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LIÇÃO 03 – NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM DE ESCULTURA: A DEVOÇÃO E A REVERÊNCIA AO ÚNICO E VERDADEIRO DEUS

20 de outubro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; Deus zeloso é ele.” Êxodo 34:14

VERDADE APLICADA

Idolatria não é apenas adorar uma imagem, mas representa tudo aquilo que pode ocupar o lugar de Deus em nossos corações.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

·      Explicar o segundo mandamento;

·      Expor os avisos e promessas do segundo mandamento;

·      Ressaltar os cuidados com os ídolos e com a idolatria.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ÊXODO 20

4. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

5. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.

6. E faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

No primeiro mandamento, Deus exige exclusividade para aqueles que fazem parte de Sua aliança. Agora, no segundo mandamento, Ele ordena que os ídolos sejam banidos. Ele não divide Sua glória com ninguém [Is 42.8].

Comentário adicional:

Paz do Senhor, meus irmãos! Dando continuidade ao estudo do decálogo, agora vamos estudar o segundo mandamento, que nos proíbe de adorar imagens de escultura.

Entendam uma coisa: se não amarmos a Deus acima de todas as coisas, inevitavelmente iremos amar outra coisa no lugar de Deus. Nós fomos criados para adorar. A pergunta é: o que estamos adorando? Se não for a Deus, qualquer coisa que estivermos adorando se transformará no nosso ídolo. Algumas pessoas colocam o dinheiro no lugar de Deus, ou um cônjuge, ou um filho, um automóvel, o seu emprego, um corpo malhado, e muitas outras coisas. Não importa o que seja, essa coisa ou pessoa vai destruir o idólatra, pois está colocando toda a sua confiança e esperança em algo que é mutável, algo que é passageiro, algo que não é capaz de trazer a paz que somente Deus nos traz. Por isso, Deus nos ordena a não fazer imagem alguma para adorar, uma vez que somente Ele é capaz de nos satisfazer completamente, e nada mais neste mundo.

 1 – O SEGUNDO MANDAMENTO

O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. Já o segundo mandamento ordena adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto. Nele, Deus dá um basta na idolatria.

Comentário adicional:

Um ídolo é um substituto de Deus e, portanto, não é um deus, pois há somente um único e verdadeiro Deus vivo. O pluralismo religioso da atualidade (“você adora o seu deus e eu adoro o meu, pois nós dois estamos certos”) é, ao mesmo tempo, antibíblico e absurdo, pois, como é possível haver mais de um deus? Se Deus é Deus, ele é infinito, eterno e soberano. Ele não pode dividir seu trono com outro ser também infinito, eterno e soberano.

“Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is 42:8). Devemos dar honra, glória e louvor ao único que é digno de os receber. A adoração a ídolos não é somente absurda e antibíblica, mas também imoral (havia prostituição cultual); desumana (sacrifício de crianças); e demoníaca, como vemos em 1Co 10:10-22.

Deus ordena ao povo, recém-saído do Egito, que jamais pratiquem tal coisa abominável, que é ter outros deuses, pois Israel será conhecido como o povo do único e verdadeiro Deus vivo, de sua propriedade exclusiva.

1.1 – Entendendo o segundo mandamento.

A diferença entre o primeiro e o segundo mandamento é que o primeiro nos fala de uma adoração ao Deus certo, ele nos chama a adorar o verdadeiro Deus e a rejeitar o “deus falso”. Já o segundo nos ensina a adorar o Deus certo do modo certo. Na verdade, o Deus Criador não pode ser comparado com ídolos feitos à semelhança de homens. Enquanto o primeiro mandamento nos ensina a adorar o Deus certo, o segundo mandamento nos estimula a rejeitar e nos proíbe de adorar os falsos deuses ou ao Senhor Deus de maneira falsa. O uso de imagens na prática litúrgica de adoração tende a estimular ou induzir as várias formas de politeísmo. Deus nos deu uma maneira certa de adorá-lo. Para Deus importa tanto a forma de adorar quanto a quem adorar. Não podemos adorá-lo de qualquer forma [Dt 12.1-4).

Comentário adicional:

Este mandamento nos comunica a necessidade de adorar somente a Deus, sem intermédio de imagem ou escultura. Deus está nos advertindo acerca do perigo da idolatria, tema bastante abrangente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O apóstolo João, por exemplo, finaliza sua primeira carta aos cristãos de sua época com a frase: “filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5:21). Se um ídolo é qualquer coisa que ocupe o lugar de Deus em nossos corações, as palavras do apóstolo João devem ser levadas em consideração nos dias de hoje, bem como o segundo mandamento.

Para que se tenha condições de cumprir este mandamento, Deus nos ensina a maneira correta de adorá-lo. Não pode ser de qualquer jeito, uma vez que, nas escrituras, a idolatria equivale à prostituição e ao adultério (Os 1-3 / Jr 2-3 / Ez 16;23 / Tg 4:4-5). Deus, neste mandamento, deseja (pois merece) o amor exclusivo de seu povo.

1.2 – A proibição do mandamento.

A ordenança era simples: Não fazer imagens de escultura [Êx 20.4a]. E o que era um ídolo? Era uma arte criada com ferramentas, moldada por mãos humanas e esculpida em madeira, pedra ou metal como sendo a representação de algum ser divino [Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14]. O segundo mandamento não rejeita a arte de inventar coisas, rejeita o ato de fazê-las para que sirvam de objeto de adoração. Quase todos os deuses do Egito eram apresentados em forma de animais. O deus Anúbis tinha corpo de homem e cabeça de chacal; o deus Seth tinha corpo de homem com a cabeça de um cão de orelhas alongadas e cauda ereta; o deus Hórus tinha a cabeça de falcão e assim por diante. O mandamento informa os tipos de ídolos que Deus proíbe: nada no céu; nada na terra, nada no mar. Logo em seguida vemos mais proibições (encurvar e servir – v. 5) e o porquê: “ … porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso”.

Comentário adicional:

Este mandamento consiste basicamente na seguinte proibição: a confecção de imagens de escultura com o propósito de adoração a essas imagens. Quais tipos de imagens? O texto responde no versículo 4: “Não faça para você imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” Então devemos ter o cuidado de não fazer imagens de anjos, de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, dos seres viventes descritos no livro de Apocalipse, nem nada que esteja no céu. Também, nenhuma imagem de algo que esteja na terra, como animais, homens, mulheres, árvores, enfim. Por fim, nós não devemos confeccionar imagem alguma de qualquer coisa que exista nos oceanos, mares ou rios, como peixes, algas marinhas, qualquer coisa embaixo das águas. Ou seja, não podemos fazer absolutamente imagem alguma!

Quanto à adoração, Deus proíbe que seja direcionada a essas imagens: “5 Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o Senhor, seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam,”. Não podemos, de forma alguma, olhar para uma foto de Jesus, por exemplo, e adorar a essa foto. Estátuas, anjos, imagens de seres humanos, qualquer coisa que receba nossa adoração.

Infelizmente, existem crentes que assistem uma novela da Record, por exemplo, e adoram aquele ator que representa Jesus na novela. Essas pessoas ligam a imagem do ator a Jesus mesmo, e quando oram, imaginam o ator sendo Jesus! Isso vale para uma série muito famosa, chamada “The Chosen” (muito boa, por sinal!). As pessoas olham para aqueles atores e começam uma idolatria sem perceber. A nossa adoração deve ser livre de qualquer “intermediário”, deve ser diretamente a Deus, somente a Ele.

Mas alguém pode levantar a seguinte questão: “ora, se Jesus é Deus, e Ele se manifestou em forma humana há 2.000 anos atrás, então certamente podemos fazer uma figura dele, já que seria exatamente o Jesus encarnado, não um fruto da nossa imaginação”. O problema é que a Igreja católica sempre fez imagens de Jesus, e nenhuma dessas imagens se aproxima de um judeu do primeiro século. Vemos Jesus de olhos azuis, pele mais clara, cabelos sedosos, ou seja, com traços europeus. Se fosse na china, seria um Jesus Chinês. Se fosse no Brasil, aí seria um Jesus brasileiro, e assim por diante.

Nos evangelhos, que narram a vida de Jesus, não vemos nenhuma menção sequer sobre a aparência física de Jesus. É totalmente impossível saber como Ele era. Deus poderia ter preservado alguma figura de Jesus, alguma escultura, algo para o povo se lembrar, mas Deus não preservou. A única vez que vemos uma descrição física de Jesus é em Apocalipse capítulos 1 e 19, mas é uma linguagem figurada. Se fôssemos reproduzir a descrição de Jesus ali, ficaria muito estranho um homem com uma espada saindo da boca, olhos de fogo, pés de bronze, uma tatuagem na sua coxa direita, e muitas outras características.

Vale lembrar que a proibição da confecção de imagens, estátuas e demais artes, é com o objetivo de adoração! Em uma aula das crianças da EBD, por exemplo, é comum o uso de imagens de Jesus, dos reis de Israel, de Deus, anjos e demais artes visuais, mas o objetivo é unicamente didático, jamais nossas Igrejas colocam as crianças para adorar tais imagens.

1.3 – A explicação do mandamento.

Deus se recusou a ser representado pela imagem de qualquer coisa existente na criação. Mesmo assim, Ele declara uma razão para tal regra: o amor [Êx 20.5]. Deus proíbe a idolatria porque é um Deus zeloso e ciumento. Quando retratamos o zelo divino, não o comparamos com um sentimento doentio, invejoso, ou que deseja obter algo que não lhe pertence. Falamos de um zelo santo, que protege sua possessão. É como o amor de um marido que ama intensamente sua esposa e não suportaria vê-la nos braços de outro homem [Êx 34.14). O que Ele tão zelosamente protege nesse mandamento é a honra de Seu amor. Como Salvador, Ele tem o direito de exigir como o adoremos. Assim como nos ama, Ele não deseja que a qualidade de Seu amor por nós seja desprezada [Dt 7.6-8; Ez 16.38-43].

Comentário adicional:

Então porque não podemos fazer imagem alguma com o fim de adorar, mesmo que seja de Deus? Vejo pelo menos três motivos que explicam este mandamento. Em primeiro lugar, é porque, fazendo isso, depreciaremos a Deus. Estaremos reduzindo a grandeza, a majestade, a infinitude Dele a uma mera imagem de escultura. Deus não pode ser explicado por ninguém, da mesma forma não pode ser representado por imagem alguma! Deus é o criador, é infinitamente imenso, por isso é 100% impossível ser representado por qualquer imagem que seja.

Por fim, o próprio texto diz, no versículo 5, que Ele é Deus zeloso. O zelo é um atributo de Deus pouco mencionado. Imagino que o motivo seja porque o zelo frequentemente seja encarado de maneira pejorativa, uma espécie de ciúme doentio humano. Mas estamos falando de Deus, que não tem comparação com os sentimentos humanos. A ira de Deus é totalmente santa, seu ciúme pelo povo também, e seu zelo de igual forma, bem como todo e qualquer atributo de Deus. Vemos, em 2Co 11:2 o zelo do apóstolo Paulo aos coríntios: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.” Deus cuida do seu povo como um marido cuida de sua noiva, ama sua noiva, dá as providências necessárias para ela, inclusive entrega sua própria vida por ela. Este é o zelo de nosso Deus por nós! Em resposta a tão sublime amor, nós obedecemos a este noivo que não merecemos, de maneira grata e com alegria.

2 – AVISOS E PROMESSAS

É preciso cuidado na exposição de Êxodo 20.5-6 no que concerne à palavra de Deus sobre “visito a maldade dos pais nos filhos” e “faço misericórdia” pois há os que fazem uso destes e outros textos para respaldar e defender a ideia de “maldição hereditária”, criando confusão, principalmente em pessoas que não valorizam o estudo contínuo e sistemático da Palavra de Deus.

Comentário adicional:

Entendendo do que este mandamento se trata, vejamos agora os avisos e promessas. É de suma importância estudarmos a sério esses versículos 5 e 6, uma vez que causa muitas dúvidas e alguns irmãos podem interpretar o texto de uma maneira que é totalmente antibíblica.

2.1 – A iniquidade dos pais nos filhos.

Conforme o Dicionário Hebraico de Strong, “maldade” em Êxodo 20.5 é uma das principais expressões no Antigo Testamento para indicar pecado. Esta expressão aponta para a ideia de desvio ou depravação intencional. Ou seja, o Senhor Deus está falando sobre aqueles que conhecem a Sua vontade que estava sendo revelada, mas se recusam a viver de acordo com ela. Tais pessoas serão alcançadas pelo juízo de Deus. Assim como as próximas gerações, caso compartilhem dos pecados de seus antepassados. Notar o final do versículo 5; “que me aborrecem”. Portanto, o texto está enfatizando a durabilidade do juízo divino enquanto permanecer as práticas abomináveis as transgressões da lei. Evidente que há decisões, comportamentos e modo de vida dos pais que podem resultar em consequências na vida dos filhos. Mas não significa que estes filhos estão debaixo de maldição. Vide Ezequiel 18 – Deus não condena o filho por causa do erro do pai e nem o pai por causa do filho [Dt 24.16; 2 Rs 14.6].

Comentário adicional:

Deus leva tão a sério a exclusividade da adoração e o amor dedicados a Ele, que castiga os que se recusam a lhe obedecer. Deus não castiga os filhos e netos pelos pecados de alguma outra pessoa (Dt 24:16 / Ez 18:4), mas as tristes consequências dos pecados dos antepassados podem ser transmitidas de geração em geração, e crianças inocentes podem sofrer por causa daquilo que seus pais ou avós fizeram.

“Até a terceira e quarta geração.” Esta é uma frase tipicamente semita, que indica continuidade e não deve ser tomada em sentido aritmético. Além disso, a frase se aplica aos que aborrecem (odeiam) a Deus, que se recusam a viver em consonância com Sua vontade. Já que este mundo pertence a Deus, e já que estamos todos envolvidos uns com os outros, qualquer violação da lei de Deus numa geração fatalmente irá afetar as gerações futuras. Escravidão, exploração, imperialismo, poluição e imoralidade são todos exemplos deste princípio. O que chamamos de “resultados naturais” são apenas uma expressão da lei de Deus em atividade, punindo a desobediência à Sua vontade.

Portanto, meus irmãos, não há possibilidade alguma de este mandamento transmitir a ideia de “maldição hereditária”. Uma vez em Cristo, todos nós somos libertos de toda e qualquer “maldição”. Além disso, o texto diz claramente “daqueles que me aborrecem”, ou seja, toda pessoa que não anda segundo os princípios de Deus será castigada. Claro que a influência dentro de casa é um fator inquestionável, mas não é porque um pai é ladrão que o filho necessariamente será. A escolha é do filho em seguir os passos do seu pai ou não, e aí vem as consequências de sua escolha.

2.2 – A bênção para os que guardam os mandamentos.

Assim como o juízo divino viria sobre os que se recusam a viver segundo a vontade de Deus revelada, também o Senhor Deus promete agir com bondade e misericórdia para com os que O amam e obedecem [Êx 20.6). Estas expressões – amar e obedecer – nos remetem às palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo proferiu pouco antes da crucificação aos Seus discípulos. Ou seja, aquele que verdadeiramente O ama é o que aceita ou tem os Seus mandamentos e os guarda (ou obedece) – João 14.21. O apóstolo João escreveu que “este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos” [2Jo 6). Interessante notarmos a extensão ilimitada do amor de Deus expressa nos termos “em milhares” (“por milhares de gerações” – NTLH) em contraste com a durabilidade do juízo expressa no versículo 5: “até à terceira e quarta geração”.

Comentário adicional:

Ao mesmo tempo em que temos a consequência de quebrar o mandamento, percebemos que a piedade dos antepassados pode ajudar a trazer bênçãos para as gerações subsequentes. A fé de Abraão trouxe bênçãos aos seus descendentes, e o ministério de Davi ainda continuou sendo proveitoso mesmo tempos depois de ele haver falecido.

É verdade que Deus punirá os que não se conformam à Sua vontade, mas o aspecto negativo é apenas a moldura para o aspecto positivo. Mais uma vez, o teste do amor é “guardar os meus mandamentos”, demonstrando ainda mais claramente a Israel que amor/ódio é mais atitude e atividade do que simples emoção. A palavra “milhares” é usada vagamente, como “miríades” em português, para indicar a extensão ilimitada da misericórdia demonstrada por Deus.

Há orações de avôs e pais para que seus descendentes sejam ministros do evangelho de Cristo, e muitas dessas orações são atendidas!

2.3 – Deus quer ser ouvido, não visto.

Vivemos um tempo em que as pessoas para serem levadas a acreditar em Deus necessitam de um veículo de fé. Deus não se revelou no Sinai de maneira visível, mas audível [Dt 4.15-16]. Estudiosos acreditam que a imagem pode ser uma distração em termos de adoração e que precisamos ter mais cuidado em ouvirmos mais a palavra. O ponto central do pensamento pagão era fazer ídolos para poder controlar os deuses. Esse pensamento não difere muito de nosso tempo, porque a espiritualidade contemporânea age do mesmo jeito. As pessoas não se comprometem com Deus e com Sua Palavra. Elas querem uma forma fácil de servir, querem um “deus”, mais amigável, um deus que pode ser adaptável aos seus propósitos. Um deus que atende aos pedidos quando é solicitado [Dt 6.5; Mt 22.37].

Comentário adicional:

Deus não nos deixou imagens para crer, nos deixou palavras. Devemos crer nas coisas que não vemos, sem essa preocupação de tentar reproduzir Deus em imagens. Os católicos utilizam de um fato histórico para o uso de imagens em suas catedrais: o povo da idade média era, na maioria esmagadora, analfabeto, sendo que eles não tinham a capacidade de ler as escrituras e entender o plano de salvação. Com isso, a Igreja providenciou imagens para que o povo pudesse ver e compreender a mensagem que as imagens transmitiam. Deu certo? Em certo ponto, sim. Contudo, este nunca foi o método que vemos nas escrituras, e por isso, o resultado foi uma idolatria àquelas imagens. Já que o povo não podia ler, os líderes deveriam explicar de maneira clara o evangelho, ser testemunhas de Cristo, como vemos nos evangelhos.

A proibição de fazer imagens também consiste na questão do “ver para crer”. Sempre a humanidade tentou transformar seus ídolos mentais em figuras humanas. Através de figuras, imagens, estátuas, as pessoas sempre tinham a necessidade de ver aquilo em que elas acreditavam. Isso é pecaminoso porque isso é o oposto da fé. Quando queremos ver para crer, igual fez Tomé (João 20:25), estamos indo contra a definição de fé nas escrituras, que é a certeza das coisas que não se veem (Hb 11:1). Também, Jesus disse que bem-aventurados são os que não veem e creem (João 20:29). As pessoas pensam em Deus como um ancião, de cabelos grisalhos. Mas isso, por si só, é criar uma imagem de Deus, e essas pessoas deveriam saber que Deus é Espírito (não tem corpo), tampouco pode sofrer as limitações humanas do envelhecimento, a ponto de ficar com cabelos brancos. Deus quer ser ouvido, não visto! Vamos ensinar os amados irmãos a não ficarem imaginando a aparência de Deus, ou de qualquer pessoa da Trindade. Vamos nos concentrar nas sagradas escrituras, e crer sem a necessidade de ver.

3 – O CUIDADO COM AS IMAGENS

Deus proibiu imagens de todo o tipo. Isso é uma ordem. Ele não criou esse mandamento apenas por exclusividade, mas com a finalidade de cuidar daqueles que são Seus.

Comentário adicional:

Esta condenação de imagens claramente inclui imagens do Deus verdadeiro, pois é bem certo que algum tipo de imagem estivera em uso entre os ancestrais de Israel (até mesmo a tradição judaica ortodoxa admite que Tera, pai de Abraão, era um fabricante de imagens). Os ídolos domésticos (terafim) de Labão poderiam, é verdade, ter mais valor legal do que significado religioso, mas os que Jacó escondeu debaixo do carvalho no “santuário” em Siquém eram com toda certeza objetos religiosos (Gn 35:2-4). Isto aconteceu antes da doação da lei: mesmo depois disso, imagens não eram algo estranho em Israel (ver Jz 8:27, Gideão; Jz 17:4, Mica; 1Sm 19:13, Davi). Todavia, a existência de imagens mais tarde em Israel não prova a inexistência de leis contra seu uso.

Dessa forma, o povo estava habituado com o uso de imagens, principalmente por conta que estavam em contato direto com o povo egípcio, que eram politeístas e possuíam diversas imagens e esculturas. Neste contexto, Deus ordena o cuidado com essas e outras imagens.

3.1 – Fugindo da idolatria.

A forma primitiva certamente dizia: “Você não fará uma imagem esculpida”. Todos os povos têm tendência a isso. Mas Deus não pode ser fixado, localizado, limitado por uma representação. A imagem tem o objetivo de conduzir ao que ela representa, mas também tem o perigo de substituir a “meta divina” pelo próprio objeto antes que o encontro com Deus seja alcançado [1Co 10.14, 19 -21]. O ser humano, rapidamente satisfeito com o que é visível e palpável, corre o risco de não ir além das aparências, do visível, do físico, do que pode ser verificado pelos sentidos da visão etc. A imagem tem um poder de captura quase mágico da pessoa, por isso pode facilmente tornar-se um ídolo, isto é, uma representação que ocupa o lugar que pertence exclusivamente a Deus, o Senhor da história e da liberdade [Is 45.15].

Comentário adicional:

Irmãos, a idolatria é, como mencionado anteriormente, o ato de colocar qualquer coisa no lugar de Deus. É qualquer coisa à qual dedicamos tempo, fazemos sacrifícios, amamos de todo o coração, servimos. Os ídolos que atraem o povo de Deus hoje em dia são o dinheiro, o reconhecimento, o sucesso, os bens materiais (casas, carros, joias, barcos, etc.) o conhecimento, ou até mesmo outras pessoas.

Há coisas que são bênção de Deus, inclusive. Por exemplo o casamento, filhos, uma vida financeira estável. Mas qualquer bênção dessas pode tornar-se uma verdadeira maldição na vida daqueles que amam essas coisas acima de Deus. Veja que o problema não é amar essas coisas, mas é amar mais essas coisas que a Deus. Inclusive, veja o que Jesus diz: “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim;” (Mt 10:37).

Devemos fazer uma análise diariamente, com equilíbrio e sensatez. Será que estamos mesmo amando a Deus acima de todas as coisas? Não estamos fabricando ídolos em nossos corações constantemente? Fujamos da idolatria, e corramos para os braços do Pai!

 3.2 – A idolatria da mente.

Nem todas as imagens falsas de Deus estão apenas nos templos; elas também existem nas mentes e corações de homens incrédulos. Frases como as seguintes são frequentemente ouvidas: “Gosto de pensar em Deus como ‘o grande arquiteto ou artista’ ou ‘não penso em Deus como um juiz, mas apenas como um pai amoroso”: É importante apontar que aqueles que se sentem livres para pensar em Deus como quiserem também estão quebrando o segundo mandamento. Não temos o direito de pensar em Deus como quisermos. A triste realidade é que todos aqueles que não conhecem o verdadeiro Deus fabricam ou inventam um falso Deus em suas mentes. O mundo está cheio de pessoas que têm ideias falsas sobre Deus, e isso ocorre porque elas se recusam a acreditar no que Deus tem dito acerca de si mesmo em Sua Palavra.

Comentário adicional:

Uma das piores atitudes que um ser humano pode tomar é fazer uma imagem de Deus em sua mente, criar um deus que ele imagina ser o correto. Muitos irmãos caem neste erro, pois pensam o seguinte: “Deus jamais faria isso...” ou “Deus certamente faria aquilo...” ou ainda “eu acho que Deus pensa assim...”.

Claro que existem coisas reveladas nas escrituras que podemos afirmar essas frases. Por exemplo, está revelado que Deus não mente. Também está revelado que Deus certamente cumpre o todas as suas promessas. Mas existem coisas que não são reveladas, e alguns irmãos ficam imaginando Deus como se fosse seu mordomo. Como exemplo, podemos citar os irmãos que afirmam que o cristão jamais sofrerá nesta terra, pois Deus cuida do seu povo. Há também aqueles que afirmam que o povo de Deus deve ser próspero, pois o dono do ouro e da prata jamais deixaria um filho seu ganhar um salário-mínimo. Esses irmãos, não mal-intencionados na maioria das vezes, além de imaginarem um deus totalmente diferente das escrituras, ainda ensinam outros a seguirem essa imagem criada por eles.

Devemos nos limitar ao que a palavra de Deus nos revela sobre o ser de Deus, parar de imaginar Deus de alguma forma, com algum temperamento ou atitude que não tenha embasamento plausível na bíblia. Se isso acontece no meio cristão, imagine com os ímpios! Devemos levar o verdadeiro evangelho às pessoas, testemunhando o único e verdadeiro Deus, sem influência de nossa imaginação.

3.3 – A imagem que Deus aceita.

A mente finita natural não tem como entender ou captar a grandeza das coisas que Deus realiza [1 Co 2.14]. Quando Deus criou todas as coisas, fez homens e mulheres à Sua imagem [Gn 1.26-27]. Aqui está o porquê de Deus rejeitar a imagem. Ele já tem Sua imagem e somos nós. Nós não temos permissão para fazermos imagens que representam a Deus. Afinal o próprio Deus já nos criou à Sua imagem e semelhança. Nossa presença na terra já é um testemunho do poder e da glória do Criador. O pecado prejudica, mas a perfeita obra redentora de Jesus restaura [Rm 8.29; 1Co 15.49].

Comentário adicional:

“Assim Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1:27).

A única imagem que Deus aceita é a que Ele mesmo criou: nós. E ainda assim, não são todos, pois aqueles que rejeitam o Filho de Deus, é rejeitado por Deus (Jo 3:18). O ser humano, por pior que seja, ainda reflete a imagem do Senhor. Nós somos espelhos de Deus, quebrados e danificados pelo pecado, mas ainda somos espelhos.

CONCLUSÃO

Existem princípios que jamais devem ser esquecidos ou quebrados, eles podem determinar tanto a bênção quanto a maldição em nossas vidas. Assim é o segundo mandamento.

Comentário adicional:

Ao longo desta lição, procurei ser o mais claro possível acerca da importância de não adorarmos a imagem alguma que exista, seja mental ou física.

Que Deus nos dê graça para entendermos que a idolatria é destrutiva, e que toda a Igreja do Senhor permaneça fiel, limpa e sem mácula, aguardando ansiosamente o Noivo, único e exclusivo, verdadeiro e zeloso.

 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

• Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.

• Revista Betel Dominical, adultos, 4º Trimestre de 2024, ano 34, nº 133. OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo princípios e valores éticos, morais, sociais e espirituais imutáveis para uma vida abençoada. Lição 3: Não farás para ti imagem de escultura: a devoção e a reverência ao Único e Verdadeiro Deus.

• Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento - Pentateuco, volume 1 / traduzido por Susana E. Klassen. Santo André – SP, Editora Geográfica, 2006.

COMENTÁRIO ADICIONAL – Professor Fernando Júnio

 

2 comentários:

Carlos Cezar disse...

Muito bom seu comentário professor Fernando, suas palavras em muito nos auxiliou na compreensão do assunto tratado. Que Deus continue abençoando sua vida e ministério!

Anônimo disse...

Parabéns, trabalho excelente!