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A responsabilidade de cuidar uns dos outros - Comentários Adicionais (Pr. Éder Santos)


A RESPONSABILIDADE DE CUIDAR UNS DOS OUTROS
(Lição 05 – 29 de Abril de 2018)

TEXTO ÁUREO
“Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” (1 Co 12.25).

VERDADE APLICADA
Como membros do Corpo de Cristo, temos que estar comprometidos com a responsabilidade de cuidar uns dos outros.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
ENFATIZAR que a Igreja é o Corpo de Cristo;
RESSALTAR o dever de cada discípulo de Cristo;
MOSTRAR a necessidade do cuidado com o próximo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 Co 12.12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
1 Co 12.14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
1 Co 12.25 Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.
1 Co 12.26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
1 Co 12.27 Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.

Introdução
Deus determinou que cuidássemos uns dos outros. Vemos, amplamente, por toda a Bíblia, instruções acerca do cuidado mútuo. Nesta lição, examinaremos como o Espírito Santo nos habilita a cuidar uns dos outros, e como devemos praticar isso, visando despertar em nós a necessidade de proximidade e comunhão. Lembremo-nos que a recomendação a nós é: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo” (Marcos 12.30-31).

1. A igreja como um corpo
Entendendo que corpo é: Estrutura física de um organismo vivo, englobando suas funções fisiológicas, compreendemos que a igreja também é participante no correlato de anatomia e a fisiologia, pois, são campos de estudo estreitamente relacionados: a primeira diz respeito à forma (composição) e a segunda dedica-se ao estudo da função (característica de um órgão e ou papel a desempenhar); a partir deste entendimento podemos perceber e entender nossa contribuição neste corpo, não físico, mas espiritual.

1.1.    A utilização do termo em sentido figurado
A inserção do corpo como tipo da estrutura espiritual da igreja, nos traz a ideia de cooperação mutua com fim de objetivo em conjunto. O termo, portanto, faz referência à sinergia que deve haver entre aqueles que estão dentro da comunidade cristã, onde responsabilidades, funções e aplicações são inerentes a todos. A negligência neste processo é percebível quando algum membro padece, trazendo reflexos em todo o corpo (1 Co 12.26).

1.2.    Igreja – Corpo de Cristo
A palavra “igreja” traduz o vocábulo grego ekklesia, que se deriva de ek, “para fora”, e de kaleo, “chamar”; portanto, chamados para fora. É interessante observar que se trata da composição daqueles que foram escolhidos para fazer parte deste “corpo”. A expressão originária “Kaleo” reporta essa ideia, aqueles que foram chamados! Quanto aos aspectos da igreja é interessante observar alguns fatores, como:
Unidade - A figura do corpo é muito útil para descrever a "unidade na diversidade" que existe entre cristãos (Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 10:17; 12:12-31; Efésios 2:16; 4:4; Colossenses 3:15). Assim como o corpo tem diferentes partes, assim também o grupo que pertence a Deus é composto de muitos tipos diferentes de pessoas: diferentes personalidades, capacidades, níveis de maturidade espiritual, formações. Entretanto, estas diferenças são insignificantes à luz da fé comum que partilhamos em Cristo. Nossa diversidade não força esta unidade espiritual nem um pouco, mas é realmente uma bênção, no que os cristãos são capazes de ajudar um ao outro de um modo complementar, em vez de todos serem exatamente idênticos.
Interdependência - A diversidade entre o povo de Deus ajuda a fortalecer o corpo através de seu trabalho complementar, porque todos do povo de Deus estão ligados um ao outro e são dependentes uns dos outros (Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 12:12-31; Efésios 4:11-16; Colossenses 2:19). Como membros de um corpo estão entrelaçados entre si, entretecidos, e juntos em um todo unificado, assim também o povo de Deus é interligado. O funcionamento adequado, saudável, de cada parte é essencial à saúde geral do corpo. Nenhuma parte é insignificante, irrelevante ou dispensável. Os cristãos devem possuir uma consciência de tal dependência e necessidade uns dos outros. Na verdade, devemos ser tão interligados que os cuidados com outras pessoas são os nossos mesmos; choramos com os que choram e nos regozijamos com os que se regozijam.
Crescimento - Toda a unidade e interdependência do povo de Deus são destinadas a levar a uma única meta: o crescimento espiritual (Efésios 2:21; 4:11-16; Colossenses 2:19). A figura de um corpo é perfeitamente adequada para salientar que o povo de Deus é um organismo que cresce, e não um objeto sem vida, estático, adormecido. O corpo é para sobreviver e ser saudável pelo labor adequado de cada parte individual, como cada parte faz a sua tarefa. Sendo equipados através do ensino, os santos têm que servir, e assim fazendo o corpo de Cristo é edificado.
Por outro lado, há uma variedade na qual a figura do "corpo" é usada para descrever a relação que existe entre o povo de Deus e Cristo:
Cabeça - Há, naturalmente, as passagens familiares nas qual Cristo é chamado à cabeça do corpo, a igreja (Efésios 1:23; 4:16; 5:23; Colossenses 1:18; 2:19). Aqui, o corpo é claramente a parte inferior do todo, composto de tronco e membros, enquanto Cristo é a cabeça. Obviamente, isto significa o papel de Cristo como de autoridade. Ele é aquele que toma as decisões, cuja vontade tem que ser seguida. Mas observe como a imagem do corpo sugere que esta não deve ser uma atividade antagônica. Além do mais, nossos corpos físicos não lutam com a cabeça, não se opõem a sua vontade, nem contradizem suas ordens. As partes do corpo naturalmente agem de acordo com as determinações da cabeça para o bem estar do corpo inteiro. A cabeça é também o que confere certa unidade de propósito e direção, de modo que as partes estejam trabalhando em direção à mesma meta, em vez de se esquartejando e indo a direções diferentes.
Espírito - Há passagens, contudo, que usam a figura do corpo, mas que não retratam Cristo como a cabeça do corpo. Observe, por exemplo, que em 1 Coríntios 12, a cabeça é claramente uma das partes do corpo que representa o cristão comum (12:21), como também o são várias partes especificadas da cabeça, tais como o olho e o ouvido (12:16-17). Neste caso, que relação Cristo tem com o corpo, se não é sua cabeça? Bem, assim como um corpo físico, se está vivo, tem um espírito que habita esse corpo, dando-lhe vida e personalidade, assim também Jesus é o Espírito vivo que mora dentro do corpo de seu povo. Este mesmo ponto está implícito em Efésios 2:21, onde as figuras de corpo e edificação estão misturadas, falando de um templo crescente no qual Deus mora. Do mesmo modo, Efésios 4:4 emparelham um corpo e um Espírito, como se indicasse uma ligação particular. Finalmente, a afirmação de Paulo de que somos "um corpo em Cristo" (Romanos 12:5) pode se apoiar sobre esta mesma figura. Como tal, a figura do corpo indica ainda mais intimamente o grau em que devemos ser possuídos por Deus, participantes de sua divina natureza, quando ele mora e vive dentro de nós.

1.3.    Os discípulos de Cristo como membros do corpo
1 Coríntios 12.27 nos informa que somos o corpo de Cristo e seus membros em particular. É importante destacar que tanto o corpo quanto os membros, são propriedades de Cristo; embora haja inter-relação entre eles, os membros têm funções diferentes e não trabalham sós, antes os papeis desempenhados por cada membro devem visar o funcionamento do corpo como um todo. Não há independência dos membros; há cooperação mutua, e neste caso toda função está submetida aquele que é o cabeça, Cristo, do qual emana todo poder. Literalmente, Ele, o cabeça, é quem dirige o corpo, aqui definido como a junção dos membros.   

2.  O dever de cada discípulo de Cristo
É nosso dever cuidar das pessoas! Essa é nossa missão! Em essência, é para isso que a igreja existe! Fomos feitos para isso! Está escrito: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.” (Ef 2.10). O pecado prejudica essa missão e devemos lutar para que haja harmonia (1 Co 12.18-22).

2.1.    Tendências que diminuem a importância do cuidado mútuo
Tendência é aquilo que leva alguém a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma; é a predisposição, propensão, disposição natural; inclinação, vocação. Precisamos diuturnamente avaliar o que pode nos tirar dessa cooperação; Ativismo, individualismo, rotinas e até liturgias, nos fazem frios neste processo. O Pr. Ângelo Galvão, em uma de suas preleções, afirma que a igreja tem criado desviados funcionais, pessoas que pelo ativismo das igrejas tem se dedicado ao trabalho nos templos e não à coletividade nos relacionamentos. A igreja dos tempos apostólicos tinha mais êxito no crescimento devido a preocupação comum e o interesse nas pessoas, vide Atos 4.32-34.

2.2.    Capacitados pelo Espirito Santo
De que modo o Espírito Santo, agindo em nós e guiando os anjos do Senhor, nos ensina?
A. Guiando para o ministério - Na experiência de Felipe com o eunuco, vemos o Espírito do Senhor, um anjo, guiar seu servo para o cuidado do outro: “Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto” (At 8.26). O Espírito do Senhor conduz seus servos para o exercício da obra. Devemos entender essa fala como uma comunicação natural entre o Espírito Santo do Senhor e os cristãos.
B. Provendo para a vida - O Espírito Santo do Senhor provê nosso sustento e segurança, mesmo quando dormimos: “…aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.2). O Espírito também provê para que possamos prover para aos outros: “Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (Hb 13.2).
C. Protegendo de todas as coisas - Há vários exemplos na Bíblia em que Deus, por meio de seu Espírito e dos anjos do Senhor, protege seus servos. Um dos casos mais marcantes é o de Daniel e seus amigos, conforme narrado em Daniel 3.28: “Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus”. 
D. Servindo-nos em tudo de que necessitamos - A Bíblia afirma que “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Sl 34.7). Aqueles que confiam no Senhor sabem que Deus destina seu santo Espírito para cuidar deles, consolando-os, amparando-os e servindo-os. Quando Jesus Cristo contou aos seus discípulos sobre seu retorno ao Céu, ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16-17).

2.3.    Todos necessitam de cuidados
Vejamos que atitudes podemos ter para com nossos irmãos em Cristo, utilizando nossos dons. De acordo com John MacArthur Jr., os principais dons que devemos usar como cristãos são:
1. Profecia (Rm 12.6; 1Co 14.3), capacidade de pregar ou proclamar a verdade de Deus a outros, para edificação, exortação e encorajamento.
2. Ensino (Rm 12.7), capacidade de ensinar as verdades da Palavra de Deus.
3. Fé (1 Co 12.9), capacidade de confiar em Deus, sem dúvida ou inquietação, a despeito das circunstâncias. Aqueles que são especialmente inclinados a sentir ansiedade devem procurar pessoas que têm aplicado esse dom e seguir o exemplo delas.
4. Sabedoria (1 Co 12.8), capacidade de aplicar a verdade espiritual à vida. Crentes dotados de sabedoria são, também, bons modelos para as pessoas ansiosas.
5. Conhecimento (1 Co 12.8), capacidade de compreender os fatos. É o lado intelectual do entendimento da verdade bíblica.
6. Discernimento (1 Co 12.10), capacidade de distinguir a verdade do erro – para discernir o que é de Deus e o que é ardil satânico.
7. Misericórdia (Rm 12.8), capacidade de manifestar o amor de Cristo em atos de benevolência.
8. Exortação (Rm 12.8), capacidade de encorajar, aconselhar e confortar os outros com verdade bíblica e amor cristão. Os que são inclinados à ansiedade precisam ter humildade suficiente para ouvir e valorizar o que as pessoas com o dom da exaltação têm a dizer.
9. Doação (Rm 12.8), capacidade de prover para a obra do Senhor e para outros que têm dificuldade de suprir as próprias necessidades materiais. Isso deriva do propósito de confiar suas posses materiais ao Senhor.
10. Administração (Rm 12.8; 1Co 12.28), capacidade de organizar e liderar com empenho espiritual. É um dom chamado de”dom de comandar ou governar”.
11. Ajuda (Rm 12.7; 1Co 12.28), capacidade de servir fielmente “por trás das cortinas”, dando assistência à obra do ministério de forma prática.
Todos esses dons só fazem sentido se for aplicada individualmente no corpo de Cristo, a igreja. Paulo afirma, enfaticamente, que os dons existem para que o corpo de Cristo seja aperfeiçoado, edificado e cresça (Ef 4.11-13).

3.  Atentando às exortações bíblicas
Se não atentarmos para as recomendações bíblicas podemos estar em inconformidade com a orientação a nós dispensada. Não há, portanto justificativas para não cumprirmos nossas responsabilidades no cuidado mutuo.

3.1.    Servir uns aos outros
O Serviço na igreja deve estar embasado, pelo amor; a recomendação aos Gálatas é clara quanto a essa premissa, ver Gl 5.13. Observem o texto: Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.” (1 João 3:16-18). 

3.2.    Resultado de transformação
Nossa consciência deve ser pautada pela certeza que nosso Deus é galardoador, ver Hb 6.11. E como resultado da bondade e misericórdia de Deus a nós, devemos expressar pela nossa vida, obra e ação os frutos gerados por essa tão grande salvação. Temos liberdade, contudo é preciso ter consciência e racionalidade em nossos atos. Gl. 5.13

3.3.    Serviço como consequência de comunhão
Olhai, pois por vós mesmos, Atos 20.28 e 1 Tm 4.16 Tem cuidado de ti mesmo, remetem a observância que precisamos ter neste processo de responsabilidade com o corpo, pois se um membro padece logo todos padecerão. É, portanto o dever diário do serviço, como trabalho, na manutenção dos santos. “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.” (1 João 3:17-18).

Conclusão
O Espírito Santo do Senhor está conosco sempre, ele nos guia, provê tudo de que necessitamos na vida, nos proteges e nos serve dia após dia. O Espírito Santo do Senhor nos ensina a cuidar também de nossos irmãos em Cristo. Ele nos dá vida e nos encoraja a andar uns com os outros, suportando uns aos outros, em amor. Se quisermos alcançar o sucesso em nossos relacionamentos, se quisermos nos tornar melhores em nossa vida em comunidade, precisamos prestar atenção no Espírito agindo em nós e agir conforme sua instrução.

Referencias Bibliograficas


Bíblia do Obreiro, Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 1995.

Livro: Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo, Editora Betel, 2018, Autor: Marcos Sant’Anna da Silva – 1ª Edição.

Bíblia de Jerusalém, Editora Paulus, edição revista e ampliada, 1ª Edição, 2002.

Comentarios Adicionais
Pr. Éder Santos – Ministério Madureira, Professor da EBD na Sede da ADTAG – Assembleia de Deus em Taguatinga, Teólogo pela FTBB e Pós Graduado em Hermenêutica pela – Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares.

Um comentário:

ancelmo disse...

Comentário muito edificante. Parabéns pastor Éder, que o Senhor Jesus continue te abençoando, ajudando e capacitando sempre mais. Obrigado.