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Lição 03 - A Bíblia Sagrada como Manual da Família - Comentários Adicionais (Pr. Osmar Emídio)

 A BÍBLIA SAGRADA COMO MANUAL DA FAMÍLIA

(Lição 03 – 21 de Janeiro de 2024)


TEXTO ÁUREO

Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5.8).


VERDADE APLICADA

A Bíblia Sagrada é a maior referência de fé e conduta para o povo de Deus, inclusive, quanto à formação e vivência familiar.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

EXPOR os conselhos da Bíblia para marido e mulher;

DESTACAR que a Bíblia possui preceitos para pais e filhos;

MOSTRAR que a Bíblia traz ensinamentos para a família.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

Efésios 5.22 – Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

Efésios 5.33 – Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.

Colossenses 3.19 – Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.

Colossenses 3.20 – Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.

Colossenses 3.21 – Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.


INTRODUÇÃO

O destaque da presente lição é a Palavra de Deus como luz, guia e referência maior para a formação e o cultivo de um ambiente familiar saudável e propício ao crescimento e amadurecimento de cada membro; contribuindo, assim, para que cada família seja um agente de testemunho cristão perante a sociedade.

Comentário Adicional:

O tema desta semana tratará basicamente dos princípios básicos estabelecidos por Deus, na sua Palavra, para uma boa e harmoniosa administração familiar. Embora a sociedade dos dias atuais, sob a influência do inimigo, apresente algumas modificações nos padrões divinos, ainda é na Bíblia que encontramos os princípios vitais para manutenção, equilíbrio e preservação da família. Tentativas humanas com o intuito de mudar esse padrão terminam em fracassos. A Bíblia, enquanto Palavra de Deus, é o manual por excelência da família e dos relacionamentos humanos. Se seus magníficos ensinamentos forem obedecidos a família terá paz, harmonia e felicidade.

1. O MANUAL ORIENTA MARIDO E MULHER

A nossa Carta Magna, a “Bíblia Sagrada”, é onde Deus estabeleceu as leis que regem o casamento e a família. Todos que querem preservar o seu equipamento deverão ler e seguir o manual de instruções sob pena de danificar o seu produto. Assim, o povo de Deus deve, também em relação à família, ter consciência e buscar na Palavra de Deus princípios a serem aplicados na vivência diária em família.

Comentário Adicional:

A Bíblia fornece diretrizes claras sobre como essa relação deve ser moldada e sustentada. Deus ao estabelecer neste mundo a família, determinou também os deveres e as atribuições de seus membros, a partir do marido e da mulher, que são os esteios da família. Assim, uma boa administração familiar começa pelo casal, onde cada um deve cumprir o seu papel (Ef 5.22-25; Cl 3.18-21). Lamentavelmente, muitos maridos e mulheres cristãs estão vivendo hoje fora daquilo que Deus idealizou e instrui em sua Palavra. Sabemos que maioria não se importa com manuais de instruções. Geralmente, montamos o produto sem ler o manual. E às vezes isso dá certo, porém às vezes, não. Quando não dar certo, voltamos e lemos as instruções para descobrir o que fizemos de errado. Quando se trata de contrair um casamento, muitos casais têm feito a mesma coisa. Eles fazem isso sem se preocupar em saber as instruções, que estão na Palavra de Deus. O resultado é que muitos casamentos não estão funcionando. As taxas de fracassos são absurdamente altas. A Bíblia providencia orientações sobre o casamento. E não apenas isso, a veracidade dessas orientações têm provado ser a melhor maneira de alcançar a paz e a felicidade. Você quer saber quais são estas instruções? Será que você estaria disposto a viver de acordo com estas diretrizes? Ou você está empenhado no caminho de menor esforço e disposto a sofrer as consequências por infringir essas instruções?

1.1. Ensinos para os maridos

Cada marido deve amar a sua mulher e não tratá-la asperamente [Cl 3.19]. Uma coisa áspera é a que não houve polimento. A grosseria é o câncer que devora o amor. Nenhum casamento subsiste a grosseria o tempo todo. Cada marido deve amar a sua mulher como ama ao seu próprio corpo [Ef 5.28,33]. Quem ama a sua mulher ama a si mesmo. Ninguém maltrata ou odeia a si próprio. O que eu não quero pra mim, não posso querer para o meu cônjuge. Cada marido deve amar a sua mulher assim também como Cristo amou a Sua Igreja a se entregou por ela, de forma sacrificial [Ef 5.25].

Comentário Adicional:

Devido à natureza do homem e ao papel que deve ocupar na família, foi-lhe exigido alguns deveres básicos: Amar e cuidar da sua esposa (Cl 3.19; Ef 5.25), bem como exercer liderança no seio da família. Quando Deus disse em sua Palavra que o homem deve amar a sua esposa como Cristo amou a sua Igreja (Ef 5.25), Ele não estava se referindo a qualquer tipo de amor, como aqueles associados à paixão e ao encantamento, mas ao tipo de amor altruísta, que não busca seus próprios interesses, ao contrário, busca fazer sempre o bem à pessoa amada (Cl 3.19; Ef 5.25; 1 Jo 3.16). Ele estava se referindo ao mais elevado tipo de amor. O amor que se fundamenta na renúncia, na doação e na entrega. Amor sacrificial, supremo, protetor e permanente. O segundo dever do marido, segundo a Bíblia, é o de assumir o papel de cabeça do casal e da família (1 Co 11.3). Deus estabeleceu, em sua Palavra, um padrão de autoridade dentro da família e determinou que todos seus membros ficassem sob essa autoridade (Ef 5.22-23; 1 Co 11.3). No entanto, tal autoridade não pode ser exercido com autoritarismo, mas com amor. Os maridos devem seguir o modelo de autoridade que lhe foi proposto por Jesus Cristo. Como é que Cristo exerce a sua autoridade sobre a igreja? Ele não lhe impôs pela força, mas conquistou pelo amor. A esposa deve estar presa ao marido, não pelo temor ou pelas ameaças, mas pelo amor e pela gentileza. É o amor que o marido dedica a sua esposa que compensa a submissão que se exige dela.

1.2. Ensino para as mulheres

A mulher deve ser submissa ao seu marido como ao Senhor [Ef 5.22; Cl 3.18]. Quem está com a responsabilidade da missão é o marido, princípio de autoridade, de liderança, mas a mulher é ajudadora, administradora do lar, educadora dos filhos. A mulher deve respeitar o seu marido, pois ele foi colocado como líder do lar, como Cristo é o cabeça da Igreja [Ef 5.23]. Respeitar o marido pelo que ele é, pelo que ele representa (provedor, protetor, sacerdote, esposo, pais dos filhos), tendo-o em alta consideração. A mulher sábia faz da sua casa um lugar de paz, de alegria, cheia de amor, mas a imprudente descuida e vira uma guerra, joga mais álcool na fogueira [Pv 14.1].

Comentário Adicional:

Já a responsabilidade fundamental e básica das esposas é a obediência e a submissão ao marido, além, é claro, de retribuir-lhe o amor (Ef 5.22; 24.33). Boa parte das mulheres, inclusive algumas cristãs, tem dificuldade de entender o verdadeiro significado deste precioso princípio. Muitas pensam que ser submissa é ser subjugada e/ou ser escrava das vontades de seus maridos. A esposa não deve agir como empregada do marido, mas como companheira, que faz tudo para agradá-lo (1 Co 7.34). O termo “submissão” significa, antes de tudo, respeito e reverência à posição do líder dentro da família, assim como a Igreja faz em relação a Cristo (Ef 5.33; 1 Tm 3.11; Tt 2.4-5; Ef 1.22). O termo deve ainda ser entendido como uma missão paralela à missão do marido. Não se trata de uma missão inferior ou menos importante, mas tão necessária quanto a missão do marido. Deus dá ao homem a liderança do lar, mas não o faz superior à mulher. Outro nome dado por Deus a essa missão é a de “adjutora”. Portanto, a submissão da esposa, nos moldes bíblicos, não significa servidão e muito menos inferioridade em relação ao marido, mas uma “assistente” e “auxiliadora” do marido. Sua “missão” é de complementar e auxiliar o marido em todos os seus aspectos (Gn 2.18).

1.3. Ensinos para o casal

O marido deverá pagar à mulher o que lhe é devido, e da mesma sorte a mulher pagar ao marido, suprindo as necessidades sexuais, sem esquecer que estamos falando daquilo que é legítimo perante a Bíblia [1Co 7.3]. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo nem o marido. Um pertence um ao outro e nenhum tem o direito de rejeitar um ao outro [1Co 7.4]. Não se pode defraudar, privar um ao outro, senão por consentimento mútuo. Mas depois deverão ajuntar-se rapidamente, para que Satanás não tente por causa da incontinência, desejos exagerados, falta de controle [1Co 7.5]. Cuidado! Em Romanos 12.4, Paulo diz: “Em um corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função”: Para o sexo tem os seus membros específicos. Não avance o sinal para a promiscuidade.

Comentário Adicional:

Normalmente as relações comuns da vida são marcadas pelo egoísmo. Nas relações conjugais, no entanto, a preocupação principal deve estar relacionada com o que o outro pode fazer para promover a minha felicidade e o que eu posso fazer para promover a felicidade do outro. O ensino das Escrituras é muito claro acerca disto: “O marido pague a sua mulher o que lhe deve, e da mesma maneira a mulher ao marido”. (1 Co 7.3). Na construção de um casamento feliz, ambos deverão buscar a realização do outro. A satisfação pessoal virá como consequência de sua doação em amor para com o outro (1 Co 7.3-5). Embora o texto fale de algo pertencente à vida sexual, é inegável que este conceito envolve um princípio existente no casamento como um todo. Os que se casaram tem deveres dos quais foram incumbidos por Deus na relação matrimonial. Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, por exemplo, este texto é apresentado assim: “O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa” (1 Co 7.3 – NTLH). Acho que nosso foco principal na relação conjugal jamais deveria ser os nossos direitos (que de fato possuímos – e pelos quais tanto reclamamos) e sim os nossos deveres! Precisamos viver em função de nossos cônjuges, não em função de nós mesmos. O problema de muitos é que eles entram no matrimônio atrás de um nível de realização que desejam mais para si mesmos do que para o seu cônjuge. O mundo ensina a cuidar primeiro de seus próprios interesses. A Bíblia ensina o contrário! Na relação conjugal deve existir renúncia do interesse próprio, intimidade, unidade de propósito, respeito e amor mútuo para que essa união não se desmorone (Fp 2.4), e, para isso, é necessário que cada um dos cônjuges assuma seus deveres e responsabilidades e evitem jogar para cima do outro aquilo que é de sua alçada. O casamento é uma decisão de servir a outra parte, na cama ou fora dela.

2. O MANUAL ORIENTA PAIS E FILHOS

A Bíblia está recheada de instruções de como os pais devem criar e educar os seus filhos na admoestação do Senhor e, também, de como os filhos devem se comportar perante os seus pais, respeitando-os, honrando-os e aceitando a disciplina que os farão cidadãos fortes e sadios na sociedade.

Comentário Adicional:

O trabalho de criar os filhos não pertence à escola, à sociedade ou à igreja, mas aos pais. Somos perante o Senhor e a sociedade, tutores de nossos filhos e temos como missão relevante a formação do caráter de nossos filhos, tornando-os cidadãos dos céus e de bem para a sociedade. Nesse contexto, é dever dos pais ensinar aos filhos sobre limites, regras, cuidados pessoais, respeito ao próximo etc. Tudo isso é essencial para a formação física, psíquica, moral e ética dos filhos. Em regra geral, uma boa formação abrange pelo menos três dimensões: a primeira é alcançada pela instrução (ensinamentos que oferecemos a eles); a segunda pela influência (o que fazemos diante deles e para eles); a terceira pela imagem (aquilo que demonstramos ser para eles no seu dia a dia). Já os filhos ocupam um lugar especial na família. Eles são os responsáveis pela coroação da família, dando sentido de um lar completo. Contudo, a Bíblia diz que eles também têm um papel a cumprir na relação com os pais e dentro da família, sendo as principais delas honrar, respeitar e acatar a correção e a disciplina (Ef 6.1; Cl 3.20; Rm 1.30; 2 Tm 3.1-5).

2.1. Ensinos para os pais

Ser amigo dos filhos é muito legal e saudável, mas lembre-se que, antes de serem amigos, são pais e o papel dos pais é criar, educar, proteger, prover e disciplinar. Quem trata os filhos só como amigos, anula a ofuscar a responsabilidade de pais. A Bíblia diz para ensinar a criança no caminho em que deve andar [Pv 22.6]. Não adianta falar o que não pratica. Que fruto terá se fala para o filho não xingar a xinga? Se fala para o filho não mentir, a mente? Se fala para o filho ser honesto, e é desonesto? Ensinar aos filhos que nesta vida não se pode fazer só o que se quer, nem ter tudo que se quer, que nem tudo é do nosso jeito e nem tudo satisfaz as nossas expectativas. Não queira que os filhos tenham a sua maturidade, sua experiência, pois são de gerações diferentes.

Comentário Adicional:

A Bíblia é abundante em orientações sobre o papel crucial dos pais na criação e educação de seus filhos. Para compreendermos a responsabilidade dos pais de acordo com a Bíblia, recorremos às Escrituras como nosso guia supremo. O livro de Provérbios, por exemplo, é uma rica fonte de sabedoria sobre a instrução dos filhos: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv 22.6). Esta passagem enfatiza a importância de direcionar os filhos no caminho da retidão desde cedo. Muitos pais acham que basta gerarem filhos e tão somente marcarem sua presença em casa com os provimentos e/ou mantendo apenas um relacionamento amigável. O ensino das Escrituras para os pais, é que eles devem trabalhar para prover as necessidades espirituais, emocionais, intelectuais e físicas da família. Prover alimentos, abrigo e se tornar amigos dos filhos fazem parte do processo de criação, educação e desenvolvimento dos filhos, mas não podemos esquecer que nossa missão vai além. Somos também sacerdotes e líderes da família. Ao colocar uma criança no mundo os pais, não devem apenas, “marcarem presença”, mas acima de tudo “imprimir” nos filhos um padrão de comportamento social saudável, e uma formação cristã. É sim, desejo de Deus que pais e filhos vivam juntos, andam juntos, alegrem-se juntos, sofram juntos e adorem juntos. E, a melhor maneira de alcançar tudo isto, é demonstrar-lhes em nós mesmo o exemplo daquilo que deles exigimos, bem como investindo tempo e energias neles (Cl 3.18-21; Ef 5.22-24; 6.1-4). Os pais são chamados a serem modelos de virtude, amor, perdão e serviço. Pais! Nunca se esqueçam de que o amor, o exemplo e a dedicação que demonstramos aos nossos filhos perdurarão neles por toda a vida.

2.2. Ensinos para os filhos

Nem todos são casados, nem todos são pais, mas todos são filhos. Os filhos deverão obedecer em tudo aos seus pais, pois isto é agradável diante do Senhor [Cl 3.20]. Obediência é um princípio, não se quebra princípio. Também é um plantio: quem não obedece não pode esperar obediência! Os filhos precisam ser obedientes a seus pais no Senhor. Honrar pai e mãe o primeiro mandamento com promessa [Ef 6.1-3]. Honrar, respeitar, dar dignidade, reconhecer pelo que considera pelo que representa. Muitos filhos não sabem por que sofrem, pois se esquecem da lei da semeadura. Chamam os pais de quadrados obsoletos, xingam, maltratam. Os filhos precisam entender que os pais viveram em outra geração. Cuidado ao amaldiçoar a seu pai, a não bendizer a sua mãe [Pv 30.11].

Comentário Adicional:

O Senhor atribui grande importância o respeito aos pais, de forma que honrar e obedecer a Deus implica também em honrar e obedecer aos pais (Êx 21.15-17; Lv 20.9). Estes ensinos foram corroborados por Jesus (Mt 15.3-9; Mc 7.6-13) e ensinados por Paulo como doutrina para nós cristãos (Cl 3.20; Ef 6.1-3). Já dizia o sábio pregador: “O filho sábio ouve a correção do pai, mas o escarnecedor não aceita a repreensão” (Pv 13.1). Em outro texto ele volta a afirmar: “O tolo despreza a correção de seu pai, mas o que observa a disciplina prudentemente se haverá“ (Pv 15.5). Os filhos precisam entender que, em tudo na vida, há normas e princípios bíblicos a serem seguidos e obedecidos, e que há limites para tudo. Muitos filhos não sabem por que sofrem, mas é fácil descobrir: quebraram o mandamento bíblico e perderam a oportunidade de serem abençoados (Pv 20.20). Nada dá certo para um filho desobediente que não ouve os pais, que não aceita conselhos e anda pela sua própria cabeça.

2.3. Filhos e pais vivendo respeitosamente

Existem muitos filhos órfãos de pais vivos. Pais ausentes e negligentes. Não os acompanham nos seus estudos, não sabem o que eles estão precisando, não os ouvem. Os filhos criados com amor, carinho e atenção, geralmente, serão bondosos e não se perderão num mundo degradado e depravado. E o amor chama obediência. Quando um filho é respeitado e tratado diferenciado, normalmente será obediente e honrará os seus pais. Os pais e filhos precisam ter cuidado com as redes sociais. Elas estão se distanciando uns dos outros. A família moderna está se transformando em um grupo de estranhos, todos ilhados dentro da sua própria casa. Os pais não dão atenção aos filhos, nem os filhos aos pais, não conversam mais, não se assentam mesa para as refeições. Os pais não podem maltratar os seus filhos para que não percam o ânimo a cresçam frustrados [Cl 3.21]. Os filhos devem obedecer a seus pais em tudo, pois agrada a eles e a Deus [Cl 3.20].

Comentário Adicional:

Diante disto, mesmo que esteja em condição ou situação de superioridade, os filhos jamais devem desprezar seus pais (1 Rs 2.19), pois o desprezo se torna uma desonra e pode custar um alto preço (Mt 15.5; Pv 19.26; 30.17). Já os filhos que agem em obediência aos seus pais, independentemente de sua condição ou situação, são abençoados pelo Senhor (Ef 6.2-3), e, se tornam para eles motivos de orgulho e de alegria. Não existe sentimento mais agradável aos pais do que a sensação do dever cumprido; da alegria de vê-los firmados na fé; da convicção de que os valores mais importantes foram incorporados ao desenvolvimento moral, mental e espiritual; da formação de um bom caráter e de hábitos bons e úteis à família, à igreja e à sociedade. Isto com certeza cimentam no coração dos pais uma imensa satisfação e orgulho. Por outro lado, não existe sentimento mais triste e doloroso do que ver nossos filhos sendo motivos de preocupação e de vergonha (Pv 10.1).

3. O MANUAL ORIENTA UMA FAMÍLIA SÓLIDA

A família sólida é aquela que tem consistência, que é durável, estável. Ela está edificada na Rocha, por isso segura. Não se desfaz facilmente com crises, tempestades, enxurradas, ventos contrários.

Comentário Adicional:

Viver em família, estar casado, administrar os problemas, educar filhos, não são tarefas fáceis, ainda mais quando consideramos o contexto social em que vivemos. Frequentemente desejaríamos ter um manual de instruções, que nos ensinasse como ser melhores cônjuges, pais, mães, filhos ou irmãos. Onde podemos encontrar tal manual? Embora não exista um manual, temos acesso a algo bem parecido, que nos fornece princípios, valores e maravilhosos exemplos de como conduzir nossas vidas e nossa família de forma segura e abençoada, esse “manual” chama-se Bíblia Sagrada (2 Tm 3.14-17). Ela é a Palavra de Deus e nela encontramos todo o conselho de nosso Deus e Pai. Ela é totalmente suficiente para nos munir de tudo quanto precisamos para prevenir e enfrentar, se necessário, as tempestades e desafios da vida familiar.

3.1. Ensinos para uma família duradoura

O casamento não tem prazo de validade. Quem não segue a Bíblia não tem garantia das suas promessas, pois ela ensina a indissolubilidade. Quem não suporta um ao outro prova que não tem amor no coração [Ef 4.2]. Quem não perdoa, não será perdoado [Mt 6.14-15]. Quem não tem acordo não pode andar junto com outra pessoa [Am 3.3]. Quem não esquece o passado não tem como prosseguir para o alvo [Fp 3.13-14]. O que Deus ajuntou não separe o homem [Mt 19.6]. Quem pede carta de divórcio está dissolvendo a família, toma uma decisão particular e não tem respaldo bíblico. Jesus colocou uma exceção no caso de infidelidade conjugal, prostituição, adultério [Mt 19.9]. Mas, em todos os casos, quem tiver condições deverá exercer o perdão e não se separar.

Comentário Adicional:

Dentro do contexto do estudo sobre a família com base nas Escrituras, é essencial abordar os temas do amor, do perdão e da união em todos os seus aspectos. Esses princípios são pedras angulares das relações familiares e desempenham um papel vital na compreensão das diretrizes bíblicas. Em regra, o casamento, conforme apresentado na Bíblia, é muito mais do que uma mera união legal ou social; é uma aliança divina estabelecida por Deus. Não é, portanto, de origem humana. Originou-se com Deus e faz parte da maneira como Ele projetou que a raça humana vivesse. Ao dizer, por exemplo, “o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.6), a Bíblia está dizendo que o divórcio não faz parte do plano de Deus. Uma vez que um casal é casado, foram unidos pelo próprio Deus, e a união é para toda a vida. Não tem prazo de validade. Este princípio é válido para todos, independentemente de sua fé. Quando dois ateus se casam, também foram unidos por Deus, quer o reconheçam ou não. Se Deus os uniu, então nenhum ser humano tem o direito de romper essa união. No Novo testamento, quando os fariseus questionam Jesus sobre o tema e apontam que Moisés permitiu o divórcio. Jesus concorda, mas também ressalta que a permissão foi feita devido à “dureza de coração” (Mt 19.8), reiterando que o divórcio nunca fez parte do plano original de Deus. Nossa sociedade e, até mesmo a igreja parecem considerar o divórcio algo muito menos sério do que é. Se o casamento fosse simplesmente uma convenção humana semelhante a uma parceria de negócios ou associação a um clube, então as pessoas estariam livres, a qualquer tempo, para entrar e sair. O divórcio não é simplesmente duas pessoas que decidem se separar; é uma ou duas pessoas decidindo que vão agir para acabar com algo que Deus pretendia que fosse permanente. Isso é uma coisa séria! Não existe “ex-mulher”. Não existe “ex-marido”. Porque eles estão ligados enquanto vivem em uma aliança com Deus!

3.2. Ensinos para uma vida familiar estruturada

Famílias estruturadas não é porque não tem crises, mas porque as crises são vencidas, as barreiras são ultrapassadas, não é porque não tem ventos contrários, tempestades, enxurradas, mas tem um alicerce que lhes dá sustentação, porque estão edificadas sobre a rocha que é Jesus [Mt 7.24-27]. Não é porque não tem conflitos, discussões, discordâncias e insatisfações, mas elas são superadas com sensatez e prudência. Os conflitos não podem se tornar uma coisa “normal” no casamento, mas fazem parte do relacionamento conjugal. Acalme-se!

Comentário Adicional:

Relacionamentos familiares estruturados são essenciais para a vida em família e na sociedade. Mas para que isto seja uma realidade presente, os desafios e ventos contrários sejam vencidos, é necessário que cada membro da família ocupe seu lugar e exerça seu papel no seio da família: o pai exercendo o seu papel de pai, a mãe exercendo o seu papel de mãe, o filho exercendo o seu papel de filho e, Jesus sendo o centro. A sociedade pós-moderna tem enfrentado mudanças desestruturantes. A crise entre os papéis no contexto familiar, tem levado os membros da família ao caos. A ausência de referências, pode gerar medos, inseguranças e condutas dispares. Neste contexto desfavorável, a família, principalmente cristã, tem sofrido com os constantes ataques, que por vezes, tentam romper com as estruturas milenares, contidas nas Escrituras. Para muitos, as perspectivas são desmotivadoras, mas há possibilidades de uma retomada e reestruturação, baseado na observância de princípios sólidos, comprovadamente eficazes e eternos da Palavra de Deus.

3.3. Ensinos para uma vida familiar de testemunho

O nosso testemunho de vida comprova que a nossa união conjugal e a nossa harmonia familiar vai refletir para as outras pessoas. O nosso relacionamento será espelho para muitos. O nosso exemplo de vida conjugal contagiou os nossos filhos e netos. Eles precisam ganhar interesse pelo casamento a nos imitar [2 Ts 3.9]. Precisamos ser exemplo dos fiéis [1Tm 4.12]. Sempre discutiremos as nossas diferenças e resolveremos as nossas divergências longe dos filhos e de outras pessoas, principalmente dos vizinhos e irmãos de igreja. Quando tiver que resolver algum conflito, faremos com educação, respeito, verdade, voz baixa e em lugar reservado ou apropriado e sempre respeitando os pontos de vista contrários aos nossos, e, se possível, chegando a um consenso sem brigas.

Comentário Adicional:

A elevação ou decadência de uma sociedade, igreja, povo ou nação depende da família. Uma família bem estruturada e que procura cumprir a missão para a qual Deus instituiu no Éden, torna-se testemunha e bênção não só para os seus membros como também para todos aqueles que estão em sua volta. Contribuirá significativamente para o fortalecimento de qualquer sociedade ou grupo social. Mas, um lar desestruturado é uma ameaça gravíssima à destruição da família e conseqüentemente uma verdadeira tragédia à vida social em todos os seus aspectos. O abandono dos princípios morais, a generalização do divórcio e o desrespeito à autoridade paterna têm conduzido a sociedade à maior decadência de toda a sua história. Entretanto, quando a família se une no propósito de entregar a Deus os seus cuidados, necessidades e desejos, com certeza alcançará os favores do Senhor e poderá servir de testemunha e benção para os que a cercam.

CONCLUSÃO

Tendo a Palavra de Deus como nosso guia na formação, cultivo e vivência familiar, ainda que não seja possível a vivência familiar em um ambiente totalmente isento de problemas, contudo é possível desfrutar da bênção da presença, providencia, proteção e do socorro de Nosso Senhor Jesus Cristo em todo o tempo.

Comentário Adicional:

A família é o nosso melhor e maior tesouro que temos aqui na terra, e, por isso, deve ser preservado contra toda e qualquer possibilidade de enfraquecimento e dissolução. Como cristãos, temos que ter consciência de que Deus, não apenas estabeleceu a família no principio, mas que também estabeleceu valores e princípios, os quais, a família que deseja viver a plenitude do amor e da harmonia, jamais deverá esquecer. O que se espera é que você transforme o privilégio do estudo destas lições, em bênçãos de grande alcance para sua vida e de sua família. Que o Espírito Santo esteja contigo e lhe dê sabedoria para assimilar o propósito de Deus para o casamento e da família nestes tempos de crise.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Revista BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. FAMÍLIA, PROJETO DE DEUS. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2024. Ano 34130. Lição 03A Bíblia Sagrada como manual da família.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Casamento e Família, projetos de Deus para o bem-estar da sociedade. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2016. Ano 26 n° 98. Lição 01 – O cristão e a família do século XXI.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Família Cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2013. Ano 23 n° 88.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Relacionamento Cristão. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2010. Ano 20 n° 76.

Revista do professor: Jovens e Adultos. Família, Igreja e Sociedade. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2010. Ano 20 n° 75.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 2º Trimestre de 2013. A Família Cristã no Século XXI.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 2º Trimestre de 2004. Família Cristã.

LIÇÕES BÍBLICAS. Maturidade Cristã nº 11 - Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 3º Trimestre de 1987. A Família e o Lar.

LINKS:

https://portugues.ucg.org/ferramentas-de-estudo-da-biblia/guias-de-estudo/casamento-e-familia/o-manual-de-instrucoes-de-deus-para-o-casamento – Acesso em 08.01.2024.

https://estudosdabiblia.net/bd16_12.htm – Acesso em 09.01.2024

https://estudosdabiblia.net/200236.htm – Acesso em 09.01.2024.

Bíblia de estudo nova versão internacional. Português. Tradução das Notas de Gordon Chown – Editora Vida. 2001.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

Pr. Osmar Emídio de Sousa - Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; em Missiologia e em Teologia Pastoral, pela FATAD - Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília. Atualmente Superintendente da EBD, na ADTAG316 Samambaia Sul/DF.

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