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Lição 03 - A Bíblia Sagrada como Manual da Família - Comentários Adicionais (Pr. Osmar Emídio)

 A BÍBLIA SAGRADA COMO MANUAL DA FAMÍLIA

(Lição 03 – 21 de Janeiro de 2024)


TEXTO ÁUREO

Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5.8).


VERDADE APLICADA

A Bíblia Sagrada é a maior referência de fé e conduta para o povo de Deus, inclusive, quanto à formação e vivência familiar.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

EXPOR os conselhos da Bíblia para marido e mulher;

DESTACAR que a Bíblia possui preceitos para pais e filhos;

MOSTRAR que a Bíblia traz ensinamentos para a família.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

Efésios 5.22 – Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

Efésios 5.33 – Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Colossenses 3.19 – Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.

Colossenses 3.20 – Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.

Colossenses 3.21 – Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.


INTRODUÇÃO

O destaque da presente lição é a Palavra de Deus como luz, guia e referência maior para a formação e o cultivo de um ambiente familiar saudável e propício ao crescimento e amadurecimento de cada membro; contribuindo, assim, para que cada família seja um agente de testemunho cristão perante a sociedade.

Comentário Adicional:

O tema desta semana tratará basicamente dos princípios básicos estabelecidos por Deus, na sua Palavra, para uma boa e harmoniosa administração familiar. Embora a sociedade dos dias atuais, sob a influência do inimigo, apresente algumas modificações nos padrões divinos, ainda é na Bíblia que encontramos os princípios vitais para manutenção, equilíbrio e preservação da família. Tentativas humanas com o intuito de mudar esse padrão terminam em fracassos. A Bíblia, enquanto Palavra de Deus, é o manual por excelência da família e dos relacionamentos humanos. Se seus magníficos ensinamentos forem obedecidos a família terá paz, harmonia e felicidade.

1. O MANUAL ORIENTA MARIDO E MULHER

A nossa Carta Magna, a “Bíblia Sagrada”, é onde Deus estabeleceu as leis que regem o casamento e a família. Todos que querem preservar o seu equipamento deverão ler e seguir o manual de instruções sob pena de danificar o seu produto. Assim, o povo de Deus deve, também em relação à família, ter consciência e buscar na Palavra de Deus princípios a serem aplicados na vivência diária em família.

Comentário Adicional:

A Bíblia fornece diretrizes claras sobre como essa relação deve ser moldada e sustentada. Deus ao estabelecer neste mundo a família, determinou também os deveres e as atribuições de seus membros, a partir do marido e da mulher, que são os esteios da família. Assim, uma boa administração familiar começa pelo casal, onde cada um deve cumprir o seu papel (Ef 5.22-25; Cl 3.18-21). Lamentavelmente, muitos maridos e mulheres cristãs estão vivendo hoje fora daquilo que Deus idealizou e instrui em sua Palavra. Sabemos que maioria não se importa com manuais de instruções. Geralmente, montamos o produto sem ler o manual. E às vezes isso dá certo, porém às vezes, não. Quando não dar certo, voltamos e lemos as instruções para descobrir o que fizemos de errado. Quando se trata de contrair um casamento, muitos casais têm feito a mesma coisa. Eles fazem isso sem se preocupar em saber as instruções, que estão na Palavra de Deus. O resultado é que muitos casamentos não estão funcionando. As taxas de fracassos são absurdamente altas. A Bíblia providencia orientações sobre o casamento. E não apenas isso, a veracidade dessas orientações têm provado ser a melhor maneira de alcançar a paz e a felicidade. Você quer saber quais são estas instruções? Será que você estaria disposto a viver de acordo com estas diretrizes? Ou você está empenhado no caminho de menor esforço e disposto a sofrer as consequências por infringir essas instruções?

1.1. Ensinos para os maridos

Cada marido deve amar a sua mulher e não tratá-la asperamente [Cl 3.19]. Uma coisa áspera é a que não houve polimento. A grosseria é o câncer que devora o amor. Nenhum casamento subsiste a grosseria o tempo todo. Cada marido deve amar a sua mulher como ama ao seu próprio corpo [Ef 5.28,33]. Quem ama a sua mulher ama a si mesmo. Ninguém maltrata ou odeia a si próprio. O que eu não quero pra mim, não posso querer para o meu cônjuge. Cada marido deve amar a sua mulher assim também como Cristo amou a Sua Igreja a se entregou por ela, de forma sacrificial [Ef 5.25].

Comentário Adicional:

Devido à natureza do homem e ao papel que deve ocupar na família, foi-lhe exigido alguns deveres básicos: Amar e cuidar da sua esposa (Cl 3.19; Ef 5.25), bem como exercer liderança no seio da família. Quando Deus disse em sua Palavra que o homem deve amar a sua esposa como Cristo amou a sua Igreja (Ef 5.25), Ele não estava se referindo a qualquer tipo de amor, como aqueles associados à paixão e ao encantamento, mas ao tipo de amor altruísta, que não busca seus próprios interesses, ao contrário, busca fazer sempre o bem à pessoa amada (Cl 3.19; Ef 5.25; 1 Jo 3.16). Ele estava se referindo ao mais elevado tipo de amor. O amor que se fundamenta na renúncia, na doação e na entrega. Amor sacrificial, supremo, protetor e permanente. O segundo dever do marido, segundo a Bíblia, é o de assumir o papel de cabeça do casal e da família (1 Co 11.3). Deus estabeleceu, em sua Palavra, um padrão de autoridade dentro da família e determinou que todos seus membros ficassem sob essa autoridade (Ef 5.22-23; 1 Co 11.3). No entanto, tal autoridade não pode ser exercido com autoritarismo, mas com amor. Os maridos devem seguir o modelo de autoridade que lhe foi proposto por Jesus Cristo. Como é que Cristo exerce a sua autoridade sobre a igreja? Ele não lhe impôs pela força, mas conquistou pelo amor. A esposa deve estar presa ao marido, não pelo temor ou pelas ameaças, mas pelo amor e pela gentileza. É o amor que o marido dedica a sua esposa que compensa a submissão que se exige dela.

1.2. Ensino para as mulheres

A mulher deve ser submissa ao seu marido como ao Senhor [Ef 5.22; Cl 3.18]. Quem está com a responsabilidade da missão é o marido, princípio de autoridade, de liderança, mas a mulher é ajudadora, administradora do lar, educadora dos filhos. A mulher deve respeitar o seu marido, pois ele foi colocado como líder do lar, como Cristo é o cabeça da Igreja [Ef 5.23]. Respeitar o marido pelo que ele é, pelo que ele representa (provedor, protetor, sacerdote, esposo, pais dos filhos), tendo-o em alta consideração. A mulher sábia faz da sua casa um lugar de paz, de alegria, cheia de amor, mas a imprudente descuida e vira uma guerra, joga mais álcool na fogueira [Pv 14.1].

Comentário Adicional:

Já a responsabilidade fundamental e básica das esposas é a obediência e a submissão ao marido, além, é claro, de retribuir-lhe o amor (Ef 5.22; 24.33). Boa parte das mulheres, inclusive algumas cristãs, tem dificuldade de entender o verdadeiro significado deste precioso princípio. Muitas pensam que ser submissa é ser subjugada e/ou ser escrava das vontades de seus maridos. A esposa não deve agir como empregada do marido, mas como companheira, que faz tudo para agradá-lo (1 Co 7.34). O termo “submissão” significa, antes de tudo, respeito e reverência à posição do líder dentro da família, assim como a Igreja faz em relação a Cristo (Ef 5.33; 1 Tm 3.11; Tt 2.4-5; Ef 1.22). O termo deve ainda ser entendido como uma missão paralela à missão do marido. Não se trata de uma missão inferior ou menos importante, mas tão necessária quanto a missão do marido. Deus dá ao homem a liderança do lar, mas não o faz superior à mulher. Outro nome dado por Deus a essa missão é a de “adjutora”. Portanto, a submissão da esposa, nos moldes bíblicos, não significa servidão e muito menos inferioridade em relação ao marido, mas uma “assistente” e “auxiliadora” do marido. Sua “missão” é de complementar e auxiliar o marido em todos os seus aspectos (Gn 2.18).

1.3. Ensinos para o casal

O marido deverá pagar à mulher o que lhe é devido, e da mesma sorte a mulher pagar ao marido, suprindo as necessidades sexuais, sem esquecer que estamos falando daquilo que é legítimo perante a Bíblia [1Co 7.3]. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo nem o marido. Um pertence um ao outro e nenhum tem o direito de rejeitar um ao outro [1Co 7.4]. Não se pode defraudar, privar um ao outro, senão por consentimento mútuo. Mas depois deverão ajuntar-se rapidamente, para que Satanás não tente por causa da incontinência, desejos exagerados, falta de controle [1Co 7.5]. Cuidado! Em Romanos 12.4, Paulo diz: “Em um corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função”: Para o sexo tem os seus membros específicos. Não avance o sinal para a promiscuidade.

Comentário Adicional:

Normalmente as relações comuns da vida são marcadas pelo egoísmo. Nas relações conjugais, no entanto, a preocupação principal deve estar relacionada com o que o outro pode fazer para promover a minha felicidade e o que eu posso fazer para promover a felicidade do outro. O ensino das Escrituras é muito claro acerca disto: “O marido pague a sua mulher o que lhe deve, e da mesma maneira a mulher ao marido”. (1 Co 7.3). Na construção de um casamento feliz, ambos deverão buscar a realização do outro. A satisfação pessoal virá como consequência de sua doação em amor para com o outro (1 Co 7.3-5). Embora o texto fale de algo pertencente à vida sexual, é inegável que este conceito envolve um princípio existente no casamento como um todo. Os que se casaram tem deveres dos quais foram incumbidos por Deus na relação matrimonial. Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, por exemplo, este texto é apresentado assim: “O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa” (1 Co 7.3 – NTLH). Acho que nosso foco principal na relação conjugal jamais deveria ser os nossos direitos (que de fato possuímos – e pelos quais tanto reclamamos) e sim os nossos deveres! Precisamos viver em função de nossos cônjuges, não em função de nós mesmos. O problema de muitos é que eles entram no matrimônio atrás de um nível de realização que desejam mais para si mesmos do que para o seu cônjuge. O mundo ensina a cuidar primeiro de seus próprios interesses. A Bíblia ensina o contrário! Na relação conjugal deve existir renúncia do interesse próprio, intimidade, unidade de propósito, respeito e amor mútuo para que essa união não se desmorone (Fp 2.4), e, para isso, é necessário que cada um dos cônjuges assuma seus deveres e responsabilidades e evitem jogar para cima do outro aquilo que é de sua alçada. O casamento é uma decisão de servir a outra parte, na cama ou fora dela.

2. O MANUAL ORIENTA PAIS E FILHOS

A Bíblia está recheada de instruções de como os pais devem criar e educar os seus filhos na admoestação do Senhor e, também, de como os filhos devem se comportar perante os seus pais, respeitando-os, honrando-os e aceitando a disciplina que os farão cidadãos fortes e sadios na sociedade.

Comentário Adicional:

O trabalho de criar os filhos não pertence à escola, à sociedade ou à igreja, mas aos pais. Somos perante o Senhor e a sociedade, tutores de nossos filhos e temos como missão relevante a formação do caráter de nossos filhos, tornando-os cidadãos dos céus e de bem para a sociedade. Nesse contexto, é dever dos pais ensinar aos filhos sobre limites, regras, cuidados pessoais, respeito ao próximo etc. Tudo isso é essencial para a formação física, psíquica, moral e ética dos filhos. Em regra geral, uma boa formação abrange pelo menos três dimensões: a primeira é alcançada pela instrução (ensinamentos que oferecemos a eles); a segunda pela influência (o que fazemos diante deles e para eles); a terceira pela imagem (aquilo que demonstramos ser para eles no seu dia a dia). Já os filhos ocupam um lugar especial na família. Eles são os responsáveis pela coroação da família, dando sentido de um lar completo. Contudo, a Bíblia diz que eles também têm um papel a cumprir na relação com os pais e dentro da família, sendo as principais delas honrar, respeitar e acatar a correção e a disciplina (Ef 6.1; Cl 3.20; Rm 1.30; 2 Tm 3.1-5).

2.1. Ensinos para os pais

Ser amigo dos filhos é muito legal e saudável, mas lembre-se que, antes de serem amigos, são pais e o papel dos pais é criar, educar, proteger, prover e disciplinar. Quem trata os filhos só como amigos, anula a ofuscar a responsabilidade de pais. A Bíblia diz para ensinar a criança no caminho em que deve andar [Pv 22.6]. Não adianta falar o que não pratica. Que fruto terá se fala para o filho não xingar a xinga? Se fala para o filho não mentir, a mente? Se fala para o filho ser honesto, e é desonesto? Ensinar aos filhos que nesta vida não se pode fazer só o que se quer, nem ter tudo que se quer, que nem tudo é do nosso jeito e nem tudo satisfaz as nossas expectativas. Não queira que os filhos tenham a sua maturidade, sua experiência, pois são de gerações diferentes.

Comentário Adicional:

A Bíblia é abundante em orientações sobre o papel crucial dos pais na criação e educação de seus filhos. Para compreendermos a responsabilidade dos pais de acordo com a Bíblia, recorremos às Escrituras como nosso guia supremo. O livro de Provérbios, por exemplo, é uma rica fonte de sabedoria sobre a instrução dos filhos: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv 22.6). Esta passagem enfatiza a importância de direcionar os filhos no caminho da retidão desde cedo. Muitos pais acham que basta gerarem filhos e tão somente marcarem sua presença em casa com os provimentos e/ou mantendo apenas um relacionamento amigável. O ensino das Escrituras para os pais, é que eles devem trabalhar para prover as necessidades espirituais, emocionais, intelectuais e físicas da família. Prover alimentos, abrigo e se tornar amigos dos filhos fazem parte do processo de criação, educação e desenvolvimento dos filhos, mas não podemos esquecer que nossa missão vai além. Somos também sacerdotes e líderes da família. Ao colocar uma criança no mundo os pais, não devem apenas, “marcarem presença”, mas acima de tudo “imprimir” nos filhos um padrão de comportamento social saudável, e uma formação cristã. É sim, desejo de Deus que pais e filhos vivam juntos, andam juntos, alegrem-se juntos, sofram juntos e adorem juntos. E, a melhor maneira de alcançar tudo isto, é demonstrar-lhes em nós mesmo o exemplo daquilo que deles exigimos, bem como investindo tempo e energias neles (Cl 3.18-21; Ef 5.22-24; 6.1-4). Os pais são chamados a serem modelos de virtude, amor, perdão e serviço. Pais! Nunca se esqueçam de que o amor, o exemplo e a dedicação que demonstramos aos nossos filhos perdurarão neles por toda a vida.

2.2. Ensinos para os filhos

Nem todos são casados, nem todos são pais, mas todos são filhos. Os filhos deverão obedecer em tudo aos seus pais, pois isto é agradável diante do Senhor [Cl 3.20]. Obediência é um princípio, não se quebra princípio. Também é um plantio: quem não obedece não pode esperar obediência! Os filhos precisam ser obedientes a seus pais no Senhor. Honrar pai e mãe o primeiro mandamento com promessa [Ef 6.1-3]. Honrar, respeitar, dar dignidade, reconhecer pelo que considera pelo que representa. Muitos filhos não sabem por que sofrem, pois se esquecem da lei da semeadura. Chamam os pais de quadrados obsoletos, xingam, maltratam. Os filhos precisam entender que os pais viveram em outra geração. Cuidado ao amaldiçoar a seu pai, a não bendizer a sua mãe [Pv 30.11].

Comentário Adicional:

O Senhor atribui grande importância o respeito aos pais, de forma que honrar e obedecer a Deus implica também em honrar e obedecer aos pais (Êx 21.15-17; Lv 20.9). Estes ensinos foram corroborados por Jesus (Mt 15.3-9; Mc 7.6-13) e ensinados por Paulo como doutrina para nós cristãos (Cl 3.20; Ef 6.1-3). Já dizia o sábio pregador: “O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não aceita a repreensão” (Pv 13.1). Em outro texto ele volta a afirmar: “O tolo despreza a correção de seu pai, mas o que observa a disciplina prudentemente se haverá“ (Pv 15.5). Os filhos precisam entender que, em tudo na vida, há normas e princípios bíblicos a serem seguidos e obedecidos, e que há limites para tudo. Muitos filhos não sabem por que sofrem, mas é fácil descobrir: quebraram o mandamento bíblico e perderam a oportunidade de serem abençoados (Pv 20.20). Nada dá certo para um filho desobediente que não ouve os pais, que não aceita conselhos e anda pela sua própria cabeça.

2.3. Filhos e pais vivendo respeitosamente

Existem muitos filhos órfãos de pais vivos. Pais ausentes e negligentes. Não os acompanham nos seus estudos, não sabem o que eles estão precisando, não os ouvem. Os filhos criados com amor, carinho e atenção, geralmente, serão bondosos e não se perderão num mundo degradado e depravado. E o amor chama obediência. Quando um filho é respeitado e tratado diferenciado, normalmente será obediente e honrará os seus pais. Os pais e filhos precisam ter cuidado com as redes sociais. Elas estão se distanciando uns dos outros. A família moderna está se transformando em um grupo de estranhos, todos ilhados dentro da sua própria casa. Os pais não dão atenção aos filhos, nem os filhos aos pais, não conversam mais, não se assentam mesa para as refeições. Os pais não podem maltratar os seus filhos para que não percam o ânimo a cresçam frustrados [Cl 3.21]. Os filhos devem obedecer a seus pais em tudo, pois agrada a eles e a Deus [Cl 3.20].

Comentário Adicional:

Diante disto, mesmo que esteja em condição ou situação de superioridade, os filhos jamais devem desprezar seus pais (1 Rs 2.19), pois o desprezo se torna uma desonra e pode custar um alto preço (Mt 15.5; Pv 19.26; 30.17). Já os filhos que agem em obediência aos seus pais, independentemente de sua condição ou situação, são abençoados pelo Senhor (Ef 6.2-3), e, se tornam para eles motivos de orgulho e de alegria. Não existe sentimento mais agradável aos pais do que a sensação do dever cumprido; da alegria de vê-los firmados na fé; da convicção de que os valores mais importantes foram incorporados ao desenvolvimento moral, mental e espiritual; da formação de um bom caráter e de hábitos bons e úteis à família, à igreja e à sociedade. Isto com certeza cimentam no coração dos pais uma imensa satisfação e orgulho. Por outro lado, não existe sentimento mais triste e doloroso do que ver nossos filhos sendo motivos de preocupação e de vergonha (Pv 10.1).

3. O MANUAL ORIENTA UMA FAMÍLIA SÓLIDA

A família sólida é aquela que tem consistência, que é durável, estável. Ela está edificada na Rocha, por isso segura. Não se desfaz facilmente com crises, tempestades, enxurradas, ventos contrários.

Comentário Adicional:

Viver em família, estar casado, administrar os problemas, educar filhos, não são tarefas fáceis, ainda mais quando consideramos o contexto social em que vivemos. Frequentemente desejaríamos ter um manual de instruções, que nos ensinasse como ser melhores cônjuges, pais, mães, filhos ou irmãos. Onde podemos encontrar tal manual? Embora não exista um manual, temos acesso a algo bem parecido, que nos fornece princípios, valores e maravilhosos exemplos de como conduzir nossas vidas e nossa família de forma segura e abençoada, esse “manual” chama-se Bíblia Sagrada (2 Tm 3.14-17). Ela é a Palavra de Deus e nela encontramos todo o conselho de nosso Deus e Pai. Ela é totalmente suficiente para nos munir de tudo quanto precisamos para prevenir e enfrentar, se necessário, as tempestades e desafios da vida familiar.

3.1. Ensinos para uma família duradoura

O casamento não tem prazo de validade. Quem não segue a Bíblia não tem garantia das suas promessas, pois ela ensina a indissolubilidade. Quem não suporta um ao outro prova que não tem amor no coração [Ef 4.2]. Quem não perdoa, não será perdoado [Mt 6.14-15]. Quem não tem acordo não pode andar junto com outra pessoa [Am 3.3]. Quem não esquece o passado não tem como prosseguir para o alvo [Fp 3.13-14]. O que Deus ajuntou não separe o homem [Mt 19.6]. Quem pede carta de divórcio está dissolvendo a família, toma uma decisão particular e não tem respaldo bíblico. Jesus colocou uma exceção no caso de infidelidade conjugal, prostituição, adultério [Mt 19.9]. Mas, em todos os casos, quem tiver condições deverá exercer o perdão e não se separar.

Comentário Adicional:

Dentro do contexto do estudo sobre a família com base nas Escrituras, é essencial abordar os temas do amor, do perdão e da união em todos os seus aspectos. Esses princípios são pedras angulares das relações familiares e desempenham um papel vital na compreensão das diretrizes bíblicas. Em regra, o casamento, conforme apresentado na Bíblia, é muito mais do que uma mera união legal ou social; é uma aliança divina estabelecida por Deus. Não é, portanto, de origem humana. Originou-se com Deus e faz parte da maneira como Ele projetou que a raça humana vivesse. Ao dizer, por exemplo, “o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.6), a Bíblia está dizendo que o divórcio não faz parte do plano de Deus. Uma vez que um casal é casado, foram unidos pelo próprio Deus, e a união é para toda a vida. Não tem prazo de validade. Este princípio é válido para todos, independentemente de sua fé. Quando dois ateus se casam, também foram unidos por Deus, quer o reconheçam ou não. Se Deus os uniu, então nenhum ser humano tem o direito de romper essa união. No Novo testamento, quando os fariseus questionam Jesus sobre o tema e apontam que Moisés permitiu o divórcio. Jesus concorda, mas também ressalta que a permissão foi feita devido à “dureza de coração” (Mt 19.8), reiterando que o divórcio nunca fez parte do plano original de Deus. Nossa sociedade e, até mesmo a igreja parecem considerar o divórcio algo muito menos sério do que é. Se o casamento fosse simplesmente uma convenção humana semelhante a uma parceria de negócios ou associação a um clube, então as pessoas estariam livres, a qualquer tempo, para entrar e sair. O divórcio não é simplesmente duas pessoas que decidem se separar; é uma ou duas pessoas decidindo que vão agir para acabar com algo que Deus pretendia que fosse permanente. Isso é uma coisa séria! Não existe “ex-mulher”. Não existe “ex-marido”. Porque eles estão ligados enquanto vivem em uma aliança com Deus!

3.2. Ensinos para uma vida familiar estruturada

Famílias estruturadas não é porque não tem crises, mas porque as crises são vencidas, as barreiras são ultrapassadas, não é porque não tem ventos contrários, tempestades, enxurradas, mas tem um alicerce que lhes dá sustentação, porque estão edificadas sobre a rocha que é Jesus [Mt 7.24-27]. Não é porque não tem conflitos, discussões, discordâncias e insatisfações, mas elas são superadas com sensatez e prudência. Os conflitos não podem se tornar uma coisa “normal” no casamento, mas fazem parte do relacionamento conjugal. Acalme-se!

Comentário Adicional:

Relacionamentos familiares estruturados são essenciais para a vida em família e na sociedade. Mas para que isto seja uma realidade presente, os desafios e ventos contrários sejam vencidos, é necessário que cada membro da família ocupe seu lugar e exerça seu papel no seio da família: o pai exercendo o seu papel de pai, a mãe exercendo o seu papel de mãe, o filho exercendo o seu papel de filho e, Jesus sendo o centro. A sociedade pós-moderna tem enfrentado mudanças desestruturantes. A crise entre os papéis no contexto familiar, tem levado os membros da família ao caos. A ausência de referências, pode gerar medos, inseguranças e condutas dispares. Neste contexto desfavorável, a família, principalmente cristã, tem sofrido com os constantes ataques, que por vezes, tentam romper com as estruturas milenares, contidas nas Escrituras. Para muitos, as perspectivas são desmotivadoras, mas há possibilidades de uma retomada e reestruturação, baseado na observância de princípios sólidos, comprovadamente eficazes e eternos da Palavra de Deus.

3.3. Ensinos para uma vida familiar de testemunho

O nosso testemunho de vida comprova que a nossa união conjugal e a nossa harmonia familiar vai refletir para as outras pessoas. O nosso relacionamento será espelho para muitos. O nosso exemplo de vida conjugal contagiou os nossos filhos e netos. Eles precisam ganhar interesse pelo casamento a nos imitar [2 Ts 3.9]. Precisamos ser exemplo dos fiéis [1Tm 4.12]. Sempre discutiremos as nossas diferenças e resolveremos as nossas divergências longe dos filhos e de outras pessoas, principalmente dos vizinhos e irmãos de igreja. Quando tiver que resolver algum conflito, faremos com educação, respeito, verdade, voz baixa e em lugar reservado ou apropriado e sempre respeitando os pontos de vista contrários aos nossos, e, se possível, chegando a um consenso sem brigas.

Comentário Adicional:

A elevação ou decadência de uma sociedade, igreja, povo ou nação depende da família. Uma família bem estruturada e que procura cumprir a missão para a qual Deus instituiu no Éden, torna-se testemunha e bênção não só para os seus membros como também para todos aqueles que estão em sua volta. Contribuirá significativamente para o fortalecimento de qualquer sociedade ou grupo social. Mas, um lar desestruturado é uma ameaça gravíssima à destruição da família e conseqüentemente uma verdadeira tragédia à vida social em todos os seus aspectos. O abandono dos princípios morais, a generalização do divórcio e o desrespeito à autoridade paterna têm conduzido a sociedade à maior decadência de toda a sua história. Entretanto, quando a família se une no propósito de entregar a Deus os seus cuidados, necessidades e desejos, com certeza alcançará os favores do Senhor e poderá servir de testemunha e benção para os que a cercam.

CONCLUSÃO

Tendo a Palavra de Deus como nosso guia na formação, cultivo e vivência familiar, ainda que não seja possível a vivência familiar em um ambiente totalmente isento de problemas, contudo é possível desfrutar da bênção da presença, providencia, proteção e do socorro de Nosso Senhor Jesus Cristo em todo o tempo.

Comentário Adicional:

A família é o nosso melhor e maior tesouro que temos aqui na terra, e, por isso, deve ser preservado contra toda e qualquer possibilidade de enfraquecimento e dissolução. Como cristãos, temos que ter consciência de que Deus, não apenas estabeleceu a família no principio, mas que também estabeleceu valores e princípios, os quais, a família que deseja viver a plenitude do amor e da harmonia, jamais deverá esquecer. O que se espera é que você transforme o privilégio do estudo destas lições, em bênçãos de grande alcance para sua vida e de sua família. Que o Espírito Santo esteja contigo e lhe dê sabedoria para assimilar o propósito de Deus para o casamento e da família nestes tempos de crise.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Revista BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. FAMÍLIA, PROJETO DE DEUS. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2024. Ano 34130. Lição 03A Bíblia Sagrada como manual da família.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Casamento e Família, projetos de Deus para o bem-estar da sociedade. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2016. Ano 26 n° 98. Lição 01 – O cristão e a família do século XXI.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Família Cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2013. Ano 23 n° 88.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Relacionamento Cristão. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2010. Ano 20 n° 76.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Família, Igreja e Sociedade. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2010. Ano 20 n° 75.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 2º Trimestre de 2013. A Família Cristã no Século XXI.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 2º Trimestre de 2004. Família Cristã.

LIÇÕES BÍBLICAS. Maturidade Cristã nº 11 - Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 3º Trimestre de 1987. A Família e o Lar.

LINKS:

https://portugues.ucg.org/ferramentas-de-estudo-da-biblia/guias-de-estudo/casamento-e-familia/o-manual-de-instrucoes-de-deus-para-o-casamento – Acesso em 08.01.2024.

https://estudosdabiblia.net/bd16_12.htm – Acesso em 09.01.2024

https://estudosdabiblia.net/200236.htm – Acesso em 09.01.2024.

Bíblia de estudo nova versão internacional. Português. Tradução das Notas de Gordon Chown – Editora Vida. 2001.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

Pr. Osmar Emídio de Sousa - Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; em Missiologia e em Teologia Pastoral, pela FATAD - Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília. Atualmente Superintendente da EBD, na ADTAG316 Samambaia Sul/DF.

Lição 02 - NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO - COMENTÁRIOS ADICIONAIS

NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO

Lição – 14 de janeiro de 2024

 

TEXTO ÁUREO

“Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor”. Provérbios 18.22

VERDADE APLICADA

Dependemos da luz da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo para vivenciarmos o namoro, noivado e casamento para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar que o namoro é a fase do conhecimento. Destacar que o noivado é a fase do planejamento. Ressaltar que o casamento não pode ser experimental.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

DEUTERONÔMIO 20 7. E qual o homem que está desposado com alguma mulher e ainda a não recebeu? Vá e tome-se sua Casa, para que, porventura, não morra na peleja, a algum outro homem a receba. 

1 CORÍNTIOS 7 2. Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, a cada uma tenha o seu próprio marido. 9. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque melhor casar do que abrasar-se. 

1TESSALONICENSES 4 3. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição. 

INTRODUÇÃO 

Na presente lição trataremos acerca da relevância do namoro, noivado e casamento serem vivenciados pelo povo de Deus de acordo com os princípios bíblicos. São aspectos da vida que precisam de atenção e cuidado, pois fazem a diferença no testemunho cristão, na qualidade de vida e na formação das futuras gerações. 

Comentário adicional:

Queridos irmãos, nesta lição estudaremos qual é a real importância do namoro, noivado e casamento de acordo com as Sagradas Escrituras. Iremos trazer a luz, conhecimentos e ensinos Bíblicos de como os cristãos devem iniciar um relacionamento amoroso que agrada a Deus. Para assim, formarem famílias que viverão de acordo com o que o Senhor determinou, para que sejam o seu povo separado e luz do mundo. Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus (1Ts 4.4,5). 

1 - O NAMORO CRISTÃO

Namoro é a fase de conhecimento mútuo. Nesta fase procura-se conhecer o temperamento, o caráter, a vida pregressa e os antecedentes da pessoa amada, os seus familiares, checar como ela se comporta dentro de casa, como ela trata os seus pais, como ela trata as coisas de Deus. Qual o seu interesse pelo trabalho e pelo crescimento pessoal. Elas irão compartilhar novas experiências e, mesmo tendo uma relação afetiva e comprometida socialmente, ainda não se tem vínculo matrimonial perante a lei civil nem religiosa. O compromisso é ético e moral, pois não se avança o sinal.

Comentário adicional:

Namoro é a fase do conhecimento social e amoroso entre o futuro casal, é a oportunidade que o homem e a mulher têm de se conhecerem melhor. É nesse momento que ambos têm a oportunidade de conhecerem a bagagem cultural, os interesses e projetos, se são compatíveis ou não. Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2Co 6.14). Também, é nessa fase que a pessoa pode avaliar quais são os compromissos que o pretendente tem com Cristo, com a família, se é uma pessoa nascida de novo. Não se deve assumir compromisso com um incrédulo, alguém que posteriormente vai agir para afastá-lo dos caminhos do Senhor. 

1.1. Conceito de namoro cristão

O conceito de namoro cristão é diferente daquele que não tem temor a Deus, pois o namoro não é brincadeira, nem passatempo de quem não tem o que fazer. Ele segue os princípios da Palavra de Deus, pois não é a fase de conhecimento íntimo, nem aumento das intimidades. Muito menos dar prova de amor e chegar até ter filhos antes do casamento. Muitas jovens ainda estão caindo nesse conto. Biblicamente, a relação conjugal é homologada pelo casamento [1 Co 7.28]. O amor não se porta com indecência [1Co 13.5]. Frederick K. C. Price: “A ordem de Deus é que as atividades sexuais do homem e da mulher sejam concretizadas dentro do casamento”. 

Comentário adicional:

Na Bíblia Sagrada não existe termo equivalente para namoro, mas aparece compromissos pré-nupciais equivalente a noivado. Logo, subentende-se que quando era assumido um compromisso a intenção era realmente o casamento. A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria (Lc 1.27). Vemos nessa passagem Bíblica que José estava aguardando o momento certo para casar com Maria mãe de Jesus, eles não estavam namorando, de curtição, passando um tempo juntos, tinham o compromisso sério de se casarem. Diante disso, os cristãos precisam entender que o namoro dos filhos da luz precisa ser diferente dos que não conhecem a Palavra. Os cristãos devem iniciar um namoro quando têm realmente a intenção e podem se casar, entendendo que é uma fase de preparação. Um namoro fora destes termos pode culminar em comportamentos e práticas contrárias às ensinadas nas Escrituras, iguais às que são praticadas no mundo onde pessoas se portam com indecência, tendo intimidades ilícitas antes do casamento. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus (1 Ts 4.3-50).

1.2. Quando se deve começar o namoro

Para tudo na vida tem o seu tempo determinado, alguns começam prematuramente, precocemente. Namoro muito cedo, com certeza, falta maturidade, responsabilidade e condições para firmar um compromisso mais sério. Interrompem projetos profissionais, sacrificam estudos e a própria adolescência. Cuidado com a motivação para o casamento, muitos querem começar cedo porque não aguentam mais os pais, porque ouviram uma profecia; porque têm medo de perder uma pessoa por causa da beleza ou corpo esbelto, escultural. Deus tem o melhor para você no tempo certo. 

Comentário adicional:

Como já dito anteriormente, o namoro deve começar quando as partes estão prontas para se casar. É nessa fase que os futuros cônjuges usam o tempo para adquirir o conhecimento recíproco da natureza de cada um. É extremamente importante para o aprofundamento das relações, onde cada parte tem a oportunidade de saber como o outro pensa em relação a temas importantes do casamento. Na medida que vão se conhecendo melhor, é importante manter os olhos e ouvidos bem abertos, afinal, é a oportunidade de saber como o outro pensa e se comporta com relação a família, a sociedade e principalmente em relação a Deus. No namoro começa a formação do novo cônjuge, por isso a necessidade de se ter muito critério e responsabilidade, afinal, se o casamento é para a vida toda, então se deve levar muito a sério esse primeiro passo. Por fim, para se ter um casamento muito abençoado é imprescindível que Deus seja o Senhor desse namoro.

1.3. Namoro escondido a prolongado

O namoro deve ser declarado e compromissado perante as famílias. O cristão não deve ter nada a esconder, deve ser transparente. A verdade e a sinceridade são atitudes de cristão sério. Deve-se respeitar o princípio de autoridade, falando com os pais, pois o consentimento dos pais é de suma importância. Quando se começa um namoro sem respaldo dos pais, é procura de maldição para a sua própria vida. Não é aconselhável um namoro prolongado demais, deve prevalecer o bom senso. Não pode ser curto demais, quando não dá tempo suficiente de conhecimento e casa enganado, deve haver equilíbrio para tudo na vida. Namoro muito demorado pode dar lugar à liberdade excessiva.

Comentário adicional:

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Tudo tem o seu tempo certo na vida e o início de um namoro verdadeiramente cristão deve se amoldar nessa regra básica. O início do relacionamento deve ser transparente e de conhecimento de todos, principalmente com o conhecimento, apoio e bênçãos dos pais. É preciso compreender que em um casamento ocorre o envolvimento de duas famílias. São os pais irão dar o apoio necessário para o desenvolvimento de um namoro saudável, dentro dos padrões bíblicos, orientado para um casamento abençoado. Também é importante que os namorados permitam que os seus pais sejam os guardiões de seus corações, serão eles que irão auxilia-los nas decisões que devem tomar. É necessário que o namoro tenha regras clara, moldado dentro dos princípios e padrões cristãos, assim o relacionamento terá um envolvimento esperado entre as partes e os pais caminhando em direção ao casamento. Por fim, como o autor da revista diz, o namoro tem que ter o tempo certo, nem curto demais e nem logo demais. Se perceber que não vai dar certo é melhor terminar do que ficar enrolando a outra pessoa. Se o namoro não é importante então se torna leviano. Em Provérbios tem uma passagem que define bem o leviano: "Assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira" (Pv. 26.19).

2 - O NOIVADO CRISTÃO

Noivado é um período intermediário entre o namoro e o casamento e deve ser usado para planejar a vida a dois. O noivado vem confirmar que o namoro deu certo e que se pode avançar para um compromisso mais sério num futuro próximo. Nesta fase normalmente é declarado publicamente para as famílias e a igreja o interesse de se casarem; colocando-se então em seus dedos um anel como sinal de que estão comprometidos um com o outro e começam os preparativos para o matrimônio. Mas o padrão divino continua prevalecendo como foi no namoro, uma vida casta e santa na presença de Deus. 

Comentário adicional:

O noivado é a fase de preparação para o casamento, passado a fase inicial do namoro o jovem e a jovem entendem que os objetivos de ambos combinam, que então podem dar mais um passo. Nesse ponto, o ideal é que as partes já conheçam o caráter, a personalidade e os ideais um do outro, e que Deus seja o centro da vontade de ambos. Nesse ponto, é importante declarar a tomada de decisão para a família, a igreja e a sociedade de que desejam se casar. Isso não significa que a partir desse ponto podem extrapolar os limites cometendo o pecado da fornicação ou outro tipo de intimidades ilícitas proibido pela Bíblia. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia... (Gl 5.19). 

2.1. O noivado é a fase do planejamento

Planejar é montar hoje o amanhã. Enxergar mais longe e se preparar para o futuro; começar a agir e tomar decisões sábias. Algumas perguntas deverão ser respondidas pelos noivos: Onde vamos morar? A residência será própria ou alugada? Onde vamos congregar e servir a Deus? Quantos filhos vamos ter? Qual a nossa renda familiar? Vamos realizar festa de casamento? Quantos convidados e quantas testemunhas? Vamos viajar de lua de mel? Para onde? Que tipo e padrão de móveis teremos em nossa casa? Quais as prioridades na compra dos móveis e eletrodomésticos? 

Comentário adicional:

Para que o casamento ocorra da melhor maneira possível, o futuro casal precisa preparar tudo relativo com o início da vida conjugal. É de extrema importância que se faça um curso pré-nupcial para estejam preparados para enfrentar os desafios que certamente surgirão. Deve-se analisar qual será a renda do casal, o quanto vai gastar com vestimentas do noivo e o vestido da noiva. Também, é importante decidir onde vão morar, qual o nível da moradia de acordo com renda da futura família. Tudo isso, deve ser pensado detalhadamente juntos e de preferência com o auxílio das famílias de ambos. Deve-se decidir em qual igreja vão congregar se não são da mesma igreja, ou talvez porque vão morar longe. Se os recursos é pouco, deve-se priorizar o que é mais importante, se é melhor fazer uma cerimônia mais simples para sobrar mais para a mobília. Também, não menos importante é já conversarem sobre quantos filhos irão ter, quando irão ter, definindo de antemão quais são as prioridades. Já diz o ditado que o combinado não sai caro. Lógico, que durante a caminha alguns projetos podem e devem ser mudados, mas deve ocorrer dentro do diálogo e respeitando os anseios e opiniões das partes.

2.2. A compreensão de que cada um leva um tipo de bagagem para o casamento

Algumas bagagens só serão conhecidas depois do casamento. Muitas jamais serão resolvidas ou sanadas, mas todas poderão ser amenizadas com compreensão e ajuda mútua. Normalmente bagagens de traumas, de complexos pessoais, de frustrações, de sequelas de sofrimento, discriminação, preconceito. Normalmente da falta de infância, molestamentos, assédios, abusos sexuais, abandonos, pais separados. Normalmente órfãos ou que nunca chegou a conhecer os pais. Normalmente traumas por ter sido adotado quando criança por outra família. Normalmente de privações e necessidades básicas mal atendidas. Normalmente uma doença congênita ou hereditária, por exemplo, diabetes. Os noivos precisam estar dispostos a ajudar um ao outro e, às vezes, levar por toda a vida [1 Co 13.7]. 

Comentário adicional:

Procurar por uma pessoa que vai viver o resto de sua vida é a segunda decisão mais importante da vida, a primeira é aceitar Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Por isso, a importância de escolher bem quem vai seguir a jornada da vida ao seu lado. Certamente, é de extrema importância buscar a orientação de Deus na escolha do cônjuge, atentando para o jugo desigual. Imagine, casar com uma pessoa crente, que professa a mesma fé as vezes não é fácil, agora case com um descrente pra ver. É preciso compreender que quando duas pessoas se unem, trazem consigo a bagagem cultural de ambas as famílias, todos temos as nossas qualidade e defeitos. Alguns costumes e manias são fáceis de deixar outras nem tanto, algumas coisas incomodam muito outras nem tanto. Os noivos devem ter em mente que vai levar tempo, com muita paciência e muito dialogo para ajustarem as coisas. Algumas coisas o cônjuge nunca vai mudar e o outro vai precisar aprender a conviver, desde, é lógico, que não seja nada que atente contra a dignidade do outro ou contra a palavra de Deus. Se o amor for a motivação do casamento certamente com a ajuda do Senhor o novo casal saberá superar as suas dificuldades. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Co 13.7).

2.3. A consciência de que está começando uma nova família 

A Bíblia diz: “Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher” [Mt 19.5]. O destino dessa nova família está na responsabilidade e comando do casal. Não se aceita intromissões, interferências a pitacos de ninguém. Conselhos dos pais são bem- vindos, desde que não coloque um contra o outro ou afete o relacionamento dos dois. Constituir uma nova família dá a entender que é viver financeiramente às próprias custas e uma compreensão que é deixar geograficamente, estar morando em outra residência. Quando você vive às custas dos pais ou sogros, abre-se brechas para que eles interfiram no seu casamento. Aprenda a conviver com os parentes harmonicamente será prejudicar o seu casamento. 

Comentário adicional:

Os noivos antes do casamento precisam entender que quando iniciarem uma vida juntos serão uma só carne, ou seja, formarão uma nova família e precisarão ter independência das famílias de origem. Por isso, a importância de terem independência financeira e de passarem a morar em outro lugar que seja fora das casas dos pais. Como diz o ditado: “quem casa quer casa”. Se continuarem a residir na casa de um dos sogros isso abrirá espaço para interferências prejudiciais para construção e constituição da nova família. Bons conselhos e ajudas positivas serão sempre bem vindas para o aperfeiçoamento do casal, mas deve-se impor limites, no fim, será o casal que deverá através do diálogo, compreensão e ajuda de Deus que encontrarem os caminhos para resolução dos seus problemas. Tanto o homem quanto a mulher precisarão entender que a vida de solteiro ficou para trás, aquela antiga liberdade de fazer as coisas ao seu jeito vai mudar. Na nova casa a haverá novas regras, que certamente terão influência dos costumes das famílias de origem, mas com certeza não serão iguais, vai ter adaptação. As prioridades serão diferentes devem atender prioritariamente as necessidades dos cônjuges.

3 - O CASAMENTO CRISTÃO

Hebreus 13.4 diz que o matrimônio deve ser digno de honra e o leito deve ser sem mácula, pois Deus julgará aos devassos e adúlteros. Em todos os casamentos têm opiniões contrárias, pontos de vista diferentes, discordâncias em alguns assuntos e atitudes, as vezes isso gera conflitos. Podem estar relacionados a administração financeira, práticas sexuais, ao lazer, a férias, educação dos filhos e outros assuntos inerentes ao casamento, mas as diferenças podem ser vistas como desafios a aprendizado para os cônjuges, isso vai depender de como encarar e resolver os assuntos. 

Comentário adicional:

O casamento é quando ocorre a união dos dois nubentes, se tornando a comunhão plena de duas pessoas por amor. Se o amor realmente existir e Jesus Cristo for o centro da vida do casal todos os problemas que certamente surgirão serão resolvidos. Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a você mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito (Ef 5.33). O amor deve ser o principio para solucionar todas as desavenças que irão surgir. A Bíblia ensina que se deve amar o seu próximo como a si mesmo. O novo casal deve ter a Palavra de Deus como a melhor referência para edificar uma casa abençoada, a fim de conduzir o relacionamento de forma mais saudável.

3.1. O casal cristão não deve andar pela própria cabeça nem pela cabeça dos outros

Não ande pela sua própria cabeça, use o manual do casamento: a Bíblia Sagrada. Ela tem instruções e respostas para todas as situações. Nem sempre o que a licito me convém [1Co 6.12]. Nem sempre o que a licito me edifica [1 Co 10.23]. Nem sempre o que eu posso fazer é o melhor para o meu casamento. Não ande pela cabeça dos outros, eles não conhecem a realidade do seu casamento. Muitos querem ser “salvador da pátria” dando conselhos, mas não sabem nem para eles. São pouquíssimas as pessoas preparadas para dar conselhos conjugais. 

Comentário adicional: 

Conforme já falado em tópicos anteriores, a Palavra de Deus deve ser a baliza do relacionamento do novo casal. Deus criou a família e deixou o manual, a Bíblia. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (2Tm 3.16-17). Essa passagem Bíblica inclui também o relacionamento conjugal, Deus desde o principio projetou o casamento ideal entre o homem e a mulher, para que ambos fossem felizes, mas o pecado desvirtuou tudo. Por isso, um casal que têm as suas vidas fundamentas nos ensinos das Escrituras Sagradas não vai se deixar levar por modismos satânicos que existem atualmente. Infelizmente, no mundo da atualidade, e até mesmo dentro das igrejas os procedimentos, comportamentos e decisões dos casais têm afrontado o que é ensinado e cobrado na Bíblia. Divórcios, adultérios e outras praticas proibidas têm se tornado comuns. Portanto, quando tiver um problema em seu casamento deve-se atentar bem a quem se pede orientação, pois, muitos não possuem idoneidade moral para ajudar. 

3.2. Os cônjuges precisam saber que eles representam um tesouro um para o outro

Quem não cuida bem do seu tesouro poderá ter surpresa ao longo do casamento, pois se alguém não cuida bem do seu tesouro, aparecerá outro para cuidar. Se alguém não cuida bem do seu tesouro, está desprezando o presente de Deus e o que Ele instituiu [Gn2.18- 24]. Não podemos deixar exposto o nosso tesouro. O ladrão gosta de roubar tesouro e tem muitos gaviões soltos! Quem ama o seu tesouro não negligencia, não é relaxado, não trata de qualquer maneira. Antes cuida, protege a guarda com todo cuidado e carinho [Mt 6.21]. 

Comentário adicional: 

Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol (Ec 9.9). Uma vez casados, a prioridade passa a ser fazer o outro feliz, cuidando do outro com muito amor e carinho, porque o outro faz parte de nossa carne. Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo (Ef 5.28). Nesse sentido, é de extrema importância cultivar diariamente o amor dentro do lar, cada qual dando a honra merecida ao outro, não sendo negligentes com as responsabilidades matrimoniais. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam- se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio (1Co 7.5). Os cônjuges precisam se respeitarem mutuamente, tratarem-se de maneira respeitosa, elogiar sempre que possível, saber reconhecer as qualidades um do outro. Em Romanos 12:10 está escrito: ...“quanto à honra, cada um seja o primeiro a prestá-la a outro”. Acrescentando, é de suma importância saber preservar as suas intimidades, não ficar contando aos outros detalhes íntimos de suas vidas, existem pessoas que fazem verdadeiras propaganda de seus parceiros. Muitas vezes não sabemos as intenções de quem nos rodeia, e quando se externa as qualidades de seu cônjuge acaba abrindo brecha para o inimigo destruir o seu casamento. Quantos casamentos não foram destruídos por pessoas que eram intimas da casa, por causa da falta de sabedoria dos cônjuges em não saberem preservar a sua intimidade.

3.3. O casal cristão precisa dar bom exemplo da união conjugal

O nosso verdadeiro testemunho sai de dentro da nossa Casa. Use o seu casamento para ser exemplo de união consolidada para a sociedade, para os seus filhos e seus netos. A sociedade está precisando ver em nós, cristãos, famílias estruturadas e lares sólidos. De maus exemplos a sociedade está cheia. Como os vizinhos nos veem? Como a igreja nos vê? Como os parentes nos veem? Como os amigos nos veem? Como os filhos e netos nos veem? Pense no que você poderá deixar de bom para a sua posteridade. Pense no legado que ficará. O bem maior que podemos deixar para a nossa descendência não é a escolaridade (diplomas), não é a herança patrimonial (bens), mas uma vida digna, honrada e exemplar [Pv 22.1]. 

Comentário adicional: 

A receita do verdadeiro lar cristão, com aplicação pratica no casamento está definida em Efésios 5.21-33. O apóstolo Paulo ensina que o marido é o cabeça da casa, como Cristo é o cabeça do corpo espiritual que é a Igreja (Ef 5.23). Assim, as esposas devem reverenciar o seu marido no Senhor (Ef 5.22). Também, ensina que ambos devem sujeitar uns ao outro no temor do Senhor (Ef 5.21). Por isso, os maridos devem agir de tal forma, conforme ensina a Palavra de Deus, para ganhar o respeito das esposas, dispensando gestos atenciosos e respeitosos, o que vai contribuir para conquistar o respeito delas. Em resposta, a mulher sabia no Senhor, vai saber reverenciar e honrar aos seus maridos. Porque as Escrituras as ensinam a agirem assim, e porque a nossa atenção e consideração as suas necessidades as ajudará a fazerem assim. Um casal fundamentado na Palavra de Deus, vai saber tratar e resolverem os seus problemas adequadamente, agindo dentro do respeito, não causando escândalos dentro do lar diante dos filhos, familiares e amigos. Todos os casais têm problemas, mas com sabedoria buscando sempre a orientação de Deus saberão tratá-los sem expor aos outros.

CONCLUSÃO

Como povo de Deus temos a responsabilidade de fazer “tudo para glória de Deus” [1 Co 10.31], inclusive o namoro, noivado e casamento. Para tanto, é importante termos a consciência de que dependemos da ajuda do Espírito Santo, da luz da Palavra de Deus a de cultivarmos uma vida de oração e de vigilância também em relação a estes aspectos. 

Comentário adicional:

Aprendemos que o casamento é uma instituição criada por Deus, por isso como verdadeiros cristãos devemos seguir as orientações e determinações do arquiteto. Somente através de Deus e com a ajuda do Espírito Santo que nós teremos forças e sabedoria para construirmos um matrimônio que vai orar a Deus. Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará (Hb 13.4). 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada (NAA) – Edição Revista e Atualizada 2017; 

Revista do professor, Betel – Família, um projeto de Deus – 1º Trimestre de 2024 - ano 34 – Nº130 - Tema – Namoro, noivado e casamento. 

LINKS PESQUISADOS:

https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2004/2004-02-03.htm

https://assembleiadedeusnf.webnode.com.br/products/namoro-noivado-casamento/ 

https://www.gotquestions.org/Portugues/pureza-sexual.html

https://www.verdadesvivas.com.br/post/entendimento-amor-e-respeito-no- casamento#viewer-de67q 

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

Diácono Carlos Cezar - ADTAG 316 Samambaia Sul - DF.

Lição 1 - O projeto estrutural da família

 O PROJETO ESTRUTURAL DA FAMÍLIA

Lição 1 – 7 de janeiro de 2024

TEXTO ÁUREO
"E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja Como diante dele." Gênesis 2.18

VERDADE APLICADA
A criação da família a uma obra de Deus, mas a sua administração é de responsabilidade de seus membros.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Refletir sobre o projeto divino chamado família;
Mostrar que a família precisa estar firmada em Deus;
Ressaltar as promessas que Deus tem para a família.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 2
18. E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
21. Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e Salvador Jesus! Hoje abordaremos mais um assunto de extrema importância: a família. Veremos a origem da família, sua constituição, alguns princípios norteadores para o povo de Deus, e muito mais.

A família é tão projeto de Deus que Ele mesmo tem uma família: “Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,” (Efésios 2:19). Nós fazemos parte dessa família: somos filhos de Deus por adoção (Gl 4:5). A família é tão importante para Deus que Ele usa o simbolismo do casamento para falar do compromisso da Igreja com Jesus, sendo Cristo o noivo; e a Igreja a noiva (Ap 21:2). Se o próprio Deus dá tanta importância à família, por que nós não daríamos? Infelizmente muitos até menosprezam essa importante instituição, mas veremos que é ignorância ter esse tipo de mentalidade e atitude. Nesta lição, o objetivo principal é demonstrar o quanto Deus dá importância à família, e nós devemos fazer o mesmo.

1. O PROJETO FAMÍLIA
A família é uma instituição criada muito antes de todas as organizações, antes de toda a civilização. Deus criou a família ainda no Éden (Gn 2:18). Não é invenção nossa, é criação divina. É a partir da família que todas as instituições são formadas, pois sem as famílias, como seria possível existir a igreja, por exemplo? A família é a base, é o alicerce. Por isso, devemos dar uma atenção especial a esta tão importante criação de Deus.

Veja este texto: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito conjugal sem mácula; porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13:4). O mundo tem uma ideia satânica de que quando as pessoas se casam, ali está o fim da vida, da liberdade e da felicidade. Muitos até brincam, com legendas nas redes sociais do tipo: “game over”, quando estão em festas de casamento. Mas isso é contra o que Deus nos revela, pois o matrimônio é digno de honra, é uma felicidade grandiosa, é o início da família. Devemos ter em mente que o casamento é uma bênção, é o início de uma maravilhosa fase na vida.

No final deste texto, temos a realidade de quem não se casa e vive na prática da imoralidade sexual: o justo e terrível juízo de Deus. Se “juntar” não é casamento. Namoro não é casamento. Casamento é o que está escrito em Gn 2:18, e ponto.

O casamento vai muito além do que o mundo pensa, tem um significado muito mais profundo, que o mundo desconhece. E tem propósito, é o projeto de família que Deus criou. Veremos tudo isso com a graça de Deus.

1.1- Finalidades do projeto
A família foi criada por Deus para alguns propósitos, algumas finalidades. Dentre elas, podemos destacar:

- Para que o homem não ficasse só, pois Deus viu que isso não era bom (Gn 2:18)

- Para que o homem tivesse uma auxiliadora semelhante a ele, pois não havia nenhuma criatura com essas características no Éden (Gn 2:20)

- Para que o homem e a mulher se tornassem uma só carne (Gn 2:24)

- Para que se multiplicassem na terra, serem fecundos (Gn 1:28)

- Para que sejam bênção na terra.  É interessante notar que no Antigo Testamento, o Senhor separou famílias para serem bênção e abençoarem a terra, como família de Adão, de Noé e de Abraão.

A família é uma instituição divina, criada por Deus, permanente e que não muda. Constitui-se por pai, mãe e filho(s). Dentro desta instituição é necessário estabelecer alguns parâmetros e, segundo a Bíblia, o marido tem a tarefa de liderar a família (Efésios 5:22-24), com amor e respeito (1 Pedro 3:7; Colossenses 3:19). Portanto, o papel do marido vem com a liderança e provisão da casa, especialmente com o cuidado e amor que deve ter com a sua família (1 Timóteo 5:8).

Quanto à esposa, ela se submete a essa liderança do marido (Efésios 5:22; Colossenses 3:18), mas também dá apoio e motiva o marido com essa responsabilidade (Tito 2:4), de modo exemplar (1 Pedro 3:5-6). A esposa também cuida de sua casa, com amor e não com preguiça (Provérbios 31:27). Cumprindo com estas responsabilidades, a casa é edificada pelo Senhor, e pode ter certeza de que tudo vai andar muito bem.

Para os filhos, a recomendação bíblica é obedecer: “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. "Honra teu pai e tua mãe", este é o primeiro mandamento com promessa: "para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra” (Efésios 6:1-3).

1.2- Investimentos do projeto
Primeiro: Deus sendo o centro da família. Não se aprende na escola a ser pai, mãe ou filho.  Mas com Deus, podemos ser guiados e darmos passos firmes em cada momento da nossa vida, pois isso aprendemos na palavra de Deus. Dessa forma, ter Deus como o centro das nossas famílias é fundamental, pois onde buscaremos instruções de comportamento familiar se não no próprio Deus? Nada é mais saudável para uma família do que ter Deus como o centro da família. Com Deus no comando, a família se torna harmônica, mesmo em dificuldades e tribulações.

Segundo: sabedoria e humildade. Não escolhemos nossos parentes, nem onde nascemos. Devemos ter em mente que nenhuma família é perfeita: sempre vai ter alguma coisinha que te incomoda, pois toda família é nada mais que um conjunto de pecadores reunidos morando na mesma casa. Deus nos colocou em um lugar onde juntos podemos crescer e frutificar, por isso toda família é um projeto em constante crescimento e aprendizado: somos filhos, nos tornamos pais e até avós. Por isso, ter sabedoria e humildade de reconhecer que estamos em constante aprendizado é de suma importância.

Terceiro: Mais um “investimento” que deve mover toda a família é o amor. Procure ser amável com sua família, invista amor enquanto há tempo, perdoe e renove as suas alianças familiares. Não há nada mais precioso do que a família na qual Deus te colocou. Infelizmente muitas pessoas só percebem que amam seus familiares após a morte de um dos membros. Na falta da pessoa, os familiares vivos percebem o quanto o falecido faz falta, e começam a se lamentar, desejando que voltasse à vida. Após a morte não adianta nada, então ame verdadeiramente em vida.

Quarto: devemos nos posicionar em nossa fé. Em meio a este mundo cheio de caos e ideologias contrárias à palavra de Deus, não podemos permitir que os membros de nossas famílias sejam influenciados pela cultura satânica, ao invés da cultura dos céus: "Se, porém, não agrada a vocês servirem ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas eu e a minha família servi­remos ao Senhor". (Josué 24:15)

1.3- Especificações do projeto
Como criador da família, podemos fazer uma analogia entre um fabricante de algum produto qualquer e Deus. Imagine, por exemplo, que você compra um ar-condicionado para instalar no seu quarto. Este produto vem com um manual de instruções, bem como normalmente vem em todos os produtos. O fabricante sabe exatamente tudo o que pode ser feito como o produto, sabe os riscos de não seguir as instruções do manual, tem proibições e alertas, para que o produto seja utilizado dentro do que o fabricante projetou para ser usufruído. Acontece que na maioria das vezes, as pessoas não leem o manual, pois acham que sabem de tudo, sendo o manual desnecessário.

O mesmo acontece com a Bíblia. Ela é o manual de instruções, e Deus é o “fabricante”. Nela temos instruções acerca de nossa vida, como devemos agir e pensar, contém conselhos, proibições, recomendações, alertas etc. Na família, não é diferente. A Bíblia fala sobre isso, e devemos consultar este manual do fabricante. As pessoas estão constituindo famílias sem ler o manual, sem conhecimento algum, totalmente ignorantes, e o resultado é divórcio, agressões físicas e verbais, filhos mandando nos pais, esposas tomando a liderança do lar, e tudo mais que a Bíblia condena.

Observe que o próprio Deus estabelece pelo menos dois princípios para que uma família seja formada:

Primeiro: o casamento é entre um homem e uma mulher (Gn 2:24). Dessa forma, por mais que a sociedade atualmente aplauda, e ache normal e até incentiva o relacionamento homossexual, isso está na contramão do princípio divino. Somente uma união heterossexual pode procriar, podem se tornar um, podem constituir uma família.

Segundo: além de ser um casamento heterossexual, deve ser monogâmico. O texto diz que o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à SUA MULHER, não às suas mulheres (no plural). E é claro que isso se aplica às mulheres, que devem ter apenas um marido, e não vários. Salomão teve 300 concubinas e 700 esposas (1 Rs 11:3). Veja que o próprio texto diz que isso lhe perverteu o coração, pois o projeto de Deus é para que o casamento ser monogâmico, e não poligâmico.

O projeto de Deus foi arquitetado assim, e qualquer definição de família que seja diferente desses princípios, deve ser rejeitada por nós, cristãos.

2. A FAMÍLIA PRECISA ESTAR FIRMADA EM DEUS
Cristo deve ser o elo que une a família, todos devem convergir para o mesmo caminho. Assim como Jesus foi convidado para as bodas em Caná da Galileia (João 2:1-2), nós devemos convidá-lo a entrar no nosso lar. É através de Jesus que a família recebe direção. Uma família cristã sem a presença de Deus é simplesmente uma família ímpia, pois para nós Deus é tudo.

Quando Jesus estava entrando no barco, aquele que antes estava possuído pelos demônios pediu com insistência que Jesus o deixasse ficar com Ele. Jesus, porém, não o permitiu; ao contrário, ordenou-lhe: “— Vá para a sua casa, para os seus parentes, e conte-lhes tudo o que o Senhor fez por você e como teve compaixão de você.” (Marcos 5:18,19). Neste trecho, quando Jesus expulsa a legião de demônios do homem gesareno, ele pede para Jesus deixá-lo segui-lo. Contudo, vemos que Jesus o manda ir para sua família, para sua casa e testemunhar aos seus familiares tudo o que Deus fez por ele. Devemos nos dedicar à nossa família e fazer com que todos da nossa casa tenham conhecimento do grande amor de Deus, fazer de Deus o centro da nossa vida em cada membro da nossa família.

2.1- O casamento é a base sólida e oficial para implantação da família
A família é resultado da seguinte matemática de Deus: dois se unem e se tornam um (Gn 2:24). Desta união surgem filhos, netos e, assim, uma grande família.

Contudo, para que haja uma família, Deus estabeleceu uma condição: o casamento monogâmico entre um homem e uma mulher, como vimos no tópico 1.3 desta lição. Apesar de existirem conceitos do que é uma família na sociedade atual, nós cristãos ficamos com o conceito bíblico, já abordado neste estudo.

A aliança matrimonial traz consigo uma poderosa força de ligação. Um dos seus efeitos é o de mistura de vida, o de tornar o casal uma só carne. Esta afirmação foi inicialmente feita por Deus em Gênesis e posteriormente citada pelo Senhor Jesus e pelo apóstolo Paulo:

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. (Gênesis 2.24)

“Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”. (Mateus 19.6)

“Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” (Efésios 6.31)

O homem deixa seu lar, seu lugar de criação, seus mais intensos relacionamentos para se unir à sua mulher. Nas palavras de Thomas Adams: “Assim como pela criação, Deus, de um fez dois. Pelo casamento, Ele de dois fez um”.

A ordem natural que Deus estabeleceu para a formação da família é: casamento primeiro, e após estar debaixo das bênçãos do matrimônio, Deus nos concede a bênção de ter filhos, e assim a família aumenta. Infelizmente há inúmeros casos em que as pessoas fazem o contrário: têm filhos primeiro e depois se casam. Isso é pecado, pois relação sexual antes ou fora do casamento é imoralidade sexual (Hebreus 13:4). Dessa forma, a única forma de se formar uma família é através do casamento, é o princípio da família, é o que Deus nos ordena se quisermos constituir uma família.

2.2- A família deve cultivar a prática devocional
A palavra de Deus nos ordena a prática devocional na família: “Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se.” (Deuteronômio 6:5-7)

Veja também o quão importante é o ensino bíblico para as crianças: “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.” (Pv 22:6)

No que concerne ao ensino, ainda os maridos devem ensinar as suas esposas: “que as mulheres se conservem caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas, como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, perguntem em casa ao seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.” (1 Co 14:34,35).

Irmãos, vejam que a família deve ter uma vida devocional, e a responsabilidade é do pai. Claro que a esposa pode (e deve) ensinar os filhos, contudo, é o homem que será cobrado e julgado por Deus caso descumpra sua função de sacerdote do lar. O homem, quando se casa, automaticamente se torna o “pastor” do seu lar, da sua família. O ensino bíblico abrange tanto os filhos quanto a sua esposa, como vimos nos textos acima. Por isso, o homem deve estudar, fazer cursos, assistir pregações, ler e refletir muito na Bíblia, para ter conteúdo e passar para sua família.

2.3- Todo novo matrimônio deve cortar o cordão umbilical
No casamento, se inicia uma nova família. A família dos seus pais já está estabelecida, com membros e regras próprias dessa família. Agora, no casamento dos filhos, novas famílias são formadas, com novas regras de casa, com costumes diferentes e tudo mais. A pior coisa que tem é um casamento em que os pais se intrometem. Se for uma casa com um puxadinho, ou um barracão nos fundos do mesmo lote dos pais, isso vai dar problema mais cedo ou mais tarde. Imagine uma discussão entre os cônjuges. Naturalmente, a mãe ou o pai vai lá e vai querer defender o filho(a). O problema é que depois de uns 30 min os cônjuges já resolveram a discussão, e ficam bem. Mas com os sogros não é assim, o clima fica tenso e a convivência se torna horrível por dias, e até anos em muitos casos.

O elo de dependência financeira, emocional e tudo mais não parece ser cortado quando há esse tipo de comportamento. O texto bíblico precisa ser levado em consideração e respeitado: “Por isso, o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. O princípio estabelecido por Deus é deixar os pais, cortar o cordão umbilical.

Claro que não é um corte de relacionamentos. O texto se trata da formação da nova família, e a autoridade dessa família agora é o marido, não os pais. Também cabe ressaltar que para se casar, ambos os cônjuges devem ter condições financeiras, emocionais, espirituais, estruturas mínimas para se iniciar uma nova família. Principalmente o homem deve se atentar a isso, uma vez que é o provedor do lar, sendo sua responsabilidade. Nos casos em que os noivos não têm essas condições mínimas, o recomendado é não se casar. Tudo tem seu tempo, e certamente Deus vai abrir as portas para que se inicie um casamento minimamente coerente com as Escrituras.

Então os casados que moram com os pais devem procurar outro local, “se vira”. Aluga um cômodo, dá um jeito, mas devem procurar não depender dos pais ou sogros. Dentro do possível, é claro, pois vivemos tempos difíceis e temos diversas realidades distintas dentro de cada família. O que não pode acontecer é o casal se acomodar e viver a vida toda num “puxadinho”. Casamento vem com responsabilidades, e trabalhar para o conforto e independência do lar é uma delas.

3. AS PROMESSAS DE DEUS PARA A FAMÍLIA
Finalizando nosso estudo sobre o projeto de Deus que é a família, vamos ver as lindas promessas de Deus para as famílias, contidas no Salmo 128:

1. Bem-aventurado aquele que teme o Senhor e anda nos seus caminhos!

2. Você comerá do fruto do seu trabalho, será feliz, e tudo irá bem com você.

3. Sua esposa, no interior de sua casa, será como a videira frutífera; seus filhos serão como rebentos da oliveira ao redor da sua mesa.

4. Eis como será abençoado o homem que teme o Senhor!

5. Que o Senhor o abençoe desde Sião, para que você veja a prosperidade de Jerusalém durante os dias de sua vida,

6. e veja os filhos dos seus filhos. Paz sobre Israel!

3.1- A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa
Tanto a videira quanto a oliveira, na poesia hebraica, eram símbolos frequentes de frutificação. O salmo 128 diz que Deus recompensa o homem bom com a herança de uma grande família, de felicidade (não é ausência de problemas, mas ser feliz apesar dos problemas), prosperidade (não no sentido de ser rico, mas de desfrutar do seu trabalho) e vida longa para ver as próximas gerações de sua família.

Naquela época, quanto maior o número de filhos, mais abençoada era uma família. A metáfora da “mulher como uma videira” tinha muito valor no mundo rural daquela época. Uma videira frutífera era símbolo de abundância. E no contexto desse salmo, essa simbologia realmente indica “muitos filhos”, porque a seguir tem mais metáfora que cita “brotos da oliveira” em algumas versões da Bíblia. Lembre-se de considerar os “filhos espirituais” e a “família na fé”, que também podem entrar nesse contexto de família, em outro sentido.

É realmente uma bênção a mulher virtuosa (Pv 31), pois assim como a videira frutifica a faz bem a todos ao seu redor, a mulher com as características deste provérbio também será assim.

3.2- Os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa
Agora vamos tratar sobre os filhos, que o salmista faz uma comparação com a oliveira. Para isso, vamos recorrer também ao salmo 127:3, que diz: “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.”

A primeira coisa que precisamos observar neste texto é que os pais devem ver os filhos como herança de Deus. A herança não é uma coisa que trabalhamos para ter. herança a gente simplesmente recebe, sem ter construído patrimônio nenhum! Outra pessoa construiu aquilo e nós simplesmente recebemos no devido tempo. A perspectiva a respeito dos filhos precisa mudar, pois muitos pais não entendem que os filhos são uma verdadeira bênção, um presente maravilhoso de Deus. A herança também não pode ser desperdiçada. O filho pródigo desperdiçou sua herança, e todos nós sabemos como aquele jovem terminou, sendo necessário retornar aos braços do pai. Não se deve fazer isso. Herança a gente cuida, tem muito zelo e dá muito valor.

Outro aspecto dos filhos, nesta passagem, é que são um galardão (recompensa). Para o povo da antiguidade, quanto mais filhos tivessem, melhor! Isso porque era mais mão de obra. Era uma forma de investimento, pois a sociedade era essencialmente agrícola. Só que na nossa realidade urbana, quanto mais filhos temos, significa também que mais despesas temos. Contudo, aqui no texto, é no sentido de ser uma coroação, uma alegria imensa com sentimento de recompensa. É isso que o filho representa no lar cristão, e é por isso que no salmo 128 o texto compara os filhos com a oliveira.

Finalizando o raciocínio, a expressão “a redor de sua mesa” nunca fez tanto sentido para nós, da atualidade. Quem nunca viu alguns filhos dispersos na hora do almoço? Cada um se dirige ao seu quarto e fica lá trancado, jogando videogame, ou mexendo no celular. Claro que não são todos os lares, mas infelizmente é uma realidade de muitas famílias. A situação é tão crítica que muitas mães até pegam o celular, mandam mensagens no WhatsApp, informando que a refeição está pronta e que o filho já pode ir comer. Isso com o filho na mesma casa, ao invés de terem contato físico e uma boa conversa pessoal. Ter a família reunida em volta da mesa é uma bênção! Ali é o momento de comunhão da família, de conversar, dar boas risadas, contar como está sendo na escola, nos lugares que frequentam, falar do grande amor de Deus, orar juntos, enfim.

Pode ser que na antiguidade não fizesse muito sentido, pois normalmente isso era bem comum de acontecer. Mas no mundo contemporâneo, não consigo olhar para este texto e deixar de lembrar da falta de comunicação pessoal por conta da tecnologia. Como dizia Billy Graham “a palavra de Deus é mais atual que o jornal que sairá amanhã”.

3.3- Viverás para ver os filhos de teus filhos
O texto termina, no verso 6, com uma bênção que é ver os netos. Dizem que os avós são “burros bravos que os filhos amansaram para os netos montarem”. Neste sentido, os filhos passaram tanta raiva nos pais, que quando chegam os netos, esses pais estão mansinhos, comparados a animais bravos que agora podem ser até montados, coisa que outrora seria impossível. Ainda outro ditado diz que “os netos são filhos com açúcar”. Se os filhos já são bênção, imagine uma bênção “com açúcar”, que dá a ideia de algo doce, agradável. Certamente é algo indescritível que muitos têm o privilégio de ter essa experiência.

Qual avô não tem um amor especial pelo seu neto? O salmo finaliza com uma bela bênção de ver sua descendência, finalizando o ciclo da nossa vida, de forma bem longa, até a velhice, sobre a graça e misericórdia de Deus em nos conceder filhos e netos.

Talvez não seja necessário lembrar, mas gostaria de ressaltar que essas bênçãos se aplicam somente ao povo de Deus. Somente quem tem compromisso sério com Deus é que desfruta de sua bênção e proteção, tem descanso na sua alma, pois cremos que Ele cuida de tudo e de cada detalhe de nossas vidas, como vimos na lição 14 do último trimestre. Deus tem compromisso com quem tem compromisso com Ele, é uma relação de aliança entre o Pai e seus muitos filhos. Dessa forma, tanto o homem quanto a mulher devem andar no caminho do Senhor, ter a Bíblia como sua única regra de fé e prática, para que as bênçãos do Senhor se tornem realidade em suas vidas.

CONCLUSÃO
Queridos irmãos, vimos que a família é um projeto de Deus. Este projeto é grandioso, lindo, com regras e orientações prescritas na palavra de Deus. Para nós, cristãos, a família é formada por um homem e uma mulher, devidamente casados, e essa família vai aumentando com a chegada dos filhos, netos e até bisnetos se Deus assim permitir.

A família é uma instituição divina, que devemos ter gratidão a Deus por isso. Infelizmente, muitas pessoas olham para outras famílias, acham que são perfeitas, e desejam ter nascido ali. Sempre a grama do vizinho é mais verde, e não olham para tudo o que Deus já fez dentro do seu lar. Nós não escolhemos o país ou cidade em que nascemos, não escolhemos nosso próprio nome, não escolhemos a família, não tivemos absolutamente escolha alguma quanto à nossa inclusão em nossas famílias. Simplesmente nascemos no local exato, através das pessoas exatas. Tudo isso é governado por Deus, e por isso podemos descansar e sermos gratos, pois Sua vontade é boa, perfeita e agradável.

A família, além de ser uma bênção que Deus nos deu, é também símbolo de um plano infinitamente maior. Devemos ter em mente que fazemos parte da família celestial: “Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,” (Efésios 2:19).

Gostaria de finalizar citando os versos de uma música muito interessante, de um Padre chamado “Zezinho”. O título da canção é “oração pela família”:

“Que a família comece e termine sabendo aonde vai;

E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai;

Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor;

E que os filhos conheçam a força que brota do amor.” 

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.
Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2024, ano 34, nº 130. FAMILIA, UM PROJETO DE DEUS - moldando lares estruturados, saudáveis e estabelecendo um legado de valores segundo a Bíblia Sagrada. Lição 1: O projeto estrutural da família.

COMENTÁRIO ADICIONAL – Fernando Júnio