Seguidores que acompanham o Blog

LIÇÃO 08 - A RELEVÂNCIA E IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA PENTECOSTAL PARA MANTER A IGREJA VIVA

25 de agosto de 2024

TEXTO ÁUREO

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” Atos 2.4

VERDADE APLICADA

Cada membro do Corpo de Cristo necessita buscar sempre ser cheio do Espírito Santo, para cumprir a missão que o Senhor nos entregou e um viver que agrada a Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Corrigir os erros doutrinários sobre o batismo no Espírito Santo;

Expor sobre o Pentecostes verdadeiramente bíblico;

Assegurar a identidade pentecostal da Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ATOS 2

1. E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;

2. E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

Veremos nessa lição alguns aspectos que compõem os fundamentos da Teologia Pentecostal Clássica: a crença na atualidade do batismo com o Espírito Santo, dos dons espirituais, perseverança no caminho da santificação e fervor no serviço cristão, enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo [1Ts 1.9-10; Tt 2.13].

1- O PENTECOSTES BÍBLICO

Desde o Antigo Testamento é possível atestamos que o derramamento do Espírito Santo é um aspecto do plano divino para o Seu povo [Is 44.3; 59.19-21; Jl 2.28- 29]. Cristo fala sobre o batismo no Espírito Santo como sendo “a promessa do Pai” [At 1.4]. O cumprimento se deu no dia de Pentecostes [At 2.1]. Desde então, a Igreja tem vivido de forma abundante a experiência pentecostal.

Comentário adicional:

O que é pentecostes?

O povo de Deus no Antigo Testamento celebrava a Festa de Pentecostes (Êxodo 23:16; Deuteronômio 16: 9 a 12). Na festa de "Pentecostes" (quinquagésimo dia, em grego) o SENHOR ordenava que o Seu povo festejar-se a provisão de Deus através dos frutos da colheita. A Festa acontecia 50 dias após a Páscoa (e, por isso, o nome “Pentecostes”) e era um mandamento para o povo de Deus. No entanto, o motivo pelo qual nós devemos nos lembrar do Pentecostes não está necessariamente associado com a colheita ou com a provisão de Deus – ainda que, de maneira correlata, estes temas ainda sejam importantes. A partir da Nova aliança, o Pentecostes é celebrado pela Igreja de Cristo porque 50 dias após a ressurreição de Jesus, o Senhor derramou o Seu Espírito sobre a vida dos discípulos. E, por causa disso, os discípulos foram capacitados de maneira poderosa para anunciar a salvação por meio da mensagem do Evangelho – eles seriam cheios de poder para serem “testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8). A igreja contemporânea deve continuar desejar por esse poder que vem do alto.

O que é Batismo com Espirito Santo?

O "Batismo com o Espírito Santo", também chamado de "Batismo no Espírito Santo" é um revestimento do alto que capacita os cristãos na divulgação do evangelho e edificação espiritual. O Batismo no Espírito Santo é a demonstração de uma experiência reconhecida, possível de ser vista, ouvida e entendida. Sendo Completamente diferente do ato da regeneração ou novo nascimento, o batismo no Espírito ocorre após a salvação (Jo 20.21,22; 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Gl 4.6). O batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte alicerce bíblico-teológico. Engana-se quem ache que o Batismo no Espírito Santo é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador.

A respeito do Batismo no/com Espírito Santo, a Declaração de fé das Assembleias de Deus nos diz:

CREMOS, no batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4;10.44-46; 19.1-7). (DECLARAÇÃO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS, 2016, p.13).

1.1 O Espírito prometido.

A Bíblia registra várias promessas do próprio Deus quanto ao envio do Espírito Santo [Zc 12.10; Jl 2.28-32]. Deus é aquele que fala e cumpre [Hb 6.18; Tt 1.2]. O derramamento do Espírito Santo, descrito em Atos 2, não significa que Ele somente passou a agir a partir daquele dia. É nítido no Antigo Testamento não somente a promessa do derramamento do Espírito Santo, mas também sua presença e ação desde a criação e ao longo dos acontecimentos antes da chegada do Messias [Gn 1.2; Êx 31.3; Ez 2.2]. Portanto, podemos afirmar que a promessa se referia a outras ações do Espírito Santo, além de serem mais intensas e abrangentes. O apóstolo Paulo fala do “ministério do Espírito” como sendo de maior glória em relação ao passado [2Co 3.8].

Comentário adicional:

Jesus prometeu que não deixaria seus seguidores sozinhos, o que se cumpriu no Pentecostes (João 15:26). Com a vinda do Espírito Santo, outras profecias do Antigo Testamento também foram cumpridas (Joel 2:28-29), (Isaías 44:3), (Ezequiel 39:29). Através desse maravilhoso cumprimento, dia de Pentecostes deu prova inquestionável:

• Da verdade das promessas de Deus - profecias do Antigo e Novo Testamentos;

• Da realidade do Evangelho e da missão de Cristo - O Espírito Santo é quem os faria lembrar das palavras de Cristo e revelaria o significado da Sua mensagem (João 14:26);

• Convence aos pecadores do pecado, do juízo e da justiça de Deus (João 16:8);

• Da verdade de Cristo aos corações dos salvos - O Espírito testifica ao nosso coração hoje que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que somos filhos de Deus (Romanos 8:16).

1.2 O Espirito derramado.

O dia histórico do Pentecostes foi o primeiro evento do derramamento do Espírito, também conhecido como a primeira evidência do batismo no Espírito Santo [At 2.1] e o cumprimento das profecias e da promessa de Jesus, recebida do Pai [At 2.16, 33]. O Senhor Jesus, antes da ascensão, ordenou aos Seus discípulos que ficassem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder para pregar o “arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações” [Lc 24.47-49; At 2.1]. O próprio Senhor informou que a promessa seria cumprida “não muito depois” [At 1.5]. Assim, quando Lucas informa que o derramamento se deu no dia de Pentecostes [At 2.1], então os discípulos não precisaram esperar muito. Vemos em Atos que a Igreja inicia com oração, perseverança, unidade e revestimento de poder [At 1.14; 2.1-4], pois os discípulos estavam firmados na Palavra do Senhor.

Comentário adicional:

O início do século I da era cristã foi um desafio e de prejuízo para as religiões pagãs do Império Romano. O derramamento do Espirito no Pentecostes deu início a um movimento oposto às crendices e às formas de religiões arcaicas e infrutíferas da época e que começou a desenvolver-se no seio de uma pequena comunidade. Esse movimento, cujo surgimento e desenvolvimento está narrado no livro de Atos dos Apóstolos, foi fruto do mover do Espírito Santo através e nos discípulos de Jesus Cristo, e até a nossa época este Espírito continua a mover-se no mundo.  Depois da vinda Jesus a terra, o acontecimento de mais importância é a vinda do Espírito Santo. A igreja nasceu no dia do Pentecostes. O maravilhoso do Pentecostes não foi “o vento veemente e impetuoso”, mas o fato de os discípulos terem sido cheios do Espírito para poder testemunhar aos homens. O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (Jo 16.7-11).

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1.8).

1.3 O resultado do derramamento do Espírito.

Quando lemos sobre resultado, precisamos estar atentos para não nos determos apenas ao falar em outras línguas. Pois, biblicamente, o derramamento do Espírito não resulta somente ao que acontece em um determinado momento, mas, como lemos nos registros de Lucas e nas epístolas, acarreta outras consequências, além do falar em outras línguas. Maior dinamismo, ousadia e intrepidez no anúncio da Palavra de Deus, edificação espiritual na vida do discípulo de Cristo, maior dedicação a oração e intercessão, poder no combate contra as forças do mal, capacitação para ajudarmos uns aos outros no Corpo de Cristo.

Comentário adicional:

Na conversão do pecador, o Espírito Santo habita no coração da pessoa com ação regeneradora e justificadora. No batismo, o Espírito atua sobre o crente e o enche plenamente revestindo-o com Seu poder. Jesus mesmo indicou o principal propósito do batismo com Espírito Santo em At 1.8, que é um revestimento de poder, capacitando e habilitando o crente a tornar testemunha poderosa do Senhor Jesus em toda terra.  O propósito é testemunhar a Cristo com coragem, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. O batismo no Espírito Santo significa experimentar a plenamente o Espírito. O batismo no Espírito Santo outorga ao cristão ousadia e poder celestial para realizar a obra em nome de Jesus Cristo e também a ter eficácia no seu testemunho.

Resultados genuínos do batismo com Espírito Santo.

O falar em outras línguas, conforme a Sua vontade para edificação (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

Mensagens proféticas e louvores (At 2.4,17;10.46;1Cor14.2,15);

Uma vida que glorifica a Deus (Jo 16.13,14; At 4.33);

Visões da parte do Espírito (At 2.17);

Manifestação de vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10);

Maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42;3.1;4.23-31);

Maior amor a palavra e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42);

O Espírito Santo quer nos batizar não apenas para orar em línguas, algo que é muito importante na vida do cristão, e nem para fazer muito barulho nos cultos, mas para sermos revestidos de poder e autoridade para testemunhar e ganhar almas para o Reino de Deus.

2- A IDENTIDADE PENTECOSTAL DA IGREJA

Precisamos manter a identidade pentecostal da Igreja de acordo com o padrão bíblico. O nosso foco neste tópico será trabalhar sobre o batismo no Espírito Santo, dons espirituais e atualidade dos dons.

2.1. O batismo no Espírito Santo.

Já vimos no tópico anterior que as Escrituras revelam e registram a diversidade de ações do Espírito Santo em diversos momentos ao longo do tempo. Este subtópico está enfatizando mais uma ação do Espírito Santo: o revestimento de poder visando capacitação dos discípulos de Cristo para serviço e testemunho. Assim, é uma ação do Espírito distinta de outras operadas pelo mesmo Espírito: regeneração, santificação, batismo no Corpo de Cristo [1Co 12.12-13]. O Credo da CONAMAD, publicado mensalmente no Jornal O Semeador, afirma que cremos: “No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade [At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7]. Trata-se de uma experiência própria da Nova Aliança, pois Jesus Cristo é o batizador [Jo 1.33].

Comentário adicional:

O batismo no Espírito Santo é a maior necessidade do Cristianismo atual. A maior necessidade de cada homem do mundo é receber Jesus como o seu Salvador. Mas a maior necessidade de cada cristão é receber o batismo no Espírito Santo e viver nesse poder. E essa bênção pertence a todos os crentes, em todos os tempos.

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Já havia a necessidade de receber poder no tempo dos apóstolos, hoje mais do nunca a igreja precisa receber desse poder, pois a situação no mundo continua a mesma ou pior, ainda somos totalmente dependentes de Deus para suportamos os dias maus. O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, transformou um grupo de seguidores em proclamadores valentes do evangelho. Isso nos desafia a refletir como estamos permitindo que o Espírito Santo trabalhe em nossas vidas. Será que estamos a abertos a ser transformados por Deus para impactar os que estão em nosso redor? Será que estamos dispostos a compartilhar o amor de Deus que nos alcançou? Amor imenso que nos tirou das trevas e nos trouxe para viver na sua luz!

2.2. Os dons espirituais.

Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à Sua Igreja, visando a expansão universal da Sua obra e a edificação dos santos. Há diversos dons mencionados em diferentes textos do Novo Testamento. Encontramos uma relação dos dons em 1 Coríntios 12. É possível dividi-los em três grupos: 1) Os dons de expressão verbal: dom de variedade de línguas [1Co 12.10], dom de interpretação de línguas [1Co 12.10; 14.13, 27] e dom de profecia [1Co 12.10; 14.3]; 2) Os dons de saber: o dom da palavra da sabedoria [1Co 12.8], o dom da palavra da ciência [1Co 12.8] e o dom de discernir os espíritos [1Co 12.10]; 3) Os dons de poder: dom da fé [1Co 12.9]; os dons de curar [1Co 12.9]; dom de operação de maravilhas [1Co 12.10].

Comentário adicional:

O termo “dom”, vem do vocábulo grego “charisma”, que tem o significado de: “donativo de caráter imaterial, dado de graça” (portalebd.org.br/2021).

A cidade de Corinto era uma verdadeira ponte transcontinental. Tudo passava por Corinto: os peregrinos, os mercadores e os diferentes tipos de pregadores. Era uma cidade cheia de novidades e também de muito pecado. Corinto era um dos centros dessas religiões de mistério com suas manifestações estranhas; entidades que entravam em pessoas, mudando-lhes a voz e os hábitos; adivinhações; clima de emoções tremendas; rituais os mais variados e extravagantes. Foi nesse ambiente e nesse contexto socioeconômico, cultural e religioso, aqui referidos, que viveu a Igreja de Corinto e que pregou o apóstolo Paulo. Foi naquele arriscado ambiente de sincretismo religioso que o apóstolo Paulo bradou: A respeito dos dons espirituais não quero, irmãos, que sejais ignorantes (2 Co 12.1).

Precisamos ser inteligentes para buscar com dedicação os melhores dons. Precisamos ser sábios para não confundir barulho com louvor, entusiasmo com consagração constante, emocionalismo com o verdadeiro quebrantamento espiritual. Além do mais, de acordo com a Sagrada Escrituras, os Dons foram preditos pelos profetas (Is 35:4-6; Jl 2:28;) e também prometido por Jesus (Lc 24:49; At 1:8), confirmado no dia de Pentecostes (At 2:1-4) que resultou na autenticidade do Evangelho (Mc 16:20; At 14:3; Hb 2:4) e na edificação da igreja de Cristo (ICo 12:7; 14:12,13).

2.3. A atualidade dos dons espirituais.

Ainda há os que acreditam que as manifestações dos dons espirituais, principalmente os relacionados em 1 Coríntios 12, cessaram após a conclusão do cânon do Novo Testamento e do fim da era apostólica. Contudo, não há base bíblica para a defesa desta linha de pensamento. Afinal, a Igreja, enquanto estiver nesta terra, continua precisando de edificação, exortação, consolação, curas, revestimento de poder para pregar o Evangelho. O apóstolo Pedro, logo após o derramamento do Espírito Santo, afirmou: “a promessa diz respeito a vós (…): a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” [At 2.39]. Ora, Deus continua chamando ao arrependimento, à conversão e concedendo revestimento de poder. Além de não encontrarmos nas Escrituras apoio para o cessacionismo, ainda temos o testemunho da história da Igreja que registra os muitos avivamentos ao longo dos anos.

Comentário adicional:

É possível que cheguemos à conclusão de que os dons ou parte deles cessaram, isso quando examinarmos as Escrituras com os óculos de uma tradição arcaica e cheia de vícios. No entanto no livro de Atos dos Apóstolos, o Evangelista, médico e sobretudo discípulo de Cristo, Lucas nos traz algo que seria suficiente para atestar a atualidade de todos os dons Espirituais, claro usando uma hermenêutica isenta. Lucas orientado pelo Espírito Santo crava nas sagradas escrituras as palavras de Pedro da seguinte forma: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2. 39). Destaco a parte final do versículo “a todos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”. Cabe aqui uma pergunta: Deus ainda está a chamar pessoas à salvação? Nenhum cristão em sã consciência negaria o fato de que Deus ainda chama pessoas à salvação; negar isso seria uma violação a toda a Escritura Sagrada.

Pedro relada que promessa do revestimento é para todos os que Deus chamar (salvos), logo, se Deus ainda chama pessoas a salvação, obviamente que essa promessa não cessou e assim o Batismo no Espírito Santo e os dons são uma realidade bem presente em nossos dias. Pedro declara que essa promessa (ver Jl 2.28; At 1.8; Lc 24.49), não foi algo exclusivo ao período apostólico, e não indica de maneira nenhuma que, os dons ou parte deles cessariam com o fechamento do cânon. Vemos aqui que, tanto o revestimento de poder como os dons, são realidades intrinsecamente ligadas à igreja, logo, não cessaram os dons, pois a igreja ainda está na terra.

3- MANTENDO A CHAMA PENTECOSTAL

Refletir sobre manter a chama pentecostal é continuamente ocupar nossa mente sobre a relevância de sermos perseverantes no cultivo de diversos aspectos que resultam da ação do Espírito Santo na Igreja após o Pentecostes. Neste tópico será ressaltado o viver em santidade, o andar em Espírito e o foco no cumprimento da missão da Igreja.

3.1. Viver em santidade.

O Pr. Paulo Leivas Macalão, por ocasião do cinquentenário de fundação do Ministério de Madureira (1979), afirmou que enquanto o mundo “evolui” para o pecado, a Igreja deve evoluir para a santidade. A razão para o crescimento da Igreja neste século (o então século XX) está na ação do Espírito Santo e na vida de santidade. Não pode haver uma coisa sem a outra. Santificação é uma das doutrinas que compõem o fundamento teológico das AD no seu nascedouro. Portanto, não apenas revestimento de poder, mas, também, santificação para um viver ético que resulta em ser luz e sal em um mundo corrompido e perverso [Ef 1.3-4; Fp 2.15; 1Pe 1.2, 15-16].

Comentário adicional:

Nossa natureza foi marcada pelo pecado desde da queda de Adão e Eva no Jardim, e o que teve como consequência a desobediência à vontade de Deus, e nos levou para distante de Sua Santidade (Romanos 5.12).  A respeito da santidade, o apostolo Pedro nos chama para refletirmos acerca da Santidade de Deus: "segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todos os vossos procedimentos, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1.15,16). Esse chamado de Santidade ao crente tem o modelo de santidade em Deus. Se somos seus filhos e servos de Deus, devemos buscar a santidade, assim como nosso Deus e Senhor é Santo. Mas isso não é uma tarefa fácil, em decorrência da marca do pecado. Nessa trajetória difícil, na busca pela santidade, o Espirito de Deus vem nos auxiliar, basta convidarmos. Quando experimentamos o novo nascimento, o Espírito Santo passa a habitar em nós. Ademais, temos a experiência do Espírito sobre nós, onde somos cheios dele e batizados nele. Vale destacar que a terceira pessoal da Trindade (o Espirito Santo) não é mais santa que o Deus Pai e o Deus Filho, pois estas pessoas da santíssima Trindade são igualmente santas, no entanto, cada uma exerce um importantíssimo papel em nossas vidas e é a terceira pessoa da trindade chamado de Espirito Santo que opera em nós Sua obra de nos fazer santos.

3.2. Viver no Espírito.

Viver no Espírito é o maior desafio para o crente. A natureza carnal herdada de nossos primeiros pais faz com que busquemos as coisas que não agradam a Deus. Quando as pessoas aceitam a Cristo como Salvador, tornam-se novas criaturas pelo processo salvífico da redenção [Jo 3.3; 2Co 5.17]. Entretanto, elas precisam viver no Espírito para ter um relacionamento espiritual e perseverante com Deus. Portanto, para viver no Espírito é preciso ter o Espírito Santo dentro de si [Jo 14.17]; ser guiado pelo Espírito [Rm 8.14]; ser cheio do Santo Espírito [Ef 5.18].

Comentário adicional:

A vida cristã é uma jornada cheia de desafios e aprendizados. A comunhão com Deus e o viver de acordo com os princípios bíblicos devem ser buscados constantemente pelo cristão O viver no Espírito é umas das chaves para uma vida plena e com qualidade. A vida no Espírito é uma vida em comunhão com Deus, onde somos habitados e guiados pelo Espírito Santo. É uma vida em que somos transformados e moldados à imagem de Cristo. Para viver uma vida no Espírito, precisamos buscar a Deus diariamente através da oração, da leitura da Bíblia e da comunhão com outros cristãos. Precisamos nos render a Deus e deixar que o Espírito Santo nos guie em todas as áreas de nossas vidas. Precisamos estar sensíveis ao Espírito Santo e a sua voz, e aplica seus ensinamentos e conselhos em nossas vidas. Também precisamos obedece-lo e deixar que Ele nos moldes na forma de Cristo.

E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus (Rm 8.11 a 15).

3.3. Viver em ação.

São inúmeros os textos bíblicos que apontam para uma vida de serviço por parte do povo de Deus, como resultado da ação transformadora do Senhor na vida das pessoas. Fomos libertados pelo Senhor para sermos dEle e O servirmos [Lc 1.74]. Mulheres que foram curadas e libertadas, seguiam a Cristo e O serviam [Lc 8.2-3]. Paulo diz que os membros da Igreja em Tessalônica se converteram a Deus “para servir ao Deus vivo e verdadeiro” [1Ts 1.9]. Importante destacarmos neste tópico que o serviço a Deus também é demonstrado enquanto servimos aos nossos irmãos em Cristo [Hb 6.10]. Todos os nascidos de novo são vocacionados para uma vida de serviço, para edificação da Igreja e a glória de Deus [Ef 4.1, 16].

Comentário adicional:

O Espírito Santo também opera em nós para produzirmos o fruto do Espírito, conforme descrito em Gálatas 5:22-23. Ele nos qualifica a desenvolvermos características como amor, alegria, paz, paciência e bondade. Essa transformação é um sinal tangível de Sua presença em nossas vidas. Ele nos concede dons espirituais para servirmos a comunidade e edificarmos a igreja (1 Coríntios 12:4-11). Somos guiados, capacitados e transformados pelo poder do Espírito Santo o que produz frutos em nossas vidas. Portanto, é fundamental buscarmos intimidade com o Espírito Santo, deixando Ele operar em nós de maneira plena, de modo que nossas vidas glorifiquem a Deus e refletem o Seu amor e graça. Sem o Espírito Santo, estaríamos perdidos em nossas próprias forças.

CONCLUSÃO

Precisamos manter essa chama pentecostal, nossa identidade construída ao longo dos anos; devemos primar pela ortodoxia e ortopraxia bíblica, não permitindo que os modismos baseados em experiências pessoais sejam colocados acima dos princípios das Sagradas Escrituras.

Comentário adicional:

Diante do exposto, concluímos que o batismo no Espírito Santo é mais do que uma promessa. O projeto de Deus de revestir seus filhos com poder para testemunhar das maravilhas e grandezas do Senhor, e também da salvação e de uma vida de servir a ele e a igreja é fielmente cumprida. Deus jamais revogou a sua promessa, e até que o Senhor Jesus Cristo, que é Misericordioso, seja manifesto como descrito pelo apóstolo Paulo, podemos nos desfrutar com o cumprimento dessa promessa. O nosso Deus é maravilhoso, ele salva, cura e batiza, mostrando que é e sempre será o Deus todo poderoso, que faz a obra completa na vida dos que o obedecem e O buscam.

REFERENCIAS:

·      Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 08 - A relevância e importância da doutrina pentecostal para manter a igreja viva.

·      Bíblia do obreiro /Almeida atualizada

·      Os Evangelhos e Atos/ IBADEP-Teologia

·      https://www.ebdpanorama.com/2022/10/licao-4-batismo-com-o-espirito-santo.html

·      https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/6127-licao-3-o-batismo-no-espirito-santo-v

·      https://ministerioceo.com.br/o-batismo-com-o-espirito-santo/

·      https://adeb.com.br/estudos/o-batismo-no-espirito-santo

· https://www.apregoandoabiblia.com/post/o-batismo-no-esp%C3%ADrito-santo-e-a-atualidade-dos-dons-espirituais

·      https://blog.ctecvidacrista.com.br/a-atualidade-dos-dons-espirituais/

·      https://verbodavida.org.br/blog/bud-wright/batismo-no-espirito-santo

·  https://bibliotecadopregador.com.br/como-e-viver-uma-vida-no-espirito-segundo-a-biblia/

·    https://assembleia.org.br/wp-content/uploads/2017/07/declaracao-de-fe-das-assembleias-de-deus.pdf

COMENTARISTA DA LIÇÃO:

Diácono Wagner Delfino – ADTAG 316 - Samambaia Sul - DF 

Um comentário:

Carlos Cezar disse...

Excelente comentário da lição diácono Wagner, certamente irá auxiliar a muitos nos estudos, enriquecendo o conhecimento sobre o assunto. Que Deus em sua imensa graça continue te auxiliando e abençoando a sua vida e ministério!