O
DECÁLOGO: A ALIANÇA NO SINAI
(Lição
07 – 12
de Agosto
de 2018)
TEXTO
ÁUREO
As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em forno de barro purificada sete vezes." Sl 12.6.
VERDADE
APLICADA
Os mandamentos de Deus expressam os Seus propósitos para o povo de Israel.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► MOSTRAR que os Dez Mandamentos expressam como o povo deveria viver;
► EXPLICAR os propósitos da Lei;
►
EVIDENCIAR a atualidade dos Dez Mandamentos.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Êx 20.1 – Então falou Deus todas estas palavras dizendo:
Êx 20.2 – Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Êx 20.3 – Não terás outros deuses diante de mim.
Êx 20.4 – Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo da terra, nem nas águas debaixo da terra.
Êx 20.5 – Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração daqueles que me aborrecem.
INTRODUÇÃO
Os
dez mandamentos apresentam princípios protetores (Êx 20).
Transgredi-los pode complicar a vida do indivíduo ou mesmo
destruí-la. Não haverá limites para a quantidade e variedade de
orientações necessárias para a vida humana, mas aqueles preceitos
apresentam uma seleção essencial. Sendo tão poucos e curtos,
trazem temas importantes que não devemos desconhecer nem
desconsiderar. Temos ali sabedoria concentrada em poucas palavras.
Assim como extraímos do fruto o suco, precisamos ver nos mandamentos
princípios e valores. O mandamento, enquanto frase que dispõe sobre
direitos e deveres práticos, pode, eventualmente, ser restringido
por aspectos linguísticos e circunstanciais.
1.
INÍCIO DA ALIANÇA NO SINAI
O
Monte Sinai é considerado sacro pelos hebreus, cristãos por ser o
lugar onde Moisés recebeu as Tábuas
da Lei com
os Dez Mandamentos. Segundo a tradição, no vale aos pés do Monte
Sinai, Deus falou à Moisés pela primeira vez em uma sarça ardente.
O Monte Sinai é um monte evidentemente pleno de ressonâncias. A
primeira: o Sinai é o lugar da teofania,
da grande manifestação de Deus em seu mistério. “Ao
raiar da manhã, houve trovões e relâmpagos. Uma nuvem espessa
cobriu a montanha, e um fortíssimo som de trombetas se fez ouvir. No
acampamento todo o povo se pôs a tremer” (Ex
19.16).
O Monte Sinai é também o lugar da “teologia”,
isto é, não só da manifestação, da aparição, mas também da
Palavra de Deus e da intimidade com Ele.
1.1.
Conceituando o termo Decálogo
“Decálogo”
é
o termo grego usado para definir aquelas “dez palavras”
fundamentais que regem a moral bíblica, mas que contêm também os
valores éticos gerais e naturais. Claro que o fato que essas
“palavras” sejam Palavra de Deus comunidada sobre o Sinai, o
monte da aliança entre o Senhor e Israel, dá ao decálogo uma
qualidade religiosa radical, confirmada sobretudo pelo primeiro
mandamento que
tem três fórmulas: teológica (Não
terás outros deuses…),
pastoral (Não
farás para ti ídolos nem alguma imagem…)
e litúrgica (Não
ti prostrarás diante deles e nem lhes servirás).
A
seqüência dos preceitos contém imperativos diretos e negativos,
tais como: “não faças!”. Na verdade, este è um modo para
sublinhar também o conteúdo positivo que essas leis possuem e assim
podemos ver aa moral bíblica não unicamente como uma ética do
proibido. Poderíamos comentar o primeiro mandamento, sobre o qual
todos os outros se apoiam, com as palavras do “Shema”, o “Ouve”,
a profissão de fé que todo judeu tem dentro de si: Ouve,
ó Israel: Iahweh nosso Deus è o único Iahweh” Portanto, amarás
a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
toda a tua força(Deuteronômio
6,4-5).
1.2.
Os quatro primeiros mandamentos
Os
quatro primeiros mandamentos falam sobre os deveres dos seus servos
para com Deus. MANDAMENTO 1. “Não terás outros deuses
diante de mim.” Êxodo 20:3. O Senhor é o único e
verdadeiro Deus. Na realidade, não há outro Deus. O que há é
a tentativa de criaturas caídas, em roubar a glória que só
pertence a Deus. Muitos estudiosos afirmam que os hebreus só vieram
a crer totalmente que o Senhor era o único Deus vivo, no século 8
A.c., na época de Amós. Na atualidade, teologicamente falando,
seguimos uma conduta monoteísta, não cultuamos outros deuses.
Entretanto, há circunstâncias em que objetos, eventos ou pessoas se
tornam tão ou até mais importantes do que Deus pra nós. Torna-se
mais importante viver para o que é material, sem se importar com o
espiritual. A busca por receber objetos, posses, prosperidades
puramente materialistas, através de uma “espiritualidade”, vai
se constituir em um tipo de culto ao que é perecível e passageiro.
As riquezas também têm se tornado "o deus" de muitos.
MANDAMENTO 2. “Não farás para ti imagem de escultura,
nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.” Êxodo 20:4. A
idolatria era um pecado gravíssimo. Os povos antigos estavam tão
envolvidos com a idolatria, que os ídolos, além de objetos de
adoração, também passaram a ser uma espécie de escritura, como um
documento que atestava a propriedade das terras onde moravam. Eis um
dos motivos porque Raquel, mulher de Jacó, roubou um ídolo de seu
pai Labão, ela queria a herança na terra de seu pai. Mas Deus
ordenou que os israelitas não poderiam produzir nada que desviasse a
adoração ao Senhor. Deus não aceita nenhuma forma de adoração a
outro deus. Ele é um Deus zeloso, [do hebraico el ganna],
zela pela verdade. Havia uma grande dificuldade dos povos antigos, em
entender que Deus é espírito, e que não podiam vê-lo, mas
adorá-lo em espírito e em verdade. Este era um conceito elevado,
que Jesus viria explicar melhor no seu diálogo com a samaritana.
MANDAMENTO 3. “Não te encurvarás a elas nem as servirás;”
Êxodo 20:5. Infelizmente, há pessoas que por sua notoriedade,
por seus talentos, por suas habilidades em alguma área da vida
humana, tornam-se em mitos, em "super-stars". Muitos acabam
por idolatrá-los, mesmo que quase sem perceber. “porque eu, o
SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais
nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.” Êxodo 20:5 Este texto foi muito usado pelas seitas
religiosas do tempo de Jesus, que exageravam a sua interpretação,
cuja a teoria da causa e efeito afirmava que as doenças de nascença
eram maldições hereditárias, resultado do pecado dos pais. Mas
para que essa maldição ocorresse, o texto deixa claro a necessidade
de se odiar a Deus, primeiro. “E faço misericórdia a milhares dos
que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Êxodo
20:6) e veja que se Ele visita a maldade até a
terceira e quarta geração, a Misericórdia do Senhor [do
hebraico hesed, amor leal] é muito maior do que a sua ira, pois
diz logo em seguida que a sua misericórdia se estenderia a milhares
de gerações daqueles que são íntegros. Basta então que o homem
se arrependa, em nome de Jesus, para quebrar a maldição do pecado.
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar,
e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então
eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua
terra.” 2 Crônicas 7:14. "Não tomarás o nome do
SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o
que tomar o seu nome em vão." Êxodo 20:7. Usar o nome do
Senhor Deus em vão [do hebraico shaw'], é utilizá-lo fora
do contexto da reverência, com trivialidade ou insignificância, ou
citá-lo de forma imprudente ou banal. E há situações em que se
usa o nome do Senhor, apenas para se justificar uma opinião ou um
julgamento. Quantas guerras já foram e continuam sendo travadas "em
nome de Deus"? Quanta discriminação, separação e acepção
de pessoas não são feitas em nome da religião? Há muitos que
exploram a boa fé das pessoas "em nome de Deus". Usam o
precioso e santo nome do Senhor para praticar charlatanismo e
curandeirismo, enriquecendo às custas de fiéis inocentes. Mas os
que proferem o nome do Senhor em vão, prestarão contas no último
dia e o Senhor não os tomará por inocentes. MANDAMENTO 4.
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias
trabalharás, e farás toda a tua obra." Êxodo 20:8-9. O
quarto mandamento era o símbolo da aliança entre Deus e Israel no
monte Sinai. A palavra Shabat significa descanso. Todo
trabalho, toda obra deveria cessar nesse dia. Durante o Shabat os
israelitas adoravam a Deus e relembravam a sua libertação do Egito.
Porém, para nós, mais do que falar de um dia separado para que
sejamos mais religiosos, o sábado apontava para o descanso que há
em crer e confiar na graça salvadora de Jesus pela cruz.
1.3.
Mandamentos de relacionamento familiar
Os
outros seis, tratam da regulamentação das relações entre os
próprios seres humanos. A lei trazia uma proposta de proteção ao
homem e a família, mais do que somente uma relação de culto.
MANDAMENTO 5. "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá."
Êxodo 20:12. No tempo do antigo testamento, não havia
aposentadoria. Assim os filhos eram responsáveis pelo cuidado e pelo
sustento de seus pais, quando estes ficavam muito idosos e sem
condições de trabalhar. Este cuidado era o elemento básico da
responsabilidade social entre os hebreus. O termo honrar
significa tratar com importância, que indica uma atenção
para além do simples sustento material, mas a lei falava também de
uma reconciliação profunda dos filhos com a imagem de seu pai e de
sua mãe. O fato é que há muitas pessoas que carregam mágoas ou
até traumas advindos de suas problemáticas relações com seus
pais. É certo que alguns pais podem errar na condução da educação
de seus filhos, uns mais, outros menos. Quantas pessoas têm
dificuldade de se submeter à autoridade, por causa das lembranças
ou dos traumas relacionais com seus pais. Mas Deus afirma que devemos
perdoar e compreender nossos pais. E aceitar a correção de um pai
ou de uma mãe, é um exercício benéfico para que possamos também
receber a correção de Deus pacificamente. Portanto, pacifique as
suas lembranças e o seu relacionamento com seus pais. O amor supera
em muito as mágoas e os traumas. Não devemos abandonar os nossos
pais na sua velhice. Temos o dever de amar aqueles que nos geraram e
nos deram a vida. MANDAMENTO 6. "Não matarás." Êxodo
20:13. A lei proibia expressamente o dano mais grave que se pode
impor ao semelhante, o homicídio. E nós cristãos não matamos, no
sentido literal da palavra. Mas por vezes somos invadidos de
hostilidades, energias de violência, impaciências que viajam dentro
de nós. E esses sentimentos de ira, quando não controlados, podem
levar à palavras injuriosas que "matam" o próximo
espiritualmente, ou no nosso coração. Por isso Jesus ampliou o
sentido deste mandamento, com as palavras "raca", vocábulo
aramaico que quer dizer "néscio", e uma segunda injúria
"louco", em sentido moral "ímpio". E este
mandamento é de tal subjetividade, que quem se comporta desta
maneira, mesmo nunca matando, se torna homicida na alma. "Eu,
porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra
seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão:
Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será
réu do fogo do inferno." Mateus 5:22. MANDAMENTO 7."Não
adulterarás." Êxodo 20:14. A lei protegia a santidade do
matrimônio como uma responsabilidade sagrada. Jesus também neste
mandamento, vai mais adiante e proíbe até os olhares voluntários e
a cobiça interior. Há que se manter a pureza exterior como também
a pureza interior. Temos que nos afastar do que pode colocar em risco
a nossa comunhão com Deus. "Eu, porém, vos digo, que
qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração
cometeu adultério com ela." Mateus 5:28. MANDAMENTO
8."Não furtarás." Êxodo 20:15. Não só da proteção
ao direito à propriedade e da proibição ao roubo a lei falava, mas
daqueles tentam roubar os sonhos do próximo. Tentam atrapalhar de
alguma forma a sua caminhada, prejudicando o seu desenvolvimento
material, social ou espiritual. É como se lhe roubassem a própria
vida. MANDAMENTO 9."Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo." Êxodo 20:16. É uma proteção das pessoas
contra a calúnia. Quantos não proferem palavras inverídicas contra
seus semelhantes, quantas fofocas do tipo "eu ouvi dizer",
"tudo indica", prejudicando a imagem e a reputação de
alguém, que pode ser totalmente inocente. MANDAMENTO 10. "Não
cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma do teu próximo." Êxodo 20:17. A
palavra cobiçar [do hebraico hamad], significa "possuir
enorme desejo por". Cobiçar é não só apreciar, mas ter uma
vontade egoísta de se apoderar dos bens da outra pessoa. Esse
sentimento perverso acaba levando às atitudes de cobiça. A lei
demonstra assim, que Deus quer que não só evitemos às práticas
malígnas, mas que descartemos todo e qualquer pensamento leviano
estabelecidos previamente em nossas mentes.
2.
OS PROPÓSITOS DA LEI
Paulo
escrevendo Aos Romanos diz: “Por
isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei,
porque pela lei vem o conhecimento do pecado. (Rm 3:20). Um
dos principais objetivos da lei consiste em convencer-nos de que
somos pecadores. Para que nos convençamos disso, é necessário que
conheçamos o significado de pecado. A lei também nos ajuda a
compreender isso. A segunda parte do texto diz: Porque pela lei vem o
conhecimento do pecado. A palavra “conhecimento” é a tradução
do termo grego epignosis, que pode também ser traduzido por
“conhecimento preciso e concreto”. Por isso, algumas traduções
trazem pleno conhecimento. Veja o quanto a lei é importante: é ela
que nos revela o tipo de pessoa que temos sido, diante de Deus. Ao
nos revelar essa verdade, presta-nos um grande serviço, pois nos
enseja a oportunidade de mudança para melhor.
2.1.
A Lei como mestre
O
que quer dizer Gálatas 3:24 quando diz que a “a lei nos serviu de
aio para nos conduzir a Cristo”? A palavra grega traduzida tutor
(paidagogós) significa literalmente ‘conduzir criança’.
Designa o homem que acompanhava a criança à escola e no retorno
dela. O tutor ou pedagogo entregava a criança ao instrutor. Era seu
dever proteger a criança contra dano físico e moral. O pedagogo
tinha também autoridade para disciplinar a criança e para
instruí-la em questões da conduta. Às vezes, sua disciplina era
bastante severa. A Lei dada a Israel era muito semelhante a tal
tutor. Servia para controlar a conduta dos israelitas, e, quando
acatada, protegia-os contra dano físico e moral. Conforme Moisés
disse ao povo: “Se escutares os mandamentos de Yahweh, teu Deus,
que hoje te ordeno, de modo a amar a Yahweh, teu Deus, para andar nos
seus caminhos e guardar seus mandamentos, e seus estatutos, e suas
decisões judiciais, então forçosamente ficarás vivo e te
multiplicarás, e Yahweh, teu Deus, terá de abençoar-te na terra à
qual vais para tomar posse dela.” (Deu. 30:16) Além disso, a Lei
mantinha os israelitas unidos como povo, apesar de serem conquistados
e passarem a estar sob domínio estrangeiro. Preservava as condições
necessárias para o aparecimento do Messias, protegia a Palavra de
verdade de Deus e impedia que a adoração verdadeira fosse
totalmente eclipsada e perdida de vista.
2.2.
Características distintas do código Hebreu
usaremos
o termo Torá para designar os cinco livros de Moisés,
especialmente a compilação das leis mosaicas, as 613 disposições,
ordens e proibições que mencionamos. a)A Lei pode ser dividida em
Dez Mandamentos, que no hebraico são chamadas simplesmente de
As Dez Palavras. Eles regulamentam a relação do ser humano
com Deus e com seu próximo. b) No código mosaico encontramos também
o Livro da Aliança das Ordenanças Civis e Religiosas, que
explica e expõe detalhadamente o significado dos Dez Mandamentos
para Israel. O código mosaico ainda contém as leis cerimoniais,
que regulavam o ministério no santuário do Tabernáculo e,
posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do serviço
dos sacerdotes. Em conjunto, todas essas disposições, ordens e
proibições formam a Lei Mosaica. No judaísmo ortodoxo, além
dessas 613 ordenanças, há ainda as leis do Talmude, a transmissão
oral dos preceitos religiosos e jurídicos compilados por escrito
entre os séculos III-VI d.C. A Torá e o Talmude são o centro da
devoção judaica.
2.3.
A santidade de Deus em evidência
A
santidade de Deus exigia que, para ter uma proximidade, a sua
criatura predileta (o homem), deveria ser santo, “Segui
a paz com todos e a santificação; sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb
12:14)
Os sacrifícios de animais foram ordenados por Deus para que tal
pessoa pudesse experimentar do perdão dos pecados. O animal servia
como um substituto – quer dizer, o animal morreu no lugar do
pecador. Sacrifício de animais parou com Jesus Cristo. Jesus Cristo
foi o substituto sacrificial supremo e é agora o mediador entre Deus
e os homens (1 Timóteo 2:5). Sacrifícios de animais serviam como um
sinal do que estava para vir – o sacrifício de Cristo a nosso
favor. A única base sobre a qual o sacrifício de um animal
providenciaria perdão dos pecados é o fato de que Cristo iria Se
sacrificar pelos nossos pecados, providenciando o perdão que aqueles
animais podiam apenas ilustrar e prenunciar.
3.
A ATUALIDADE DOS DEZ MANDAMENTOS
O
número dez fala de universalidade. Os dez mandamentos não foram
dados só para os judeus, mas a toda a humanidade através dos
judeus. O decálogo é mais que um código de leis. Antes, é a base
do pacto teocrático que separou o povo de Israel como um veículo do
favor divino, como um elemento através do qual a mensagem espiritual
haveria de ser transmitida. Todos os aspectos da vida estão
embutidos nos dez mandamentos. Esse fato nos ensina que não existe o
chamado dualismo que é a separação entre o sagrado e o secular.
Tudo o que diz respeito a nós é sagrado. Os dez mandamentos não
envolvem os deveres dos judeus para com os judeus, mas dos homens
para com todos os homens.
3.1.
Jesus e a Lei
No
registro de Mateus do que é comumente chamado de O Sermão da
Montanha, as seguintes palavras de Jesus foram registadas: "Não
penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra
passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até
que tudo seja cumprido" (Mateus 5:17-18).Neste contexto,
"destruir" é colocado em contraste com "cumprir".
Cristo veio "... não para destruir, mas cumprir". Isso
significa que Jesus não veio a esta terra com a finalidade de atuar
como um adversário da lei. Seu objetivo não era impedir a sua
realização. Pelo contrário, ele honrou, amou, obedeceu e cumpriu a
lei. Ele cumpriu as emissões proféticas da lei sobre Si mesmo
(Lucas 24:44). Cristo cumpriu as exigências da lei mosaica de uma
obediência perfeita para que uma "maldição" não fosse
imposta (veja Gálatas 3:10,13). Neste sentido, o plano divino para a
lei vai ter um efeito duradouro. Ela sempre cumprirá a finalidade
para a qual foi proferida. Se,
no entanto, a lei de Moisés tem a mesma relação (em termos de sua
posição) com os homens de hoje como tinha antes de Cristo vir,
então ela não foi cumprida, e Jesus falhou em sua missão. Por
outro lado, se o Senhor realizou o que Ele veio cumprir e a lei foi
realmente cumprida, então ela não é uma instituição jurídica
vinculativa para os hoje. Além disso, se a lei de Moisés não foi
cumprida por Cristo e, portanto, ainda permanece como um sistema
jurídico vinculativo, então ela não é apenas um sistema
vinculativo parcial. Pelo contrário, ela é um sistema totalmente
obrigatório. Jesus disse claramente que nem um "i ou um til"
(representantes das menores marcações do hebraico) passariam até
que todas as suas palavras fossem cumpridas. Por conseguinte, nada da
lei era para falhar até que tivesse alcançado seu objetivo por
completo. Jesus cumpriu a lei. Jesus cumpriu toda a lei. Não podemos
dizer que Jesus cumpriu o sistema de sacrifício, mas deixou de
cumprir os outros aspectos da lei. Ou Jesus cumpriu todas as
obrigações legais, ou nada cumpriu. O que a morte de Jesus
significa para o sistema de sacrifício também significa para os
outros aspectos da lei.
3.2.
O Decálogo
na visão paulina
Vamos
fazer um paralelo para analisar a visão de Paulo em Romanos frente
ao que Jesus mensionou em Mateus 5.17: “Não penseis que vim
revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir”. Paulo afirmou: “Porque o fim da lei é Cristo, para
justiça de todo aquele que crê”. (Romanos 10:4). Muitos acham que
este verso de Romanos refere-se a abolição da Lei; mas estudando-o
em sua língua original, veremos que ocorre o contrário: este texto
é uma forte evidência da validade da lei. A palavra “fim” neste
texto vem do grego “Telos” e significa “alvo, objetivo”. Esta
é a mesma que aparece em I Pedro 1:9: “Obtendo o fim
(Telos)
da vossa fé: a salvação da vossa alma”. Será que a Bíblia está
dizendo aqui que a fé teve um fim, ou que não precisamos mais ter
fé para sermos salvos? Claro que não! Seria uma heresia tal
afirmação. De acordo com o original grego, a tradução correta
deste texto é: “Obtendo o alvo (ou objetivo) da vossa fé: a
salvação da vossa alma”. Portanto, a tradução correta de
Romanos 10:4 é: “Porque o alvo (objetivo) da Lei é Cristo, para
justiça de todo aquele que crê”. Isto nos ensina que, o objetivo
da Lei não é nos salvar, mas nos aproximar de Cristo, através da
obediência por amor (João 14:15). Este verso confirma a validade da
lei de Deus, pois diz que a lei tem um objetivo: nos conduzir a
Cristo, que nos salva.
3.3.
Os Dez Mandamentos e a Igreja
Jesus
não veio abolir os mandamentos de Deus, temos provas que Ele não
somente ensinou como também deu maior significado às ordenanças
divinas. (Mt 5:17-19, 27,28,31,32; 15:3-6; 19:8,9). A Lei de Deus
indica a compreensão do que é pecado, ou seja, por meio dela vem o
conhecimento do que é errado. Por várias razões a Bíbia mostra de
forma nítida que os Dez Mandamentos estão todos validados e
continuam em vigor em todo o Novo Testamento, e que a igreja ainda
hoje, exatamente, por estar debaixo da Graça, ainda observa os
mandamentos, elevando a um nível espiritual, o que permite, por
exemplo, não guardar um sábado físico, mas sim espiritual, onde
podemos oferecer, semanalmente, um dia ao Senhor fazendo dele, o
sábado de serviço a Deus. Podemos notar com muita clareza qual o
tratamento dispensado por Jesus à lei de Deus. Ele não a deixou em
segundo plano, mas soube mostrar a sua importância para a vida do
crente. Um exemplo é a questão do divórcio: dentro da antiga
tradição judaica, o homem podia repudiar sua mulher por qualquer
motivo, até mesmo por acha-la feia. (Dt 24:1) Jesus então afirma
que somente em caso de prostituição é que um homem pode deixar sua
mulher. O sétimo mandamento foi ensinado, confirmado e ampliado.
Jesus quando foi interrogado sobre a vida eterna, a resposta que deu
ao homem rico é esta: “Se queres entrar na vida, guarde os
mandamentos”. (Mt 19:16,17). Foi a primeira resposta dada por
Jesus. Perguntarão alguns: Se é assim, então por que Jesus não
mandou o moço guardar o sábado? A resposta é simples: Jesus apenas
citou os mandamentos relacionados com o próximo. (Mt 19:18,19) Se
ele não amasse o próximo, não estaria em condições de amar a
Deus.
CONCLUSÃO
Entendemos
então que, o decálogo, foi instituido para toda a raça humana em
todos os séculos, a partir da instituição dele, o domínio do
pecado não pode mais ter autoridade sobre a sua vida. Uma nova forma
de vida precisa renascer tal e qual era antes mesmo de você vir ao
mundo: Puro! Assim sua alma deve bradar todos os dias: “Eis aqui o
meu corpo ‘onde abundou o pecado’, agora superabundando a graça
de Deus!”. O único resquício restante deste tempo devem ser as
lembranças, tais e quais as cicatrizes que Cristo fez questão de
fazer permanecer em seu corpo, eternizando uma experiência vencedora
em relação ao seu passado, época dos prejuízos sofridos em torno
de uma vida fora dos padrões espirituais exigidos pelo
Senhor.Romanos 6.21 diz – “Que
fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se
envergonham? O fim delas é a morte!”.
O texto em Romanos 6.6 diz: “Pois
sabemos que o nosso velho homem, foi crucificado com ele, para que o
corpo do pecado seja destruído e não mais sejamos escravos do
pecado”. O
pecado traz uma experiência dolorida onde morremos sem
perceber através das nossas transgressões, mas quando nos
encontramos com a graça soberana de Deus sobre nós, somos lavados
dos nossos pecados e cheios de um padrão celestial de vida de
onde fluem bênçãos sem medida sobre você e todos os que
estiverem à sua volta. Não existe autoridade por
intermédio do pecado, existe autoridade por ser tentando, resistir e
vencer.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS:
Revista
do professor: Jovens e Adultos. ISRAEL 70 ANOS, O chamado
de uma nação e o Plano Divino de redenção. Rio de Janeiro:
Editora Betel – 3º Trimestre de 2018. Ano 28 n° 108. Lição
07 – O DECÁLOGO: A ALIANÇA NO SINAI.
Bíblia
de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português
por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes.
Edição 1995.
Links:
COMENTARISTA
ADICIONAL:
PR.
ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA - Servo do
Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas
e privadas, Bacharel em Teologia pela FATAD, pós-graduado em
administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de
crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.
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