ele é capaz de penetrar os pensamentos e as intenções do coração de uma pessoa. E nós não temos essa capacidade. É claro que para nós, não conseguiremos nunca conhecer profundamente o coração de uma pessoa, no entanto, isto não quer dizer que não poderemos conhecer nada do coração de alguém. É claro que podemos conhecer o suficiente do coração de uma pessoa, para não julgarmos pelas aparências. Mas se consultarmos em oração de todo coração, ao nosso Deus, Ele poderá nos revelar mostrando a sua vontade. O povo não esperou a escolha do Senhor e se anteciparam pedindo um rei, apesar de Deus havia prometido a Abraão que dele descenderiam reis.

1.2. Está alinhado ao Seu coração
Samuel teve sua oportunidade de governar e poderia ter estabelecido uma geração de governantes em Israel, se tivesse se alinhado ao coração de Deus e andado segundo os seus caminhos, porém vacilou e passou a confiar em sua própria capacidade, desonrando a Deus e seus mandamentos a ponto de tomar o papel do profeta Samuel ou de um sacerdote, com isso perdeu a comunhão com Deus. Davi, no entanto, apesar de esquecido pela família, mas andava alinhado com Deus a ponto de ser escolhido pelo Senhor. Samuel comunicou a Saul que Deus o havia rejeitado e que já havia escolhido alguém para assumir o seu lugar como rei de Israel (1Sm 13.13,14). O Senhor ordenou a Samuel que ele fosse até a casa de Jessé, pois um dos seus filhos seria o novo rei. Samuel fez como Deus havia ordenado e viu os setes filhos de Jessé, mas nenhum deles havia sido escolhido. Samuel teve que perguntar a Jessé se ele não tinha mais filhos. Então, foi aí que Jessé se lembrou do mais novo, que estava cuidando das ovelhas no campo. Quando Davi chegou, a voz do Senhor veio a Samuel dizendo: Este é o jovem escolhido para ser o rei. Deus não olha a aparência física. Ele vê o coração, e os seus pensamentos ao nosso respeito são os melhores possíveis (Jr 29.11). O texto confirma que Davi foi achado, ungido e alvo da promessa de Deus de que a sua liderança seria vitoriosa (Sl 89.3,4). Definitivamente, Davi foi uma escolha de Deus (1Sm 16.1-13). Davi teve muitos desafios e encarou muitas dificuldades antes de assumir a liderança do seu povo, mas com o tempo ele teve a aprovação de todos. Jônatas, filho de Saul, é um dos exemplos de quem sabia que Deus havia escolhido e separado a Davi para ser rei de Israel no lugar de seu pai (1Sm 23.17). O próprio Saul veio a reconhecer que Davi foi a escolha de Deus para reinar em seu lugar (1Sm 24.20), pois advertido por Samuel, e sem se arrepender, percebeu seu distanciamento dos caminhos do Senhor, a ponto de consultar uma espírita, consciente de que o Senhor não mais o responderia. Para Deus, o que é importante aos seus servos, é andarem alinhados com sua vontade.

1.3. Cabe apenas a Deus
Hoje em dia, vemos muitos líderes que se impõem como tal. Se estribando no próprio entendimento como Diótrefes, são líderes que se insurgem e se rebelam contra outras lideranças e, muitas vezes, se estribando na própria rebeldia, buscam criar suas próprias igrejas sem o direcionamento ou comunhão com Deus, visam o crescimento próprio sem a aprovação de Deus. É ponto inquestionável nas doutrinas bíblicas que é o Senhor Deus quem elege; escolhe ou nomeia aqueles que estarão sobre o seu povo. Independente da função que se vai exercer, mesmo que não seja apontado diretamente por Deus, o escolhido deve preencher com os requisitos que o Senhor exige em Sua Soberana vontade. Qualquer pessoa que está no exercício de uma função na igreja, seja ministerial ou não, e que não preenche os requisitos estabelecidos por Deus em Sua inerrante, imutável e infalível Palavra, não foi eleito por Deus para o exercício da função, mas foi, tão somente, nomeado pelo líder da igreja. À medida que vamos “conhecendo” Deus, vamos entendendo cada vez mais a responsabilidade que pesa sobre nossos ombros na questão do livre arbítrio. Do Gênesis ao Apocalipse vemos declarado com ênfase, qual é a expressa vontade de Deus para com todos os homens e, a vontade de Deus não muda em hipótese alguma. Em vista disso, os requisitos exigidos pelo Senhor àqueles que estarão à frente do seu povo e, não importa se é no Antigo ou no Novo Testamento, ainda estão vigentes, ou seja, um ministério só será bem sucedido se for exercido por alguém que esteja em conformidade com o que Deus exige.

2. O PRINCÍPIO DO CHAMADO
Jeremias 48.10 diz o seguinte, “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente. Quando Jeremias diz relaxadamente , ele não se refere ao esforço físico, mas acima de tudo espiritual. Fazer da forma Dele, do jeito que Ele orienta em sua Palavra. Diótrefes não teve esse cuidado e buscou se impor pela sua forma de ser, sem buscar a vontade de Deus para ele, pois queria ser reconhecido apenas pela sua capacidade que era avaliada como suficiente por ele mesmo. Se achava autossuficiente e não consultava ao Senhor em oração ou em sua Palavra. Também era arrogante, a ponto de não ouvir os ensinamentos dos discípulos de Cristo.

2.1. Honrar a Deus
Um verdadeiro discípulo de Cristo deve ter, como prioridade, o desejo e dedicação de “honrar a Deus acima de todas as coisas”. Como Jesus sintetizou e exemplificou, honrando ao pai em toda sua vida aqui na terra, nos deixando seu grande exemplo de honradez. Honrar a DEUS é colocar um valor maior nEle do que em qualquer coisa na Terra ou no Céu. Fomos resgatados das trevas para viver para Deus. Por isso, “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Cl 3.23-24). Todos os nossos atos têm que Louvar a Deus. Mas, a maioria dos que desprezam a Palavra de Deus, desprezam o próprio Deus. E continuam na sua velha maneira de viver. Para sermos honrados por Deus é preciso Lhe honrar primeiro. A Palavra do Senhor em 1 Samuel 2.30 ensina que Deus honra aqueles que o honram e despreza aqueles que o desprezam. Isso não se trata de uma troca mas sim de um princípio bíblico de reciprocidade. Tiago 4.8 mostra a forma como Deus se aproxima: “Cheguem perto de Deus, e ele chegará a vocês. Limpem as mãos, pecadores! E vocês que são indecisos, purifiquem o coração.”. Na questão da honra é o mesmo princípio, tem a ver com o relacionamento com Ele. Deus não precisa de honra, isso é um fato, mas ele deseja ser honrado.

2.2. Honrar a igreja de Cristo
Honrar a igreja é respeitar a cada um indistintamente e indiscriminadamente, independente do cargo que ocupa. Igreja não é ideia de homens e, sim, de Deus. A primeira pessoa a falar de igreja na Bíblia não foi Paulo, Moisés, Isaías. A primeira pessoa a mencionar a palavra igreja na bíblia foi o próprio Senhor Jesus, em Mt 16.15-18 – Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. Ela nasce dos lábios de Jesus, debaixo de uma revelação e, o fundamento dela é que Jesus é o Cristo, o Ungido, o Messias, o enviado da parte de Deus. Igreja é o lugar onde Cristo está sendo revelado, é um lugar onde somos edificados, fortalecidos no Senhor, para vivermos os céus aqui na Terra. A igreja é o meio pelo qual Deus se revela nesse mundo. Efésios diz que depois que ele venceu tudo colocou todos os demônios debaixo dos seus pés, restaurou toda autoridade. Ele deu a autoridade à igreja. É por meio da Igreja que Deus demonstra seu caráter, seu amor, e também é através dela que Ele está destruindo as obras do inferno. As portas do inferno, ou seja, o governo do inferno; não prevalecerão conta a igreja do Deus vivo. Igreja é o ambiente onde Deus está sendo revelado, onde milagres acontecem, onde Jesus está em operação, onde uma oração abrirá os céus sobre sua vida. Precisamos ter esta disposição no nosso coração, de entender que as portas do inferno não prevalecerão conta a igreja do Deus vivo. Nós precisamos honrar o ambiente onde os filhos estão reunidos, não é uma reunião social, de um grupo religioso. Deus tem o melhor da vida Dele para nossas vidas e precisamos celebrar e honrar isso, andando no temor do Senhor. Isso vai afetar a qualidade da nossa vida. O canal pelo qual vamos receber instruções, direções, confrontamentos é a igreja, e quando trazemos a honra para a cultura dela, Deus promove crescimento, pois mata o espírito de competição, de inveja. Assim, começamos a celebrar o avanço e a conquistas dos nossos irmãos. É necessário pagarmos o preço para a unidade, pois é na unidade que Deus ordena sua bênção e sua vida. Uma prática sadia de encorajamento, de apoio, de torcer pelo próximo, abre espaço para a glória de Deus se manifestar em nosso meio.

2.3. Honrar ao próximo
Honra significa valorização, apreciação, estima. É reverenciar, tratar com distinção e deferência. Honrar alguém é ter-lhe alta consideração, enxergar-lhe como importante e precioso. Para fomentar um ambiente de honra, precisamos amar a todos indistintamente. Mulheres e homens precisam se dar ao respeito para terem respeito. Então, não reclame do que você permite! Você não muda aquilo que tolera. Maridos devem honrar suas mulheres (I Pedro 3) e protegê-las. Essa é a condição para que as orações deles sejam ouvidas. Já as mulheres devem prestar honra aos seus maridos por meio do respeito. Contudo, é preciso entender um aspecto importante: a honra não deve ser buscada. Antes, a honra é oferecida gratuitamente! A Bíblia diz que buscar honra não é honra. Quem busca o aplauso das pessoas é somente um oportunista como foi Diótrefes. Também, dar honra ao tolo é um grande erro, uma insensatez: Como a neve no verão, e como a chuva na sega, assim não fica bem para o tolo a honra.” Pv 26.1. A honra é a chave para acessar o coração das pessoas e os tesouros emocionais que elas têm a oferecer. Mas a bajulação (a falsa honra) não surte efeito algum. Mais uma vez: honrar alguém significa dar-lhe glória, reputação e fama. Para honrarmos, precisamos enxergar as pessoas com os olhos do Pai, num ato profético que transforma nossas ações de baseadas em circunstâncias para vinculadas aos olhos da fé. Assim, para sermos capazes de honrar alguém precisamos cuidar das ofensas e lidar com o nosso orgulho ferido porque, antes de tudo, honrar é um ato de humildade. Dar atenção e demonstrar amor aos irmão na fé é um ato de honra, mas maior honra ainda é amar incondicionalmente aos que estão longe, a ponto de acolhe-los numa necessidade, oferecendo-lhes a Salvação em Cristo Jesus como faziam Gaio e Demétrio, honrando assim toda a igreja do Senhor.

3. CONDUTA DO ESCOLHIDO
O foco do verdadeiro discipulador, é fazer a igreja do Senhor crescer na graça e no conhecimento. Para tanto, ele deve buscar da parte de Deus todo conhecimento e poder, pedindo a Deus que manifeste sua vontade em sua vida, independente da capacidade intelectual. Manter-se na total dependência de Deus, fará o discípulo crescer e ser honrado, pois o mesmo estará honrando a Noiva de Cristo por manter-se na presença de Deus. O discípulo quando está na presença de Deus, terá como prioridade a manutenção e crescimento do Reino de Deus no mundo, de olho na glória do porvir.

3.1. Adorar a Deus

Jesus Cristo em João 4.23 Jesus traz a definição do verdadeiro adorador, mas é inegável que sua prática já acontecia desde a criação do homem. Em Gêneses 4.3 e 4, é perceptível a oferta de adoração de Abel, mas Davi é o maior exemplo de um adorador na Bíblia. É apresentado como o homem segundo o coração de Deus, também, por sua disposição em adorar. Apesar de ter falhado cometendo dois graves erros, tendo adulterado com Bate-Seba e praticado um homicídio, mandando matar Urias, marido de Bate-Seba (IISm.11.), todavia foi considerado por Deus um homem segundo o seu coração, visto que ele tinha um coração sincero que buscava o arrependimento, preferindo está na presença de Deus em comunhão do que se entregar ao pecado ou viver tentando encobrir o seu pecado. Ele escrevendo em forma de cântico, disse: Bem-aventurado aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o SENHOR não considera iníquo e em cuja alma não há hipocrisia!(Sl.32.1). Davi foi o que muitos hoje não conseguem ser diante de Deus, um homem sincero, sem engano, sem hipocrisia. Primeiramente a palavra “adorar” no Novo Testamento vem da palavra grega “proskuneo“, que em português nos traz a ideia de “ter profunda reverência, uma atitude reverente”. Então eu já começo percebendo que adoração e reverência caminham juntas. O dicionário nos diz que reverência traz a ideia de respeitar, honrar. Já começamos a perceber que adoração é mais do que um cântico. Tudo fica mais claro quando entendemos que adoração tem tudo a ver com reverência, isto muda o enfoque desta palavra e das nossas atitudes. Dá-nos a responsabilidade de ser um verdadeiro adorador 24 horas por dia, todos os dias da semana e em todos os lugares (em casa, no trabalho, na rua e também nos encontros da Igreja).

3.2. Lutar as guerras de Deus
Eliabe, o irmão mais velho de Davi, era um varão que se sobressaia entre os demais irmãos. Samuel, ao ser advertido por Deus sobre sua rejeição a Saul e ao ser enviado para ungir um dos filhos de Jessé rei sobre Israel, ao ver Eliabe, achou que estava diante do escolhido de Deus, mas Deus, que conhece os corações, já havia se provido do seu escolhido e, fez questão de deixar claro para Samuel, que a escolha é dEle, independente da rejeição humana, Ele dá valor a um rejeitado pelos homens, desde que seja um de seus adoradores, Ele nos vê em qualquer lugar e no estado em que nos encontramos, se estivermos no centro de sua vontade, Ele vai nos vê e, ao seu tempo nos exaltará. Sua escolha não está arraigada a aparência física, mas a um coração temeroso e que adora ao Seu nome. Os irmãos de Davi se dedicaram a defender Israel, lutando ao lado de Saul, Davi ao longo de sua vida, aprendeu sobre a soberania e o poder de Deus e, ao ir para suas guerras, começando com a derrota do gigante Golias, pedia a direção de Deus e guerreava em nome do Senhor dos Exército a quem aprendeu, desde a malhada a teme-lo. Davi era consciente de que tudo estava sobre Seu controle e era grato por cada criação e ato soberano de Deus. Por esse motivo Deus sempre o guardou, livrou-o da morte e foi o próprio Deus que estabeleceu o reinado de Davi. Deus perdoou-o quando ele pecou e se arrependeu, apesar das consequências trágicas advindas de seu pecado. Davi teve que esperar muitos anos até de fato se tornar rei. Foi nesse tempo que ele aprendeu que Deus sempre mantém Sua palavra em Seu momento perfeito. Essa também é uma lição para nós, que devemos descansar no Senhor e esperar pacientemente por Ele.

3.3. Obedecer a Deus
Às vezes Deus nos dá uma ordem e ficamos com medo de executá-la, mas quando dispomos a obedecer ao Senhor pois, ao resolver ser obedientes a Deus, Ele vai nos dando a direção que nos levará à vitória. Saul foi o primeiro rei de Israel e foi o próprio Samuel quem o consagrou; mas Saul fez tudo diferente de como o Senhor havia ordenado, ele executava sua própria vontade e desprezava a vontade do Senhor, então Deus mandou que Samuel fosse à casa de Jessé, em Belém, e ungisse um novo rei para Israel. Samuel temeu a Saul, pois o seu ato poderia levá-lo a ser taxado de traidor da nação e ser executado, mas Samuel resolveu obedecer ao Senhor. Mas quando chegou a Belém enfrentou outro problema; as autoridades foram ao seu encontro tremendo de medo e perguntaram: “Vens em paz?” Sob orientação de Deus ele responde: É claro que venho em paz. Vim sacrificar ao Senhor, venham comigo e sacrifiquem junto, e ali ele consagrou Jessé e os filhos dele. Ao se empolgar com a aparência dos irmãos de Davi, Deus responde a Samuel: não considerem sua altura e sua aparência, pois esses eu rejeitei também. Então você não pode tirar conclusão por meio do olho e sim pela direção de Deus. O que aprendemos aqui é que a obediência a Deus se sobrepõe a qualquer tipo de sacrifício, oferta ou adoração. O que mais afastou a humanidade de Deus foi justamente a desobediência que aliás, foi o pecado original. Saul resolveu ser desobediente e perdeu tudo que Deus o havia lhe dado quando foi ungido rei, Saul que foi obediente partiu para a glória consciente de que, ao ser obediente, foi obediente até a morte.

CONCLUSÃO
Deus nos escolhe, não por capacidade ou força, mas por ter um coração voltado para Ele. Samuel ficou satisfeito com a escolha de Saul como Rei, mas depois de certo tempo, começou a ver que não foi uma boa escolha, tendo sido, primeiramente rejeitado por Deus, Samuel também passou a questioná-lo por sua desobediência. Samuel também se enganou com a aparência de Eliabe, mas preferiu ouvir a Deus e ficar no centro da Sua vontade, visto que Deus que já havia escolhido a Davi, um jovem segundo o Seu coração.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS


Revista DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL do professor: Adultos. TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO, Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 129. Lição 6– O VERDADEIRO DISCÍPULO SUJEITA-SE AO SUPREMO MESTRE: JESUS.

Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995

Bíblia online Revista e corrigida JFA.

Links:
https://www.otempo.com.br/opiniao/super-fe/davi-e-saul-1.1427857
https://ipemaus.wordpress.com/2017/07/07/as-aparencias-enganam-o-homem-ve-o-exterior-porem-o-senhor-o-coracao-1samuel-16-7/#:~:text=Estando%20na%20casa%20de%20Jess%C3%A9,7).
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2022/lbj-2022-04-07.htm#:~:text=%3A%20%E2%80%9C%5B%E2%80%A6%5D-,Achei%20a%20Davi%2C%20filho%20de%20Jess%C3%A9%2C%20var%C3%A3o%20conforme%20o%20meu,desejo%20de%20agradar%20ao%20Senhor.
https://www.blogdoeriveltonfigueiredo.com.br/2019/10/29/deus-e-quem-escolhe-a-lideranca-de-sua-igreja/
https://www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/uma-questao-de-honra-o-principio-da-honra/
https://www.facebook.com/verbofloripaoficial/photos/honrando-a-igreja-localpr-carlos-j%C3%BAniora-honra-%C3%A9-uma-porta-aberta-para-o-favor-d/1013107462074666/?paipv=0&eav=Afak5nKCM8njE2PkSkae8bYl3OzSRCTTlfaiZ7VI-W6fRUbjb9W6Kug1o6WcjhhbGcE&_rdr
https://www.comunidadedasnacoes.com.br/o-principio-da-honra/
http://www.pregandoaverdade.org/2015/01/davi-homem-segundo-o-coracao-de-deus.html

COMENTARISTA ADICIONAL:

PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA - Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD- Faculdade Teológica das Assembleias de Deus, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.