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 A Realidade da Grande Tribulação

Lição 5 – 1 de maio de 2022 

TEXTO ÁUREO
“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” 1Tessalonicenses 1.10

VERDADE APLICADA
Nosso Pai Celestial que enviou Seu Filho Jesus para nos salvar, também livrará o Seu povo da ira divina que virá.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar a importância das 70 semanas no Apocalipse;
Ressaltar o papel de Israel no quadro profético;
Revelar o cuidado de Cristo com a Sua Noiva.

Introdução
Estudaremos, nessa lição, sobre as setenta semanas da profecia de Daniel e sua conexão com o plano divino para Israel, a Igreja e todo o mundo. 

1. As 70 semanas de Daniel
O estudo acerca das setenta semanas de Daniel é fundamental para entendermos o livro do Apocalipse, principalmente a Grande Tribulação. Assim, o estudo comparativo acerca das profecias, ou seja, não limitado a somente um livro, contribui para o entendimento sobre os acontecimentos em relação a Israel e a Igreja.

Comentário Adicional
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expirar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos." (Dn 9:24).

É imprescindível que entendamos a relação direta que existem entre os textos de Daniel, nossa realidade e o Apocalipse. É preciso saber antes de tudo que o livro de Daniel é classificado como um livro das Revelações e Visões, seu contexto tem peso significativo, o próprio livro tem uma linguagem de figura muito expressiva, contudo é preciso saber que o Senhor nos conhece, Ele é soberano, transcendente e imanente. A própria citação acima, afirma a finalidade para qual ela foi revelada. 

1.1. Daniel clama pela restauração de seu povo
Daniel, conhecido como um dos maiores intercessores da Bíblia, está em intensa oração e jejum a Deus, pois, baseado nas profecias de Jeremias, entende que a desolação de Jerusalém duraria setenta anos [Dn 9.2-3]. Como resposta, Deus envia o anjo Gabriel e mostra a Daniel, na profecia das setenta semanas, a restauração de seu povo, Israel. Mas vai além e revela a Daniel o futuro da nação e Israel e do mundo [Dn 9.21-22.24-27]. Quando oramos e nos aproximamos de Deus com o coração quebrantado e contrito, Deus concede o que precisamos e nos dá muito além “do que pedimos ou pensamos” [Ef 3.20].

Comentário Adicional
Ao que parece o cativeiro de Israel na Babilônia estava para findar, após ler o profeta Jeremias, Daniel pôs-se a orar intercedendo para que DEUS cumprisse sua Palavra com respeito a seu povo.

Daniel leu a Palavra de DEUS, orou e jejuou, cobrindo-se de saco e cinza, em sinal de profunda tristeza como era o costume de sua época (Dn 9.1-3). O primeiro sinal da dignidade de Daniel é visto quando ele se recusa discretamente a desistir de suas convicções. Daniel tinha aplicado a vontade de DEUS a sua vida e era contrário a mudar os bons hábitos que formara. Tanto o alimento físico quanto o espiritual eram uma parte importante de seu relacionamento com DEUS. Alimentava-se cuidadosamente e vivia em estudo da Palavra de DEUS, em oração e jejum.

Pontos fortes e êxitos sobre a vida de Daniel

• Apesar de jovem quando deportado, permaneceu leal à sua fé.

• Serviu como conselheiro a dois reis babilônicos e dois reis medo-persas. 

• Era um homem de oração e um estadista com o dom da profecia.

• Sobreviveu à cova dos leões.

Lições de vida aplicadas:

• As convicções silenciosas frequentemente ganham respeito em longo prazo. 

• Não espere chegar a uma situação difícil para aprender sobre oração. 

• DEUS pode usar as pessoas onde quer que estejam.

1.2. Setenta semanas proféticas
O livro do Apocalipse não é uma ilha de revelação. Ele está conectado a muitas outras passagens, ao longo de toda a Bíblia. Uma destas passagens é a profecia das setentas semanas [Dn 9.24-27]. Deus revela a Daniel acontecimentos futuros, mencionando setenta semanas, que envolveriam Israel e o mundo. São semanas de anos e não de dias. Isto fica claro quando Jesus, mais de quinhentos anos depois de Daniel, atesta a autenticidade da profecia e mostra como evento futuro, ainda não cumprido [Mt 24.15]. Além disso, todos os seis eventos profetizados no versículo 24 por Daniel ainda não se cumpriram. A expressão e ideia de “semanas de anos” já tinha sido usada em outros momentos, como na lei do jubileu [Lv 25.8].

Comentário Adicional
A profecia das setenta semanas de Daniel sempre foi muito debatida. Antes mesmo das discussões entre as diferentes correntes escatológicas, tal profecia já era alvo de debate entre intérpretes judeus, depois latinos e gregos.

São tantas interpretações diferentes que seria algo quase impossível considerar todas elas num único texto. Portanto, colocarei ênfase apenas nas principais interpretações dentro do cristianismo, que, de alguma forma, são defendidas pelas diferentes posições acerca da escatologia bíblica.

Não há tanta discussão entre os cristãos a respeito das primeiras 69 semanas, apenas alguns debates acerca de datas e eventos históricos. As discussões se concentram realmente no significado da septuagésima semana. Sobre isto, existem três interpretações principais:

Interpretação Literal e Futurista: interpreta as semanas de forma literal, ou seja, representando um período preciso de tempo, a saber, 490 anos exatos. Devido à interpretação estritamente literal, essa linha de interpretação entende que 483 anos já se cumpriram, o que corresponde a 69 semanas (7+62) e a última semana, no caso a septuagésima, foi adiada e transferida para os últimos dias da presente dispensação. Assim, existe um hiato entre a sexagésima nona e a septuagésima semana, uma lacuna de tempo, um período indeterminado que é a era da Igreja. Finalmente, a septuagésima semana começa quando a Igreja for arrebatada e o Anticristo revelado, e corresponde aos sete anos de grande tribulação. Esta é a principal interpretação entre os pré-milenistas dispensacionalistas.

Interpretação Preterista: essa interpretação entende que as 70 semanas já se cumpriram, e a septuagésima semana corresponde ao período desde a morte de Cristo na cruz até a destruição de Jerusalém em 70 d.C. pelo exército romano. Alguns preteristas entendem que a destruição de Jerusalém não ocorre necessariamente dentro das 70 semanas, mas em algum momento depois dela. Muitos pós-milenistas defendem esta interpretação.

Interpretação Simbólica: essa interpretação defende que as 70 semanas devem ser entendidas de forma simbólica. Apesar de ser simbólica, essa interpretação se mistura com historicidade, ou seja, as 70 semanas se cumprem historicamente, porém não existe a necessidade de as datas serem exatas. Assim, a septuagésima semana é simbólica, e se refere à época da Igreja, ou seja, ao período que compreende desde a primeira vinda de Cristo até sua segunda vinda. Esta é a principal interpretação entre os amilenistas. 

1.3. A última semana e a Grande Tribulação
Ao debruçarmos sobre a última semana das setentas de Daniel [Dn 9.27], entendemos que ela corresponde ao livro do Apocalipse a partir do capítulo quatro. Deus revelou a Daniel, assim como a João, sobre a Grande Tribulação. Com a diferença que Daniel recebe uma revelação breve e sem pormenores. Enquanto João recebe uma revelação detalhada dos acontecimentos. Isso mostra como Daniel e Apocalipse se completam e confirma o outro. Mostra ainda que, no Apocalipse, Deus assinala que o tempo do cumprimento das profecias é chegado. As revelações feitas a Daniel e João apontam para a confortadora verdade sobre a soberania de Deus, o Seu plano perfeito e poder para levar adiante e fazer prevalecer Seus propósitos.

Comentário Adicional
“E ele firmará um concerto com muitos por uma semana” [Dan 9 v 27 (a)]. Eis aqui a semana, ou os sete anos que faltavam. Esta semana é dividida em dois períodos. Como os judeus quebraram a Aliança com o Salvador, Ele fez uma Aliança com Igreja. Assim o Deus parou de tratar com os judeus faltando esta semana, ou sete anos. Então, quando Cristo Arrebatar a sua igreja, ou melhor, quando não haver mais a Igreja na terra, Deus volta a tratar com os judeus. Como só falta esta semana para eles, portanto, após a tirada a igreja da terra inicia esta semana, a Septuagésima Semana de Daniel, a qual se trata da Grade Tribulação.

Semana que é dividida em duas partes, ou dois períodos (Dan 9 v 27). O primeiro período se chama “O Tempo da Falsa Paz”, que durarão acerca de três anos e meio. E o segundo período é denominado: “O Tempo da Grande Tribulação, ou Aflição”, que também durarão aproximadamente três anos e meio.

O termo "semana", referindo-se a um período de sete anos, era comum entre os judeus. Tal termo vem da ordem de Deus em Levítico 25:1-7 para cultivar um campo durante seis anos, permitindo que o campo descansasse no sétimo ano. Esse período de sete anos ficou conhecido como "semana de anos". Portanto, setenta semanas são 490 anos.

Nas profecias do livro de Daniel, esses 490 anos se subdividem em três partes: sete semanas de anos (49 anos), sessenta e duas semanas de anos (434 anos) e uma semana de anos (7 anos).

A profecia das setenta semanas de Daniel sempre foi muito debatida. Antes mesmo das discussões entre as diferentes correntes escatológicas, tal profecia já era alvo de debate entre intérpretes judeus, depois latinos e gregos.

O INÍCIO DA TRIBULAÇÃO
O início desse período se dará quando “um príncipe que há de vir” (Dn 9.26) fizer “firme aliança com muitos” (Dn 9.27). Tal homem também é identificado, em outras partes, como o “chifre pequeno” (Dn 7.8,24,25) e como “homem da iniquidade” (2Ts 2.3);

Ele, que liderará uma coalizão de nações ocidentais naqueles dias, fará também uma aliança com Israel trazendo paz aos judeus. Devido a essa paz, o Templo será reconstruído na primeira parte da Tribulação (Dn 9.27 prevê que na primeira metade da Tribulação haverá “sacrifícios” em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo);

Os primeiros 3½ anos terminarão com o “homem da iniquidade” declarando ao mundo sua divindade e se “assentando no santuário de Deus” (2Ts 2.4), possivelmente uma referência ao Templo de Israel.

 OS JUÍZOS
Apocalipse 6–19, texto que trata do período da Tribulação, descreve três sequências de juízos: selos, trombetas e taças, cada um em número de sete eventos. Se as três sequências se sucedem cronologicamente, se elas se sobrepõem, ou, ainda, se as trombetas e as taças são descrições dos selos, isso é matéria para muita discussão e muitas dúvidas.

A) Os selos
1) Primeiro selo (Ap 6.1,2): cavaleiro no cavalo branco que sai para conquistar. Pode indicar, bem no início da Tribulação, o domínio crescente do poder do “homem da iniquidade”. Esse domínio acontece bem quando as pessoas falam em “paz e segurança” (1Ts 5.3);

2) Segundo selo (Ap 6.3,4): cavaleiro no cavalo vermelho portando uma grande espada, trazendo o fim da paz e guerra entre os homens;

3) Terceiro selo (Ap 6.5,6): cavaleiro no cavalo preto com uma balança na mão, a qual representa um forte racionamento de comida devido a uma fome rigorosa.

4) Quarto selo (Ap 6.7,8): cavaleiro, chamado Morte, no cavalo preto. Ele traz morte, por meio da guerra, fome e pestes, a 1/4 da população mundial;

5) Quinto selo (Ap 6.9-11): iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra.

6) Sexto selo (Ap 6.12-17): haverá eventos catastróficos como um grande terremoto, o escurecimento do Sol e da Lua, chuva de meteoros, montes e ilhas removidos do lugar e algo nos céus que dará aos homens a ideia nítida do juízo que Deus lhes envia;

7) Sétimo selo (Ap 8.1-6): Um grande silêncio, por meia-hora, seguido por trovões e terremotos que introduzem os sete juízos denominados “trombetas”.

B) As trombetas
1) Primeira trombeta (Ap 8.7): fogo misturado a sangue cai do céu e queima 1/3 da terra, das árvores e das plantas;

2) Segunda trombeta (Ap 8.8,9): algo de natureza inexplicável causa a destruição de 1/3 do mar, da vida marinha e das embarcações.

3) Terceira trombeta (Ap 8.10,11): 1/3 da água potável é afetado trazendo grande sede e morte aos homens;

4) Quarta trombeta (Ap 8.12,13): danos causados ao Sol, à Lua e às estrelas provocando perda de luz para a Terra tanto de dia como de noite;

5) Quinta trombeta (Ap 9.1-12): primeiro “ai”. Difícil de definir do que exatamente se trata o abismo e os gafanhotos, visto que Ap 9 é o capítulo que mais contém a palavra “como”, introduzindo símiles no lugar de uma descrição literal dos fatos. De qualquer modo, haverá, por 5 meses, um tormento indescritível sobre os incrédulos;

6) Sexta trombeta (Ap 9.13-21): segundo “ai”. Haverá a morte de 1/3 da população mundial.[2]

7) Sétima trombeta (Ap 11.15-19): Terceiro “ai”. Há um anúncio de que o fim está próximo e que é chegado o momento de o Senhor reinar na Terra. Mesmo assim, ainda haverá 7 taças da ira de Deus a serem derramadas, talvez, nas últimas semanas da Tribulação (Ap 16.1-21), sendo que todas as taças são derramadas ao mesmo tempo sobre a Terra (Ap 16.1).

C) As Taças
1) Primeira taça (Ap 16.2): feridas terríveis acometem os incrédulos;

2) Segunda taça (Ap 16.3): destruição do mar e morte completa dos seres marinhos;

3) Terceira taça (Ap 16.4-7): toda a água potável será afetada trazendo um juízo tremendo pelo sangue dos justos que foi derramado;

4) Quarta taça (Ap 16.8,9): a intensidade dos raios solares é tão grande que passa a queimar os homens;

5) Quinta taça (Ap 16.10,11): algo descrito como “o trono da besta será afetado e seu reino ficará em trevas” causará ódio ainda maior dos incrédulos por Deus;

6) Sexta taça (Ap 16.12-16): o rio Eufrates secará. De certo modo, isso facilitará a travessia dos exércitos dos reis do Oriente (cf. Dn 11.44);

7) Sétima taça (Ap 16.17-21): completam-se todas as coisas e ocorre o maior terremoto de todos os tempos causando inúmeras destruições. Caem dos céus, também, pedras de cerca de 35 quilos provocando terrível destruição e blasfêmias contra Deus por parte dos incrédulos.

OUTROS EVENTOS DA TRIBULAÇÃO

A) Os remidos
Quando o quinto selo é aberto (Ap 6.9-11) iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra. Sabendo que todos os crentes foram arrebatados antes da Tribulação, podemos notar esses que serão perseguidos crerão em Cristo durante aquele período.

Portanto, o evangelho será pregado nessa época possivelmente pelos servos de Deus que foram selados. Trata-se de 144 mil judeus solteiros do sexo masculino (Ap 7.3-8; 14.1-4) e são chamados de “servos do nosso Deus”.

Eles certamente não serão os únicos a pregar naqueles dias. Outros pregarão e serão perseguidos e mortos (Mt 24.9).[3] Mesmo assim, o evangelho será pregado por toda parte e haverá conversões (Mt 24.14).

B) Ataque frustrado a Israel
Durante o período de aparente paz (provavelmente no final dele), uma confederação do norte atacará Israel (Ez 38–39). Os possíveis participantes, segundo Ez 38.1-6, são Rússia (Gogue e Magogue), Irã (Pérsia), Sudão (Etiópia), Líbia (Pute), Ucrânia (Gômer), Turquia e Síria (Togarma). Esse ataque ocorrerá depois do tratado de paz, quando os israelitas habitarem sua terra tendo retornado do exílio mundial. Haverá protestos da parte do Ocidente e da Arábia Saudita (Ez 38.13).[4] Essa coligação será derrotada por intervenção divina (Ez 38.21,22) e levará 7 meses para enterrar os mortos (Ez 39.12). Tal destruição dos inimigos causará um grande testemunho para o mundo e para os israelitas incrédulos (Ez 38.23; 39.7,13,21-24). É possível que esse evento tanto traga o “homem da iniquidade” para atuar dentro da Palestina como produza conversões entre os israelitas e a consequente perseguição do “homem da iniquidade” por desejar uma adoração que não pode mais ter devido à fé dos que creram.

C) As duas testemunhas
Durante a primeira metade da Tribulação, duas testemunhas desenvolverão uma atividade de proclamação como de profetas (Ap 11.3-13). Farão isso por 1.260 dias (primeiros 3½ anos da Tribulação) e parecem exercer poder sobre a natureza (vv.3-6). Cumprida sua tarefa e seu tempo, a besta (o homem da iniquidade) vai vencê-las e deixar seus corpos expostos em uma praça de Jerusalém (vv.7-9). Durante 3 dias e meio, haverá festa pela morte das testemunhas, mas, ao final disso, elas serão ressuscitadas e levadas ao céu. Um décimo da cidade será destruído causando a morte de 7 mil pessoas (vv.10-13).

D) Atuação do homem da iniquidade (a besta)
A primeira parte da Tribulação tem o “homem da iniquidade” como um líder capaz de resolver problemas entre nações trazendo-lhes paz. Entretanto, o evento descrito em Dn 9.27 demonstra seu real caráter e dá início à segunda metade da Tribulação.

A partir de então, a besta se assentará no santuário de Deus e como Deus se apresentará, exigindo ser adorado (2Ts 2.3,4). Não é sem motivo que a besta se apresentará como Deus, pois Satanás lhe dará poder e autoridade (Ap 13.2), além de poderes sobrenaturais (2Ts 2.9). Durante essa época, a besta será “ferida de morte”, mas sua recuperação inacreditável fará com que seja seguida por muita gente, que também adorará a Satanás (Ap 13.3,4).

Na sequência, nos próximos 42 meses (3½ anos), a besta agirá com poder e engano, perseguindo e vencendo os crentes e sendo adorada pelo mundo todo (Ap 13.5-8). Haverá também, por parte do homem da iniquidade e das nações que o servem, a perseguição e destruição da igreja apóstata/ecumênica (Ap 17.16).

E) A segunda besta (falso profeta)
Para promover seus intentos e a adoração a si, a primeira besta (o homem da iniquidade) faz surgir uma segunda besta (falso profeta). A segunda besta em momento algum promove a si mesma, mas ao homem da iniquidade (Ap 13.11-18). Tem a autoridade da primeira besta e realiza sinais (vv.12,13). Vai exaltar o fato de a primeira besta não ter sucumbido diante da ferida mortal (v.14).[5] Fará uma imagem da besta e lhe dará vida (ou a aparência de uma imagem viva) a fim de atrair adoração (v.15). Finalmente, cria uma marca que somente os adoradores da besta receberão e com a qual poderão realizar operações comerciais (vv.16-18).

F) A igreja apóstata/ecumênica
No período da Tribulação, atuará uma igreja apóstata (será disso que trata a apostasia de 2Ts 2.3?) chamada de grande meretriz.[6] Apocalipse 17 fala sobre tal igreja demonstrando se tratar de uma instituição rica (v.4), modelo de outras instituições ligadas a ela (v.5), que se alegra com a perseguição e morte das testemunhas de Jesus (v.6). Essa instituição tem uma abrangência mundial (v.15) e sucumbirá diante do homem da iniquidade e das nações a ele associadas (v.16).

O ARMAGEDOM
No final da Tribulação, reinos do Norte e do Leste virão sobre Israel, facilitados pela seca do Eufrates, à planície de Esdraelon, defronte ao monte Megido (do hebraico har megiddô). Trata-se de um vale que mede cerca de 30 x 20 km. Outros locais de conflito serão Jerusalém (Zc 12.9; 14.12; 14.4) e Bozra – atual Petra – (Is 63.1-6). Essas três regiões compreendem o Norte, o Centro e o Sul de Israel, respectivamente.

No meio da batalha, o Senhor Jesus voltará com seus exércitos celestiais e derrotará os exércitos terrenos (Ap 19.11-21). O morticínio será indescritível (Ap 14.20; 19.17,18).

2. As 70 semanas e Israel
Como resposta ao clamor de Daniel, pelo fim do cativeiro do seu povo, Deus envia o anjo Gabriel e revela a Daniel a restauração de Israel e vai além e mostra o futuro da nação até que chegue o reino teocrático do Messias. Esta profecia se divide em três parte ou etapas. Os sábios deste mundo não entendem estas coisas, mas Deus revelou, aos Seus pequeninos, os Seus mistérios [Mt 11.25].

Comentário Adicional
A moldura para essa profecia é encontrada em Daniel 9.1-23. O profeta vivia na Babilônia, onde o povo judeu se encontrava exilado por quase 70 anos. Daniel descobriu, através das profecias de Jeremias, que o cativeiro do povo duraria 70 anos. Por isso, nessa passagem, ele confessou os pecados do povo judeu e orou pedindo pela sua restauração. Ele sabia que o tempo de cativeiro estava quase no fim (9.1-2) e, assim, intercedeu pelo povo. Enquanto ele ainda orava, Deus reagiu à sua oração, através do anjo Gabriel (9.21). Daniel 9.24-27 mostra a maneira como Deus atendeu à oração de Daniel. Ao responder a essa oração, Deus foi muito além da retirada do povo da Babilônia. Ele vislumbrou o futuro até à sua restauração definitiva sob o reinado do Messias.

2.1. 7 semanas: restauração
A chave para se entender esta primeira parte da profecia, que fala de sete semanas, está no texto: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas” [Dn 9.25]. Acreditamos que esta profecia inicia seu curso em 445 a.C. na ordem de Artaxerxes para a restauração de Jerusalém [Ne 2.1-8]. Notemos que, mesmo fazendo parte do plano de Deus e contando com Sua operação, a restauração e edificação de Jerusalém ocorreu em “tempos angustiosos”, como é possível verificar nos relatos de Neemias. Uma importante lição para nós, que fomos chamados para cumprir a missão, tendo a promessa do Senhor de estar conosco e do poder do Espírito Santo, num contexto de indiferença, perseguição e lutas diversas.

Comentário Adicional
Semanas-ano
As expressões “semana” ou “pares de sete” se referem a um período de sete anos ou pares de sete anos, cada. Sabemos isso porque o profeta já as considerou como anos em Daniel 9.1-2.

O período todo abrange 490 anos
O tempo total coberto é de 490 anos (70 pares de 7 anos, cada, considerando o ano profético de 360 dias).

Refere-se ao povo judeu e à cidade de Jerusalém
Os 490 anos estão relacionados ao povo judeu e à cidade de Jerusalém e não à Igreja. O anjo Gabriel disse a Daniel que esse tempo estava determinado “...sobre o teu povo [Israel] e sobre a tua santa cidade [Jerusalém]...” (Dn 9.24).

A finalidade das 70 semanas
Lemos, em Daniel 9.24, que Deus tinha seis objetivos para esses 490 anos. Os três primeiros se referem ao pecado do homem e os últimos três, à justiça de Deus:

“para fazer cessar a transgressão”;

“para dar fim aos pecados”;

“para expiar a iniquidade”;

“para trazer a justiça eterna”

“para selar a visão e a profecia”;

“para ungir o Santo dos Santos”.

Por ocasião da Sua Primeira Vinda, a morte de Cristo na cruz trouxe o perdão dos pecados, mas Israel somente reconhecerá esse sacrifício quando o Seu povo estiver em contato com a Sua Segunda Vinda e demonstrar arrependimento, ao final das 70 semanas-ano. Os últimos três objetivos relacionados em Daniel 9.24 projetam o olhar sobre o vindouro Reino de Cristo.

2.2. 62 semanas: vinda e ascensão do Messias
A segunda parte da profecia mostra sessenta e duas semanas (434 anos): “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” [Dn 9.25]. Vemos que esta segunda parte se cumpre da restauração de Jerusalém até o tempo de Cristo. Porém os “tempos angustiosos” continuaram tendo em vista que, embora os judeus receberam autorização para retornar à Jerusalém e reedificá-la, permaneceram sob o jugo dos vários impérios, como o império romano, conhecido por sua crueldade e violência. A profecia mostra o Messias vindo e saindo do cenário profético e depois a cidade de Jerusalém sendo destruída [Dn 9.26]. O que se cumpriu em 70 d.C., quando Roma destrói Jerusalém. Assim, vemos como vem se cumprindo várias profecias de Daniel ao longo da história. Para nós é um consolo saber que tudo que Deus nos prometeu também se cumprirá [Mc 13.31].

Comentário Adicional
Para determinar quando o Messias chegaria, primeiro é preciso saber quando começaria o período que terminaria na sua chegada. De acordo com a profecia, esse período começaria “depois de se emitir a ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém”. Quando se emitiu essa ordem? Segundo o escritor bíblico Neemias, a ordem para reconstruir as muralhas de Jerusalém foi emitida “no vigésimo ano do rei Artaxerxes”. (Neemias 2:1.5-8). Os historiadores confirmam que 474 AEC foi o primeiro ano completo de Artaxerxes como governante. Por conseguinte, o 20.° ano de seu reinado foi 455 AEC. Assim, descobrimos quando começou o período mencionado na profecia messiânica de Daniel, isto é, em 455 AEC.

Observe:


2.3. A última semana

A terceira e última divisão da profecia mostra a última semana das setenta semanas [Dn 9.27]. Nela vemos que Israel fará uma aliança com o Anticristo: “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Esta aliança será rompida depois de três anos e meio: “e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”, culminando com a batalha do Armagedon e a derrota do Anticristo, pelo Messias que virá, “e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador”. Assim como no passado, muitas lutas e sofrimentos ainda acontecerão ao povo de Deus. Mas haverá o tempo de restauração e plenitude quando finalmente reconhecerem Jesus como seu Messias prometido. Precisamos continuar orando e evangelizando, não apenas o povo judeu, mas todas as nações, no poder do Espírito Santo, até que Cristo venha!

Comentário Adicional
A aliança do Anticristo e os últimos sete anos
Deus vai destravar o Seu cronômetro profético para Israel depois de ter arrebatado a Igreja para o Céu. Então surgirá o Anticristo e firmará uma aliança ou um acordo com Israel (9.27).[2] Isso sucederá na última, ou seja, na 70º semana-ano cujo cumprimento ainda está em aberto. Sabemos desse fato porque as primeiras 69 semanas-ano foram literalmente cumpridas até o último dia e estes futuros sete anos também se cumprirão literalmente.

O Anticristo fará um “firme” acordo ou, possivelmente, “obrigará” Israel a fazer uma aliança com ele.[3] Dois acontecimentos no mundo atual indicam que a probabilidade de tal acordo se realizar não está muito afastada.

Primeiramente, o Estado de Israel foi restabelecido em 1948, o que tornaria possível a realização de uma aliança com ele pela primeira vez em 1.900 anos.

Em segundo lugar, o atual e aparentemente interminável “processo de paz” no Oriente Médio também aponta para a possibilidade desse último acordo. O palco está montado para o aparecimento de um grande líder da Europa que possa garantir a segurança de Israel. Como o mundo está cada vez mais dividido em relação às inquietações no Oriente Médio, um anúncio desses poderia facilmente se tornar uma solução inevitável.

3. As 70 semanas e a Igreja
Com o fim da segunda parte da profecia das setenta semanas, se inicia um intervalo profético entre a 69ª e a 70ª semana. Este intervalo já dura cerca de dois mil anos e é o tempo da Igreja de Cristo. A Daniel não foi revelado em detalhes acerca deste período, mas ao apóstolo Paulo foi manifestado pelo Espírito Santo [Rm 11.25; Ef 3.5]. Devemos encarar com responsabilidade o tempo que temos e usá-lo com sabedoria [Sl 90.12], pois é uma dádiva e pertence a Deus [At 1.8].

Comentário Adicional
O período intermediário é o da Era da Graça
Até aqui, tudo bem! As primeiras 69 semanas fazem parte da História. No entanto, o que acontece com os últimos 7 anos ou a 70ª semana-ano? Quando Israel rejeitou seu Messias, Deus suspendeu temporariamente o Seu plano para Israel. Assim, há um intervalo de tempo ou uma inserção de duração indeterminada entre a 69ª e a 70º semana-ano.[1]

3.1. A Igreja não é alvo das setenta semanas
As setenta semanas de Daniel são um tratamento de Deus com Israel e com a cidade de Jerusalém e não com a Igreja de Cristo: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade.” [Dn 9.24]. A Igreja sequer existia neste momento e surge na história com o fim da 69ª semana, marcada pela morte e consequente ressurreição do Messias: “Depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais” [Dn 9.26]. A prioridade do cristão, neste tempo da Igreja, é ser cheio do Espírito Santo e ser testemunha de Jesus [At 1.6-8].

Comentário Adicional
De acordo com Daniel 9.26, para esse período são profetizados dois acontecimentos especiais:

O Messias será morto (isso se cumpriu em 3 de abril de 33 d.C.);

Jerusalém e o Templo serão destruídos (isso se cumpriu em 6 de agosto de 70 d.C.).

Deus deu um “pause” no seu cronômetro profético ao final da 69º semana-ano.

Atualmente vivemos nesse período de tempo não definido claramente entre a 69ª e a 70º semana-ano, na Era da Igreja. Esse período terminará quando Cristo arrebatar Sua Noiva – a Igreja – ao Céu. Como a Igreja não existia durante as primeiras 69 semanas-ano – de 444 a.C. até 33 d.C. – faz sentido que ela não esteja presente na Terra durante a última semana-ano. As 70 semanas-ano se referem a Israel e não à Igreja.

3.2. A Igreja não é alvo da ira divina
Vejamos como a Bíblia trata o tempo da ira divina que virá sobre a Terra, revelada na forma da última semana, das setenta semanas de Daniel, com relação à Igreja: na mensagem à igreja de Filadélfia, Jesus nos diz que livrará a Sua Igreja da hora da tentação que virá sobre toda a Terra [Ap 3.10]; para a igreja em Tessalônica Jesus promete vir nos céus e nos livrar da ira futura [1Ts 1.10]; porque fomos destinados para a salvação em Cristo, não a ira de Deus [1Ts 5.9]; devemos vigiar e orar, para que enquanto no mundo o tempo da ira divina se cumprir, possamos estar em pé diante de Cristo no céu [Lc 21.36].
Comentário Adicional
Eurico Bergstén (2017, 318-319), afirma que a promessa da segunda vinda de Jesus está firme e para tanto se baseia em alguns pilares: 1) Jesus voltará pessoalmente (Hb 9:28), 2) Jesus voltará baseado na Palavra (Mt 24:35), 3) O Antigo Testamento fala da vinda de Jesus em diversos pontos, 4) Jesus testemunhou seu retorno nos evangelhos e, 5) Os apóstolos também testificaram.

O dia e a hora desta segunda vinda de Cristo são, contudo, desconhecidos. Não por outra razão, Mateus apontou (24:42-44): Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor (…) Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam. A segunda vinda, contudo, vai se operar em duas fases: inicialmente haverá o arrebatamento da Igreja (todos os santos), isso antes da Grande Tribulação. E após o período de tormenta haverá o julgamento. Cristo fará guerra contra as forças do mal e virá com seu exército (Ap 19:19).

3.3. A Igreja e o seu tempo
Pouco antes de Jesus voltar ao céu, os discípulos lhe perguntaram: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” [At 1.6]. Para esta pergunta, Jesus não lhes revelou prazos ou datas do cumprimento das profecias. Mas lhes disse: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.” [At 1.7]. Cristo, com isso, determinou o foco ou o alvo da Igreja, em seu tempo dispensacional aqui na terra: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” [At 1.8]. A razão de estarmos aqui é porque o alvo de Cristo é alcançar o mundo perdido e deu esta tarefa sublime e prioritária à Sua Igreja [Mc 16.15; Mt 28.19]. Esta tarefa somente poderá ser cumprida se vivermos cheios do Espírito Santo.

Comentário Adicional
No final da 70ª semana-ano, Deus derrotará o Anticristo (Dn 9.27; ver 2Ts 2.8; Ap 19.20). Isso marcará o final das 70 semanas-ano e o início do Reino Milenar de Cristo. Então estarão cumpridos os seis objetivos de Deus, mencionados em Daniel 9.24 (Ap 20.1-6).

Para uma compreensão ainda melhor dessa profecia fantástica, seguem alguns meios auxiliares.


A profecia sobre um período de 173.880 dias que se cumpriu no dia exato é, de fato, algo excepcional. Por ocasião da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no dia 30 de março de 33 d.C., cumpriram-se exatamente os dias das primeiras 69 semanas-ano (483 anos). Jesus sabia do significado real desse acontecimento. Olhando para a cidade, Ele disse: “Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz!” (Lc 19.42 – NVI). 

Acrescentou, ainda: “...você não reconheceu a oportunidade que Deus lhe concedeu” (Lc 19.44 – NVI – ênfases acrescentadas pelo autor). Jesus ressaltou “neste dia” e “a oportunidade” diante dos judeus porque Ele era a personificação dessa impressionante profecia na presença deles. O dia da visitação aconteceu exatamente na data anunciada com antecedência, mas o povo judeu perdeu a oportunidade em virtude de sua incredulidade.

Jesus voltará em algum dia – talvez em breve. No futuro acontecerá uma última visitação e esta se dará precisamente dentro do cronograma de Deus.

Conclusão
Ao realizarmos um estudo comparativo das profecias de Daniel com outros textos proféticos encontrados na Bíblia, precisamos perseverar em vigilância, oração, santificação e no serviço cristão, pois as Palavras do Senhor não hão de passar, mas se cumprirão, pois Deus é Fiel e Verdadeiro.

Comentário Adicional
O estudo da Escatologia Cristã nos permite compreender, na medida de nossas limitações humanas, a grandeza das coisas que Deus tem preparado para aqueles que o adoram, juntamente com seu filho amado Jesus Cristo. E, à luz do Espírito Santo, isso é possível, naquilo que Deus deseja que saibamos. E como assevera Charles Finney (2004, p. 501): “Deus é, e deve ser, um soberano absoluto e universal.”

A fonte inesgotável de saber e adoração a Deus é a Bíblia Sagrada e a Revelação de Jesus Cristo que Deus lhe deu para mostrar os acontecimentos futuros. Quem tiver sede venha, e quem quiser beba de graça da água da vida! Apocalipse 22:17.


Comentário adicional

Pr Éder Santos - ADTAG SEDE

Graduado em Teologia

Pós-graduado em Hermenêutica

Mestre em Teologia

 

 

4 comentários:

ancelmo disse...

Parabéns pastor Éder, excelente comentário, muito edificante.

Osmar Emídio de Sousa disse...

Parabéns Pr. Éder pelos comentários adicionais. Deus abençoe muitíssimo
a sua vida e o seu ministério!!

R-9 disse...

Minha opinião sobre a Septuagésima semana de Daniel:
https://eisegese-sectaria.blogspot.com/2022/06/e-cristo-ou-o-anticristo.html?m=1

Anônimo disse...

Erros grotescos de interpretação. Tem que voltar para o zero. Essa foi a proposta de Jesus Cristo para Nicodemos. Deus lhe conceda sabedoria. Amém