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O VERDADEIRO DISCÍPULO DEPENDE INTEIRAMENTE DE CRISTO

Lição 5 – 29 de outubro de 2023

TEXTO ÁUREO
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” 2 Coríntios 4.7 

VERDADE APLICADA
O exercício de um discipulado saudável consiste no discipulador estar ciente de ser um instrumento nas mãos de Deus, para que o propósito do Senhor seja cumprido.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que as qualidades humanas são insuficientes;
Expor o conceito bíblico de autoridade;
Mostrar que fraco é quem não se submete a Deus. 

TEXTOS DE REFERÈNCIA
JOSUÉ 7
2. Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete- Aven, da banda do oriente de Betel, falou-lhes, dizendo: Subi e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens e espiaram a Ai.
3. E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois  mil ou três mil homens, a ferir a Ai. Não fatigueis ali a todo o povo, porque poucos     são,
4. Assim, subiram lá do povo alguns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai.
5. E os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.

INTRODUÇÃO
As promessas e garantias de Deus a respeito de conquistas e de que está com o Seu povo não eliminam a necessidade de constante vigilância, oração, humildade, cuidado para agir de acordo com os princípios bíblicos e consciência de que somos falhos e limitados.

1. A ILUSÃO DA FORÇA HUMANA
Ai ou Aia ou Aiate era uma cidade ao oriente de Betel e junto a Bete-Áven, próxima a Jericó e a segunda cidade tomada na invasão de Canaã (a Terra Prometida). Seu nome traduzido é “monte de ruínas”, podendo significar o que ela se tornaria. Após conquistar Jericó, uma cidade forte, os hebreus acreditaram que nada mais seria impossível. A subestimação do inimigo aliada à desobediência os levou à derrota em um lugar onde venceriam. O bom discipulador é aquele que confia em Deus, não em si (2Co 12.10). Aprendeu a maior lição: aquele que aprendeu a depender de Deus!

Comentário:
“Então disse o Senhor a Josué: Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado, e tomaram do anátema, e furtaram, e mentiram, e debaixo da sua bagagem o puseram” ( Js 7.10,11).

O discípulo durante a caminhada da fé tem de estar em constante vigilância, como em uma luta de boxe, jamais podemos abaixar a guarda, pois o inimigo estar ao nosso derredor pronto para nos golpear mortalmente, ele não brinca. Às vezes após a vitória relaxamos, minimizamos o inimigo e o pecado, achamos que o poder está em nós e esquecemos o verdadeiro dono do poder, "DEUS".

Jesus disse: “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

Alguns perigos cercam o discípulo, o de se achar autossuficiente, o de subestimar o inimigo e desobedecer a Deus e ainda tentar ocultar ou esconder pecados, os quais deixam consequências terríveis e tem destruído vidas, famílias e ministérios.

“Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons” (Pv 15.3). O exemplo de Paulo em (2Co 12.10) é impressionante, e reflete uma maturidade espiritual que poucos alcançaram: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. Quando Paulo confiou plenamente em Cristo, se esvaziando do orgulho e da ideia de ser autônomo, ele ganhou força bem maior. Jesus aceitou a "fraqueza" da sua forma humana para se entregar por nós. É somente quando aceitamos a nossa própria inadequação que temos condições de nos entregar a Cristo. Que possamos deixar Cristo viver no centro da nossa vida e de verdade servir integramente.

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). 

1.1-  Corpo físico
O maior engano já cometido por grandes personagens bíblicos, geralmente está relacionado à confiança em suas próprias forças, como foi o caso de Sansão, que acabou morto [Jz 16.30], ou ao tamanho de seus recursos, como foi o de Davi [1 Cr 2.1]. Ser forte, de acordo com a Bíblia, não significa ter um porte físico avantajado ou ter um grande exército. Mas ter confiança plena em Deus e obedecê-lo em qualquer condição. Os hebreus caíram por se acharem mais fortes que os homens de Ai.

 Comentário:
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jr 17.5). 

Se a declaração “maldito o homem que confia no homem” for retirada de forma isolada do texto bíblico, certamente parecerá um ensino que proíbe que confiemos em outras pessoas. Contudo, na profecia do profeta Jeremias significa que jamais alguém deve colocar no homem a confiança devida somente a Deus. Essa frase é um aviso do próprio Deus através da profecia do profeta Jeremias (Jr 17.5). Uma leitura simples do versículo mostra qual é a sua mensagem principal e como ele deve ser interpretado. Perceba que a repreensão é contra o homem que aparta o seu coração de  Jeová ao confiar na  própria capacidade humana.

Sendo assim, a declaração “maldito o homem que confia no homem” é uma repreensão contra o ilusório e tolo conceito de autossuficiência humana. A sequência da profecia diz que essas pessoas que agem assim são como uma planta no deserto que cresce na terra seca, numa terra salgada onde nada mais  vive ali (Jr 17.6). 

“Quem confia nas suas próprias forças acaba frustrado, mas quem confia no Senhor tem força para enfrentar qualquer desafio! (Sl 27.1) 

A verdadeira força de um verdadeiro discípulo só tem origem em Deus. Devemos viver na força de Deus e não nas nossas próprias forças. Quem confia nas suas próprias forças acaba frustrado, mas quem confia no Senhor tem força para enfrentar qualquer desafio!

“E disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar” (Jz 7.7). 

1.2- A alma
A alma é formada pelos sentimentos, conhecimento e emoções. Uma alma abatida conduz a pessoa à derrota, uma alma confiante em Deus leva à vitória [SI 25]. Aqueles que confiam em sua condição intelectual privilegiada, Deus diz que eles certamente serão confundidos. Paulo ressalta que Deus zomba destes, escolhendo as coisas loucas para confundir as sábias [1Co 1.27]. Um homem rico disse à sua alma: “tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga” [Lc 12.19] acreditando que seu poder e força estavam em seu conhecimento e inteligência em conquistar bens materiais. Mas Jesus o surpreendeu, dizendo que ele não tinha poder nem sobre sua própria vida [Lc 12.20]. Diótrefes se achava forte e poderoso, desejando a primazia, desprezando seu líder, João, e expulsando o povo da igreja de Deus. Sua alma orgulhosa o tornava reprovável diante de Deus [3Jo 9, 11]. O discipulador confiante em sua inteligência e conhecimento cai [Mt 23.12a). 

Comentário:
A alma define quem a pessoa é [Sl 103.1]. A alma é a parte que sente emoções, raciocina e tem vontade, interpretando a experiência física do corpo. A alma é a parte não mecânica da pessoa. A criatividade, a inteligência, as emoções, as decisões – tudo que torna a vida mais que um conjunto de processos automáticos é função da alma. A alma é o elo entre o corpo e o espírito e liga à parte física da vida à parte que não é física. O espírito é a parte que tem comunhão com Deus e a alma é a parte que torna essa experiência pessoal, individual. A alma interpreta e aplica a comunhão com Deus na vida física diária. Da mesma forma, a interpretação da alma da experiência física pode afetar a comunhão com Deus. É muito importante cuidar da alma. A alma precisa resistir à natureza pecaminosa, sujeitando tudo à vontade de Deus (1Pe 2.11). Se a alma está sujeita a Deus, a pessoa terá uma vida correta e completa. 60.000 é o número aproximativo de pensamentos que um homem produz em apenas um dia. Por isso, devemos cuidar da nossa alma, tanto quanto nos preocupamos com nosso corpo. Na Palavra de Deus, o desejo do pai por nós é expressado assim: "Caríssimo, desejo que prosperes em todos os teus empreendimentos, que estejas bem e igualmente que tua alma prospere.” [3Jo 1,2]. Conhecer o estado de sua alma é compreender o que acontece em nosso interior e assim melhor controlar nossas emoções e nossas decisões. Jesus veio curar os corpos mas igualmente os corações feridos. 

“Bendize, ó minha alma, o Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, o Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios" (Sl 102. 1-2). 

“E lá procurarão o Senhor, o seu Deus, e o acharão, se o procurarem de todo o seu coração e de toda a sua alma” (Dt 4.29) 

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37).

1.3- Espírito
A derrota em Ai era uma lição que Deus permitiu aos hebreus para lembrar que a força deles era o Senhor, e não porque eram espirituais. Está enganado quem pensa que, porque ocupa uma posição de destaque, é mais espiritual do que os outros. Jesus advertiu Pedro: “Satanás pediu a você para peneirá-lo como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça” [Lc 22.31-32a]. 

Comentário:
A espiritualidade cristã é uma jornada progressiva que começa com o novo nascimento em Jesus Cristo (Rm 8.11;  Ef 2.5; 1Pe  3.18,19; 1Co 15.22). Ela se caracteriza por uma vida que é influenciada pelo Espírito Santo, em oposição à vida natural, que não é regenerada (Rm 12.2). Ser espiritual é desejar e buscar mudanças no eu interior. A verdadeira espiritualidade não é alcançada através de regras de conduta, mas é a obra interior do Espírito Santo que renova a mente e molda o coração do crente à imagem de Cristo (Ef 4.21,24); transformação externa (Ef 3.16; 2Co 4.16; 1Pe 3.3,4). É uma jornada de morte para o eu interior e a renovação da mente. A espiritualidade cristã exige que nos concentremos em permitir que Deus nos transforme profundamente, para que possamos alcançar o propósito para o qual fomos criados: para sermos verdadeiramente justos e santos, à imagem de Deus. Portanto, a espiritualidade é uma jornada progressiva, que começa com a salvação e culmina no aperfeiçoamento da imagem de Cristo em nós. É alcançada pela ação do Espírito Santo, que trabalha em nosso interior para nos transformar à imagem de Cristo.

2. AUTORIDADE E AUTORITARISMO
Deus concede aos seus discípulos autoridade [Lc 10.12]. Todo exercício de autoridade que sai da vontade de Deus passa a ser autoritarismo. Isto acontece quando o mau discípulo tenta se apoderar e usa a autoridade em proveito próprio, visando apenas seus interesses. Autoridade vem do próprio Deus, como foi ensinado por Jesus e é usada para o avanço do Reino [Mt 28.18-19], nunca para sua divisão. Nisso diferem, João e Diótrefes, o que tinha autoridade e o que era autoritário. 

Comentário:
Definições:

Autoridade: Do latim auctorĭtas, a autoridade é o poder, a legitimidade ou a faculdade. Direito legalmente estabelecido de se fazer obedecer., Pessoa ou entidade que tem esse direito de se fazer obedecer (ex.: autoridade marítima)., Pessoa reconhecida pela competência ou conhecimento em determinada área. Em geral, o termo refere-se às pessoas que governam ou que exercem o comando: 

Autoritarismo: é uma forma de governo que é caracterizada por obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição a liberdade individual e expectativa de obediência inquestionável da população, é quando uma autoridade abusa de seu poder. O conceito também se refere ao sistema ou regime governamental que se excede no exercício de sua autoridade. 

A verdadeira autoridade é adquirida; conquistada pelo exemplo e não pela força. A autoridade é legítima, natural e agradável; o autoritarismo é imposto, é ameaçador, produz tensão e medo. Jesus disse que o estilo de liderança do mundo é inspirado na autoridade imposta: “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade” (Mc 10:42). Porém, a autoridade na igreja deve ser diametralmente oposta: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser ser o primeiro entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Mc 10.43,44). Jesus arremata o assunto, dando seu testemunho pessoal: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” ( Mc 10.45).

2.1- A fonte da autoridade
Deus é a fonte de toda a autoridade [Rm 13.1]. Por esta razão, só é possível ter autoridade se Ele a der ao homem [Lc 10.19], caso contrário é autoritarismo. Diótrefes usava de autoritarismo, acreditando que conseguiria impor as suas vontades (3Jo 10), ignorando que a autoridade vem do Senhor. Ninguém tem autoridade para vencer se não tiver a intervenção de Deus, por menor que seja o obstáculo, como era a cidade de Ai. 

Comentário:
Deus é dono de todo poder e tem autoridade sobre tudo e todos. Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24.1).

Deus é a autoridade sobre todas as coisas e a soberania de Deus é sobre todas as esferas da existência humana e submeter-se às autoridades é fundamental para o cristão. O cristão deve submeter-se às autoridades porque Deus deseja isso de nós e isso ainda pode nos livrar de sérios problemas (Tt 3.1; 1Pe 2.13,15). A única ressalva é que em casos de ser orientado a fazer propositalmente o mal, o cristão deve manter sua postura de obediência a Deus. O maior exemplo é Jesus que foi submisso a Deus mesmo sofrendo injustiças. Em João 17.11, 20-23, aprendemos que Jesus Cristo alcançou uma união perfeita com o Pai ao se submeter a Ele. 

Além disso, Deus nos criou; nos julgará; nunca erra, e governa sobre todas as coisas e sobre todas as nações e delega autoridade aos seus fiéis."E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder [poder e autoridade] sobre todos os demônios, para curarem enfermidades. E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos. E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e fazendo curas por toda a parte." (Lc 9.1-2,6). O Espírito Santo de Deus diz que a autoridade do cristão é o resultado de um decreto de Deus para Seus filhos.

Esse decreto de autoridade é sobre todo mal, sobre todos os adversários ou adversidades, doenças, enfermidades, influencias malignas, maldades humanas, contendas, circunstâncias, apostasias. O Senhor diz em Lucas em 10.19: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.” A maioria dos cristãos, imagina que essa autoridade dada por Deus, é somente do pastor da Igreja, mas não é verdade.

Falou Daniel, dizendo: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque Dele são a sabedoria e a força; e Ele muda os tempos e as estações; Ele remove os reis e estabelece os reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” ( Dn 2.20,21).

2.2- O engano do autoritarismo
Cristo combateu veementemente o estilo de vida que não estava alinhado aos princípios do Seu Reino. O autoritarismo é antibíblico. O apóstolo Pedro recomendou: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” [1Pe 5.2-3]. Pedro havia sido impetuoso, mas entendeu que na obra de Deus o que rege é Sua autoridade, nunca o autoritarismo. 

Comentário:
O nosso Deus mesmo sendo a melhor definição de autoridade nunca fez uso do autoritarismo, o desejo do Senhor é que todos se salvem [Jo 3.16], mas Ele não impõem, não força, não invade, Ele bate na porta do coração [Ap 3.20]. Vivemos tempos difíceis, guerras, inversão de valores e o esfriamento do amor, mas como discípulos do Senhor não devemos usar do autoritarismo para sobrepor com força e violência. "Esta é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”, diz o Senhor dos Exércitos [Zc 4:6]. 

Tentar convencer o pecador e faze-lo crer que Jesus é a solução, é uma das funções das do Espirito Santo [Jo 16.8]. Cabe a nós é ser instrumento, ser vaso nas mãos do oleiro. O Deus que servimos é maravilhoso, Ele nos faz um vaso novo na sua fôrma e enche esse vaso novo com um precioso tesouro. Que possamos ser sempre grato a Deus por esse privilégio de sermos um vaso novo, mesmo cheios de fragilidade e por isso quebramos com facilidade, mas o Senhor vê potencial e valor em mim e você. 

A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo: “Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer” (Jr 18.1-4).

2.3- Jesus é o exemplo
A liderança de Jesus sempre foi exemplo, desde quando chamou seus discípulos até quando esteve perante Pilatos [Jo 19.11], antes de sua condenação e crucificação. Ele tinha toda autoridade [Mt 28.18], mas não usou dela para escapar de Sua missão que era morrer pelos pecados dos homens [Lc 23.39], antes foi submisso à autoridade do Pai [Fp 2.8]. Jesus é o exemplo de autoridade que atrai [Jo 12.21], em vez de autoritarismo que repele. Sua autoridade era reconhecida pela multidão que o seguia “porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” [Mt 7.29]. 

Comentário:
Como bons discípulos, devemos seguir o maior exemplo de todos “Jesus Cristo” Ele tinha toda autoridade, era manso e cheio de amor. Em João 8.1;12 os escribas e fariseus não tinham a intenção de fazer cumprir a lei de Moises e sim questionar e condenar a Cristo, que deu mais uma demonstração de autoridade, sabedoria e misericórdia, disse Jesus “aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra”. Notemos algo, Jesus não disse que ninguém era sem pecado. Essa história é ao mesmo tempo assustadora e libertadora, pois nos dá uma visão de perto do coração de Jesus. Ele sabe que pecamos. E ele nos convida à liberdade de deixar nossos pecados para segui-Lo. “Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). 

Todos os cristãos são discípulos
Em Atos 11.26, lemos que os discípulos também são chamados de “cristãos”. Hoje em dia, esse pode ser um termo mais comum, mas na verdade todo o cristão verdadeiro é um discípulo de Jesus Cristo. E, além do mais, Jesus chama Seus seguidores a “fazer discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). Espalhar o Evangelho implica ensinar às pessoas como seguir Jesus em todas as áreas de suas vidas. 

Já percebeu que esse é seu chamado como cristão?

Basicamente, um discípulo é um aprendiz ou aluno, alguém que segue os ensinamentos de outra pessoa e segue os caminhos desse professor. Nos tempos bíblicos, isso era prática comum. Especialmente em questões religiosas, se você queria aprender, não havia escola, mas se tornava discípulo de uma pessoa. 

Por exemplo, o que o apóstolo Paulo fez quando jovem: “Eu sou judeu, nascido em Tarso na Cilícia, mas criado nesta cidade, educado aos pés de Gamaliel, de acordo com a maneira estrita da lei de nossos pais” (Atos 22. 3). João Batista também tinha discípulos (Jo 1.35-37; 3.25, MT 11. 2; 14.12), e o grupo religioso dos fariseus tinha uns quantos (MT 22.16). 

3. O VERDADEIRO DISCÍPULO
O discípulo de Cristo cumpre seu chamado em total submissão ao plano de Deus. O erro de Josué em Ai foi não ter buscado a orientação de Deus. Por isso, teve de aprender com a derrota. Toda ação deve ser levada ao Senhor, por mais simples que possa parecer [Tg 4.13-15]. 

Comentário:
O crente reconhece a existência de Deus, mas só o discípulo está disposto à conversão (metanoia) ou novo nascimento, a mudar de mente e de atitude. 

O crente acredita em Deus, mas só o discípulo se submete realmente a Deus. Tiago diz isso de forma muito clara: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demónios o creem, e estremecem” (Tg 2.19). 

O crente tem a percepção dum Deus moral, mas só o discípulo procura alinhar o seu caráter com o caráter de Jesus, exemplificado no chamado fruto do Espírito: Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl 5.22-25).

O crente sabe que há Deus, mas só o discípulo caminha com Ele: “E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). 

O crente ouve a Palavra de Deus, mas só o discípulo permanece nela: “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (Jo 8.31). 

O crente ouve Jesus e acredita Nele, mas só o discípulo deixa tudo para o seguir, começando uma nova vida: “E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens. E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram” (Lc 5.10b,11). 

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28.18-20).

Pense nisso! 

3.1- Ama e cuida da Igreja
O verdadeiro discípulo reflete o amor de Deus pelas almas, ensinando-as a seguir e a servir Jesus [Mt 28.18-20]. O cuidado do discípulo de Cristo é condição essencial daquele que precisa ensinar e conduzir as vidas a Cristo, gerando novos discípulos [2 Tm 4.2]. Josué falhou nisso. O amor precisa ser materializado por meio de ações concretas [1 Jo 3.16-18]. Diferentemente de Diótrefes, João viveu e morreu praticando o amor, tornando- se conhecido por isso [Jo 21.7]. Ele é um grande exemplo para todos que desejam êxito ministerial. Soube amar as ovelhas e deter os lobos [Jo10.10- 16], afastando-os para bem longe do rebanho. Para ele, poupar o lobo era o mesmo que sacrificar as ovelhas. Por isso João não ficou inferente e passivo em relação  à postura de Diótrefes [3Jo 10]. 

Comentário:
As palavras do Senhor Jesus nos revelam que podemos manifestar Deus e glorificá-lo se amarmos uns aos outros. Deus manifesta ao mundo a Sua glória, a Sua graça e o Seu amor através da Igreja, que é o Seu corpo. Devemos, portanto, representá-lo bem aqui nesta terra. Carregamos dentro de nós a presença do próprio Deus e, consequentemente, o Seu amor. Quando os discípulos amam a mensagem do amor de Deus se torna visível ao mundo. O amor é o sinal de nosso discipulado a Jesus (Jo 13.35), a roupa que um cristão deve usar. Em João 13.35 nos lemos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jesus nos indica qual o principal ponto pelo qual seremos avaliados no Reino dos Céus. Não é a forma como nos vestimos, o quanto falamos ou a profundidade do nosso conhecimento que nos qualificarão como seguidores de Cristo. A Bíblia assegura que os discípulos serão conhecidos no amor de uns para com os outros. Essa é a questão-chave que sustenta e prova a nossa fé.

Frequentemente dizemos “amem uns aos outros”, entretanto, vivemos essa realidade em nossa vida?

“O fruto da retidão é árvore de vida, e aquele que conquista almas é sábio” (Pv 11:30).

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4.2).

“E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens" (Mc 1:17). 

3.2- Preserva as ovelhas
Ao perder a primeira investida contra Ai, como um líder, Josué colocou em risco a vida de suas “ovelhas”. Por ouvir o “conselho” de homens, não se importou em ouvir a Deus. Essa insubmissão custou caro a Josué, pois trinta e seis pessoas perderam a vida naquela batalha; uma derrota significativa para Josué. O discípulo verdadeiro tem responsabilidade em gerar e cuidar, pois se não o fizer, Deus o cobrará [Jr 23.1-4]. Jesus deixa claro que guardou todas as ovelhas que Deus o deu, e nenhuma se perdeu [Jo 17.12a]. 

Comentário:
A ligação de Jesus com seus seguidores era forte e profunda. Aqueles que o seguiam, faziam parte de sua vida. Eram como seus filhos. Jesus declarou ao Pai: “Eram teus, e Tu nos confiaste”; Jesus tinha um sentimento de intenso amor e cuidado por seus discípulos. Esse tem que ser também nosso sentimento e postura para com os discípulos. Que nossas vidas estejam sempre no Seu altar, para quando Ele nos der alguém para cuidar, estejamos prontas (os) a servi-lo. 

"Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm obedecido à tua palavra (Jo 17.6). 

3.3- Cumpre o propósito divino
O propósito divino para Josué era vencer Aí, mas ele perdeu. O fato de Josué não saber que Acã havia roubado o ouro que estava sob a proibição [Js 7.1-13], mostra que Josué não havia buscado Deus antes de invadir a cidade, senão o Senhor o teria avisado [Am 3.6-7]. Para cumprir o propósito divino em Ai, Josué agora busca a Deus e recebe a garantia da vitória na batalha, após ouvir as estratégias do Senhor [Js 8.1-2]. Um discípulo verdadeiro ouve as instruções de seu Mestre.

Comentário:
O profeta Elias era um homem cheio da presença de Deus, que reconhecia a voz de Deus como poucos homens em toda história. Orou para que não chovesse e para que voltasse a chover e aconteceu (Tg 5.17,18), clamou por fogo do céu e o fogo desceu queimando o holocausto (1Rs18.36-38). Por fim, Elias foi arrebatado vivo aos céus (2 Rs 2.9-14), tamanha era sua intimidade com Deus. Vivemos um tempo em que as pessoas gostam muito de falar e se expressar. Na nossa cultura, muitas pessoas têm desejo de falar, mas uma enorme dificuldade de ouvir. Dessa forma, levam esse padrão para seu relacionamento com Deus. Gostam de falar com Deus e apresentar seus problemas e demandas para Ele, mas nem sempre conseguem ouvir a Deus e discernir Sua vontade. Deus colocou no ser humano o espírito (1Ts 5.23), para que seja um ser espiritual, com capacidade de se relacionar espiritualmente (1Pe 2.2). 

Jesus respondeu: “Muitos mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11.28). 

Além disso, Jesus afirma que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz” (v.27). Ouvir a voz do seu pastor é uma característica natural de uma ovelha normal. Cada rebanho tem o seu próprio pastor e quando este chama suas ovelhas, elas ouvem, reconhecem a sua voz e prontamente o seguem (v.4), ora para o aprisco, ora para os pastos verdes e para os lugares onde havia água fresca. É assim também com todo discípulo que professa sua fé em Cristo. Ele deve ouvir a voz de Cristo, o seu Pastor e segui-lo para onde ele o conduz. Cristo nos chama para dentro do seu aprisco que é a igreja. Ele nos conduz a pastos verdejantes e águas tranquilas e nos consola com o seu bordão e cajado. Ele nos governa e nos consola , cabe a nós ouvir a sua voz e segui-lo para o nosso próprio bem e salvação. E ouvir atentamente para crer em Cristo e aplicar sua palavra em nossas vidas; é se colocar debaixo do que Cristo fala, guardar os seus mandamentos e confiar nas suas promessas Mt.28.20). 

O Senhor Jesus disse, “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz” (João 10:27) 

Senhor, ensina-me a ser teu discípulo, amando as pessoas, independentemente do merecimento delas ou do meu sentimento para com elas. Eu quero representar da melhor forma possível o teu amor para que elas te conheçam e sejam abençoadas através do meu testemunho. Sou imperfeito, mas, pela tua graça, eu conseguirei ter um comportamento semelhante ao de Jesus. Amém. 

CONCLUSÃO
Deus não procura pessoas fortes, mas alguém que seja fortalecido nEle. Deus não quer discípulos de aparência como Diótrefes, mas de essência, comprometidos e amáveis como João, Gaio e Demétrio para realizar Seus propósitos. 

Comentário:
Que Senhor possa nos ensinar a ser Seu discípulo, amar as pessoas, independentemente do merecimento delas ou do meu sentimento para com elas. Somos imperfeitos e frágeis mas Deus conta conosco e pra isso ele nos capacita e derrama da tua graça e misericórdia sobre as nossa vidas. Que estejamos sempre aos pés da cruz. 

Referências bibliográficas
Biblia online Almeida Corrigida Fiel
blog hulio peixoto www.marata.br.com
Bp especializada estilo e adoração biblioteca biblica
Versão Almeida Revista e Corrigida Bibliaon
www.respostas bíblicas.com.br bíblia online

Comentário adicional  Diácono Wagner Delfino


5 comentários:

Pr. Osmar disse...

A paz do Senhor Wagner. Gostei muito dos seus comentários adicionados. Com certeza serão úteis e muito bem aplicados pelos nossos mestres!

ancelmo disse...

Deus continue te abençoando diácono Wagner. Parabéns pelo edificante comentário, será de muita valia para nosso aprendizado.

Carlos Cezar disse...

Excelente comentário Diácono Wagner, as suas palavras auxiliou em muito a compreensão da lição. Que Deus continue abençoando a sua vida e seu ministério!

Emivaneide Silva disse...

Excelente comentário irmão Wagner. Parabéns!

Anônimo disse...

Muito bom seu comentário parabéns meu irmão Deus abençoe seu ministério