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LIÇÃO 08 - A RELEVÂNCIA E IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA PENTECOSTAL PARA MANTER A IGREJA VIVA

25 de agosto de 2024

TEXTO ÁUREO

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” Atos 2.4

VERDADE APLICADA

Cada membro do Corpo de Cristo necessita buscar sempre ser cheio do Espírito Santo, para cumprir a missão que o Senhor nos entregou e um viver que agrada a Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Corrigir os erros doutrinários sobre o batismo no Espírito Santo;

Expor sobre o Pentecostes verdadeiramente bíblico;

Assegurar a identidade pentecostal da Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ATOS 2

1. E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;

2. E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

Veremos nessa lição alguns aspectos que compõem os fundamentos da Teologia Pentecostal Clássica: a crença na atualidade do batismo com o Espírito Santo, dos dons espirituais, perseverança no caminho da santificação e fervor no serviço cristão, enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo [1Ts 1.9-10; Tt 2.13].

1- O PENTECOSTES BÍBLICO

Desde o Antigo Testamento é possível atestamos que o derramamento do Espírito Santo é um aspecto do plano divino para o Seu povo [Is 44.3; 59.19-21; Jl 2.28- 29]. Cristo fala sobre o batismo no Espírito Santo como sendo “a promessa do Pai” [At 1.4]. O cumprimento se deu no dia de Pentecostes [At 2.1]. Desde então, a Igreja tem vivido de forma abundante a experiência pentecostal.

Comentário adicional:

O que é pentecostes?

O povo de Deus no Antigo Testamento celebrava a Festa de Pentecostes (Êxodo 23:16; Deuteronômio 16: 9 a 12). Na festa de "Pentecostes" (quinquagésimo dia, em grego) o SENHOR ordenava que o Seu povo festejar-se a provisão de Deus através dos frutos da colheita. A Festa acontecia 50 dias após a Páscoa (e, por isso, o nome “Pentecostes”) e era um mandamento para o povo de Deus. No entanto, o motivo pelo qual nós devemos nos lembrar do Pentecostes não está necessariamente associado com a colheita ou com a provisão de Deus – ainda que, de maneira correlata, estes temas ainda sejam importantes. A partir da Nova aliança, o Pentecostes é celebrado pela Igreja de Cristo porque 50 dias após a ressurreição de Jesus, o Senhor derramou o Seu Espírito sobre a vida dos discípulos. E, por causa disso, os discípulos foram capacitados de maneira poderosa para anunciar a salvação por meio da mensagem do Evangelho – eles seriam cheios de poder para serem “testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8). A igreja contemporânea deve continuar desejar por esse poder que vem do alto.

O que é Batismo com Espirito Santo?

O "Batismo com o Espírito Santo", também chamado de "Batismo no Espírito Santo" é um revestimento do alto que capacita os cristãos na divulgação do evangelho e edificação espiritual. O Batismo no Espírito Santo é a demonstração de uma experiência reconhecida, possível de ser vista, ouvida e entendida. Sendo Completamente diferente do ato da regeneração ou novo nascimento, o batismo no Espírito ocorre após a salvação (Jo 20.21,22; 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Gl 4.6). O batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte alicerce bíblico-teológico. Engana-se quem ache que o Batismo no Espírito Santo é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador.

A respeito do Batismo no/com Espírito Santo, a Declaração de fé das Assembleias de Deus nos diz:

CREMOS, no batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4;10.44-46; 19.1-7). (DECLARAÇÃO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS, 2016, p.13).

1.1 O Espírito prometido.

A Bíblia registra várias promessas do próprio Deus quanto ao envio do Espírito Santo [Zc 12.10; Jl 2.28-32]. Deus é aquele que fala e cumpre [Hb 6.18; Tt 1.2]. O derramamento do Espírito Santo, descrito em Atos 2, não significa que Ele somente passou a agir a partir daquele dia. É nítido no Antigo Testamento não somente a promessa do derramamento do Espírito Santo, mas também sua presença e ação desde a criação e ao longo dos acontecimentos antes da chegada do Messias [Gn 1.2; Êx 31.3; Ez 2.2]. Portanto, podemos afirmar que a promessa se referia a outras ações do Espírito Santo, além de serem mais intensas e abrangentes. O apóstolo Paulo fala do “ministério do Espírito” como sendo de maior glória em relação ao passado [2Co 3.8].

Comentário adicional:

Jesus prometeu que não deixaria seus seguidores sozinhos, o que se cumpriu no Pentecostes (João 15:26). Com a vinda do Espírito Santo, outras profecias do Antigo Testamento também foram cumpridas (Joel 2:28-29), (Isaías 44:3), (Ezequiel 39:29). Através desse maravilhoso cumprimento, dia de Pentecostes deu prova inquestionável:

• Da verdade das promessas de Deus - profecias do Antigo e Novo Testamentos;

• Da realidade do Evangelho e da missão de Cristo - O Espírito Santo é quem os faria lembrar das palavras de Cristo e revelaria o significado da Sua mensagem (João 14:26);

• Convence aos pecadores do pecado, do juízo e da justiça de Deus (João 16:8);

• Da verdade de Cristo aos corações dos salvos - O Espírito testifica ao nosso coração hoje que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que somos filhos de Deus (Romanos 8:16).

1.2 O Espirito derramado.

O dia histórico do Pentecostes foi o primeiro evento do derramamento do Espírito, também conhecido como a primeira evidência do batismo no Espírito Santo [At 2.1] e o cumprimento das profecias e da promessa de Jesus, recebida do Pai [At 2.16, 33]. O Senhor Jesus, antes da ascensão, ordenou aos Seus discípulos que ficassem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder para pregar o “arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações” [Lc 24.47-49; At 2.1]. O próprio Senhor informou que a promessa seria cumprida “não muito depois” [At 1.5]. Assim, quando Lucas informa que o derramamento se deu no dia de Pentecostes [At 2.1], então os discípulos não precisaram esperar muito. Vemos em Atos que a Igreja inicia com oração, perseverança, unidade e revestimento de poder [At 1.14; 2.1-4], pois os discípulos estavam firmados na Palavra do Senhor.

Comentário adicional:

O início do século I da era cristã foi um desafio e de prejuízo para as religiões pagãs do Império Romano. O derramamento do Espirito no Pentecostes deu início a um movimento oposto às crendices e às formas de religiões arcaicas e infrutíferas da época e que começou a desenvolver-se no seio de uma pequena comunidade. Esse movimento, cujo surgimento e desenvolvimento está narrado no livro de Atos dos Apóstolos, foi fruto do mover do Espírito Santo através e nos discípulos de Jesus Cristo, e até a nossa época este Espírito continua a mover-se no mundo.  Depois da vinda Jesus a terra, o acontecimento de mais importância é a vinda do Espírito Santo. A igreja nasceu no dia do Pentecostes. O maravilhoso do Pentecostes não foi “o vento veemente e impetuoso”, mas o fato de os discípulos terem sido cheios do Espírito para poder testemunhar aos homens. O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (Jo 16.7-11).

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1.8).

1.3 O resultado do derramamento do Espírito.

Quando lemos sobre resultado, precisamos estar atentos para não nos determos apenas ao falar em outras línguas. Pois, biblicamente, o derramamento do Espírito não resulta somente ao que acontece em um determinado momento, mas, como lemos nos registros de Lucas e nas epístolas, acarreta outras consequências, além do falar em outras línguas. Maior dinamismo, ousadia e intrepidez no anúncio da Palavra de Deus, edificação espiritual na vida do discípulo de Cristo, maior dedicação a oração e intercessão, poder no combate contra as forças do mal, capacitação para ajudarmos uns aos outros no Corpo de Cristo.

Comentário adicional:

Na conversão do pecador, o Espírito Santo habita no coração da pessoa com ação regeneradora e justificadora. No batismo, o Espírito atua sobre o crente e o enche plenamente revestindo-o com Seu poder. Jesus mesmo indicou o principal propósito do batismo com Espírito Santo em At 1.8, que é um revestimento de poder, capacitando e habilitando o crente a tornar testemunha poderosa do Senhor Jesus em toda terra.  O propósito é testemunhar a Cristo com coragem, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. O batismo no Espírito Santo significa experimentar a plenamente o Espírito. O batismo no Espírito Santo outorga ao cristão ousadia e poder celestial para realizar a obra em nome de Jesus Cristo e também a ter eficácia no seu testemunho.

Resultados genuínos do batismo com Espírito Santo.

O falar em outras línguas, conforme a Sua vontade para edificação (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

Mensagens proféticas e louvores (At 2.4,17;10.46;1Cor14.2,15);

Uma vida que glorifica a Deus (Jo 16.13,14; At 4.33);

Visões da parte do Espírito (At 2.17);

Manifestação de vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10);

Maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42;3.1;4.23-31);

Maior amor a palavra e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42);

O Espírito Santo quer nos batizar não apenas para orar em línguas, algo que é muito importante na vida do cristão, e nem para fazer muito barulho nos cultos, mas para sermos revestidos de poder e autoridade para testemunhar e ganhar almas para o Reino de Deus.

2- A IDENTIDADE PENTECOSTAL DA IGREJA

Precisamos manter a identidade pentecostal da Igreja de acordo com o padrão bíblico. O nosso foco neste tópico será trabalhar sobre o batismo no Espírito Santo, dons espirituais e atualidade dos dons.

2.1. O batismo no Espírito Santo.

Já vimos no tópico anterior que as Escrituras revelam e registram a diversidade de ações do Espírito Santo em diversos momentos ao longo do tempo. Este subtópico está enfatizando mais uma ação do Espírito Santo: o revestimento de poder visando capacitação dos discípulos de Cristo para serviço e testemunho. Assim, é uma ação do Espírito distinta de outras operadas pelo mesmo Espírito: regeneração, santificação, batismo no Corpo de Cristo [1Co 12.12-13]. O Credo da CONAMAD, publicado mensalmente no Jornal O Semeador, afirma que cremos: “No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade [At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7]. Trata-se de uma experiência própria da Nova Aliança, pois Jesus Cristo é o batizador [Jo 1.33].

Comentário adicional:

O batismo no Espírito Santo é a maior necessidade do Cristianismo atual. A maior necessidade de cada homem do mundo é receber Jesus como o seu Salvador. Mas a maior necessidade de cada cristão é receber o batismo no Espírito Santo e viver nesse poder. E essa bênção pertence a todos os crentes, em todos os tempos.

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Já havia a necessidade de receber poder no tempo dos apóstolos, hoje mais do nunca a igreja precisa receber desse poder, pois a situação no mundo continua a mesma ou pior, ainda somos totalmente dependentes de Deus para suportamos os dias maus. O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, transformou um grupo de seguidores em proclamadores valentes do evangelho. Isso nos desafia a refletir como estamos permitindo que o Espírito Santo trabalhe em nossas vidas. Será que estamos a abertos a ser transformados por Deus para impactar os que estão em nosso redor? Será que estamos dispostos a compartilhar o amor de Deus que nos alcançou? Amor imenso que nos tirou das trevas e nos trouxe para viver na sua luz!

2.2. Os dons espirituais.

Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à Sua Igreja, visando a expansão universal da Sua obra e a edificação dos santos. Há diversos dons mencionados em diferentes textos do Novo Testamento. Encontramos uma relação dos dons em 1 Coríntios 12. É possível dividi-los em três grupos: 1) Os dons de expressão verbal: dom de variedade de línguas [1Co 12.10], dom de interpretação de línguas [1Co 12.10; 14.13, 27] e dom de profecia [1Co 12.10; 14.3]; 2) Os dons de saber: o dom da palavra da sabedoria [1Co 12.8], o dom da palavra da ciência [1Co 12.8] e o dom de discernir os espíritos [1Co 12.10]; 3) Os dons de poder: dom da fé [1Co 12.9]; os dons de curar [1Co 12.9]; dom de operação de maravilhas [1Co 12.10].

Comentário adicional:

O termo “dom”, vem do vocábulo grego “charisma”, que tem o significado de: “donativo de caráter imaterial, dado de graça” (portalebd.org.br/2021).

A cidade de Corinto era uma verdadeira ponte transcontinental. Tudo passava por Corinto: os peregrinos, os mercadores e os diferentes tipos de pregadores. Era uma cidade cheia de novidades e também de muito pecado. Corinto era um dos centros dessas religiões de mistério com suas manifestações estranhas; entidades que entravam em pessoas, mudando-lhes a voz e os hábitos; adivinhações; clima de emoções tremendas; rituais os mais variados e extravagantes. Foi nesse ambiente e nesse contexto socioeconômico, cultural e religioso, aqui referidos, que viveu a Igreja de Corinto e que pregou o apóstolo Paulo. Foi naquele arriscado ambiente de sincretismo religioso que o apóstolo Paulo bradou: A respeito dos dons espirituais não quero, irmãos, que sejais ignorantes (2 Co 12.1).

Precisamos ser inteligentes para buscar com dedicação os melhores dons. Precisamos ser sábios para não confundir barulho com louvor, entusiasmo com consagração constante, emocionalismo com o verdadeiro quebrantamento espiritual. Além do mais, de acordo com a Sagrada Escrituras, os Dons foram preditos pelos profetas (Is 35:4-6; Jl 2:28;) e também prometido por Jesus (Lc 24:49; At 1:8), confirmado no dia de Pentecostes (At 2:1-4) que resultou na autenticidade do Evangelho (Mc 16:20; At 14:3; Hb 2:4) e na edificação da igreja de Cristo (ICo 12:7; 14:12,13).

2.3. A atualidade dos dons espirituais.

Ainda há os que acreditam que as manifestações dos dons espirituais, principalmente os relacionados em 1 Coríntios 12, cessaram após a conclusão do cânon do Novo Testamento e do fim da era apostólica. Contudo, não há base bíblica para a defesa desta linha de pensamento. Afinal, a Igreja, enquanto estiver nesta terra, continua precisando de edificação, exortação, consolação, curas, revestimento de poder para pregar o Evangelho. O apóstolo Pedro, logo após o derramamento do Espírito Santo, afirmou: “a promessa diz respeito a vós (…): a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” [At 2.39]. Ora, Deus continua chamando ao arrependimento, à conversão e concedendo revestimento de poder. Além de não encontrarmos nas Escrituras apoio para o cessacionismo, ainda temos o testemunho da história da Igreja que registra os muitos avivamentos ao longo dos anos.

Comentário adicional:

É possível que cheguemos à conclusão de que os dons ou parte deles cessaram, isso quando examinarmos as Escrituras com os óculos de uma tradição arcaica e cheia de vícios. No entanto no livro de Atos dos Apóstolos, o Evangelista, médico e sobretudo discípulo de Cristo, Lucas nos traz algo que seria suficiente para atestar a atualidade de todos os dons Espirituais, claro usando uma hermenêutica isenta. Lucas orientado pelo Espírito Santo crava nas sagradas escrituras as palavras de Pedro da seguinte forma: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2. 39). Destaco a parte final do versículo “a todos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”. Cabe aqui uma pergunta: Deus ainda está a chamar pessoas à salvação? Nenhum cristão em sã consciência negaria o fato de que Deus ainda chama pessoas à salvação; negar isso seria uma violação a toda a Escritura Sagrada.

Pedro relada que promessa do revestimento é para todos os que Deus chamar (salvos), logo, se Deus ainda chama pessoas a salvação, obviamente que essa promessa não cessou e assim o Batismo no Espírito Santo e os dons são uma realidade bem presente em nossos dias. Pedro declara que essa promessa (ver Jl 2.28; At 1.8; Lc 24.49), não foi algo exclusivo ao período apostólico, e não indica de maneira nenhuma que, os dons ou parte deles cessariam com o fechamento do cânon. Vemos aqui que, tanto o revestimento de poder como os dons, são realidades intrinsecamente ligadas à igreja, logo, não cessaram os dons, pois a igreja ainda está na terra.

3- MANTENDO A CHAMA PENTECOSTAL

Refletir sobre manter a chama pentecostal é continuamente ocupar nossa mente sobre a relevância de sermos perseverantes no cultivo de diversos aspectos que resultam da ação do Espírito Santo na Igreja após o Pentecostes. Neste tópico será ressaltado o viver em santidade, o andar em Espírito e o foco no cumprimento da missão da Igreja.

3.1. Viver em santidade.

O Pr. Paulo Leivas Macalão, por ocasião do cinquentenário de fundação do Ministério de Madureira (1979), afirmou que enquanto o mundo “evolui” para o pecado, a Igreja deve evoluir para a santidade. A razão para o crescimento da Igreja neste século (o então século XX) está na ação do Espírito Santo e na vida de santidade. Não pode haver uma coisa sem a outra. Santificação é uma das doutrinas que compõem o fundamento teológico das AD no seu nascedouro. Portanto, não apenas revestimento de poder, mas, também, santificação para um viver ético que resulta em ser luz e sal em um mundo corrompido e perverso [Ef 1.3-4; Fp 2.15; 1Pe 1.2, 15-16].

Comentário adicional:

Nossa natureza foi marcada pelo pecado desde da queda de Adão e Eva no Jardim, e o que teve como consequência a desobediência à vontade de Deus, e nos levou para distante de Sua Santidade (Romanos 5.12).  A respeito da santidade, o apostolo Pedro nos chama para refletirmos acerca da Santidade de Deus: "segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todos os vossos procedimentos, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1.15,16). Esse chamado de Santidade ao crente tem o modelo de santidade em Deus. Se somos seus filhos e servos de Deus, devemos buscar a santidade, assim como nosso Deus e Senhor é Santo. Mas isso não é uma tarefa fácil, em decorrência da marca do pecado. Nessa trajetória difícil, na busca pela santidade, o Espirito de Deus vem nos auxiliar, basta convidarmos. Quando experimentamos o novo nascimento, o Espírito Santo passa a habitar em nós. Ademais, temos a experiência do Espírito sobre nós, onde somos cheios dele e batizados nele. Vale destacar que a terceira pessoal da Trindade (o Espirito Santo) não é mais santa que o Deus Pai e o Deus Filho, pois estas pessoas da santíssima Trindade são igualmente santas, no entanto, cada uma exerce um importantíssimo papel em nossas vidas e é a terceira pessoa da trindade chamado de Espirito Santo que opera em nós Sua obra de nos fazer santos.

3.2. Viver no Espírito.

Viver no Espírito é o maior desafio para o crente. A natureza carnal herdada de nossos primeiros pais faz com que busquemos as coisas que não agradam a Deus. Quando as pessoas aceitam a Cristo como Salvador, tornam-se novas criaturas pelo processo salvífico da redenção [Jo 3.3; 2Co 5.17]. Entretanto, elas precisam viver no Espírito para ter um relacionamento espiritual e perseverante com Deus. Portanto, para viver no Espírito é preciso ter o Espírito Santo dentro de si [Jo 14.17]; ser guiado pelo Espírito [Rm 8.14]; ser cheio do Santo Espírito [Ef 5.18].

Comentário adicional:

A vida cristã é uma jornada cheia de desafios e aprendizados. A comunhão com Deus e o viver de acordo com os princípios bíblicos devem ser buscados constantemente pelo cristão O viver no Espírito é umas das chaves para uma vida plena e com qualidade. A vida no Espírito é uma vida em comunhão com Deus, onde somos habitados e guiados pelo Espírito Santo. É uma vida em que somos transformados e moldados à imagem de Cristo. Para viver uma vida no Espírito, precisamos buscar a Deus diariamente através da oração, da leitura da Bíblia e da comunhão com outros cristãos. Precisamos nos render a Deus e deixar que o Espírito Santo nos guie em todas as áreas de nossas vidas. Precisamos estar sensíveis ao Espírito Santo e a sua voz, e aplica seus ensinamentos e conselhos em nossas vidas. Também precisamos obedece-lo e deixar que Ele nos moldes na forma de Cristo.

E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus (Rm 8.11 a 15).

3.3. Viver em ação.

São inúmeros os textos bíblicos que apontam para uma vida de serviço por parte do povo de Deus, como resultado da ação transformadora do Senhor na vida das pessoas. Fomos libertados pelo Senhor para sermos dEle e O servirmos [Lc 1.74]. Mulheres que foram curadas e libertadas, seguiam a Cristo e O serviam [Lc 8.2-3]. Paulo diz que os membros da Igreja em Tessalônica se converteram a Deus “para servir ao Deus vivo e verdadeiro” [1Ts 1.9]. Importante destacarmos neste tópico que o serviço a Deus também é demonstrado enquanto servimos aos nossos irmãos em Cristo [Hb 6.10]. Todos os nascidos de novo são vocacionados para uma vida de serviço, para edificação da Igreja e a glória de Deus [Ef 4.1, 16].

Comentário adicional:

O Espírito Santo também opera em nós para produzirmos o fruto do Espírito, conforme descrito em Gálatas 5:22-23. Ele nos qualifica a desenvolvermos características como amor, alegria, paz, paciência e bondade. Essa transformação é um sinal tangível de Sua presença em nossas vidas. Ele nos concede dons espirituais para servirmos a comunidade e edificarmos a igreja (1 Coríntios 12:4-11). Somos guiados, capacitados e transformados pelo poder do Espírito Santo o que produz frutos em nossas vidas. Portanto, é fundamental buscarmos intimidade com o Espírito Santo, deixando Ele operar em nós de maneira plena, de modo que nossas vidas glorifiquem a Deus e refletem o Seu amor e graça. Sem o Espírito Santo, estaríamos perdidos em nossas próprias forças.

CONCLUSÃO

Precisamos manter essa chama pentecostal, nossa identidade construída ao longo dos anos; devemos primar pela ortodoxia e ortopraxia bíblica, não permitindo que os modismos baseados em experiências pessoais sejam colocados acima dos princípios das Sagradas Escrituras.

Comentário adicional:

Diante do exposto, concluímos que o batismo no Espírito Santo é mais do que uma promessa. O projeto de Deus de revestir seus filhos com poder para testemunhar das maravilhas e grandezas do Senhor, e também da salvação e de uma vida de servir a ele e a igreja é fielmente cumprida. Deus jamais revogou a sua promessa, e até que o Senhor Jesus Cristo, que é Misericordioso, seja manifesto como descrito pelo apóstolo Paulo, podemos nos desfrutar com o cumprimento dessa promessa. O nosso Deus é maravilhoso, ele salva, cura e batiza, mostrando que é e sempre será o Deus todo poderoso, que faz a obra completa na vida dos que o obedecem e O buscam.

REFERENCIAS:

·      Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 08 - A relevância e importância da doutrina pentecostal para manter a igreja viva.

·      Bíblia do obreiro /Almeida atualizada

·      Os Evangelhos e Atos/ IBADEP-Teologia

·      https://www.ebdpanorama.com/2022/10/licao-4-batismo-com-o-espirito-santo.html

·      https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/6127-licao-3-o-batismo-no-espirito-santo-v

·      https://ministerioceo.com.br/o-batismo-com-o-espirito-santo/

·      https://adeb.com.br/estudos/o-batismo-no-espirito-santo

· https://www.apregoandoabiblia.com/post/o-batismo-no-esp%C3%ADrito-santo-e-a-atualidade-dos-dons-espirituais

·      https://blog.ctecvidacrista.com.br/a-atualidade-dos-dons-espirituais/

·      https://verbodavida.org.br/blog/bud-wright/batismo-no-espirito-santo

·  https://bibliotecadopregador.com.br/como-e-viver-uma-vida-no-espirito-segundo-a-biblia/

·    https://assembleia.org.br/wp-content/uploads/2017/07/declaracao-de-fe-das-assembleias-de-deus.pdf

COMENTARISTA DA LIÇÃO:

Diácono Wagner Delfino – ADTAG 316 - Samambaia Sul - DF 

LIÇÃO 07 - A RELEVÂNCIA DA IGREJA PARA O CRESCIMENTO E A VIDA DO CRISTÃO

18 de agosto de 2024

 TEXTO ÁUREO

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, o varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Efésios 4.13

VERDADE APLICADA

A vida do discípulo de Cristo, que inicia no novo nascimento, deve ser uma vida de contínuo desenvolvimento e crescimento em Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apontar a relevância da Igreja na vida do cristão.

Esclarecer que a Igreja de Cristo é um corpo vivo,

Conscientizar cristãos sobre participação e vida no Corpo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

EFÉSIOS 4

11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

12. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,

13. Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

14. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

A Igreja desempenha um papel fundamental no crescimento do cristão, pois proporciona ao mesmo um ambiente de comunhão, apoio mútuo, fortalecimento da fé e encorajamento em momentos de dificuldades.

1- O MINISTÉRIO AJUDA NO CRESCIMENTO CRISTÃO

Vejamos, portanto, a relevância da contribuição do ministério para o crescimento da vida cristã.

1.1. A importância dos líderes ministeriais.

Em Efésios 4.11-12 está escrito que Deus dá à Igreja líderes ministeriais visando o aperfeiçoamento dos santos, ou seja, o desempenho do seu serviço e a edificação do Corpo de Cristo. Vemos assim que a diversidade de ministério é essencial para o crescimento da vida cristã, como, por exemplo: o pastor acolhe e alimenta, o evangelista estimula a evangelização e o crescimento da Igreja, o mestre promove o crescimento por meio do ensino da Palavra e o profeta encoraja e produz avivamentos. Todos esses são ministérios essenciais para a vida cristã.

Comentário adicional:

Os líderes ministeriais são fundamentais nas igrejas, guiando, inspirando e cuidando do rebanho espiritual. Eles transmitem a fé, servem como modelos de caráter cristão, oferecem cuidado espiritual, estabelecem a visão da igreja e promovem a unidade entre os membros. Além disso, desenvolvem novos líderes para futuras gerações. As qualidades essenciais de um bom convívio na Igreja e o Crescimento Cristão: Um Ambiente Propício para a Transformação.

1.2. O ensino promovia crescimento à Igreja Primitiva.

Uma das verdades que caracterizam essa Igreja é porque era uma Igreja que aprendia, ou seja, crescia pela doutrina ou ensinamento dos apóstolos [At 2.42]. A fidelidade ao ensino dos apóstolos era a primeira marca da Igreja que crescia. A perseverança no estudo e no aprendizado deve se tornar uma das marcas da Igreja, só assim ela poderá crescer, fortalecer e vencer os muitos embates da vida. Uma revitalização do ministério do ensino na Igreja hoje traria um crescimento saudável como o foi na Igreja Primitiva [At 9.31]. O ministério do ensino alcançou seu apogeu no próprio Cristo. Ele foi muito mais conhecido como mestre do que como pregador, ou talvez, ele pregasse ensinando, que é o verdadeiro ideal.

Comentário adicional:

O ensino foi crucial para o crescimento da Igreja Primitiva, marcada pela fidelidade aos ensinamentos dos apóstolos (Atos 2:42). A perseverança no aprendizado fortaleceu a Igreja e possibilitou um crescimento saudável (Atos 9:31). A revitalização do ministério do ensino, inspirada no exemplo de Jesus como o supremo Mestre, é essencial para a Igreja contemporânea. Jesus era conhecido por seus ensinamentos profundos e sua abordagem envolvente. Seguir seu exemplo e revitalizar o ensino nas igrejas pode aprofundar a fé dos membros, preparar novos líderes, atrair novos crentes e fortalecer a comunidade. O ensino deve ser um pilar fundamental para o crescimento espiritual e numérico da Igreja, guiando-a rumo a um futuro promissor.

1.3. A importância dos mestres para o crescimento da Igreja.

Paulo foi um dos maiores mestres do cristianismo de todos os tempos, mas ele mesmo teve mestres em sua vida [At 22.3]. Após a sua conversão, foi extremamente ajudado por Barnabé [At 9.26-27; 11.25-26]. Embora muitas vezes esquecido, Barnabé foi de fundamental importância no crescimento do ministério de Paulo. O apóstolo dos gentios aprendeu a lição e no exercício do seu ministério teve muitos filhos na fé, dentre os quais se destaca Timóteo [1Tm 1.2]. A grande verdade é que todo crente precisa reconhecer o valor daqueles que ensinam [Hb 13.7, 17].

Comentário adicional:

Paulo, um dos maiores mestres do cristianismo, foi instruído pelo renomado rabino Gamaliel, o que formou sua base de conhecimento (Atos 22:3). Barnabé, como mentor de Paulo, foi crucial em sua integração com os apóstolos e sua proteção contra perseguições (Atos 9:26-27; 11:25-26). Paulo, por sua vez, discipulou líderes como Timóteo, transmitindo seu conhecimento e experiências (1 Timóteo 1:2). Reconhecer e valorizar os mestres na fé, que nos guiam espiritualmente, é fundamental (Hebreus 13:7, 17). O discipulado é vital para a Igreja moderna, fortalecendo a fé, desenvolvendo habilidades e expandindo o evangelho. Honrar os mestres e investir no discipulado perpetua um legado de fé e amor, promovendo crescimento espiritual e congregacional.

2- O CONVÍVIO NA IGREJA E O CRESCIMENTO CRISTÃO

A qualidade do ambiente em cujo contexto alguém está inserido exerce forte influência sobre essa pessoa. Vejamos, portanto, como o ambiente da Igreja contribui para o crescimento dos seus membros.

Comentário adicional:

Igreja desempenha um papel crucial no crescimento espiritual dos cristãos, proporcionando um ambiente que favorece o desenvolvimento da fé. Ela oferece nutrição espiritual através de sermões, estudos bíblicos e grupos de discussão, criando um espaço para comunhão, apoio e aprendizado mútuo. Além disso, a Igreja incentiva o serviço ao próximo e promove a prestação de contas entre os membros, o que fortalece os laços comunitários e o crescimento individual.

O crescimento cristão na Igreja é um processo dinâmico, que envolve o aprofundamento da fé, o desenvolvimento de dons espirituais e a superação de desafios. A interação com outros crentes enriquece a jornada espiritual, tornando-a mais significativa e completa.

2.1. O ambiente na Igreja.

O amplo sistema de apoio da comunidade cristã é um dos maiores benefícios de ser cristão. Crescer na vida cristã, apesar de ser uma necessidade individual, é também coletiva. Unir-se a uma Igreja local é crucial no processo de crescimento, aperfeiçoamento e amadurecimento do discípulo de Cristo. É a convivência na comunidade de fé que oportuniza a prática da mutualidade, caracterizada pela expressão frequente nas páginas do Novo Testamento – “uns aos outros”, na edificação, admoestação, suportando, exortando, ajudando, estimulando. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes” [Ef 4.14]. O texto de Romanos 15.1-2 nos recomenda a compreender os fracos.

Comentário adicional:

A Igreja atua como um amplo sistema de apoio que enriquece a jornada cristã, proporcionando benefícios significativos para o crescimento individual e coletivo dos membros.

Benefícios da Comunidade Cristã:

Comunhão e Fraternidade: Oferece um ambiente acolhedor onde os crentes compartilham experiências e oferecem apoio mútuo, fortalecendo a fé.

Crescimento em Maturidade: Interagir com crentes em diferentes estágios da fé serve como inspiração e modelo de maturidade.

Discipulado e Ensino: Proporciona oportunidades para aprofundar o conhecimento bíblico, desenvolver dons espirituais e viver conforme os ensinamentos de Cristo.

Prestação de Contas: Permite que os membros prestem contas da fé uns aos outros, promovendo o crescimento e a confiança mútua.

Força da Mutualidade:

A mutualidade é crucial para o crescimento na fé e inclui:

Edificação: Incentivar e fortalecer uns aos outros.

Admoestação: Oferecer correções e conselhos com amor.

Suporte: Praticar compaixão e cuidado.

Exortação: Motivar e inspirar a viver conforme os ensinamentos de Cristo.

Ajuda: Oferecer suporte prático e emocional.

Estímulo: Celebrar conquistas e vitórias.

Impacto da Comunidade:

Aprofundar a Fé: Participação em estudos e grupos de discussão desafia e enriquece a compreensão da fé.

Desenvolver Dons: Identificar e usar dons espirituais para servir à comunidade.

Fortalecer o Caráter: Interação com outros crentes ajuda no crescimento em santidade.

Viver em Amor e Unidade: Ensina a amar e perdoar, refletindo a imagem de Deus.

2.2. O ambiente na Igreja não é perfeito.

Os conflitos e desafios vividos dentro da Igreja quando enfrentados com amor são elementos poderosos para o crescimento cristão. Há muita gente focando somente os defeitos na Igreja e vivem em busca de uma Igreja perfeita, isso é uma triste ilusão, não há perfeição onde se encontram seres imperfeitos, e a Igreja é composta por pessoas imperfeitas. A Bíblia diz que todos nós estamos em um processo de crescimento que não terminará aqui [Pv 4.18], por isso, somos ensinados a suportar o irmão [Ef 4.2], isso significa ser paciente com ele nas suas fraquezas e falhas, ajudar a carregar o fardo um do outro [Gl 6.2] e a perdoar aqueles que nos ofendem [Ef 4.32]. Todas essas atitudes e muito mais nos conduzem ao crescimento cristão.

Comentário adicional:

A Igreja, enquanto comunidade de crentes, é frequentemente comparada ao corpo de Cristo. Assim como o corpo humano, a Igreja é composta de membros diversos, com diferentes experiências, personalidades e pontos de vista.

A Imperfeição Humana na Igreja

Seres Humanos, Seres Imperfeitos: Todos os membros da Igreja são seres humanos, e como tal, estão sujeitos a falhas, fraquezas e limitações. Nossas experiências de vida, nossas personalidades e até mesmo nossas interpretações da Bíblia podem divergir, gerando conflitos.

Histórias de Vida Diferentes: Cada pessoa traz consigo uma bagagem única, marcada por traumas, alegrias, sucessos e fracassos. Essas experiências moldam nossa visão de mundo e podem influenciar a forma como interagimos com os outros na igreja.

A Igreja não é um lugar perfeito, mas pode ser um lugar de crescimento. A Igreja é composta por pessoas imperfeitas, então haverá conflitos. Esses conflitos podem ser oportunidades de crescimento se abordados com amor e sabedoria.

2.3. O serviço na Igreja é fundamental para o crescimento.

Fomos chamados para servir [1Ts 1.9], deixar os ídolos e servir ao Deus vivo e verdadeiro. Assim como um homem cresce com o seu trabalho, igualmente crescemos na vida cristã, quando servimos ao Senhor.

Comentário adicional:

O serviço na igreja é fundamental para o crescimento espiritual cristão. Servir a Deus e ao próximo é um mandamento de Jesus, e através do serviço, experimentamos crescimento espiritual e contribuímos para a comunidade. Há muitas maneiras de servir na igreja, e servir traz diversos benefícios.

Uma maneira de servir é contribuindo com o evangelismo.

Ensino da palavra para desenvolver um crescimento espiritual conforme Mateus 28:19,20.

3- A LEI DO CRESCIMENTO POR MEIO DO FAZER

Atos 1.1 registra que Lucas relatou a Teófilo tudo que Jesus começou a fazer e a ensinar. O fazer é um princípio presente na vida de Cristo. Ele não só ensinou, Ele fez. O fazer gera experiência e crescimento. Tudo aquilo que não é exercitado tende a atrofiar, mirrar e secar. Assim também é na vida cristã, os dons e capacidades que Deus nos deu precisam ser desenvolvidos. Dessa forma, vemos que não há automatismo. Por isso, Paulo ordenou a Timóteo para despertar, avivar o dom que havia recebido [2Tm 1.6].

Comentário adicional:

A lei do crescimento por meio do fazer, um conceito presente em diversas áreas, desde o desenvolvimento pessoal até o empreendedorismo, postula que a melhor forma de aprender e evoluir é através da prática. Ao colocarmos em prática os conhecimentos teóricos, desenvolvemos habilidades, adquirimos experiência e, consequentemente, crescemos.

Quando Paulo fala para Timoteo desperta o dom que a nele [2 Timoteo 1.6] ele está falando claramente, põem em pratica o que já recebeu do Senhor.

3.1. Como desenvolver os talentos recebidos de Deus.

Só se aprende fazendo, ninguém aprende a dirigir sem pegar no volante, nem aprende a nadar sem entrar na água, de igual modo a nossa fé, a nossa vida espiritual só se desenvolve à medida que é colocada em ação. Quando você negocia os seus talentos, eles aumentam e também a sua capacidade de administrar [Mt 25.20].

Comentário adicional:

A ideia de que Deus nos dota de talentos únicos e especiais é um conceito presente em diversas religiões e filosofias. Mas como podemos identificar e desenvolver esses dons para glorificar a Deus e impactar positivamente o mundo ao nosso redor, Deus nos dota de talentos únicos e especiais. Ao descobrirmos e desenvolvermos esses talentos, podemos usá-los para servir a Deus e causar um impacto positivo no mundo.

 3.2. A lei do Crescimento está presente na vida cristã.

O crescimento espiritual não é uma opção que devemos escolher, mas um imperativo que temos que obedecer. Em 2 Pedro 3.18 somos ordenados a crescer em graça e conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. O cristão só tem uma opção: crescer e crescer. A vida cristã já foi comparada a andar de bicicleta: a pessoa precisa pedalar, pois se parar não conseguirá se manter. É digno de nota a ênfase que o apóstolo Pedro dá ao crescimento espiritual dos que estão em Cristo: 1 Pedro 2.2; 2 Pedro 1.5; 3.18. A vida do discípulo de Cristo é uma vida de desenvolvimento. Não podemos nos acomodar, pois ainda não alcançamos a plenitude [Ef 4.13]. Crescimento é o que se espera daquele que nasceu de novo [1Pe 1.23]. Trata-se, assim, de um processo contínuo e imprescindível para não sermos inoperantes e improdutivos [2Pe 1.8].

Comentário adicional:

A Bíblia, como guia para o cristão, está repleta de passagens que incentivam o crescimento:

Romanos 12:2: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que proveis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."  

II Pedro 3:18: "Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre. Amém." 

Mas o que significa essa lei do crescimento na prática da vida cristã?

Relacionamento com Deus: O crescimento espiritual começa com um relacionamento íntimo com Deus. Através da oração, do estudo da Bíblia e da comunhão com outros cristãos, fortalecemos nossa conexão com o Divino.

Fruto do Espírito: O crescimento espiritual se manifesta no desenvolvimento dos frutos do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e domínio próprio.

Serviço: Ao servir aos outros, colocamos em prática nossa fé e demonstramos nosso amor por Deus e pelo próximo. O serviço é um terreno fértil para o crescimento espiritual.

Superação de desafios: A vida cristã não é isenta de desafios. Ao enfrentarmos dificuldades e superá-las, crescemos em maturidade e fé.

Renovação da mente: A mente do cristão precisa ser renovada pela Palavra de Deus. Ao renovarmos nossos pensamentos, alinhamos nossa vida com a vontade de Deus.   

3.3. Essa é uma lei para hoje.

Paulo recomendou a Timóteo que, assim como havia ouvido dele, também transmitisse a homens fiéis, que, por sua vez, também transmitissem a outros e assim sucessivamente, ou seja, esses princípios devem permanecer em pleno vigor em nossos dias até a volta gloriosa de Cristo [2Tm 2.2]. Se não nos preocuparmos em formar a geração de hoje, pode acontecer conosco o mesmo que aconteceu nos tempos dos juízes: após a morte de Josué, levantou-se uma nova geração “que não conhecia ao Senhor, tampouco a obra que fizera a Israel” [Jz 2.10].

Comentário adicional:

"Essa é uma lei para hoje", quando aplicada ao contexto bíblico apresentado (2 Timóteo 2:2 e Juízes 2:10), adquire uma profundidade e relevância significativas. Ela nos convida a uma reflexão sobre a natureza da verdade espiritual e a importância da transmissão contínua dos princípios bíblicos através das gerações.

A Perpetuidade da Verdade:

Princípios Atemporais: A passagem em 2 Timóteo 2:2 enfatiza a natureza atemporal dos ensinamentos apostólicos. Paulo não apenas instrui Timóteo a transmitir esses ensinamentos, mas também indica que eles devem ser transmitidos sucessivamente, sem interrupção. Isso sugere que os princípios bíblicos são relevantes para todas as épocas e culturas.

Relevância Contemporânea: A afirmação "Essa é uma lei para hoje" destaca a pertinência desses princípios para a nossa realidade atual. Os desafios e as tentações que enfrentamos podem mudar, mas a natureza humana e as verdades espirituais permanecem as mesmas.

Responsabilidade da Igreja: A Igreja, ao longo da história, tem a responsabilidade de preservar e transmitir a fé cristã às gerações futuras. Essa é uma tarefa crucial, pois a saúde espiritual da igreja depende da fidelidade à Palavra de Deus.

O Perigo do Esquecimento:

O relato em Juízes 2:10 serve como um alerta sobre o que acontece quando uma geração não transmite a fé aos seus filhos. A nova geração, desconhecendo a história e os feitos de Deus, torna-se vulnerável à idolatria e à apostasia.

Aplicações Práticas para Hoje:

Discipulado: É fundamental que cada cristão se envolva em algum tipo de discipulado, seja como discípulo ou como mentor. A transmissão da fé deve ser um processo contínuo e intencional.

Educação Cristã: As igrejas devem investir em programas de educação cristã que ajudem os jovens a compreender os princípios bíblicos e a aplicá-los em suas vidas.

Exemplo Pessoal: Os líderes cristãos devem ser exemplos vivos da fé que professam. Sua vida deve ser um testemunho da transformação que ocorre através de Cristo.

Uso dos Meios de Comunicação: As tecnologias digitais podem ser poderosas ferramentas para a disseminação da Palavra de Deus. É importante utilizar esses recursos de forma estratégica para alcançar as novas gerações.

CONCLUSÃO

Vimos nesta lição que o crescimento e desenvolvimento do discípulo de Cristo ao longo da jornada cristã nesta terra passa, necessariamente, pela convivência em uma Igreja local, pelos cuidados recebidos por parte daqueles que o Senhor Jesus concede à Igreja para o exercício de diferentes ministérios e pelo interesse e comprometimento pessoal de cada um, “até que todos cheguemos (…) à medida da estatura completa de Cristo” [Ef 4.13].

Comentário adicional:

O crescimento e desenvolvimento espiritual de um discípulo de Cristo são processos contínuos que ocorrem em vários contextos. Primeiramente, a convivência em uma Igreja local é essencial, pois proporciona um ambiente de apoio, ensino e comunhão. Além disso, os cuidados recebidos de líderes ministeriais, designados por Jesus para diversos ministérios, são cruciais para guiar e nutrir os fiéis. Finalmente, o interesse e o comprometimento pessoal de cada crente são indispensáveis para alcançar a maturidade espiritual, conforme descrito em Efésios 4:13: "até que todos cheguemos à medida da estatura completa de Cristo". Essa combinação de fatores é fundamental para o desenvolvimento integral do cristão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ø Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 7 – A relevância da Igreja para o crescimento e a vida do cristão.

Ø https://chatgpt.com/

Ø https://gemini.google.com/app/aa842479cbea1ba6

Øhttps://escolabiblicadominical.org/licao-07-a-relevancia-da-igreja-para-o-crescimento-e-a-vida-do-cristao/

COMENTARISTA DA LIÇÃO

Presbítero Josivan - ADTAG 316 – Samambaia Sul - DF


LIÇÃO 06 - A RELEVÂNCIA DA IGREJA CUMPRIR O SEU PAPEL NA INTEGRAÇÃO E DISCIPULADO AGREGADOR

11 de agosto de 2024

TEXTO ÁUREO

“Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.” Romanos 15.7

VERDADE APLICADA

É dever de cada membro do Corpo de Cristo participar do processo de integração dos novos convertidos à nova vida, à nova comunidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar a necessidade de integração à Igreja;

Explicar a funcionalidade da integração na Igreja;

Expor sobre o envolvimento da Igreja na integração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

EFÉSIOS 4

1. Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,

2. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,

3. Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.

4. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;

5. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;

6. Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

Será enfatizado nesta lição a relevância do ministério da integração em uma Igreja local. Não apenas anunciar o Evangelho, mas, também, ajudar e acompanhar os novos convertidos no engajamento na comunhão da Igreja e no servir a Jesus Cristo, como fez Barnabé com o então recém-convertido Saulo [At 9.26-28; 11.25-26].

Comentário Adicional:

O Ministério de Integração nasceu a partir da necessidade apresentada pela igreja de acolher as pessoas após sua decisão por Cristo. A maioria não prosseguia na fé e acabavam por se afastar. Com base neste fato foi idealizado um ministério que daria assistência exclusiva as pessoas que se decidissem por Cristo, ajudando-as a dar o primeiro passo na fé, incentivando-as a manterem-se firmes na decisão que haviam tomado integrando-as a igreja de Cristo Jesus. A missão desse ministério é acolher os visitantes com amor, espontaneidade, simpatia e autêntico interesse por suas necessidades, a fim de integra-los ao Corpo de Cristo.

Fonte: https://pibcasimiro.org.br/?p=2178

1- A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO

Há pelo menos três aspectos essenciais na promoção da constante e imprescindível prática da integração: criar um ambiente acolhedor no primeiro contato; indicar que essa é uma relevância bíblica, e, por último, ajudar a segurar os frutos do evangelismo.

1.1. Gerar um ambiente receptivo aos visitantes.

A recepção aos visitantes é, certamente, a grande responsável por causar a primeira impressão nos recém-chegados. Afinal, um cumprimento, um sorriso, uma orientação e um auxílio iniciais fazem toda a diferença na chegada dos visitantes. Dentro do ministério de integração, a recepção tem por missão fazer com que cada pessoa que chega à Igreja, sinta-se especial. Isso é feito desde a chegada de uma pessoa na porta da Igreja com um sorriso, um “seja bem-vindo” sincero, uma placa especial, através de um presente, de uma lembrança da Igreja, de um folder de boas-vindas e que contenha informações relevantes. No geral, o ministério da integração trabalha na recepção como voluntários hospitaleiros – como se fossem os donos da casa que fazem de tudo para a visita sentir-se, também, em casa.

Comentário Adicional:

Receber bem não deve ser apenas um gesto de aperto de mão, mas sim um sentimento que vem de dentro, do coração. O propósito de uma Igreja Acolhedora é dar a melhor impressão do amor de Jesus, tanto aos visitantes como aos seus próprios membros. Cativar pessoas para Cristo deve ser a missão de vida de cada cristão.

O Espírito Santo conduz as pessoas à igreja, e a nossa responsabilidade é fazer o melhor para atendê-las. A vida de Cristo nesta terra foi uma vida de serviço e de amor. Foi com amor que o Senhor Jesus atraiu pessoas e alcançou corações carentes pela palavra. Desde os tempos da igreja primitiva é possível perceber uma preocupação sobre como receber e tratar bem as pessoas. O livro de Atos menciona: “Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja…” Atos 15:4.

1.2. A relevância bíblica da integração.

A Igreja Primitiva é um grande exemplo de uma Igreja que integrava os novos convertidos na comunidade cristã. Atos 2.47 diz: “(…) E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar” O Senhor acrescentava e a Igreja cuidava. Eles não ficavam dispersos, eles passavam a viver na dinâmica comunhão da Igreja, onde todas as barreiras entre eles foram derrubadas [Cl 3.11] e onde tudo era partilhado [At 2.44]. De forma particular, temos o exemplo de Barnabé, que foi de fundamental importância para integrar o apóstolo Paulo no seio da Igreja. Ninguém acreditava em Paulo [At 9.26], mas Barnabé o levou consigo e o apresentou aos apóstolos [At 9.27]. Fez isso uma segunda vez quando integrou Paulo ao corpo ministerial da igreja de Antioquia [At 11.25- 26]. Todos os membros e obreiros das nossas igrejas deveriam seguir o exemplo de Barnabé.

Comentário Adicional:

A integração bíblica reconhece nossa necessidade da habitação do Espírito Santo para dar a todos os filhos de Deus o desejo e o poder de fazer o que Lhe agrada em tudo (Fp 2:13). A integração bíblica rejeita toda tentativa de separar qualquer parte do mundo de Deus da Sua influência.

Aqui estão quatro maneiras de você ajudar os membros novos e os que estão retornando à Igreja a se sentirem aceitos:

1. Ser um amigo na fé;

2. Inclua todas as pessoas;

3. Envolva-se e interaja com as pessoas, crie laços;

4. Viver o evangelho, tornar-se discípulos.

1.3 É importante porque segura os frutos do evangelismo.

Segundo o saudoso pastor Valdir Bícego: “De cada cem pessoas que aceitam o evangelho, apenas dez descem às águas batismais e dessas apenas três permanecem após o primeiro ano’: Essa triste estatística é resultado direto de uma falta de integração dinâmica no seio da Igreja. Uma criança recém-nascida se não for cuidada terá apenas poucas horas de vida, de igual modo é o novo convertido, se não for cuidado não permanecerá na Igreja, nem tampouco na fé que abraçou em Cristo Jesus. Uma criança no processo de desenvolvimento necessita de alimentação adequada, cuidados de higiene, ajuda para começar a andar, aprender a falar, ajuda para alimentar-se sozinha, tudo isso também é aplicado à vida do novo convertido no seu processo de crescimento espiritual. Se for ajudado, crescerá saudável [1Pe 2.2], e, por sua vez, integrará a outros no futuro.

Comentário Adicional:

A integração bíblica reconhece nossa necessidade da habitação do Espírito Santo para dar a todos os filhos de Deus o desejo e o poder de fazer o que Lhe agrada em tudo (Fp 2:13). A integração bíblica rejeita toda tentativa de separar qualquer parte do mundo de Deus da Sua influência.

Alguns aspectos que precisam ser considerados no processo de Integração Eficaz:

1. Doutrinação (Na religião, a doutrina refere-se aos ensinamentos fundamentais e princípios de uma fé específica, estabelecendo as crenças essenciais que os seguidores devem adotar).

• A doutrinação do novo convertido consiste no ensino das verdades centrais da fé cristã.

• Base para o amadurecimento da vida espiritual.

• O discipulado deve ser iniciado no ato da conversão por meio de um discipulado experiente e dedicado exclusivamente para sua doutrinação (At 2.41-43).

Para refletirmos: Na igreja que você congrega tem o discipulado individual?

2. Integração (É o ato de acolher, acompanhar, discipular, evangelizar, relembrar e buscar).

• Sem a integração social do novo crente, sua doutrinação torna-se ineficaz.

• O novo convertido precisa sentir que é parte da família de Deus.

• Receber e compartilhar o amor cristão (At 2.44).

 • João sabia que, se os cristãos não se amassem mutuamente, jamais se sentiriam parte do corpo de Cristo.

• Por isso, não cessava de exortar a Igreja. O amor que integra não compreende apenas palavras, mas ações efetivas (1Jo 3.18).

Para refletirmos: Você tem auxiliado na integração do novo convertido?

3. Treinamento (É um conjunto de ações educacionais dentro de uma igreja, nesse contexto) criadas para aprimorar o conhecimento e as habilidades dos membros, novos membros e convertidos, ao mesmo tempo em que fornece informações e instruções sobre como melhor desempenhar a vida cristã).

• Ainda na fase da doutrinação e da integração, o novo convertido deve ser treinado a fazer novos discípulos.

• Exemplo do endemoninhado gadareno (Lc 8.39).

• Quanto mais cedo o novo convertido for treinado para ser discipulador, maiores e melhores serão os resultados.

• A igreja deve investir na formação de discipuladores.

Para refletirmos: Na sua igreja há treinamento de discipuladores?

4.Identificação (Compreendemos que identidade cristã é a apreensão de todo um conjunto de experiências presentes nos conteúdos da tradição e prática em seguir a pessoa do Senhor Jesus Cristo).

• Esta fase somente será eficaz se as anteriores forem bem executadas.

• A plenitude do discipulado radical será levar o novo crente a ser conhecido, através de seu testemunho e postura, como seguidor de Cristo.

• Os crentes primitivos, em virtude de seu compromisso com Jesus, eram conhecidos como cristãos (At 11.26).

• O testemunho é fundamental para a identificação do cristão. Ele influenciará o meio em que o cristão está inserido.

Para refletirmos: As pessoas identificam você como um seguidor de Cristo?

2- A INTEGRAÇÃO PLENA DO NOVO CONVERTIDO

Devemos ter em mente que o processo de evangelismo não termina na conversão, mas que o converso, uma vez alcançado, precisa ser integrado à vida da Igreja e aos trabalhos que a mesma executa. Através da integração espiritual, eclesiástica e social, o novo convertido reforça a sua vida cristã e encontra o seu lugar no reino de Deus.

2.1. Integração espiritual.

A integração espiritual é obra do Espírito Santo, desenvolvida no ato em que a pessoa crê que Jesus é o seu salvador pessoal. É o Espírito Santo pela regeneração que faz o pecador participante do corpo de Cristo. Todavia, cabe à Igreja conduzi-lo a tomar parte nas bênçãos de Deus decorrentes da salvação, levando-o a buscar o batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e desenvolver o fruto do Espírito.

Comentário Adicional:

O discipulado é fundamental para o crescimento saudável da igreja e para a formação de discípulos maduros e comprometidos. É através do discipulado que os novos convertidos são ensinados a viver de acordo com os princípios e valores do Reino de Deus, a desenvolverem uma vida de oração e intimidade com Deus, a estudarem a Bíblia e a se envolverem em obras de serviço e evangelismo.

Passos para discipular Novos Convertidos

1. Relacionamento: O discipulado começa com um relacionamento genuíno e acolhedor.  É importante estabelecer uma conexão pessoal com o novo convertido, demonstrando interesse por sua vida e suas necessidades.

2. Ensino: O discipulador deve ensinar os fundamentos da fé cristã, como a salvação, o perdão dos pecados, a importância da comunhão com outros crentes e a prática da Palavra de Deus.

3. Acompanhamento: O discipulador deve acompanhar de perto o discípulo, oferecendo suporte, encorajamento e orientação em sua jornada de fé. Isso pode ser feito através de encontros regulares, estudos bíblicos e momentos de oração.

 4. Exemplo: O discipulador deve ser um exemplo de vida cristã para o discípulo, vivendo de acordo com os princípios ensinados e demonstrando amor, humildade e serviço aos outros.

5. Desafio: O discipulador deve desafiar o discípulo a crescer e se desenvolver, incentivando-o a buscar uma vida de santidade, a se envolver em ministérios da igreja e a compartilhar sua fé com outras pessoas.

2.2. Integração eclesiástica.

É a integração na Igreja local. O novo convertido precisa ser conscientizado biblicamente do fato de que, após a conversão, tendo atendido ao chamado do Senhor para ser discípulo de Cristo, agora ele faz parte do povo de Deus, a Igreja do Senhor nesta terra [Jo 17.20- 21; 1Pe 2.10]. E, assim, tendo consciência de sua identidade em Cristo, é fundamental que seja instruído sobre a nova vida em Cristo, que envolve o batismo em águas, a participação na Ceia do Senhor, o comprometimento no sustento e manutenção das atividades evangelísticas por intermédio da fidelidade nos dízimos e nas ofertas. O novo convertido precisa de instrução, também, quanto à relevância de procurar estar regularmente reunido com os demais membros da Igreja [At 2.44, 46; Hb 10.25] para comunhão, edificação e mútua ajuda. O processo de integração eclesiástica contempla conscientizar o novo membro sobre a sua responsabilidade no cumprimento da missão de anunciar, no poder do Espírito Santo, a Palavra de Deus a outras pessoas, para fazer discípulos de Cristo, para edificação da Igreja e a glória de Deus.

Comentário Adicional:

O discipulado de novos convertidos pode enfrentar alguns desafios, como a falta de comprometimento, a falta de tempo e a falta de recursos. No entanto, existem soluções para superar esses desafios. O discipulado de novos convertidos pode trazer diversos resultados positivos, tanto para o discípulo quanto para a igreja como um todo. Alguns desses resultados são:

– Crescimento espiritual: O discipulado ajuda os novos convertidos a crescerem em sua fé e a desenvolverem um relacionamento mais profundo com Deus.

– Maturidade cristã: O discipulado capacita os discípulos a viverem de acordo com os princípios do Reino de Deus e a se tornarem discípulos maduros e comprometidos.

– Multiplicação: O discipulado prepara os discípulos para discipular outras pessoas, multiplicando assim o impacto do discipulado na igreja e na sociedade.

– Fortalecimento da igreja: O discipulado de novos convertidos fortalece a igreja como um todo, gerando uma comunidade de crentes comprometidos e atuantes.

Em resumo, o discipulado de novos convertidos é uma tarefa essencial para a igreja, que requer investimento de tempo, energia e recursos. Com estratégias e práticas eficazes, é possível discipular novos crentes de forma impactante, ajudando-os a crescerem e se tornarem discípulos maduros e comprometidos.

2.3. Integração social.

Quando uma pessoa crente chega à sua Igreja, ele conhece todo mundo, muitos lhe sorriem, apertam sua mão e lhe chamam pelo nome, tudo lhe é familiar. E o novo convertido? Como ele/ela se sente num ambiente que ninguém lhe conhece? Com certeza sente-se como um peixe fora da água, deslocado. A pessoa quando se converte sofre uma transformação radical que acontece também em termos sociais. Ele passa a viver um convívio social totalmente diferente do anterior. Do linguajar ao modo de se vestir, tudo passa por uma radical transformação. É preciso se aproximar dela com amor e paciência para incluí-la nesse novo ambiente.

Comentário Adicional:

Integrar novos membros em uma congregação é um desafio que muitas comunidades religiosas enfrentam. A chegada de novas pessoas traz consigo a oportunidade de crescimento e renovação, mas também exige esforços para garantir que esses indivíduos se sintam acolhidos e engajados. Abaixo cito algumas estratégias de como promover a integração de novos membros na congregação:

1. Recepcione com amor e empatia;

2. Ofereça orientação e apoio;

3. Realize eventos de integração;

4.Crie grupos de apoio;

5. Incentive a participação em ministérios e atividades (Sempre após do discipulado e batismo, antes ele deve ser acompanhado no processo de formação cristã);

6. Ofereça oportunidades de serviço;

7. Estabeleça um programa de acompanhamento;

8. Proporcione oportunidades de aprendizado;

9. Valorize a diversidade e inclusão (Aqui diferente do conceito do mundo de aceitação à qualquer custo, lembrem-se, estamos lidando com o rebanho do Senhor);

10. Mantenha uma comunicação clara e eficiente;

11. Celebre marcos e conquistas (Finalização do Processo de Discipulado/Batismo/1º Ceia/1ª Oportunidade de Fala);

12. Avalie constantemente as estratégias de integração da sua igreja (Uma igreja de sucesso não é pragmática, mas bíblica);

13. Cultivar um ambiente de amor e respeito mútuo.

3- O ENVOLVIMENTO PLENO DA IGREJA

Cada ministério ou departamento da Igreja precisa estar envolvido e ser um veículo de integração. Essa importante tarefa não pode ser exclusiva de um único departamento. Essa é uma missão de toda a Igreja.

3.1. Integrando todos.

Todos os departamentos da Igreja precisam ter um grupo treinado para recepcionar e integrar aqueles que são alcançados pelo Salvador Jesus. Homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e melhor idade, através de seus respectivos departamentos, precisam envidar esforços e ser dinâmicos para integrar e promover o crescimento da Igreja.

Comentário Adicional:

Essa integração se faz necessária, pois a igreja propicia às famílias as condições para o crescimento espiritual, com vistas ao cumprimento dos seguintes propósitos:

• ADORAÇÃO – Nós fomos criados para o louvor da glória de Deus. A adoração pode ser uma experiência individual, mas é acima de tudo comunitária (Hb 10.25). Congregada junto ao povo de Deus, a família tem maiores condições de prestar ao Senhor uma adoração mais envolvente, criativa e participativa, crescendo junto com a comunidade (Cl 3.16). Estando unida à igreja, a família participa da adoração em suas mais variadas formas, o que é impossível estando desligada;

• COMUNHÃO – A vida cristã deve ser marcada não apenas pela experiência vertical da adoração a Deus, mas também pela experiência horizontal, através da comunhão com os irmãos (Fp 1.27). Integrada à igreja, a família usufrui as bênçãos da comunhão cristã e ajuda a promovê-la. Os primeiros cristãos perseveravam na comunhão (At 2.42-47). Nesse ambiente de comunhão, em que uns se interessam pelos outros, a família é grandemente abençoada;

• MISSÃO – O envolvimento da família com a igreja deve ir além das experiências da adoração e da comunhão. A igreja, como agência do reino de Deus, tem uma importante missão a desempenhar, no sentido de proclamar o evangelho. E o desempenho dessa missão requer a participação de todas as famílias. Quando a família se omite, a igreja não tem como cumprir sua missão, pois ela é formada de famílias. Compreendendo a necessidade dessa integração, Josué tomou uma decisão que, ainda hoje, desafia profundamente a cada família: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

3.2. Bênçãos do envolvimento da igreja na integração.

Quando a Igreja se envolve na integração dos novos convertidos, apoiando e ajudando-os no seu crescimento espiritual, há um enorme ganho para toda a membresia, uma vez que os mesmos cooperam para a sua edificação e cumprimento de sua missão no mundo. Dar ao membro a satisfação de realizar algo para Deus pode motivá-lo para o ministério.

Comentário Adicional:

Há famílias que parecem não ter experimentado ainda esse aspecto do compromisso com a igreja. Essa integração é salutar pelas seguintes razões:

• PROMOVE A SOCIABILIDADE – Além de ser uma necessidade, o harmonioso relacionamento entre a família e a igreja torna-se uma experiência por demais agradável (Sl 133.1). O convite para ir à casa do Senhor alegrava o salmista Davi (Sl 122.1). Igreja e família formam um ambiente de sociabilidade que não deve ser trocado por nada (Sl 84.1,10). Esse convívio contribui intensamente para o desenvolvimento humano, especialmente das crianças e da juventude;

• DESEMPENHA FUNÇÃO TERAPÊUTICA – A igreja é uma comunidade terapêutica. Muitas famílias podem testemunhar a agradável experiência que as envolveu quando se integraram à igreja. Profundo conhecedor dessa função terapêutica da igreja, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma: “se Deus quiser, chegarei aí cheio de alegria e lhes farei uma visita que será muito agradável para mim” (Rm 15.32, BLH). O ambiente da igreja propicia à família fortalecimento, cura e alento;

• ATRAI A BÊNÇÃO DE DEUS – A integração família-igreja é salutar também porque atrai a bênção de Deus e promove a vida (Sl 133.3). O relato a respeito da igreja do período apostólico comprova isso (At 4.32-35). Não existe um ambiente melhor para os nossos filhos frequentarem do que a igreja. O preparo oferecido pela igreja é de fundamental importância para que eles se tornem, no futuro, homens e mulheres comprometidos com Deus e o seu reino.

3.3. Qualidades da pessoa que faz a integração.

Um discipulador é alguém convicto de sua missão: integrar à Igreja aqueles que foram salvos e necessitam aprender mais sobre a nova vida em Cristo. Para o desempenho eficaz desse trabalho é preciso ter convicção de salvação [Jo 3.16; 5.24], ser cheio do Espírito Santo, conhecimento bíblico a fim de explicar o plano da salvação e de sanar qualquer dúvida a esse respeito. Além disso, é preciso possuir sabedoria e paciência para ajudar o novo convertido a atingir a maturidade na fé.

Comentário Adicional:

A primeira coisa que devemos fazer para mobilizar pessoas e líderes para compor o ministério de integração como qualquer outro é a oração. Devemos seguir as orientações de Jesus quando disse que a seara é grande, mas os ceifeiros são poucos e que devemos orar para que Ele nos mande os ceifeiros. Em segundo lugar, observar as pessoas com as quais nos relacionamos verificando se tem qualidades para compor a equipe. E quais são estas qualidades? Ser atencioso, alegre, ser pontual, ter controle emocional, ser compreensivo, simpático e tolerante. E em terceiro lugar, e ainda mais fundamental, é que tenhamos pessoas compromissadas com o Evangelho e a verdade Bíblica, e sejam cheias do Espirito Santo. É ainda preciso desenvolver junto à equipe de integração um acompanhamento pastoral individual visando o fortalecimento de cada um na fé no Senhor Jesus.

CONCLUSÃO

É por meio da integração que o novo convertido se sente acolhido pela Igreja, o Corpo de Cristo, membro da família de Deus, vocacionado para cumprir a sublime missão para a qual também foi chamado: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” [Mc 16.15].

Comentário Adicional:

Acredito que estas palavras servirão para trazer um pouco de luz sobre o tema e provocar novos debates/conversa com o intuito de promover a integração dos novos membros a fim de que haja unidade. O sonho é que cada membro da congregação de Jesus se sinta acolhido, respeitado e amado para poder se sentir motivado a também fazer o que lhe compete, conforme a oração sacerdotal de Jesus: “para que todos sejam um, Pai, como tu estás e mim e eu em ti”. Este é o objetivo principal da relevância da igreja em cumprir o seu papel na integração e discipulado agregador.

 

COMENTARISTA DA LIÇÃO

Pr Éder Santos - ADTAG SEDE

Graduado em Teologia Pós-graduado em Hermenêutica

Mestre e Doutor em Teologia, com especialização em Filosofia das Religiões Coordenador docente do Curso Superior em Teologia na Faculdade ISCON Contato: (61) 9 9921-0846 INSTAGRAM: @pr.eder.oficial