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A PROMESSA DA VINDA DO ESPÍRITO SANTO - COMENTÁRIOS ADICIONAIS

 

A PROMESSA DA VINDA DO ESPÍRITO SANTO

Lição 02 – 09 de Outubro 2022


TEXTO ÁUREO

E, cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar” Atos 2.1


VERDADE APLICADA

O cumprimento da promessa do derramamento do Espírito Santo é mais um aspecto relevante no perfeito e glorioso plano divino para a humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

ENSINAR sobre a promessa da vinda do Espírito Santo;

MOSTRAR o cumprimento da promessa do Espírito Santo;

FALAR sobre o Espírito Santo prometido de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Efésios 2.14-17

14. Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Varões judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

15. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.

16. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:

17. E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos.

INTRODUÇÃO

O batismo com o Espírito Santo é uma das promessas que acompanha aqueles que já são de Cristo. A promessa se cumpriu no dia de Pentecoste (Atos 2.1-13) e não ficou ali restrito (Atos 8.14-17; 9.1-18; 10.44-48; 19.1-7), ainda hoje, todos tem o direito e a oportunidade de buscar o cumprimento dessa promessa em suas vidas(Atos 2.33 e 39), assim como eu e milhões de pessoas na história da Igreja já alcançaram. Você já recebeu?

1. A PROMESSA DA VINDA DO ESPÍRITO SANTO

Há muitas promessas de Deus no Antigo e no Novo Testamento a respeito da vinda do Espírito Santo. Profetas como JOEL, ISAÍAS, EZEQUIEL, JOÃO BATISTA e o próprio Senhor JESUS CRISTO (Jo 7.38-39), proclamaram durante seus ministérios, um futuro derramamento do Espírito Santo sobre a casa de ISRAEL e sobre TODA CARNE, como um evento que marcaria os últimos dias (Joel 2.28-29; Is 44.3; Ez 39.29; Atos 1.5; Mt 3.11; Jo 7.37-39).

1.1. A promessa da vinda do Espírito Santo e sua importância

Em vários lugares das Escrituras do Velho e do Novo Testamento encontramos passagens que fazem referência ao fato de Deus ter prometido que um dia seu Espírito seria concedido graciosamente aos homens. Um dos textos mais conhecidos foi escrito pelo profeta Joel, cerca de oito séculos antes: “Acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Joel 2.28-29). Mais de dois séculos depois, através do profeta ISAÍAS, Deus ratifica essa promessa dizendo: “Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3). Se a promessa do derramamento do Espírito Santo não fosse uma experiência tão importante para o povo de Deus, certamente estes grandes homens de Deus não teriam revelado.

1.2. A promessa da vinda do Espírito Santo nas palavras de João Batista

JOÃO BATISTA, considerado oficialmente como o último dos profetas, aparece no deserto da Judeia, e apresenta Jesus aos seus contemporâneos de duas formas: Primeiro, ele apresenta Jesus como CORDEIRO DE DEUS que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Depois, como AQUELE QUE BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO e com fogo: “Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).

1.3. A promessa da vinda do Espírito Santo nas palavras de Jesus

No desenvolver de seu ministério, JESUS FALOU SOBRE A PROMESSA DA VINDA DO ESPÍRITO SANTO, dizendo: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim como diz as Escrituras rios de águas viva correrão do seu ventre. E isso, disse Ele do Espírito, que haviam de receber...” (Jo 7.37-39). Após ressuscitar dos mortos e antes de ser elevado ao céu, REAFIRMA ESTA PROMESSA dizendo: “Porque na verdade João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo; não muito depois destes dias” (At 1.5). E mandou-lhes que ESPERASSEM O CUMPRIMENTO DA PROMESSA, dizendo: “Ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

2. A PROMESSA SE CUMPRE

Após Jesus ter sido elevado ao céu, e já a direita do Pai, cumpriu-se o que Ele prometeu (Atos 2.1-13). Naquele dia, o apóstolo Pedro falando à multidão que estava reunida em Jerusalém, disse que o que estava ocorrendo ali era o INÍCIO DO CUMPRIMENTO DAS PROMESSAS de Deus. Depois EXORTA TODOS AO ARREPENDIMENTO para também receberem aquela manifestação: E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”.
Atos 2.38-39). O sábio pregador disse: Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós o meu Espírito Santo e vos farei saber as minhas palavras” (Pv 1.23).

2.1. Espírito Santo: o Ensinador

Um dos primeiros pensamentos que devemos ter em mente é o ministério variado atribuído ao Espírito Santo. Não podemos imaginar que o Espírito Santo veio ao mundo só no dia de Pentecostes. Desde o princípio, o Espírito Santo tem estado ativo em cada dispensação, bem como presente sempre que Deus se revela (Gn 1.2). No Novo Testamento, o Espírito Santo tem a missão de guiar, liderar e instruir aos homens, em seus corações, sobre o significado de Cristo (At. 8.31). Os homens ouvirão e verão a glória de Cristo, por meio do Espírito (Jo 5.37-38). Disse Jesus aos seus discípulos: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito". (Jo 14.26). Temos aqui a ação do Espírito não só no processo de revelação e inspiração das Escrituras (2 Pe 1.20-21; 1 Co 2.6-16), como também de nos conduzir a Cristo: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (Jo 16.13). É o Espírito Santo que dá conhecimento da verdade salvadora que é Jesus Cristo (Jo 8.32,36). Não existe possibilidade de conhecer as verdades de Deus e de Cristo senão pelo Espírito Santo.

2.2. Espírito Santo: o Consolador

Não vos deixarei órfãos! Jesus Cristo não nos deixou: sem amor (Jo 13.1); sem exemplo (Jo 13.15); sem lei (Jo 13.34); sem recompensa (Jo 14.1); sem destino (Jo 14.6); sem serviço (Jo 14.12); sem paz (Jo 14.27); sem esperança (Jo 14.18). Aqui Jesus chama o Espírito Santo de o "Consolador" (Parakletos), alguém que está conosco e ao nosso lado para nos ajudar. Lucas registra que a Igreja caminhava no conforto do Espírito Santo (At 9.31). No ministério de confortar e encorajar o cristão, o Espírito derrama amor divino no coração (Rm 5.5), testemunha que são filhos de Deus (Rm 8.16), unge com alegria e discernimento (2 Co 1.21), derrama paz e esperança na mente e no coração (Rm 15.13), concede alegria na luta (Rm 14.17), assiste na fraqueza (Rm 8.26), produz a frutificação espiritual (Gl 5.22) e capacita para o serviço (1 Co. 12.11).

2.3. O Espírito Santo nos fortalece contra o pecado

Jesus Cristo nos advertiu que a vida cristã é cheia de lutas e tribulações (Jo 16.1-4). Então, não devemos esperar o fim das dificuldades e dos problemas, mas o fortalecimento do Senhor. O Espírito Santo é o nosso ajudante, conselheiro e defensor. É Ele quem produz a vivificação espiritual, a regeneração ou o novo nascimento (Tt 3.5), adoção espiritual (1 Jo 3.1-3), união com Cristo (Jo 15.1-16), arrependimento e fé salvadora (2 Tm 2.25; Ef 2.8), a justificação (Rm 5.1) a santificação (1 Pe 1.13-16), etc. Toda esta obra salvadora é realizada pelo Espírito.

3. O ESPÍRITO PROMETIDO POR DEUS

Vale ressaltar que Jesus fez distinção entre a presença do Espírito Santo na vida do crente como HABITAÇÃO e sua MANIFESTAÇÃO no Batismo com Espírito Santo. Há muitos que acreditam que já receberam o batismo com o Espírito no momento de sua conversão. O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência que se recebe automaticamente junto com a conversão. Quem assim age está se privando de receber um manancial de bênção indispensável ao ministério!

3.1. O batismo com o Espírito Santo no coração da Teologia Pentecostal

Nós pentecostal, cremos que nem todos os que têm o Espírito Santo estão cheios D’ele. Uma coisa é ser habitada pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito Santo. Ao aceitarmos Jesus como salvador e Senhor recebemos automaticamente o Espírito Santo como SELO DE DEUS em nossa vida (Ef 1.13-14), que além de testificar com o nosso espírito que somos filhos de Deus, também, nos GUIA em toda a verdade. Assim, todo salvo é REGENERADO E HABITADO pelo Espírito Santo, passando a fazer parte do corpo de Cristo. Sobre isto Jesus esclarece dizendo: “O Espírito de verdade que o mundo não pode receber porque não o vê nem o conhece; mas vós conhecestes, porque HABITA convosco e ESTARÁ em vós” (Jo 14.16). Já o batismo com o Espírito Santo é um derramamento ou revestimento de poder. É Como um copo que já contém água, e quando é colocado mais água se enche até TRANSBORDAR; ou como REVESTIMENTO DE PODER, que visa capacitar o cristão a testemunhar sobre Cristo e realizar a obra de Deus no poder e na virtude do Espírito (Atos 1.8). É como alguém que já está vestido, mas precisa ser revestido. ESTA EXPRESSÃO usada por Jesus leva nossos pensamentos para a história bíblica quando Eliseu pediu a Elias porção dobrada do Espírito que operava em Elias (2 Rs 2.9). Assim como Eliseu levantou a capa que Elias deixou cair ao ser arrebatado e lançou-se a um poderoso ministério, os discípulos receberiam “REVESTIMENTO DE PODER” para fazer a obra de Deus na virtude do Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder especial concedido por Jesus aos seus servos no intuito de tornar suas TESTEMUNHAS EFICAZES. O SUCESSO DOS DISCÍPULOS DEPOIS DO PENTECOSTES se resume assim: “Testificando Deus juntamente com eles, por sinais e prodígios, e por múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua vontade”(Hb 2.4).

3.2. A promessa se cumpriu no Pentecoste

No dia de Pentecoste, pessoas oriundas de várias nacionalidades, judeus e prosélitos, estavam reunidas em Jerusalém para a celebração da festa sagrada de pentecoste (Atos 2.5). Pentecoste era uma das três festas sagradas celebradas em Israel (Dt 16.16; Lv 23.16-22). Acontecia 50 dias após a Páscoa, daí o nome Pentecoste que quer dizer quinquagésimo. Deus escolheu o dia em que os judeus celebravam a festa de Pentecoste para cumprir o que estava prometido por instrumentalidade de seus profetas. A promessa relativa ao derramamento do Espírito Santo no Antigo Testamento foi lembrada pelo apóstolo Pedro, durante a sua prédica no Dia de Pentecostes, após a grande efusão do Espírito no cenáculo. O apóstolo citou a passagem do livro do profeta Joel (Jl 2.28-32). Ao citar essa narrativa, Pedro afirmou que a experiência vivida pelos 120 discípulos dentro do cenáculo era o cumprimento da promessa de Deus. O falar em línguas (glossolalia), é, portanto, a manifestação física do enchimento do Espírito Santo. Ainda hoje, quando o Espírito Santo encontra plena liberdade para operar na vida dos cristãos, o pentecoste se repete e acontece o despertamento pentecostal com as mesmas características deste relato de Atos capítulo 2.

3.3. A promessa continua de pé

Ao contrário do que alguns pregam, o batismo com o Espírito Santo NÃO SE LIMITOU ao Dia de Pentecoste. Não encontramos nada nas Escrituras que prove que o falar em línguas seja uma experiência restrita àquele tempo. Ao contrário, a Bíblia diz que o DERRAMAR DO ESPÍRITO SANTO É UNIVERSAL E ALCANÇÁVEL NÃO SÓ EM NOSSOS DIAS (At 2.39), como será também no FUTURO. Pois, até no milênio, o Espírito Santo será amplamente derramado (Zc 12.10; Ez 39.29). De acordo com a promessa de Joel 2.28-29 “E há de ser que, depois, derramarei do meu Espírito sobre TODA CARNE, e VOSSOS FILHOS E VOSSAS FILHAS profetizarão, os VOSSOS VELHOS terão sonhos, os VOSSOS MANCEBOS terão visões. E também sobre os SERVOS e sobre as SERVAS naqueles dias derramarei o meu Espírito”, e confirmada no livro de Atos dos Apóstolos, conhecido como Atos do Espírito Santo (Atos 2.1-8; 8.14-17; 9.1-18; 10.44-48; 19.1-7) a promessa do Batismo com o Espírito Santo é para todos, se não vejamos: A expressão “TODA CARNE”, indica que o batismo com o Espírito Santo é universal, não importa a nacionalidade, o povo ou a raça; a expressão “VOSSOS FILHOS E VOSSAS FILHAS” indicam que a promessa do batismo com Espírito Santo é para todos e não faz distinção de sexo; a expressão “VOSSOS JOVENS E VOSSOS VELHOS”, indicam que a promessa do Batismo com o Espírito Santo é para todos e não importa a idade; já a expressão “SERVOS E SERVAS”, indicam que a promessa do Batismo com o Espírito Santo é para todos e não faz discriminação de classe social. Portanto, todos podem e devem buscar essa dádiva graciosa de Deus. Para ratificar ainda mais este argumento, Pedro foi claro e incisivo ao dizer que TODOS OS CRENTES PODEM E DEVEM BUSCAR esta promessa, quando disse: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quanto Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).

CONCLUSÃO

Não encontramos nada nas Escrituras que prove que o falar em línguas seja uma experiência restrita somente no tempo dos apóstolos. Ao contrário, a Bíblia diz que o derramar do Espírito Santo é universal e alcançável não só em nossos dias (At 2.39), como será também no futuro. Pois, até no milênio, o Espírito Santo será amplamente derramado (Zc 12.10; Ez 39.29).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Revista do professor: Jovens e Adultos. Igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32125. Lição 02 – A promessa da Vinda do Espírito Santo.

Lição bíblica CPAD. Jovens e Adultos. 4º trimestre 2007. As promessas de Deus para a sua vida.

Lição bíblica CPAD. Jovens e Adultos. 2º trimestre 2011. Movimento Pentecostal.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.

PEARLMAN, Meyer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2006.

https://ib7.org/estudos-biblicos/comentario-da-licao/1503-quatro-ministerios-do-espirito-santo – Acesso em 01/10/2022.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Pr. Osmar Emídio de Sousa

 AS RAÍZES DO PENTECOSTALISMO NO BRASIL

Lição 1 – 2 outubro de 2022

TEXTO ÁUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28.19

VERDADE APLICADA
Até que Cristo venha, o discípulo de Cristo precisa continuamente buscar renovação e manter-se dependente da ação do Espírito Santo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar a relevância do Pentecostalismo na Igreja;
Apresentar a origem do movimento Pentecostal;
Falar sobre a chegada do Pentecostalismo no Brasil

TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 14
16. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
17. O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
18. Não vos deixareis órfãos, voltarei para vós.
26. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.

Introdução
A Assembleia de Deus Ministério Madureira entende a relevância de estudarmos o Pentecostalismo. Assim, veremos neste trimestre assuntos que reúnem temáticas da doutrina pentecostal em toda a sua plenitude.

Comentário adicional
Querida igreja, neste último trimestre do ano letivo, vamos estudar e aprender na Escola Bíblica Dominical um tema muito relevante para a Assembleia de Deus e todas as demais igrejas que fazem menção da importância da doutrina do Espírito Santo. Vamos abordar assuntos da doutrina pentecostal, batismos com Espírito Santo, dons e fruto do Espírito Santo, bem como, o Espírito Santo e o arrebatamento da Igreja dentre outros. Que cada um de nós sejamos cheios do poder de Deus e perseverante até que Cristo venha.

1. O Pentecostalismo
A principal particularidade do pentecostalismo é a crença com o batismo com o Espírito Santo, com evidência inicial de falar em outras línguas, bem como na atualidade dos dons espirituais, conforme a experiência cristã primitiva no dia de Pentecostes (At 2) e no relato de Primeira Carta aos Coríntios capítulo 12.

Comentário adicional
As igrejas Assembleias pentecostais acreditam sempre no batismo marcante do Espírito Santo, onde uma das evidências deste batismo é o dom de falar em línguas, conforme aconteceu em Atos, capítulo 2. Todos os dons espirituais são concedidos a cada pessoa por intermédio do Espírito Santo. Os crentes recebem dons diferentes. Algumas recebem até mais que um dom. O importante é que todos estes dons vêm do Espírito Santo e são muitos importantes. Esses dons são habilidades especiais que devem ser usados para edificação do corpo de Cristo, ou seja, a Igreja.

1.1. O termo Pentecostalismo
O termo Pentecostalismo tem raiz na palavra Pentecostes, que era a segunda entre as três principais festas de Israel (Lv 23), que ocorria cinquenta dias a seguir da Páscoa. Essa Festa de igual modo era conhecida como a Festa das Semanas ou Festa das Primícias (Êx 34,22). Nessa festa, os primeiros frutos da grande colheita anual eram oferecidos ao Senhor. Foi durante a festa de Pentecostes que os quase 120 discípulos estavam reunidos no mesmo lugar e foram cheios do Espíritos Santos (At 2.1-3).

Comentário adicional
O termo pentecostal é proveniente de Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os fiéis em Cristo, este acontecimento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Atos 2. O pentecostalismo é aceito como um movimento que dá destaque especial numa experiência direta e pessoal da pessoa com Deus através do Batismo no Espírito Santo.

1.2. O Movimento Pentecostal
Entre os numerosos movimentos de renovação e avivamento que aparecem ao longo dos anos entre os cristãos, destaca-se por sua abrangência, o Movimento Pentecostal no início de século XX. A partir desta compreensão, acreditamos que tratar essa temática é de suma importância para crentes pentecostais, pois o Movimento Pentecostal tem atestado que a Igreja de Cristo não é um simples ornamento, mas um organismo vivo (1Co 12.12,27). E é neste panorama que uma igreja verdadeiramente pentecostal segue desempenhado universalmente a missão que lhe confiou o Senhor Jesus. Estamos cientes de que as Assembleias de Deus no Brasil surgiram tendo como base os princípios do pentecostalismo, para apregoar ao mundo que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará.

Comentário adicional
Considerando a história da Igreja, iremos perceber claramente o agir de Deus, pois em determinado momento Ele sempre avivou e despertou sua Igreja através do Espírito Santo em diversas ocasiões diferentes. Esses momentos da Era Cristã foram marcados por reavivamentos admiráveis, onde Deus se manifestou aos seus servos de forma sobrenatural. Assim, surgiu o Movimento Pentecostal, proclamando o Evangelho de Cristo, que salva, liberta, cura e prima no batismo com o Espírito Santo. Devemos acreditar nas verdades bíblicas e que o agir do Espírito Santo é sobrenatural e contínuo na vida de cada cristão.

1.3. O verdadeiro Pentecostalismo
A Bíblia construiu uma sólida evidência sobre o verdadeiro Pentecostalismo. Nós, pentecostais, somos reconhecidos por nossos relacionamentos e experiências com a manifestação do Espírito Santo. Assim, presenciamos estas manifestações através dos seus dons e amostras, como a glossolalia, as profecias, as curas divinas e as diferentes operações de maravilhas. Nós, do Ministério de Madureira, entendemos que a Bíblia em sua construção narrativa deve ser a única regra de fé, sendo aceita como a inspirada e inerrante Palavra de Deus (2Tm 3.16-17), nos evidenciamos de maneira única como manter e conservar a sã doutrina, e não abrimos mãos dos dons espirituais, pois fazem a diferença no cumprimento do Ide do Senhor e na edificação da igreja.

Comentário adicional
É de suma importância entender as Escrituras Sagradas como nossa regra de fé, pois na verdade é a fiel Palavra de Deus. Assim, as assembleias de Deus do ministério Madureira zelam por esta doutrina, também acreditando nos dons espirituais. Na verdade, não somente o Ministério Madureira, mas todos os demais Ministérios que sustem a sã doutrina, devem primar pela inerrante Palavra de Deus sabendo que os dons espirituais existem para edificação da Igreja do Senhor.

2. O movimento pentecostal
É inquestionavelmente aceito por todos os pentecostais que o Movimento Pentecostal ocorridos no início do século XX na rua Azusa, em Los Angelos, Califórnia, em 1906, foi um relevante agente que difundiu a chama do Espírito Santo pelo mundo, assim como na Igreja Primitiva (At 2.46-47). Nesta igreja cada um que se convertia transformava-se em missionário levando a chama pentecostal para outras cidades e nações, assim como ocorrido no Brasil.

Comentário adicional
O avivamento da Rua Azusa (1906-1909) que Seymour presidiu semeou as sementes de um movimento que seria conhecido como Movimento Pentecostal. É verdade que existiram outros movimentos de avivamento que também foram obra do Espírito Santo ocorridos em diversas partes do mundo. Alguns destes movimentos até tinha manifestações de falar em línguas.  Porém o movimento da Rua Azusa foi marcante porque proporcionou as línguas sendo um sinal bíblico do batismo no Espírito Santo (At 2.4). Este avivamento da Rua Azusa é considerado por alguns estudiosos como o atual Movimento Pentecostal e pode ser comparado o que aconteceu em (At 2,3,4), onde em cumprimento às palavras de João Batista sobre o batismo com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3.16) e às profecias de Joel sobre o derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28, 29).

2.1. Deus envia os suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren ao Brasil
O começo do ministério assembleiano no Brasil ocorreu através de dois homens cheios do Espírito Santo. A história mostra que os missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a solo brasileiro, após receberem palavra profética, enquanto estavam no Estados Unidos, de que deveriam ir ao Pará (Mc 16.15; At 13.2). Para melhor entenderem essa convocação divina, esses homens nem sequer sabiam onde ficava esse lugar. Diante desta profecia, eles recorreram a um mapa-múndi e viram se tratar de uma cidade do Norte do Brasil.

Comentário adicional
É admirável a coragem desses dois missionários suecos: Daniel Berg e Gunnar Vingren, pois quando recebem a profecia eles tiveram fé suficiente para obedecerem. Ambos nem conheciam e certamente nunca tinha ouvido falar do Estado do Pará aqui no Brasil, mas confiaram na profecia e sem olhar para as dificuldades que certamente lhes sobrevinham partiram para o cumprimento da missão. Isso demonstra que devemos confiar na Palavra de Deus e ter fé que Ele é suficiente para prover todas as coisas. “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”. Filipenses 4.19.

2.2. O Movimento Pentecostal nos EUA e sua influência no Brasil
Os numerosos estudos feitos sobre o tema corroboram que a história das Assembleias de Deus no Brasil está conectada com o Movimento Pentecostal ocorridos nos Estados Unidos e de lá se lastrou pelo mundo, chegando no Brasil no Estado do Pará e mais tarde incendiaria todo território nacional com a mensagem do Evangelho Pentecostal, de que Jesus batizava com Espírito Santo (Mt 3.11; Lc3.16), cura e em breve voltará nos ares para buscar a Sua Igreja santa e redimida.

Comentário adicional
É evidente que o surgimento das Assembleias de Deus no Brasil está ligado com o Movimento Pentecostal da rua Azusa no Estados Unidos e consequentemente a vinda dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren ao nosso país. No Brasil inicia a chama Pentecostal e depois se difunde para todo o mundo levando a mensagem de salvação, cura, batismo com o Espírito Santo e a volta de Cristo.

2.3. O Movimento Pentecostal em solo brasileiro
Há mais de cem anos que o Movimento Pentecostal se instalou em solo brasileiro, tem a Assembleia de Deus Madureira como umas das principais representantes do Brasil e no mundo. Temos a certeza de que o Espírito Santo foi derramado sobre este Ministério para impulsioná-lo, encorajá-lo no exercício da pregação do Evangelho (Mc 16.15; At 1.8). A Assembleia de Deus Madureira é uma denominação respeitada e reconhecida no Brasil e no mundo, tendo se desenvolvido de maneira respeitável em seus começos e mantém na atualidade firmeza, zelo e importância na sociedade, como uma igreja legitima e atuante onde está implantada.

Comentário adicional
Recentemente foi comemorado o centenário da Assembleia de Deus no Brasil na cidade de Belém no Estado do Pará.  O nome da Assembleia de Deus foi sugerido durante uma reunião na casa de uma membra conhecida como irmã Celina. Por ideia do missionário Gunnar Vingren, em 18 de janeiro de 1918, registrou-se a igreja Assembleia de Deus. Nos moldes do movimento pentecostal do início do século XX na América, as Assembleias de Deus do Brasil, cresceram nos padrões da igreja do Novo Testamento, onde os discípulos cheios do Espírito Santo proclamaram o Evangelho a todo o mundo.

3. A trajetória do Pentecostalismo no Brasil
O Movimento Pentecostal no Brasil só foi possível pela atuação direta do Espírito Santo na vida de Gunnar Vingren e Daniel Berg. O começo desta grande obra não foi fácil, contudo, a entrega destes os fizeram colher frutos muito proeminentes (At 6.7; 9.31), contando hoje com milhões de fiéis.

Comentário adicional
O início do Movimento Pentecostal aqui no Brasil não foi fácil, os crentes das Assembleias passaram por muitas provas, todavia perseveram fiéis na obra do Senhor porque confiaram no poder do Espírito Santo.

3.1. O Movimento Pentecostal no Brasil
As Assembleias de Deus no Brasil se alargaram em seu começo especialmente entre os grupos mais simples da população brasileira. A história mostra que os desbravadores Daniel Berg e Gunnar Vingren enfrentaram muitos problemas, como obstáculo do idioma, os riscos das florestas, os males tropicais e perseguições, além das penúrias que lhes sobrevieram, pois não eram sustentados financeiramente por nenhuma igreja ou auxílio missionário. No entanto, o Senhor os enviou ao Brasil e supria suas necessidades (Fl 4.19).

Comentário adicional
Os missionários foram determinados em cumprir a missão que o Senhor lhes confiou, vieram a um país desconhecidos de clima e costumes totalmente diferente onde eles viviam. Aqui encontram muitas dificuldades, não tinham ajuda de outras igrejas, mas com coragem, determinação, ânimo e ajuda de Deus venceram todas as adversidades porque o Senhor os fortalecia. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Filipenses 2.13.

3.2. O início do ensino pentecostal no Brasil
Gunnar Vingren em seus ensinamentos no Brasil fazia questão de deixar evidente a sua preocupação com o ensino teológico, dando ênfase ao Movimento Pentecostal. Considerando toda a importância do Espírito Santo, Vingren em suas exposições da Palavra fazia questão de destacar as doutrinas pentecostais, sobretudo o batismo com o Espírito Santo e as línguas estranhas como sua evidência inicial (glossolalia) e a vinda do Senhor (At 2.4; 8.17; 1 Co 1.7-8; 1 Ts 1.9-10).

Comentário adicional
A mensagem das igrejas Assembleia de Deus deve permanecer a mesma; que há batismo no Espírito Santo, variedades de dons e que Jesus breve voltará. De acordo com o teólogo Antônio Gilberto, entende que o Batismo no Espírito Santo pode ser definido, como “um revestimento e derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus”.

3.3. O Pentecostalismo hoje no Brasil
Atualmente a Assembleia de Deus no Brasil tem uma representação social significativa em cada canto do país. Mesmo passando por muitos infortúnios, nada conseguiu parar as Igrejas Assembleias de Deus no Brasil (Mt 16.18), sendo hoje reconhecida como a maior denominação protestante do país. Fontes documentais nos fazem ver que o Movimento se consolidou no Brasil com o desenvolvimento da EBD, que se preocupou em oferecer literaturas que se preocupavam em enfatizar o pentecostalismo, sem abdicar fundamentalmente das linhas históricas do Movimento.

Comentário adicional
As Assembleias de Deus são as principais representantes do movimento Pentecostal, sabemos que hoje existem igrejas neopentecostais que pregam uma mensagem de facilidades e emocionalismo, o que é bem diferente da genuína Palavra de Deus. Mas as primeiras Assembleias de Deus do Ministério Missão e Madureira, dentre outros, primam pelo verdadeiro ensino da Palavra do Senhor em suas pregações e Escolas Bíblicas Dominicais, por isso, são consideradas igrejas de confiança.

Conclusão
O estudo da história deve ir além do conhecimento teórico. Deve despertar em nós a vontade de sermos cheios do Espírito Santo, para que não sejamos afetados pela indiferença espiritual, que avançam à medida que se aproxima o fim de todas as coisas.

Comentário adicional
Os crentes das Assembleias de Deus Pentecostais, mantêm o compromisso firme com a toda a Escritura Sagrada, pregando uma mensagem clara e descomplicada: Jesus é o Senhor e Salvador e batiza no Espírito Santo. A mensagem simples de que “em nenhum outro há salvação” (At 4.12.
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Oséias 6.3.

Referências bibliográficas
► Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
► Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada, Tradução João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SSB, 2013.
► Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos.- A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125. Lição 01 – As raízes do Pentecostalismo no Brasil.
Billy Graham, O ESPÍRITO SANTO, Ativando o Poder de Deus em Sua Vida. São Paulo. Editora Vida Nova, 1995.

Comentários adicionais Ev. Ancelmo Barros de Carvalho – Servo do Senhor Jesus

 

 

 OS DOIS ALICERCES

Lição 13 – 25 de setembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Tiago 1.22

VERDADE APLICADA
O Senhor chama de bem-aventurados aqueles que não são apenas ouvintes, mas praticantes de Sua Palavra.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 6
47- Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48- É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49- Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.

INTRODUÇÃO
A parábola “Os dois alicerces” ou “A casa edificada na Rocha” é uma das bem conhecidas parábolas de Jesus. Ela aparece em dois dos evangelhos canônicos do Novo Testamento (Mateus e Lucas).

1- A IMPORTÂNCIA DE OUVIR E PRATICAR A PALAVRA
Essa parábola foi dada ao fim do Sermão da Montanha, com a intenção de mostrar que nada adianta viver um evangelho superficial e sem raízes profundas [Mt 7.21].

Comentário adicional
O pastor e teólogo norte-americano Warren W. Wiersbe diz que depois da ilustração dos dois caminhos e das duas árvores, Jesus encerra sua mensagem descrevendo dois construtores e duas casas. Os dois caminhos ilustram o começo da vida de fé, e as duas árvores ilustram o crescimento e os resultados dessa vida de fé aqui e agora. As duas casas, por sua vez, ilustram o fim dessa vida de fé, quando Deus julgará todas as coisas.

1.1. Entendendo a dimensão da parábola
Mateus e Lucas registram a parábola de dois construtores com os quais Jesus conclui o sermão [Mt 7.24-27; Lc 6.46-49]. O Mestre por excelência empregava o método das parábolas para ensinar verdades importantes sobre o reino. A parábola é uma comparação, é “um relato terrenal que ilustra uma verdade celestial”. As parábolas têm a virtude de serem breves, fáceis de lembrar e partem de algo muito conhecido. A verdade central desta parábola é que a obediência é indispensável no discipulado. No reino dos céus, ouvir as palavras do evangelho sem o fazer o que é ordenado conduz à ruína espiritual. Em contrapartida, o ouvir e o fazer (obediência) servem como base para edificar uma vida capaz de suportar ataques de todos os elementos e permanecer de pé.

Comentário adicional
As diferenças das versões relatadas entre Mateus 7.24-27 e Lucas 6.46-49 são pequenas e ambas derivam da mesma fonte. Para grande parte dos comentaristas bíblicos, edificar a casa sobre a rocha significa ser um discípulo que ouve e coloca em prática o que aprendeu, não que age com imprudência e superficialidade. A obediência é o sólido fundamento para que se possa resistir às tempestades da vida. Segundo Joel B. Green esta parábola traz a necessidade de colocar os ensinamentos de Jesus em prática e fala do "contraste entre dois tipos de pessoas cujos corações são revelados em suas ações."

1.2. Aquele que ouve e põe em prática
Vivemos em uma cultura em que todos querem ser livres, cada um expressando seu ponto de vista sobre o bem e o mal, mas Deus nos deu Sua santa Palavra pelos lábios de nosso amado Jesus Cristo, para sabermos antecipadamente o que é bom e agradável. Sendo assim, não basta ouvir a palavra, mas também colocá-la em prática [Mt 7.24]. Jesus ilustra isso nesta parábola que lida com um homem que deseja construir uma casa, mas coloca as fundações em cima de uma rocha firme, porque quando a tempestade ou inundação chega, ela não abala sua estrutura nem pode derrubá-la. O mesmo não acontece com quem a constrói na areia e não a põe fundação [Mt 7.25-27].

Comentário adicional
"Homem prudente". O homem sem bom senso se deixaria impressionar pelo terreno nivelado, sem rochas, que não precisasse de preparo, como se já estivesse pronto para receber a construção. Mas a areia é traiçoeira. Em contraste, o prudente pensaria no futuro, nos ventos, nas inundações. Escolheria terreno pedregoso, apesar de tal terreno requerer muito preparo e trabalho, para que a casa começasse a ser edificada. Este homem prudente simboliza os que ouvem e praticam os ensinos de Jesus. Não faltariam a tal homem as tempestades e os períodos de dificuldade, mas no fim o resultado justificaria sua decisão na escolha do terreno. Esse é o homem que considera bem o ensino, aprende-o e torna-o regra de vida.

1.3. A rocha e a areia
Neste sermão, Jesus nos apresenta dois fundamentos: rocha e areia. A rocha simboliza a pessoa de Cristo, e construir sobre a rocha é construir sobre os fundamentos de Sua Palavra. A areia simboliza os ditames do mundo, uma vida guiada pela razão e fora dos preceitos divinos [Sl 18.2, 46; Sl 46.1-2; Mt 16.18; 1Co 3.10-11]. Ao descrever os dois construtores, Jesus deixa claro a importância do fundamento de nossas vidas. A tempestade vem para ambos, a diferença está no alicerce. A casa que estava sobre a rocha suportou, mas a que estava alicerçada na areia, teve um prejuízo muito maior, ela não somente caiu, mas foi grande a sua ruína [Mt 7.27; Lc 6.49].

Comentário adicional
Herbert Lockyer apoia que, Cristo sabia que os estrangeiros, os quais vinham à Galiléia para construir, eram atraídos para um solo de areia, já pronto para ser usado, não para a rocha dura e enrugada do local. Mas, quando vinha o tempo das chuvas fortes, só restava ao construtor um monte de ruínas. O que uma fundação arenosa representa? Denota um fundamento frouxo, o ato de professar a religião de forma vazia, mera religião externa. Ellicott comenta que a "areia" explica "os sentimentos inconstantes e incertos de alguns homens (os 'insensatos' da parábola), o único solo sobre o qual agem —amam ser louvados, são fiéis aos costumes e assim por diante". A segunda casa, embora muito impressionante, não tem fundação e, portanto, está condenada à destruição. Que grande diferença Jesus retrata aqui! Como estão em perigo os homens cujas decisões não se baseiam na ajuda de Deus, encontrada pela oração; cujas alegrias não são baseadas na confiança do amor de Deus; cuja confiança não é baseada na presença revelada de Deus; cujas virtudes não têm raízes; cuja bondade não tem motivação; cuja esperança não tem fundamento! A casa de tal homem está simplesmente com as suas partes ligadas umas às outras, e pode cair a qualquer momento.

2- EDIFICANDO DE MANEIRA CORRETA
O que Jesus deseja ressaltar nessa parábola é sobre o que estamos fundamentando a nossa fé. Ao descrever os acontecimentos, Ele aponta para dois tipos de construtores: os prudentes e os insensatos.

2.1. A semelhança entre os construtores
Ambos ouvem, enfrentam os mesmos testes, têm as mesmas oportunidades e aparentemente construíram casas semelhantes. Mas havia contrastes fundamentais: eles tinham naturezas diferentes porque um era prudente, atencioso, se fixava no que fazia. O outro, era insensato, não prestou muita atenção ao que estava fazendo. A diferença é que um obedeceu às palavras de Jesus, o outro não. Um edificou sobre um fundamento sólido, a rocha [Mt 7.24]; o outro na areia, um fundamento inseguro. Os fundamentos não são visíveis ao olho humano, mas os testes revelam a classe desses fundamentos [Mt 7.25, 27]. Existe um contraste radical na maneira como ambos suportaram as provas. A casa construída pelo prudente passou por todos os testes, enquanto a casa do outro se desfez.

Comentário adicional
Jesus usa edificadores "prudentes" e "insensatos" para se referir a duas classes de pessoas, por meio da imagem natural da construção de uma casa. Pode-se entender pelo quadro nítido que ele desenhou ambas as casas: atraentes e sólidas; mas Jesus revela a firmeza delas. O material usado e o processo de construção estavam corretos quando foram erguidas, e ambas pareciam no prumo certo, firmes e fortes, porém, o fundamento, o alicerce, é o grande diferencial para garantir a firmeza ou não da casa.

2.2. O alicerce indica o que a casa suporta
Uma casa não se constrói primeiro pelo telhado, ou pelas paredes. A primeira coisa deve ser o alicerce. Isto nos fala de fundamento, de raízes que devem ser fixadas. Jesus apresentou um quadro muito assustador para aqueles que construíram sobre a areia: “E foi grande a ruína daquela casa” [Lc 6.49]. As chuvas, os rios, os ventos se referem a problemas que podem existir na vida das pessoas, como doenças, problemas econômicos, mortes etc. Jesus não isentou ninguém da tempestade, ela veio tanto para o sábio quanto para o tolo. A grande verdade aqui é que a única casa que vai resistir é aquela que estiver firmada na rocha. Estar em Cristo é estar debaixo de uma graça protetora, mesmo diante das tempestades [Lm 3.22].

Comentário adicional
Nota-se que realmente a ideia principal não é a de dois fundamentos, porque a areia não é um fundamento. Aquele que edifica sobre a areia não tem alicerce algum; ignora essa necessidade. A experiência humana mostra que muitos se alicerçam em coisas sem a aprovação de Deus, e muitos outros não têm base de espécie alguma. Ambos os tipos ignoram a maior necessidade, o alicerce na rocha. Os cães e os porcos do verso 6 exemplificam aqueles que não têm alicerce. Os fariseus, os falsos profetas, os discípulos e autoridades falsas, são exemplos de pessoas com alicerces falsos. Todos esses são insensatos. Todos esses sentidos podem ser aplicados à alma e à mente do homem que ouve, mas não pratica os ensinos de Jesus.

2.3. A rocha da construção é Cristo
O que seria mais fácil, cavar sobre a rocha para se obter um alicerce seguro, ou construir sobre a areia? Por uma questão de natureza, sempre somos conduzidos a tomar o caminho mais fácil. O que era a areia, que não oferecia segurança futura em caso de tempestades? O ensino dos fariseus, um fundamento inseguro para a vida presente e para a vindoura [Mt 16.6; Jo 8.36-45]. A rocha básica sobre a qual os homens deveriam construir para o tempo e eternidade era a palavra que o Senhor lhes entregou. Contudo, não bastava apenas ouvir e conhecer que Ele era o caminho, isso não salva ninguém. Enquanto não houver uma rendição à verdade e à Pessoa que a proferiu, não haverá posse dessa classe de vida [Lc 6.47-48].

Comentário adicional
"rocha". A alusão é à terra rochosa, pedregosa, que serve de bom alicerce para as edificações. Mas, na aplicação simbólica dessas palavras não há dúvida de que Jesus falou de si mesmo. Jesus é quem tem as palavras de vida eterna, porquanto ele é o pioneiro e o consumador da fé, o caminho e a vida. Portanto ele é a rocha. O ensino é que a vida deve estar inteiramente vinculada, edificada e firmada em Cristo.

3- ENSINAMENTOS PRÁTICOS ACERCA DA PARÁBOLA
Uma casa bem edificada pode resistir com firmeza aos ataques externos da vida cotidiana. O futuro de nossa casa espiritual não está garantido na aparência, mas em estar fundamentado em Cristo.

3.1. A casa não deve ter aparência, deve ter firmeza
Devemos prestar muita atenção a essa mensagem, pois nos traz uma séria advertência: “Tudo aquilo que não se sustenta em Cristo irá desabar” [Mt 7.27]. Isso nos leva ao ponto principal da advertência: “Não seja apenas ouvinte da palavra, seja cumpridor. Não viva um evangelho vazio, apenas de aparência, conheça a Cristo, não por aquilo que Ele possa lhe oferecer, conheça-o pelo que Ele é”. A grande censura feito por Jesus nesse sermão é contra a religião vazia, que é cheia de rituais e que em nada pode transformar o ser humano. Jesus não nos deixou uma religião, nos deixou um reino. Não somos apenas filhos, somos a geração eleita para anunciar Suas virtudes [1Pe 2.9].

Comentário adicional
A construção que Jesus usa na ilustração é no sentido de que a casa não deve visar à ostentação, ou seja, sua aparência, mas, à sua função de garantir abrigo. Essa casa tinha por finalidade permanecer firme em meio às tempestades. A casa é o símbolo da vida. A vida deve ser edificada com bom senso, considerando o futuro, e não apenas o presente, de acordo com os princípios ditados por aquele que dá a vida e a sustenta. A vida física deve ser usada para obter e desenvolver a vida eterna.

3.2. O perigo das incertezas futuras
A casa é o conjunto de todos os aspectos da nossa vida neste mundo. A casa é sua conquista como pessoa, sua realização na vida. Essa casa é o objetivo no qual você investe o esforço de sua vida. Uma casa não se edifica de forma instantânea ou sem um grande investimento. Em que estamos investindo nossa existência? Em que estamos gastando a maior parte do nosso tempo e trabalho? Muitos estão investindo tudo em busca da aparência, diversão, comida, bebida, prazeres. Mas onde realmente está alicerçada nossa casa? De que material ela é feita? Quem é o seu Deus afinal, seu maior bem? É preciso que “nossas construções” sejam feitas conforme os valores, princípios e diretrizes revelados na Palavra de Deus. Somente assim estaremos em condições de suportarmos as adversidades e dificuldades nesta vida e sermos aprovados no dia do juízo.

Comentário adicional
As chuvas torrenciais, as inundações e os furacões do Oriente causam muitos danos às casas de aparência fortes, destruindo as não solidamente construídas — essa foi uma ilustração que Jesus usou com muita propriedade. "Desceu a chuva" Jesus compara aos momentos de prova apavorantes, às forças concentradas de uma chuva torrencial que ameaça o telhado da casa. Como dá medo a chuva que cai, seguida de uma ventania! "Transbordaram os rios", e essas torrentes tempestuosas podem corroer as paredes por baixo. "Sopraram os ventos", e esses ventos impetuosos como de furacão ameaçam os lados da casa. Essas forças naturais aliadas fazem lembrar que o sol de verão nem sempre brilha. Não faz diferença se somos "prudentes" ou "insensatos", todos temos tensões, aflições, decepções, perdas, tentações, temores e pensamos sobre a morte e a vida no além. Ellicott diz: "O vento, a chuva e as inundações não dão folga para a interpretação individual, a não ser que se use um detalhismo exagerado. Esses elementos representam coletivamente as violências da perseguição, do sofrimento e das tentações, sob as quais tudo, exceto a vida que repousa sobre a verdadeira fundação, cederá".

3.3. Jesus é o fundamento das nossas vidas
Nossas ações são o produto do exercício de nossa liberdade para escolher. O recebimento de uma abordagem de Deus, em qualquer forma que venha, implica na obrigação moral de escolher o curso de ação que Ele recomenda. Assim, como escreveu John Stott (A Mensagem do Sermão do Monte – ABU Editora – p. 216), o Senhor Jesus conclui Seu sermão convocando a todos a termos uma “reação adequada à instrução que acaba de dar”. Ele coloca “diante de nós a escolha radical entre a obediência e a desobediência”. Obedecer às instruções de Deus de acordo com as Escrituras é ter um fundamento sobre a rocha [Mt 7.24; Lc 6.47-48].

Comentário adicional
Por toda a parábola que estamos analisando, Cristo ensina a importância do fazer tanto quanto do ouvir. Em sua descrição dos dois construtores, deixou claro que foram julgados, não pelo cuidado que tiveram ao construir suas casas, mas pelo fundamento sobre o qual elas estavam. Ele ilustrou de forma notável a importância do fundamento ao edificarmos a vida. Se desejarmos construir mansões mais imponentes para a alma, os fundamentos devem ser cuidadosamente escolhidos. A interpretação da parábola, sem dúvida, sugerida pela arquitetura que estava ao redor deles, está relacionada com "o material em geral de uma vida cristã externa", uma vida que se apoia e está arraigada em tudo o que o Senhor é: em si mesmo. É somente pela nossa união com Cristo, a Rocha, que podemos conseguir a firmeza da parede, sem a qual até mesmo os nossos objetivos mais firmes serão como areia movediça. Temos segurança eterna, se formos edificados sobre aquela fundação a respeito da qual Deus disse: "Vede, assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada" (Isaías 28:16). Lucas refere-se ao construtor sábio, dizendo que ele "cavou, e abriu bem fundo, e lançou os alicerces sobre a rocha" (Lucas 6:48).

CONCLUSÃO
É preciso ouvir a Palavra de Deus e praticá-la (Tiago 1:22-25). Não se deve apenas ouvir (ou estudar) o que está escrito. O ouvir deve redundar em ações. É isso o que significa construir a casa na rocha.

Referências bibliográficas

► LOCKYER, Hebert. Todas as parábolas da Bíblia: uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras.
► WIERBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. 

Comentários adicionais - Professora: Emivaneide Lourdes da Silva