AS FESTAS DE ISRAEL E O ANO DO JUBILEU
(Lição 11 – 18 de Março de 2018)
TEXTO
ÁUREO
“E santificareis o ano quinquagésimo e apregoareis
liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e
tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família” (Lv 25.10).
VERDADE
APLICADA
Deus
trabalha na história do homem visando prover-lhe a libertação do pecado.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► MOSTRAR
o simbolismo das festas de Israel;
► ENSINAR
que as festas em Israel eram oportunidades de adoração a Deus;
► REVELAR
como Deus trabalha para a libertação do homem.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Lv 23.4 – Estas são as
solenidades do Senhor, as santas convocações, que convocareis ao seu tempo
determinado:
Lv 23.5 – No mês primeiro,
aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor.
Lv 23.6 – E, aos quinze
dias deste mês, é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães
ázimos.
Lv 25.8 – Também contarás
sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete
semanas de anos serão quarenta e nove anos.
Introdução
Na
pessoa de Cristo, a Páscoa teve seu cumprimento máximo, na Cruz, onde foi
cravada a cédula de nossa dívida com Deus (Cl 2.14). Também em Cristo a Festa
dos Pães Asmos foi cumprida, pois ele é o Pão da Vida, do qual devemos nos
alimentar. De igual modo, Cristo também é a nossa primícias, pois foi que primeiro
ressuscitou dos mortos para que tivéssemos vida. E por fim, Ele é o nosso
Pentecostes, pois nos selou com o seu Espírito para glória de seu nome. Podemos
resumir as 4 primeiras Festas da seguinte forma:
·
Páscoa: Convocação pela morte do
Messias.
·
Pães
Asmos:
Convocação pelo sepultamento do Messias.
·
Primeiros
Frutos (Primícias):
Convocação pela ressurreição do Messias.
·
Pentecostes: Convocação pela nomeação e
delegação de poder ao povo dado pelo Messias.
1. Festas:
da Páscoa ao Pentecostes
1.1. A
Páscoa e a festa dos pães asmos
a) A Páscoa - De todas as
celebrações de Pessach (a Páscoa judaica), apenas uma foi a
verdadeira. Ela aconteceu mais de 34 séculos atrás, quando o Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó estava fazendo os preparativos para libertar Seu povo
escolhido da escravidão no Egito. O Senhor havia enviado Moisés e seu irmão
Arão a Faraó para exigir que fosse permitido aos israelitas irem para o deserto
a fim de adorá-lo. Faraó se recusou a dar a permissão. Então, Deus atacou o
Egito com nove pragas devastadoras. Mesmo assim, Faraó ainda se recusou a
permitir que os israelitas deixassem o Egito. A décima praga foi a morte de
todos os primogênitos machos, tanto seres humanos quanto animais. E,
diferentemente das nove pragas anteriores, que nunca afetaram Gósen, onde
moravam os israelitas, essa praga afetaria a todos. O Senhor também usou a
décima praga para ensinar aos israelitas o princípio bíblico da redenção por
meio de um substituto. Se os israelitas deixassem de seguir as instruções de
Deus, esses primogênitos morreriam, juntamente com os primogênitos dos
egípcios. A principal mensagem de Pessach, logicamente, é a
redenção. É sobre o plano de Deus para redimir Israel da escravidão. Todavia,
ela contém paralelos maravilhosos para a cristandade: A Páscoa é uma Festa que lembra a
libertação do povo Judeu da escravidão do Egito, para nós Cristãos, nos lembra
de nossa libertação da escravidão do pecado através de Cristo. Jesus é o
Cordeiro Pascal definitivo e provido por Deus para a salvação dos homens,
conforme profetizado durante todo o Antigo Testamento, desde a queda do homem.
b)
Festa dos Pães Asmos - A Páscoa é seguida de uma semana
de Festa dos Pães Asmos (não levedados ou sem fermento). No Antigo Testamento,
fermento poderia ser leite; ovo ou qualquer outro ingrediente que, ao ser
adicionado na massa, poderia causar a fermentação. Normalmente o fermento é a
“levedura”, e a massa se leveda quando é adicionada outra massa contaminada,
nessa massa fresca e pura (Gl 5.9). O termo fermento ou levedo, no seu sentido
mais amplo, é qualquer coisa que pode causar uma mudança numa massa maior.
Referente às escrituras, é qualquer coisa que corrompe um ingrediente quando é
adicionado. E no caso de Cristo, o que isso representa? Vejamos:
·
Ele
é o pão da vida.
·
Ele
não teve fermento.
·
Ele
foi açoitado, dilacerado, traspassado e moído por nós. Curiosamente o Matzo
(pão sem fermento) é cheio de sulcos na aparência, o Matzo é perfurado para que
o calor do forno possa passar por todo seu interior e o Matzo é feito de
semente esmagada.
1.2. Festa
das Primícias
A
Festa dos Primeiros Frutos ou das Primícias teve seu cumprimento em Cristo
através de sua ressurreição nesse dia, sendo assim Ele é o primogênito
entre os mortos (Cl 1.18) para a vida eterna, Ele foi feito a primícia dos
que dormem (1 Co 15.20). As
manifestações descritas em Mateus 27.52-53 foram as Primícias de Cristo
oferecidas a Deus Pai, aqueles santos que ressuscitaram foram os primeiros de
uma imensa colheita que está para acontecer. A Festa das Primícias é a terceira
e última Festa que Jesus cumpriu pessoalmente na Terra. Jesus estava presente
fisicamente na Páscoa, nos Pães Asmos e nas Primícias. Ele subiu (ascendeu) ao
céu depois de 40 dias, 10 dias antes do Pentecostes. Ele ainda virá fisicamente
cumprir mais três Festas.
1.3. A
Festa de Pentecostes
Depois
das Primícias conta-se o Omer (feixe),
a contagem dos 50 dias é chamada de “contando o Omer“, contando os feixes. A
nação de Israel ressuscitou quando saiu das águas do Mar Vermelho e 50 dias
depois Deus deu a eles a Lei, a Torah. Jesus ressuscitou e 50 dias depois Deus
nos concedeu o Ruach Ha’Kodesh (o
Espírito Santo). Ambos os casos citados tem o mesmo propósito (Jo 16.13 e Gl
5.22-23). A Festa hebraica é chamada Festa do Shavuot. Shavuot significa “semanas”
e se refere as semanas que estão entre as Festas das Primícias e do
Pentecostes. Nas Primícias, um feixe de “grãos ázimos” era movido perante Deus,
exatamente como Jesus, sem pecados, foi movido (levantado) diante do Pai. No Shavuot, dois pães levedados
(porosos) eram levantados diante de Deus. Já que os dois pães contem levedura
(fermento), o que eles representam? Os dois pães são as duas partes da Igreja,
a judia e a gentia, mas ambas contem pecado. O término dessa quarta Festa traz
o encerramento das Festas das primeiras chuvas, as chuvas temporãs. Jesus falou
sobre o Pentecostes em vários momentos, inclusive no dia de sua Ascenção (At
1.4-9).
2. Festas:
das Trombetas à dos tabernáculos
2.1.
A Festa das Trombetas
Vamos
observar agora as 3 Festas seguintes, relacionadas as últimas chuvas, a chuva
serôdia, que estão para se cumprir. Como vimos nas 4 primeiras, Deus zela pelo
cumprimento das Festas de acordo com seus significados e podemos esperar fatos
relevantes também para as Festas de outono. O dia 1 de Tishrei inicia a Festa
das Trombetas ou Yom Teruah (O
Dia do Estrondoso Despertar) ou ainda o Rosh
Ha’Shanah (Cabeça do Ano, o dia do Som do Shofar). Essa é a única Festa que
começa com a Lua Nova. O Shofar
tinha suma importância na celebração do Ano do Jubileu. Como todos os
meses do calendário, o primeiro dia de Tishrei começa com o brilho de uma lua
nova. Os vigias no oriente de Israel ficavam observando até que surgisse o
primeiro raio ou sinal da lua nova e esse sinal era transmitido rapidamente de
vigia em vigia até chegar no Templo. O sacerdote ficava em pé no parapeito a
sudeste do Templo e soava o Shofar para
que fosse ouvido em todo vale ao redor. Assim que o sacerdote soava o Shofar, os tementes a Deus,
verdadeiros servos, interrompiam imediatamente a colheita, mesmo que ficasse
ainda mais para ser colhido, deixavam tudo lá mesmo, no campo. Jesus usou essa ilustração para descrever a
sua Segunda Vinda. Paulo associa claramente o “soar das trombetas” com a
Segunda Vinda de Cristo sobre as nuvens (1 Ts 4.16-17 e 1 Co 15.51-52).
Isaías associou o uso do Shofar com
a vinda do Messias (Is 51.9 e 60.1). Paulo associou o despertamento estrondoso
com o Shofar e
com o arrependimento dos pecados e citou Isaías 60.1 em Efésios 5.14-17.
2.2. O dia da Expiação
A
palavra expiação, kipper,
literalmente significa “cobertura do pecado”. A oferta pelos pecados oferece o
perdão de Deus ao ofensor, uma expiação pelo pecado. O Yom Kippur ocorre no dia 10
de Tishrei e é o dia de adoração mais solene e mais sagrado no Judaísmo. Ele é
chamado de “O Sabbath dos Sabbaths”. Esse é o dia em que todo Israel chora por
seus pecados. Esse é o único dia do ano em que o sumo-sacerdote entra no
santíssimo lugar ou “santo dos santos”, o lugar mais sagrado. Deus revelou Sua
intenção de que o Yom Kippur deveria ensinar o perdão de todas as dívidas; a
libertação daqueles que estavam em algum tipo de servidão e o retorno das
possessões. O Yom Kippur,
ou Dia da Expiação, vem da palavra Kaphar que
quer dizer “cobrir”. Jesus é a nossa propiciação ou cobertura, Ele é a nossa
expiação que apaga completamente os nossos pecados.
2.3. Festa dos Tabernáculos
A
Festa dos Tabernáculos ou Sukkot é
também chamada de “Festa das Tendas” ou “Festa das Cabanas” (Sukkahs). A Festa do Senhor e a
Festa do Recolhimento da Colheita. Essa é a terceira das Festas da colheita,
uma grande temporada de júbilo e alegria. Começa 5 dias após o Yom Kippur, no dia 15 de Tishrei,
na lua cheia e dura 7 dias. A Festa
comemora a provisão e o abrigo de Deus durante o êxodo e ilustra Sua habitação
no mundo porvir, a Nova Jerusalém. A Festa dos Tabernáculos continuará a ser
celebrada durante o reino milenial de Cristo (Zc14.16-19). Durante a Festa dos
Tabernáculos, o Monte do Templo ficava impressionantemente iluminado com muitas
tochas e lanternas. No Templo completamente iluminado Jesus declarou ser Ele
mesmo a verdadeira Luz. Essas tradicionais alusões à água e à luz, como aqui
mencionados, lembram parte do descritivo da Nova Jerusalém que desce do céu,
conforme está escrito no livro de Apocalipse 21.9-27.
3. O Ano do Jubileu
O Jubileu é uma festa que faz parte do
calendário hebraico, o ano do Jubileu é o fim de sete ciclos de Shemitá (anos
sabáticos), e de acordo com os regulamentos bíblicos, teve um impacto especial
sobre a propriedade e gestão de terras em Israel. De acordo com Levíticos, os
escravos e os prisioneiros seriam libertados, as dívidas eram perdoadas e as
misericórdias de Deus seriam particularmente manifestas. Jubileu deriva
do termo hebraico yobel (trombeta), não confundir com a palavra “júbilo” que em
latim significa “gritar de alegria”. A palavra hebraica yobel representa qeren
ha-yobhel, o que significa o chifre de um carneiro (shofar) que é usado
como trombeta nas festividades religiosas. O ano do Jubileu
convidava e interessava a todos e levava também em conta duas grandes
premissas da ótica divina; primeiro, o reconhecimento por parte de todo o
povo de que as desigualdades não provem de Deus, mas sim do pecado,
principalmente, a usura, o poder temporal e o egoísmo; segundo, para
reconhecerem ainda que uma vez contritos por esses pecados podiam receber
o perdão, concedido por Deus que a todos ama. O Jubileu lembrava libertação e como tal,
sua mensagem já trazia na simbologia a tipificação da chegada do reino de
Deus por Cristo Jesus, o libertador. Isaías profetizou o “ano
aceitável do Senhor” (Is. 61-2); e “o ano dos meus redimidos
é chegado” (Is 63-4). Se lermos atentamente a
profecia que fala de Jesus, em Isaias 61.1-3 vê-se claramente, que os
benefícios concedidos pelo ano do Jubileu, o Senhor os confirmou e os
ampliou ainda mais. Oferecendo “boas novas aos mansos, restauração aos
contritos de coração, liberdade aos cativos, abertura das portas das
prisões aos presos e consolação a todos os tristes” Isto é Jubileu hoje, e
a igreja prega isto.
Conclusão
As festas estabelecidas por Deus trazem em si
momentos de alegria e, mais ainda, de reflexões pelas grandes benevolências de
Deus para com os homens e mulheres que se chegam a Ele. Que Deus nos abençoe e ilumine
Seu rosto sobre nós!
Referencias:
As
Festas Judaicas do Antigo Testamento do Dr. Grady Shannon McMurtry. Este artigo
foi uma adaptação de vários trechos dessa obra.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS:
Pr. José Valmir M.
Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário