DISCIPLINA E O PROCESSO EDUCACIONAL DE DEUS
(Lição
04 – 22 de Abril de 2018)
TEXTO ÁUREO
“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a
qualquer que recebe por filho.” (Hb 12.6).
VERDADE APLICADA
A disciplina faz parte do processo de
aperfeiçoamento do discípulo de Cristo, enquanto estiver na terra.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► EXPLICAR
o que é disciplina à luz da Bíblia;
► MOSTRAR a autoridade bíblica para a
aplicação de disciplina por parte da Igreja;
► ENSINAR que a vida do povo de Deus é
uma vida que envolve disciplina.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Hb 12.7 – Se suportais a
correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não
corrija?
Hb 12.8 – Mas, se estais sem disciplina, da
qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.
Hb 12.10 – Porque aqueles, na verdade, por um
pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso
proveito, para sermos participantes da sua santidade.
Hb 12.11 – E, na verdade, toda a correção, ao
presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto
pacífico de justiça nos exercitados por ela.
INTRODUÇÃO
Disciplina é o ato pelo esforço contínuo de
aprendizado, abordando as mais diversas áreas da vida. Quanto ao ensino bíblico
é importante observar que a disciplina deve ser aplicada focando nos resultados
pretendidos, tais como: evolução, percepção, senso crítico e melhoramento do
ser como um todo. É, portanto, a possibilidade de desconstrução de conceitos,
atos e ações, reformulando-os para maior e melhor benefício, seja em sociedade,
seja individualmente.
1. DISCIPLINA - O QUE É?
Inicialmente precisamos entender as raízes
etimológicas para a terminologia. É originária do latin: “Disciplina” e quer dizer: “Educação que um discípulo recebe do seu
mestre”, esse terno tem origem diretamente de “discipulus”, que é referente “aquele que aprende”, e este,
consequentemente, tem raiz no verbo latino “discere” que significa
“aprender”. Biblicamente tem origem na palavra grega “paidéia” com seu
correlato no hebraico “musar” ambos com os seguintes significados:
Instrução (transmissão de conhecimento ou formação de determinada
habilidade; ensino, treinamento), disciplina (obediência às
regras, aos superiores, a regulamentos) e castigo (observação sobre um erro ou uma falta; repreensão, admoestação).
1.1. Disciplina e a sua necessidade
A partir da ótica do resultado pretendido a
disciplina é necessária pois ela nos permite conquistar a paciência e
consequentemente a experiência (Rm 5.4). Já no processo de aprendizado a maior
virtude de conquista é a perseverança (Tiago 1.2-4) pois ela nos permite ao
final da caminhada alcançarmos duas virtudes: Maturidade e Integralidade. Ela é
essencial para avaliar a intenção dos nossos corações em relação a Deus (Dt
8.2). Notem que os significados em vários momentos se fundem, mas devem manter
o mesmo entendimento: Aprendizado.
1.2. Disciplina e os diferentes termos
Como tratado no início do tópico 1, vimos que
DISCIPLINA tem vários correlatos, mas todos devem nortear para o mesmo
princípio. As aplicações dos termos em diferentes contextos devem ser analisadas
com cuidado, pois embora os nomes mudem a essência deverá permanecer. O bom
emprego destas “variantes” podem determinar o sentido do texto, portanto
cuidado! Exemplo: O verbo açoitar, no
texto, é vertido do original grego do Novo Testamento, mastigaw, que
significa literalmente: flagelar, fustigar com açoite. Ao usar tal palavra, o
apóstolo reportou ao texto de Provérbios 23.13,14, no qual lemos o seguinte: Pv
23.13 “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara,
não morrerá.” Pv 23:14 “Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do
inferno.” No original hebraico, o verbo nakáu (fustigar) significa flagelar com
vara, com acoite. É, portanto a Palavra de Deus, o próprio Deus que o expressa.
Rejeitar esta palavra não é, portanto rejeitar ao homem, mas a Deus que o
afirma. Todavia, não se tem notícia que os apóstolos, os profetas, os genuínos
servos de Deus, eram espancadores de Seus filhos, por conseguinte, muito menos
o próprio Deus; que usa uma linguagem tão forte para expressar o rigor da
disciplina que aplica a Seus filhos para aperfeiçoá-las na justiça e na
santidade. Como pais amorosos, que são aqueles que seguem na mesma pegada do
Seu Pai celestial de amor, aplicariam repreensões e disciplina sem serem
governados pelo mesmo amor que há em seus corações? Como cometeriam tão grave
pecado? Daí ordenar o apóstolo Paulo em uma de suas epístolas, especialmente
aos pais cristãos: Cl 3:20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo
é grato diante do Senhor. Cl 3:21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para que
não fiquem desanimados.
1.3. Disciplina e a santidade de Deus
É notório que a boa prática da disciplina
desenvolva em nós cristãos uma maior aproximação de Deus, pois em sua santidade
é impossível que Ele se relacione com alguém transgressor, e é por isso que
nesse processo Deus nos vê a partir da pessoa de Jesus Cristo, pois a Justiça
de Deus nos excluiria dessa aproximação. A recomendação a nós é: “Sede santos,
pois Eu sou santo”! (1 Pe 1.16).
2. A IGREJA E A DISCIPLINA
É curioso observar que a disciplina esteja
relacionada diretamente com a punição. Como vimos anteriormente, forma como
entendemos ditará nosso comportamento; neste caso é interessante o destaque
para a manutenção da igreja, quando diz respeito ao castigo (Vertente da
palavra disciplina e que tem sentido de castigo por repreensão ou admoestação
por erro ou falha cometida).
2.1. Igreja – Origem e natureza
Se entendermos que a igreja tem sua fundação e
sustento no próprio Cristo a aplicação e comportamento será mais fácil.
Portanto é necessário que haja balizadores nesta formação, pois a palavra nos
afirma: Sem Mim, nada podeis fazer. (João 15.5). A igreja portanto precisa
daqueles que submissos à vontade de Deus, sejam os “mantenedores” de aferição
neste processo. (Efésios 4.11).
2.2. A Igreja e o uso da disciplina
É inevitável o tratamento do corpo para o processo
saudável da igreja e da comunidade. O texto que temos como referência Hebreus
12.11, é enfático em atestar que a disciplina (como correção) não é vista como
motivo de alegria, mas o resultado produzido por ela produz não apenas um, mas
bons frutos.
2.3. Os cuidados e objetivos na aplicação da
disciplina
Como já vimos até aqui o uso correto pelo
entendimento do que é disciplina bíblica produzirá resultados benéficos. O
texto de Mateus 18.15 aponta algumas fases interessantes:
1º... Procure saber a verdade dos fatos,
2 º... Ouça os argumentos motivadores,
3º ... Não denigra a imagem do interlocutor sem
antes ouvi-lo,
4º ... Procure-o em particular,
5º ... Faça-o entender o dano causado pelo “pecado
cometido”,
6º ... Seja sincero e exponha a verdade dos fatos,
entre ti e ele,
7º ... Havendo entendimento, o erro é reconhecido,
não há mais prática e o perdão é exercido.
8º ... Ganhaste a teu irmão.
3. É PRECISO LIDAR COM A DISCIPLINA
No processo de melhoramento do povo de Deus muitas
vezes teremos que enfrentar situações em que não gostaríamos de estar, contudo
é necessário enfrentá-las de frente. Um dos pecados que se tem cometido é o
pecado de omissão, quando deixamos de fazer o que deveríamos fazer, estamos
postergando, adiando
uma atividade ou decisão por falta de segurança, falta de interesse ou por não
saber como resolvê-la.
3.1. A autodisciplina
É fato que a prática de leitura bíblica, meditação
nas sagradas escrituras, devocionais, orações e jejuns devem fazer parte da
vida diária de todo cristão, contudo quero destacar a citação de Paulo na carta
aos coríntios em sua primeira edição, no capítulo 11, verso 28 apenas a parte
“A” do texto: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”; essa deve ser uma
realidade vivida diuturnamente, por cada membro do corpo de Cristo, pois apenas
com o crivo do Espirito Santo, poderemos identificar as nossas falhas e
promover “ajustes” nessa caminhada rumo aos céus.
3.2. Sendo discípulo
No processo de disciplina é inquestionável a
figura que o próprio nome sugere, ser DISCÍPULOS, aprender com o mestre.
Considerando isso temos como ordem primaria, aprendermos para depois
catequizarmos. O texto de Atos 19.13-17 relata-nos um episódio bastante
curioso, onde “alguns exorcistas judeus tentavam invocar o nome de Jesus
Cristo” o resultado foi o mais terrível possível. Portanto não adianta querer
disciplinar sem ser disciplinado. Aprender é sempre o melhor caminho. O texto
de Efésios 4.11-16 nos informa que “para aperfeiçoamento dos santos” é que
somos instruídos.
3.3. A questão da tolerância
Uma das questões mais difíceis de ser tratadas em
nossa época está centrado na proximidade da igreja com o mundo. É importante
destacar o texto descrito em Josué 24.15, quando o povo é confrontado a
escolher a quem servir, como Josué não podemos nos omitir nestas questões que
podem ser maléficas para a igreja, precisamos nos posicionar e dizermos: Eu e
minha casa serviremos ao Senhor! Deus ama o pecador mas não tolera o pecado!
Lucas 19.10 “Porque o filho do Homem, vaio buscar e salvar o que se havia
perdido.
CONCLUSÃO
Que Deus nos faça entender a necessidade que temos
de conhecê-lo mais de perto e termos nossas vidas fundamentadas na verdade
bíblica. Por fim: “Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia
e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Hebreus 4.16
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Biblia do
Obreiro, Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida,
CPAD, 1995.
Livro:
Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo, Editora
Betel, 2018, Autor: Marcos Sant’Anna da Silva – 1ª Edição.
Bíblia de
Jerusalém, Editora Paulus, edição revista e ampliada, 1ª Edição, 2002.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS
Pr. Éder
Santos – Ministério
Madureira, Professor da EBD na Sede da ADTAG – Assembleia de Deus em
Taguatinga, Teólogo pela FBB e Pós Graduado em Hermenêutica pelo SEBI –
Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares.
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