Seguidores que acompanham o Blog

O VERDADEIRO DISCÍPULO DEPENDE INTEIRAMENTE DE CRISTO

Lição 5 – 29 de outubro de 2023

TEXTO ÁUREO
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” 2 Coríntios 4.7 

VERDADE APLICADA
O exercício de um discipulado saudável consiste no discipulador estar ciente de ser um instrumento nas mãos de Deus, para que o propósito do Senhor seja cumprido.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que as qualidades humanas são insuficientes;
Expor o conceito bíblico de autoridade;
Mostrar que fraco é quem não se submete a Deus. 

TEXTOS DE REFERÈNCIA
JOSUÉ 7
2. Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete- Aven, da banda do oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens e espiaram a Ai.
3. E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois  mil ou três mil homens, a ferir a Ai. Não fatigueis ali a todo o povo, porque poucos     são,
4. Assim, subiram lá do povo alguns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.
5. E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.

INTRODUÇÃO
As promessas e garantias de Deus a respeito de conquistas e de que está com o Seu povo não eliminam a necessidade de constante vigilância, oração, humildade, cuidado para agir de acordo com os princípios bíblicos e consciência de que somos falhos e limitados.

1. A ILUSÃO DA FORÇA HUMANA
Ai ou Aia ou Aiate era uma cidade ao oriente de Betel e junto a Bete-Áven, próxima a Jericó e a segunda cidade tomada na invasão de Canaã (a Terra Prometida). Seu nome traduzido é “monte de ruínas”, podendo significar o que ela se tornaria. Após conquistar Jericó, uma cidade forte, os hebreus acreditaram que nada mais seria impossível. A subestimação do inimigo aliada à desobediência os levou à derrota em um lugar onde venceriam. O bom discipulador é aquele que confia em Deus, não em si (2Co 12.10). Aprendeu a maior lição: aquele que aprendeu a depender de Deus!

Comentário:
“Então disse o Senhor a Josué: Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado, e tomaram do anátema, e furtaram, e mentiram, e debaixo da sua bagagem o puseram” ( Js 7.10,11).

O discípulo durante a caminhada da fé tem de estar em constante vigilância, como em uma luta de boxe, jamais podemos abaixar a guarda, pois o inimigo estar ao nosso derredor pronto para nos golpear mortalmente, ele não brinca. Às vezes após a vitória relaxamos, minimizamos o inimigo e o pecado, achamos que o poder está em nós e esquecemos o verdadeiro dono do poder, "DEUS".

Jesus disse: “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

Alguns perigos cercam o discípulo, o de se achar autossuficiente, o de subestimar o inimigo e desobedecer a Deus e ainda tentar ocultar ou esconder pecados, os quais deixam consequências terríveis e tem destruído vidas, famílias e ministérios.

“Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons” (Pv 15.3). O exemplo de Paulo em (2Co 12.10) é impressionante, e reflete uma maturidade espiritual que poucos alcançaram: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. Quando Paulo confiou plenamente em Cristo, se esvaziando do orgulho e da ideia de ser autônomo, ele ganhou força bem maior. Jesus aceitou a "fraqueza" da sua forma humana para se entregar por nós. É somente quando aceitamos a nossa própria inadequação que temos condições de nos entregar a Cristo. Que possamos deixar Cristo viver no centro da nossa vida e de verdade servir integramente.

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). 

1.1-  Corpo físico
O maior engano já cometido por grandes personagens bíblicos, geralmente está relacionado à confiança em suas próprias forças, como foi o caso de Sansão, que acabou morto [Jz 16.30], ou ao tamanho de seus recursos, como foi o de Davi [1 Cr 2.1]. Ser forte, de acordo com a Bíblia, não significa ter um porte físico avantajado ou ter um grande exército. Mas ter confiança plena em Deus e obedecê-lo em qualquer condição. Os hebreus caíram por se acharem mais fortes que os homens de Ai.

 Comentário:
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jr 17.5). 

Se a declaração “maldito o homem que confia no homem” for retirada de forma isolada do texto bíblico, certamente parecerá um ensino que proíbe que confiemos em outras pessoas. Contudo, na profecia do profeta Jeremias significa que jamais alguém deve colocar no homem a confiança devida somente a Deus. Essa frase é um aviso do próprio Deus através da profecia do profeta Jeremias (Jr 17.5). Uma leitura simples do versículo mostra qual é a sua mensagem principal e como ele deve ser interpretado. Perceba que a repreensão é contra o homem que aparta o seu coração de  Jeová ao confiar na  própria capacidade humana.

Sendo assim, a declaração “maldito o homem que confia no homem” é uma repreensão contra o ilusório e tolo conceito de autossuficiência humana. A sequência da profecia diz que essas pessoas que agem assim são como uma planta no deserto que cresce na terra seca, numa terra salgada onde nada mais  vive ali (Jr 17.6). 

“Quem confia nas suas próprias forças acaba frustrado, mas quem confia no Senhor tem força para enfrentar qualquer desafio! (Sl 27.1) 

A verdadeira força de um verdadeiro discípulo só tem origem em Deus. Devemos viver na força de Deus e não nas nossas próprias forças. Quem confia nas suas próprias forças acaba frustrado, mas quem confia no Senhor tem força para enfrentar qualquer desafio!

“E disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar” (Jz 7.7). 

1.2- A alma
A alma é formada pelos sentimentos, conhecimento e emoções. Uma alma abatida conduz a pessoa à derrota, uma alma confiante em Deus leva à vitória [SI 25]. Aqueles que confiam em sua condição intelectual privilegiada, Deus diz que eles certamente serão confundidos. Paulo ressalta que Deus zomba destes, escolhendo as coisas loucas para confundir as sábias [1Co 1.27]. Um homem rico disse à sua alma: “tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga” [Lc 12.19] acreditando que seu poder e força estavam em seu conhecimento e inteligência em conquistar bens materiais. Mas Jesus o surpreendeu, dizendo que ele não tinha poder nem sobre sua própria vida [Lc 12.20]. Diótrefes se achava forte e poderoso, desejando a primazia, desprezando seu líder, João, e expulsando o povo da igreja de Deus. Sua alma orgulhosa o tornava reprovável diante de Deus [3Jo 9, 11]. O discipulador confiante em sua inteligência e conhecimento cai [Mt 23.12a). 

Comentário:
A alma define quem a pessoa é [Sl 103.1]. A alma é a parte que sente emoções, raciocina e tem vontade, interpretando a experiência física do corpo. A alma é a parte não mecânica da pessoa. A criatividade, a inteligência, as emoções, as decisões – tudo que torna a vida mais que um conjunto de processos automáticos é função da alma. A alma é o elo entre o corpo e o espírito e liga à parte física da vida à parte que não é física. O espírito é a parte que tem comunhão com Deus e a alma é a parte que torna essa experiência pessoal, individual. A alma interpreta e aplica a comunhão com Deus na vida física diária. Da mesma forma, a interpretação da alma da experiência física pode afetar a comunhão com Deus. É muito importante cuidar da alma. A alma precisa resistir à natureza pecaminosa, sujeitando tudo à vontade de Deus (1Pe 2.11). Se a alma está sujeita a Deus, a pessoa terá uma vida correta e completa. 60.000 é o número aproximativo de pensamentos que um homem produz em apenas um dia. Por isso, devemos cuidar da nossa alma, tanto quanto nos preocupamos com nosso corpo. Na Palavra de Deus, o desejo do pai por nós é expressado assim: "Caríssimo, desejo que prosperes em todos os teus empreendimentos, que estejas bem e igualmente que tua alma prospere.” [3Jo 1,2]. Conhecer o estado de sua alma é compreender o que acontece em nosso interior e assim melhor controlar nossas emoções e nossas decisões. Jesus veio curar os corpos mas igualmente os corações feridos. 

“Bendize, ó minha alma, o Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, o Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios" (Sl 102. 1-2). 

“E lá procurarão o Senhor, o seu Deus, e o acharão, se o procurarem de todo o seu coração e de toda a sua alma” (Dt 4.29) 

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37).

1.3- Espírito
A derrota em Ai era uma lição que Deus permitiu aos hebreus para lembrar que a força deles era o Senhor, e não porque eram espirituais. Está enganado quem pensa que, porque ocupa uma posição de destaque, é mais espiritual do que os outros. Jesus advertiu Pedro: “Satanás pediu a você para peneirá-lo como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça” [Lc 22.31-32a]. 

Comentário:
A espiritualidade cristã é uma jornada progressiva que começa com o novo nascimento em Jesus Cristo (Rm 8.11;  Ef 2.5; 1Pe  3.18,19; 1Co 15.22). Ela se caracteriza por uma vida que é influenciada pelo Espírito Santo, em oposição à vida natural, que não é regenerada (Rm 12.2). Ser espiritual é desejar e buscar mudanças no eu interior. A verdadeira espiritualidade não é alcançada através de regras de conduta, mas é a obra interior do Espírito Santo que renova a mente e molda o coração do crente à imagem de Cristo (Ef 4.21,24); transformação externa (Ef 3.16; 2Co 4.16; 1Pe 3.3,4). É uma jornada de morte para o eu interior e a renovação da mente. A espiritualidade cristã exige que nos concentremos em permitir que Deus nos transforme profundamente, para que possamos alcançar o propósito para o qual fomos criados: para sermos verdadeiramente justos e santos, à imagem de Deus. Portanto, a espiritualidade é uma jornada progressiva, que começa com a salvação e culmina no aperfeiçoamento da imagem de Cristo em nós. É alcançada pela ação do Espírito Santo, que trabalha em nosso interior para nos transformar à imagem de Cristo.

2. AUTORIDADE E AUTORITARISMO
Deus concede aos seus discípulos autoridade [Lc 10.12]. Todo exercício de autoridade que sai da vontade de Deus passa a ser autoritarismo. Isto acontece quando o mau discípulo tenta se apoderar e usa a autoridade em proveito próprio, visando apenas seus interesses. Autoridade vem do próprio Deus, como foi ensinado por Jesus e é usada para o avanço do Reino [Mt 28.18-19], nunca para sua divisão. Nisso diferem, João e Diótrefes, o que tinha autoridade e o que era autoritário. 

Comentário:
Definições:

Autoridade: Do latim auctorĭtas, a autoridade é o poder, a legitimidade ou a faculdade. Direito legalmente estabelecido de se fazer obedecer., Pessoa ou entidade que tem esse direito de se fazer obedecer (ex.: autoridade marítima)., Pessoa reconhecida pela competência ou conhecimento em determinada área. Em geral, o termo refere-se às pessoas que governam ou que exercem o comando: 

Autoritarismo: é uma forma de governo que é caracterizada por obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição a liberdade individual e expectativa de obediência inquestionável da população, é quando uma autoridade abusa de seu poder. O conceito também se refere ao sistema ou regime governamental que se excede no exercício de sua autoridade. 

A verdadeira autoridade é adquirida; conquistada pelo exemplo e não pela força. A autoridade é legítima, natural e agradável; o autoritarismo é imposto, é ameaçador, produz tensão e medo. Jesus disse que o estilo de liderança do mundo é inspirado na autoridade imposta: “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade” (Mc 10:42). Porém, a autoridade na igreja deve ser diametralmente oposta: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser ser o primeiro entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Mc 10.43,44). Jesus arremata o assunto, dando seu testemunho pessoal: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” ( Mc 10.45).

2.1- A fonte da autoridade
Deus é a fonte de toda a autoridade [Rm 13.1]. Por esta razão, só é possível ter autoridade se Ele a der ao homem [Lc 10.19], caso contrário é autoritarismo. Diótrefes usava de autoritarismo, acreditando que conseguiria impor as suas vontades (3Jo 10), ignorando que a autoridade vem do Senhor. Ninguém tem autoridade para vencer se não tiver a intervenção de Deus, por menor que seja o obstáculo, como era a cidade de Ai. 

Comentário:
Deus é dono de todo poder e tem autoridade sobre tudo e todos. Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24.1).

Deus é a autoridade sobre todas as coisas e a soberania de Deus é sobre todas as esferas da existência humana e submeter-se às autoridades é fundamental para o cristão. O cristão deve submeter-se às autoridades porque Deus deseja isso de nós e isso ainda pode nos livrar de sérios problemas (Tt 3.1; 1Pe 2.13,15). A única ressalva é que em casos de ser orientado a fazer propositalmente o mal, o cristão deve manter sua postura de obediência a Deus. O maior exemplo é Jesus que foi submisso a Deus mesmo sofrendo injustiças. Em João 17.11, 20-23, aprendemos que Jesus Cristo alcançou uma união perfeita com o Pai ao se submeter a Ele. 

Além disso, Deus nos criou; nos julgará; nunca erra, e governa sobre todas as coisas e sobre todas as nações e delega autoridade aos seus fiéis."E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder [poder e autoridade] sobre todos os demônios, para curarem enfermidades. E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos. E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e fazendo curas por toda a parte." (Lc 9.1-2,6). O Espírito Santo de Deus diz que a autoridade do cristão é o resultado de um decreto de Deus para Seus filhos.

Esse decreto de autoridade é sobre todo mal, sobre todos os adversários ou adversidades, doenças, enfermidades, influencias malignas, maldades humanas, contendas, circunstâncias, apostasias. O Senhor diz em Lucas em 10.19: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.” A maioria dos cristãos, imagina que essa autoridade dada por Deus, é somente do pastor da Igreja, mas não é verdade.

Falou Daniel, dizendo: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque Dele são a sabedoria e a força; e Ele muda os tempos e as estações; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” ( Dn 2.20,21).

2.2- O engano do autoritarismo
Cristo combateu veementemente o estilo de vida que não estava alinhado aos princípios do Seu Reino. O autoritarismo é antibíblico. O apóstolo Pedro recomendou: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” [1Pe 5.2-3]. Pedro havia sido impetuoso, mas entendeu que na obra de Deus o que rege é Sua autoridade, nunca o autoritarismo. 

Comentário:
O nosso Deus mesmo sendo a melhor definição de autoridade nunca fez uso do autoritarismo, o desejo do Senhor é que todos se salvem [Jo 3.16], mas Ele não impõem, não força, não invade, Ele bate na porta do coração [Ap 3.20]. Vivemos tempos difíceis, guerras, inversão de valores e o esfriamento do amor, mas como discípulos do Senhor não devemos usar do autoritarismo para sobrepor com força e violência. "Esta é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”, diz o Senhor dos Exércitos [Zc 4:6]. 

Tentar convencer o pecador e faze-lo crer que Jesus é a solução, é uma das funções das do Espirito Santo [Jo 16.8]. Cabe a nós é ser instrumento, ser vaso nas mãos do oleiro. O Deus que servimos é maravilhoso, Ele nos faz um vaso novo na sua fôrma e enche esse vaso novo com um precioso tesouro. Que possamos ser sempre grato a Deus por esse privilégio de sermos um vaso novo, mesmo cheios de fragilidade e por isso quebramos com facilidade, mas o Senhor vê potencial e valor em mim e você. 

A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo: “Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer” (Jr 18.1-4).

2.3- Jesus é o exemplo
A liderança de Jesus sempre foi exemplo, desde quando chamou seus discípulos até quando esteve perante Pilatos [Jo 19.11], antes de sua condenação e crucificação. Ele tinha toda autoridade [Mt 28.18], mas não usou dela para escapar de Sua missão que era morrer pelos pecados dos homens [Lc 23.39], antes foi submisso à autoridade do Pai [Fp 2.8]. Jesus é o exemplo de autoridade que atrai [Jo 12.21], em vez de autoritarismo que repele. Sua autoridade era reconhecida pela multidão que o seguia “porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” [Mt 7.29]. 

Comentário:
Como bons discípulos, devemos seguir o maior exemplo de todos “Jesus Cristo” Ele tinha toda autoridade, era manso e cheio de amor. Em João 8.1;12 os escribas e fariseus não tinham a intenção de fazer cumprir a lei de Moises e sim questionar e condenar a Cristo, que deu mais uma demonstração de autoridade, sabedoria e misericórdia, disse Jesus “aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra”. Notemos algo, Jesus não disse que ninguém era sem pecado. Essa história é ao mesmo tempo assustadora e libertadora, pois nos dá uma visão de perto do coração de Jesus. Ele sabe que pecamos. E ele nos convida à liberdade de deixar nossos pecados para segui-Lo. “Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). 

Todos os cristãos são discípulos
Em Atos 11.26, lemos que os discípulos também são chamados de “cristãos”. Hoje em dia, esse pode ser um termo mais comum, mas na verdade todo o cristão verdadeiro é um discípulo de Jesus Cristo. E, além do mais, Jesus chama Seus seguidores a “fazer discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). Espalhar o Evangelho implica ensinar às pessoas como seguir Jesus em todas as áreas de suas vidas. 

Já percebeu que esse é seu chamado como cristão?

Basicamente, um discípulo é um aprendiz ou aluno, alguém que segue os ensinamentos de outra pessoa e segue os caminhos desse professor. Nos tempos bíblicos, isso era prática comum. Especialmente em questões religiosas, se você queria aprender, não havia escola, mas se tornava discípulo de uma pessoa. 

Por exemplo, o que o apóstolo Paulo fez quando jovem: “Eu sou judeu, nascido em Tarso na Cilícia, mas criado nesta cidade, educado aos pés de Gamaliel, de acordo com a maneira estrita da lei de nossos pais” (Atos 22. 3). João Batista também tinha discípulos (Jo 1.35-37; 3.25, MT 11. 2; 14.12), e o grupo religioso dos fariseus tinha uns quantos (MT 22.16). 

3. O VERDADEIRO DISCÍPULO
O discípulo de Cristo cumpre seu chamado em total submissão ao plano de Deus. O erro de Josué em Ai foi não ter buscado a orientação de Deus. Por isso, teve de aprender com a derrota. Toda ação deve ser levada ao Senhor, por mais simples que possa parecer [Tg 4.13-15]. 

Comentário:
O crente reconhece a existência de Deus, mas só o discípulo está disposto à conversão (metanoia) ou novo nascimento, a mudar de mente e de atitude. 

O crente acredita em Deus, mas só o discípulo se submete realmente a Deus. Tiago diz isso de forma muito clara: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demónios o creem, e estremecem” (Tg 2.19). 

O crente tem a percepção dum Deus moral, mas só o discípulo procura alinhar o seu caráter com o caráter de Jesus, exemplificado no chamado fruto do Espírito: Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl 5.22-25).

O crente sabe que há Deus, mas só o discípulo caminha com Ele: “E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). 

O crente ouve a Palavra de Deus, mas só o discípulo permanece nela: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (Jo 8.31). 

O crente ouve Jesus e acredita Nele, mas só o discípulo deixa tudo para o seguir, começando uma nova vida: “E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram” (Lc 5.10b,11). 

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28.18-20).

Pense nisso! 

3.1- Ama e cuida da Igreja
O verdadeiro discípulo reflete o amor de Deus pelas almas, ensinando-as a seguir e a servir Jesus [Mt 28.18-20]. O cuidado do discípulo de Cristo é condição essencial daquele que precisa ensinar e conduzir as vidas a Cristo, gerando novos discípulos [2 Tm 4.2]. Josué falhou nisso. O amor precisa ser materializado por meio de ações concretas [1 Jo 3.16-18]. Diferentemente de Diótrefes, João viveu e morreu praticando o amor, tornando- se conhecido por isso [Jo 21.7]. Ele é um grande exemplo para todos que desejam êxito ministerial. Soube amar as ovelhas e deter os lobos [Jo10.10- 16], afastando-os para bem longe do rebanho. Para ele, poupar o lobo era o mesmo que sacrificar as ovelhas. Por isso João não ficou inferente e passivo em relação  à postura de Diótrefes [3Jo 10]. 

Comentário:
As palavras do Senhor Jesus nos revelam que podemos manifestar Deus e glorificá-lo se amarmos uns aos outros. Deus manifesta ao mundo a Sua glória, a Sua graça e o Seu amor através da Igreja, que é o Seu corpo. Devemos, portanto, representá-lo bem aqui nesta terra. Carregamos dentro de nós a presença do próprio Deus e, consequentemente, o Seu amor. Quando os discípulos amam a mensagem do amor de Deus se torna visível ao mundo. O amor é o sinal de nosso discipulado a Jesus (Jo 13.35), a roupa que um cristão deve usar. Em João 13.35 nos lemos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jesus nos indica qual o principal ponto pelo qual seremos avaliados no Reino dos Céus. Não é a forma como nos vestimos, o quanto falamos ou a profundidade do nosso conhecimento que nos qualificarão como seguidores de Cristo. A Bíblia assegura que os discípulos serão conhecidos no amor de uns para com os outros. Essa é a questão-chave que sustenta e prova a nossa fé.

Frequentemente dizemos “amem uns aos outros”, entretanto, vivemos essa realidade em nossa vida?

“O fruto da retidão é árvore de vida, e aquele que conquista almas é sábio” (Pv 11:30).

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4.2).

“E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens" (Mc 1:17). 

3.2- Preserva as ovelhas
Ao perder a primeira investida contra Ai, como um líder, Josué colocou em risco a vida de suas “ovelhas”. Por ouvir o “conselho” de homens, não se importou em ouvir a Deus. Essa insubmissão custou caro a Josué, pois trinta e seis pessoas perderam a vida naquela batalha; uma derrota significativa para Josué. O discípulo verdadeiro tem responsabilidade em gerar e cuidar, pois se não o fizer, Deus o cobrará [Jr 23.1-4]. Jesus deixa claro que guardou todas as ovelhas que Deus o deu, e nenhuma se perdeu [Jo 17.12a]. 

Comentário:
A ligação de Jesus com seus seguidores era forte e profunda. Aqueles que o seguiam, faziam parte de sua vida. Eram como seus filhos. Jesus declarou ao Pai: “Eram teus, e Tu nos confiaste”; Jesus tinha um sentimento de intenso amor e cuidado por seus discípulos. Esse tem que ser também nosso sentimento e postura para com os discípulos. Que nossas vidas estejam sempre no Seu altar, para quando Ele nos der alguém para cuidar, estejamos prontas (os) a servi-lo. 

"Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm obedecido à tua palavra (Jo 17.6). 

3.3- Cumpre o propósito divino
O propósito divino para Josué era vencer Aí, mas ele perdeu. O fato de Josué não saber que Acã havia roubado o ouro que estava sob a proibição [Js 7.1-13], mostra que Josué não havia buscado Deus antes de invadir a cidade, senão o Senhor o teria avisado [Am 3.6-7]. Para cumprir o propósito divino em Ai, Josué agora busca a Deus e recebe a garantia da vitória na batalha, após ouvir as estratégias do Senhor [Js 8.1-2]. Um discípulo verdadeiro ouve as instruções de seu Mestre.

Comentário:
O profeta Elias era um homem cheio da presença de Deus, que reconhecia a voz de Deus como poucos homens em toda história. Orou para que não chovesse e para que voltasse a chover e aconteceu (Tg 5.17,18), clamou por fogo do céu e o fogo desceu queimando o holocausto (1Rs18.36-38). Por fim, Elias foi arrebatado vivo aos céus (2 Rs 2.9-14), tamanha era sua intimidade com Deus. Vivemos um tempo em que as pessoas gostam muito de falar e se expressar. Na nossa cultura, muitas pessoas têm desejo de falar, mas uma enorme dificuldade de ouvir. Dessa forma, levam esse padrão para seu relacionamento com Deus. Gostam de falar com Deus e apresentar seus problemas e demandas para Ele, mas nem sempre conseguem ouvir a Deus e discernir Sua vontade. Deus colocou no ser humano o espírito (1Ts 5.23), para que seja um ser espiritual, com capacidade de se relacionar espiritualmente (1Pe 2.2). 

Jesus respondeu: “Muitos mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11.28). 

Além disso, Jesus afirma que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz” (v.27). Ouvir a voz do seu pastor é uma característica natural de uma ovelha normal. Cada rebanho tem o seu próprio pastor e quando este chama suas ovelhas, elas ouvem, reconhecem a sua voz e prontamente o seguem (v.4), ora para o aprisco, ora para os pastos verdes e para os lugares onde havia água fresca. É assim também com todo discípulo que professa sua fé em Cristo. Ele deve ouvir a voz de Cristo, o seu Pastor e segui-lo para onde ele o conduz. Cristo nos chama para dentro do seu aprisco que é a igreja. Ele nos conduz a pastos verdejantes e águas tranquilas e nos consola com o seu bordão e cajado. Ele nos governa e nos consola , cabe a nós ouvir a sua voz e segui-lo para o nosso próprio bem e salvação. E ouvir atentamente para crer em Cristo e aplicar sua palavra em nossas vidas; é se colocar debaixo do que Cristo fala, guardar os seus mandamentos e confiar nas suas promessas Mt.28.20). 

O Senhor Jesus disse, “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz” (João 10:27) 

Senhor, ensina-me a ser teu discípulo, amando as pessoas, independentemente do merecimento delas ou do meu sentimento para com elas. Eu quero representar da melhor forma possível o teu amor para que elas te conheçam e sejam abençoadas através do meu testemunho. Sou imperfeito, mas, pela tua graça, eu conseguirei ter um comportamento semelhante ao de Jesus. Amém. 

CONCLUSÃO
Deus não procura pessoas fortes, mas alguém que seja fortalecido nEle. Deus não quer discípulos de aparência como Diótrefes, mas de essência, comprometidos e amáveis como João, Gaio e Demétrio para realizar Seus propósitos. 

Comentário:
Que Senhor possa nos ensinar a ser Seu discípulo, amar as pessoas, independentemente do merecimento delas ou do meu sentimento para com elas. Somos imperfeitos e frágeis mas Deus conta conosco e pra isso ele nos capacita e derrama da tua graça e misericórdia sobre as nossa vidas. Que estejamos sempre aos pés da cruz. 

Referências bibliográficas
Biblia online Almeida Corrigida Fiel
blog hulio peixoto www.marata.br.com
Bp especializada estilo e adoração biblioteca biblica
Versão Almeida Revista e Corrigida Bibliaon
www.respostas bíblicas.com.br bíblia online

Comentário adicional  Diácono Wagner Delfino


LIÇÃO 04 - O VERDADEIRO DISCIPULO É SUBMISSO A SUA LIDERANÇA (PR. OSMAR)

 O VERDADEIRO DISCÍPULO É SUBMISSO A SUA LIDERANÇA
Lição 04 – 22 de Outubro de 2023


TEXTO ÁUREO
“Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus" (3 João 11)

VERDADE APLICADA
O autêntico exercício do ministério cristão ocorre quando há plena consciência de que deve ser cumprido para a glória de Jesus e nunca dos homens.
 
OBJETIVOS DA LIÇÃO

ALERTAR sobre erros de um mau discipulador;
RESSALTAR que a igreja é de Deus;
ENSINAR que um discipulador é um servo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
João 13.3 – Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
João 13.4 – Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.
João 13.5 – Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
João 13.6 – Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
João 13.7 – Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
João 13.8 – Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS DA LIÇÃO


INTRODUÇÃO
Esta semana estaremos estudando um tema muito importante e desafiador não só aos líderes espirituais e eclesiásticos, como também para os cristãos de uma forma geral, pois vamos concentrar-se em dois princípios extremamente oportunos: Autoridade e Submissão. Se, por um lado, há alguns tipos de lideranças totalitárias como Diótrefes, que alegam ter a última palavra, e se apresentam como verdadeiros donos da Igreja (3 Jo 10-11)). Por outro lado, como reflexo de uma sociedade pós-moderna, temos muitos crentes que não estão mais dispostos a observar o principio da obediência e submissão às autoridades e lideranças devidamente constituídas por Deus (Rm 13.1). Por que devemos ser submissos às nossas autoridades? Até onde deve ir nossa obediência à liderança de nossa igreja?

1. ERROS DE UM DISCIPULADOR
A submissão é uma atitude de coração que se manifesta através da obediência. O erro que uma autoridade possa vir a cometer nos dá o direito de rebelar-se contra ela? Temos poder para retirar a autoridade espiritual que o Criador concedeu a alguém? Este século tem se caracterizado pela desordem e falta de lei. E não é de se admirar que dentro da igreja haja uma resistência em relação à autoridade e à obediência. É fato que o principio da submissão às autoridades é claramente ensinada nas Escrituras e como servos de Cristos devemos observar e nos submeter como ao Senhor (Lc 10.16; Rm 13.1). Se uma pessoa é uma autoridade espiritual e está causando problema ou em pecado, cabe a Deus destituí-la de sua posição, não nós. Nem eu nem você temos poder para retirar a autoridade espiritual que o Criador concedeu a alguém. É neste ponto que muitos se enganam, pecam e atraem para si a ira de Deus; Mas, é fato também, nas Escrituras, que toda e qualquer estrutura no principio da obediência terrena (governos, líderes eclesiásticos, pais, cônjuges, patrões, professores, etc) são condicionadas e devem está fundamentadas na Palavra (At 5.29). Toda e qualquer liderança do ponto de vista humano são falíveis, portanto, sua obediência podem ser restringidas. Diótrefes, por exemplo, como líder eclesiástico, errou ao não considerar Jesus o legitimo e único Senhor da Igreja e agir conforme seu equivocado entendimento, cabendo assim aos seus liderados, antes de obedecer irrestritamente, uma análise de suas ações à luz das Escrituras (3 Jo 9-11). Logo, em relação a autoridade de Deus a obediência é tão absoluta quanto a submissão, pois Deus não falha e não há nenhuma atitude mais sábia do que aceitar e fazer a Sua vontade. Todavia, em relação as "autoridades delegadas" aos homens, elas não são absolutas, pois somos falhos, por isso existem momentos (casos de confronto com a Palavra de Deus) em que podemos questionar tais autoridades (1 Tm 2.1-2), mas jamais devemos ser insubmissos e/ou rebelar-se, não podemos confundir as coisas. É melhor ir congregar em outra igreja e estar sob a autoridade espiritual de outro líder do que não submeter-lhe e/ou rebelar-se contra o ministério dele. Rejeitar uma autoridade delegada é uma afronta a autoridade de Deus (Lc 10.16; 2 Pe 2.10-12). Vamos ter o cuidado de não cometer esse erro!

1.1. A soberba
Todos nós conhecemos o que aconteceu com Lúcifer, mais conhecido hoje como o diabo ou satanás. Ele era um Querubim Ungido (Lc 10.18), mas ele usurpou o trono de Deus, se ensoberbeceu e, por isso, foi condenado (Is 14.12-15; Ez 28.12-19). Não são poucos os exemplos e alertas da Bíblia quanto ao perigo de uma pessoa ser dominada pela soberba. Ela é uma tentação constante para quem está em posição de autoridade e de visibilidade. A soberba de Diótrefes era conhecida. Segundo o texto, ele “gostava de exercer a primazia”. Tal arrogância acabou levando-o à rebeldia. Além de falar mal dos seus líderes e distorcer o que eles falavam, Diótrefes trouxe danos àquela igreja e aos irmãos que tentavam se achegar. O apóstolo Paulo lista nas características de quem deseja ser líder: a maturidade, para poder manter-se humilde na posição que Deus colocou (1 Tm 3.6). Se não estivermos maduros, poderemos trazer a glória para nós, louvando a nós mesmos, exaltando-nos, tornando-nos independentes, passando a nos enxergar além do que somos. Cuidado! O poder sem a obediência e submissão a Deus e suas autoridades constituídas pode-nos levar à soberba.
 
1.2. Abuso de poder
As ações de Diótrefes servem como um alerta não só contra o perigo da soberba, mas também contra o perigo do abuso de autoridade nas igrejas. A sua história destaca a importância da humildade, da unidade e do principio da submissão à autoridade eclesiástica para o bem-estar e o crescimento da Igreja. O comportamento de Diótrefes contrasta fortemente com esses ensinamentos, exibindo um desejo de poder, controle e divisão. Estas são situações que naquele momento eram apenas embriões de problemas maiores que acabariam por fincar o pé ao longo da história eclesiástica. Ao longo dos séculos, outros inúmeros líderes ou figuras influentes dentro da igreja abusaram de suas autoridades ou procuraram ganhos pessoais à custa da cristandade. Essas histórias devem servir como lembretes para estarmos vigilantes contra tais comportamentos nos contextos modernos.

1.3. Desequilibro emocional
Um líder geralmente tem muitas preocupações, é muito atarefado e precisa ser maduro para assumir diferentes posturas em diferentes situações dentro e fora da Igreja. Por isso, ele também precisa estar emocionalmente preparado. O desequilíbrio emocional é tido como um dos piores defeitos que um líder pode ter. Um bom líder é aquele que conhece e domina suas emoções. Assim, um líder que está com sua parcela emocional devidamente equilibrada consegue se posicionar de forma sábia e eficaz, pois, ao gerenciar suas emoções, ele também realiza sua liderança de maneira proativa, benéfica e efetiva. Seus comandados passam a se sentir motivados e satisfeitos com o exercício de sua liderança. Já o descontrole emocional pode levar o líder a tomar decisões equivocadas.

2. A IGREJA TEM DONO
Para líderes eclesiásticos como Diótrefes, poderem agir livremente, precisam suprimir a autoridade do Senhor. No tempo de Diótrefes, precisava ainda desprezar a autoridade apostólica (3 Jo 9-11). Em nosso tempo, além de rejeitar a autoridade de Deus, precisam rejeitar a sã doutrina. Agindo assim, eles assumem um lugar de preeminência sobre a congregação, extinguindo a ação de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Tudo precisa estar centrado nele e ser feito conforme a vontade e determinação dele. O autoritarismo de Diótrefes resiste à ação do Espírito e coloca completamente de lado a ordem estabelecida por Deus para o funcionamento da igreja local. Lamentavelmente, ainda existem líderes eclesiásticos que insistem em ser "donos" da igreja, fazendo tudo a seu modo. Impunham sua liderança pela imposição e pela intimidação como características fundamentais para manter a ordem entre os seus comandados. O mais triste é que esses “ditadores” cristãos acreditam, de fato, estar servindo a Deus e exaltando o nome de Jesus. Mas, cristãos como Diótrefes não podem ser chamados de discípulos, muito menos de ministro de Deus.

2.1. O Pai
A igreja pertence a Deus Pai, e é, muitas vezes, chamada "Igreja de Deus" (At 20.28; 1 Co 1.2; 10.32; Gl 1.13; 1 Tm 3.5,15), ou seja, o povo que pertence a Deus e liderada por homens chamados para cuidar dela (Ef 4.11). A palavra grega "ekklesia" traduzida como "igreja" significa, literalmente, "chamado para fora" e assim refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor. Não se trata de qualquer povo, mas de uma comunidade digna de ser chamada igreja de Deus. Um povo que de acordo com o grande projeto de amor do Pai, se identifica tanto no seu ser como no agir. Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma mera instituição, independente do povo que a compõe. Embora a igreja tenha a sua parte organizacional, este não é o real conceito bíblico do termo igreja (eklklesia). Deus não entregou seu Filho para morrer e estabelecer uma organização ou instituição, mas para salvar o povo do pecado (At 20.28; 1 Co 6.20). O Novo Testamento, em sua essência, descreve a igreja como um corpo composto de membros vivos (Rm 12.4-5; 1 Co 12:12-27;  Cl 1.18,24; Ef 5.23). Deus, Pai não habitam numa organização ou instituição, mas no povo que os obedece (Jo 14.15,23).  

2.2. O Filho
A mais ampla expressão de autoridade de Deus se encontra no Corpo de Cristo, sua Igreja. A Igreja não é simplesmente o templo ou prédio onde se reúnem os irmãos. Embora Deus tenha estabelecido os princípios da autoridade delegada nas diversas áreas do relacionamento humano, pais, filhos, governos, povo, sociedade, patrões, servos, etc pode dar à autoridade sua expressão mais ampla do que a Igreja do Senhor. Não existe nada mais belo sobre a face da terra do que a Igreja. Ela pertence ao Filho e representa o Corpo místico de Cristo, a noiva do Senhor. Nos últimos dias, vivemos uma avalanche de ensinos errados, que levam muitas pessoas a afirmarem que querem Jesus, mas não querem pertencer a Igreja. Não querem compromisso. Fazer parte da Igreja exige compromisso. Fazer parte do corpo de Cristo exige compromisso. Nunca veremos um pé ou uma perna andando sozinha na rua. Se estiver separada do corpo, sozinha, vai apodrecer, precisa estar ligada ao corpo. Uma pessoa pode estar na Igreja e não fazer parte do Corpo de Cristo. Mas, ninguém pode fazer parte do Corpo de Cristo sem fazer parte da Igreja, porque ela é o Corpo do Senhor. Os verdadeiros seguidores de Deus fazem parte da igreja que pertence a Jesus.

2.3. O Espírito Santo
O Senhor não derramou Seu Espírito Santo sobre os cristãos à toa. Entre os propósitos que Ele tinha em mente ao conceder o Espírito Santo aos crentes e dar-lhes autoridade espiritual (Ef 4.11-14; 1 Co 12.28). O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho desde o começo do propósito de nossa salvação. O Espírito Santo habita, unifica e guia a Igreja na verdade. Ele é o dono da Igreja, o responsável exclusivo por seu crescimento e avanço. Ele foi derramado sobre a Igreja para impulsioná-la, encorajá-la, guiá-la e capacitá-la na prática, testemunho e pregação do Evangelho. O Senhor Jesus disse que o Espírito Santo daria testemunho dele, o glorificaria e nos guiaria a toda a verdade. Somente no Espírito existe verdadeira conversão e transformação da nossa mente (Rm 12.2). Sejamos crentes cheios do Espírito Santo e, certamente, amaremos mais ao Senhor Jesus e seu Evangelho. Somente assim seremos o que Deus nos chamou para ser e faremos o que Deus nos chamou para fazer.

3. O DISCÍPULO SERVE PROPÓSITOS
Na ultima ceia realizada com os seus discípulos Jesus fez algo impressionante. Ele fez uma demonstração poderosa de autoridade que os deixou perplexos. Enquanto comiam juntos, Jesus vestiu-se como servo, cingiu-se com uma toalha, e, então, prosseguiu executando a função do escravo de menor valor: lavou os pés dos discípulos. Ali estava o Deus encarnado, o Criador do Universo, Aquele que tinha o direito de exercer toda a autoridade, agindo como um servo particular. Sem dúvida, Ele estava tentando transmitir uma mensagem muito importante. Estava apontando, da forma mais enfática possível, a verdadeira atitude e posição daqueles que exercem autoridade espiritual e liderança. Enquanto tomava esta atitude, Ele disse: “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque Eu o sou. Ora, se Eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também.” (Jo 13:13-15). Muitos pensam que ser revestido de autoridade espiritual é apenas ser revestido de poder para dar ordens ou tomar. Aqui Jesus deixa claro que, os que são usados por Deus para transmitir Sua autoridade devem ser servos. Sua verdadeira função de autoridade é assegurar a orientação, a proteção, a provisão e a promoção de seus subordinados, etc. Sua atitude e disposição não são para estabelecê-los como "chefes" e "senhores", mas para tomarem a posição mais inferior. Eles devem usar seus dons divinos para servir aos outros, em vez de elevarem-se a si mesmos. Jesus não serviu aos outros a fim de receber honra dos mesmos, mas sim, porque ele os amava. Ele valorizava servir aqueles que não poderiam lhe dar nada em troca. Ele deixou claro que a sua missão consistia em servir. Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos“ (Mt 20.28). Tudo que existe no mundo revela Seu poder, Sua glória e Sua autoridade. Reconheçamos que Deus é a fonte de toda a autoridade que há no universo e submetamo-nos a Ele, pois toda autoridade emana de Deus e cumpre um propósito por Ele estabelecido para que haja paz, ordem e produtividade.

3.1. Estruturar e fortalecer o Corpo
A Igreja não é obra humana (Mt 16.18), mas criação especial de Deus mediante Cristo, seu Filho Amado (Ef 1.22,23; Gl 2.20). Foi para estrutura da família, da Igreja e da sociedade, que Deus estabeleceu o princípio da autoridade delegada. Deus é a fonte de toda autoridade. O Senhor age a partir do seu trono que está estabelecido sobre a sua autoridade. Mas para reger todas as relações do homem com o homem, foi que Ele transferiu ou delegou Sua autoridade aos homens. A partir daqui todas as relações na terra estão debaixo deste princípio, nada está solto. Como isto funciona? Na Tri-unidade divina temos o Pai, Filho e o Espírito Santo. Na essência os três são iguais. Porém, diferentes nas funções: O Pai enviou o seu Filho (Jo 4.34), que em obediência, ao Pai, veio cumprir sua função e propósito (Jo 8.29; 16.28; Fp 2.3-11); o Filho enviou o Espírito Santo (Jo 15,26; 14.26), que em obediência, ao Filho, veio cumprir sua função e propósito (Jo 16.12-15; At 2.16-17). Este mesmo princípio divino foi delegado em todas as relações estabelecidas por Deus na terra, quer seja na família, no emprego, na igreja ou na sociedade. Somos todos iguais perante Deus, mas aprouve ao Senhor delegar funções e propósitos diferentes a alguns para que seus propósitos e objetivos sejam alcançados: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.11,12).    

3.2. Fazer a Igreja avançar
A mais ampla expressão da autoridade de Deus se encontra no corpo de Cristo, sua Igreja. Só o relacionamento entre Cristo e a igreja pode expressar totalmente a autoridade e a obediência. Pois Deus não chamou a igreja para ser uma instituição; ordenou que fosse o corpo de Cristo. Frequentemente pensamos que a igreja seja apenas um ajuntamento  de crentes com a mesma fé, mas Deus a vê de maneira diferente. Ela não representa só a mesma fé e o amor unido, mas muito mais, como se fosse um só corpo. Deus não chamou a igreja para ser uma instituição; ordenou que fosse o corpo de Cristo. Os relacionamentos de pais e filhos, senhores e servos, e até mesmo maridos e esposas, todos podem ser interrompidos, mas o corpo físico não pode ser separado de sua cabeça; são um para sempre. A autoridade e a obediência encontradas em Cristo e na igreja são de uma natureza tão perfeitas que ultrapassam todas as outras expressões de autoridade e obediência. Examinando cuidadosamente as Escrituras, descobrimos que o Senhor perdoa pecados contra a Sua santidade, mas não contra a Sua autoridade (Is 14.11-20; Ez 28.12-19; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 12.7-9). O princípio da autoridade deve ser respeitado e vivido quotidianamente, pois é um princípio de Deus que, praticado, é uma bênção. Desprezado, poderá redundar em maldição (Nm 12.6-10; Rm 13.2; 1 Sm 15.23).

3.3. Acolher o povo e demais líderes
Diótrefes ocupa um lugar único na história bíblica como uma figura cujas ações destacam os perigos do orgulho, do egoísmo e do abuso de poder. Aprender lições com a sua história proporciona uma oportunidade de examinar as nossas próprias atitudes em relação à autoridade e lutar pela humildade, unidade e liderança servil no nosso contexto cristão moderno. Como discipulo do Senhor, devemos cumprir os propósitos de Deus como povo que O adora, O glorifica e proclama a Sua Palavra. Todavia, a maior das exigências que Deus faz ao homem não é a de louvar, pregar, dizimar, jejuar ou ofertar. A maior das exigências que Deus faz é que lhe obedeça e lhe seja submisso (1 Sm 15.22-23; Sl 50.16-17). Isto porque Deus é soberano e tudo que no mundo existe é sustentado pelo poder de Sua autoridade (Hb 1.3). Nada no universo deve sobrepujar a autoridade de Deus(Sl 103.19). Isto significa que ninguém tem autoridade por si mesmo. Deus é quem a outorga ou permite que ela seja concedida a alguém. O Criador possui autoridade direta e absoluta; o homem, só autoridade delegada e parcial. Assim, todo aquele que deseja cooperar com o Senhor, deve conhecer a soberania e autoridade de Deus. Rejeitar uma ordem de Deus ou Sua autoridade é o mesmo que ir contra o próprio Deus. A intenção de Satanás de estabelecer o seu trono acima do trono de Deus foi o que violou a autoridade do Senhor (Is 14.12-15; Ez 28.13-17). Não podemos permitir espaço para rebeldia em nossas vidas. Assim como Jesus, que em nada foi rebelde ao Pai. Ele vivia para agradar ao Pai e em tudo lhe foi obediente e submisso. Se formos obedientes, o Criador abençoará tudo quanto fizermos, para a glória do Seu nome. Porém, rebelar-se contra uma autoridade estabelecida por Deus, acarreta sérios danos para a nossa vida.

CONCLUSÃO

A lição desta semana serve como um lembrete aos cristãos para examinarem seus próprios corações e atitudes em relação à liderança. Enfatiza a importância da humildade genuína, da liderança servil e dos propósitos que temos de realizar dentro unidade do corpo de Cristo. O Senhor nos chamou para aprender a obediência na igreja, na família e no mundo. Se você deseja ganhar reconhecimento e sair vitorioso diante das adversidades, reconheça as autoridades delegadas por Deus para protegê-lo e abençoá-lo, e submeta-se a ela.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

REVISTA BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã. Rio de Janeiro: Editora Betel – 4º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 129. Lição 04 – O verdadeiro discipulo é submisso a sua liderança.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Matthew Henry. Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel. 1ª Edição, 2014.

PIPER, John. Disponível em https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/so-se-submeta-ao-seu-pastor-se-ele-submisso-biblia-diz-john-piper.html. Acessado em 11.10.2023.

ALLAN, Dennis. Disponível em https://estudosdabiblia.net/a14_4.htm. Acessado em 11.10.2023.

Disponível em https://www.fazendodiscipulos.com.br/single-post/2017/11/21/autoridade-e-submiss%C3%A3o. Acessado em 12.10.2023.

NOBRE, Jamer. Disponível em https://revistaimpacto.com.br/autoridade-e-submissao-no-discipulado/ Acessado em 12.10.2023.

MALAFAIA, Silas. Disponível em https://static1.squarespace.com/static/5f12f41793c4b871cc98b3fd/t/6063a5d49cf292067bf41de9/1617143263155/AUTORIDADE_ESPIRITUAL.pdf Acessado em 14.10.2023.

NEE, Watchman. Dispível em https://pt.slideshare.net/FbioBezerra18/watchman-nee-autoridade-espiritualpdf Acessado em 14.10.2023.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Pr. Osmar Emídio de Sousa. Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; bacharel em Teologia Pastoral, pela FATAD (Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília).

LIÇÃO 03 - O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO EXERCE O SEU CHAMADO EM AMOR (Dc Carlos César)

O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO EXERCE O SEU CHAMADO EM AMOR

Lição 03 - 15 de Outubro de 2023


TEXTO ÁUREO
“Que em presença da igreja testificaram da tua caridade; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás.” 3 João 6

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo, busquemos abundar em amor, pois os últimos dias são marcados pelo egoísmo e a indiferença.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Mostrar o poder do amor;
- Ressaltar que o amor é o maior bem;
- Ensinar que sem amor não existe discipulado.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 Coríntios 13

1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
3. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
4. A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece.


INTRODUÇÃO

O apóstolo João adverte que quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor [1Jo 4.8]. Ele não apenas sente amor, Ele é o próprio amor, esta é a sua natureza, por isso Seus filhos também devem amar (1Jo 4.20).

Comentário adicional:

O amor é um atributo e parte essencial do caráter de Deus, o que significa que é tão imenso e grandioso que é impossível ao homem compreender totalmente. Portanto, os discípulos de Cristo devem buscar através do Espírito Santo o derramamento do amor de Deus em seus corações para aprenderem a amar conforme Jesus ensinou. “... porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado (Rm 5.5).


1. O AMOR DE DEUS

João mostra que o amor é mais que um sentimento, é uma Pessoa: Deus. Nele reside toda benevolência (Sl 136), misericórdia (Lc 1.50), perdão (Mq 7.18). O termo usado em 1 João 4.8 para amor é ágape (grego), o mesmo que Paulo utiliza em 1 Coríntios 13, onde diz que esse amor deve mover o uso de qualquer dom espiritual e o cultivo da piedade humana, bem como estar acima dos próprios interesses. Esse “tipo” de amor nos faz servir aos nossos irmãos (GI 5.14), manifestando bondade, misericórdia e perdão, como o Senhor faz conosco (Jl 2.13).

Comentário adicional:

Precisamos entender que quando falamos que o amor é um atributo de Deus, não estamos nos referindo como sendo uma qualidade que possa ser acrescentada a Ele. Mas que o amor é uma característica que descreve a própria pessoa de Deus. O amor é a própria essência de Deus. Nisso, fica muito bem evidenciado que a maior expressão do amor de Deus para com a humanidade, foi Ele ter enviado o Seu filho unigênito para salvar todos aqueles que crerem e aceitarem a Sua Palavra (Jo 3.16). Vemos um Deus amoroso que sempre buscou salvar o homem dos seus maus caminhos, sempre fiel para com a Sua aliança com os homens. “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). Portanto, seguindo ao exemplo de nosso Deus devemos amar, cuidar e servir aos outros, sendo esses amigos ou não.


1.1. Fruto do Espírito. 

Em Gálatas 5.22, o amor “ágape” aparece como Fruto do Espírito Santo. Ou seja, é o amor divino, “produzido” pela Terceira Pessoa da Trindade. Sendo assim, podemos adquirir esse amor e manifestá-lo graciosamente quando estamos em Jesus [Jo 15.5]. O termo fruto vem do grego karpos, alguns significados são: “aquele que se origina ou vem de algo” ou “aquilo que é produzido pela energia inerente de um organismo vivo”. Os filhos de Deus só podem produzir o que vem dEle.

Comentário adicional:

O amor ágape é um sentimento que vem do próprio Deus, sendo muito superior a qualquer outro tipo de amor. Para nós refletirmos esse amor precisamos estar conectados a Deus através do Espírito Santo, pois somente assim podemos manifestar esse amor aos que estão próximos de nós. O ensinamento de Cristo é de que devemos amar aos outros como a nós mesmo. Mas como isso é possível? Através do fruto do Espírito que é: “... amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22,23). Quem for verdadeiramente discípulo de Jesus Cristo irá manifestar através das obras amando, ajudando e cuidado do seu próximo.

1.2. Jamais acaba. 

Deus é eterno (Is 40.28), sendo assim, o amor de Deus não pode ter fim. Paulo destaca essa característica do amor divino, ao dizer que ele nunca perece (1Co 13.8). Isso significa que não há o que possa nos tirar do coração de Deus, como Paulo mesmo nos mostra em Romanos 8.35a: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. O salmista deixa essa ideia clara ao repetir 26 vezes: “…porque o seu amor dura para sempre: O amor de Deus também é traduzido por “misericórdia”, termo do latim composto por misere, “sentir piedade, sentir compaixão”, mais cor, “coração”. Quando Jeremias diz: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22), entendemos a eternidade do amor de Deus. Em João 15, Jesus deixou um mandamento: que Seus discípulos amem uns aos outros, como Ele ama a todos (Jo 15.12) e falou que é esta característica do Fruto do Espírito que deve permanecer (Jo 15.16).

Comentário adicional:

Como Deus é eterno o seu amor também não tem fim, mesmo quando o homem se esquece dEle Ele não se esquece de nós. Além disso, por fidelidade a Sua palavra Ele não volta atrás. Em Jeremias 31.3, vemos Deus declarando o seu amor eterno ao povo de Israel, a nação eleita, dando garantias da perpetuidade de seu amor e que nada pode separá-los desse amor. Esse é o mesmo Deus que nos amou de tal maneira que entregou o seu filho por nós, ainda que nós estivéssemos afastados dos seus caminhos, mesmo sendo pecadores Ele nos amou. Vemos um Deus amoroso que nos ama por sua própria escolha, um ato de sua própria vontade. Portanto, precisamos estar ligados a esse Deus tão amoroso e misericordioso e refletirmos isso obedecendo a Sua Palavra, amando aos nossos semelhantes como Ele nos amou. Precisamos amar aos outros cada vez mais sem esperar nada em troca, sem qualquer interesse e principalmente nunca retroceder. Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13.34,35).

1.3. É destinado a todos. 

Gaio amava aos irmãos e aos estranhos (3 Jo 5). deixando esse amor visível por suas atitudes, como a de recebê-los e cuidar deles. Isso era claro para a igreja (3 Jo 6), como deve ser (Jo 13.35). Um discípulo de Cristo que não ama a todos não conhece a Deus (1 Jo 4.8), que ama indistintamente. A força de um verdadeiro discípulo não está na função que ocupa, mas no amor que demonstra sem acepções.

Comentário adicional:

Vemos que Gaio era um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, que amava a obra de Deus e esse amor transcendia para os irmãos pregadores itinerantes da Palavra, e também aos descrentes que seriam beneficiados pelo trabalho de todos. Que em presença da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás (3 Jo 1.6). O seu trabalho e dedicação ficou registrado nas Escrituras para que hoje nós aprendamos a amar a todos como Cristo amou. Gaio através do Espírito Santo de Deus, com o seu exemplo ensinou que aprendeu como um verdadeiro discípulo deve agir, ele tinha uma devoção altruísta a causa de Cristo. Ele não buscou poder, reconhecimento ou fama, fazia tudo para o crescimento da obra de Deus. Assim, devemos trabalhar na obra de Deus sem esperar recompensa aqui na terra, porque já há maior recompensa que é a garantia da salvação eterna, para todos que creem e obedecem a palavra de Deus.


2. O DOM DO AMOR

O termo dom em grego é "dorea" que significa “dádiva, presente: O maior presente que o homem recebeu foi Jesus. João diz que o Filho de Deus foi dado (de presente) ao mundo por um amor divino cuja dimensão é indefinida, sendo descrito como “de tal maneira” (Jo 3.16). Jesus é esse dom, o presente do amor de Deus que recebemos sem merecer (Rm 5.8). Sua missão foi nos resgatar do pecado e da morte (1Jo 4.10), demonstrando o amor do Pai.

Comentário adicional:

Como já falado anteriormente, nos pecadores estávamos afastados de Deus e destinados ao castigo eterno, mas Ele pelo seu grandioso e imensurável amor enviou o Seu único filho para nos regatar do castigo. Jesus por amor e obediência ao Pai Eterno veio a este mundo se humilhou assumindo a forma de servo, sendo obediente até a morte, e morte de Cruz (Fp 2.5-8). Para nós humanos é impossível imaginar a grandeza, a profundidade e a largura e a altura desse amor.


2.1. Liberta o homem do pecado. 

O amor de Deus foi a razão para que o pecador recebesse um presente diretamente do céu: Jesus. Ele foi prometido tão logo houve a queda no Éden (Gn 3.15) e a promessa salvadora foi cumprida com o anúncio do anjo à jovem Maria: “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). Jesus subiu em uma cruz para nós não descemos ao inferno. A melhor definição de amor não está nos dicionários, e sim no Calvário!

Comentário adicional:

No Antigo Testamento existem vários registros apontando para a vinda do Messias, o salvador Jesus Cristo, nisso vemos Deus pelo seu imenso amor trabalhando para salvar ao homem do caminho da perdição. Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel (Is 7:14). O objetivo de Deus desde o principio foi libertar o homem do pecado oferecendo a todos uma oportunidade de salvação, porque por nós mesmos é impossível de conseguir. Jesus quando por amor se sujeitou a morrer na cruz pagou o preço por nossos pecados nos salvando do castigo eterno. Foi graças ao sacrifico Dele que hoje podemos ter os nossos pecados perdoados, e podemos sermos chamados de filhos Deus, e coerdeiros de Cristo que é o primogênito. É claro, para recebermos essa dádiva de Cristo precisamos recebê-lo como nosso suficiente salvador e obedecer a Sua palavra.

2.2. Constrange o homem à santidade. 

Paulo diz que o amor de Deus constrange o homem (2 Co 5.14). Etimologicamente, a palavra “constranger” no grego significa “pressionar por todos os lados” e no latim “apertar, ligar, estar fortemente unido”. Assim, entendemos que se trata de um amor dado a nós para nos proteger, corrigir e nos fazer viver em novidade de vida porque o passado de pecado ficou para trás (2 Co 5.17). Diótrefes não apresentava transformação de caráter. Suas acusações feitas contra João não eram apenas tolices sem base, mas premeditadamente maliciosas e malignas (3 Jo 10). Por não praticar o amor, em vez de reproduzir o caráter de Deus, ele manifestava a face de Satanás.

Comentário adicional:

Quando o cristão aceita a Cristo como salvador de sua alma, reconhece o sacrifico que Ele fez na cruz para nos salvar. Logo, também, entende que não existe amor maior que esse que é entregar a sua vida para salvar a vida de outro. Antes estávamos mortos em nossos pecados e espiritualmente arruinados, mas Jesus por amor se entregou voluntariamente por nós, mesmo não sendo merecedores de tanto amor. Por isso, quem é verdadeiramente convertido de seus maus caminhos, automaticamente reconhece o sacrifício do Mestre e se sente constrangido a seguir ao seu exemplo e seus mandamentos. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5.21). Nesse versículo, vemos que Deus fez com que Cristo fosse considerado e tratado como pecado, para que todos que cressem nEle não recebesse o castigo merecido, mas que Cristo levasse sobre si todas as nossas culpas. Por isso, todos os que são genuinamente convertidos se constrange ao saber que Jesus tomou sobre si os nossos pecados e suportou a ira de Deus em nosso lugar.

2.3. Ordena-nos a amar. 
 

É por causa do amor que devemos amar, porque o amor procede de Deus (1Jo 4.7), Paulo termina 1 Coríntios 13 dizendo que apenas a fé, a esperança e o amor permanecerão, mas o maior destes é o amor. Jesus diz que, depois de amar a Deus sobre todas as coisas, devemos amar ao nosso próximo (Jo 15.17). Há uma ordem divina para amar e a todos os discípulos de Cristo não resta outra opção, pois como Cristo amou, devemos amar dando a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Foi o amor manifesto por Gaio e Demétrio que chamou a atenção do apóstolo João, em contraste com a atitude desleixada de Diótrefes, que só pensava em si.

Comentário Adicional:

O apóstolo João diz que quem não ama não conhece a Deus, esse é, portanto, o maior mandamento (1Jo 4.8). Devemos amar primeiramente a Deus com toda as nossas forças, alma e entendimento, e depois amar ao nosso semelhante como a nós mesmo, assim estaremos obedecendo ao seu mandamento (Lc 10.27). Por isso, a Bíblia nos encoraja a amar como Ele amou, não é um amor qualquer, passageiro e superficial é um tipo de amor em se entrega para o benéfico do outro, independente a quem seja. Jesus Cristo se entregou por nós mesmo não sendo merecedores, assim Ele nos ensina, que devemos amar como ele amou. Não é fácil e esse amor não vem de nós mesmo, precisamos do Espírito Santo de Deus para que a cada dia, mesmo com nossas limitações, amarmos ao nosso semelhante (Rm 5.5). Como discípulo de Cristo precisamos agir como Ele e amar o nosso próximo conforme ensina a Parábola do Bom Samaritano.

3. MANIFESTAÇÕES DE AMOR

João exalta a atitude de amor manifestada por Gaio, que serviu como testemunho perante aquela igreja local. Essa verdade diz respeito ao próprio Deus para conosco (Jo 3.16), ao enviar Seu Filho para entregar a vida por amor dos homens (Jo 15.13).

Comentário adicional:

Em Tito 3.3,4, está escrito que no passado nós éramos insensatos, desobedientes, desgarrados, sujeitos a todos os tipos de paixões sendo escravos do pecado. Mas, Deus em sua grande misericórdia manifestou a Sua bondade através de Seu Filho Jesus Cristo, que morreu por nós. Por isso, vemos Gaio um homem realmente convertido e regerado dando testemunho a igreja de seu tempo e para nós nos dias de hoje. Como Gaio, precisamos exalar o amor de Deus em nós através de nossas atitudes e ações.

3.1. Discipulando em amor. 

O discipulador precisa amar seus discípulos, ensinando e zelando pelo rebanho de Cristo (Hb 13.17). É necessário conduzir os discípulos no caminho de Cristo. Paulo diz que sem amor nada mais importa (1Co 13). Foi o amor de Deus pelo mundo que trouxe Jesus a esta terra (Jo 3.16). O dever é amar a igreja como Jesus a amou, tornando-se o exemplo de amor sacrificial a ser seguido: “…ame como eu vos amei a vós” (Jo 13.34).

Comentário adicional:

Jesus foi o maior discipulador que existiu. Ele ensinou aos seus discípulos na pratica demonstrando o seu amor pelo povo, Ele abençoou, curou, expulsou demônios, libertando muitas almas oprimidas. Também, sempre tinha momentos de ensino particular com seus discípulos para ensiná-los alguns assuntos que não eram ensinados para a multidão, e por fim, morreu na cruz para salvar a todos que aceitarem a Sua Palavra. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (1 Pe 5.2,3). Nessa passagem Bíblica, o apóstolo Pedro nos ensina como deve ser o ensino dos discípulos, com muito amor, carinho e dedicação, sem usurpar do poder e tampouco explorar os servos do Senhor, mas cuidando com zelo e sendo exemplo para o rebanho.

3.2. Perdoando por amor.  

Uma grande demonstração de amor é o perdão [Lc 7.47]. Ainda que tenha sido traído, cabe ao discípulo perdoar os que lhe fizeram mal, a exemplo do Salvador, nossa maior referência [Lc 23.34]. Um discípulo verdadeiro deve se espelhar na conduta de Jesus, amando e perdoando [Ef 5.1-2]. Através de Cristo descobrimos que Sua graça é suficiente para cobrir uma vida inteira de pecados [Jo 8.11]. No encontro com o Cristo ressuscitado, o qual ele havia negado anteriormente, Pedro ouviu do Senhor: “Tu me amas?”. Após a resposta positiva do apóstolo, Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas” [Jo 21.17].

Comentário adicional: 

Um dos maiores ensino de Jesus Cristo é sobre o perdão, Ele em sua peregrinação terrena ensinou aos seus discípulos a perdoar, e deu o maior exemplo de perdão quando estava sendo crucificado. “Mas Jesus dizia: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). Em Mateus 6.14-15, Jesus ensina que se nós perdoarmos os que nos tem ofendido Deus também nos perdoara as nossas ofensas, mas se não perdoarmos, também não seremos perdoados. Em Mateus 18.21-22, o então discípulo Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deveria perdoar seu irmão, se até sete vezes, mas Jesus reponde que não somente isso, mas setenta vezes sete. Nisso, Jesus ensina que não devemos ter limites para perdoar as ofensas de nossos irmãos, que devemos perdoar quantas vezes for necessário. “Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama” (Lc 7.47). Portanto, irmãos como discípulos de Jesus Cristo devemos procurar conviver em união com os nossos irmãos perdoando uns aos outros porque isso agrada a Deus. “E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe” (Lc 17.4). Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo (Ef 4.32).

3.3. Entregando-se por amor. 

O pastor deve proteger suas ovelhas, arriscar-se por elas (Jo 10.4)], ir atrás da perdida (Lc 15.4-7). Deus chamou os pastores segundo o Seu coração (Jr 3.15). Para amar o rebanho de Cristo como Ele o amou, devemos ser homens de genuína humildade, “mansos e humildes de coração” (Mt 11.29). O discipulador não vive mais como uma pessoa comum, mas sua vida manifesta a vida de Jesus, marcada por amor e entrega (GI 2.20).

Comentário adicional:

O bom pastor ama as suas ovelhas e dá a sua vida por elas. Esse foi o maior exemplo de Jesus, que deu a Sua vida para salvar a Sua igreja. Em João 10, Jesus afirma que o bom pastor cuida das suas ovelhas e conhece cada uma pelo seu nome, também as ovelhas conhece o seu pastor. Mas por outro lado, o mercenário não tem compromisso com o bem estar das ovelhas e quando vem o ladrão ele foge, porque não quer se expor ao perigo. Ele foge porque não as ama e não se preocupa com as ovelhas, só lhe interessa o que elas lhe podem proporcionar, o lucro que pode obter delas. O verdadeiro discípulo que reflete o caráter de Cristo, ama o seu semelhante e com humildade se dispõe em cuidar, dedicando o seu tempo em ensinar o caminho do Senhor, e assim, trazer para o reino muitas almas. Quando alguém se desvia do caminho ele vai atrás porque sabe que aquela alma vale muito para o reino de Deus.

CONCLUSÃO

Quando alguém ama a Igreja, ele não apenas prega o amor, mas vive e manifesta este sentimento com atitudes que o próprio Deus manifestou aos homens, como perdão, misericórdia, benevolência. O verdadeiro poder de um cristão está em imitar Jesus, a fonte e o modelo do perfeito amor de Deus.

Comentário adicional:

O verdadeiro discípulo do Senhor vai refletir o amor de Deus pelas almas, dedicando o seu tempo e esforços em prol do crescimento do reino de Deus. Assim deve agir, perdoando, amando, exercendo misericórdia, indo atrás dos perdidos e com os seus exemplos de fieis cristãos atraindo a cada dia mais pessoas para os caminhos de Jesus Cristo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada (NAA) – Edição Revista e Atualizada 2017;

Bíblia de Estudo Matthew Henry – 1ª Edição: marco de 2004 – Editora Central Gospel;,

Revista do professor, Betel – Terceira Epistola de João – 4º Trimestre de 2023 - ano 33 – Nº 129 - tema – O verdadeiro discípulo de Cristo exerce o seu chamado em amor.

LINKS PESQUISADOS:
https://estiloadoracao.com/deus-e-amor/
https://estiloadoracao.com/o-amor-de-deus/
https://estiloadoracao.com/o-que-significa-amor-agape-philos-eros/
https://www.gotquestions.org/Portugues/Deus-e-amor.html
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2009/2009_03_11.htm


Diácono Carlos Cezar ADTAG 316 Samambaia Sul - DF.

LIÇÃO 02 - O VERDADEIRO DISCIPULO DE CRISTO SERVE ÀS PESSOAS E NÃO A SI MESMO (Fernando Junio)

 O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO SERVE ÀS PESSOAS E NÃO A SI MESMO

Lição 02 – 8 de outubro de 2023


TEXTO ÁUREO
“Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos." (3ª João 5).

VERDADE APLICADA

Como Jesus, devemos abundar em amor e, assim, sermos servos uns dos outros.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Mostrar que o poder está em servir ao menor;
- Expor o verdadeiro sentido do serviço cristão;
- Ensinar que o propósito de Deus para o discípulo é servir.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

FP 2.1 - Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns estranháveis afetos e compaixões,
FP 2.2 - Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo,
sentindo uma mesma coisa.
FP 2.3 - Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
FP 2.4 - Não atente casa um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
FP 2.5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.


COMENTÁRIO ADICIONAL


INTRODUÇÃO
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e Salvador Jesus! Na presente lição, veremos como um verdadeiro discípulo de Cristo deve agir: servindo ao próximo com amor, inclusive os que nos fazem mal: — Vocês ouviram o que foi dito: "Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo." Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, (Mateus 5:43,44) Devemos refletir a glória de Deus, pois fomos criados exatamente para isso. E, como nosso Senhor, que nos serviu com sua própria vida, nós devemos também imita-lo e fazer o mesmo. Minha oração é que os amados irmãos em Cristo reflitam nos ensinamentos que Deus nos revela através dessa importante lição. Uma ótima leitura a todos, que Deus nos abençoe!

1. O QUE É SERVIR
Servir é o ato de trabalhar em favor de alguém, de forma que a pessoa que recebe esse favor pode ficar grata ou não. Infelizmente, em muitos casos, as pessoas beneficiadas afirmam que a pessoa que a serviu não fez mais que a obrigação. E isso pode ser possível sim, levando em consideração um contexto em que tal pessoa é paga para isso. Contudo, em nosso contexto cristão, quando falamos em servir, estamos nos referindo a copiar Jesus. Veja: “Mas entre vocês não será assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a serviço dos outros; e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que seja servo de vocês; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:26-28). O ato de servir deve fazer parte da vida do cristão: servir como evangelista, como obreiro, na equipe de louvor, nas ações sociais da igreja, nas mídias, no som, nos aconselhamentos, enfim. Da mesma forma que Cristo se serviu em sacrifício para nós, devemos também nos sacrificar em favor dos irmãos: sacrificar nosso tempo, nossa atenção, nossos recursos, se for necessário. Claro que tudo com muita sabedoria e equilíbrio, pois não faz sentido algum os dois extremos: não fazer nada pelos irmãos / fazer absolutamente tudo, a ponto de deixar sua família esquecida.

1.1 Fazer o que Deus manda
Irmãos, Deus nos manda servir, e servir com excelência! Veja que em provérbios 6:6, Deus nos manda observar a formiga, e aprender com o serviço dela. Deus abomina o preguiçoso, que cruza seus braços e leva sua vida com egoísmo, cuidado somente de si, não se importando com os outros, não servindo aos outros. Podemos também observar que em João 15:2 Deus é o lavrador que corta todo aquele que não produz frutos, mas poda todos os que produzem frutos. Novamente, vemos que Deus nos criou para glorificar Seu nome para fazermos boas obras. Fazendo isso, estamos fazendo o que Deus manda. Dessa forma, se não tivermos em mente que devemos servir aos outros, estamos em pecado. Isso porque são más obras, e João diz: “Amado, não imite o que é mau, e sim o que é bom. Quem pratica o bem procede de Deus; quem pratica o mal jamais viu a Deus.” (3 João 1:11). Não tem como um irmão, que está na igreja, regenerado, nascido de novo, fazer o que Diótrefes fez: não servir. Um cristão regenerado vai servir automaticamente, e tem prazer nisso! Ele se sente incomodado por não ser útil na obra do Senhor, e busca fazer Sua vontade acima de todas as coisas.

1.2 Ser humilde imitando Jesus
Uma das características de Jesus é a humildade: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma.” (Mateus 11:29). Primeira coisa que devemos observar aqui, nesta passagem, é que Jesus nos ensina a tomar o jugo Dele. Mas, o que se vê por aí é justamente o contrário: os irmãos querem colocar o jugo deles em Jesus. Jesus não vai carregar nossos fardos, Ele não promete resolver todos os nossos problemas, não existe promessa nenhuma que nós estamos 100% isentos de passar momentos difíceis. É exatamente por isso que Jesus nos ensina a estar debaixo do jugo Dele, pois passaremos pelas tribulações da vida de maneira mais leve, mais suave. O segundo passo aqui nesta passagem, manda aprender com Ele. É exatamente isso que todo cristão genuíno deve fazer: fixar os olhos Nele, aprender e imita-lo em tudo, e a justificativa está na continuação da leitura: “porque sou manso e humilde de coração...” Veja que mansidão é uma qualidade do fruto do Espírito, escrito em Gálatas 5:22-23. Então, todo cristão genuíno tem o fruto do Espírito manifesto em sua vida, e Jesus nos manda observar, aprender isso. Por fim, vem o ensinamento de que devemos aprender a ser humildes, assim como Ele. Agora, gostaria de dizer que humildade não é pensar menos de si. Muitos irmãos pensam que ser humilde é não ficar falando que possui mestrado, doutorado, fala outros idiomas etc. Claro que não é conduta nossa ficar falando essas coisas com intenção de se achar melhor que os outros, mas a humildade de Cristo está relacionada com o ato de servir. Logo, humildade é pensar menos em si. Em outras palavras, Jesus nos ensina a aprender com Ele, pois Ele pensa menos em si, de forma que assumiu a forma de servo, se humilhando em favor de todos nós. Devemos ser humildes, pensar menos em nós, e pensar mais nos outros, servindo a todos, assim como Cristo fez. Devemos deixar o orgulho e egoísmo de lado, e, dessa forma, acharemos descanso em nossas almas.

1.3 Amar e obedecer
Para este tópico, acho legal analisarmos Ef 5:1-2: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados. E vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.” Assim como temos demonstrado até agora, todos nós devemos ser imitadores de Cristo, conforme o verso 1. Assim, devemos fazer o que Deus manda, e uma dessas coisas é servir. Outra conduta notável num cristão verdadeiro, é o fruto do Espírito (Gl 5:22-23) e a humildade (Mt 11:29), que enxergamos claramente em Cristo. Entendendo os tópicos anteriores da lição, que podem ser percebidos neste trecho das escrituras que destaquei de Efésios, vejamos que outra característica do cristão genuíno é amar e obedecer (verso 2). Veja que o versículo começa dizendo para vivermos em amor, da mesma forma que Cristo nos amou. Não é difícil observar dentro das igrejas, infelizmente, atitudes totalmente contrárias ao amor. Fofocas, brigas, divisões, disputas entre cantores, um querendo se achar melhor que o outro, escândalos entre pastores, e por aí vai. Contudo, vale lembrar que essas pessoas que fazem tudo isso não são convertidas, e jamais tiveram um encontro verdadeiro com Deus, pois uma pessoa regenerada é impossível fazer isso: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus, e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João 4:7). Outra característica que devemos ter, e pôr em prática, é a obediência. Devemos sim nos sujeitar uns aos outros (Ef 5:21). Efésios 5:21 realmente chama os crentes a reconhecer e respeitosamente seguir autoridades ordenadas por Deus. Onde quer que você encontre uma autoridade legítima, Paulo está dizendo: obedeça. Esta visão lança luz sobre a passagem que se segue. Efésios 5.22-33 ensina que Deus chama a mulher para se submeter a seu marido e o homem para amar sua esposa. A mulher é imagem da igreja, que honra a Cristo como a sua autoridade (v. 22-24); o homem é imagem de Cristo, que com sacrifício próprio lidera e provê para sua noiva (v. 25-28). Mais uma vez vemos aqui a relação entre amor e obediência, que todo cristão verdadeiro deve ter, pois, em amor, Cristo se entregou por nós, em obediência a Deus Pai.

2. A QUEM SERVIR
Agora, tendo em mente que devemos servir, fica a pergunta: a quem servir? A Deus? Ao povo? Ou seria à igreja? E a resposta é: a todos. Veremos cada um em seu respectivo tópico.

2.1 A Deus
“Sirvam ao Senhor com alegria, apresentem-se diante dele com cântico” (Salmos 100:2). “E agora, Israel, o que é que o Senhor requer de vocês? Não é que vocês temam o Senhor, seu Deus, andem em todos os seus caminhos, amem e sirvam o Senhor, seu Deus, de todo o coração e de toda a alma, para guardarem os mandamentos do Senhor e os seus estatutos que hoje lhes ordeno, para o bem de vocês?” (Deuteronômio 10:12-13). Irmãos, temos dezenas de passagens bíblicas nos revelando a vontade de Deus, e em várias delas, vemos que Deus nos manda servi-lo de todo coração, com alegria. Contudo, alguém pode perguntar: “mas por que Deus exige amá-lo e servi-lo? O que ganho com isso?” O problema desse tipo de pensamento, que infelizmente é muito comum nas igrejas locais, é que parte do pressuposto de que Deus está em dívida conosco. É mais ou menos assim: eu sirvo a Deus, e por eu ter prestado serviço a Ele na igreja e para com os irmãos, agora Ele me deve abençoar com um bom emprego, uma bela casa, um casamento sem problema nenhum, e toda sorte de bênçãos, pois já que eu fiz, eu mereço. Acontece, meus queridos, que Deus não nos deve nada. Ele nem precisaria nos resgatar das garras da morte e do pecado, mesmo assim, Ele fez isso. Aqui é importante entender de verdade o conceito de graça, pois, mesmo sem merecer, ainda temos o privilégio de depositar nossas esperanças Nele, na ressurreição, e na nova Jerusalém, que haveremos de habitar em Sua presença. Dessa forma, a pergunta não é “o que ganho com isso?” mas sim “por que um miserável como eu foi escolhido para servi-lo?”. Nós servimos a Deus porque Ele nos resgatou da escravidão do pecado. Nós servimos a Deus porque Ele perdoou toda a nossa dívida imensurável contra Ele. Nós servimos a Deus porque Ele nos amou primeiro, e, em resposta a esse amor inigualável, nós o servimos de todo coração, o amamos com todas as forças de nossa alma, e não há alegria maior que essa.

2.2 Ao povo
“Amado, você tem sido fiel no que faz pelos irmãos, mesmo quando são estrangeiros.” (3ª João 1:5). Este é um dos exemplos que temos na palavra de Deus, de um verdadeiro cristão. Uma pessoa regenerada pelo Espírito serve não só aos irmãos da igreja local, mas a qualquer um que passar na rua. Não importa se é boa pessoa ou má, pois Jesus nos ensina a amar inclusive nossos inimigos e orar por eles (Mt 5:43-44). Como dito anteriormente, um cristão que não ama servir a Deus e ao próximo, de fato não é convertido. Os frutos mostram que a árvore é boa ou má, e sabemos que toda árvore que não produz bons frutos será cortada e jogada no fogo (Mt 3:10). Veja alguns textos que mostram que devemos servir a todos: Tiago 1:27 – “A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo.” Gálatas 6:9-10 – “E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” 1 João 3:15-16 – “Todo aquele que odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos.”

2.3 À igreja

Para entender como servir à igreja, primeiro acho pertinente lembrar os irmãos de que igreja não é um prédio. Igreja não é um local. Igreja não é um clube, que você vai e frequenta, se diverte e passa seu tempo. Igreja não é um hospital, apesar de haver curas e milagres no meio da igreja, não fazemos parte da igreja com objetivo de ser beneficiado. A igreja é uma comunidade, um agrupamento de pessoas que se reúnem num local específico, em horários combinados, para entregar seu culto a Deus. Igreja é uma família, por isso dizemos uns aos outros: “a paz do Senhor, IRMÃO!” Temos um Pai em comum, que ama e cuida de cada um dos Seus filhos. A igreja do Senhor é formada por cada crente fiel e verdadeiro do planeta, é um corpo, sendo o cabeça Jesus Cristo. Bom, sabendo disso, veja como era a igreja primitiva, que deveria ser dessa forma até hoje: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos”. (Atos 2:42-47). Vemos claramente que Deus nos chama para servirmos à igreja, de forma que cada membro seja suprido em suas reais necessidades, pois somos uma família, e uma família deve permanecer unida para a honra e glória de Deus.

3. CHAMADO PARA SERVIR
Com base em tudo o que foi exposto acima, acredito que ficou bem claro e explicado que todos nós fomos chamados para servir, assim com Cristo veio ao mundo e foi o Servo do nosso Deus altíssimo, sendo obediente até a morte. Veja: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8). (Grifos meus). Este texto é bacana porque resume muito bem o que temos trabalhado até aqui: Devemos pensar igual a Cristo; devemos obedecer ao que Deus manda, que é servir a todos, igual a Cristo; devemos ser humildes e obedientes igual, a Cristo.

3.1 Como um diácono à mesa
O termo “diácono” vem do grego antigo, διάκονος, encontrado cerca de 30 vezes no Novo Testamento, e quer dizer “ministro”, “ajudante”. Palavras semelhantes são diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). É um ministério de origem apostólica, como constatam os textos de Atos 6:1-6; Filipenses 1:1; 1ª Timóteo 3:8-13, cuja característica principal é ser ajudante dos líderes de uma Igreja particular local, muitas vezes aspirantes a futuros líderes. Os “diáconos”, ou “serventes”, no Novo Testamento, incluem servos domésticos (João 2:5,9), e até governantes (Romanos 13:4). Mas os usos mais comuns são de servos de Cristo e da Igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, uns em relação aos outros (Mateus 23:11), e Paulo usou a mesma palavra frequentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Coríntios 3:5; Efésios 6:21 etc.). Estes termos, nos usos gerais, designam tanto homens como mulheres (Lucas 10:40; Romanos 16:1). Todos os cristãos devem ser servos uns dos outros (1 Pedro 4:10).

3.2 Como um pastor no aprisco
Por diversas vezes, a palavra de Deus nos compara com ovelhas que necessitam de um pastor. Veja as palavras de Jesus: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” (João 10:11). Acontece que muitos dos irmãos não entendem a profundeza dessas (e outras) palavras, pois não sabem as características de uma ovelha, então acho pertinente destacar algumas das principais, e à medida que for lendo, acredito que irá correlacionar com a bíblia, e entender: 1) É um animal muito dócil: não possui garras, dentes fortes, veneno ou qualquer outro tipo de defesa. É obediente, porém muito ingênuo. Pode ver um precipício à frente, mas continua andando rumo ao precipício até rolar morro abaixo. Um jornal de Istambul publicou um fato curioso: uma ovelha foi andando e caiu no despenhadeiro. O espetáculo que se seguiu foi estarrecedor, pois o restante do rebanho seguiu o passo da primeira, e 1500 ovelhas morreram, enquanto os pastores estavam tomando café da manhã. Por isso o pastor deve estar sempre prestando atenção a todas elas, pois é muito comum elas se perderem do grupo por uma distração qualquer. 2) São animais medrosos. Se não sentirem o cheiro, não verem nem ouvir seu pastor, ficam tão assustadas que correm sem rumo, e aí pode acontecer de se perderem ao sair do aprisco. 3) Ela conhece o cheiro e a voz do seu pastor. Ainda que tiverem 1.000 pastores ao seu redor, ela sabe quem é o seu pastor. 4) É um animal que depende totalmente do seu pastor para tudo: comer, beber, passear, ficar protegida. Enfim, se não fosse o pastor na vida desses animais, sua morte e perdição seriam certos. E então, você viu alguma semelhança conosco? Viu a importância de termos nosso bom Pastor Jesus Cristo em nossas vidas? É por isso que é fundamental entender o contexto, pois o povo judeu era essencialmente agrícola: o dia a dia deles era no campo, e Deus sempre falou com o povo de uma forma que eles entendessem a mensagem. Este tópico é principalmente para os líderes, que exercem a função de pastor. Contudo, a palavra de Deus também nos exorta a cuidarmos uns dos outros em amor, então todos nós devemos servir como um pastor no aprisco.

3.3 Como um samaritano na rua

Lendo a parábola do “bom Samaritano”, vemos que um religioso, intérprete da lei, questiona Jesus sobre como herdar a vida eterna. Daí, Jesus pergunta para ele como ele entende sobre esse assunto na lei, e o religioso diz que é amar a Deus acima de todas as coisas, e amar o próximo como a si mesmo. Então Jesus diz que ele está certo! E que se fizer isso, será salvo. Contudo, o religioso certamente chegou à conclusão de que, de alguma forma, o “próximo” está ligado à salvação dele. Então ele pergunta quem é o próximo, e então Jesus conta a parábola do “bom Samaritano” (Lc 10:25-37). Ao finalizar a parábola, Jesus o convida a fazer exatamente o mesmo que o Samaritano fez: servir alguém que não conhece, sabendo que esse alguém te odeia. Lembre-se de que os Judeus ODIAVAM os Samaritanos, a ponto de um desejar a morte deles (Lc 9:54). Sabe qual o problema? O mestre da lei não entendeu a parábola, e acredito que muitos irmãos também não. Então, permita-me apresentar uma interpretação coerente: Jesus está nos ensinando a amar o próximo de tal forma que não importa se são nossos inimigos. Ele nos ensina a gastar dinheiro com nossos inimigos, amar nossos inimigos, dar assistência, não abandonar para a morte. Nós, seres humanos, somos o Judeu da parábola. Os ladrões da parábola é o pecado, que nos atacou de tal forma a nos deixar mortos em nossos delitos (Ef 2:1), necessitando de um salvador (João 1:29). Então passa um sacerdote, que é a religião. Mas a religiosidade e a lei não salvam ninguém. Muito pelo contrário, a lei só revela que somos pecadores de verdade (Rm 7:13). Depois, passa um Levita, que é todo aquele ritual religioso, mas, da mesma forma que a religiosidade, os rituais não salvam ninguém. Por fim, passa aquele que é inimigo dos judeus: um Samaritano. Nós nascemos inimigos de Deus por natureza (Rm 5:10), não queremos saber de Deus, pois somos rebeldes contra tudo que é Santo (Rm 3:10-11). Então, esse Samaritano da parábola é Jesus Cristo, aquele que é o único capaz de amar tanto que se entregou em resgate por nós. E, assim como o samaritano pagou ao hospedeiro e prometeu voltar depois para acertar as contas, Jesus prometeu voltar para acertar as contas no juízo final, momento em que nos encontraremos com Ele, e estaremos com Ele por toda a eternidade (1ª Ts 4:17). Jesus é a nossa salvação, e não pagou só duas moedinhas: Ele pagou alto preço, seu precioso sangue na cruz.

CONCLUSÃO

Irmãos, devemos imitar a Cristo em tudo. Uma característica principal de Jesus é ser Servo, e nós devemos servir com fidelidade e amor. É impossível um cristão regenerado nãoter essa característica de servo, pois somente quem teve um encontro real com Deus é capaz de amar ao próximo de tal forma que não importa se é inimigo: o amor vai aparecer, assim como Cristo amou a igreja e se entregou por ela. Deus seja louvado! Soli del Gloria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.


• Wiersbe, Warren W. – Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, volume 5. Editora Geográfica, Santo André - São Paulo, 2017


• Henrry, Matthew – Comentário bíblico expositivo: epístolas gerais (1ª, 2ª e 3ª João). Editora Penkall, São Paulo (SP), 2022.


• Revista Betel Dominical, adultos, 4º Trimestre de 2023, ano 33, nº 129. Terceira epístola de João – instituindo o discipulado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã. Lição 2: O verdadeiro discípulo de Cristo serve às pessoas e não a si mesmo.

COMENTÁRIO ADICIONAL

Fernando Júnio.