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O DISCIPULADO DILIGENTE - (Comentário adicional Ev. Ancelmo Barros)

O DISCIPULADO DILIGENTE
Lição 06 – 11 de Agosto de 2019

TEXTO ÁUREO
“Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem á hora que não imaginais.” (Lc 12.40)

VERDADE APLICADA
O Senhor Jesus chama os Seus discípulos para uma vida diligente, frutífera e consciente dos desafios a enfrentar.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
MOSTRAR que discípulos diligentes são cuidadosos;
APONTAR a importância de os discípulos serem frutíferos no Reino de Deus;
FALAR sobre os desafios do discipulado.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 12.35 – Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias.
Lc 12.3 – E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe.
Lc 12.3 – Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá.
Lc 12.38 – E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos.

INTRODUÇÃO
Nesta lição, o evangelista Lucas aborda a necessidade de sermos cauteloso, assim, todo servo do Senhor deve produzir frutos digno de arrependimento. Também alerta que ninguém esteja preso às coisas materiais e temporais. Pois todos nós devemos estar prontos e vigilantes, a qualquer hora, tendo nosso tesouro e interesse nas coisas espirituais e eternas.

1. DISCIPULADO CUIDADOSO
Jesus sabia como ensinar de uma maneira toda especial, por isso Ele é mestre por excelência. Suas lições dadas por parábolas ilustram bem a verdade que de Seus ensinamentos. Aqueles que atentam e recebem de bom grado Suas palavras serão recompensados, enquanto os que não valorizam e nem guardam Seus ensinos serão castigados pela justiça divina.

1.1. Discípulos vigilantes
Neste tópico, o autor descreve o estado de atenção que devemos ter, na condição de servos de nosso Senhor devemos estar sempre vigilantes e atentos, nunca se acomodando. É assim aguardar a volta de Cristo. “Vigiar” define um estado do coração de cada cristão, elevando nosso pensamento em Deus e tendo responsabilidade para com Ele, bem como a expectativa do retorno do nosso Redentor e Juiz, estão continuamente presentes em nossa mente. Este trecho é um resumo da parábola das dez virgens (Cf Mc 25. 1ss). Quanto à túnica longa, Russel P. Shedd explica que no Oriente, as vestes longas impediam a movimentação do corpo, então para solucionar esta questão, era amarrado um cinto sobre os lombos e ajustados às vestes ao corpo na altura da cintura. Essa fixação acontecia como preparação para uma caminhada ou um trabalho (Êx 12.11; Jr 1.17; Lc 17.8; 1 Pe 1.13; Ef 6.14)), assim, a movimentação ficava mais livre e rápida. Quando se fala cingido, significa que devemos estar sempre servindo e sem nenhum embaraço. Se nosso Senhor voltar à noite, as luminárias devem estar acesas para que se possa ir ao encontro dele. O cinto em torno dos quadris não deve ser deposto, e a luz não deve ser apagada até a vinda de Jesus Cristo. A primeira metáfora expressa à atividade, a segunda a vigilância do discípulo.

1.2. Discípulos fiéis e prudentes
O autor usa a parábola do mordomo fiel a fim de enfatizar a diligência necessária que devemos ter. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá”. (Lc 12.37). O mordomo fiel retrata o crente genuíno, que administra bem as riquezas espirituais que Deus colocou em suas mãos para o benefício de outros, e a gerência cuidadosa das propriedades do mestre. A realização fiel da tarefa dessa administração espiritual resultará em honra o recompensa (cf. v. 44). Observe que a fidelidade dos servos – pessoa de confiança de seu senhor brota bondade da parte do Senhor. Ele fica tão contente que, em vez de sua habitual refeição, na qual eles o servem o próprio Senhor os servirá enquanto eles comem. Todavia, se o mordomo é pessoa infiel e seu comportamento é desumano, esse servo será castigado quando seu senhor retornar, aqui retrata o mal que há num coração descrente (veja vv 45 a 48). Veja que o nível de punição é ajustado à medida que o comportamento infiel foi proposital.

1.3. O fogo e dissensão à terra
Neste tópico requer muita sabedoria para interpretação correta do texto. “Eu vim trazer fogo à terra”. Jesus não mudou de assunto aqui; Ele simplesmente entrou em uma nova seção de seu discurso. Quando aceitamos a Jesus e queremos seguir seu caminho poderão surgir conflitos dentro da família por partes daqueles que querem fazer sua própria vontade. Por isso precisamos de sabedoria e prudência, porém não há meio termo. Jesus exige fidelidade e compromisso; às vezes temos de escolher entre segui-lo e manter outros relacionamentos. Alguns estudiosos dizem que o fogo aludido aqui é o fogo do Espírito Santo ou o fogo de uma nova fé. Entretanto a maioria deles concorda que o contexto e o significado do versículo amparam a interpretação dada acima - que seja um fogo de conflito. Não devemos, entretanto, ignorar o fato de que o resultado final do conflito - ou do fogo - é bom. Será a vitória de Cristo e do seu Reino. Somente o mal será destruído. O fogo tem um efeito purificador, mesmo que seja o fogo do conflito. Você está preparado correr o risco de ser censurado por sua família, a fim de receber a vida eterna?

2. DISCIPULADO FRUTÍFERO
Pra ser considerado discipulado frutífero tem que passar pela experiência do arrependimento e haja transformação de vida, assim, se espera dos seguidores do Cristo. Depois disso, a pessoa passa a ser nova criatura e desfruta uma nova forma de viver.

2.1. A importância do arrependimento
O arrependimento é de suma importância na vida do discípulo de Cristo, aliais, não tem como ser discípulo do Senhor sem conversão e arrependimento, pois o pecador arrependido juntamente com a fé tem os pecados perdoados, é salva em Cristo, e tem paz de Deus em seu coração. Quanto a este fato registrado em (Lc 13. 1-5), Jesus não estava dizendo que as vítimas de Pilatos fossem unicamente pecadoras, embora em última análise, todas essas aflições nascem da maldição decorrente da condição decaída apresentada pela humanidade; (Gn 3.17-19). Além disso, calamidades específicas podem de fato ser fruto de certas iniquidades (Pv 24.16). Mas Jesus estava alertando que um destino semelhante aguardava todos os que não se arrependessem. Assim, em vez de culpar os outros, todos deveriam preocupar-se consigo e com o dia em que enfrentariam o Juízo Final (Lc 13.5). A morte ou a sobrevivência milagrosa de uma pessoa em um acidente trágico não necessariamente indica justiça, pois todos morrerão um dia; morrer faz parte de nossa condição de seres humanos. Mas os cristãos não permanecerão mortos. Jesus promete aos que crerem Nele terá vida eterna. (João 3.16).
2.2. O perigo da esterilidade
A frase: “Produzi, pois, frutos dignos de “arrependimento”, devem ser entendidos como algo que demonstre que a pessoa se arrependeu de seus pecados”. De modo semelhante, também se espera que uma árvore frutífera produza os devidos frutos, o povo de Deus deve produzir uma safra de boas obras. Na ilustração da figueira Jesus chama a atenção de seus discípulos de que Deus não toleraria para sempre a falta de produtividade de uma nação (Israel) ou pessoa individualmente. No capítulo 3.9 de Lucas, João Batista fala o mesmo assunto. O discípulo do Senhor Jesus Cristo não pode ser igual a uma figueira estéril, mas deve produzir frutos na obra do Senhor.

2.3. O fruto de socorrer o próximo
Tudo que Jesus fazia era diferente, o Mestre detinha todo poder e ensinava com autoridade. Para o Senhor o mais importante era fazer o bem ao próximo, não importando qual dia fosse. O Mestre sempre teve um olhar de misericórdia, pois valorizava e amava cada pessoa (Lc 4.31). Era por isso que onde Ele passava todos se admiravam de Sua doutrina (Lc 4. 31-37). Os fariseus se preocupavam mais com leis que eles formulavam e não atuavam com amor ao próximo. As necessidades das pessoas são mais importantes do que as leis e os regulamentos. Reserve tempo para ajudar o próximo, ainda que esta atitude possa de algum modo afetar a sua imagem pública.

3. DISCIPULADO E OS DESAFIOS
As curas que Jesus fazia fez com que o povo associasse Jesus ao Deus do Céu, aumentou o entendimento e a admiração que sentiram pelo milagre ali presenciado por eles. “E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?” (Lc 13.16). Ao curar uma mulher no sábado, Jesus repreendeu o príncipe da sinagoga e seus ajudantes que apesar de entendidos da lei não agia com amor ao próximo, por isso ficaram envergonhados sem expressarem qualquer refutação. Ambas as parábolas expressam a ideia de que o começo insignificante do reinado de Deus evoluirá para um final sumamente glorioso.

3.1. A presença do Reino
Nas parábolas do grão de mostarda e do fermento verifica-se que ambas estão correlacionadas. Pois, como o minúsculo grão de mostarda que é jogado ao solo cresce até alcançar grandes proporções, de modo igual uma pequena quantia de fermento, quando misturada à grande massa de farinha, transforma toda a massa em uma grande levedura. De acordo com a parábola do grão de mostarda, o que era pequeno torna-se grande através de sua força de crescimento; agora na parábola do fermento a substância inerente ao levedo transforma por sua força de fermentação. Enquanto, que a primeira parábola mostra que o reino de Deus, apesar de miúdo início, se torna uma grandeza interior que abrange nações, já na segunda mostrar-se que, não obstante o começo extremamente fraco, o reino de Deus possui no mundo humano uma força de configuração e transformação que se expandem de forma intensa, transformando completamente a pessoa que se entrega ao reino de Deus, até que tenha aceitado mais e mais a natureza do reino de Deus. A parábola do grão de mostarda mostra o reino de Deus fundado na humanidade em si. Na parábola do fermento, o reino de Deus situa-se no coração do ser humano. Ambas as parábolas pretendem direcionar os discípulos para a enorme abrangência universal e para a poderosa força transformadora do reino messiânico no mundo.

3.2. O cuidado com as escolhas
O discípulo de Cristo deve ser consciente e ter o devido cuidado para saber escolher o caminho certo e permanecer nele. “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Muitos escolhem o que é mais fácil, mas essa decisão pode levar a sofrimentos e até mesmo a perdição. Em Provérbios 14.12, Salomão disse: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Sabemos que a salvação é não é adquirida pelas de obras, mas pela graça, por meio da fé (Ef 2.8,9). No entanto, encontrar a salvação exige um esforço por cada um de nós. “Porfiai por entrar pela porta estreita” (Lc 13.24). A palavra estreita denota aperto, uma porta estreita limita a entrada, então é necessário muito esforço para entrar mesmo diante dos obstáculos encontrados nesta porta. Muitos procurarão entrar (quando for tarde demais) e não poderão. Esta é uma referência à segunda vinda de Cristo, ao final da era da graça, ou à morte como término do período de provação.

3.3. O lamento de Jesus pela recusa daquela geração
Aqui há o lamento de Jesus pelo seu do amor rejeitado. A angústia da Sua tristeza demonstra claramente que embora seu amor não tenha sido requisitado e sua dádiva de auxílio não tenha sido aceita, o seu amor não mudou. Aquela geração está sem esperança não porque Cristo tenha ido embora, contudo eles mesmos não desejaram Sua presença, não tiveram vontade, não quiseram o que Ele oferecia. Deus deseja abençoar todas as pessoas, mas não forçará ninguém a aceitar as suas bênçãos. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste”? (Lc 13.34,35).

CONCLUSÃO
Todos desejam serem salvos, porém poucos procuram andar fielmente no caminho que conduz a vida eterna. Jesus disse que a porta é tão estreita que poucos o encontram (Mt 7.14). Mas apesar de apertado ser o caminho que leva à vida, todos aqueles que aceitam a Jesus e diligentemente permanecer nele serão salvos.  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.

Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada, tradução de João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SBB, 2013.

Bíblia SHEDD. São Paulo: Vida Nova, 1997.
Comentário Bíblico Beacon Vol. 6 Mateus a Lucas. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2006.

FERREIRA, Samuel. Lucas: O evangelho do Filho do homem.  Rio de Janeiro: Editora Betel, 2019.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Igreja, Lucas: O evangelho do Filho do homem. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2019. Ano 29 n° 112. Lição 6 – O discipulado diligente.
RIENECKER, Fritz, Comentário Esperança. Evangelho de Lucas Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2005.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS                                  Ev. Ancelmo Barros de Carvalho, servo do Senhor Jesus.

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