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LIÇÃO 13 - A RELEVÂNCIA E ESPERANÇA DA VOLTA DE CRISTO PARA SUA IGREJA

29 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.” Tito 2.13

VERDADE APLICADA

A esperança do nascido de novo está em Jesus Cristo. Por isso, ela é segura e estável, independente das circunstâncias que nos rodeiam.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Reafirmar a promessa da vinda de Jesus;

Falar que todas as profecias terão cabal cumprimento;

Alertar sobre o preparo da Igreja para o glorioso evento.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

TITO 2

11. Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,

12. Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente,

13. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.

14. A qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

COMENTÁRIOS ADICONAIS

INTRODUÇÃO

Encerrando este trimestre veremos a preciosidade e firmeza da esperança que possui aquele que está em Cristo Jesus, é habitação do Espírito Santo e vive à luz da revelação de Deus nas Escrituras Sagradas. “Temos como âncora da alma segura e firme” [Hb 6.19].

Comentário adicional:

Aqueles que têm fé inabalável nas promessas das Escrituras Sagradas acreditam plenamente nas promessas de Deus e na volta de Jesus, mesmo diante das adversidades da vida. Essa fé é a base de sua esperança e os motiva a viver uma vida santa e agradável a Deus. Ele fez isso para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, que já corremos para o refúgio, tenhamos forte alento, para tomar posse da esperança que nos foi proposta (Hb 6.18).

1 - O FUNDAMENTO DA ESPERANÇA

As promessas de Deus são dignas de confiança. A Igreja sabe que sua esperança está em Deus e que Ele é fiel para cumprir tudo quanto prometeu, conforme lemos em Hebreus: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.” [Hb 10.23].

Comentário adicional:

Ao estudarmos a Palavra de Deus, vemos que, ao longo da história, Ele sempre foi fiel em cumprir todas as Suas promessas. Essa fidelidade se estende também às nossas vidas hoje. Nos relatos bíblicos, vemos Deus cumprindo todas as promessas feitas ao povo de Israel, demonstrando Sua fidelidade. Nenhuma das boas promessas que o Senhor havia feito à família de Israel falhou; todas se cumpriram (Js 21.45). Deus é digno de confiança. Se Ele prometeu que um dia Jesus Cristo voltará para buscar a Sua Igreja, podemos crer nisso. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a vocês. Vou preparar lugar para vocês. E, quando eu for e preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver (Jo 14.2-3).

1.1. Firmes nas promessas de Cristo.

Antes de Sua crucificação e morte, Jesus exortou e instruiu de forma pedagógica Seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim.” [Jo 14.1]. Também nos deixou riquíssimas promessas: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo” [Jo 14.3]. Ele sabia que os discípulos ficariam desorientados, turbados, no entanto os confortou com maravilhosas promessas: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” [Jo 14.16]. Assim reafirmou nossa adoção como filhos: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” [Jo 14.18].

Comentário adicional:

Sabemos que o tema da volta de Jesus Cristo é um dos assuntos mais consoladores e motivadores para os cristãos. Se não crermos nas firmes promessas de Cristo, não faz sentido sermos cristãos! No Evangelho de João, encontramos um retrato profundo e rico da promessa do retorno de Jesus Cristo e do futuro glorioso que aguarda os crentes.

Por que o Evangelho de João é tão importante para entender a volta de Cristo?

· A intimidade com o Pai: João enfatiza a profunda relação de Jesus com o Pai, revelando-O como o Filho Unigênito de Deus. Essa intimidade divina garante que Suas promessas são firmes e imutáveis.

· A vida eterna: João destaca a vida eterna como um presente de Deus, acessível por meio da fé em Jesus Cristo. A volta de Jesus é a consumação dessa promessa, quando os crentes serão reunidos com Ele para desfrutar da vida eterna em sua plenitude.

· O Espírito Santo: João destaca o papel do Espírito Santo na vida dos crentes, como um selo e garantia da nossa herança celestial. A presença do Espírito Santo em nós é uma antecipação da volta de Jesus e nos fortalece na esperança.

Quais são as principais promessas sobre a volta de Cristo no Evangelho de João?

· Preparar um lugar: Em João 14:2-3, Jesus promete aos Seus discípulos: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu já lhos teria dito. Vou preparar-lhes lugar; e, quando eu for e lhes preparar lugar, virei outra vez e os levarei para mim, para que onde eu estiver vocês também estejam."

· Estar com eles: Jesus prometeu aos Seus discípulos que não os deixaria órfãos, mas que enviaria o Espírito Santo para estar com eles (João 14:16-18). Essa presença do Espírito Santo é um sinal da proximidade da volta de Jesus.

· A vinda do Consolador: Em João 16:7, Jesus fala sobre a vinda do Espírito Santo, a quem chama de "Consolador". O Espírito Santo não só consola os crentes, mas também os prepara para a volta de Jesus.

· A vida eterna: João enfatiza que a vida eterna é um presente de Deus, acessível por meio da fé em Jesus Cristo. A volta de Jesus é a consumação dessa promessa, quando os crentes entrarão na plenitude da vida eterna.

1.2. A ressurreição de Cristo.

A ressurreição de Jesus é a base de toda a fé cristã e se tornou o marco principal nos evangelhos. O evangelho de Mateus afirma que Ele seria entregue aos gentios para que dEle escarnecessem e o crucificassem, mas a afirmação gloriosa é que ao terceiro dia ressuscitaria [Mt 20.19]. No livro de Atos dos Apóstolos, lemos: “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” [At 2.24]. Paulo adverte: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé…” [1Co 15.17]. Na ressurreição nos é dada a garantia que, assim como Ele ressuscitou, um dia todos os salvos ressuscitarão e terão a vida eterna. Logo, a ressurreição de Jesus é nossa esperança: “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” [1Co 15.23].

Comentário adicional:

Como já mencionado, a ressurreição de Cristo é o tema central da fé cristã. A ressurreição é o ponto culminante da história da salvação, sendo não apenas um evento histórico, mas também espiritual, que transforma a vida dos crentes. É a prova definitiva da divindade de Jesus e a garantia da nossa salvação. Ao crermos na ressurreição, somos chamados a uma nova vida em Cristo, marcada pela fé, esperança e amor. A importância da ressurreição: a) Fundamento da fé: Se Cristo não ressuscitou, nossa fé é inútil (1 Coríntios 15:14). A ressurreição é a garantia de que a nossa fé não é em vão; b) Vitória sobre o pecado e a morte: A ressurreição de Cristo demonstra que Ele venceu o pecado e a morte, oferecendo aos crentes a esperança da vida eterna; c) Nova vida em Cristo: Através da ressurreição, os crentes recebem uma nova vida em Cristo, livre do poder do pecado; d) Garantia da nossa ressurreição: A ressurreição de Cristo garante que nós, que cremos nEle, também ressuscitaremos um dia.

1.3. A ascensão de Cristo.

As Escrituras deixam claro que a ascensão de Jesus foi um retorno literal e corpóreo ao céu. Jesus preparou o coração dos discípulos sobre esse sublime acontecimento: “Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para aquele que me enviou” [Jo 7.33]. Jesus subiu de forma visível. Enquanto os discípulos se esforçavam para ter um último vislumbre dEle, uma nuvem o encobriu e os anjos apareceram e reafirmaram a promessa de Sua volta: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” [At 1.11]. Também enfatizado por Paulo em sua carta: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima na glória.” [1Tm 3.16].

Comentário adicional:

A ascensão de Jesus Cristo é um assunto bem conhecido no meio cristão. Jesus subiu aos céus após quarenta dias de sua ressurreição, sendo esse um dos fatores determinantes do Evangelho. Após a ressurreição, Jesus se apresentou na terra em sua forma totalmente divina, em seu corpo glorioso. As aparições de Jesus aos seus discípulos e às outras pessoas antes de subir aos céus confirmam tudo o que Ele afirmou sobre si mesmo: a) que Ele é o Filho de Deus encarnado (Jo 1.1-5; Jo 10.17,18; Rm 1.2-4); b) que sua morte e ressurreição é a garantia da nossa redenção (Rm 6.4; 1Co 15.17); c) confirma a veracidade das Escrituras que dEle testificou (Sl 16.10; Lc 24.44-46; At 2.31); d) é a evidência de que Jesus nos outorgou a vida espiritual através do Espírito Santo (Jo 20.22; 1Co 15.2,5); e) é a garantia de posse da vida eterna com Cristo após o arrebatamento (Jo 14.3; 1Ts 4.14-17; 1Pe 1.3-5); f) é a constatação da presença de Cristo em nossa vida (Gl 2.20; Ef 1.18-20; Fp 1.21). Após a assunção de Cristo aos céus em seu corpo glorificado dois anjos aparecem aos discípulos afirmando que Ele um dia voltaria para buscar o seus. Assim, se cremos em tudo isso devemos pregar a vinda de Jesus, orar pela vinda de Jesus, amar a vinda de Jesus e crer na vinda de Jesus.

Nós como crentes temos o dever de:

1- Pregar a vinda de Jesus (2Tm 4.2);

2- Orar pela vinda de Jesus (1Pe 4.7);

3- Devemos amar a vinda de Jesus (2Tm 4.8);

4- Devemos crer na vinda de Jesus (1Ts 4.14).

2 - A ESPERANÇA DO ARREBATAMENTO

Jesus fez uma promessa aos Seus discípulos: “Eu vou, mas tornarei a vós’: Desde então nosso coração arde em esperança, pois almejamos estar “sempre com o Senhor” [1Ts 4.17]. É uma esperança que transcende a compreensão humana e traz a motivação para a prática da vida cristã diária: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir’ [Mt 25.13].

Comentário adicional:

Como mencionado neste tópico, Jesus Cristo fez a promessa de que um dia voltará para buscar aqueles que se encontram fiéis à Sua Palavra. Por isso, diante da expectativa do arrebatamento, somos impulsionados a viver uma vida consagrada e em constante vigilância espiritual. Se Jesus pode voltar a qualquer momento, é fundamental estarmos preparados para esse encontro glorioso. Em 1 Tessalonicenses 5:6, está escrito: “Por isso, não durmamos, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios”. Nessa passagem, somos avisados ​​a nos manter sempre alertas, sendo vigilantes e sóbrios.

Por que a preparação é tão importante?

· Certeza da salvação: A preparação constante reforça nossa fé na salvação em Cristo e nos motiva a aprofundar nosso relacionamento com Ele.

· Vida em santidade: A expectativa do arrebatamento nos leva a buscar uma vida cada vez mais santa e em conformidade com a vontade de Deus.

· Evangelismo: A consciência de que Jesus pode voltar a qualquer momento nos impulsiona a compartilhar o Evangelho com aqueles que ainda não o conhecem.

· Vigilância espiritual: A preparação nos mantém vigilantes espiritualmente, atentos aos sinais dos tempos e prontos para a vinda do Senhor.

2.1. Promessas do arrebatamento.

Ele prometeu voltar uma segunda vez para levar a Igreja: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.” [Hb 9.28]. Assim como Rebeca foi ao encontro do noivo “no campo; a Noiva adornada pelo Espírito Santo subirá ao encontro de Cristo: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor:’ [1Ts 4.17].

Comentário adicional:

Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos um lugar. E, quando eu for e vos preparar um lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (Jo 14.2-3). Nessa passagem bíblica do evangelho de João, muito conhecida dos cristãos, o Senhor Jesus afirma aos seus discípulos que iria preparar um lugar e que voltaria para buscar os Seus. Desde então, aqueles que são verdadeiramente de Cristo esperam ansiosos por Sua volta. No versículo 15 do mesmo capítulo, Ele afirma que quem o ama guardará os Seus mandamentos. Todos os que forem salvos pela fé em Cristo não serão deixados para trás no arrebatamento. Precisamos ser salvos como as cinco virgens prudentes da parábola de Jesus, que estão prontas para a vinda do noivo; elas têm suas lâmpadas preparadas, acesas e cheias de óleo – um símbolo do Espírito Santo (Mt 25.1–13).

2.2. Como será o arrebatamento.

Em relação à volta do Senhor Jesus, a única unanimidade que há entre os teólogos é que ela acontecerá: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva” [1Ts 5.1]. Este acontecimento está prefigurado no Antigo Testamento, por exemplo através de Enoque: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou.” [Gn 5.24]. O apóstolo Paulo nos instrui sobre este dia glorioso: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre como Senhor” [1Ts 4.16-17].

Comentário adicional:

Em suas cartas paulinas, o apóstolo Paulo nos oferece um vislumbre de como será o arrebatamento de sua Igreja por Jesus Cristo. Esse evento, tão aguardado pelos fiéis cristãos com grande expectativa, será glorioso e inesperado, ocorrendo conforme a imagem que podemos construir a partir dos escritos do apóstolo Paulo.

O que Paulo nos diz sobre o arrebatamento:

· Um evento repentino e inesperado: Paulo compara o arrebatamento com o ladrão que vem à noite (1 Tessalonicenses 5:2). Isso significa que não saberemos o dia nem a hora exatos em que ocorrerá.

· A reunião com o Senhor nos ares: Os cristãos serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4:17). Essa reunião será um momento de grande alegria e júbilo.

· A transformação dos corpos: Nossos corpos mortais serão transformados em corpos gloriosos e imortais, semelhantes ao corpo glorioso de Cristo ressuscitado (1 Coríntios 15:51-52).

· A ressurreição dos mortos em Cristo: Aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro e, juntamente com os vivos, serão arrebatados para encontrar o Senhor.

Características do arrebatamento:

· Instantâneo: Acontecerá em um piscar de olhos, de forma rápida e inesperada.

· Global: O arrebatamento envolverá todos os cristãos verdadeiros, de todos os tempos, em qualquer lugar do mundo.

· Glorioso: Será um momento de grande alegria e triunfo para os crentes.

·Misterioso: Embora a Bíblia nos dê algumas pistas, muitos detalhes sobre o arrebatamento permanecem um mistério.

2.3. Resultado do arrebatamento.

Teremos nossos corpos glorificados: “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.” [1Co 15.53]. Entraremos para as mansões celestiais preparadas por Cristo desde a fundação do mundo. Desfrutaremos de paz e prazer! Morte, choro, dor, nunca mais: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.” [Ap 21.4]. “Assim como é o veremos” [1Jo 3.2].

Comentário adicional:

Conforme já visto em tópicos anteriores, o arrebatamento ocorrerá de forma repentina, em um momento em que ninguém espera (Mt 25.13; 1Ts 5.1-3). Será uma reunião que acontecerá nos ares, onde os cristãos fiéis de todos os tempos serão revestidos de corpos incorruptíveis, à semelhança de Cristo: primeiro os que já morreram e depois os que estão vivos (1Ts 4.17; 1Co 15.51-52). Após o arrebatamento, os cristãos viverão eternamente na presença de Deus, em um estado de perfeita felicidade e paz. A expectativa do arrebatamento nos motiva a viver uma vida santa e agradável a Deus, buscando sempre sermos fiéis a Cristo. Mesmo que morramos antes do arrebatamento, já teremos o nosso encontro individual com Cristo. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). A expectativa do arrebatamento nos motiva a viver uma vida consagrada a Deus, buscando a santidade e compartilhando o amor de Cristo com o mundo.

3 - A RECOMPENSA DA ESPERANÇA

Temos a serena certeza de que andando em obediência e, segundo as suas mui ricas misericórdias, desfrutaremos das recompensas. Paulo disse que a obra de cada crente vai ser provada pelo fogo: “Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão:’ [1Co 3.14]. A nossa esperança é o combustível para nossa perseverança. É ela que nos leva a viver em labor de amor, com muitas fadigas e aborrecimentos. Temos uma esperança superior: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” [Ap 2.10].

Comentário adicional:

Irmãos, sabemos que a recompensa pela fidelidade é uma promessa divina para aqueles que amam a Deus e se esforçam para viver uma vida justa e piedosa. As Escrituras nos ensinam que a fidelidade não é apenas um dever, mas um privilégio que nos leva a uma vida mais plena e significativa. As promessas de recompensa por nossa fidelidade nos motivam e nos dão forças para continuarmos seguindo a Cristo, mesmo quando tudo parece difícil e desafiador. São as promessas de galardão que nos ajudam a superar as dificuldades, enfrentar as provações com fé e esperança, e nos motivam a continuar servindo aos outros e fazendo a diferença no mundo. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Cl 3.23-24).

3.1. Gozo e alegria na vida presente.

O princípio da esperança se estende até a eternidade, mas também pode nos amparar nos desafios cotidianos desta vida. O salmista disse: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus” [S1 146.5]. Com esperança, temos alegria na vida. Podemos exercer a paciência e suportar aflições com a firme certeza de que um dia descansaremos de todas elas: “Bom é o Senhor para os que se atém a ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor” [Lm 3.25-26].

Comentário adicional:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês (1Pe 1.3-4). Nessa passagem bíblica, o apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, nos informa que os cristãos que forem cumpridores dos mandamentos de Deus têm uma herança garantida que não pode ser destruída. Por isso, devemos ter grande alegria e gozo em servir fielmente ao Senhor. Ele nos incentiva a permanecermos firmes nos caminhos do Senhor e a suportarmos as várias tentações e perseguições, alegrando-nos com gozo inefável. Mesmo sem tê-lo visto, vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória, obtendo o alvo dessa fé: a salvação da alma (1Pe 1.8-9).

3.2. Reinar com Cristo.

A redenção consumada por Jesus Cristo fez com que os que estão em Cristo sejam designados, dentre outros, como “o sacerdócio real” [1Pe 2.9]. Aponta para a natureza real, pois serve ao Rei dos reis e, assim, participa da Sua natureza real. Tal verdade é corroborada em Apocalipse 1.5-6, que expressa o resultado da perfeita redenção operada por Jesus Cristo: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus” Somos participantes da realeza de Cristo [Ap 5.10; 20.4, 6; 22.5]. Tal verdade revelada sobre a identidade do povo que foi resgatado e pertence a Deus deve conduzir-nos a um viver em gratidão, adoração, santificação, ação evangelizadora, expectativa quanto à vinda plena do Reino: “Venha o teu reino” [Mt 6.10]. Pois “ainda não é manifestado o que havemos de ser” [1Jo 3.2].

Comentário adicional:

Em 2 Timóteo 2.11-12, o apóstolo Paulo afirma que, se nos unirmos fielmente a Cristo e às Suas verdades e caminhos, com certeza seremos recompensados no outro mundo. Para isso, devemos estar mortos para este mundo e seus prazeres, abrindo mão dos proveitos e honras dele, sendo chamados a sofrer por Ele. Não perderemos ao servir ao Senhor Jesus; em recompensa, iremos morar com Ele no céu. Por nossa fidelidade, quem sofreu com Cristo na terra e não o negou será recompensado e se tornará participante de Seu reino no céu. Seremos cidadãos do reino de Deus e viveremos eternamente com nosso Rei, Jesus Cristo. Está escrito também na Bíblia que haverá um milênio, um período de mil anos em que Cristo reinará sobre a terra. Os cristãos fiéis terão o privilégio de participar desse reino e reinar juntamente com Cristo. Por tudo isso, conforme dito neste tópico, devemos ser sempre gratos por essa grande oportunidade que Deus nos concedeu e, com muita alegria, adorar a Deus, buscando sempre a nossa santificação e exercendo a obra evangelizadora que nos foi proposta.

O que significa reinar com Cristo?

• Participar da glória de Cristo: Teremos a honra de compartilhar da glória e do poder de Cristo.

• Governar com Cristo: Reinaremos com Cristo sobre a nova criação, participando de Seu governo.

• Desfrutar de uma comunhão perfeita com Deus: Teremos um relacionamento íntimo e perfeito com Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Condições para herdar a vida eterna e reinar com Cristo:

• Fé em Jesus Cristo: A fé em Jesus como Salvador é o único caminho para a vida eterna.

• Obediência à Palavra de Deus: A obediência à Palavra de Deus demonstra nossa fé e nos prepara para o reino de Deus.

• Santificação: A busca pela santificação é um processo contínuo que nos aproxima de Deus e nos prepara para o céu.

3.3. A manifestação futura.

O texto de Colossenses 3.1-4 é pertinente quanto ao caráter escatológico da esperança dos que estão em Cristo. Ao mesmo tempo que o nascido de novo já expressa no dia a dia uma conduta coerente com o fato de viver em novidade de vida, também vive na expectativa da plenitude que há de se manifestar na vinda de Jesus da nova vida que já começou. Esta segunda vinda do Senhor, como expressou Russell Shedd (Epístola da Prisão, Vida Nova, 2005, p. 262) “marcará o dia da revelação da verdadeira natureza dos filhos de Deus. Aparecerão com Cristo [1Ts 4.14] revestido de sua glória, dando, assim, a última confirmação da verdade de que quem tem Cristo como Salvador e Senhor possui tanto quanto aquele que tem a Jesus e, também, o mundo todo”.

Comentário adicional:

Nós, a partir do momento em que aceitarmos a Jesus Cristo, devemos nascer de novo e morrer para o mundo, necessitando ter uma vida alinhada com os ensinamentos Bíblicos. De fato, aqueles que aceitaram a Jesus Cristo como Salvador foram regenerados pelo Espírito Santo e possuem uma nova natureza, que os impulsiona a viver uma vida coerente com a Palavra de Deus. Após o novo nascimento, devemos morrer para a velha natureza pecaminosa e deixar o modo de vida mundano. Assim, essa morte espiritual para o mundo é seguida de uma ressurreição para uma nova vida em Cristo. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, andemos nós também em novidade de vida (Rm 6.4). Portanto, neste mundo presente, devemos dar testemunho de que somos novas criaturas nascidas de novo, vivendo neste mundo, mas não pertencendo a ele. Aguardamos a manifestação de Jesus Cristo em Sua própria glória e na glória do Pai, para que, junto com Ele, surjamos em glória e vivamos em nosso novo lar, reinando com Ele eternamente. Esse deve ser o nosso desejo e esperança. Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna (Jd 1.20-21).

CONCLUSÃO

As verdades do evangelho fundamentam de forma segura e inabalável que Jesus Cristo é a base da esperança cristã. O apóstolo Pedro fala da “firme e viva esperança” [1Pe 1.3]. Quando temos esperança, confiamos nas promessas de Deus, e a vida eterna em Cristo é maior entre todas elas.

Comentário adicional:

Como cristãos, devemos confiar plenamente nas promessas de vida eterna prometidas por Deus. Além disso, a ressurreição de Jesus é a prova definitiva de Sua divindade e de Seu poder sobre a morte. Portanto, por causa da ressurreição, temos a certeza da vida eterna. O Espírito Santo de Deus, que vive em nós, nos dá o testemunho interior da verdade do evangelho, dando-nos a certeza da salvação e nos impulsionando a viver uma vida piedosa e coerente com os mandamentos de Cristo. “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória” (Ef 1.13-14).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ø  Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 13 – A relevância e esperança da volta de Cristo para a Sua Igreja;

Ø  Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada (NAA) – Edição Revista e Atualizada 2017;

Ø  Bíblia de Estudo Matthew Henry – 1ª Edição: marco de 2004 – Editora Central Gospel.

SITES PESQUISADOS:

Ø  https://gemini.google.com/app/aa842479cbea1ba6

Ø  https://www.bibliaon.com/volta_de_jesus/

Ø  https://cds.org.br/a-intimidade-de-jesus-com-o-pai-pr-glaber-leitao-encontro-de-fe/

Ø  https://www.evangelhodagraca.com/single-post/a-ascensao-de-cristo-e-promessa-de-sua-vinda

Ø  https://www.gotquestions.org/Portugues/levado-Arrebatamento.html

COMENTARISTA DA LIÇÃO

Diácono Carlos Cezar - ADTAG 316 – Samambaia Sul - DF


Lição 12 - A relevância da liderança para condução e ensinamento da Igreja

A RELEVÂNCIA DA LIDERANÇA PARA CONDUÇÃO E ENSINAMENTO DA IGREJA
Lição 12 – 22 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO
“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” Hebreus 13.17

VERDADE APLICADA
O processo de aperfeiçoamento cristão passa, biblicamente, por obedecermos e nos sujeitarmos aos pastores constituídos por Deus para cuidar da Sua Igreja.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Conscientizar o cristão sobre o conceito de liderança.;
Evidenciar o respeito e submissão à liderança.;
Refletir sobre a importância da liderança na Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIAS
HEBREUS 13
7. Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
8. Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.
9. Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram.
17. Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria, e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
É impossível alguém liderar com excelência sem conhecer o significado e o real propósito da liderança. Sendo assim, a definição do termo deve ser o nosso ponto de partida. O termo ‘liderança’ aponta para aquele que vai à frente, cuja responsabilidade é conduzir pessoas, orientando-as e guiando nas mais diferentes situações da vida. Na prática, liderar implica em influenciar. O verdadeiro líder é aquele que, por meio do exemplo pessoal, consegue extrair o que seus liderados têm de melhor, levando-os a cumprirem o propósito para o qual foram chamados. Uma liderança eficiente requer que o líder tenha visão e a comunique com clareza. Podemos afirmar que ‘liderar’ é in­fluenciar pessoas.

1. A Bíblia e a liderança cristã
A fonte de toda liderança cristã é o próprio Deus. Toda autoridade é constituída por Ele [Rm 13.1], seja por Sua vontade soberana ou permissiva. Por esta razão, a Igreja deve reconhecer e honrar aqueles que a presidem e lideram.

1.1. O papel do líder na Igreja a exemplo de Jesus 
Cristo estabelece na Igreja homens vocacionados e comissionados por Ele para cooperar para o aperfeiçoamento de todos os santos, a fim de que todos sejam dinâmicos e frutíferos em seus respectivos ministérios [Ef 4.11-16]. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” [Ef 4.11-12].

Comentário adicional:

Jesus tem muito a ensinar, inclusive sobre liderança. Jesus não foi um líder indiferente aos anseios e necessidades dos seus liderados; muito pelo contrário, cada ação da sua liderança esteve alinhada ao seu interesse em beneficiar aqueles que o seguiam, mui especialmente dos seus discípulos, exigindo-lhe uma participação ativa da vida de cada um deles. Jesus exerceu um perfil de liderança voltado para a formação de novos líderes, ou seja, uma das suas prioridades como líder foi treinar aqueles que por ele foram chamados para que fossem os seus discípulos. Nesse sentido, a atitude do Mestre reafirma que, além de ter de possuir uma visão, ser capaz de comunicá-la e ter condições de influenciar pessoas, liderar sob a perspectiva cristã também é preparar outros líderes e treiná-los para que tenham condições de perpetuar os princípios eternos da Palavra de Deus e deem continuidade à missão que Cristo confiou aos seus escolhidos.

Todo o investimento de tempo, energia e dedicação para o treinamento dos discípulos justifica-se por razões múltiplas, e há duas que merecem destaque dentre elas: I) Jesus foi um líder que valorizava pessoas — eis o porquê de Ele ter-se dedicado tanto na formação e no preparo dos seus discípulos; e II) O Senhor confiou o futuro da sua Igreja a esses homens, e, em certa medida, o seu sucesso ou o seu fracasso dependiam do quão preparados eles estariam para o desempenho das suas funções.

É importante enfatizar que o treinamento a que os discípulos foram submetidos à medida que caminhavam com Jesus não pode ser bem compreendido se dissociado de aspectos que envolvem o chamado que receberam do Mestre e a sua natureza discipuladora. Dito de outra forma, o treinamento que Jesus deu aos seus discípulos só foi possível porque eles receberam e atenderam ao chamado do Mestre, e o que norteou esse treinamento foi o princípio do discipulado ensinado e praticado pelo Senhor. (trecho retirado do livro: Torralbo, Elias. Liderança na igreja de Cristo: escolhidos por Deus para servir. Rio de janeiro: CPAD, 2022). 


1.2. O perfil bíblico de uma liderança cristã
O líder cristão precisa ter sua identidade fundamentada no amor de Deus e manter um relacionamento permanente e íntimo com o Senhor Jesus Cristo, que é a “Cabeça” da Igreja [Ef 5.23]. Existem algumas qualificações que são indispensáveis a um líder e precisam ser cultivadas. A lista pode ser imensa: competência técnica, espírito de decisão, inteligência, conhecimento, sabedoria etc. Porém, o mais relevante é ter o perfil e as qualidades de Jesus: líder amoroso; líder servo; líder íntegro; líder corajoso; líder zeloso, líder fiel e líder focado em sua missão [Jo 2.13-22; 8.46;13.1;13.12- 17; Mt 23.13-36; 26.39; Lc 9.18-22].

Comentário adicional:
Lide­rança cristã é aquela norteada pelos princípios de Jesus Cristo encontrados nas Escrituras Sagradas. O trabalho de um líder cristão é influenciar pessoas – segundo os padrões bíblicos – a servirem e agradarem a Cristo. O primeiro chamado divino para o ser humano não é para liderar, mas sim para ser um discípulo de Cristo. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas mostram que, próximo ao mar da Galileia, o Senhor Jesus chamou Pedro e André para segui-lo e serem “pescadores de homens” (Mt 4.19). A convocação para o trabalho é precedida pelo convite à comunhão. Os afazeres de Pedro e André seriam resultado de uma vida com Cristo. O líder cristão precisa desenvolver as seguintes virtudes que resultam da sua comunhão com Jesus: amor, paciência, perdão e humildade. Por mais que as qualidades e os talentos pessoais de um líder sejam importantes, a sua fonte de conhecimento e exemplo é Jesus Cristo (2 Co 3,4-6). O líder cristão precisa conduzir os seus liderados a fim de que alcancem a maturidade cristã e reflitam o caráter de Cristo (Ef 4.13). Podemos afirmar que a liderança cristã depende de uma vida de comunhão com Deus: uma conduta ilibada e relacionamentos interpessoais saudáveis e respeitosos.

1.3. Vocação e chamado para a liderança 
O chamado divino para o santo ministério é um requisito imprescindível na vida de quem deseja tal posição de tamanha responsabilidade, diante de Deus e dos homens. O apóstolo Paulo escreveu: “se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja’: Contudo, precisa ter um procedimento digno e coerente com ela, dentro e fora da Igreja [1Tm 3.1-7].

Comentário adicional:
O diferencial da liderança cristã repousa sobre os padrões pelos quais ela deve ser pautada, pois o líder cristão deve ter as Sagradas Escrituras como referência norteadora das suas decisões, das suas práticas e dos seus comportamentos. Paulo, em 1 Co 4. 2 aponta que a expectativa em relação a um líder espiritual é que “[...] cada um se ache fiel”. Biblicamente, a fidelidade imposta ao líder cristão possui muitas faces, só que nenhuma supera aquela que reafirma o seu compromisso de assemelhar-se a Cristo, o Senhor.

2. O chamado vocacional dos membros da Igreja
Todos nós fomos chamados à Grande Comissão, instituída por Jesus, uma vez que Ele mesmo ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” [Mc 16.15]. Por certo, todos os salvos foram chamados com uma missão e vocação: ser ganhadores de almas.

2.1. O chamado específico
A despeito do chamado evangelístico, comum a todos os que aceitam a Cristo como Senhor e Salvador, há também aqueles chamados específicos. Na Bíblia encontramos chamados específicos para alguns homens: Abraão foi chamado por Deus para uma grande obra [Gn 12.1]; Moisés foi chamado para uma grande missão [Êx 3.10]; Samuel foi chamado ainda bem jovem para uma tripla função: sacerdote, profeta e juiz [1Sm 3.1, 3-4]; Davi foi chamado por Deus para ser rei [1Sm 16], Paulo foi chamado independente da sua vontade para pregação do evangelho aos gentios – obra missionária [At 9-28].

Comentário adicional:
O apóstolo Paulo escreveu sobre uma era vindoura e classificou-a como “tempos trabalhosos” e, dentre as características elencadas, está a seguinte: “porque haverá homens amantes de si mesmos [...]” (2 Tm 3.2). Incontestavelmente, os dias atuais deflagram esses “tempos trabalhosos” previstos pelo apóstolo; e, diante disso, como ser um líder cristão fiel em meio a uma geração egoísta? Objetivamente, o líder cristão que desejar seguir o modelo de Cristo e achar-se fiel no exercício da sua missão deverá ser alguém que nutre uma vida de comunhão com o Mestre. Aliás, antes de ser chamado para o serviço de liderar, o líder é chamado a caminhar com o Senhor, que o escolheu, conforme se percebe no registro bíblico em que se nota que, antes de serem designados a “pescar homens”, Pedro e André foram chamados a seguir o Senhor Jesus (Mt 4.19).

2.2. A variedade de membros e de funções
A Igreja do Senhor, como um Corpo, necessita de uma variedade de membros e funções para desenvolver-se e manter-se funcionando bem: pastores, evangelistas, missionários, presbíteros, diáconos, auxiliares, professores, porteiros, visitadores, líderes de departamentos, homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e muitos outros. Todos são “obreiros” e colaboradores da obra de Deus. Cada crente tem o seu trabalho que é determinado pelo Senhor’; e é um privilégio receber dEle uma tarefa específica [Jo 15.16; Ef 4.15-16]. Saiba que quando é Deus quem chama, Ele o faz de forma inconfundível: “(…) Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras.” [Cl 4.17].

Comentário adicional:
Liderar é servir pessoas, auxiliando-as a identificarem e cumprirem o propósito que o Senhor tem para suas vidas. O apóstolo Paulo adverte que o comportamento do líder deve levar as pessoas a considerarem-no como ministro (servo) e despenseiro (aquele que cuida da despensa) dos mistérios de Deus (1 Co 4.1). A função do líder é servir aos seus liderados; trabalhar não segundo os seus próprios interesses e buscar agradar ao Senhor Jesus por meio de sua fidelidade. Liderança cristã é serviço e influência. Não existe liderança cristã que não seja servidora. pois liderar é servir.

2.3. A relevância da liderança na Igreja 
Com o propósito de que a salvação continuasse a ser anunciada, Cristo escolheu doze homens e os capacitou a dar sequência à missão por Ele iniciada. Do mesmo modo, a Igreja na atualidade precisa de líderes capazes de conduzi-la nesta missão. Deus continua a escolher e chamar homens, capacitando-os para a Sua obra. A escolha divina não se baseia na habilidade que alguém possa ter. O Senhor, segundo a Sua soberania, escolhe e capacita os escolhidos [At 1.8; 9.15-16; 2Co 3.4-6; Fp 3.4-11].

Comentário adicional:
Antes de envolver-se com o trabalho do Reino, o líder cristão deve envolver-se com o Rei do Reino. A. B. Bruce apresenta o processo do relacionamento dos apóstolos dividindo-o em três etapas até que estivessem prontos para cumprir a missão para a qual cada um deles foi designado, pois, “na primeira etapa eles simplesmente criam nele como sendo o Cristo, e sendo os seus companheiros mais próximos, particularmente em eventuais ocasiões festivas”, em seguida, ele aponta para a “segunda etapa”, em que “a comunhão com Cristo assumiu a forma de uma presença ininterrupta da sua pessoa, em tempo integral”, e, finalmente, “os doze entraram no estágio final, e mais elevado do discipulado quando foram escolhidos por seu Mestre dentre toda a multidão de seguidores, e formaram um grupo seleto, a ser treinado para a grande obra do apostolado” (Bruce, A. B. O Treinamento dos Doze. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 25, 26).

3. Deveres dos líderes e reconhecimento da Igreja
Encerrando esta lição, é salutar enfatizar alguns deveres por parte dos líderes cristãos e a recomendação bíblica quanto a algumas posturas dos membros da Igreja em relação àqueles que foram designados pelo Sumo Pastor para pastorear o Seu rebanho, os quais hão de prestar contas [Hb 13.17].

3.1. Reconhecimento ao trabalho 
O apóstolo Paulo orienta os discípulos de Cristo em Tessalônica [1Ts 5.12-13] sobre a necessidade de “reconhecer” (“cuidar de, interessar-se por”) os que se esforçam no trabalho, aqueles que foram constituídos pelo Senhor para guiá-los, ensiná-los e aconselhá-los. A recomendação apostólica é que tais líderes sejam tratados com a mais alta estima, com o maior respeito e amor. Agora notemos como encerra o argumento ou motivo, a razão apresentada por Paulo: “por causa da sua obra” (por causa do trabalho que fazem). Não é por causa do temperamento, da oratória, do sorriso, da aparência física, da formação acadêmica, da influência social ou eclesiástica, dos dons naturais. A base é a tarefa espiritual que receberam Daquele que é a cabeça da Igreja para desempenhar em favor da Igreja de Deus.

Comentário Adicional:
Em diversas abordagens que o apóstolo Paulo fez sobre o ministério cristão e, consequentemente, sobre a liderança cristã, ele preocupou-se em deixar claro que esse ofício deve ser exercido sob a premissa do serviço. No seu Comentário Bíblico, Matthew Henry explica os termos “ministros de Cristo” e “despenseiros dos ministérios de Deus”, utilizados por Paulo em 1 Coríntios 4.1, e ele assim o faz nos seguintes termos:

Em nossa opinião, tanto sobre os ministros quanto sobre todas as outras coisas, devermos ser cuidadosos para evitarmos extremos. Os próprios apóstolos não deviam ser:

1. Supervalorizados, pois eles eram ministros, e não mestres, administradores, e não senhores. Eles eram servos de Cristo e não mais, embora fossem servos de alto nível, que tinham o cuidado de sua casa, que deviam alimentar o resto, apontar e dirigir seu trabalho. (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 441). 


3.2. Obedecer aos líderes
“Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles” (“Obedeçam e sigam as suas ordens” – NTLH; “Obedeçam e submetam-se à autoridade deles” – NVI) [Hb 13.17]. Só é possível estas atitudes pela ação do Espírito Santo na vida de cada membro do Corpo de Cristo. Não é somente em nossos dias que surgem no meio do povo de Deus aqueles que resistem obedecer e se submeter à liderança constituída. Vide Números 16.3, 12 e 3 João 9-10. Mesmo com as determinações bíblicas e os exemplos de insubordinação ao longo da história, ainda há os que resistem serem pastoreados, ensinados, admoestados, disciplinados na Igreja. Contudo, os princípios bíblicos permanecem. Mesmo num contexto de manifestações dos dons espirituais, os princípios da sujeição, decência, ordem e liderança permanecem [1Co 14.32-33,36-37,40].

Comentário adicional:
O ser humano tem em si mesmo a necessidade de ser liderado por alguém que lhe sirva de referencial e de fonte inspiradora. A dinâmica entre líderes e liderados é uma escolha divina, como afirma Stephen Adei: “Embora Deus seja o nosso líder supremo, nós ainda temos a responsabilidade de liderar e conduzir, a nós mesmos e aos outros” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que sua Família Precisa. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p. 37).

3.3. Deveres dos líderes 
Quanto aos deveres dos líderes cristãos, além dos textos mencionados nos subtópicos anteriores, acrescentamos as recomendações do apóstolo Pedro quanto aos deveres dos que tinham a missão de cuidar do rebanho de Deus [1 Pe 5.1-4]. É crucial que cada membro do Corpo de Cristo envolvido na obra de Deus em uma Igreja local e ingresse no ministério ou almeje ou esteja se preparando, esteja bem consciente do que a Bíblia revela sobre as responsabilidades: trabalhar para o bem-estar da Igreja, ensinar, aconselhar, advertir, vigiar quanto aos perigos para o rebanho do Senhor, ser exemplo para o rebanho, dentre tantos outros. “Procure cumprir bem a tarefa que você recebeu no serviço do Senhor” [Cl 4.17 – NTLH].

Comentário adicional:
O líder cristão deve ser um guia, cuja tarefa é a de conduzir os seus liderados rumo à maturidade cristã, e é nesse ponto que o caráter influenciador de uma liderança fica ainda mais acentuado, e a sua integridade é imprescindível neste processo. O líder cristão é submetido a um processo de aprofundamento das suas raízes, e isso pelos meios estabelecidos pelo próprio Deus, que objetiva treiná-lo até que alcance as condições necessárias no seu caráter e possa influenciar pessoas, conduzindo-as ao propósito de Deus.

CONCLUSÃO
Assim, temos que o referencial da liderança cristã é Jesus Cristo. Ele personifica os dois princípios de atitude pessoal que definem e legitimam os verdadeiros líderes: escolher obedecer e saber mandar. Liderar e obedecer são movimentos interdependentes. Só pode ser um líder eficaz quem decide ser um liderado obediente. Por isso, quem se dispõe a ser um líder — um líder cristão, no caso — depende de um chamado de Deus, o qual precisa responder de maneira positiva e prosseguir para o alvo, desempenhando seu chamado com excelência e fé, vejamos o segredo da liderança eficaz desenvolvida por Barnabé que pode ser resumido na frase de Atos 11.24: “Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé”.

Referências bibliográficas:
Merlo, Levir Perêa – Liderança: aprendendo com o maior líder de todos os tempos Jesus Cristo / Levir Perêa Merlo, Manoel Neto. – Brasília: Os semeadores, 2019.
TORRALBO, Elias. Liderança na Igreja de Cristo: Escolhidos por Deus para servir. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
Bruce, A. B. O Treinamento dos Doze. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
ADEI, Stephen. Seja o Líder que sua Família Precisa. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

Comentarista: Professora Emivaneide Silva

  

Lição 11 - A importância e relevância da Igreja na edificação e solidificação da instituição família

 

A IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA DA IGREJA NA EDIFICAÇÃO E SOLIDIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO FAMÍLIA

Lição 11 – 15 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO
"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor." Salmos 122.1

VERDADE APLICADA
É fundamental investir e promover a parceria Família/Igreja na formação e manutenção de uma geração que teme ao Senhor, anda em Seus caminhos e vive para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Compreender sobre Igreja e a família no plano divino;
Analisar a constituição da família no âmbito atual;
Expor a relevância da Igreja para a família.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ROMANOS 16
1. Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na Igreja que está em Cencréia,
2. Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qual quer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.
3. Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
4. Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios.
5. Saudai também a Igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia em Cristo.

COMENTÁRIO 

INTRODUÇÃO
A presente lição enfatizará a relevância da parceria Igreja/Família no enfrentamento de tantos desafios para um viver de acordo com a Palavra de Deus. Afinal Família/Igreja são duas instituições de origem divina e que fazem parte do plano divino de redenção da humanidade. Ambas têm sido alvo dos ataques do maligno.

Comentário adicional:
Embora os conceitos legais e/ou sociológicos estabeleçam uma conceituação atual e “moderna” para termo família, temos que ter em mente que a família é criação de Deus. Esse projeto possui propósitos definidos, onde o criador pensou em cada detalhe, estabelecendo critérios e papeis específicos para cada membro dessa instituição.

1- A importância da Igreja para a família
Como um dos pilares centrais da Igreja, a família desempenha um importante papel na integração, formação e comunhão de seus membros, uma vez que esta é o elo de união com a Igreja. Além disso, a Igreja em sua expressão física e visível é composta por indivíduos de todas as classes sociais, onde “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea: porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (…) Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus” [Gl 3.28; Ef 2.19]. A Igreja é sinônimo de família, pois integra, apoia e direciona os salvos em sua caminhada cristã rumo ao céu.

1.1. Igreja: a família de Deus
Uma das expressões que encontramos na Bíblia para identificar o povo de Deus que está sendo formado a partir da obra redentora de Jesus Cristo é “família de Deus” [Ef 2.19]. Quando conectamos esta expressão com tantas outras na Bíblia, passamos a perceber mais claramente o agir de Deus, Seu propósito, nossa relação com os demais discípulos de Cristo e a nossa relação com Ele: “Pai nosso” [Mt 6.9]; “feitos filhos de Deus” [Jo 1.12]; “não se envergonha de lhes chamar irmãos” [Hb 2.11]; “Deus vos trata como filhos” [Hb 12.7]; “domésticos da fé” [Gl 6.10]; “Paz seja com os irmãos” [Ef 6.23]. Assim, esta identificação sugere um relacionamento mais próximo, estreito entre o povo de Deus com Deus e entre os discípulos de Cristo que envolve cuidado, provisão, disciplina, ajuda mútua entre os membros da Igreja e responsabilidade.

Comentário adicional:
Somos a família de Deus e temos um papel dentro dessa instituição. Falar de família é falar de vivências, relacionamentos e compromissos. Atualmente, vemos o ambiente familiar muitas vezes sendo divulgado como um lugar de violação de direitos e violência. No entanto, essa afirmação não condiz com o núcleo familiar construído por Deus para ser uma referência, uma analogia de Cristo e a Igreja. Cristo cuida, ama e instrui a Sua noiva e não deseja perder nenhum membro da família para o pecado. Em vez disso, Ele deseja a santificação e a purificação por intermédio da Sua Palavra (Efésios 5).

Em Efésios 1:4-5 e 2:19, o apóstolo Paulo se refere à Igreja como a família de Deus, na qual fomos escolhidos para fazer parte, como filhos. Em Cristo, fomos habilitados para ser membros dessa família e, n'Ele, recebemos vida, salvação e libertação. “Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente viverdes atemorizados, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: 'Aba, Pai'. O próprio Espírito Santo testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Romanos 8:15-16).

Para sermos considerados filhos, precisamos aceitar a Cristo e passar do status de criatura para filho de Deus. Em João 1:12, afirma-se que, para sermos considerados filhos de Deus, devemos aceitar Jesus e crer que Ele é o Salvador. Somente aqueles que nasceram da água (a Palavra de Deus) e do Espírito Santo fazem parte da família de Deus (João 3:3-5). Ao crermos nessa verdade, experimentamos o novo nascimento em Deus.

1.2. Família, a nossa primeira igreja
A família não é um mero agrupamento de pessoas como pensam alguns. Muito além disso, deve ser a nossa primeira igreja, o lugar inicial onde os princípios bíblicos nos são transmitidos, como escreveu o salmista: “Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos, para que a geração vindoura a soubesse; os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos.” [S178.5-6]. Em muitas de suas saudações, como no texto de Romanos 16, o apóstolo Paulo cumprimentou alguns amigos, cuja “igreja estava em sua casa” [1 Co 16.19; Cl 4.15]; fosse por conveniência para acomodar os primeiros agrupamentos cristãos que não tinham espaço propício onde congregar, ou porque a própria família estava tão compromissada com Deus. 

Comentário adicional:
A responsabilidade de preparar os filhos para uma vida que agrada a Deus é da família, como explicita o apóstolo Paulo em Efésios 6.4. “É família, e não a igreja ou a escola dominical que tem a principal responsabilidade do Ensino bíblico e espiritual dos filhos” (IBADEP, 2006, p.95). No entanto, a igreja e a EBD são poderosas ferramentas para complementar o ensino bíblico. É na família que aprendemos as primeiras noções sobre o que é bom/ruim, verdadeiro/ falso. Embora, em muitas famílias apenas um dos membros serve ao Senhor e em muitos casos isso se aplica ao filho, que precisa de instrução, neste caso a Igreja assume esse papel. Mas, para você servo do Senhor Jesus é seu papel instruir sua família, seus filhos, no caminho que deve andar.  A palavra de Deus nos diz que “se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo” (1 Timóteo 5.8).

1.3. União essencial, Igreja e família
Juntamente com a Igreja, a família coopera na propagação da graça de Deus e Seu amor ao mundo [Jo 3.16]. Como disse o sábio rei Salomão: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho” [Ec 4.9]. Por essa razão, a Igreja e a família através da união de forças e objetivos devem trabalhar juntas para a promoção do Reino de Deus na terra, “que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” [1Tm 2.4].

Comentário adicional:
A escolha da igreja onde a família irá congregar geralmente não é a prioridade nas discussões sobre namoro, noivado e casamento. Muitos cristãos não percebem como a escolha da igreja pode impactar diretamente a vida e a organização familiar. A participação em uma igreja que valoriza a genuína palavra de Deus serve como base para evitar a erosão da família. “Ela é a melhor escola para instruir as pessoas quanto aos princípios de uma boa relação familiar” (IBADEP, 2006, p.119). Cada membro da família tem um papel importante nesta grande jornada.

Deus estabeleceu que o papel do marido é prover alimento emocional e espiritual para a família. Em Efésios, a palavra de Deus nos diz: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa ama a si mesmo. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo” (Efésios 5:28-30, ARA). Deus chamou o homem para ser o cabeça e não um “cabeça dura”; a missão deve ser realizada com dedicação e amor.

O nível de respeito e proteção que Deus estabelece é de alto padrão de entrega e renúncia. Ninguém, em sã consciência, deseja fazer o mal a si mesmo ou cometer um crime contra si. Além disso, ninguém quer estar em uma situação de traição, grosserias e desrespeito. A palavra de Deus em Provérbios 6:32 nos assegura que “quem comete adultério não tem juízo; todo aquele que assim procede a si mesmo se destrói”; essa verdade se aplica ao casal. Uma família que ignora os princípios e orientações supracitados está fadada à ruína.

O livro de Efésios também trata dos deveres da esposa: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido” (Efésios 5:22-24). Essa submissão não está relacionada com humilhação ou inferioridade; faz parte do “plano de Deus para a restauração de todas as coisas. O objetivo da submissão é libertar e não escravizar. (...) A submissão precede a glorificação” (COLE, 2017, p.55). Esta é a representação do relacionamento de Deus com a Sua igreja. A Bíblia também nos diz que a mulher sábia edifica a sua casa, tornando-a um local de acolhida, paz e amor, e evita trazer conflitos desnecessários para seu lar, ao contrário da mulher rixosa de Provérbios 27.

Neste contexto, podemos afirmar que a principal responsabilidade dos filhos é honrar os pais, o que vem acompanhado da promessa de uma vida longa e boa (Deuteronômio 5:16). Essa promessa refere-se não apenas ao prolongamento da vida, mas também à qualidade de vida.

A igreja e a família fazem parte de um plano divino e “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Salmo 127:1). Não há uma receita pronta para fazer uma família funcionar bem, mas existe um “manual de orientação”, uma bússola que é a palavra de Deus. Nós, como igreja, somos a noiva de Cristo e, como tal, devemos ser fiéis até o fim.

2- A Igreja e a relação com a família
Onde há pessoas, há relacionamentos. Assim, a Igreja expressa a dimensão relacional do seu próprio relacionamento com Deus através das famílias. É ali que a família cristã está habilitada a relacionar-se como Igreja de Cristo, tanto com o Pai [Mc 12.30], como com o próximo [Mc 12.31]. Assim, a Igreja está pronta para acolher as famílias em suas mais diversas características.

2.1. A Igreja e o relacionamento congregacional
Não há dúvidas de que servir a Deus numa igreja local juntamente com toda a família é uma bênção. No entanto, para que este relacionamento continue a abençoar vidas é preciso zelar pelos seguintes princípios:

a) Na igreja local, a família não deve se fechar em si mesma; b) Não deve haver motivações que desrespeitem a liderança constituída ou qualquer outra pessoa; c) A família deve investir tempo para se relacionar com outras famílias também. Nesse sentido, esses são os desdobramentos citados em Marcos 12.31.

Comentário adicional:
É o Espírito Santo que gera em nossos corações o amor pela casa do Senhor Jesus (Sl 122:1). A palavra de Deus nos instrui a amar a Sua obra. Assim, devemos “considerar uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb 10:24-25).

Em meio ao mundo tão agitado, com rotinas exaustivas, envolvido pelo imediatismo e diversas prioridades, frequentar a igreja regularmente é um grande desafio. Assim, as orientações do apóstolo Paulo são mais do que atuais para nossas vidas. Destaca-se que um membro fora do corpo esfria e apodrece em curto período de tempo. “Dele, todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica a si mesmo em amor, à medida que cada parte realiza a sua função” (Ef 4:16, NVI).

Nós necessitamos da igreja e a igreja precisa de nós na propagação do evangelho de Jesus Cristo. Cada membro possui uma função muito importante (Rm 12:4-8). A Igreja é um lugar de comunhão, crescimento espiritual, ajuda mútua e adoração a Deus de forma coletiva.

Devemos escolher bem o local onde devemos cultuar ao Senhor Jesus, como já mencionamos, mas não devemos ser crentes andarilhos, percorrendo “rotas que contêm águas poluídas — doutrinas falsas, intoxicando-se espiritualmente, aprendendo doutrinas que são de homens e, não raras vezes, de demônios, trazendo graves consequências que afetam a si próprios, à família e à igreja a que estão vinculados” (IBADEP, 2006, p. 125). A ovelha não sabe distinguir o alimento bom do ruim; necessita de um pastor para alimentá-la e guiá-la.

2.2. Parceria Igreja/Família no cultivo do relacionamento espiritual
Servir a Deus em família é também uma oportunidade de crescimento espiritual. É no ambiente familiar que a fé é ensinada e exercitada. É no lar que os princípios bíblicos são ensinados e aplicados, ao ponto de refletirem em outros lugares, como escola, trabalho, vizinhança etc. Sempre com o apoio da Igreja local.

Comentário adicional:
A igreja é uma base de apoio espiritual, é um local de desenvolvimento de diversas habilidades, e um lugar de descarregar nossos medos, anseios e recarregar nossas energias. A palavra de Deus nos diz que “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mt. 11:28. Os pés do Senhor é o lugar de aliviar nossa ansiedade, pois devemos lançar “sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5:7).  Essa entrega total e reconhecimento de nossa dependência de Deus nos proporcionar um viver menos atribulados e preocupados com que há de vir e isso reflete tanto no nosso relacionamento com Deus, quanto no nosso cotidiano em sociedade.

2.3. A Igreja e o relacionamento com Deus em família
A Igreja de Deus existe para ajudar as famílias a obterem bênçãos eternas em seu relacionamento com Deus. Atos 4.32 fala da comunidade em que viviam os primeiros cristãos e descreve-a dizendo: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam (…)” Este é o tipo de união que a nossas famílias devem desejar e construir. Afinal, a Igreja é a união de muitas famílias firmadas em Jesus Cristo, as quais formam uma família muito grande, que constitui o Corpo de Cristo. A unidade de que Jesus falou para os discípulos tem de ser realidade também nas famílias cujo Deus é o Senhor e que O adoram em espírito e em verdade.

Comentário adicional:
Nem sempre estar em um mesmo espaço e/ou instituição significa que haja unidade de pensamento entre os presentes. A unidade para Deus não guarda relação com sermos idênticos, ou pertencer a mesma igreja, a mesma classe social ou raça. O apóstolo Paulo nos instrui que “não há judeu nem grego, escravo nem livre, nem homem nem mulher; pois todos são um em Cristo” (Gl.3:28). O segredo da nossa unidade é ser : “Um só corpo e um só Espírito; uma só esperança; um só Senhor; uma só fé; um só batismo; um só Deus e Pai de todos (Ef.4:3-6).  Se estamos unidos em Cristo, temos pois comunhão com Ele e viveremos em unidade com os irmãos e a igreja. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmos 133.1).

3- A Igreja e o compromisso com a família
Pr. Lourival Dias Neto  (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2010, Lição 1 – subtópico 2.2): “O papel da Igreja como auxiliadora da família – A Igreja atua como uma auxiliadora tanto na preparação quanto na preservação da família para o cumprimento de seus elevados propósitos e objetivos. Ela deve levar os pais a conscientizarem-se de sua responsabilidade na formação moral e espiritual de seus filhos. Para que isso aconteça, a Igreja promove o batismo, a ceia do Senhor, cerimônias religiosas de casamento, que são precedidas de alguns encontros de orientação pastoral, curso e estudos com ênfase sobre a educação da família e seus aspectos primordiais, encoraja à prática da devoção e adoração no lar, promove a integração das famílias que compõem a Igreja local.’ Dentre tantas outras ações promovidas visando fomentar a parceria Família/Igreja.

3.1. A Igreja e o ensino da Palavra de Deus para a família
A responsabilidade da Igreja e da família consiste em ensinar a Palavra de Deus, aconselhar e guiar seus membros nos preceitos divinos, sendo uma fonte de apoio. Assim, família e igreja devem envidar esforços para que seus membros se desenvolvam na vida espiritual e social, refletindo a gloriosa luz do Senhor, a fim de que o Pai Celestial seja conhecido, temido e glorificado [Ef 3.15-21].

Comentário adicional:
Já destacamos a importância de congregar em uma igreja que tenha a palavra de Deus como central e que a escolha de onde cultuar ao Senhor não deve ser aleatória. De acordo com o IBADEP, deve-se levar em consideração alguns critérios: 1) Orar a Deus pedindo sabedoria; 2) Uma característica básica é a fidelidade à palavra de Deus; 3) A igreja deve oferecer alimento para todos os membros da família; 4) A igreja deve oferecer oportunidade de trabalhar para Deus. (IBADEP, 2006). Após realizarmos nossa escolha, a igreja deve se tornar nosso lar espiritual, tendo em vista que não existe igreja perfeito, porque todos somos imperfeitos. Assim, se prestarmos atenção nesses requisitos a igreja pode se tornar uma grande aliada na caminhada.

3.2. A importância da Escola Bíblica Dominical para todas as faixas etárias
Em Deuteronômio, a Palavra de Deus instrui acerca da reunião da família para o aprendizado: “Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei:’ [Dt 31.12]. Nesse sentido, a Escola Dominical contribui para a formação espiritual, moral e social, em todas as faixas etárias. A Igreja local é formada por famílias, que se reúnem para adorar a Deus. E essa adoração deve ter o respaldo e a base fundamental na Palavra de Deus. Esta, por sua vez, só pode ser apreendida, através do estudo e do ensino, da doutrina, e do discipulado.

Comentário adicional:
A EBD é vital para o crescimento espiritual do cristão. Ela oferece um espaço para o aprendizado de diferentes temas bíblicos e doutrinas, promovendo a edificação da igreja. A EBD se divide em departamentos para crianças, jovens e adultos — homens e mulheres — a fim de atender às necessidades de toda a família. Devemos frequentar a Escola Dominical porque a Palavra de Deus nos ensina em Oséias 6:3 que devemos conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor, sendo este um processo contínuo.

Motivos para frequentar a EBD:
A Palavra nos adverte sobre a importância de ensinar nossos filhos: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6).

Frequentar a EBD é uma forma de demonstrar nosso amor por Deus, pois quem ama deseja agradar. Em João 14:21 está escrito: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.”

Aprender a Palavra é necessário para não pecarmos contra Deus: “Escondi a tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Salmos 119:11).

Para não errarmos, pois, a Palavra de Deus nos alerta: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22:29).

Como podemos ver pelos exemplos acima, e por diversos outros motivos que a Bíblia nos apresenta sobre as vantagens de aprender mais sobre Deus, os cristãos só têm a ganhar ao frequentar a EBD e os demais cultos de ensino da Palavra e adoração ao nosso Deus. 

3.3. A Igreja e a formação do caráter cristão na família
Em 2 Timóteo 3.1-4, percebe-se que a degeneração do caráter humano termina por afetar a Igreja de forma coletiva e o indivíduo, consequentemente, a família. Diante de tanta pressão proveniente de uma geração “corrompida e perversa” [Fp 2.15], é um grande desafio o processo de formação do caráter cristão nos membros das famílias. Principalmente das crianças e dos adolescentes. Pois não é possível isolá-los. Mas é possível que façam parte de uma geração que está avançando para que sejam “conformes à imagem” de Jesus Cristo, para a glória de Deus. Para tanto, as famílias precisam ter convicção da imprescindibilidade e possibilidade de tal formação cristã. Também cada família precisa promover em seu meio um ambiente propício para o desenvolvimento deste processo e não abrir mão da crucial parceria com a Igreja.

Comentário adicional:
A igreja é uma excelente auxiliadora da família no processo de formação da identidade cristã. Toda família precisa de instrução, mas, principalmente, as crianças e adolescentes, que estão em fase de desenvolvimento. E como deve ser essa formação? A Palavra de Deus nos ensina: “Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. Escrevei-as nos umbrais de vossa casa e nas vossas portas...” (Deuteronômio 11:19-21). Essa passagem nos mostra que o aprendizado é contínuo e não se limita a um determinado espaço. Vale destacar que os filhos prestam mais atenção nas nossas ações e atitudes do que no que dizemos. Portanto, não podemos nos apoiar na máxima “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Como a Palavra de Deus nos orienta: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mateus 5:37). Sejamos honestos com nossas orientações e ações. Assim, “pois zelamos pelo que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (2 Coríntios 8:21).

CONCLUSÃO
Não é possível separar a Igreja da família, pois ambas contribuem no plano de Deus para a multiplicação e preservação do ser humano, bem como no compartilhamento da fé e dos valores éticos e morais estabelecidos desde remotos tempos, os quais honram e glorificam ao Criador.

Comentário adicional:
Diante de toda argumentação, explicitamos que a igreja que tem compromisso com a Bíblia, pois exerce uma função singular na edificação e solidificação das famílias cristãs. Tire o máximo de proveito de sua Igreja local e use isso em seu favor para crescimento espiritual, domínio próprio, para influenciar os demais ao seu redor. Lembre-se, não existe receita de bolo para uma família feliz, mas existe um manual, que é a palavra de Deus. 

Referências bibliográficas:
COLE, Edwin Louis. Mulher única: sabedoria e visão para maximizar sua vida. Edwin Louis Cole e Nancy Colbert Cole. Tradução de. – 3ª edição - Pompeia. Universidade de Família, 2017.
IBADEP- Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Estado do Paraná. Família Cristã: Ministério da Igreja. 6º edição-agosto, 2006.

Sites consultados:
https://www.bibliaonline.com.br/ara/livros

Comentarista: DC. Cristiane Delfino.