Evidências da realidade
histórica de Jesus Cristo
Lição 08 - 24 de
Novembro de 2019
TEXTO ÁUREO
"Porque não vos fizemos saber a virtude e
a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente
compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade." 2Pe 1.16
VERDADE APLICADA
Todos os relatos históricos concernentes à
existência de Jesus Cristo confirmam que não se trata de mito, mas de verdade
inconteste.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
• Conhecer as citações do historiador Flávio Josefo sobre Jesus;
• Analizar o texto de Cornélio Tácito que faz referência a Jesus;
• Analizar o texto de Cornélio Tácito que faz referência a Jesus;
• Estudar o texto do Talmude que ratifica a historicidade de Jesus.
TESTOS DE REFERÊNCIA
Lc 2.1 - E aconteceu, naqueles dias, que saiu um
decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse.
Lc 2.2 - (Este primeiro alistamento foi feito sendo
Cirênio presidente da Síria.).
Lc 2.3 - E todos iam alistar-se, cada um à sua
própria cidade.
Lc 2.4 - E subiu também José, da Galiléia, da cidade
de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e
família de Davi),
Lc 2.5 - A fim de alistar-se com Maria, sua mulher,
que estava grávida.
Lc 2.6 - E Aconteceu que, estando eles ali, se
cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
Comentários
Adicionais (Dcª. Dênia Gonçalves)
INTRODUÇÃO
Além da Escrituras Sagradas, pesquisas de
historiadores confirmam a existência de Jesus Cristo, nesta lição iremos
estudar a respeito de alguns historiadores, sendo eles não cristãos.
1. JESUS E O HISTORIADOR FLÁVIO
JOSEFO.
Imagem
romantizada de Flávio Josefo, na tradução de suas obras por William Whiston.
Yossef ben Matitiahu Ha-Cohen, um dos líderes
da 1ª Revolta Judaica contra o Império Romano, termina seus dias em Roma, onde
adota o nome de Flavius Josephus. Lá escreve a história e apologia da Nação
Judaica e de si mesmo, suspeito tanto aos olhos de seus correligionários,
quanto aos olhos dos romanos.
Josefo foi um historiador que vivei por volta
de 37 d.C. até cerca de 103 d.C., ele era um membro da aristocracia sacerdotal
dos judeus, Josefo passou o resto de sua vida em Roma como conselheiro e
historiador. Durante séculos as obras de Josefo foram mais lidas na Europa do
que qualquer outro livro, com exceção da Bíblia.
Sem dúvida, Josefo foi um importante
apologista da cultura e do Povo Judeu no mundo romano, numa época de conflito e
tensão. Através de sua obra procurou revelar o judaísmo aos letrados e sua
compatibilidade com o pensamento helenista. Ressaltando a antigüidade da
cultura judaica, apresentava seu povo como civilizado, devoto e filosófico. Nos
cerca de 30 anos em que viveu em Roma sob o patrocínio de Vespasiano, Tito e
Domiciano, Josefo escreveu a maior parte de seus trabalhos, dos quais restam
quatro: Bellum Iudaicum (A Guerra Judaica) em sete volumes; Antiquitates
Iudaicae (Antigüidades Judaicas ) em 20 tomos; em Contra Apionem (Contra Apio)
defende os judeus das acusações deste alexandrino; e, em Vita (Autobiografia),
defende-se das acusações de que teria sido responsável pela guerra.
1.1 JESUS CRISTO COMO IRMÃO DE TIAGO.
De acordos com o historiador Josefo no seu
livro História dos Hebreus, I Parte, Livro 20º, Cap. 8, Parágrafo 856, ele
afirma que Jesus tinha um irmão chamado Tiago, nós vemos isso também descrito
em Mt 13.55-56, Mc 6.3, Gl 1.19, ou seja o que ele relatou em seu livro nós
também encontramos na Bíblia.
“Tamanha era a reputação de Tiago entre as
pessoas consideradas justas, que Flávio Josefo, que escreveu Antiguidade dos
Judeus em vinte livros, quando ansiava por apresentar a causa pela qual o povo
teria sofrido grandes infortúnios que até mesmo o tempo fora destruído, afirma
que essas coisas aconteceram com eles de acordo com a Ira de Deus em
consequência das coisas que eles se atreveram a fazer contra Tiago o irmão de
Jesus que é chamado Cristo. E o que é fantástico nisso é que, apesar de não
aceitar Jesus como Cristo, ele deu testemunho da justiça de Tiago” – (Orígenes,
Origen’s Commentarary on Matthew, IN: ROBERTS, Alexander, DONALDSON, James,
Ante-Nicene Fathers, VOL 9, pp.424)
O ossuário de Tiago foi revelado em 2002
através de um engenheiro judeu chamado Oded Golan. Ele é um colecionador de
antiguidades, ele tinha adquirido esse artefato através de um comerciante de
antiguidades em jerusalém, esse artefato causou muita polêmica entre os
especialistas por causa da inscrição: "Tiago filho de José, e irmão de
Jesus".
Essa poderia ser a primeira menção epigráfica
de Jesus em achados arqueológicos!
A mídia então, começou a divulgar o achado.
Porém, em dezembro de 2004, Golan foi acusado de ter falsificado a inscrição,
membros da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) acusam Golan de ter
falsificado a inscrição que aparece no ossuário, a mídia passa a divulgar que o
artefato era falso. Em 2005 o caso foi parar no tribunal, depois de muita
batalha judicial e de muitas análises e pareceres dos especialistas, concluiu
se, finalmente que o ossuário é legítimo. Esse artefato arqueológico confirma a
existência histórica de nosso Senhor Jesus Cristo.
1.2 JESUS CRISTO: DISCÍPULOS E
CRUCIFICAÇÃO.
Outra evidência da realidade histórica de
Jesus por Flávio Josefo em seu livro História dos Hebreus, I Parte, Livro 18º,
Cap. 4, Parágrafo 772, afirma: "Agora havia durante este tempo Jesus, um
homem sábio, se é lícito chamá-lo de um homem, pois ele era executor de obras
maravilhosas, um professor de tais homens que recebem a verdade com prazer. Ele
atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios. Ele era [o] Cristo. E
quando Pilatos, por sugestões dos principais homens entre nós, condenou-o a
cruz, aqueles que o amavam a principio não o abandonaram, pois ele lhes
apareceu vivo novamente no terceiro dia, assim como os divinos profetas tinham
predito estas e inúmeras outras coisas maravilhosas a respeito dele. e a tribo
dos cristãos, assim chamada por causa dele não está extinta até este dia."
Podemos relacionar a citação de Josefo com os evangelhos, pois o que ele
relatou em seu livro podemos encontrar na Bíblia.
1.3 RELEVÂNCIA DESTAS CITAÇÕES DE
FLÁVIO JOSEFO.
As Antiguidades Judaicas (escritas cerca de 94
em grego) é a história dos Judeus desde a criação do Génesis até à irrupção da
guerra da década de 60. Acrescentou, no final, um apêndice autobiográfico onde
defendeu a sua posição colaboracionista em relação aos invasores romanos. O seu
relato, ainda que com um paralelismo evidente em relação ao Antigo Testamento,
não é idêntico ao das escrituras sagradas. Há quem defenda que estas diferenças
se devam à possibilidade de Josefo ter tido acesso a documentos antigos (que
remontariam até à época de Neemias) que teriam sobrevivido à destruição do
templo. A maior parte dos académicos não dá crédito a tal suposição. Neste
livro encontra-se o famoso Testimonium Flavianum, uma das referências mais antigas
a Jesus, mas considerada por alguns estudiosos uma interpolação fraudulenta
posterior.
Testimonium Flavianum (em português
"Testemunho de Flávio") é o nome dado a um trecho da obra
Antiguidades Judaicas, escrita no século I pelo historiador judeu Flávio
Josefo, que menciona Jesus de Nazaré como o Cristo.
O Testimonium Flavianum foi um texto muito
respeitado até o meados do século XVII, depois disso houve muita discussão se
ele seria ou não uma interpolação. Entretanto, a descoberta de novos manuscritos
no século XX tem reforçado a credibilidade do texto.
Alice Whealey, por exemplo, apresentou um
manuscrito do século V que contém uma variante: "Ele era tido com sendo o
Cristo" (onde, nos outros manuscritos, está "Ele era o Cristo").
A real dificuldade em se acreditar no texto reside na sua afirmação de que
Jesus era o Cristo, já que Josefo era
judeu e esta afirmação parece fazer de Josefo um cristão. Entretanto, após
participar na rebelião contra os romanos e ver sua nação praticamente destruída
talvez, apenas no momento que escrevia, ele considerava a possibilidade de
Jesus ser de fato o Cristo. Quando ele escreve sobre João Batista, descreve o
modo de pensar dos judeus da época sobre derrotas militares e suas causas.
Foi sugerido que o parágrafo quebra a
continuidade da narrativa, mas isto pode ser explicado pelo fato de
Antiguidades Judaicas ter sido escrito por numerosos escribas.
Contestações baseadas em análise
linguística também não se mostraram conclusivas porque muitas outras passagens
de Josefo contêm características incomuns.
2. JESUS E O HISTORIADOR CORNÉLIO
TÁCITO.
Busto de Tácito
numa gravura de 1829.
Tácito foi um historiador, orador e político
romano. Considerado um dos maiores historiadores da antiguidade, nasceu no ano
55 d.C. ocupou os cargos de questor (Encarregado de funções financeiras),
prestor, cônsul (Representante do governo) e procônsul (Magistrado romano que
tinha todos os poderes de um cônsul) da Ásia. Tácito ainda é muito importante
para a historiografia romana, pois é baseado em seus textos que estão as
concepções sobre a decadência moral de Roma.
2.1 REGISTRO DO INCÊNDIO DE ROMA.
O grande incêndio de Roma teve início na noite
do dia 18 de julho de 64 d.C., afetando 10 das 14 zonas da antiga cidade de
Roma, três das quais foram completamente destruídas. O fogo alastrou-se
rapidamente pelas áreas mais densamente povoadas da cidade, com as suas ruelas
sinuosas. O fato de a maioria dos romanos viverem em ínsulas, edifícios
altamente inflamáveis devido à sua estrutura de madeira, de três, quatro ou
cinco andares, ajudou à propagação do incêndio. Nestas condições, o incêndio
prolongou-se por seis dias seguidos até que pudesse ser controlado. Mas por
pouco tempo, já que houve focos de reacendimento que fizeram o incêndio durar
por mais três dias. Tácito relata esse acontecimento citando Jesus, pois Nero
acusou os tais seguidores de Cristo por iniciar o incêndio.
2.2 CORNÉLIO TÁCITO E A CITAÇÃO DE
JESUS CRISTO.
Tácito cita os cristãos sendo acusados de
incendiar a cidade de Roma pelo imperador Nero, e cita que a palavra cristãos é
derivada de Cristo. Essa declaração de Tácito afirma que na sua visão Cristo é
o originador de um grupo de pessoas chamadas cristãos, ou seja, Ele é o
fundador do movimento religioso que leva o seu nome. Mais uma delaração
compatível com aquilo que conhecemos nas escrituras.
Não se sabe ao certo o momento e as razões que
levaram os cristãos a serem acusados de responsáveis pelo incêndio.
Historiadores cristãos e também romanos (como Tácito e Suetônio, cujas obras
denotam acentuada antipatia pelo imperador) sustentam que se tratou de uma
manobra de Nero, para desviar as suspeitas de sua pessoa. Uma vez que a tese de
"incêndio criminoso" se disseminara, era necessário encontrar os
culpados, e os cristãos podem ter-se tornado "bodes expiatórios"
ideais, pelo fato de serem mal vistos em Roma. De fato, Tácito, embora acusando Nero de ter
injustamente culpado os cristãos, declara-se convencido de que eles mereciam as
mais severas punições porque cometiam "infâmias" e eram
"inimigos do gênero humano". Segundo o romancista Pär Lagerkvist, é
até possível que alguns cristãos fanáticos, imbuídos de conceitos
apocalípticos, tenham proclamado, publicamente, que o incêndio era um castigo
divino pelos "pecados" dos romanos, e que prenunciava o novo advento
do Cristo, o que teria tornado todos os cristãos suspeitos de implicação
naquela calamidade.
2.3 A IMPORTÂNCIA DO RELATO DE CORNÉLIO
TÁCITO
São poucos os estudiosos que contestam a
autenticidade da passagem que Tácito relata a respeito dos cristãos. Somente P.
Hochart, em 1885, propôs que era uma fraude. Contudo, o editor da Oxford de
1907, Furneaux, dispensou sua sugestão e trata a passagem como genuína. Robert
van Voorst escreveu que a passagem não poderia ter sido forjada, pois os
cristãos não promoveriam sua fé como sendo uma “perversa superstição”, “fonte
do mal” ou ainda como sendo “horrenda e vergonhosa”, embora “lá tenha crescido
um sentimento de compaixão” em relação aos cristãos. John P. Meyer afirma não
existir nenhuma evidência arqueológica ou histórica que dê suporte ao argumento
de que algum escriba cristão tenha introduzido a passagem no texto.
"Trata-se de um depoimento importante da
parte de uma testemunha que não simpatiza com o sucesso e com a difusão do
cristianismo, baseado em uma personagem histórica, jesus, crucificado por ordem
de Pôncio Pilatos" - (STROBEL, Lee, Em defesa de Cristo, Vida, 1998, 108)
3. O TALMUDE E A HISTORICIDADE DE
JESUS
O Talmude é uma coletânea de livros sagrados
dos judeus, um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética,
costumes e história do judaísmo. Há no Talmude pequenos relatos a respeito de
Jesus. O Talmude tem dois componentes: a Mishná, o primeiro compêndio escrito
da Lei Oral judaica; e o Guemará, uma discussão da Mishná e dos escritos
tanaíticos que frequentemente abordam outros tópicos.
O Talmude, numa
edição moderna impressa
3.1 TALMUDE MISHNÁ, NA 43ª SECÃO DO
SANHEDRIN.
Em função do caráter da Mishná, um compêndio
jurídico judaico feito por fariseus, não é de se esperar que muitas citações
fossem feitas a Jesus ou a seus seguidores, afinal, esse não é o tipo de
literatura para apresentação de histórias. Entretanto, em pouquíssimas citações
que se faz ou a Cristo ou aos cristãos, encontramos comentários hostis, porém,
servem para atestar a historicidade de Cristo.
3.2 O TERMO "YESHU" NO
TEXTO DO TALMUDE.
Segundo os tradutores desse material para o
inglês, não parece haver dúvidas de que Yeshu apresentado no Sanhedrin é de
fato Jesus Cristo, fato que não ousam discordar ou apresentar dúvidas sobre a
referência que se faz a ele. Outra declaração, vinda do mesmo material, é sobre
um interessante problema textual na declaração do Sanhedrin: esse problema
textual segue exatamente o nome Yeshu, que segundo os autores, vários
manuscritos acrescentam a expressão de Nazaré (SCHACHTER, Jacob, FREEDMAN, H.,
EPSTEIN, I., Sanhedrin, Translated into english with notes, glossary and
índices, pp.281-2).
Agora, somadas todas as declarações do
Sanhedrin, sobre um Yeshu conhecido como sendo de Nazaré que teria sido
pendurado na véspera da páscoa, em uma declaração proveniente de um período
muito próximo à morte de Cristo, nos faz pensar que tal declaraçãodeve ser a
respeito de Cristo. Se isso não pode ser inferido, teríamos que considerar que
em um período muito próximo de Jesus, outro Jesus teria sido pendurado e morto
na véspera da Páscoa, o que pareceria uma coincidência assustadoramente
impressionante.
3.3 MAGNITUDE DA CITAÇÃO DO TALMUDE
SOBRE JESUS.
Já na
primeira leitura dos trechos do Talmude que mencionam Jesus é possível notar o
desprezo dos rabinos por ele e pelo Cristianismo. Na visão deles, Jesus não era
uma figura religiosa importante e o Cristianismo uma seita insignificante.
Jesus é mencionado em passagens breves, geralmente exemplificando um autor de
um mal feito, ou como exemplo de um pervertido. O desprezo é tanto que ele
chega a ser mencionado às vezes como peloni (uma certa pessoa), ou em outras
passagens nenhum nome é mencionado em episódios claramente referentes a ele,
até mesmo em trechos de manuscritos que não foram censurados. Portanto, um
registro com o objetivo claro de ferir a imagem de Jesus, serve como fortíssima
prova da existência histórica de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
A filosofia pode existir sem Sócrates, a
poesia pode existir sem Carlos Drumond de Andrade, mas, o cristianismo não terá
sentido se JESUS CRISTO não for real, Ele é a razão da nossa fé e o motivo da
nossa esperança.
Há provas para crentes e descrentes à respeito
de Jesus, Ele veio para nos redimir, e para todo aquele que nEle crê tenha a
vida eterna (Jo 3:16).
"Nunca alguém tão grande se fez tão
pequeno para tornar grandes os pequenos" Augusto Cury.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Almeida
Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 1995.
Revista do professor: Jovens e Adultos.
Apologética Cristã - A importância da defesa da fé diante dos desafios da
sociedade atual. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2019. Ano 29
n° 113. Lição 8 – Evidências da realidade histórica de Jesus Cristo.
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