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Lição 8 - O Verdadeiro discípulo: Servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Sumo Pastor

 O VERDADEIRO DISCÍPULO: SERVO CUIDADOSO, EXEMPLAR E FIEL AO SUMO PASTOR

Lição 08 - 19 de novembro de 2023

TEXTO ÁUREO
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2.15).

VERDADE APLICADA
O bom discipulador procura servir ao rebanho com fidelidade ao Sumo Pastor, dedicação, sendo exemplo e sem ganância.  

OBJETIVOS DA LIÇÃO
ENSINAR que não se faz nada sozinho;
MOSTRAR os deveres do discipulador;
MOTIVAR o discipulador a ser exemplo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1PEDRO 5
1. Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
2. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3. Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. 

LIÇÃO MAIS COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO
A fraqueza de Diótrefes se revelava em um dos pontos cruciais no desempenho do seu chamado: desprezar o trabalho em equipe. Isso significa dizer que não existe um ministério completo, que produza frutos, se não possuir uma equipe unida em propósito e visão, disposta o mesmo objetivo.

Comentários Adicionais
No mundo de hoje, o termo “servo” é frequentemente associado à subserviência e à inferioridade. No entanto, na Bíblia, ser um servo é um chamado elevado e uma fonte de grande honra e bênção. Um servo cuidadoso, exemplar e fiel é alguém que serve a Deus e aos outros com obediência, confiabilidade, diligência e humildade. Pessoas com a síndrome de liderança de Diótrefes sugam a energia do grupo e destroem a criatividade da equipe. Mas, diferente de Diótrefes, o verdadeiro discípulo tem plena consciência de que deve agir como servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Senhor Jesus, nosso Mestre e Sumo Pastor. Tomando sempre a iniciativa de servir e cuidar das pessoas (Mc 10.43-45; Lc 22.27).

1. TRABALHAR EM EQUIPE
Ao iniciar Seu ministério, Jesus recrutou homens para Sua equipe ministerial [Mt 4.18-21]. Ele reuniu pessoas simples, como alguns pescadores, mas também de outros níveis sociais, como um cobrador de impostos, para serem Seus discípulos. O termo discípulo do grego Mathetes significa "seguidor" ou "aprendiz". O objetivo de Jesus era formar homens capazes de trabalhar com Ele em prol do Reino de Deus [Mc 1.15]. Jesus sempre exerceu Sua missão com confiança, firmeza e amor. Nada e ninguém poderia deter.

Comentários Adicionais
Você consegue trabalhar em equipe? Aceita conviver e compartilhar com diferentes pessoas? Em todos os contextos de trabalho existe uma grande valorização das pessoas que aprenderam a trabalhar em equipe. Seja no mundo corporativo ou eclesiástico, quem desenvolveu esta capacidade, sempre terá espaço para atuar e renderá grandes resultados. Embora pareça fácil, o trabalho em equipe é um grande desafio para a maioria das pessoas, tanto para líderes como para liderados. Jesus é o nosso exemplo em tudo! Como Deus Ele poderia fazer tudo sozinho, mas não o fez. Mesmo sendo Deus, quis e contou com a colaboração do homem (Lc 6.12-16). Inicialmente, Ele não tinha uma equipe espetacular (escolheu pessoas com problemas de caráter, visões deturpadas do reino, emocionalmente desequilibradas, etc.), mas trabalhou um por um, teve paciência orientando e discipulando, teve humildade e amor para tratar as fragilidades de cada um. Eles deram trabalho, mas aprenderam a trabalhar. Jesus sabia o que cada um tinha de bom e os tornou amplamente vitoriosos (Mt 4.18-22; Lc 5.1-11; Mc 1.16-20). Após a ressurreição de Jesus, vemos os discípulos também sempre servindo na companhia de outros irmãos. Como discípulos e membros do corpo de Cristo temos que trabalhar em unidade. O olho não pode dizer a mão: “Eu não preciso de ti”; nem a cabeça dizer aos pés: “Eu não preciso de vós”. Precisamos uns dos outros para cumprir a missão que Deus nos confia. Servir sozinho ou achar que não precisamos de ninguém é remar contramaré. Líder que não forma, nem educa e nem trabalha como equipe, não é líder vitorioso.

1.1. Discipuladores saudáveis
Pedro, que exerceu uma liderança saudável, se colocou com a mesma importância ministerial dos demais, ao dizer que era um presbítero, como eles. O termo presbítero em grego é presbíteros e significa "ancião, de idade", referindo-se à maturidade espiritual daquele que ocupa essa função. Diótrefes era imaturo e inseguro, ao contrário de Gaio, chamado por João de amado [3 Jo 1], pois acolhia os irmãos com amor.

Comentários Adicionais
O mundo está carente de lideranças saudáveis. Uma das grandes lacunas da figura da liderança em nossos dias é a falta de integridade no cumprimento de sua missão. O mundo está farto de líderes que atua por interesses próprio e/ou para sua autopreservação. Lideranças saudáveis são aquelas que vive ensinando e ensina vivendo. Pedro, Gaio e Demétrio são bons exemplos de lideranças saudáveis e maturas, diferente de Diótrefes, que exercia uma liderança doentia, tóxica e imatura. A forma como respondemos diante de cada situação revela quem nós somos: nosso nível de maturidade, nossa fé, nosso caráter, nossa motivação, etc. Líderes que atuam apenas para servir aos próprios interesses promovem ambientes doentios e consequências ruins para todos. A liderança de Jesus nos ensina que a multiplicação e o crescimento acontecem quando o propósito essencial da liderança é servir os que servem. Há coisas que Deus nos dá que não existem para o nosso próprio benefício, mas para os de outros. A liderança é uma delas. Se você deseja ser um bom líder, aprenda a priorizar as necessidades daqueles a quem você lidera antes das suas próprias. Comece a olhar para as pessoas que estão ao seu lado. Envolva-as, ajude-as, ensine-as, permita que elas façam parte da boa obra que lhe foi confiada. 

1.2. Discipuladores produtivos
O verdadeiro discípulo de Cristo, precisa estar seguro em si e principalmente em Deus, disposto a fazer discípulos melhores, sem que isso possa criar sentimentos egoístas. Jesus não era o exemplo de Diótrefes, pois ao contrário dele, disse: “… digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas” [Jo 14.12]. Jesus não se sentia ameaçado por Seus discípulos, mas os estimulava a fazer obras maravilhosas como Ele, ao dizer: “curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” [Mt 10.8]. Pedro fez as mesmas obras que seu Mestre: ele pregou para multidões [At 2.14-36], levando centenas à salvação; curou enfermos, como o paralítico Enéias [At 9.34]; e ressuscitou Dorcas, mandando a morta se levantar (At 9.40]. João era o líder de Diótrefes, Gaio e Demétrio, mas apenas os dois últimos foram reconhecidos e elogiados por suas realizações. Gaio era fiel em tudo o que fazia para os irmãos; e Demétrio era um cooperador de excelência reconhecido pela igreja [3 Jo 5.12].

Comentários Adicionais
A glória de Deus é manifestada ao mundo através do serviço, da acolhida, do testemunho, dos frutos e da fidelidade, imitando o Mestre que deu a vida em favor de todos. As expressões “produzir frutos” e “ser discípulo” são apresentados por Jesus como duas semelhantes ações que não se apartam: “Nisso meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos” (Jo 15.8). Assim, ser discípulo se mostra pelos muitos frutos, mas os frutos só são possíveis naquele que é discípulo, naquele que permanece em Jesus. Dos ramos com a videira se espera o produzir frutos, das pessoas com Jesus o tornar-se discípulo. O verdadeiro discípulo é aquele que ouve, vê, acredita, segue e permanece com Jesus, dando assim uma resposta à iniciativa divina (1 Jo 1.1). Se permanecermos em comunhão com Jesus e “suas palavras permanecerem em nós”, receberemos tudo o que em seu nome convém pedir (Jo 15.7-8). Se queremos saber se Cristo está em nós, cabe verificar se Suas palavras desempenham um papel efetivo e afetivo em nossa vida. O Senhor pois espera que produzamos muitos frutos, porque somente deste modo mostramos que somos verdadeiros discípulos de Jesus.

1.3. Discipuladores confiáveis
Quem não é confiável um dia será exposto e todos conhecerão sua má índole [Lc 8.17]. Foi o que aconteceu com Diótrefes, que se recusava a se submeter à liderança do apóstolo e suas atitudes estavam causando uma influência prejudicial ao desenvolvimento da igreja. Gaio e Demétrio tinham boa reputação e foram reconhecidos pela lealdade e pela verdade [3 Jo 5. 12].

Comentários Adicionais
Devemos ser confiáveis porque Deus também é confiável (Mt 25.21). Cremos que cada discípulo deve ser alguém confiável, que seja conhecedor das Escrituras e modelo para o discípulo. A confiabilidade é um traço de caráter valioso que também reflete a honestidade, fidelidade e responsabilidade de uma pessoa. Gaio e Demétrio são apresentados e reconhecidos como cristãos confiáveis e fiéis (3 Jo 3.6, 12), enquanto Diótrefes era o oposto. Ser confiável é a qualidade que permite que alguém possa contar com você. Pessoas confiáveis são capazes de recusar qualquer tarefa se souberem que não serão capazes de realizá-la. Boaz é um exemplo de confiabilidade. Quando Rute pede a Boaz que seja seu resgatador, ele concorda em assumir essa responsabilidade, desde que possa fazê-lo legalmente: "... eu o farei, tão certo como vive o Senhor" (Rt 3.13). Naquela mesma manhã, Rute conta a sua sogra, Noemi, o que aconteceu. O conselho de Noemi foi: "Espere, minha filha, até que você saiba em que darão as coisas, porque aquele homem não descansará enquanto não resolver este caso, ainda hoje" (Rt 3.18). Boaz era um homem de confiança; ele cumpria o que prometia. Pessoas confiáveis cumprem suas promessas, mesmo que isso lhes custe. A confiabilidade foi ordenada na Lei de Deus para Israel: "Quando um homem fizer um voto ao Senhor ou juramento para obrigar-se a alguma abstinência, não violará a sua palavra, mas fará segundo tudo o que prometeu" (Nm 30.2). Pessoas de confiança são aquelas que seguem o conhecido ditado: "Minha palavra é minha obrigação". Tiago 5.12 nos lembra que não é necessário que juremos para que acreditem em nós. Nosso simples sim ou não deve valer como ouro para quem o recebe (Mt 5.37). Nunca a igreja foi tão numerosa como na atualidade. Mas, infelizmente a identidade de um discípulo vem se perdendo ao longo dos anos.

2. APASCENTAR O REBANHO
Pedro foi chamado por Jesus para uma tarefa muito especial: apascentar Suas ovelhas [Jo 21.16]. Apascentar no grego é “poimaino”, uma expressão usada para indicar cuidado, provisão, conduzir, guardar. O dever de um bom discípulo de Cristo, que exerce autoridade sobre os outros, é promover o bem-estar físico e espiritual, de todos aqueles que estão submissos a esta autoridade. Diótrefes não agia assim. Ele agia como um mau discípulo que cuidava de si mesmo, o que Deus condena [Ez 34.2], em vez de cuidar das ovelhas, voluntariamente e com ânimo [1Pe 5.2], como Pedro ensina.

Comentários Adicionais
O Sumo Pastor, com uma simples frase, define perfeitamente toda a função e a responsabilidade que Deus delegou aos discipuladores que o amam de verdade. Ele diz: "Se tu me amas apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.17). Em um nível superficial de entendimento, a palavra apascentar significa cuidar, conduzir, guardar etc, mas o termo pode significar também acalmar e pacificar. Naquele momento em que Jesus diz a Pedro para ele apascentar as ovelhas, o texto, assim pode ser traduzido: "Pedro, se tu me amas, acalma e pacífica o meu rebanho." Isso foi algo tão marcante para aquele apóstolo que na sua 1ª epístola faz a seguinte recomendação a qualquer um que deseje compreender a essência do que é ser cristão: "...Busque a paz, e siga-a." (1 Pe 3.11). Uma mente calma e pacífica é uma das principais características dos verdadeiros discípulos, sejam eles membros ou líderes do rebanho, pois uma vez que estão em posição de liderança precisam ser exemplo de boas obras em todas as questões da vida (Tt 2.7), principalmente, nos dias atuais nos quais as pessoas se tornaram tão inquietas e belicosas. "...Quando depender de vós, tende paz com todos os homens." (Rm 12.18).

2.1. Ser cuidadoso
Pedro tinha a ordem de Jesus em seu coração e doutrinou os demais discípulos que exerciam o cuidado e direcionamento às ovelhas de Cristo. É dever daqueles que estão nesta função, exercer o seu chamado com o compromisso de: alimentar, proteger, guardar, defender e ensinar as ovelhas que estão sob sua responsabilidade, tendo Jesus, “o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas”, como exemplo [Jo 10.11]. Ter amor e zelo é essencial e importante para Deus [Hb 13.17].

Comentários Adicionais
O pastor é alguém que se dedica a cuidar de suas ovelhas, garantindo a saúde, a segurança e o bem-estar de cada uma delas. Ele as ajuda a encontrar comida e água e não deixa que se machuquem ou se percam. Ele conta e reconta diariamente o seu rebanho e quando descobre a ausência de uma, não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: “Tenho noventa e nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar.” Não; logo que a ovelha se transvia, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Assim, ele deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida (Lc 15.4-7). Jesus encontrou na relação entre pastor e ovelha, a melhor analogia para ensinar sobre o relacionamento da liderança no cuidado e discipulado da igreja. Como sumo pastor, Ele vela por nós e ajuda a nos proteger do perigo. Ele não desiste de nós. É por isso que as escrituras O chamam de Bom Pastor. Do mesmo modo, um bom e cuidadoso pastor protege e livra suas ovelhas dos lobos que desejam roubá-las, matá-las e destruí-las. Por isso, quando o pastor chama as suas ovelhas para entrarem no aprisco, elas ouvem, reconhecem e obedecem a sua voz (Jo 10.7-15). O chamado para liderança não é uma profissão, mas uma vocação gerada pelo Espírito Santo no coração do homem (Jo 10.12-13).

2.2. Ser voluntário
Ainda que tenha recebido o chamado de Deus para o ministério, o discípulo de Cristo precisa agir com voluntariedade, por isso Pedro os exorta a não apascentar as ovelhas por força [1Pe 5.2]. Paulo mostra que Jesus se entregou voluntariamente pelos nossos pecados [G1 1.4]. A vontade é uma atitude muito importante para Deus, porque mostra a capacidade de escolha ou não de algo. Jesus escolheu ser nosso Bom Pastor [Jo 10.11]. O desejo de Gaio e Demétrio era serem cooperadores que andam na verdade, para que os propósitos espirituais fossem alcançados. Deus respeita a vontade humana, mas deseja que vivamos segundo a Sua vontade “boa, agradável e perfeita” [Rm 12.2].

Comentários Adicionais
O apascentar não pode ser determinado pela imposição das circunstâncias, nem pela vontade dos outros, nem pela ambição humana, nem pelos caprichos do tradicionalismo (1 Pe 5.2). Antes, porém, precisa ser exercido voluntariamente, em atendimento ao nítido e inconfundível chamado de Deus. O padrão não é humano e nem negociável; tem que ser exatamente como Deus quer! Fazer algo por constrangimento é ser forçado a fazer, quando não se queria fazer; é fazer por obrigação. Isso nunca é bom para quem faz e produtivo para a missão ou tarefa ou obra a ser realizada. A tarefa de pastorear é verdadeiramente preciosa aos olhos de Deus e nobre diante dos olhos humanos; mas não é para qualquer pessoa. A obra é excelente, mas nem todos são vocacionados para realizá-la (1 Tm 3.1). Daí a probabilidade real de alguém ser constrangido ou “forçado” a realizá-la. O cristianismo é doação, é serviço, é entrega. Jesus fez tudo isso com absoluta perfeição, chegando até o fim de Sua missão. O voluntário discipulador deve assumir as responsabilidades de seu cargo, e procurar oferecer o melhor de si. Não podemos ser menos responsáveis e zelosos na obra de Deus do que aqueles que se voluntariam para instituições ou eventos seculares. Não devemos fazemos isso por obrigação, e sim, por gratidão e reconhecimento à bondade do Senhor! Servir é o resultado daquilo que você entende que recebeu da parte de Deus que, por sua vez, gera um profundo senso de gratidão e disposição (Sl 100.2).

2.3. Ter ânimo
O caráter de Diótrefes o impedia de ser um verdadeiro discípulo pronto a atender os anseios do rebanho. O ânimo é frequentemente evocado por Deus a homens, para deixá-los prontos a cumprir suas tarefas [Is 1.9]. Jesus também exortou seus discípulos para que tivessem ânimo [Jo 16.33]. Estar animado é estar confiante de que as coisas acontecerão, ainda que não sejam fáceis [Fp 1.14]. Jesus estava prestes a ser crucificado e sabia que a dúvida e o medo chegariam ao coração dos discípulos, que precisavam estar animados para continuar a obra. Gaio tinha ânimo em servir, e transmitia isso àqueles que precisavam, acolhendo-os.

Comentários Adicionais
Os que se empenham no serviço de Deus precisam mostrar ânimo e determinação no trabalho. Quando reconhecermos que estamos trabalhando para Deus, teremos uma intuição mais elevada da santidade do serviço espiritual, do que jamais tivemos. Essa intuição introduzirá vida e vigilância e perseverante energia no desempenho de cada dever. Mas, nem sempre é fácil nos manter animados. Não é mesmo? Às vezes bate um cansaço, uma tristeza que só por Deus. Além do mais, o inimigo de nossas almas, conhece nossas feridas e sabe onde nos atingir, onde estamos mais propícios a cair no desânimo espiritual se formos atingidos. Felizmente, nosso Senhor e Salvador veio para trazer libertação das amarras do pecado e por pior que sejam as tribulações, Ele está conosco. Ele não desiste quando as coisas não vão bem. A esse respeito disse Jesus: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Sabemos que vivemos em uma constante batalha espiritual, por isso, devemos nos fortalecer e revestir-se espiritualmente (Ef 6.10-16; Is 40.31; 2 Ts 2.16-17; 3.3; Fp 4.7; Mt 11.28). Quem tem ânimo vence o marasmo. A Bíblia tem inúmeros exemplos de homens que tiveram ânimo em momentos de adversidade e alcançaram a promessa. Jesus é o maior exemplo (Jo 16.33).

3. SERVIR DE EXEMPLO
Um discípulo dominado pelo sentimento de insegurança não é um bom exemplo. Diótrefes escondia sua fraqueza agindo com forte domínio sobre os irmãos daquela igreja local, o que Pedro claramente condena em sua carta. Para ser exemplo, um bom discípulo tem de cumprir os critérios elencados pelo apóstolo, entre os quais o cuidado, a vontade e o ânimo.

Comentários Adicionais
O apóstolo Pedro destaca em sua 1ª epístola que quem exerce liderança não pode e nem deve agir como dominadores, mas deve tornar-se exemplos do rebanho (1 Pe 5.3). O pastor cuida de ovelhas do Supremo Pastor. Ele é um mero mordomo do Senhor. Infelizmente hoje muitos líderes se esquecem do porquê foram chamados pelo Senhor. Quando Deus nos chama, é com o objetivo de glorificar a Ele e não a nós mesmos. Quando qualquer pastor passa a buscar dominar sobre o rebanho, ele está procurando uma glória que não é sua e isto é um pecado grave. O grande risco e equívoco é pensar e agir como se fossem donos e não servos. Aquele que apascenta não é dono do rebanho e o rebanho aqui não é de animais, mas gente. Gente salva por Cristo, com todo o direito de pensar e agir. Gente que não precisa ser dominada, nem mentalmente manipulada, mas que precisa ser orientada. Gente que, que se não seguir as orientações dadas conforme a Palavra, colherá as consequências na sua vida (Hb 13.17). Em vez de dominar, o que se recomenda aos líderes é agir de tal forma que mais do que as palavras, suas vidas sirvam de modelo e exemplo a ser seguido pelos irmãos.

3.1. Ser livre de ganância
O termo ganância no original grego significa “avidez pelo lucro ilegítimo”. O caráter de Diótrefes estava contaminado por sua fraqueza, sede de poder, egoísmo, maldade, rebeldia, desrespeito às autoridades eclesiásticas e ganância. Ele queria tirar proveito da obra de Deus, colocando-se como prioridade em tudo, agindo contrariamente ao que Jesus ensinou que quem quiser ser o primeiro, deverá antes ser o último [Mc 9.35]. Pedro exorta àqueles que são chamados para servir na igreja a se protegerem contra todos os tipos de ganância e egoísmo. Essa foi a marca ministerial de Judas, que o levou a perder seu ministério e sua própria vida [Mt 27.5].

Comentários Adicionais
Outro fato que o apóstolo Pedro destaca em sua 1ª epístola é que jamais devemos exercer o pastoreio por sórdida ganância, ou seja, daquele jeito sujo, nojento de se obter alguma vantagem financeira do rebanho de Deus se aproveitando do ofício (1 Pe 5.2b). Pedro, inspirado pelo Espírito Santo prescreve aqui algo que na história da igreja tem sido uma lamentável realidade, principalmente, neste últimos tempos, quando falsos pastores, verdadeiros mercenários, estelionatários da fé, mercadejadores da Palavra de Deus, têm enriquecido manipulando e despojando aquelas ovelhas ingênuas do Senhor. O apóstolo Paulo insere este aspecto na qualificação de presbíteros quando escreve: “… não cobiçoso de torpe ganância…” (1 Tm 3.3; Tt 1.7) e, também, na qualificação dos diáconos: “… não cobiçosos de sórdida ganância…” (1 Tm 3.8). Na ocasião já havia indícios de que isso seria problema para a igreja (Tt 1.10-12). Ao contrário disso, o apelo do apóstolo é que o pastoreio seja exercido de boa vontade, sem exigir nada em troca.

3.2. Prestar contas
Diótrefes não prestava contas de seu ministério a seu líder, o apóstolo João. Aliás, nem o recebia [3 jo 9]. Ele tinha um espírito independente, esquecendo-se de que o reino de Deus funciona sob o princípio da hierarquia [Tt 3.1]. Quem viola a hierarquia viola a disciplina, igualmente exigida por Deus [Pv 1.7]. Diótrefes deveria reconhecer e honrar aquele que estava presidindo sobre ele [1Ts 5.12]. Deus designou líderes para a igreja e líderes sobre líderes [At 14.23], que devem ser respeitados.

Comentários Adicionais
No cristianismo, hierarquia e ordem são conceitos fundamentais. A hierarquia refere-se à organização de autoridade e responsabilidades em diferentes níveis, enquanto a ordem envolve a disposição adequada de coisas e pessoas em conformidade com princípios divinos. Ambos são considerados importantes para promover uma vida ordenada e justa, tanto na sociedade como na igreja. A Bíblia enfatiza a importância de vivermos em obediência a Deus e em respeito às autoridades estabelecidas por Ele, para que possamos experimentar uma vida plena e equilibrada em Cristo. “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (Hb 13.17). Assim como Diótrefes, aumenta a cada dia o número de cristãos que não se sujeitam aos seus líderes e ainda pensam que estão certos. Não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. Infelizmente, ao longo de toda história bíblica, vemos episódios de pessoas amaldiçoadas, banidas, rejeitadas e mortas em razão da desobediência às autoridades constituídas por Deus (Nm 16.1-32). A hierarquia foi instituída por Deus desde a criação, este é um princípio também existente no céu. Foi estabelecida para o nosso bem, para que haja ordem e respeito nas relações interpessoais entre os participantes de uma instituição, organização ou sociedade. Assim, todos aqueles que distorcem a harmonia do princípio de hierarquia são responsáveis por conturbações, motins, corrupções e conflitos.

3.3. Receber a coroa da glória
Há recompensa para os verdadeiros discípulos que honram seus chamados. Pedro encerra sua palavra dizendo: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” [1 Pe 5.4]. O cuidado, a fidelidade, o espírito voluntário no exercício do ministério cristão, o sincero interesse em ser uma influência saudável e edificante aos que estão diante de nós não passam desapercebido pelo Sumo Pastor. E, então, quando Cristo se manifestar, haverá recompensa pelos esforços em benefício do rebanho de Deus. Este cuidado com vidas que pertencem ao Senhor, nos remete a Mateus 24.45-51 a parábola que trata do servo que é constituído pelo Senhor para cuidar dos conservos. É preciso sermos servos fiéis e prudentes. Breve o Senhor virá.

Comentários Adicionais
Aos pastores que cuidarem bem do seu rebanho, não por constrangimento, mas por boa vontade; não por ganho desonesto, mas com desejo de servir; e não como dominadores, mas se tornando exemplo do rebanho, estes serão grandemente recompensados. Pois o Supremo Pastor, aquele que os comissionou, se encontrará com estes homens dos quais este mundo não era digno para entregar pessoalmente o prêmio. Aqueles homens viviam por causa de Cristo, e saber que o próprio Cristo iria ao encontro deles para dizer: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!” (Mt 25.21). Jesus Cristo é a razão última pela qual fazemos todas as coisas. Ele é o Senhor Cósmico do Universo, o dono de nossas vidas, a razão do nosso ser e do nosso respirar, e um dia nos encontraremos com Ele. Naquele dia, quando Ele se manifestar, nós receberemos uma coroa de glória que não murcha.

CONCLUSÃO
Precisamos ser servos fiéis e prudentes no exercício do ministério, tendo cuidado para não agirmos com ganância e como dominadores dos demais irmãos, pois o Senhor da Igreja não está indiferente em relação às ações e motivações para com o Seu rebanho. Breve Jesus voltará.

Comentários Adicionais
Os líderes cristãos devem servir a Deus fielmente, lembrando-se sempre de que o que Ele tem preparado para nós é imensurável. Jesus deixou isso bem claro para Pedro em Mateus 19.27-29. O obreiro do Senhor deve completar a sua carreira, correr em busca de um prêmio que não murcha, não em busca de lucro desonesto, poder ou aplausos, todas essas coisas perecerão, mas de uma coroa que não perece, pois é eterna.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 129. Lição 08 – O verdadeiro discípulo: Servo cuidadoso, exemplar e fiel ao sumo pastor.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel. 1ª Edição, 2014.

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COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Pr. Osmar Emídio de Sousa. Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; bacharel em Teologia Pastoral, pela FATAD (Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília).

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