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Comentários Adicionais (Dc Carlos Cezar)

 

ORDENANÇA QUANTO À CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA

Lição 04 – 28 de abril de 2024

 

TEXTO ÁUREO

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” 

2Coríntios 9.7

 

VERDADE APLICADA

Dizimar e ofertar são ações norteadas, não pela ideia de troca ou barganha, mas por princípios de adoração, gratidão, mordomia e fidelidade ao Senhor.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Explicar que há base bíblica para os dízimos e as ofertas.

Mostrar a importância dos dízimos e ofertas.

Falar sobre os cuidados com o orçamento.

 

TEXTO REFERÊNCIA

MALAQUIAS 3

10- Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11- E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo vos não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.

 

2CORÍNTIOS 9

6- E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.

 

INTRODUÇÃO

É fundamental que o discípulo de Cristo tenha sempre em mente os princípios bíblicos que devem nortear a utilização, com foco nos dízimos e nas ofertas, dos recursos financeiros que Deus permite que estejam conosco: mordomia, gratidão, senhorio de Deus, fidelidade, adoração, responsabilidade, entre outros, pois tudo pertence ao Senhor [Gn 14.19; Sl 24.1; Rm 11.36]. 

Comentário adicional:

    Nesta lição, vamos aprender sobre os princípios bíblicos que nos ensinam que devemos dizimar e ofertar na casa do Senhor. Nós, cristãos, vamos entender que aqui somos apenas mordomos daquilo que Deus colocou em nossas mãos. Precisamos utilizar os nossos recursos com responsabilidade e gratidão ao Senhor, pois afinal tudo é Dele. 'Minha é a prata, e meu é o ouro', disse o Senhor dos Exércitos (Ageu 2.8). Em Romanos 2.6, diz que Deus recompensará cada um de acordo com as suas obras.

 

1- TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS À CASA DO TESOURO

    O termo dízimo, do hebraico “ma’aser ou ma’asar (no plural) e no feminino ma’ asrah”, tem o sentido de décima parte. Dízimo: a décima parte de algo; contribuição dada pelos fiéis à igreja. Deus promete prosperidade: estado ou qualidade do que é próspero, ou seja, bem-sucedido, feliz a quem for fiel. Dízimo não é barganha, também ninguém é coagido a entregá-lo; é uma questão de fé e de consciência cristã, de que tudo pertence a Deus e somos apenas mordomos.

Comentário adicional:

    A prática de entregar o dízimo é anterior à Lei Mosaica e já era praticada por povos pagãos, mas foi regulamentada por Moisés, que recebeu orientação do próprio Deus (Lv 27.30). O dízimo significa a décima parte de tudo o que a pessoa recebe, ou seja, dez por cento; na época, incluía animais, cereais e também objetos valiosos. Vemos no início dos tempos que Abel entregou as primícias de seu trabalho ao Senhor (Gn 4.4) e que Abraão deu dízimos de seus despojos ao sacerdote e rei Melquisedeque (Gn 14.17-20). Enfim, o dízimo não é um mandamento novo e faz parte dos compromissos de todos os cristãos, que devem entregar parte daquilo que Deus lhes confiou à casa do Senhor, a fim de manter a obra Dele aqui na terra. Deus não precisa de dinheiro, mas Sua obra aqui na terra sim. Como fiéis mordomos, devemos abençoar Sua obra com alegria e gratidão, não esperando nada em troca, mas porque Ele já nos tem abençoado.

1.1. Origem do dízimo. 

    O dízimo é princípio bíblico, um mandamento estabelecido com promessas, é a devolução de parte dos ganhos ou bens ao Senhor, incluindo dinheiro ou produtos [Pv 3.9]. A lei mosaica não criou as práticas do dízimo, mas apenas regulamentou, porque o dízimo, na Bíblia, vem do período patriarcal. A primeira menção de dízimo na Bíblia está registrada no livro de Gênesis, capítulo quatorze, referindo-se a uma atitude voluntária do patriarca Abraão, que deu o dízimo de todo o despojo que levara do oponente a um sacerdote de nome Melquisedeque [Gn 14.18- 20]. Jacó, neto de Abraão, também se comprometeu voluntariamente a dar dízimos [Gn 28.22].

Comentário adicional:

    Como já vimos, o dízimo é anterior à Lei Mosaica, e os patriarcas já tinham essa prática de devolver parte daquilo que Deus lhes entregava, o que também era costume de outros povos contribuírem com suas religiões pagãs. Mas será na Lei Mosaica que Deus vai formalizar e garantir bênçãos sobre a vida de todos os hebreus que contribuírem para Sua obra. 'Portanto, não pensem: "A minha força e o poder do meu braço me conseguiram estas riquezas". Pelo contrário, lembrem-se do Senhor, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu aos pais de vocês, como hoje se vê' (Deuteronômio 8.17-18). Nesse texto, Deus afirma que não é por sua própria força que o povo adquirirá riquezas, mas é Ele quem derramará Suas bênçãos sobre os fiéis dizimistas.

1.2. O dízimo é a maior doutrina da prosperidade. 

    Quem entrega os dízimos e as ofertas alçadas não precisa se preocupar com a doutrina da prosperidade, hoje tão pregada nas igrejas. Você já está fazendo a sua parte. Deus é fiel e cumprirá o que prometeu: derramar bênçãos sem medida. A bênção do Senhor é concedida para quem é fiel com a Sua obra. Você não colocará os seus recursos em sacos furados [Ag 1.6). Deus, através do profeta Ageu, repreende o povo de Israel: “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos. ” [Ag 1.4- 5]. Se não, nada dará certo. Será servo do dinheiro [Ag 1.6], será amante do dinheiro [1Tm 6.10], será escravo do dinheiro [Pv 12.9].

Comentário adicional:

    Neste tópico, vou tentar esclarecer o conceito de prosperidade de acordo com o princípio Bíblico. No mundo, a ideia de prosperidade é ter muito dinheiro, andar em carros de luxo, ter roupas caras, morar em uma casa luxuosa e viajar pelo mundo frequentando os melhores lugares. Para os cristãos, ter prosperidade é não mendigar o pão, não padecer necessidade e ter o suficiente para uma vida digna. Prosperidade é trabalhar e viver com contentamento, sendo gratos por aquilo que Deus nos tem concedido. É viver de acordo com os planos de Deus para a nossa vida e dentro dos propósitos Dele. Assim, se Jesus for o Senhor de nossa vida, não teremos problema em entregar o dízimo porque cremos que Ele suprirá as nossas necessidades. Faremos isso porque cremos que Ele é fiel à Sua Palavra e nos abençoará. 'Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares' (Provérbios 3.9-10). Se formos fiéis e devolvermos o que é do Senhor, Ele é fiel e cumprirá as suas promessas, derramando muitas bênçãos sobre as nossas vidas, e nunca seremos desamparados.

1.3. A confirmação do dízimo e das ofertas por Jesus. 

    Jesus repreendeu os escribas e fariseus por acharem que o dízimo era a salvação. Ao esclarecer o mais importante, Ele disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. ” [Mt 23.23]. Ele prestou atenção nas ofertas dadas no templo, ao ponto de ver uma viúva que só tinha duas pequenas moedas depositar no gazofilácio. Uma lição de vida em que Jesus deixa claro de como Deus vê nossas contribuições e donativos; a nossa oferta não é avaliada segundo o montante, mas pela quantidade de sacrifício nela envolvido (Lc 21.1-4].

Comentário Adicional:

    "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas" (Mateus 23.23). Nessa passagem bíblica, vemos Jesus Cristo censurando os fariseus por sua hipocrisia. Por serem fiéis nos dízimos, achavam que estava tudo bem, mas lhes faltava misericórdia, não davam valor ao juízo e à fé. Eles não passavam de religiosos e faziam tudo para aparecer. Nisso vemos que Cristo não aboliu os dízimos; pelo contrário, veio cumprir toda a lei e é categórico ao afirmar que deveriam entregar o dízimo, pois estava na lei, mas não deveriam desprezar outros mandamentos mais importantes. "Uns dão com generosidade e têm cada vez mais; outros retêm mais do que é justo e acabam na pobreza. A pessoa generosa prosperará, e quem dá de beber terá a sua sede saciada" (Provérbios 11.24-25). Vemos no Antigo e no Novo Testamento ensinamentos de Deus incentivando Seus filhos a serem generosos, a darem com alegria voluntariamente, com gratidão ao Senhor. Deus não precisa de recursos, mas Sua obra sim, depende de nossa contribuição. "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2 Coríntios 9.7).

2- DÍZIMO E OFERTAS: UMA RICA SEMEADURA

    O local de entregar o dízimo é bem claro na Bíblia: a casa do tesouro [MI 3.10]. Tem muita gente querendo administrar o seu próprio dízimo, repartindo e dando aos pobres ou às pessoas necessitadas, isso se chama generosidade e não dízimo (Rm 12.8; 1Co 16.1, 14].

Comentário adicional:

    Conforme sabemos, o dízimo é uma ordenança de Deus (Levítico 27.30) e é consagrado ao Senhor, instituído para que Seus filhos cumpram com Sua obra aqui na terra. Para manter o templo, sustentar aqueles que trabalham na casa do Senhor e realizar outras obras necessárias, são necessários recursos, e os membros devem contribuir. Cabe à liderança investir responsavelmente os valores entregues; eles terão um dia de prestar contas de cada centavo que receberam. Na Bíblia, consta que aqueles que trabalham para a obra de Deus têm o direito de ser sustentados pela igreja, pois, como afirma o apóstolo Paulo na 1ª Epístola a Timóteo 5.18, 'o trabalhador é digno do seu salário'.

 2.1. Adorando a Deus com os nossos recursos. 

    Deus tem promessas aos que não são avarentos, egoístas e gananciosos. Deus diz através do profeta Malaquias que será repreendido o devorador, gafanhoto [Ml 3.11]. Virá com abastança, fartura [MI 3.10]. Terá celeiros abundantes [2Co 9.8; Pv 3.9-10]. Prosperará [Pv 11.24-26]. Ο campo não será estéril [Ml 3.11]. Paulo escreve que os beneficiados pelas ofertas intercederão em oração pelos ofertantes [2Co 9.14]. Servirá de exemplo para os demais [Lc 21.1-4]. Jesus disse: “Mas bem-aventurada coisa é dar do que receber” [At 20.35].

Comentário adicional:

    Como podemos ver em vários versículos citados neste tópico, Deus promete bênçãos àqueles que devolvem seus dízimos ao Senhor com alegria. Em Suas Escrituras, existem muitas promessas para os que são fiéis. Por isso, entregar os dízimos expressa nossa gratidão a Deus e nos lembra que tudo o que temos foi dado por Ele. Quando devolvemos nossos dízimos, estamos honrando a Deus e afirmando que Ele é o Senhor de nossas vidas, que o amamos mais do que o dinheiro, e nosso coração está voltado para Ele, obedecendo aos seus mandamentos. Como Ele é fiel, nos honrará com prosperidade. Assim, como dizimar é também um ato de adoração, devemos entregar primeiramente a Ele nossa contribuição financeira. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra" (2 Coríntios 9.8).

2.2. Deus tem compromisso com quem tem compromisso com Ele.

    Deus se compromete com quem se compromete com Ele. Pode fazer prova; não é fazer chantagem, nem colocar Deus na parede, não é negociação [Ml 3.10; 2Co 9.8]. O crente precisa entender que, mesmo entregando o dízimo e dando ofertas na casa de Deus, vêm os momentos de sequidão, mas com certeza Deus garante a vitória àqueles que se mantiverem com fidelidade. A promessa de Jesus é essa: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão” [Lc 6.38a].

Comentário adicional:

    Irmãos, em várias passagens bíblicas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, temos várias promessas para aqueles que são fiéis em seus dízimos. 'O melhor de todos os primeiros frutos de toda espécie e toda oferta de toda espécie serão dos sacerdotes. Também a primeira parte do cereal moído vocês darão aos sacerdotes, para que façam repousar a bênção sobre a casa de vocês' (Ezequiel 44.30 - NAA). Todos os grandes homens citados na Bíblia eram fiéis em suas contribuições para com Deus e, apesar das tribulações que passaram em vários momentos da vida, no final sempre foram recompensados. Por isso, devemos ter compromisso com a obra Dele e devolvermos com alegria, sem cobranças ou esperando nada em troca, mas crendo que Ele é justo e irá nos abençoar conforme a nossa fé e necessidade. 'Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria' (2 Coríntios 9.6-7). Podemos ver nas passagens bíblicas que entregar os dízimos e ofertas é também um ato de adoração ao Senhor. Portanto, aqueles que têm compromisso com a obra de Deus nunca serão abandonados, porque o Senhor os recompensará. Podemos passar por dificuldades nesta vida, pois o sofrimento faz parte do crescimento cristão, mas no final o fiel sairá vitorioso.

 

2.3. Quem semeia muito, muito ceifará. 

    Paulo diz: “Quem semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” [2Co 9.6]. Deus é fiel. Ele multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça [2Co 9.10]. Não contribua colocando Deus na parede, não o faça com tristeza, com pesar, reclamando, murmurando, Deus não aceitará a sua oferta. O servo será chamado de bom e fiel, quando mesmo no pouco ele for fiel, então terá a promessa de ser colocado sobre o muito [Mt 25.21). Aqui está falando que Deus conhece as suas possibilidades e o tamanho dos seus celeiros. Ele não está exigindo nada que você não possa fazer. É de acordo com o tamanho das suas forças.

Comentário adicional:

    Irmãos, precisamos aprender que tanto as nossas orações quanto as nossas contribuições são atos espirituais; Deus não se esquece do que fazemos aqui na terra em prol da Sua obra. Em Atos 10.4, o anjo do Senhor, ao aparecer ao centurião Cornélio, diz-lhe que as suas orações e esmolas subiram em memória diante de Deus. Ou seja, tudo o que ele estava fazendo estava sendo devidamente registrado. Da mesma forma, em Malaquias 3.16, está escrito que há um memorial diante de Deus para aqueles que O temem e se lembram Dele.        Lembrar de Deus é adorá-Lo e cumprir a Sua Palavra. Assim, todos nós, cristãos, devemos contribuir com alegria de acordo com as nossas posses, com alegria e responsabilidade para a obra de Deus. Como já foi dito, Ele é fiel e honrará a nossa fé e obediência; tudo está registrado diante Dele. Pois Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis" (Hebreus 6.10).

3- OS CUIDADOS NECESSÁRIOS COM O ORÇAMENTO

    Todos nós precisamos ter um orçamento mensal, tudo aquilo que entra e sai em matéria de recursos financeiros, quanto ganhamos e quanto gastamos, a conta tem que fechar no final do mês. Se possível, precisamos ainda de uma reserva ou uma poupança pequena para alguma surpresa inesperada.

Comentário adicional:

    Os planos daquele que é diligente conduzem à fartura, mas a pressa excessiva leva à pobreza" (Provérbios 21.5 – NAA). Neste versículo de Provérbios, fica claro que todos nós precisamos administrar bem os nossos recursos, gastando de acordo com as nossas posses.     Devemos ser moderados nos gastos, poupar e estabelecer prioridades, analisando tudo com muito cuidado. E é claro, precisamos deixar a preguiça de lado e trabalhar; não podemos ser ociosos. Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão" (2 Tessalonicenses 3.11-12).

3.1. A administração do nosso orçamento é de responsabilidade nossa. 

    O orçamento é seu, se você gasta mais do que ganha, o problema não é de Deus. Faça economia, não gaste com aquilo que não é pão, ou seja, com coisas desonestas, não gaste com supérfluos ou coisas que jamais vai usar ou precisar, corra das promoções onde se compra as coisas até sem precisão, só porque está barato. Infelizmente não controlamos as nossas finanças e depois reclamamos que o dinheiro não dá para nada e ainda murmuramos por ser dizimistas fiéis na casa de Deus. Quando o membro é dizimista fiel e vive em dificuldade financeira, não é culpa de Deus e sim da falta de planejamento dos seus recursos.

Comentário adicional:

    Conforme já mencionado, precisamos ser moderados em nossos gastos e planejar nossas finanças de acordo com nossas posses. Vivemos em uma época de consumismo e materialismo, onde as pessoas buscam status querendo estar na moda. O cristão precisa se afastar dessas coisas. Como disse o apóstolo Paulo: 'Não digo isto por causa de necessidade, pois aprendi a contentar-me com o que tenho' (Filipenses 4.11). Muitas vezes enfrentamos dificuldades financeiras porque não estamos satisfeitos com o que Deus nos deu e desejamos possuir além de nossas possibilidades. Além disso, hoje em dia é muito fácil contrair dívidas, seja através de crediários, cartões de crédito ou empréstimos bancários.     O mercado nos induz a comprar coisas que muitas vezes não precisamos ou têm pouca utilidade. Portanto, antes de comprar, devemos refletir se realmente precisamos daquilo, buscar orientação de Deus e evitar compras impulsivas motivadas pela emoção. 'O rico domina sobre os pobres; e quem toma emprestado é servo do que empresta' (Provérbios 22.7). Vivemos em um país onde os juros são altos, e quem toma empréstimo paga um preço elevado, muitas vezes dobrando o valor original do objeto; imagine pagar tanto por algo que não é essencial. Além disso, é prudente poupar um pouco para emergências futuras (Provérbios 30.25). Como diz o apóstolo Paulo em 1 Timóteo 6.7-8: 'Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes'.

3.2. A administração dos recursos da casa do tesouro é de responsabilidade de quem a governa. 

    Se os administradores não derem uma destinação justa para os recursos, o problema não é seu, é deles. Deus é quem trata com os maus administradores, com aqueles que usam de má-fé e vivem regaladamente às custas dos fiéis; com aqueles que ficam ricos na exploração dos fiéis, que deixam as ovelhas em estado de penúria, comem a gordura, se vestem da lã e degolam o cevado [Ez 34.3]. Aquele que for negligente ou desonesto com o dinheiro da igreja, será tido como servo mau e infiel, as consequências serão desastrosas.

Comentário adicional:

    Hoje, devido à realidade em que estamos vivendo, é muito comum ouvir de alguns irmãos que não devolvem ou administram o dízimo porque não confiam nas lideranças. Precisamos entender que nossa obrigação como cristãos é fazer a nossa parte, crendo que Deus é justo e que nos abençoará e recompensará por nossa fidelidade. Lembremos que aqueles que devem administrar os dízimos são aqueles que Deus constituiu para isso, e eles certamente prestarão contas de tudo o que chegou às suas mãos.

    Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas (Ezequiel 34.2-3).

    Assim como Deus vê nossa voluntariedade em devolver os dízimos e contribuir com nossas ofertas, Ele também observa tudo o que os maus administradores estão fazendo. Se muitos pastores de hoje estão se enriquecendo com as contribuições dos fiéis, ai deles que fazem essas coisas, pois pagarão um preço muito alto. O dinheiro que acumularam não comprará sua salvação. Em 1 Timóteo 6:9, está escrito que aqueles que buscam enriquecer caem em tentação e se envolvem em muitas coisas nocivas, resultando em ruína e perdição terríveis. Assim será para aqueles que se enriquecem com nossos dízimos e ofertas, produzindo escândalos e desviando muitos da fé em Cristo.

3.3. Faça a sua parte, cumpra o seu dever com fidelidade.

    a) Faça a sua parte, cumpra o seu dever, o Senhor se encarrega da parte dEle; b) Dízimo também é uma questão de consciência, como eu vou deixar os meus irmãos pagarem sozinhos a manutenção da igreja que eu congrego e gasto também os utensílios. Quem frequenta a igreja é justo ajudar na sua manutenção; c) O dízimo também pode envolver primícias do tempo, da colheita, dos animais, mas hoje a nossa relação de troca é o dinheiro, que é a nossa base de pagamento de despesas.

Comentário adicional:

    Honra ao Senhor com os teus bens e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares" (Provérbios 3.9-10).Como temos estudado ao longo desta lição, Deus promete abençoar todos aqueles que são fiéis em suas contribuições. Nos tempos modernos, tudo é feito com base no dinheiro, desde os gastos da igreja até as contas a serem pagas, os funcionários e a prebenda dos pastores, além das contribuições para ajudar aqueles que necessitam. Por isso, devemos ter a consciência de que quando contribuímos, estamos mantendo a obra do Senhor funcionando para abençoar todos os que frequentam o templo, sejam membros, visitantes ou aqueles que ainda não conhecem o caminho da salvação. Manter a igreja funcionando adequadamente é responsabilidade de todos os membros. "Porque a administração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto que, na prova desta administração, glorificam a Deus pela vossa submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade dos vossos dons para com eles e para com todos" (2 Coríntios 9.12-13).

CONCLUSÃO

    Que o Espírito Santo nos ajude a termos sempre em mente a relevância da sabedoria, consciência bíblica, fidelidade, gratidão, alegria, participação e regularidade nas ações de dizimar e ofertar na igreja local, para a manutenção das atividades evangelísticas e a glória de Deus. Atendemos também na graça da contribuição [2Co 8.7].

Comentário Adicional:

    Aprendemos nesta Lição sobre a importância de nossa fidelidade financeira para a manutenção da obra de Deus, e que Ele recompensa nossa liberalidade derramando muitas bênçãos sobre nossas vidas. Quando contribuímos para a manutenção da igreja, estamos contribuindo para a salvação de mais pessoas e também demonstrando que amamos mais a Deus do que o nosso dinheiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ø Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada (NAA) – Edição Revista e Atualizada 2017;

Ø Revista Betel Dominical, adultos, 2º Trimestre de 2024, ano 34, nº 131. ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrinas fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão com Deus. Lição 4: Ordenança quanto à contribuição financeira.

 

LINKS PESQUISADOS:

https://www.ccibbrasil.com.br/estudo-30/

https://www.respostas.com.br/dizimo-no-novo-testamento/

https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/financas-planejamento-e-controle/

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LIÇÃO 3 – ORDENANÇA PARA CONGREGAR E PRESTAR CULTO RACIONAL 

Domingo 21 de abril de 2024

 
TEXTO ÁUREO

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” Romanos 12.1

 VERDADE APLICADA

Uma característica marcante do nascido de novo é o desejo de estar reunido com o povo de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMOS 84

3- Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.

4- Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.

10- Porque vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.

HEBREUS 10

25- Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.


Introdução

1- Não deixando de congregar

2- Não perdendo o desejo de congregar

3- Oferecendo um Culto Racional

ESBOÇO DA LIÇÃO

A falta de conhecimento tem matado muitos crentes (Os 4.6), precisamos conhecer a vontade do Nosso Pai, Seus propósitos e obedecer à Sua Palavra.

Essa lição traz a ordenança para congregar e prestar culto a Deus, portanto precisamos entender a necessidade de congregar com nossos irmãos, sendo igreja e corpo de Cristo e juntos, em comunhão prestarmos um culto racional, consciente a Deus.

O apóstolo Paulo escrevendo aos santos que vivem em Éfeso traz discernimento à nossa consciência de que agora somos membros da família de Deus, edificados sobre a pedra angular que é Cristo, somos um edifício que bem ajustado (em comunhão), cresce para ser um santuário dedicado ao Senhor, Nele somos edificados, juntos com os outros (em comunhão), para sermos morada de Deus no Espírito (Ef 2. 19 – 21). Esse verso engloba, ao meu ver a ordenança de congregar, pois é à partir desse ato de ajuntamento que podemos usufruir da comunhão (obra do Espírito Santo em nós) e juntos nos tornamos um santuário para morada de Deus.

Precisamos ter entendimento de que somos santuário de Deus (I Co 3.16,17; 6. 19; II Co 6.16); somos membros uns dos outros (I Co 12.27) somos a unidade do Corpo de Cristo, precisamos cooperar em favor uns dos outros.

Enfim, o Corpo de Cristo que é a Igreja precisa se articular, se ajustar, cooperar e edificar uns aos outros e isso ocorre exatamente no contexto de congregar (nos conectar) que produz a comunhão (interação, troca).

1- NÃO DEIXANDO DE CONGREGAR

1.1 O que significa igreja e a sua missão.

1.2 O que significa igreja e a sua missão.

1.3 Como é bom e agradável que os irmãos vivam em união.

A palavra hebraica, usada com referência à congregação de Israel é qahal,. A expressão “congregação” na nova aliança aplica-se, no seu sentido mais amplo, ao corpo de Cristo, igreja. Mas o que significa congregar segundo a Bíblia? Congregar é uma forma de compartilhar o testemunho cristão aperfeiçoando-nos mutuamente.

Assim, o significado bíblico de congregar é muito mais do que simplesmente uma reunião em um local físico, significa reunir-se, ajuntar-se com outros fiéis e irmãos da comunidade cristã com o intuito a motivação de prestar culto a Deus, estudar a Bíblia, compartilhar experiências de fé, fortalecer e edificar uns aos outros em Cristo. É principalmente no ambiente da igreja que recebemos o alimento espiritual e, precisamos desse alimento para nos mantermos de pé e crescermos espiritualmente.

A Bíblia é clara em sua mensagem sobre a importância da comunhão cristã, o ato de congregar é uma das principais formas de vivenciar essa comunhão que é um elemento essencial para o fortalecimento da nossa fé e, “O justo viverá pela fé” (Hb 10.38; Rm 1.17; Gl 3.11).

Em Provérbios 27:17, está escrito: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro”. Ou seja, ao convivermos com outros cristãos, somos incentivados a buscar uma vida mais próxima de Deus e a crescer em nossa fé.

A comunhão também é importante para a prática do amor cristão. Em 1 João 4:20-21, está escrito: “Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão”.

2- NÃO PERDENDO O DESEJO DE CONGREGAR

2.1. Consequências ao deixar de congregar.

2.2. Por que alguns abandonam a igreja?

2.3. Aprendendo com o exemplo de Jesus.  

Congregar implica em reunir-se com outros cristãos, somo advertidos pela Palavra que não devemos viver nossa fé isoladamente, esse não é o projeto de Deus, Seu projeto é uma família, é vivermos nossa fé em comunidade e comunhão.

Na oração que Cristo nos ensina, essa necessidade de comunhão fica muito clara pois a oração é dirigida ao “Pai Nosso” (não é meu pai, é Nosso Pai), Cristo se entregou por nós, ele abriu mão do ”seu Eu, da sua posição” para que surgisse o “Nosso Pai, nossa família”. Se observarmos com atenção, o movimento de Deus na Palavra sempre foi, desde o princípio, no sentido da coletividade, da comunidade, do ajuntamento, da nação, do povo, da família; o projeto de Deus sempre foi progressivo no sentido de estabelecer comunhão à humanidade – “Deus faz que o solitário viva em família...” (Sl 68.6).

O livro de Hebreus, capítulo 10, versículo 25, diz: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. Ora, quando nos isolamos e deixamos de nos reunir com os irmãos como a família de Deus estamos tomando um rumo totalmente contrário à vontade e plano de Deus já que todo cristão precisa congregar, pois, só existe crescimento e vida na comunhão.

A Bíblia nos ensina que não devemos abandonar a congregação dos santos e que, juntos, podemos encorajar uns aos outros a perseverar na caminhada cristã. Além disso, congregar é uma oportunidade de edificação mútua. Quando nos reunimos com outros cristãos, podemos compartilhar nossas experiências de vida e nossas lutas espirituais. Podemos aprender uns com os outros e encorajar uns aos outros na caminhada da fé.

Outro aspecto importante do congregar é o culto a Deus. Quando nos reunimos em culto, podemos adorar a Deus juntos, ouvir a sua Palavra e receber a ministração dos dons espirituais. O livro de Salmos, capítulo 95, versículo 6, diz: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou”.

Assim, a comunhão nos ajuda a fortalecer nossa fé, nos mantém comprometidos com a Palavra de Deus e nos encoraja a viver uma vida dedicada a Cristo. A comunhão também nos ajuda a lembrar que somos parte de um corpo maior de cristãos, unidos por nossa fé em Jesus Cristo.

Romanos 12, verso 5, precisa fazer parte de cada um de nós: “[...] assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros”. O corpo é formado pelos membros, e estamos ligados à cabeça que é o Senhor Jesus.


3- OFERECENDO UM CULTO RACIONAL

3.1. Sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. 

3.2. Deus está à procura de verdadeiros adoradores. 

3.3. Só ao Senhor adorarás e só a Ele prestarás culto.

Culto significa adoração, veneração, dedicação. Racional se refere à razão, nossa capacidade de raciocinar. Em Romanos 12:1, isso representa nossa mente, nossos pensamentos e nossa vontade. Por isso, culto racional significa adoração que vem de nossa vontade e nosso entendimento. O culto racional é a adoração sincera a Deus, oferecida de boa vontade. Quando obedecemos a Deus de coração, oferecemos culto racional a Ele.

Romanos 12:1 marca uma mudança no assunto do livro, nos capítulos anteriores, Paulo explica sobre a salvação, nossa relação com Deus e vários outros assuntos espirituais importantes. A partir dessa passagem, o foco passa ser prático: como o cristão deve se comportar. Quando entendemos tudo que Deus é, e tudo que fez por nós, nossa resposta deve ser uma vida dedicada a Ele. Então culto racional significa adoração consciente, com amor, mas também com entendimento.

No Antigo Testamento, as regras de adoração centravam muito em ações exteriores e muitas pessoas se esqueciam que nada disso tinha valor sem um coração voltado para Deus (Romanos 9:30-32). No Novo Testamento, a adoração começa no coração, que depois se reflete na vida e nas ações exteriores.

A fé não é cega, é a certeza... é a convicção... (Hb 11.1). A Bíblia nos convida a conhecer mais, para entendermos melhor o grande amor de Deus. A fé com entendimento é mais forte, e a compreensão nos ajuda a adorar de maneira mais sincera, vencendo a dúvida. Mas o culto racional não é apenas entendimento. Culto racional implica ação. Conhecimento sem ação não tem nenhum valor (Tiago 1:22). Conhecendo a verdade, precisamos submeter nossa vida a Deus, obedecendo a Seus mandamentos e nos entregar a Ele. Isso é verdadeira adoração. Adorar a Deus com entendimento e sinceridade, através de tudo que fazemos, é nosso culto racional.

Se observarmos o culto racional segundo a Carta aos Romanos, Paulo tem em mente a própria vida do crente como um culto diário ao Senhor. Nesse caso também se reconhece que Paulo contrasta a ideia do culto espiritual sacerdotal do Antigo Testamento com a adoração dos crentes do Novo Testamento; mas ele faz isso enfocando as implicações práticas no dia a dia do cristão.

Em outras palavras, Paulo estaria falando de viver em novidade de vida; de cultuar a Deus com toda inteireza de nosso ser, adorando-o em todas as áreas de nossas vidas. Falando sobre isso, John Stott explica que o culto racional não é para ser prestado apenas nas cortes do templo ou no edifício da igreja; mas sim na vida do lar e no mercado de trabalho.

É nesse sentido também que o culto racional pode ser chamado de “culto espiritual”; em oposição ao culto cerimonial do Antigo Testamento. O culto sacerdotal levítico era marcado por uma série de ritos e formalidades. Mas agora, por meio de Jesus Cristo, os verdadeiros adoradores são aqueles que adoram ao Pai em espírito e em verdade. 

CONCLUSÃO

Ante todo o exposto, vimos a necessidade de congregar, nos reunirmos para usufruir da comunhão do corpo de Cristo como a família de Deus e, nesse ambiente de comunhão prestarmos um culto consciente ao Nosso Deus e Pai, edificando uns aos outros como santuários do Deus vivo.

Assim, podemos concluir que não congregar e prestar um culto sem sentido ou razão são incompatíveis com os filhos de Deus e são obra da carne que se traduza no egoísmo e hedonismo dos dias atuais. Aquele que assim age, precisa rever suas concepções de evangelho e da Palavra, pois somo santuário de Deus e membros uns dos outros, além disso, o Espirito Santo que habita em nós nos capacita a cooperar e edificar uns aos outros.

Professora: Emivaneide Silva

Referências

Revista Betel Dominical, adultos, 2º Trimestre de 2024, ano 34, nº 131. ORDENANÇAS BÍBLICAS – doutrinas fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão com Deus. Lição 2: Ordenança para Congregar e Prestar Culto Racional 



 

LIÇÃO 02 - ORDENANÇAS PARA PARTICIAPR DA CEIA DO SENHOR - Comentários Adicionais (Fernando Junio)

ORDENANÇA PARA PARTICIPAR DA CEIA DO SENHOR

Lição 2 – 14 de abril de 2024


TEXTO ÁUREO

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (1ª Co 11:28)

VERDADE APLICADA

A ceia do Senhor aponta para a continuidade de nossa comunhão com o Senhor pela nova aliança.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Mostrar os direcionamentos da Ceia do Senhor.

- Ressaltar a importância da Ceia para o cristão.

- Falar sobre a relevância da Ceia do Senhor para a Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Coríntios 11

23 - Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;

24 - E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.

25 - Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.

26 -  Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO

A paz do Senhor, meus irmãos! Dando continuidade às ordenanças bíblicas fundamentais da nossa fé, abordaremos hoje um assunto que ainda traz algumas controversas no meio evangélico: a Santa Ceia do Senhor. Cristãos divergem neste assunto quanto à frequência de celebrar (1 vez por mês, 1 vez por ano, todos os domingos etc.). Divergem também sobre quem pode ou não participar (somente membros em comunhão, ou qualquer pessoa). Outra divergência é quanto ao entendimento (alguns creem que são literalmente o corpo e sangue de Cristo – transubstanciação; outros interpretam como sendo um ato que Jesus se faz presente literalmente – consubstanciação; outros entendem que Jesus se faz presente espiritualmente; e ainda outros entendem que se trata de um memorial, simbólico). Poderia citar mais algumas divergências de pensamentos, mas acredito que já deu para entender que não existe um consenso quanto à forma de entendimento e ministração da Ceia do Senhor. Contudo, uma coisa é consenso entre todos: indiscutivelmente é uma ordenança clara do Senhor. Debates acerca desse assunto existem há muito tempo, especialmente após a reforma protestante, no Séc. XVI, pelos grandes reformadores Lutero, Calvino e Zuínglio. Por mais que eu tente, jamais irei esgotar este assunto neste breve comentário. No geral, as igrejas evangélicas reconhecem apenas dois ritos religiosos (sacramentos), ao invés de 7 que a Igreja Católica crê. Os dois sacramentos estabelecidos por Jesus e que devem ser observadas pelo seu povo são: o Batismo (que vimos na lição anterior) e a Ceia, que trataremos nesta lição. A Ceia também é chamada de Comunhão em 1Co 10:16, e de Eucaristia, pela tradução literal do grego antigo, que significa “dar graças”.

1. OS DIRECIONAMENTOS DA CEIA DO SENHOR

Para entender os direcionamentos da Ceia, acredito ser de suma importância entender primeiro o que é a Santa Ceia, e por que Jesus a instituiu para a igreja. A origem da Ceia está no Antigo Testamento, mais precisamente em Êxodo 12, onde vemos o relato da Páscoa. A Páscoa foi uma ordenança de Deus para que os israelitas sempre se lembrassem da sua libertação da escravidão do Egito. Da mesma forma, na Ceia, a cada celebração, nós nos lembramos da libertação que Cristo nos proporcionou da escravidão do pecado. A Páscoa foi também uma refeição, onde um cordeiro perfeito, sem defeito, de um ano, era sacrificado, assado e comido pelas famílias, e seu sangue passado nos umbrais das portas dos israelitas. Onde tinha o sangue, o anjo da morte passava por cima, e não matava os primogênitos. Da mesma forma, na Ceia, fazemos uma refeição simbólica com um pão e vinho (ou suco de uva), elementos utilizados por Jesus, sabendo que o sangue dele nos livra da morte espiritual. Então veja que, em essência, a Páscoa é a mesma coisa da Ceia, onde Jesus substituiu a Páscoa pela ceia, na noite em que foi traído, e ordenou que seus discípulos a celebrassem até que ele retornasse: “Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos discípulos, dizendo: — Tomem, comam; isto é o meu corpo. A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos, dizendo: — Bebam todos dele; porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mt 26:26-28); Nós a celebramos na frequência de 1 vez por mês. Entendemos que deve ser ministrada a todos os crentes em Jesus, batizados em águas, em plena comunhão com a Igreja. Essa ordenança exige um autoexame, uma reflexão sobre a nossa conduta, se ela está de acordo com os princípios da palavra de Deus, para não sermos “culpados do corpo e do sangue do Senhor” (1 Co 11:27). As palavras de Jesus, “Isto é o meu corpo” (Mt 26.26) e “isto é o meu sangue” (Mt 26.28), mostram os dois elementos da Ceia do Senhor. Tendo Jesus ministrado pessoalmente os dois elementos aos seus discípulos, fica cabalmente demonstrado que as expressões “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue” não são literais, mas referem-se a uma linguagem metafórica. Cristo morreu uma única vez pelos nossos pecados: a Ceia é uma ordenança “em memória” da sua morte e da sua ressurreição. Louvado seja Deus!

1.1. Direciona para Jesus no passado

Deus ordena ao povo de Israel a celebração da Páscoa, em memória do que aconteceu com eles na terra do Egito, quando Deus os livrou com sua mão poderosa da escravidão que os assolava há 400 anos: “Este dia lhes será por memorial, e vocês o celebrarão como festa ao Senhor; de geração em geração vocês celebrarão este dia por estatuto perpétuo.” (Êx 12:14). Na noite em que foi traído, Jesus estava justamente comemorando a Páscoa. Ele envia os apóstolos Pedro e João para preparar a Páscoa (Lc 22:7-14). Após isso, estando tudo preparado, Jesus estava à mesa com os 12 apóstolos (Lc 22:15). Então, da mesma forma que Deus ordena ao povo de Israel celebrar a Páscoa em memória do que aconteceu no Egito, Jesus agora substitui a Páscoa pela Ceia, em memória do que aconteceu com ele na cruz do calvário: “E, pegando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: — Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois da ceia, pegou o cálice, dizendo: — Este cálice é a nova aliança no meu sangue derramado por vocês. (Lc 22:19-20). Aquele cordeiro sem defeito que era sacrificado na Páscoa apontava para Jesus na Cruz. Jesus é o cordeiro de Deus (João 1:29), sacrificado por nós como cordeiro pascal (1Co 5:7), para que tenhamos a verdadeira liberdade da escravidão do pecado (João 8:36). Assim, celebramos a Santa Ceia de forma direcionada ao que Jesus fez por nós no passado, há quase 2.000 anos, quando Ele foi imolado por nós.

1.2. Direciona para Jesus no presente

Ainda analisando o fator temporal, a ceia nos dias de hoje diz respeito à nossa comunhão com Cristo. A cada celebração, devemos ter em mente que estamos sentados à mesa com os irmãos, e Jesus está presente de forma espiritual. Quando a Ceia é celebrada, o próprio Senhor está presente; ele não está simplesmente ausente no passado, ou simplesmente sendo esperado no futuro; ele está presente através de seu “memorial”. Agir de forma inconveniente em relação a essa Ceia é agir inconvenientemente para com o próprio Senhor. A Ceia deve ser uma demonstração de união na igreja, onde os membros participam juntos e com alegria. Mas a igreja de Corinto não era nada unida, sua celebração da Ceia era apenas uma demonstração de desunião (1Co 11:20-22). Infelizmente percebemos que, apesar de no momento da Ceia, em muitas igrejas hoje, os membros serem aparentemente unidos, na verdade estão iguais ou piores à igreja de Corinto. Não podemos viver de aparências, mas viver o evangelho real. A Ceia também é uma refeição em família, e o Senhor dessa família (que é a igreja), deseja que seus filhos amem uns aos outros e cuidem uns dos outros (João 15:12). De que maneira podemos lembrar a morte de Cristo se não amamos uns aos outros? Lembre-se desses aspectos da Ceia para o nosso presente, meus irmãos. Estamos em comunhão com Cristo? Temos ciência de que Jesus se faz presente em nossa mesa? No nosso dia a dia, demonstramos união com nossos irmãos, ao invés de participar de “panelinhas” como a igreja de Corinto? Será que amamos uns aos outros, de forma que a nossa comunidade é de fato uma família, com um só Pai Celeste em comum?

1.3 Direciona para Jesus no futuro

“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (1Co 11:26). Queridos, a cada Ceia celebrada, anunciamos a morte de Cristo até que Ele venha. A volta de Jesus é a nossa esperança; cada cristão sincero no planeta tem esse desejo forte no seu coração de se encontrar finalmente com o Noivo tão aguardado. Na Ceia, deveríamos nos lembrar de que Jesus está à direita do Pai, e que um dia voltará para nos levar para junto dele (1Ts 4:16-17). Então, no aspecto futuro, a Ceia é o nosso momento de declarar “Maranata”, nosso momento de comunhão com os irmãos para desejar a vinda do Senhor. A Eucaristia é o momento no qual o evento passado avança para se desenrolar novamente no presente, e em que o momento futuro da volta do Senhor invade o presente para nos desafiar. Essa é a mensagem do texto de 1ªCo 11:27-32. A Ceia do Senhor é muito mais que uma mera obrigação do cristão. Na verdade, o Cristão não é obrigado a nada. Absolutamente tudo o que fazemos é voluntário, com muito amor e dedicação, pois fazemos tudo para a glória de Deus. Se todo crente tiver isso em mente, acredito que veríamos transformações e grandes maravilhas em todas as igrejas. Contudo, infelizmente, o que se vê é uma falta de conhecimento generalizada, de forma que tem irmão que se quer sabe o motivo de participar da Santa Ceia do Senhor.

2. A IMPORTÂNCIA DA CEIA PARA O CRISTÃO

A Bíblia ensina que a Ceia do Senhor é um ato memorial de extrema importância, pois demonstra a libertação do pecado, da morte e o acesso ao Senhor por meio do sacrifico de Jesus, a esperança da vida eterna. No Novo Testamento, Jesus não só institui, mas ordena que a Ceia seja celebrada até a Sua volta, e por isso é um ato memorial de extrema importância para a vida do crente. Vejamos agora 6 motivos do porquê a Ceia é importante, e por que todo crente batizado e em comunhão com a igreja (e os irmãos) deveria participar:

1. Obediência a Jesus - Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo". (Mateus 26:26).

2. Memória da morte de Jesus - Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim." (Lucas 22:19).

3. Proclamar a volta de Jesus - "Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha." (1 Coríntios 11:26).

4. Ser um em Cristo – “Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão.” (1 Coríntios 10:16-17).

5. Perdoados pelo sangue de Jesus - "Isto é o meu sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para perdão de pecados." (Mateus 26:28).

6. Agradecer ao Senhor pelo sacrifício e pela vida eterna - "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16).

2.1 A importância de examinar a si mesmo

“Que cada um examine a si mesmo e, assim, coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.” (1Co 11:28-29), Ao lermos este texto bíblico, podemos ver a seriedade e as consequências do ato de participar da Ceia indignamente. Cada um precisa examinar sua vida, compreender o sacrifício de Jesus na cruz e as implicações que essa graça traz sobre si. Também deve analisar se tem vivido conforme os princípios e ensinamentos bíblicos e se procura a unidade e comunhão com os irmãos. Examinar a si mesmo não significa que quem cometeu uma falha no dia do culto de Santa Ceia não pode participar. Se fosse assim, absolutamente ninguém participaria, pois todos nós pecamos todos os dias. Acontece que todos os dias nós, que somos regenerados, lutamos contra o pecado, de forma que o pecado é um acidente na vida do crente, não uma rotina. Uma vez convertidos, arrependidos de verdade, o cristão entende sua condição de pecador, mas de forma alguma vive na prática do pecado, como fazem os ímpios. Assim, nós confessamos nossos pecados a Deus, pedimos perdão, não voltamos a praticar esses pecados, e, finalmente, após esse exame minucioso de nós mesmos, participamos da Ceia. Lembrem-se de que o Senhor perdoa sempre a quem se arrepende genuinamente: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9). Para concluir este tópico, veja as palavras de Wiersbe: “Paulo não diz que devemos ser dignos de participar da Ceia, mas devemos fazê-lo de maneira digna.” (Wiersbe, Warren W. Pág. 793).

2.2 A importância de julgar a si mesmo

Após fazer um exame de nós mesmos, como visto no tópico anterior, aí chega o momento do julgamento de nós mesmos. De acordo com nossa reflexão acerca dos nossos pecados, confissões e comportamento cristão, tomamos a decisão de participar ou não da Santa Ceia. Isso é de suma importância, pois vimos que a bíblia trata este assunto com muita seriedade, e não podemos fazer um julgamento leviano: “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (1Co 11:31-32). Os versículos 31 e 32 dizem sobre a importância de julgarmos a nós mesmos e não aos outros: se julgarmos a nós mesmos, Deus não nos julgará junto com os ímpios no juízo final. Assim, nos submetendo ao juízo de Deus, ainda vivos, o texto diz que somos disciplinados pelo Senhor, o que é muito bom! A disciplina é a maneira carinhosa de Deus tratar com seus filhos e filhas, a fim de encorajá-los a amadurecer na fé (Hb 12:1-11). Não é como a sentença de um juiz condenando um criminoso, mas como a repreensão de um Pai Amoroso, que castiga os filhos desobedientes. Os Coríntios não examinavam a si mesmos, mas eram especialistas em examinar a vida dos outros. Devemos ter o cuidado de não repetir este erro, pois, além de examinar o irmão, muitos ainda julgam este irmão que ficou sentado e não participou do pão e do vinho. Infelizmente, acontece com muita frequência esse tipo de comportamento nas igrejas hoje em dia: alguns irmãos ficam só observando se outros membros irão ou não participar da Ceia, para depois ficar fofocando “você viu fulano? Não participou da Ceia, o que será que fez?”. Isso é deplorável, e demonstra explicitamente que tal pessoa jamais conheceu a Cristo. Tal pessoa precisa se converter com urgência!

2.3 A importância de corrigir a si mesmo

Uma vez tendo examinado a si mesmo, depois julgado a si mesmo, o último passo é corrigir a si mesmo. Não adianta nada confessar os pecados da boca para fora e não mudar de atitude. Tem muito crente que participa da Ceia para mostrar aos líderes que está em comunhão, e na cabeça deles, “estão sem pecado”. Isso, por si só, já é pecado. É algo extremamente sério participar da Ceia com o coração despreparado, receber a Ceia de maneira descuidada. Uma vez que os Coríntios participavam da Ceia de maneira leviana, não observando os preceitos divinos que o apóstolo Paulo já tinha ensinado, eles pecaram e foram disciplinados pelo Senhor: “É por isso que há entre vocês muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.” (1Co 11:30). A conversão de uma pessoa alcança todos os sentidos: sua maneira de agir, de pensar, de falar, de trabalhar, de ensinar, de servir etc. Dessa forma, o cristão genuinamente convertido irá, naturalmente, corrigir a si mesmo. Somente após isso, ele irá participar da Ceia.

3. A RELEVÂNCIA DA CEIA PARA A IGREJA

A Ceia do Senhor é a principal cerimônia para nós. Sim, o batismo é importante, como vimos na lição anterior. Mas a Ceia é sobre Jesus, sobre o que Ele fez na cruz por nós. A ceia é importante porque diz respeito ao cerne do cristianismo, a razão pelo motivo da nossa crença, como está escrito: “Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1Co 15:16-20). Já sabemos que a Ceia substitui a Páscoa. Aquele cordeiro morto na Páscoa era o apontamento para Jesus, morto na cruz por nós. Mas Jesus não está morto, Ele vive e reina! Por isso a Ceia é muito relevante para nós: além de proclamar a morte de Jesus pelos nossos pecados, sabemos que Ele ressuscitou ao terceiro dia, e da mesma forma que Ele, nós também ressuscitaremos após nossa morte, no fim dos tempos. Se a pessoa não crê nisso, o texto diz que a fé dessa pessoa é vã. A Ceia não é uma mera cerimônia religiosa. Ela tem um significado profundo, que não podemos negligenciar.

3.1 A comunhão da Igreja

“Mas nisto que agora prescrevo, não posso elogiá-los, porque vocês se reúnem não para melhor, e sim para pior. Porque, antes de tudo, estou informado de que, quando se reúnem na igreja, existem divisões entre vocês, e eu, em parte, acredito que isso é verdade.” (1Co 11:17-18). A igreja de Corinto estava extremamente desunida. O apóstolo Paulo inicia as instruções para a Ceia já exortando os irmãos. Naquele contexto, a Ceia era de fato uma farta refeição: uma mesa posta, com diversas comidas e bebidas em abundância, onde os membros da igreja se reuniam e comiam juntos. Contudo, como sempre, havia diferentes classes sociais, onde tinha irmãos muito ricos e outros muito pobres. Segundo historiadores e grandes teólogos, tinha irmãos na igreja de Corinto que só tinham a oportunidade de comer dignamente nestes momentos da Ceia, passando fome durante os outros dias. Então, neste contexto, Paulo diz que aqueles crentes de Corinto estavam se reunindo não para o melhor, mas para o pior (1Co 11:17). Ao invés de os ricos esperarem os pobres, acontecia o contrário: os mais ricos comiam de tudo até não aguentarem mais, e bebiam tanto vinho que ficavam bêbados: “Porque, quando comem, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia, e enquanto um fica com fome outro fica embriagado.” (1Co 11:21). Assim, percebendo o problema na igreja, Paulo diz que eles estão menosprezando a igreja de Deus, e envergonhando os irmãos pobres. (1Co 11:22). Observe que somente após o apóstolo Paulo exortar os irmãos é que vem a orientação de como deve ser a Ceia, a partir do versículo 23. Dessa forma, podemos perceber que não existe possibilidade alguma de tomarmos a Ceia enquanto há divisões dentro da igreja. Não dá para celebrar a Ceia enquanto tem irmão passando fome e a comunidade nada faz para o socorrer. Não dá para celebrar a Ceia enquanto tem irmãos traindo uns aos outros, brigando, vivendo em pecado, se prostituindo, falando mal uns dos outros. A comunhão da igreja é de suma importância, e como demonstrei, é um pré-requisito para que a Ceia do Senhor não se torne uma maldição na vida dos crentes ignorantes, mas uma bênção na vida dos que têm discernimento e uma vida verdadeiramente piedosa. Concluindo o raciocínio, o apóstolo Paulo finaliza as instruções da Ceia reforçando a união e comunhão da igreja: “Assim, meus irmãos, quando vocês se reúnem para comer, esperem uns pelos outros. Se alguém tem fome, que coma em casa, a fim de que vocês não se reúnam para juízo. Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for aí.”

3.2 A perseverança da Igreja

A Ceia do Senhor deve ser ministrada até que Ele venha novamente buscar sua igreja (1ª Co 11:26). Até lá, nossa tarefa é perseverar! Não é fácil, e muitas vezes até dá vontade de desistir mesmo. Mas devemos nos lembrar de que o justo viverá pela fé (Rm 1:17), e viver diz respeito de perseverar até o fim. Veja que linda promessa Deus tem para nós, que perseveramos até o fim: “E a vontade de quem me enviou é esta: que eu não perca nenhum de todos os que ele me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo aquele que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6.39-40). Não fomos chamados para ficar de braços cruzados, mas para pregar o evangelho. Para isso, a igreja deve perseverar fielmente, como a igreja primitiva: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:46-47),

3.3 A esperança da Igreja

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos.  Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras.” (Tito 2:11-14). A graça de Deus se manifestou na pessoa de Cristo, e através dele, temos a salvação. Salvação essa que custou alto preço: seu sangue. Este é o símbolo da Ceia do Senhor, que todo crente deve ter consciência. Uma vez que a pessoa crê no Cristo, somos regenerados e passamos a viver de forma sensata. Assim, esta pessoa é capaz de discernir o corpo de Cristo e participar da Ceia. Nós, povo remido pelo sangue de Jesus, capacitados pela graça de Deus, perseveramos em santidade, aguardando a bendita esperança da manifestação do Filho de Deus. Essa é a nossa esperança, e continuaremos firmes e fortes, pela misericórdia de Deus nosso Pai. Até que o Senhor venha, nós vamos clamar, orar, viver em santidade, proclamar o evangelho, celebrar a Santa Ceia para a honra e glória do Senhor dos exércitos. Maranata vem, Senhor Jesus!

CONCLUSÃO

Irmãos, acredito que, nesta lição, ficou claro o fato de que a Ceia do Senhor é um mandamento de Cristo, de forma que é uma grande honra e alegria ter este privilégio de participar deste momento em comunhão com a Igreja, para anunciarmos Sua morte até que Ele venha (1ª Co 11:26). Nas palavras de N.T. Wright: “A Eucaristia é o anúncio da morte de Jesus; e, através da morte de Jesus, os poderes são derrotados, e as pessoas que estavam escravizadas a eles são resgatadas.” Nós celebramos a Ceia do Senhor com reverência e gratidão a Deus. Gratidão pelo privilégio de participar da graça, sendo salvos pela morte de Jesus. Gratidão por tantas vidas resgatadas do inferno para a maravilhosa luz. Será que os irmãos têm essa consciência em toda celebração da Ceia? Este assunto é de fundamental importância para a nossa fé, visto que sua negligência leva à morte (1Co 11:30). Minha oração é para que o povo de Deus tenha entendimento acerca da Santa Ceia, participe com consciência do que a bíblia diz, e desmistifique crendices populares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.

• Revista Betel Dominical, adultos, 2º Trimestre de 2024, ano 34, nº 131. ORDENANÇAS BÍBLICAS – doutrinas fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão com Deus. Lição 2: Ordenança para participar da Ceia do Senhor.

• Declaração de fé - Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), novembro de 2016. Pág. 74.

• Wright, N. T. - Paulo para todos: 1Corintios / tradução Pedro J. M. Bianco. — Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020. Pág. 661.

• Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, volume 1 / traduzido por Susana E. Klassen. Santo André – SP, Editora Geográfica, 2006. Pág. 792-794.

COMENTÁRIO ADICIONAL

Fernando Júnio