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 OS DONS DE CRISTO PARA O APERFEIÇOAMENTO DOS SALVOS

Lição 9 – 27 novembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Efésio 4.7

VERDADE APLICADA
Os dons de Cristo visam promover à Igreja o necessário para proporcionar o indispensável aperfeiçoamento dos salvos até que Ele venha.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a relevância dos dons ministeriais na Igreja;
Mostrar que os dons ministeriais são atuais;
Expor a variedade de dons e a multiforme graça de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIO 4
11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo,
13. Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14. Para que não sejamos mais como meninos inconstante, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

Comentário Adicional

O que significa dom na Bíblia? A palavra usada na Bíblia para “dom”, no texto original em grego, é charisma. Significa “presente oferecido de boa vontade”.

Dom, no sentido cristão, PODEM SER ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS, E diferentemente do que pensamos, não é uma habilidade natural para fazer algo, como cozinhar, escrever, jogar futebol ou tocar piano. É uma concessão sobrenatural de Deus a nós, para dar sentido à nossa vida e ao universo. O dom se difere do talento, pois enquanto o talento é inerente a todos cristãos ou não, o dom espiritual ou ministerial apenas aos cristãos. Dom é o resultado do poder do Espírito Santo. Qualquer pessoa, cristã ou não, pode possuir um certo talento, enquanto apenas os cristãos possuem dons espirituais.

Talento pode ser definido como “um dom natural ou adquirido; inteligência excepcional” (FERREIRA, 2001, p.660) ou ainda como um “conjunto das habilidades de uma pessoa – seus dons, habilidades, conhecimento, experiência, inteligência, discernimento, atitude, caráter e impulso inatos, e que também inclui sua capacidade de aprender e desenvolver-se” (MICHAELS, 2002, p.16).

A Todo cristão, é dado graça – O favor de Deus. A “graça” mencionada aqui, provavelmente significa “as influências graciosas do Espírito Santo”, ou suas operações no coração em conexão com o uso dos meios que Deus designou. Essa medida é o dom de Cristo, ou o que é dado em Cristo. Vem através dele. É o que ele comprou; o que ele obteve por seus méritos. Todos têm o suficiente para os propósitos pelos quais Deus os chamou para o seu reino, mas não há as mesmas investiduras conferidas a todos. Todo cristão, verdadeiramente cristão (isto é: regenerado), tem um dom. Por isto, é bom recordar que uma igreja é formada não por aqueles que frequentam uma igreja, mas por aqueles que foram regenerados por meio da fé pessoal em Jesus Cristo. Portanto, a cada membro do corpo de Cristo é dada uma capacidade específica para o serviço. Todo o propósito de sua vida está relacionado ao dom de Cristo para ele, se de fato ele quer que sua vida seja plena de valor. Quando estes dons e capacidades são exercidos no poder do Espírito, os membros da igreja novamente se tornam uma influência vital, transformadora e poderosa na sociedade e a vida cristã se torna interessante e não uma coisa banal. É uma prerrogativa do Espírito Santo distribuir estes dons segundo sua vontade. Se você é um cristão, você tem um dom, pelo menos um. Logo, você não precisa perguntar se tem um dom, mas qual é ele.

1. Conhecendo os dons ministeriais
Os dons ministeriais foram ofertados aos crentes como um dom pessoal com a finalidade de que seja exercido de modo a promoverem o desenvolvimento espiritual e o fortalecimento da Igreja de Cristo. Sendo assim, os dons ministeriais não são distribuídos aos crentes para o seu próprio interesse, todavia eles são dados por Cristo para servirem aos interesses da Igreja.

Comentário
Dom, no grego, é “charisma“, o que literalmente significa: “presente oferecido de boa vontade”. O apóstolo Paulo chamou de charisma um revestimento especial espiritual para a vida da comunidade e o serviço no reino de Deus. Os dons ministeriais são dádivas do Senhor para o serviço espiritual na Igreja. Às vezes esses dons também são chamados de “dons de ofício”, “dons de serviço” ou “dons de liderança”. A lista clássica dos dons ministeriais é aquela registrada pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios na qual ele menciona os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Efésios 4:11). Sendo assim, cada pessoa da comunidade recebe graça suficiente para ter sua habilidade espiritual. Ninguém é tão desclassificado ou tão inculto que fique a margem do serviço, porque a graça foi concedida “a cada um”.

1.1 A atualidade dos dons de Cristo
Não é segredo para ninguém que somos conhecidos como um povo pentecostal, que crê intensamente na atualidade das manifestações dos dons do Espírito Santo. A respeito dos dons ministeriais vemos que Paulo em sua carta aos Efésios está muito interessado que os crentes tenham o conhecimento verdadeiro de cada dom. Craig Keener (O Espírito e a Igreja, 2018, p. 121) observa que, em Efésios 4.7-1, após o Senhor Jesus Cristo vencer e ser exaltado, “concede a seu corpo um grupo especial de pessoas que, por sua vez, mobilizarão os outros membros do corpo de Cristo para seus ministérios. Assim, é possível afirmar que enquanto a Igreja estiver na terra precisará de mais maturidade e unidade [Ef 4.13], sendo, então, necessário que os dons continuem a se manifestar”.

Comentário
Os dons são dadivas divinas para igreja cumprir sua missão até que o Noivo venha buscá-la. O Senhor Jesus deu esses dons de ministério à Igreja. Eles foram dados para o aperfeiçoamento dos santos, para o trabalho do ministério e para a edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. Esses dons do ministério fazem parte do propósito de Deus para o amadurecimento dos santos até que Jesus volte para sua Igreja (Efésios 4:11-16). O plano de Deus é que cada ministério que Ele colocou na igreja, corrija e complemente os outros, fazendo com que haja o equilíbrio necessário. Jesus colocou os dons do ministério na igreja para nos auxiliar a crescer conforme a Sua imagem. Deus não recompensa a posição ministerial em si, porém Ele recompensa a fidelidade ao chamado ministerial.

1.2. Os dons ministeriais estão disponíveis para edificação da Igreja
A carta de Paulo aos Efésios relaciona os dons ministeriais da seguinte maneira: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores [Ef 4.11]. Entendemos à luz da Bíblia que a finalidade do Espírito Santo em ofertar estes dons é capacitar o crente para contribuição ao crescimento do Corpo de Cristo, a Igreja. Este pensamento se dá por assistimos que no Novo Testamento o exercício ministerial está sempre atrelado ao serviço [Mt 20.20-28]. Que fique bem claro que o recebimento destes dons não faz com que o receptor se torne melhor ou superior a outros crentes! Assim estes dons são distribuídos pela graça de Deus para o aperfeiçoamento dos crentes, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo [Ef 4.12],

Comentário
Em Efésios 4:11 nós podemos ler sobre os cinco dons ministeriais que Jesus deixou aos homens. Mas quais são estes dons ministeriais e qual a sua importância para a igreja? Os cincos dons ministeriais são: Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor e Mestre — ou doutor, como aparece em algumas traduções. De igual modo, todos nós fomos capacitados com algum dom ministerial de Jesus. Então todos são capazes de ajudar na unidade do corpo e da igreja de Cristo. Os dons ministeriais servem para ajudar a igreja de Cristo a crescer e criar unidade no corpo. Os dons sempre são para ajudar ao seu próximo, não a si mesmo. Jesus nos deixou os dons ministeriais para que a Sua igreja pudesse crescer forte, com cada irmão ajudando o seu próximo de acordo com seu talento natural e o seu próprio dom. Não importa se o seu chamado, seja para ser Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor ou Mestre, os dons nos foram dados para aperfeiçoar ao nosso próximo e expandir o Reino de Deus.

1.3. Cristo repartiu os dons com os homens
Quanto mais estudamos sobre os dons ministeriais, mais apreciamos as riquezas da graça e da sabedoria do nosso Senhor Jesus Cristo. Observamos à luz das Escrituras que Ele aqui distribui estes dons para capacitar os crentes para que estes se desenvolvam espiritualmente de modo a fortalecer a unidade do Corpo de Cristo. Desse modo, todo aquele a quem o Senhor escolher como instrumento e lhe conceder os dons para o ministério deve servi-Lo diligentemente, buscando compreender o que Ele pode fazer para o crescimento e edificação da igreja.

Comentário
Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2.13

Jesus nos deixou os dons ministeriais para que a Sua igreja pudesse crescer forte, com cada irmão ajudando o seu próximo de acordo com seu talento natural e o seu próprio dom. Todo aquele que é nova criatura, ou seja, é um novo homem ou uma nova mulher, pela obra redentora de Cristo Jesus é alvo do dom e do realizar de Deus.

Na carta de Paulo aos Gálatas capítulo 2, versículo 20, ele disse que não era mais ele que vivia, mas Cristo vivia nele, ou seja Deus movia Nele o querer e o realizar.

SOMOS COMPLETAMENTE DE CRISTO? Então aquele desejo, aquele sonho, aquela boa vontade, aquela vontade verdadeira, amável, honesta, justa, foi o Espírito Santo que operou em nós. Acreditemos nesse sonho, nesse plano, nesse projeto, pois dentro da verdade do novo nascimento, da “nova criação”, certamente Deus nos tem guiado. Tenhamos coragem!!! “O QUERER” de Deus é acompanhado de toda capacitação e operação Dele que EXECUTA, que REALIZA em nós, e através de nós os Seus mais lindos propósitos.

2. Distribuição dos dons
Tenhamos em mente que o apóstolo Paulo discorreu nos primeiros três capítulos da carta aos Efésios sobre o grande plano de Deus, Seu propósito, Sua ação redentora e apresentou a Igreja como agente e representante deste plano [Ef 1.23;3.10]. Para tanto, há uma diversidade de ministérios distribuídos por graça aos que estão em Cristo, capacitando-os para serem instrumentos do Espírito Santo, para a glória de Deus [Ef 3.21].

Comentário:
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. Atos 9.15.  Quando Cristo pela sua misericórdia nos salva e resgata nos tornamos instrumentos nas mãos de Deus, para assim realizar Sua vontade, pois Ele mesmo sem precisar de nós, deseja nos usar como agentes atuantes da Sua ação no meio do Seu povo.  Sendo assim, Cristo através do Espírito Santo de Deus nos enche e nos capacita com dons espirituais e ministeriais.

Reforçando: A diferença dons espirituais para ministeriais.

Os dons ministeriais, podem ser compreendidos como aqueles que, de acordo com Efésios atuam no preparo do povo de Deus que atua junto ao trabalho cristão e no crescimento e desenvolvimento do corpo de Cristo. (Ef 4:10-12). 

Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores Mestres.

Dons espirituais; (Rm 12:3-8;1 Co 12:8-11)

Sabedoria, fé, profecia: conhecimento, cura, discernimento de espírito, variedades de línguas, interpretação de línguas, operação de maravilhas.

2.1. Apóstolos, enviados pelo Senhor Jesus
A palavra apóstolo constitui “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Segundo o dicionário bíblico Wycliffe, o termo grego apóstolos se origina do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. Donald Gee (Os Dons do Ministério de Cristo, 1961, p. 30): “Existe ainda hoje o ofício do apóstolo? (…) Em 1 Coríntios 12.28 nos diz que Deus “estabeleceu” este ministério dentro de Sua Igreja; e Efésios 4.11-13, reafirma que foi concedido “para edificação do corpo de Cristo, até que se alcance a unidade da fé…no homem perfeito”. A partir destes argumentos o destacado escritor afirma haver base para o exercício de uma certa forma de ofício apostólico em operação no Corpo de Cristo. A Bíblia apresenta homens de Deus que também foram considerados apóstolos, além dos doze [At 14.14; Rm 16.7].

Comentário
O apóstolo é um homem que tem uma comunhão íntima com aquele que o envia. Nas atualidades vimos uma busca intensa por status e muitos querem ser apóstolos sem saber o significado e o que Cristo o Senhor tinha em mente quando disse, “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15:14,15).

2.2. Profetas: portadores da mensagem divina
Entendemos que o profeta do Novo Testamento não tem a mesma posição e destaque do profeta do Antigo Testamento. Em sua carta aos Efésios, quando Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, vemos que os profetas ali citados são nivelados àqueles que pregam a Palavra de Deus. No Novo Testamento, os profetas eram aqueles que propagavam a Palavra de Deus, impulsionados pelo Espírito Santo, cooperando, assim, para edificação da Igreja [At 13.2]. Agiam visando contribuir para que o Corpo de Cristo prosseguisse à maturidade espiritual [Ef 4.13-16), por intermédio do ensino, da interpretação da Palavra de Deus e de sua aplicação.

Comentário
O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O “profeta” é chamado para falar segundo o coração do Pai. Os profetas do Antigo Testamento eram o mediadores entre Deus e os homens e as pessoas vinha até o profeta para consultar Deus acerca de assuntos materiais e assuntos espirituais. O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1Sm 16.1; 1Rs 19.16). No Novo Testamento, o “profeta” tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de “profetas”. Considerando que, antes da vinda de Jesus, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do Espírito Santo, tanto através do dom de profecia, como a palavra sábia e edificante dos profetas de Deus.

2.3. Evangelistas, portadores das boas novas
A palavra evangelista vem do grego: “euangelistes”, que literalmente significa: “mensageiro do bem” ou “mensageiro de boas novas”. O dom ministerial de evangelista consistia em proclamar a Palavra de Deus em viagens de um lugar para outro onde quer que o Espírito os enviasse. Esse dom conferia ao evangelista possuir uma capacitação especial para conduzir outras pessoas a Cristo que depois, agrupadas, as almas que aceitaram a mensagem eram congregadas em pequenas comunidades ou igrejas. O apóstolo Paulo era um evangelista [1Co 1.17], assim como Timóteo [2Tm 4.5].

Comentário
O ministério de Evangelista é um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas. O Evangelista é, por excelência, o pregador das boas novas. A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se consultarmos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. O evangelista consta da lista dos “dons ministeriais”, que são “dons de Deus”, concedidos por Cristo aos homens. O evangelista é alguém que carrega em seu íntimo uma paixão sobrenatural por vidas, Todos os filhos de Deus são chamados para o ministério da reconciliação. Pregar o evangelho é um comissionamento para os filhos de Deus. Entretanto o evangelista é alguém que faz isso de uma forma especial, pois possui um equipamento sobrenatural para esse serviço: opera em sinais como milagres, curas, alcança multidões, promove salvação em massa. Todas essas características seguirão o ministério de um evangelista. “As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (Atos 8.6-7). Portanto, ninguém é superior a ninguém, no Reino de Deus (Rm 12.5).

3. Variedade de dons e a multiforme graça de Deus
David Lim (Teologia Sistemática, 1997, p. 471-472): “Existem muitos dons, e nenhuma das listas visa ser exaustiva. Vinte e um deles são alistados no Novo Testamento. Todos são complementares entre si: nenhum é completo em si mesmo. (…) O fato de nenhuma pessoa ser autossuficiente leva à interdependência. Cada crente é um membro do Corpo de Cristo; e cada membro precisa dos demais, Mesmo quando as pessoas manifestam os mesmos dons, fazem-no de modo diferente e com resultados diferentes”.

Comentário
Por menor que pareça um dom, ele foi dado por Deus para edificar a Igreja. Nada que Deus faz é por acaso, tudo visa uma utilidade, um fim proveitoso e um objetivo. Temos uma tendência humana bem feia, que é atribuir valores aos ministérios na Igreja, mas não é isso que nos ensinam as Escrituras e Paulo usou como exemplo didático o corpo humano e disse: “porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?”  1 Coríntios 12:14-15). Multiforme é o mesmo que tomar várias formas, que se manifesta por diversos modos, logo multiforme graça é a graça de Deus que se manifesta de várias maneiras. Graça de Deus é dom espiritual, é uma porção da presença de Deus na vida do Seu povo em forma de ministérios e dons e Pedro falou da multiforme graça, veja: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4:10. Paulo também explicou aos coríntios como acontece a operação de Deus na vida do Seu povo e diz: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” 1 Coríntios 12: 4-5. Multiforme graça de Deus é a manifestação do Espírito Santo em forma dos diversos dons e ministérios na Igreja de Jesus.

3.1. Pastores, responsáveis por conduzir o rebanho de Cristo
O dom de pastorear se desponta, quando pela capacitação pelo Espírito, o obreiro é levantado por Deus para resguardar, proteger, conduzir em cuidar da sã doutrina, refutar as heresias que surgem no seio da igreja, tendo o dever de ser exemplo da pureza e da sã doutrina [Tt 2.7-8]. Cabe ao pastor a responsabilidade de alimentar as ovelhas de Cristo com a Palavra de Deus. Assim, através do ministério pastoral, o ministro conduz as ovelhas as nutrindo com alimento sadio e consistente através de um comando forte e servidor indispensável para a ampliação da igreja. Entretanto, para exercer sua função, é necessário e absolutamente decisivo manter o seu relacionamento com o Bom Pastor.

Comentário
No hebraico, “raah”, palavra que figura por setenta vezes, onde tem o sentido de pastor (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; 31.4; 40.11. No seu sentido literal, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos, “Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como pastor, ao seu rebanho” (Jr 31.10). Jesus foi o maior exemplo de pastor. Sobre seu ministério, Isaías profetizou: “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço: as que amamentam, ele guiará mansamente” (Is 44.11). “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11)). Aquele que exerce o ofício de pastor é requerido, dentre diversas qualidades, do ensino, exortação e alimentar o rebanho é seu dever. É dever de um pastor de uma igreja local possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. Pastores verdadeiros são dados a Deus à igreja. Cristo não dá igreja ao pastor, ele não é mandatário ou proprietário, ele serve a igreja.1 Timóteo 3.1-7.

3.2. Doutores – aqueles que ensinam as doutrinas cristãs fundamentais
Aquele que possui este dom consegue obter revelações do Espírito Santo de forma detalhada da Palavra de Deus e comunicar os conhecimentos proeminentes para a saúde do Corpo de Cristo, fazendo-o de tal maneira que os crentes consigam aprender. No Novo Testamento os doutores instruíam e ajudavam a aplicar a revelação de Deus à vida da Igreja. Muito importante atentarmos para o fato de que o ensino no contexto do Corpo de Cristo requer dom concedido por Deus. Vide: Romanos 12,6-7- “segundo a graça que nos é dada”: 1 Coríntios 12.28 – “pôs Deus na igreja”; Efésios 4.11 – “E ele mesmo deu…. Portanto, não basta ter o natural dom de ensinar.

Comentário
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: […] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).

Atos 13.1 – “Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo”.

Jesus foi e é mestre por excelência.  Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino...” (Mt 4.23). “Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade” (Mt 7. 28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! O dom ministerial de doutor ou mestre na Bíblia é aquele que exerce o ministério do ensino na Igreja. A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamentado da Palavra de Deus.

O dom de doutor ou mestre é concedido por Deus para edificação e “aperfeiçoamento dos santos”, nas igrejas. Não é um dom muito reconhecido em geral, nas comunidades cristãs, por falta de entendimento acerca do seu valor, ou até por preconceito contra esses termos. As pessoas não têm qualquer receio de tratar um obreiro como “pastor”, “evangelista”, “bispo” ou até “apóstolo”, nos dias presentes. Mas não é comum um obreiro, que tem o dom de mestre ser chamado de “mestre” ou “doutor”. Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).

Um ponto que vale salientarmos dentro dessa abordagem é que assim como os demais dons ministeriais são concedidos, o ofício do mestre também o é, demonstrando dessa forma, que não se trata de um título, cargo ou função que pode ser repassado como um legado, ou diploma atribuído depois de certa formação acadêmica. Apenas Deus por meio de Jesus pode colocar dentro do homem esse chamado específico, o qual pode ser desenvolvido com o tempo de fidelidade, entretanto, nunca será atribuído por vontade humana. Chamado não se cria ou se adquire, nasce simplesmente e floresce. O mestre, no entanto, tem a visão voltada para a Palavra de Deus, seus olhos estão sempre atentos ao que a Palavra tem a dizer a respeito de tudo que lhe é apresentado.

3.3. Outros dons ministeriais a serviço da Igreja
O apóstolo Paulo, assim como fez com a igreja de Éfeso, de igual modo apresenta à igreja de Corinto uma relação de alguns dons e acrescenta outros que podem ser enquadrados na categoria de dons ministeriais, a saber: apóstolos, profetas, doutores, milagres, curar, socorros, governos e variedades de línguas [1 Co 12.27-28]. O apóstolo Pedro também enfatiza que a vida dos discípulos de Cristo é marcantemente caracterizada pelo serviço aos outros e que, para tanto, a multiforme graça de Deus opera na vida de cada um através da dinâmica dos dons segundo as necessidades que vão surgindo [1Pe 4.10-11]. O Espírito Santo não está limitado a uma rígida lista. Suas operações, manifestações e ministérios são diversos e surpreendentes, sempre em consonância com a Palavra de Deus e para a glória de Deus.

Comentário
“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria” (Romanos 12.6-8). Esses dons são da mesma categoria dos dons espirituais, pois a Bíblia os coloca em conjunto (1 Co 12.28). Esses dons que concedem capacitação sobrenatural para o funcionamento da Igreja. Infelizmente, esses dons são pouco valorizados e estudados nas igrejas, resultando em prejuízo para a igreja.

Conclusão
Os dons são recebidos para serem usados na vida da igreja. “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4:10). O Senhor providenciará momentos para que o Espírito Santo potencialize o dom. Dessa forma, quanto maior é a sintonia com Deus, mais utilizados serão os dons, mais o reino de Deus será edificado e o Senhor Jesus glorificado. Amém!

Referências bibliográficas
► Bíblia Sagrada
RIBEIRO, Aline Lessa. Invista seus talentos no reino de Deus e na benção do seu próximo. 14 ago. 2013. Disponível em: . Acesso em 20 abr. 2018. SEVERINO, Antônio Joaquim.
Metodologia do Trabalho Científico. 21ª Edição revista e ampliada, São Paulo: Editora Cortez, 2000. WILLIAMS, Derek. Dicionário bíblico vida nova. São Paulo, SP: Vida Nova, 2003),
► Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos – A Igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125. Lição 01 – Os dons de Cristo para o aperfeiçoamento dos salvos.
Revista CPAD, Negrão, Heber99. Dons e talentos queremos consagrar. 2013.

Acesso em: http://n.com.br/sites/paralelo10/2013/10/dons-e-talentos-queremosconsagrar/. Acesso em 20 abr. 2018 NEVES. Abdiel Bibiano. Dons e talentos a serviço de Deus. 2016. Disponível em: . Acesso em 01 set. 2018 OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica: Projetos de Pesquisa, TGI, TCC, Monografias, Dissertação e Teses. São Paulo: Editora Pioneira,1999.

Comentários adicionais – Diácono Wagner Oliveira Delfino – Servo do Senhor Jesus.

 

 

 

 

 

 

5 comentários:

ancelmo disse...

Parabéns pelo comentário Dc. Wagner. Deus te abençoe cada dia mais.

Emivaneide Silva disse...

Excelente comentário. Parabéns irmão Wagner.

Anônimo disse...

Maravilha parabéns ao comentarista.

Carlos Cezar disse...

Muito bom o seu comentário, enriqueceu muito a lição e ajudou bastante na compreensão. Que Deus continue abençoando muito a sua vida!

Anônimo disse...

Lição maravilhosa,que Deus continue capacitando os varões a continuar nesta graça.