SALMOS: UM GUIA DEVOCIONAL PARA O
CRISTÃO
Lição 1 – Domingo, 5 de abril de
2020
TEXTO
ÁUREO
“Cantai
louvores ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz do canto.” Salmos 98.5
VERDADE
APLICADA
O
livro de Salmos muito contribui para a vida de adoração e oração do discípulo
de Cristo.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► APRESENTAR uma visão panorâmica dos Salmos.
► MOSTRAR a importância dos cânticos;
► DESTACAR alguns termos específicos dos Salmos.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SALMOS 42
1 – Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira
a minha por ti, ó Deus!
SALMOS 44
1 – Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, e nossos pais nos
têm contado os feitos que realizastes em seus dias, nos tempos da antiguidade.
SALMOS
45
1 – O meu coração ferve com palavras boas; falo do que tenho
feito no tocante ao Rei; a minha língua é a pena de um destro escritor.
INTRODUÇÃO
Caros
irmãos, neste trimestre teremos o prazer de estudar o livro de Salmos, que
muito colabora para a vida de adoração e oração do cristão. O comentarista da
revista é o pastor Adriel Gonçalves do Nascimento vice-presidente do ministério
de Madureira em Uberlândia/MG. Meus amigos, sabemos que estamos passando por
uma grave crise na área da saúde, não apenas em nosso país, mas em todo o
mundo causada pelo Coronavírus Covid-19, o que tem preocupados a todos. Mas
felizmente, temos a nossa disposição a palavra de Deus que é sem dúvida
poderosa e eficaz em nossas vidas. Assim, estudar o livro de Salmos neste
momento é muito gratificante, em Salmos encontramos diversos temas que vem
fortalecer a seu povo. Jamais podemos perder de vista que permeia por todo
Salmos a confiança exclusiva no Deus de Israel. Precisamos ter fé e confiar no
Seu amor na Sua graça e misericórdia, e acreditar plenamente de que a Sua
vontade é o melhor para cada um de nós. Deus é
fiel e justo, por isso, devemos colocar nossa confiança nEle, Ele acalma o
nosso coração. Por Deus sempre ser fiel e ter o controle de tudo, podemos
confiar plenamente em Sua pessoa.
1.
TÍTULO, DIVISÃO DO LIVRO E AUTORES
Nesta
seção vamos abordar as divisões do livro, bem como, os autores que Deus usou
para escrever o livro de Salmos. A Bíblia de Aplicação Pessoal comenta que os Salmos
são cânticos de louvor a Deus como nosso Criador, provedor e Redentor. Esse
louvor incide em reconhecer, apreciar e expressar a grandeza de Deus. Quando
elevamos nossos pensamentos em Deus, isto nos faz a louvá-lo. Quanto mais o
conhecemos, mais apreciamos o que Ele fez por nós.
1.1.
Título
No texto hebraico, a coleção
completa dos Salmos chama-se Tehillim, “cânticos de louvores”. Esse título refletia o principal
conteúdo dessa coletânea em geral. Mais
tarde, os rabinos passaram a chamá-la de “O livro dos louvores”. A Septuaginta,
tradução grega do Antigo Testamento, chamou-a de “Salmos”. O verbo grego do qual
o substantivo “salmos” é derivado indica, basicamente, “tocar ou tanger em
cordas”, o que sugere uma associação com acompanhamento musical. O título em
português deriva do termo grego e seu contexto. Os Salmos compunham o antigo
“hinário” de Israel inspirado por Deus (2Tm 3.16), que definia o espírito
apropriado e o conteúdo da adoração. Os salmos formam um preceito de vida
divinamente estabelecida, pela qual podemos julgar a nós mesmos. O valor destes
é muito grande a partir deste ponto de vista, e a sua utilização aumentará com
o crescimento da verdadeira fé no coração. O Espirito Santo nos ajuda a orar
quando utilizamos as expressões do salmista.
1.2.
Divisão do livro
O livro de Salmos é subdividido em cinco
livros menores. Sendo que cada livro é uma união de diversas coleções antigas
de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi colocada pelos editores no
final de cada livro. No livro I (Sl 1-41), A maioria dos Salmos é autoria do
rei Davi. O Livro II (Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou para os
filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão; aqui nessa coleção, quatro escritos
permanecem anônimos. O Livro III (Sl 73-89) é marcado por uma grande coleção de
cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7).
Embora a maioria dos salmos no Livro IV (Sl 90-106) não tenha os seus autores
citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram também. No Livro V (Sl 107-150)
registram-se vários cânticos de Davi. A série de cânticos chamada de Hallel
Egípcio (Sl 113-118) também está no Livro V. Os cânticos finais nesse livro (Sl
146-150) são conhecidos como o “Grande Hallel”. (Hallel é
uma palavra de origem hebraica que significa “cânticos
de louvor a Deus”) Cada cântico começa e termina com
a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”. (palavra de origem hebraica cujo significado quer dizer “louvai a
Deus”).
1.3.
Autores
O
Livro de Salmos é um ajuntamento de várias coleções antigas de cânticos e
poesias próprias para ser usado tanto no culto congregacional quanto para a
devoção particular. Em determinadas coleções, os compiladores antigos reuniram
a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Porém em outras, eles
coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os
filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos destes cânticos, cerca de 50, são
de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”. O período dos salmos se estende de Moisés, c. 1410
a.C. (Sl 90) ao período pós-exílio do final do século 6º ou começo do século 5º (SI
126), abrangendo c. 900 anos da história judaica.
2.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO LIVRO
O livro dos Salmos é
uma coleção de poesia hebraica inspirada, declarando a adoração e delineando as
experiências espirituais do povo judaico. É a parte mais íntima do Antigo
Testamento, dando-nos uma revelação do coração do judeu santo, e cursando todas
as escalas de suas experiências com Deus e a humanidade. A principal característica do livro é a literatura
poética hebraica que são poesia por excelência. Diferentemente do estilo de
poesia ao qual estamos habituados, que está baseada na rima e na métrica, a
poesia hebraica é essencialmente caracterizada por paralelismos lógicos. Alguns
dos tipos mais importantes de paralelismos são: 1) sinonímico (o pensamento da
primeira linha é repetido com conceitos similares na segunda [p. ex., Sl 2.1]);
2) antitético (o pensamento da segunda linha é contrastado com o da primeira
[p. ex., Sl 1.6]); 3) climático (o pensamento da segunda linha e das
subsequentes retoma uma palavra, frase ou conceito para aprimorar o
desenvolvimento da ideia principal [p. ex., Sl 29.1-2]); e 4) quiástico ou
introvertido (as unidades logicas são desenvolvidas em um padrão. A... B...
B'... A'... [p. ex., Sl 1.2]).
2.1.
A poesia hebraica
O livro de Salmos é
uma ampla coletânea de composições poéticas
da Bíblia. Ficamo-nos maravilhados diante da qualidade de muitas dessas antigas
peças literárias, algumas das quais são obras-primas em miniatura. A poesia
teve uma antiga e longa tradição na literatura dos hebreus. Seus temas envolvem
não apenas louvores ao Senhor, mas também alegria e tristeza pessoais, redenção
nacional, festividades e eventos históricos. Os salmos refletem as mais profundas
experiências e necessidades do coração humano, e assim desempenham uma atração
permanente sobre as pessoas de todas as religiões. Incorporaram o que havia de
melhor nas formas poéticas dos hebreus, tendo-as desenvolvido, e eram
acompanhados por um surpreendente desenvolvimento musical, com frequência usada
para acompanhar a recitação dos salmos na adoração formal de Israel.
2.2.
Acrósticos
Champlin diz que um salmo acróstico é aquele em que cada linha ou segunda
linha começa com uma letra sucessiva do alfabeto hebraico. Esse estilo
literário bastante artificial fez com que os salmos assim escritos se tornassem
um tanto desconjuntados, pois as ideias ficavam frouxamente vinculadas. A
palavra acróstico vem do grego akros (fim ou ponta) + stixos (linha
de um versículo). Nas composições em hebraico, essas letras especiais figuram
no começo das linhas, mas nas composições em outros idiomas podem figurar em
qualquer lugar. O Salmo 119 citado pelo pastor Adriel, autor da revista é um
exemplo deste recurso literário usado na poesia hebraica. Confira os Salmos 9,10,
25 e 37, quanto a esse artificio literário.
2.3.
Refrão
O refrão são recursos
bastante utilizados nos Salmos, como descrito na revista, trata-se de outras
características literárias. O refrão é a repetição de uma frase, é importante,
pois ajuda na organização do poema e aviva o tema abordado. Servindo de
exemplos, observem os salmos 42 e 43 são dois poemas tão intimamente ligados em conteúdo e estilo que desafiam a
separação. A ocorrência do mesmo refrão em 42.5; 42.11; e 43.5, o fato do Salmo
43 ser sem título, e a forma interna dos dois salmos, tudo indica uma só composição
original.
3.
ESCLARECIMENTOS DE ALGUMAS EXPRESSÕES
Nos Salmos existem
algumas palavras que são difíceis de entender, assim, neste tópico vamos
destacar algumas dessas palavras na tentativa de facilitar ao leitor um melhor
entendimento desses termos.
3.1.
Selá, Higaion e Mictão
Estes termos
provavelmente estão correlacionados na área musical, e são encontrados em
alguns Salmos. Segundo o Dicionário da Bíblia de Almeida, a palavra SELÁ é um
termo que parece
indicar uma pausa no cântico, enquanto os instrumentos continuam a tocar ou
enquanto se introduz uma DOXOLOGIA, um AMÉM, etc. Ocorre 71 vezes em Sl (ver Sl
3.2) e três vezes em (Hc 3). Por causa dessa incerteza e também por não ter
sido parte do texto de cada salmo quando originalmente escrito, essa palavra é
omitida em grande número de traduções modernas da Bíblia, inclusive a RA e NTLH.
Quanto ao termo HIGAION, é um termo musical que provavelmente significa
“melodia para meditação” ou “interlúdio” (Sl 9.16). MICTÃO é um título hebraico
de seis Salmos, podendo referir-se a uma oração silenciosa (16; 56-60).
3.2.
Jedutum e Masquil
Jedutum era um
levita da família de Merari a serviço do templo de Jerusalém, que foi nomeado
pelo rei Davi, para dirigir a música e o grupo dos cantores do Templo. Também havia outros dois levitas que o ajudavam eram eles
Hemã e Asafe (veja 1Cr 25,1.3.6, e outros). Por fazer parte do grupo dos
músicos seu nome aparece muitas vezes no livro dos Salmos (Conf. Sl 39, 62,
77). Davi
nomeou como chefe dos músicos do TABERNÁCULO (1Cr 25.1-3).
Masquil - Término hebraico aparece nos encabeçamentos dos
seguintes Salmos: 32; 42; 44; 45; 52; 53; 54; 55; 74; 78; 88; 89 e 142. É um
termo que significa “instrução”, estes Salmos davam instruções para o remanescente
fiel. A mesma palavra, no plural “maschilim” significa “os sábios” e “os
entendidos” (cf. Dn. 11.33, 35; 12:3, 10).
3.3. Degraus
Cada um desses quinze salmos também conhecido como “Cântico
de Romagem”. O termo hebraico traduzido por “romagem” igualmente pode
significar “degraus” ou “escaladas” e vem de um radical que quer dizer “subir”,
como quem sobe uma escada. Dez desses salmos são anônimos, quatro são atribuídos
a Davi (122, 124, 131, 133) e um a Salomão (127). Esses salmos foram escolhidos
a fim de compor um “hinário” para ser usado pelo povo que ia a Jerusalém
celebrar as três festas anuais (Êx 23.14-19) - a Pascoa, na primavera; Pentecostes,
no começo do verão; e Tabernáculos, no outono. Os peregrinos entoavam esses cânticos
em conjunto, enquanto viajavam em grupos de famílias para Jerusalém (Lc 2.41-52),
e isso os ajudava a concentrar os pensamentos naquilo que o Senhor havia feito
por sua nação.
CONCLUSÃO
Os salmos incorporaram o que havia de melhor nas
formas poéticas dos hebreus, tendo-as desenvolvido, e eram acompanhados por um
surpreendente desenvolvimento musical, com frequência usada para acompanhar a
recitação dos salmos na adoração formal de Israel. Ambrósio dizia que “Os salmos são a bênção do povo, o louvor de Deus, elogio dos fiéis, o
aplauso de todos, a linguagem universal, a voz da Igreja, a profissão
harmoniosa de nossa fé, a expressão de nossa entrega total, a alegria de nossa
liberdade, o clamor de nossa alegria transbordante. Eles acalmam nossa ira,
afastam nossas preocupações e nos confortam e nossas tristezas. De noite é uma
arma, de dia um ensinamento; no perigo é nossa defesa, nas festividades nossa
alegria; expressam a tranquilidade de nosso espírito; são uma prenda de paz e
de concórdia”. — Ambrósio (cerca de 339–397).
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
► Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
► Bíblia de Estudo NAA. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.
► Bíblia de Estudo MacArthur. Edição
Revista e Atualizada, tradução de João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SBB,
2013.
► CHAMPLIN, Russell Norman, Ph. D.
O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, volume IV. São
Paulo: Hagnos, 2001.
► FERREIRA, Abner. Salmo: Uma referência para a vida de adoração e oração
do cristão. Rio de Janeiro: Editora Betel, 2020.
► Revista do professor: Adultos.
Salmos. Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º
Trimestre de 2020. Ano 30 n° 115. Lição 1 –
Salmos: um guia devocional para o cristão.
► MacDonald, William. Comentário Bíblico
Popular Antigo e Novo Testamento: São Paulo: Mundo Cristão, 2011.
► PEARLMAN, Myer. Através da
Bíblia. Livro por livro. São Paulo: Editora Vida, 2006.
► Werner Kaschel e Rude Zimmer. Dicionário
da Bíblia de Almeida 2º edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
► WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento:
volume III, Poéticos. Santo André, SP: Editora Geográfica, 2006.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS
Ev. Ancelmo Barros de Carvalho. Servo do Senhor Jesus.
4 comentários:
Uma boa apresentação dos Salmos. Iniciamos mais um trimestre de muito aprendizado, para Glória de Deus!
Amem muito bom
Quais são as principais duvidas dessa licao para o aluno.
Quais são as principais duvidas dessa licao para o aluno
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