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 APOCALIPSE: O LIVRO DO TRONO

 Lição 6 – 8 de maio de 2022

TEXTO ÁUREO
“E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.” Apocalipse 4.2

VERDADE APLICADA
Independente das circunstâncias, podemos perseverar confiando no Senhor, pois o Seu reino é supremo e eterno.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que o Apocalipse é o livro do trono;
Mostrar os personagens em volta do trono;
Apresentar as características de Cristo no trono.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Apocalipse 4
3. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e era semelhante à esmeralda.
4. E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentado sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.
5. E do trono saiam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.
6. E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal. E, no meio do trono, e ao redor do trono, quatro amimais cheios de olhos por diante e por detrás.

Introdução
Depois de João ter se maravilhado com a visão do Senhor dos Senhores glorificado e ter recebido a incumbência de levar às sete igrejas as advertências e promessas divinas, o cenário muda de local e João foi arrebatado para as regiões celestiais e se depara com o grande trono e tenta descrever a grande visão, caracterizando seus personagens os quais iremos estudar nesta lição.    

1. O Trono
Imediatamente, após João receber as mensagens para as sete igrejas, ele se achou em espírito, ou seja, ele não subiu ao céu fisicamente, nem mesmo viu e ouviu essas coisas com seus olhos e ouvidos carnais. Ninguém suportaria ver o que João viu em corpo humano, portanto ele teve uma visão. É importantíssimo considerar o simbolismo presente na visão, pois, se não for assim, o texto ficará impossível de se compreender. Então, João viu um Trono no Céu. Trono significa autoridade, domínio, poder e honra. Aqui começa a ficar clara a expressão “o que deve acontecer “. João contempla que nada acontece por acaso, que a História não está sem controle, ao contrário, há um Trono no céu que controla todas as coisas, nele, o Criador, Deus Todo Poderoso, governa e controla o universo e conduz a História segundo os Seus propósitos, com toda proteção, autoridade, justiça e juízo.

1.1. Trono alto e sublime
O trono, visto por João, é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono do céu. O livro de Apocalipse é o livro da Soberania de Deus, da vitória de Deus. Aquele que criou todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma consumação final, onde Ele e seu exército (a igreja de todos os tempos) sairão vitoriosos. A essência desta revelação é mostrar que todas as coisas são governadas por aquele que está assentado no Trono. Das 67 passagens do NT que aparece “TRONO” 47 estão no livro de Apocalipse e 12 vezes só neste capítulo 4. Todos os detalhes estão orientados com vistas ao trono: sobre o trono, em redor do trono, a partir do trono, diante do trono, no meio do trono. O trono é um símbolo da soberania inabalável de Deus. O Trono é o verdadeiro centro do universo. Esse trono não está na terra, mas no céu. O universo na Bíblia não é geocêntrico, nem heliocêntrico, mas teocêntrico. Aqui temos a verdadeira história da vitória final editada neste trono.       

1.2. Trono de justiça e juízo
Além da maravilha do trono alto e sublime, João vê que Deus está assentado sobre ele.  João não consegue descrever propriamente Deus, mas descreve o Seu esplendor e majestade, destacando dois de Seus atributos. Ele diz que o que viu é semelhante à pedra de jaspe (ou no original algo como diamante branco e translúcido) e a pedra de sardônico. A pedra branca, pura, e cristalina, representa a santidade de Deus. Já o sardônico é vermelho vivo e representa o juízo de Deus. Assim, Deus é santo e justo. Como está escrito “justiça e juízo são a base de seu trono. (Sl 89.14)” João também viu ao redor do trono um arco-íris, parecendo uma esmeralda, que simboliza a graça e a misericórdia de Deus, ou seja, há uma aliança que demonstra que, para os eleitos de Deus, a tempestade já passou, pois Cristo é quem nos justificou. Após o arco-íris, João viu relâmpagos, vozes e trovões, o que evidencia o juízo e a ira, isto é, o Trono de Deus é um Trono de juízo. Diante do trono estavam acessas sete tochas de fogo, que simbolizam o Espírito Santo, que é sábio, que tudo vê, que é fogo consumidor contra os ímpios, e santificador em relação aos santos. Note que o arco-íris é visto antes dos relâmpagos, vozes e trovões. Isto quer dizer que a graça antecede o julgamento. Deus derrama a Sua misericórdia, mas também derrama sua ira em juízo. Aqueles que rejeitam a graça de Deus não poderão escapar da justiça dEle. João viu algo como um mar de vidro, claro como cristal. Talvez uma boa interpretação seja que, simbolicamente, isso representa o poder santificador, ou seja, o sangue purificador do Cordeiro, em quem os santos lavaram suas vestes (Ap 7:14).

1.3. Trono de Davi
No trono de Davi Israel adquire uma natureza real. Davi é um tipo do Messias, pois assim como Davi pastoreou e exaltou o seu povo entre as nações, Cristo é o Supremo Pastor das ovelhas, protegendo e glorificando a Sua Igreja. Davi trouxe descanso ao seu povo na terra prometida. Jesus dará por herança aos mansos um novo céu e uma nova terra. Ser um súdito de Davi era receber respeito e dignidade, pois a glória do rei era compartilhada com toda a nação. A glória de Cristo é herdada pelo crente em Jesus. Em Cristo, todos gentios regenerados são benditos, porque herdam as promessas do Pacto, de um reino que jamais terá fim. Jesus é a última palavra, a promessa maior para o povo do Pacto, não somente aos judeus, mas também aos gentios. A criança que fora gerada pelo Espírito Santo em Maria era destinada ao trono. Não qualquer trono, mas o trono de Davi. Não por um longo período, mas para todo o sempre. Na verdade, Jesus seria o último sucessor, pois depois dele ninguém mais sentaria no Seu Trono, pois Ele viria a ocupá-lo para sempre. Que Deus nos abençoe a permanecermos em Suas promessas!

2. Em volta do trono
Numa visão extraordinária observada por João, o deixou extasiado; tentando descrever, segundo nossa compreensão, ele as descreve de acordo seu entendimento e compreensão humana; assim, no meio dessa grande visão, ele vislumbra alguns personagens compondo aquele esplendoroso cenário e tenta descrevê-los de forma mais próxima de se compreender.

2.1. Os vinte e quatro anciãos
A primeira interpretação defende que os vinte e quatro anciãos são seres angélicos. Essa interpretação se apoia no fato de que outras passagens bíblicas dizem que os anjos vestem roupas brancas (cf. Jo 20:12) e se organizam em classes ou hierarquias angelicais (Cl 1.16). Além disso, alguns textos bíblicos mostram os anjos reunidos num tipo de concílio celestial (cf. Salmo 29:1; 89:7; 103:20; 148:2; Jó 1:6).

A segunda interpretação defende que os 24 anciãos são os representantes do povo redimido de Deus. À luz de outras passagens bíblicas, essa segunda interpretação é a que possui maior fundamentação, e por isso ela é a mais amplamente aceita. O teólogo Simon Kistemaker, em seu comentário expositivo do livro do Apocalipse, elenca alguns argumentos a favor dessa interpretação.

Em primeiro lugar, são os santos que são convidados por Cristo a sentar-se com Ele no trono (Apocalipse 3:21). Inclusive, são os santos no céu que recebem autoridade para julgar assentados em tronos (Apocalipse 20:4).

Em segundo lugar, embora os anjos apareçam nos textos bíblicos com roupas brancas, é muito mais significativo o modo com que os redimidos se vestem de branco indicando a pureza que provém de serem eles purificados do pecado (Ap 3.4; 7.9).

Em terceiro lugar, os vinte e quatro anciãos possuem coroas em suas cabeças. Nitidamente isso simboliza autoridade para governar com Jesus Cristo; além de ser um sinal de vitória – visto que a palavra traduzida como coroa também pode indicar a guirlanda dada aos vencedores (2 Tm 2.12; cf. Ap 3.21; 5.10; 20.4-6; 22.5).

Todos esses privilégios são conferidos aos santos, não aos anjos. Também vale lembrar que a palavra “ancião” traduz o grego presbyterion. Esse termo jamais é aplicado a anjos. Por outro lado, os anciãos eram parte importante da vida religiosa de Israel no Antigo Testamento; enquanto no Novo Testamento os anciãos ou presbíteros são os que aparecem como responsáveis pela liderança e governo das igrejas locais. Nas passagens bíblicas, os vinte e quatro anciãos aparecem vestidos com roupas brancas e com coroas de ouro em suas cabeças. Eles se assentam em vinte e quatro tronos e possuem harpas e taças de ouro com incenso (Ap 4.4; 5.8) Algumas pessoas também questionam o porquê de serem exatamente vinte e quatro anciãos. O ponto de vista mais tradicional sobre essa questão é aquele sugerido por Victorinus de Pettau que viveu entre os séculos 3 e 4 d.C. Ele defendeu que são vinte e quatro anciãos porque esse número é o total da soma de doze mais doze, sendo: doze patriarcas veterotestamentários e doze apóstolos neotestamentários. Assim, os vinte e quatro anciãos servem perfeitamente ao propósito de serem representantes da totalidade do povo redimido de Deus, o que inclui todos os salvos do Antigo Testamento e a Igreja do Novo Testamento.

2.2. Os quatro seres viventes
Os quatro seres viventes são criaturas celestiais indescritíveis mencionadas por João no Novo Testamento e antes por Ezequiel no Antigo Testamento (Ez 1.4-6; 10.20-21). No livro do Apocalipse João escreve que viu os quatro seres viventes quando teve a visão do trono de Deus. De acordo com o texto bíblico, esses seres misteriosos estavam no meio e ao redor do trono (Ap 4.6). Não há unanimidade entre os estudiosos cristãos sobre a identidade dos quatros seres viventes. Por exemplo: alguns defendem que os quatro seres viventes são uma classe especial de anjos; outros sugerem que eles são uma representação da criação; e ainda outros defendem que tem a ver com os quatro Evangelhos. Deixemos este mistério do que representam e também deixando de lado as aparências de cada um deles que é um mistério bíblico, e vamos então valorizar o texto bíblico que não deixa qualquer dúvida quanto ao que os quatro seres viventes fazem. Eles são seres que ministram incansavelmente diante de Deus. O apóstolo João escreve que os seres viventes não descansam nem de dia nem de noite. O serviço que eles prestam a Deus é ininterrupto. A declaração de adoração que eles proclamam é uma canção aos  atributos de Deus. Eles dizem: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir” (Ap 4.8). João também registra como os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos, os incontáveis anjos e todas as criaturas que há, se juntam para render adoração ao Cordeiro de Deus e louvar a glória do Senhor manifesta na obra da redenção (Ap 5.8-14).

2.3. As sete lâmpadas de fogo
As sete lâmpadas de fogo é descrita, em seguida, como sendo “sete Espíritos de Deus”, o que nos leva a entender tratar-se da plenitude do Espírito Santo. A passagem de Apocalipse 1.4 é um exemplo claro disso. Nela há uma saudação onde aparecem, de forma explicita, o Pai e o Filho. Assim, mesmo esses seres celestiais sendo poderosos e superiores aos anjos, eles necessariamente são inferiores a Deus e não podem ser mencionados no sentido que tal expressão transmite. Sem dúvida a interpretação mais coerente biblicamente é esta que diz que os sete Espíritos de Deus é uma designação simbólica do Espírito Santo. A linguagem simbólica realmente é predominante no livro do Apocalipse. Sob essa ótica, os números possuem uma aplicação muito significativa. Especificamente sobre o número “sete”, podemos dizer que ele é utilizado desde o Antigo Testamento para transmitir o sentido de “pleno”, “totalitário” e “completo”. Na verdade, o número “sete” é empregado pelo menos 54 vezes no Apocalipse de forma explicita. É por isso que temos os sete selossete trombetassete taças etc. Além disso, ele também ocorre de forma implícita, onde muitas vezes uma mensagem é agrupada em padrões de sete. Um exemplo disto são as sete bem-aventuranças presentes no livro (Ap 1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7; 22.14).

3. No trono
A visão de quem estava assentado sobre o trono, leva João a ficar extremamente maravilhado. O seu esplendor, leva João a compará-Lo com vários materiais preciosos quase indescritíveis, o que deverá levar o leitor a ter a dimensão do temor de Deus e a valorizar uma vida de santificação, pois assim como Ele, se o buscarmos em santificação, um dia o veremos.

3.1. Como jaspe e sardônica
Segundo alguns escritores, o jaspe, na Bíblia, faz referência à paixão e a pedra sardônica ao amor. Portanto, a pura expressão de amor, que é o próprio Deus (Deus é amor), demonstrado na sua mais pura característica e na sua paixão vista na morte da Cruz, mostra, nessa visão de João, que Deus é descrito, como semelhante ao jaspe e a sardônica exaltando essas duas características intrínsecas do próprio Deus. No Antigo Testamento, as vestes sacerdotais, em seu peitoral, eram fixadas essas duas pedras, mais precisamente em seu peitoral (próximo ao coração), o que exaltava o dever sacerdotal de paixão e amor a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

3.2. Arco celeste
Foi uma imagem bonita e provavelmente foi projetada para ser emblemática e bonita. A representação anterior é a de majestade e esplendor; isso é adaptado para moderar a majestade da representação. O arco-íris sempre foi, por sua própria natureza e por suas associações, um emblema da paz. Aparece na nuvem quando a tempestade passa. Contrasta lindamente com a tempestade que acaba de acontecer. É visto como os raios do sol aparecem novamente revestindo todas as coisas com beleza – mais bonitos pelo fato de a tempestade ter chegado e de a chuva ter caído. Se a chuva foi amena, a natureza sorri serenamente e as folhas e flores revigoradas aparecem cobertas de uma nova beleza: se a tempestade se agitou violentamente, a aparência do arco-íris é uma promessa de que a guerra dos elementos cessou e que Deus sorri novamente sobre a terra. Também nos lembra a “aliança” quando Deus “pôs seu arco na nuvem” e prometeu solenemente que a Terra não deveria mais ser destruída por um dilúvio, Gênesis 9: 9-16. A aparência do arco-íris, portanto, ao redor do trono, era um belo emblema da misericórdia de Deus e da paz que permeava o mundo como resultado dos eventos que seriam divulgados à visão de João. É verdade que houve relâmpagos, trovões e vozes, mas ali o arco permaneceu calmo acima de todos, assegurando-lhe que haveria misericórdia e Paz.

3.3. Semelhante a esmeralda
A esmeralda é verde, e essa cor predominou tanto no arco que parecia ser feita dessa espécie de pedra preciosa e, no Antigo Testamento, na veste sacerdotal, também estava presente representando a tribo de Judá. A cor modificada e suave do verde parece a todos predominar no arco-íris. Ezequiel (Ezequiel 1:28) introduziu a imagem do arco-íris, também, em sua descrição da visão que lhe apareceu, embora não tão calmamente circundando o trono, mas como descritiva da aparência geral da cena. “Assim como a aparência do arco que está nas nuvens no dia da chuva, o mesmo ocorreu com o brilho ao redor”. Mas também faz parte da coloração do trono: “Sobre suas cabeças um firmamento de cristal num trono de safira, incrustado de puro âmbar e cores do arco. Ao representar a tribo de Judá, devemos ter o entendimento de uma representação de autoridade e realeza de Deus.

Conclusão
Mediante o estudo dessa visão de João relacionada ao grande trono de Deus, devemos, cada vez mais devotar respeito ao Deus do Céu que, sem nenhum embaraço, cumprirá todas as suas promessas para a humanidade e, ao final de tudo, implementará Seu reino Eterno, onde, para seu maior prazer, terá, ao seu lado, todos os salvos de todos os tempos, reconhecendo Sua total governança e autoridade em todas as coisas, através de adoração permanente, pois no céu não haverá dia nem noite.

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.
►Revista DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL do professor: Adultos. Apocalipse. Mensagem sobre o triunfo de Cristo, exortações e promessas ao povo de Deus. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 123. Lição 06 – Apocalipse: o livro do trono.

Links:
https://versiculoscomentados.com.br/index.php/estudo-de-apocalipse-4-3-comentado-e-explicado/

Comentário adicional
PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.

 

Um comentário:

ancelmo disse...

Parabéns pelo belo comentário pastor Altevi. Muito bom. Deus continue te abençoando.