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O temor a Deus e as atitudes coerentes - Comentários Adicionais (Pb. Lindoval Santana)


O TEMOR A DEUS E AS ATITUDES COERENTES
(Lição 06 – 06 de Maio de 2018)

TEXTO ÁUREO
“Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia, e Samaria tinha, paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.” (Atos 9.31).

VERDADE APLICADA
O temor a Deus deve ser acompanhado da procura em conhecer a Sua vontade e da prática da mesma.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► EXPLICAR a importância de temer a Deus;
► IDENTIFICAR os diversos tipos de temor a Deus;
► REFLETIR sobre a importância do temor a Deus ser seguido de atitudes coerentes.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 86.11 - Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome.
Sl 128.1 - Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
Ec 12.13 - De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem.
2 Co 7.1 - Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemos-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
1 Pe 2.17 - Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei.

INTRODUÇÃO
Na interpretação do tema em estudo estaremos enfatizando que uma das distorções é ser extremista com relação ao assunto, atualmente há um grupo que banalizam o evangelho e não temem a Deus, todavia há outro que consideram Deus como sendo cruel e impiedoso pronto a castigar e punir... O nosso comentarista nos deixa bem claro o verdadeiro significado do que realmente é temer a Deus à luz das escrituras. Bom estudo! Quando analisamos este tema à luz das escrituras veremos que a atual conjuntura não facilita muito um comportamento coerente, pois somos diariamente forçados a viver como camaleões nos adaptando as mais diversas situações, na verdade somos educados para fazermos isso constantemente na carreira, no contexto familiar, na vida conjugal, na esfera social e até religioso enfim, em todas as áreas da vida... A fim de conseguirmos determinado objetivo, nós em alguns casos a ferimos profundamente nosso senso de coerência. Creio que flexibilidade é uma importante virtude que podemos e devemos cultivar, mas, no entanto, existem princípios inflexíveis que desrespeitá-los será uma das maiores violências que podemos nos imputar e o preço sobre nossa fé será devastador!

1. TEMER A DEUS: SIGNIFICADOS E VALOR
Muito entendem de forma errada a expressão “temor do Senhor” ou “temor a Deus”. Alguns dizem que seria ter medo de Deus. Apesar de um dos significados mais fortes da palavra temor ser “medo”, temer a Deus não é ter medo Dele, pois o medo nos faria fugir Dele e não aproximar-se Dele. Veja o que o apóstolo João diz a respeito do medo: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4.18). Ou seja, o temor a Deus citado na Bíblia não pode significar um medo de Deus que nos faça fugir Dele e nos traga tormento. Antes, é algo que nos aproxima ainda mais de Deus. Vejamos alguns significados:

1.1. Os significados e diversos sentidos da palavra temor
Temer a Deus é guardar Seus mandamentos (Dt 5.29; 6.2, 24; Ec 12.13; etc.) e Suas leis (Dt 31.12 a 28.58; ver Jr 44.10), obedecer a Sua voz (1 S. 12.14; Hag 1.12), andar diante dEle (Dt 10.12) ou nos Seus aminhos (Dt 8.6; 2 Cr 6.31), ou simplesmente servi-lo (Dt 6.13; 10.20; Js 24.14). O temor do Senhor é paralelo às ordenanças do Senhor em Sl 19.9. Em 86.11, o salmista pede a Deus que lhe ensine o caminho para que ele possa andar na Sua verdade e unir seu coração para temer o nome de Deus. O verdadeiro significado bíblico do termo é um pouco diferente do dicionário. Na verdade a expressão temor de Deus pelo ensino bíblico, além de medo e assombro, traz também consigo a ideia de “reverência” a Deus, ou seja, saber que há alguém sobre a nossa vida. O conhecimento do temor está intimamente ligado ao conhecimento de autoridade espiritual. De acordo com o comentarista da lição devemos portando estarmos atentos ao contexto no qual se encontram as palavras traduzidas por “temor” ou “temer”. Alguns sentidos de expressões hebraicas, como yãre ou môrã: “ter medo; ter grande temor; ter grande respeito por; medo”. Exemplos do termo usado como “medo” (Gn 32.11; Dt 2.25; Jn 1.10). Assim como também há exemplos no Novo Testamento do uso da palavra “temor” no sentido de “medo” (gr. deilia ou phobeo), “covardia ou timidez” (2 Tm 1.7) ou “mostrar medo reverente de homens” (Mc 6.20).

1.2. Temer a Deus
Biblicamente falando, temor não é medo. “Se assim fosse, o temor a Deus não seria a causa de grande prazer para o justo, pois o medo não traz prazer, alegria, felicidade; traz inquietação ante a percepção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça. Temer a Deus não é ter medo de Deus, como se Ele fosse um Ser iracundo, perverso, que está sempre pronto a exercer o juízo, e nunca misericórdia. Esse não é o Deus justo, amoroso, bondoso e misericordioso revelado na Bíblia. Ele ama a justiça e o juízo, a terra está cheia da bondade do Senhor (Salmo 33.5). Sendo assim, o medo não é adequado em relação a Ele, nem é comum a quem o conhece bem, temer a Deus: “É reconhecê-lo como o Deus único, verdadeiro, Criador e Senhor absoluto sobre tudo e todos”. É ter a consciência de que a nossa vida e tudo quanto existe depende daquele que vive e reina para sempre, que Ele tem o controle sobre tudo”, temer ao Senhor “implica obediência” e “confiança absoluta no Seu infindo amor (Provérbios 14.26) e aversão às coisas que Ele condena: o mal, a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa (Provérbios 8.13). Devido à Sua natureza santa, Deus abomina o pecado” e a forma de reconhecer se uma pessoa teme a Deus ou não é “pelas palavras, escolhas e atitudes dela”, e resume: “Uma pessoa que teme a Deus e reconhece a soberania do Senhor aparta-se do mal, busca o bem, promove a paz e tem sabedoria, alegria, vida, porque guarda os mandamentos divinos e submete-se à orientação e vontade dele, sendo bem-aventurada, bem-sucedida em tudo, recebendo do Senhor sabedoria, cuidado, vida e provisão (Provérbios 10.27; 14.27; 15.33)”.

1.3. A importância de enfatizar este tema
Nos dias em que vivemos a verdadeira diferença entre um filho de Deus para um bom religioso se resume no temor que este homem possui de Deus. Porém, hoje em dia, o verdadeiro temor de Deus é muito confundido com alguns rituais religiosos, cacoetes e “santarrices” que vimos no meio do povo de Deus. Hoje em dia, fala-se muito do amor de Deus, mas quase ninguém fala da justiça, da ira e da santidade de Deus. Hoje temos um Deus abençoador, mas não um Deus que julga. No texto de Lucas 12.4-7, Jesus nos apresenta duas atitudes humanas em relação a Deus que se equilibram: temor e confiança. Estas atitudes são necessárias porque estamos diante de um Deus que é santo (não tolera o pecado e o mal) e ao mesmo tempo amoroso e cuidador. Começamos com a primeira atitude que é o temor a Deus em Lucas 12.4,5. Embora falasse ao povo, Jesus aqui se dirige àqueles que são seus discípulos. Isto é importante porque esta palavra é para aqueles que decidiram seguir Jesus em suas vidas. Ele diz assim: “eu lhes digo, meus amigos: não tenham medo dos que matam o corpo e depois nada mais podem fazer” (v. 4). Jesus chama seus discípulos de amigos. Embora seja nosso senhor, ele desce até nosso nível e nos trata como amigos. Ele tem carinho e dialoga abertamente. Que bom que nosso senhor também é nosso amigo! Junto dele não temos medo. Jesus continua: “mas eu lhes mostrarei a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar o corpo, tem poder para lançar no inferno. Sim, eu lhes digo, esse vocês devem temer” (v. 5). Segundo Jesus, há alguém que devemos temer, ter medo de enfrentá-lo, tê-lo como inimigo. Não é nenhum homem e alguns pensam que se trata do Diabo. Não é o Diabo, pois nem Jesus e nem a Bíblia dizem que devemos temê-lo, antes resistir-lhe (Tiago 4.7). Além do mais, o Diabo não tem poder para matar alguém ou lançar alguém no inferno. Claramente, Jesus refere-se a Deus! Jesus não diz que devemos temer o inferno. Ele diz que devemos temer a Deus. Você deve ter medo de desobedecer a Deus, de pecar contra ele, de fazer dele o seu inimigo. Fique de bem com Deus, busque a reconciliação com ele por meio de seu Filho Jesus Cristo: “tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo ... ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens ...” (2ª Coríntios 5.18,19) . Se você quer fugir do inferno, fuja para os braços de Deus por meio de Jesus. Lá você está abrigado.

2. OS DIVERSOS TIPOS DE TEMOR A DEUS
O temor do Senhor é outra maneira de descrever a confiança no Senhor. Mas a palavra “temor” acrescenta conotações de reverência, respeito e admiração. O temor do Senhor é o oposto de uma superficialidade lisonjeira. Esta humildade não se importa de depender totalmente do Senhor. Na verdade, o temor do Senhor é psicologicamente compatível com “o conforto do Espírito Santo” (At 9.31). É um novo senso de realidade com o Deus vivo (At 2.43; 5.11; 19.17), que nos resgata de uma fé meramente teórica. Este temor é doce, e nos mantém perto do Senhor.
Abraão - (Gênesis 22.12). O Anjo continuou: “Não estendas a mão contra o menino! Não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não Me recusaste o teu filho único”.
Jó – (Jó 1.8). “E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal”.
David – (At 13:22). “E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade”.

2.1. Temor interesseiro
Devemos temer a Deus não por amor não por interesse. Uma passagem bíblica muito interessante sobre o temor a Deus está registrada no livro de Jonas 1.1-16 a qual nos ensina muitas lições sobre temer a Deus sem interesse; Então, eu gostaria que você tirasse seus olhos de Jonas e os colocasse na tripulação do navio. Em Primeiro lugar, o Espírito os ensina através destas pessoas sobre o Temor. V5, 10, 16. Três vezes vemos, conforme os versos, o temor destes homens. Primeiro eles temem o que veem. Depois eles temem o que ouvem. Por fim eles temem o que sabem ser obra de Deus. O temor deles vai mudando, até chegar ao temor da pessoa certa. Primeiro eles temem o evento da tempestade por saberem que não era algo natural, mas alguma divindade tinha feito aquilo. É o temor na ignorância. Segundo eles temem a um Deus que ouvem falar e que viram que é muito grande, apesar não o conhecê-lo ainda. Terceiro eles temem a Deus depois de aprenderem dEle, do seu poder, de sua forma de ser adorado, e de que quando é obedecido é apaziguado. Agora eles já o conhecem. Eles saem de uma vida de temer o que Deus faz, para temê-lo por quem Ele é. É isto o que o Espírito Santo quer que nós aprendamos. O temor a Deus deve ser por quem Deus é, não pelo que Ele fez, faz ou fará. Nosso Amor ao Senhor deve ser pela pessoa que Ele é, caso contrário é puro amor ou temor interesseiro.

2.2. Temor utilitário
“Assim como ali em Samaria eles estavam tendo o temor a Deus como amuleto da sorte para que não viesse nenhum mal contra eles, hoje nós vivemos num mundo de sincretismo religioso dominado pela superstição, e é bom nós entendermos que essa mistura das religiões, pois, hoje temos igrejas que sempre começam tal sincretismo com uma frase muito conhecida: Não vamos discutir religião porque cada está adorando a Deus independente da religião”. Será? Porém este não é o verdadeiro motivo de não haver discursão e sim a falta de conhecimento da palavra de Deus, a bíblia sagrada, porque se temos a bíblia como nossa regra de fé conduta, nós sabemos que existe um só Deus, mas nem todos o adoram. Vemos que os atenienses eram tão religiosos que eles chegaram a levantar um altar chamado:” Ao deus desconhecido”, porque eles tinham medo de que faltasse deus para eles adorarem então passaram a adorar ao um deus desconhecidos apenas para ter a quem adorar.

2.3. Temor como principio do saber
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso. Ele será louvado para sempre! Salmos 111.10. Temor é na verdade sinônimo de reverência ou adoração, o que faz supor que a sabedoria começa quando reconhecemos devidamente quem Deus é e lhe prestamos a adoração que merece. Faz-nos lembrar que descobrimos a verdadeira relevância da vida ao nos aproximar de Deus numa atitude de humildade e de reverente temor, não com pavor e sobressalto. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria significa que até que entendermos quem é Deus e desenvolvemos um temor reverencial a Ele, não podemos ter a verdadeira sabedoria. A verdadeira sabedoria vem somente da compreensão de quem é Deus e que Ele é santo e justo. A essência da Lei em Deuteronômio 10.12-13 diz: “E agora, ó Israel, que é que o Senhor, o seu Deus, lhe pede, senão que tema o Senhor, o seu Deus, que ande em todos os seus caminhos, que o ame e que sirva ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e que obedeça aos mandamentos e aos decretos do Senhor, que hoje lhe dou para o seu próprio bem”. O temor de Deus é a base para nos caminharmos em Seus caminhos, servindo e amando-o. 

3. TEMOR A DEUS E ATITUDES
Ao contrário do que muitos pensam esse dom especial não se trata simplesmente do receio em fazer coisas erradas, mas sim de uma poderosa arma no combate ao pecado, não por medo, mas pelo desejo de seguir a justiça. Uma pessoa que teme ao Senhor resiste ao pecado, pois esse ‘santo temor’ é uma luz em seu caminho. A Bíblia mostra diversos exemplos de pessoas que, tementes a Deus, afastaram o mal de suas vidas. Podemos destacar o caso de Davi que, antes de tornar-se rei, foi perseguido por Saul, e tendo oportunidade de matá-lo, não o fez, pois o temor a Deus fez com que ele percebesse o mal que aquele gesto poderia representar. Sua atitude não foi pautada no medo de um suposto castigo, mas no discernimento de que aquele seria um pecado muito grave diante de Deus, pois o Senhor não aprova o mal, ainda que alguns tentem justificá-lo. O temor a Deus sempre será associado a ações segundo a vontade de Deus, isto é, que agradam a Deus.

3.1. Um temor que move ação
Encontramos na Bíblia pessoas que demonstraram amor e temor profundo pelo Senhor. Vejamos alguns:
a) Abraão • Amou mais a Deus do que seu próprio filho – Gn 22.12 “Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes (amas) a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.”
• Quem teme por amor é abençoado – Gn 22.15-18: “Então o anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus, E disse: Por mim mesmo jurei, diz o SENHOR: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.” Abrão temia a Deus - Gn. 22.12. Temor servil. Aceitou oferecer o filho em sacrifício para não magoá-lo. Muitas pessoas aproximam-se de Deus por interesse. Você seria capaz de praticar algum sacrifício para não magoar o Senhor Jesus Cristo? A bíblia declara que “Bem-aventurado o homem que continuamente teme...”. Abraão foi bem-aventurado e você pode conferir isto em Gn. 22.15-18. O anjo do SENHOR fez juramento de prosperidade e proteção para Abraão. Hei...? O nosso Deus não mudou. Quer ser abençoado, tenha temor de Deus.
b) As parteiras das hebreias Sifrá e Pua. Duas mulheres corajosas, que não obedeceram à ordem de Faraó mesmo sabendo que poderiam morrer.
• Obedeceram a Deus e não a Faraó. Êx 1.17: “As parteiras, porém, temeram a Deus (amaram, não quis magoá-lo) e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera, antes conservavam os meninos com vida.”
• Deus abençoou as parteiras – Êx 1.20-21: “Portanto Deus fez bem às parteiras. E o povo se aumentou, e se fortaleceu muito. E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, ele estabeleceu-lhes casas.”

3.2. Um temor que conduz a um relacionamento  
Não se trata do temor que nos faz se esconder de Deus como Adão e nem aquele demonstrado pelos estrangeiros em Samaria (interesseiro e utilitário), mas o temor que norteia nossa vida nas questões espirituais e morais. O temor do Senhor é outra maneira de descrever a confiança no Senhor. Mas a palavra “temor” acrescenta conotações de reverência, respeito e admiração. O temor do Senhor é o oposto de uma superficialidade lisonjeira. Esta humildade não se importa de depender totalmente do Senhor. Na verdade, o temor do Senhor é psicologicamente compatível com “o conforto do Espírito Santo” (At 9.31). É um novo senso de realidade com o Deus vivo (At 2.43; 5.11; 19.17), que nos resgata de uma fé meramente teórica. Este temor é doce, e nos mantém perto do Senhor. O temor do Senhor ganha em apelo quando concordamos com C. S. Lewis que “em Deus você está diante de algo que é, em todos os aspectos, incomensuravelmente superior a si mesmo.” Se pensamos que podemos viver um só dia de nossas vidas sem nos submetermos ao Senhor, cedendo à Sua sabedoria superior e baseando-nos em Sua infinita provisão a cada momento, enganamos a nós mesmos, não importa o quão brilhante possamos ser. Deus que tenhamos um relacionamento com ele através do temor e não do medo, assim escreveu o apostolo Paulo aos Efésios 5.21 “Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.

3.3 Cornélio, homem temente a Deus
Acredita-se que Cornélio, o oficial romano, tinha algum conhecimento das Escrituras, conhecia o Deus de Israel e, assim, orava, jejuava, fazia esmolas, tinha bom testemunho dos judeus e era “temente a Deus” (At 10.1-2, 22). No entanto, Cornélio demonstrou a sinceridade de seu temor a Deus ao se submeter á Palavra de Deus anunciada por Pedro (At 10.33). Temor que resultou em ação, pois proporcionou oportunidade para crer em Jesus Cristo. Vejamos exemplos de resultados de temor após a experiência do novo nascimento:
1) 2 Coríntios 7.1 – contribui no processo de aperfeiçoamento da santificação. Uma convocação para que abandonem todo envolvimento com o que pode impedir nosso desenvolvimento na santificação; 2) Filipenses 2.12 – nos faz lembrar da bem-aventurança do homem que é constante no temor de Deus (Pv 28.14). Trata-se de uma exortação contra o modismo, o desleixo e o relaxamento com a vida cristã. Não se trata de ensinar que a salvação depende das obras da pessoa, mas, sim, que ela se expressa no crescimento e aperfeiçoamento do discípulo de Cristo. Assim comentou Russel Shedd: “O indivíduo que tem nome de cristão, mas é convencido, autoconfiante, sem atitude de respeito e reverência, tendo fé na graça barata, e nas obras inúteis feitas com vistas à recompensa, poderá ser uma das pessoas que se desapontarão quando bater à porta do céu, implorando que deixem entrar (Mt 7.23)”. Seria interessante também explicar que de um lado os fariseus cristãos apoiavam a visão dos judaizantes; do outro, Paulo e Barnabé enfatizavam que os gentios foram aceitos por Deus como gentios, Cornélio e sua família é um exemplo. Para os gentios serem salvos, era necessário se tornar um judeu? Atualmente, é necessária alguma outra coisa, fora de confessar a Cristo, para ser salvo? Cuidado com o cristianismo judaizante que ultimamente tem estado em evidencia. (ver At 15)

CONCLUSÃO
Precisamos, com urgência, reafirmar a doutrina do temor a Deus, pois como vimos, faz a diferença no viver do discípulo de Cristo em sua jornada na terra. Conforme o exposto na Bíblia, o temor a Deus conduz a relacionamento, comprometimento e obediência a Deus (Sl 128.1).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - CPAD - ARC
Biblia de estudo pentecostal, Almeida revista e corrigida, Rio de Janeiro, CPAD.

Bíblia do Culto - Editora Betel
Revista EBD Betel Dominical Professor - 2 trimestre 2018, ano 28, número 107 - Editora Betel.
PAE - Plano de Aula Expositiva - Auxílio EBD - http://editorabetel.com.br/auxilio/beteldominical/ Bevere, John: O Temor do Senhor: O Segredo para Conhecer Deus na Intimidade.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS
PB. Lindoval Santana – Ministério Madureira, Professor da EBD na Congregação Rosa de Sarom – Assembleia de Deus em Sobradinho, Teólogo pela FTN.

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