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 CAPACITADOS PARA SERVIR UNS AOS OUTROS

Lição 8 – 20 de novembro de 2022

TEXTO ÁUREO
Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação. Romanos 12.4

VERDADE APLICADA
Devemos ser dedicados e zelosos no uso dos dons distribuídos segundo a graça de Deus para o bom desenvolvimento espiritual de cada membro do Corpo de Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar a importância de exercitar os dons;
Ensinar que os dons estão a serviço do Reino de Deus;
Mostrar como servir a Cristo através dos dons.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ROMANOS 12
4. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5. Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profeta, seja ela segundo a medida da fé;
7. Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino.
8. Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberdade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO 
Convido você a refletir na seguinte história. “Uma pessoa de férias reserva um hotel perto da orla da praia. Ao acordar, decide fazer uma caminhada na praia. Pouco tempo depois, sente uma pequena pontada no pé direito. Ao olhar ao seu redor, percebe que no caminho havia um pedaço de vidro, que ocasionou um pequeno corte. Diante dessa situação decide voltar ao hotel. Chegando lá, inclina seu corpo, direciona seus olhos para o pequeno corte, e após um breve momento de análise, decide fazer um curativo e para isso utiliza suas duas mãos”. Essa é uma pequena ilustração de como cada parte do corpo é importante e que se um membro não está em condições plenas todo o corpo trabalha e direciona esforços para ajudar. Não há que se falar em um membro, mas sim um corpo composto por vários membros. Cada membro com sua função específica, tendo também sua importância. Assim como está escrito em Romanos 12:5: Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.

1.  Exercitando os dons
A igreja é um dos locais em que é possível desenvolver as habilidades, dons, concedidos por Deus ao cristão e como resultado abençoar outras pessoas. Ao exercer seu dom, aquele que o detém cresce, assim como aquele que usufrui dos benefícios desse dom. Em 1 Pedro 4:10 está escrito: Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. O professor, o pregador ou o músico, por exemplo, dedica-se e desenvolve seus dons e ao compartilhar com a igreja tem como resultados, por exemplo: alegria com a presença de Deus através de uma canção, a orientação de uma forma adequada no agir, através de uma aula na EBD ou o renovo espiritual, após uma pregação de Domingo. Tudo isso é realizado por meio da Graça de Deus, sendo o cristão apenas o instrumento.

1.1. Graça para o exercício de diferentes ministérios
Uma pessoa que propõe em seu coração dedicar-se a uma habilidade, tem ao longo do tempo a colheita da excelência. A excelência promove o destaque, que traz consigo o elogio. E aqui é um lugar em que o cristão deve estar alerta. Se não reconhecermos constantemente quem é a fonte, quem é real dono, quem é o autor do dom, entramos no caminho em que a humildade é deixada de lado e o orgulho e vaidade cegam nossos olhos. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos, Filipenses 2:3. Vaidade significa o alto valor atribuído à própria aparência ou qualidade. A vaidade e orgulho tem como consequência a pessoa colocar-se em posição superior a outra. Ao mesmo tempo que o cristão deve buscar a excelência, deve cultivar sua humildade, por meio do cultivo do temor ao nosso Deus. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança, Mateus 5:5.

1.2.  Os dons de serviço devem ser usados para a edificação da igreja
Na parábola dos Talentos, Mateus 25:14-28, Jesus descreve três servos que receberam talentos de seu senhor. Ao retornar de viagem, o senhor chama seus servos para prestar contas. Dois deles dobram a quantidade de talentos. No entanto, um dos servos enterra seu talento e entrega apenas o talento que seu senhor havia concedido. Da mesma forma, os dons quando utilizados em favor do corpo de Cristo, são desenvolvidos e aperfeiçoados. De modo contrário, o cristão que não colabora com o desenvolvimento do corpo, produz o mesmo efeito do servo que enterrou seu talento. Os servos que multiplicaram seus talentos são recebidos com alegria pelo senhor. Já o que enterrou seu talento, advertido. Nós também seremos cobrados pelo que nos foi concedido. “......A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido”, Lucas 12:48. Uma vez concedido o dom por Deus, passamos a ter o dever de contribuir com o crescimento da Igreja de Cristo.

1.3. Dom de profecia a serviço da igreja
O dom de profecia depende, assim como os outros dons, de uma intimidade com Deus para discernir qual é a verdadeira mensagem a ser propagada. É preciso ter a mente de Cristo. Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois "quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? "Nós, porém, temos a mente de Cristo, 1 Coríntios 2:14-16. O dom de profecia exige também coragem. Entregar a mensagem, boa ou ruim, a quem deva recebê-la. Elias, profeta de Deus, foi contemporâneo de um dos reis mais perversos de Israel. E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele, 1 Reis 16:30. Diante desse rei, Elias entregou a mensagem de que não haveria chuva. E essa coragem não parte de Elias, mas sim vem da capacitação de Deus por meio fé e confiança. Pois Deus é o nosso refúgio e fortaleza, Salmos 46:1.

2. Dons de edificação, exortação e ensino a serviço do Reino de Deus
Nesse tópico serão abordados três dons descritos em Romanos 12. o Ministério, ensino e a exortação. Como descrito anteriormente, o Dom é uma dádiva de Deus, que pressupõe um dever para o cristão. O dever de servir a Igreja.

2.1. Dom de ministério a serviço da igreja
Um dos significados do "ministério" é serviço ou assistência. Estar sempre a postos para servir, independente da função a desempenhar. Para obra de Deus não há férias ou descanso. Há sempre trabalho a fazer, alguém para ajudar. A Bíblia diz, Mateus 9:37. “Então disse aos seus discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.”

2.2. Dom de ensinar a serviço da Igreja
Ensinar é repassar um conhecimento, é demonstrar com precisão. Quem ensina utiliza diversas ferramentas para atrair a atenção do aluno e para tornar o conteúdo ou a mensagem de simples compreensão. Na Bíblia, temos o maior exemplo de educador. Jesus, o Mestre dos mestres. Ele adaptava a mensagem de acordo com o contexto cultural da região. Ao invés de apenas dizer que Deus se importa com todos, tendo cada pessoa o seu valor especial, Ele contou a parábola da “ovelha perdida” (Lucas 15:3-7). No lugar de dizer que devemos orar sem cessar, Jesus contou a parábola do “amigo importuno” (Lucas 11:1-10). Ao invés de dizer que devemos estar sempre vigilantes e prontos para a volta de Cristo, Ele contou a parábola das “dez virgens” (Mateus 25:1-13). A mensagem, com parábola ou não, seria transmitida, mas a forma, a metodologia ou método, impulsionam a mensagem e a tornam de fácil compreensão. Esse é o cuidado de quem tem o dom do ensino. Não basta passar a mensagem, mas passar a mensagem da forma mais acessível possível. O dom do ensino fez com que a parábola fizesse sentido tanto para você que está lendo esse comentário, quanto para as pessoas que ouviram a dois mil anos.

2.3. Dom de exortar a serviço da Igreja
A exortação é um passo além do ensino. É estimular o cristão a mudar. Passar de uma vida em que está cego para o pecado, para uma vida de temor a Deus. Natã, por meio do dom da exortação, no lugar de apontar diretamente o erro de Davi, o fez refletir sobre dois homens, um rico e outro pobre (2 Samuel 12:1-13). O rico possuía muitas ovelhas. O pobre apenas uma cordeirinha. Ao recepcionar um viajante, o homem rico não quis utilizar seus animais para dar de comer ao hóspede, tomando, assim, a cordeirinha do homem pobre. Ao ouvir essa situação, Davi enfurece-se com o homem rico. No entanto, Natã, informou que Davi era o homem rico, referindo-se ao pecado de adultério com Bete-Seba. Levando Davi a reconhecer seu pecado e retornar para a comunhão com Deus.

3. Dons de cuidados e administração no serviço do Reino de Deus
A casa de Deus é um lugar que deve ser organizado. A organização vem por meio da boa gestão ou administração. Quando não há administração, há desordem.  O que está relacionado a fazer de qualquer forma, ou seja, desajeitado ou de forma preguiçosa. “Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a casa tem goteiras”, Eclesiastes 10:18. A igreja é descrita como Corpo de Cristo, onde cada membro possui sua função. A boa gestão ou administração pressupõe o monitoramento do corpo para que todas as funções estejam em plena atividade.

3.1. Dom de repartir a serviço da igreja
Através dos recursos financeiros é possível ajudar outras pessoas que estão em momentos de dificuldade. Assim como, auxiliar a Igreja a manter sua estrutura. No entanto, o repartir também é um instrumento de ensino ao que doa. É um exercício de renúncia, pois aquele que possui bens deixará de usufruir de uma parte, em benefício de outros objetivos que não os seus. É um ato de fé e principalmente deve ser acompanhado de sinceridade. Jesus, ao observar como as pessoas ofertavam, viu sinceridade na menor oferta, Marcos 12:40-44. A Bíblia nos ensina que Abel ofertava as primícias de seu trabalho (Gênesis 4:4). Ananias e Safira, ao possuir uma propriedade para ofertar à Igreja, mentiu sobre o valor (Atos 5:1-5). Depositando na oferta um valor menor do que o preço da venda. Apenas para ter o reconhecimento perante aquele grupo, de que todo o valor da propriedade havia sido doado. Não há sinceridade neste ato. Apenas uma forma de alimentar o próprio ego. No ato da oferta, não é quantidade, mas sim a sinceridade que faz com que Deus receba o serviço vindo do dom de repartir.

3.2. Dom de presidir a serviço da igreja
No mundo dos negócios, na administração de empresas há o “princípio peter”. Por exemplo, um funcionário é excelente no desenvolvimento de relatório e planilha e a empresa o promove a diversos níveis, onde a cada nível fica mais distantes das atribuições em que se destaca. Ou seja, num sistema hierárquico o funcionário é promovido até ao seu nível de incompetência. E o que esse princípio tem a ver com a lição? A Igreja, para sua melhor organização, geralmente divide-se em vários departamentos, como por exemplo, departamento da EBD. Para cada departamento é designado um líder que guiará esse grupo durante o ano. Dado este contexto, vamos a um exemplo. Um cristão com excelência no dom do ensino destaca-se na congregação. Por conta de seu trabalho, é designado ao Departamento da EBD para sua gestão. Perceba que esse novo cargo terá com preço o afastar de seu cargo de excelência ou diminuir o tempo que se dedica a ele.  O que quero dizer com esse exemplo? As competências para liderar são totalmente diferentes das que fazem uma pessoa se destacar em uma tarefa específica. Liderar ou presidir: É estar pronto para tomar decisões que não agradem a todos do grupo; É saber gerir as reclamações do grupo (Êxodo 16:3); É saber discernir e colocar em prática boas sugestões (Êxodo 18: 17-27). Veja como é diferente, por exemplo, o dom de ensino e de presidir.  O Cristão deve reconhecer seu dom e direcionar sua atenção para atividade correta, para que a igreja e ele mesmo se desenvolvam ainda mais.

3.3. Dom de exercer misericórdia a serviço da igreja
Jesus nos ensina, Lucas 10:25-37, a parábola do bom Samaritano. Um homem foi roubado e levaram tudo dele, até as roupas, além de o espancarem ao ponto de quase manterem-no. Por ele, passam um sacerdote e um levita, mas não o ajudam. No entanto, ao passar o samaritano, ajuda ao necessitado. Por que o Sacerdote e o Levita não ajudaram o necessitado? Se fosse uma pessoa importante da região, será que eles ajudariam? Trago essa reflexão no intuito de que a misericórdia deve ser exercida independente de quem está do outro lado. Seja uma pessoa considerada importante ou não.

CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos sobre os dons descritos em Romanos 12. Cada dom tem sua função, assim como cada membro do corpo tem sua atribuição. Todos os membros juntos colaboram para o adequado funcionamento do corpo. A principal função do dom é abençoar a igreja e não ser objeto de orgulho para quem o possui. Exercitar o dom, seja de ensinar, presidir, exortar ou repartir é doar um pouco do que você é para outra pessoa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
► Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada
Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 8 – Capacitados para servir uns aos outros.

COMENTÁRIO ADICIONAL Jhonatan Gonçalves - Aluno da EBD

 

 

 

3 comentários:

ancelmo disse...

Parabens Jhonatan, comentário bem elaborado e edificante. Deus continue te abençoando.

Fernando Júnio disse...

Muito bom, Jhonatan! Achei muito bacana a analogia da introdução, que maravilha! Quanto ao dom de profecia, abordado na lição, acho legal destacar para os irmãos não confundirem os profetas do A.T (Elias, Eliseu, Jonas, Miqueias, Zacarias, etc.) com o dom de profecia. Hoje, profetas não existem mais, porque Jesus cumpriu esse papel na sua primeira vinda, deixando todo o N.T como fonte única de consulta e prática. Toda revelação já está na bíblia, e o exercício de profeta já foi cumprido em Cristo. Agora, o dom de profecia é outra coisa. Qualquer crente pode ser usado por Deus para exercer o dom, para um momento específico, com propósito específico, sendo distinto dos profetas ora listados e conhecidos.
Deus abençoe!

Carlos Cezar disse...

Excelente comentário, muito bem elaborado! Que Deus continue abençoando a sua vida.