O
DESERTO: UMA ESCOLA DIVINA
Lição
06 – 05 de Agosto de 2018
TEXTO
ÁUREO
"Portanto,
eis que eu atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao
coração." (Os 2.14)
VERDADE
APLICADA
No
deserto, Deus sustenta, guia e aperfeiçoa o Seu povo.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► Mostrar que Deus sempre tem
o controle de nossa caminhada;
► Explicar o propósito de Deus ao pedir que construíssem um
Tabernáculo no deserto.
► Apresentar os problemas enfrentados pelo povo de Israel no
deserto.
TEXTOS
REFERÊNCIAS
Êx
13.19 - E tomou
Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramento
aos filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir
daqui meus ossos convosco.
Êx
13.20 - Assim,
partiram de Sucote e acamparam em Etã, à entrada do deserto.
Êx
13.21 - E o
Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo
caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem
de dia e de noite.
Êx
13.22 - Nunca
tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de
fogo, de noite.
INTRODUÇÃO
Sobre
a lição desta semana, traremos à tona um assunto superinteressante para o servo
de Deus, a escola do deserto! Após o povo de Israel celebrar a Páscoa,
presenciar o afogamento de todo o exército egípcio e cantar ao Senhor, era a
hora de se embrenharem deserto adentro a fim de ter o caráter da fé testado. A
caminhada rumo a terra prometida implicava passar pelo desafio do deserto,
local onde o Senhor aplica a Sua pedagogia em seus escolhidos, lugar de
lapidação do caráter, lugar de preparação e tratos para possuir algo melhor. Todos
aqueles que servem a Deus, invariavelmente terão que atravessar algum deserto,
uns mais longos, outros mais curtos, porém o Senhor sempre atravessará conosco
e a sua companhia nos ajudará a chegarmos do outro lado!
1.
DEUS ESCOLHE O CAMINHO DO DESERTO
A
vida em Deus e com Deus implica na conscientização que não mais seguimos os
nossos próprios conselhos e caminhos. Tudo agora passa pela orientação divina e
pelo crivo da Sua vontade. Rumos que para nós sugerem ser melhores, para Deus
não o são. A verdade é que o Senhor sempre nos conduzirá por rotas mais
dificultosas e isto tem propósitos, pois o Senhor nunca faz algo que não tenha
um fim proveitoso. Alguém pode questionar: porque Deus não os fez possuir a
terra imediatamente após atravessarem o mar Vermelho? Porque não ter
simplesmente destruído as nações e exércitos inimigos de Canaã através de
milagres semelhantes aos operados no Egito? A resposta mais simplória é: Deus
precisava educá-los! É comprovado que os filhos que tudo tem a mão e são
poupados das frustrações, decepções e desafios da vida se tornam frágeis e
debilitados emocionalmente e psicologicamente na idade adulta. Popularmente são
chamados de mimados. A nação de Israel era uma criança quando foi chamada do
Egito para viver ao lado do seu Deus. E como criança precisava ser educada e
ensinada a servir ao seu Senhor; aprenderiam as regras do próprio Deus através
dos 613 preceitos que lhes concederia; aprenderiam a confiarem e a dependerem
de Deus mesmo diante das circunstâncias mais adversas. Deus seria como um Pai
Amoroso que ama e instrui o filho; para isso escolheu a sala de aula do deserto
para formá-los espiritualmente e prepará-los para conquistar a nova terra! O
Senhor foi guia de Israel e havia um motivo para que Deus não os guiasse pelo
caminho mais próximo, o que, em poucos dias, os teria levado até a terra dos
filisteus (pois essa era uma parte de Canaã que ficava próxima ao Egito); eles
ainda não estavam prontos para a guerra, muito menos para uma guerra contra os
filisteus (Êx 13.17).
1.1
– Um lugar de dependência
A
palavra “deserto” arremete a nossa mente para um lugar inóspito e de difícil
habitação ou permanência. Uma viagem pelo deserto é um empreendimento perigoso,
pois é uma área de solidão constante (Jó 38.26). O calor é tremendo, e fortes
ventos levantam enormes nuvens de areia que podem até soterrar os viajantes. A
noite é fria e congelante! O pastor Eurico Bergstén afirma que o perigo de se
perder no deserto é grande (Sl 107.3-5). Fome, sede e as feras do campo (Is
13.21) fazem inóspitas estas clareiras da civilização. Inúmeras são as pessoas
que perecem nestes desertos. Os hebreus contavam com vários vocábulos para
nomear esses lugares e tais palavras são intercambiáveis. Segundo Norman
Russell Champlin, há quatro palavras hebraicas e uma palavra grega que precisam
ser levadas em conta:
1
– Midbar, “pasto”. Palavra usada por duzentas e cinquenta e sete vezes no
A.T., que tem sido traduzida como “pastagem” (Êx. 3:1; 5:11) ou “deserto” (Gê.
14:5). Terras de pastagem, com circunstâncias climáticas adversas, podem
tornar-se desertos, o que explica a conexão entre o vocábulo e o uso do mesmo. A
ideia de esterilidade com frequência se faz presente (Gê. 14:6; 16:7; Dt. 11:24.
Ver também Dt. 32:10; Jó 24:5; Is. 21:1 e Jr. 25:24, onde algumas versões dizem
“deserto”);
2
– ‘Arabah, que significa, literalmente, “esterilidade”, e que com frequência a
palavra é traduzida por “deserto”. Porém, parece que, originalmente, referia-se
a uma planície, um extenso território. A porção plana do vale do Jordão tinha
esse nome estendendo-se até as margens do mar Vermelho (Dt 1:1; 2:8; Js. 12:1).
Novamente, por causa de condições climáticas adversas, essas extensas planícies
podiam tornar-se verdadeiros desertos, o que explica o uso dessa palavra com
esse sentido. No hebraico, uma planície, um lugar estéril, um lugar ermo e um
deserto podem ser referidos através da mesma palavra. Essa palavra hebraica
ocorre por cinquenta e sete vezes no A.T. Por exemplo: Is. 25:1,6. 40:3; 41:19;
51:3; Jr. 2:6; 17:6; 50:12; Ez. 47:8.
3
– Yeshimon, “desolação”, “solidão”, palavra hebraica usada por sete vezes no
A.T.: Sl. 68:7; 78:40; 106:14; 107:4; Is. 43:19,20; Dt. 32:10. Essa palavra
também podia apontar para um deserto, em vista de sua solidão e desolação.
Aparece com o artigo para indicar aqueles lugares desolados de ambos os lados
do Mar Morto.
4
– Chorbah, “desolação”. Palavra hebraica usada por trinta vezes, como em Sl.
102:6; Is. 48:21; Ez. 13:4. Nesses trechos, as traduções geralmente traduzem
essa palavra por “deserto”, mas, em Ed. 9:9; Sl. 109:10 e Dn. 9:12, está em
foco aquilo que se tornou uma desolação, pelas condições climáticas adversas ou
pela atuação humana.
5
– No grego, “eremia” e “éremos” ambos significamos “desertos” ou “lugar ermo”,
ou seja, não somente um verdadeiro deserto, mas também um lugar desabitado ou
escassamente habitado.
Tais
termos aparecem, respectivamente, por quatro e por quarenta e oito vezes: Mat.
15:33; Mar. 8:4; II Cor. 11:26; Hb. 11:38; Mt. 3:1,3 (citando Is. 40:3); 4:1; e
tantos outros. Logo, compreendemos que deserto é um lugar de desolação,
solidão, ermo, de obscuridade, desabitado, estéril, improdutivo, inóspito,
lugar de escassez, hostil e difícil de fazer morada! No deserto não se
frutifica e não há água, logo o deserto é inapropriado para a vida! Porém, o
Senhor os conduziu para lá a fim de humilhá-los (Dt 8.2), pois a humilhação nos
conduz a dependência daquele que nos humilhou. O deserto nos ensina a depender
do Senhor através das disciplinas da vida. Depender dEle é melhor que depender
dos homens e ou das nossas próprias faculdades, pois o homem e os recursos
falham e podem faltar, mas Deus, jamais! No deserto, onde não havia uma única
fonte de água, eles beberam e foram saciados com água que saía da rocha (Êx
15.23-27); no deserto onde não há plantação ou alimento, eles comeram do maná e
também se saciaram (Êx 16.1-36).
1.2.
Um lugar de provisão
No
deserto de Sim, Deus envia o maná ao seu povo. O maná não foi um fenômeno
natural, como alguns cogitam. Foi uma provisão especial de Deus. Esta provisão
apontava para Jesus, o Pão Vivo que desceu do céu (Jo 6.31-35). Deus sustentou
seu povo através do deserto não somente com pão, mas também com carne e água. Em
Refidim, Deus fez água jorrar da rocha (Êx 17.1-7). Ele é o nosso provedor (Sl
23.1). Tudo que temos vem do Senhor, por isso devemos ser gratos a Ele pela
provisão. A palavra "Maná" ocorre pela primeira vez em Êxodo 16.31.
Em outra passagem no A.T., todas as versões inglesas traduzem uniformemente a
palavra heb como “Maná”, o que é meramente uma transliteração aproximada: mas
em Êxodo 16.15 o termo é traduzido como uma pergunta: “Que é isto?”
Evidentemente quando os israelitas o viram pela primeira vez no chão, o
apelidaram de “O que é?”, ou de forma coloquial “Como se chama isto?”, o que
parece ser o significado literal com referência à qualidade misteriosa do pão
divino. O maná era pequeno, redondo e branco (Êx 16.14,31). Guardado para o dia
seguinte ele comumente “criava bichos e cheirava mal” (Êx 16.20). Derretia
quando exposto ao sol quente. Deveria ser apanhado diariamente, pela manhã, um
ômer por pessoa. No sexto dia o povo deveria juntar o dobro, para prover para o
sábado, quando nenhum maná seria dado. Neste caso ele não criava bichos, nem
cheirava mal durante o sábado. Um pote de maná foi apanhado e mantido como
memorial desta miraculosa provisão do Senhor para os israelitas ao longo dos 40
anos no deserto (Êx 16.32-35). Mais tarde, um pote de ouro de maná foi colocado
dentro da arca do Tabernáculo (Hb 9.4).
1.3. Um lugar de
provação
Todas
as pessoas que foram treinadas por Deus no deserto foram grandemente usadas por
Deus. Quanto mais intenso é o treinamento, mais podemos ser instrumentalizados
pelo Altíssimo. Porque Moisés foi treinado por Deus quarenta anos no deserto,
pôde libertar Israel da escravidão e guiar esse povo rumo à terra prometida.
Porque Elias foi graduado na escola do deserto pôde enfrentar, com galhardia, a
fúria do ímpio rei Acabe e trazer de volta a nação apóstata para a presença de
Deus. Porque Paulo passou três anos no deserto da Arábia, ele foi preparado por
Deus para ser o maior líder do Cristianismo. Quando Deus nos leva para o
deserto é para nos equipar e depois nos usar com graça e poder em sua obra.
Deus não desperdiça sofrimento na vida dos seus filhos. Ele os treina na escola
do deserto e depois os usa com grande poder na sua obra. Não precisamos ter
medo do deserto, se aquele que nos leva para essa escola está no comando desse
treinamento. O programa do deserto é intenso. O curso é muito puxado. Mas, aqueles
que se graduam nessa escola são instrumentalizados e grandemente usados por
Deus!
2.
Um tabernáculo no deserto
Deus
queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés que, juntamente
com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração. Trata-se do
"Tabernáculo do Senhor", um santuário móvel que acompanhou os hebreus
durante sua longa peregrinação pelo deserto. O Tabernáculo não foi uma invenção
humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés
quanto à planta e os objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as
instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na
cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da
humanidade (Hb 9.8-11) “dando nisso a entender o Espírito Santo que ainda o
caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o
primeiro tabernáculo, que é uma alegoria para o tempo presente, em que se
oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar
aquele que faz o serviço, consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias
abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas,
vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,”.
2.1. As
ofertas para a construção do tabernáculo
As
ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de Deus, com os recursos que
receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22) “E eu darei graça
a esse povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não
saireis vazios, porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda vasos
de prata, e vasos de ouro, e vestes, os quais poreis sobre vossos filhos e
sobre vossas filhas; e despojareis ao Egito.” (Êx 12.35,36) “Fizeram,
pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios
vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes. E o SENHOR deu graça ao povo em os
olhos dos egípcios, e estes emprestavam-lhes, e eles despojavam os egípcios”.
Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com
alegria. A Palavra de Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição
do crente é a alegria: "porque Deus ama ao que dá com alegria" (2 Co
9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado
ou por obrigação (Ml 3.10) “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que
haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. De nada adianta contribuir
com relutância e amargura.
2.2. O
propósito do tabernáculo
Depois
da entrega da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração.
O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo
Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para
que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23) “Aquele que tem
os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será
amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Jesus respondeu e
disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada”. Por quase quinhentos anos o
Tabernáculo serviu como o lugar para que Deus habitasse no meio do povo de
Israel e como local onde os seus filhos pudessem ter comunhão com Ele. Por toda
a história de Israel, o povo teve uma tendência a se envolver com a idolatria. Mesmo
em tempos de idolatria, o Tabernáculo permaneceu como uma testemunha
silenciosa, que lembrava visualmente ao povo da aliança do verdadeiro e único
Deus. Ele ajudou a manter Israel longe do culto aos ídolos, que era praticado
pelos povos ao redor, enquanto estavam peregrinando pelo deserto. Embora o
Tabernáculo tenha tornado possível à acessibilidade a Deus pelos israelitas,
era somente permitido uma aproximação com o devido temor e santidade. A
estrutura e o serviço do Tabernáculo mostrava ao pecador como ele deveria
chegar diante da santidade de Deus, para servi-lo, adorar e oferecer o
sacrifício pelos pecados. Cada aspecto do Tabernáculo, como o altar de bronze
onde eram oferecidos os sacrifícios pelos pecados, e até a figura do sumo
sacerdote, quem ofertava o sangue sacrificial no propiciatório, apontava para o
plano da redenção do homem, traçado por Deus. O povo só poderia se aproximar de
Deus através do sangue expiatório e de um sacerdócio intercessor. Ambas são
figuras belíssimas que se tipificam no ministério de Jesus, que deixou a sua
habitação celeste para morar com o seu povo. Em Cristo nós temos o Sumo
Sacerdote e o perfeito sangue para expiação dos pecados de todos aqueles que o
reconhecem e que Nele confiam.
2.3.
A glória do
tabernáculo
Com
quanta ansiedade o povo deve ter se reunido para contemplar a sagrada
estrutura. E enquanto observava com satisfação reverente, a coluna de nuvem
flutuou de forma majestosa sobre o santuário e o envolveu. Assim Deus demonstrou
aprovação por tudo que tinha sido feito. O Senhor aceitou a morada preparada
para Ele, e entrou nela. Com profunda emoção o povo contemplou o sinal de que a
obra de suas mãos havia sido aceita (PP, 349, 350). Agora sabiam que o próprio
Deus habitava com eles e os acompanharia (Nm 9:15-23). O livro de Êxodo
finaliza com uma sublime manifestação da glória e do poder de Deus. Ele termina
como a história deste mundo irá terminar, com a descida da glória do Senhor
para morar com a humanidade (Ap 21:3; 22:5). CBASD, vol. 1, p. 743. A glória
de Deus enche o tabernáculo do mesmo modo como aconteceu aproximadamente
500 anos mais tarde durante a inauguração do templo de Salomão (2Cr 5:13-14). A
nuvem como indicação da presença divina foi primeiramente vista junto ao Mar
Vermelho. Ela guiava o povo durante o dia através do ambiente ermo (e provia
sombra; Ex 13:21-22; Sl 78:14; 105:39). Havia aparecido pela última vez em Êx
24, no topo do Monte Sinai. Separada pela falha de fé do povo no episódio do
bezerro de ouro, a presença da glória do Senhor também marca a misericórdia e
perdão divinos. O enigma da aparente ausência de Deus no primeiro capítulo de
Êxodo no Egito foi finalmente resolvido: Deus esteve lá o tempo todo. Como uma
fina nuvem, Ele não era ainda notadamente visível. Quando Israel se desviou de
Deus, Sua glória e presença se afastou do templo e ele foi destruído pelos
exércitos invasores (2Rs 25). O templo foi reconstruído em 516 AC. A glória de
Deus retornou com ainda maior resplendor aproximadamente cinco séculos mais
tarde quando Jesus Cristo, o Filho de Deus, entrou nele e ensinou. Quando jesus
foi crucificado, a glória de Deus deixou o templo. Deus não precisa mais de um
edifício físico após a ressurreição de Jesus dos mortos. O templo de Jesus é
agora Sua igreja, o corpo dos crentes.
3.
Os problemas enfrentados no deserto
Em
todos os quarenta anos vividos no deserto, o povo de Israel acumulou uma série
de deslizes em seu relacionamento com Deus. Estes erros tinham como base uma
visão míope, que consistia apenas em enxergar o momento e não a grandeza de
Deus; eles valorizavam demais o problema e não a fidelidade de Deus, que com
mão forte os libertara do Egito.
3.1.
A murmuração no
meio do arraial
O
povo de Deus estava finalmente livre dos egípcios e começava sua caminhada pelo
deserto a caminho de Canaã. Depois da travessia do Mar Vermelho os israelitas
foram conduzidos por Moisés até o deserto de Sur. Eles andaram três dias pelo
deserto e as águas que encontraram em Mara eram impróprias para beber.
Descontente, o povo começou a murmurar contra Moisés. Na verdade eles não
estavam reclamando de Moisés, mas de Deus (Êx 16.7-8). Muitos podem pensar que
estão reclamando do seu líder, mas na verdade estão reclamando contra aquEle
que delegou autoridade ao Líder: Deus. A murmuração é uma característica
negativa daqueles que não confiam na providência do Pai. Então ele orou e Deus
lhes mostrou um lenho. Moisés jogou o lenho nas águas e elas se tornaram boas
para o consumo. Segundo o comentário Bíblico Beacon, "assim como Deus
curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as
necessidades físicas e mais importantes que tudo, curando o povo de sua
natureza corrompida". Israel era uma massa de gente briguenta e sem fé que
precisava ser lapidada pelo Senhor para que se transformasse em uma nação
santa. A lapidação veio com as provações rumo ao monte Sinai.
3.2. O povo e a idolatria
Moisés
e Josué subiram ao monte Sinai para se encontrar com o Senhor e receber dEle as
tábuas da lei. Ali eles ficaram muitos dias, e o povo, com pressa em saber
notícias, começou mais uma vez a reclamar e a especular a causa da demora de
Moisés e Josué. Não levou muito tempo para que uma grande confusão fosse
formada. O povo, liderado por Arão, pecou deliberadamente contra o Senhor
construindo um bezerro de ouro para ser adorado (Êx 32.2-6). Diversas passagens
bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico
(Lv 17.7). Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus
elegeu como seu povo peculiar aqui na terra. A Palavra de Deus em 1 João 5.21
os adverte: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!". O crente deve
estar vigilante contra a idolatria. Muitos pensam que idolatria é somente adora
a imagens de escultura. Todavia, um ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar de
Deus na vida humana. Alguma coisa tem ocupado o lugar do senhor em seu coração?
Peça a ajuda do Pai e livre-se imediatamente de toda idolatria. O apóstolo
Paulo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o
povo de Israel no deserto (1Co 10.14,19-21)
3.3. Um
povo obstinado
Em
Êxodo 32.9 está registrada a primeira ocorrência dessa triste expressão, que
alude à teimosia do povo em recusar-se a seguir os caminhos de Deus. Esta
expressão, no hebraico “qasheg”, significa “teimoso”. Ao usar esta expressão,
Deus está dizendo que o seu povo era irredutível em viver conforme os seus preceitos.
Infelizmente, vemos este mal em muitos cristãos nos nossos dias; são pessoas
que sempre focam o problema e jamais a grandeza de Deus. São pessoas ansiosas,
vivendo constantemente em crises.
Conclusão
A
peregrinação do povo no deserto mostra o quanto Deus preparou eles para herdar
a Terra Prometida. O deserto revelou as deficiências do caráter do povo e ao
mesmo tempo oportunizou que Deus revelasse a sua Lei e educasse o povo para se
tornar uma nação.
Pb. Lindoval Santana
Assembleia de Deus de
Sobradinho - ADS
Congregação Rosa de
Sarom
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