O SERVO E AS MULTIDÕES
Lição 5 – 29 de janeiro de 2023
Interessante
destacar que Deus atende à oração de Moisés, mas não porque ele pediu, mas
porque Josué já estava nos planos de Deus, e Moisés só pediu o que Deus já ia
fazer. Portanto, nossas orações são atendidas, mas só se estiver debaixo da
vontade de Deus (1ª Jo 3:21-22).
Ecoando
essa preocupação de Deus para com o seu povo, Jesus Cristo demonstra um cuidado
especial com a multidão: Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e
compadeceu-se dela, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou a
ensinar-lhes muitas coisas. (Marcos 6:34).
Essa
atenção de Jesus quanto às necessidades da multidão também está em harmonia com
Mt 6:31-32: Portanto, não se preocupem, dizendo: "Que
comeremos?", "Que beberemos?" ou "Com que nos
vestiremos?" Porque os gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de
vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de todas elas. Veja que
Jesus nos garante as necessidades básicas, desde que busquemos o Reino dos Céus
em primeiro lugar (v33).
Além
disso, João também escreve em sua 1ª carta que nós também devemos nos atentar
às necessidades básicas dos irmãos, assim como Jesus faz: Ora, se alguém
possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade, mas fecha o
coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos,
não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de fato e de verdade.
(1 João 3:17-18).
Imagine
se um irmão, hoje em dia, estivesse com um problema. Daí, esse irmão vá até
nossa igreja, pede ajuda aos irmãos locais, e ninguém consegue ajudar. Então o
que será que este irmão faria? Desistiria por causa das dificuldades, da
impossibilidade da resolução do problema? Ou aproveitaria a oportunidade de
clamar o nome do Senhor, já que ele estava no templo onde os crentes se reúnem
para adorar a Deus?
Aquele
pai estava diante de Deus, não poderia perder essa oportunidade única.
Ela
estava na situação de impureza, enquanto o fluxo não cessasse, não importa
quanto tempo levaria (Lv 15:25)
Se
ela tocasse em algo ou alguém, o que ela tocasse ficaria impura também (Lv
15:26-27)
Por
conta da impureza dela, e por não poder tocar em nada, essa mulher ficou
afastada da sociedade por 12 anos, que foi o período do fluxo (Mc 5:25).
Imagine ficar longe da família, amigos e da sociedade, totalmente isolada,
durante todo este tempo!
Ela
gastou tudo que tinha (Mc 5:26) e, ao invés de melhorar, fez foi piorar. Então,
semelhante ao pai com o filho endemoniado do exemplo anterior, essa mulher está
com um problema que só Deus pode resolver.
Com
esses pontos em mente, vejam que a mulher se arriscou para chegar perto de
Jesus, a fim de só tocar nele. Ela foi tão audaciosa, que saiu tocando em todo
mundo, deixando um monte de gente impura, e ainda tocou nas vestes de Jesus! O
interessante é que Jesus é tão puro, tão absoluto em santidade, que, ao invés
de Jesus ficar impuro, a pureza de Cristo passou para a mulher! Por meio da fé
dela, ela foi salva, e ainda ficou curada desse mal que a castigava durante 12
anos.
Você
está passando por momento difícil? Está se sentindo isolado da sociedade, dos seus
familiares, dos irmãos da igreja? Então vá, TOQUE em Cristo, com fé, e veja o
milagre acontecer. Não permita que as dificuldades te atrapalhem a buscar
socorro em Cristo.
Acho
legal o que Warren W. Wiersbe escreveu em seu comentário bíblico expositivo, volume
5, página 170: “Jesus enviou os 12 apóstolos para ministrar porque tinha
compaixão dos necessitados (Mt 9:36-38). Dessa vez, porém, os necessitados
foram até eles, e os discípulos quiseram mandá-los embora! Ainda não haviam
aprendido a olhar a vida com os olhos de seu Mestre. Para eles, as multidões
eram um problema, talvez até mesmo uma inconveniência, mas para Jesus, eram
como ovelhas sem pastor.”
Com
isso esse crente escuta acusações contra Deus, a igreja e os cristãos. Com
essas acusações, esse crente absorve tudo e acaba se rebelando, apostatando da
fé. Por não ter uma base bíblica sólida, por não ter conhecimento suficiente
por falta de interesse, esse tipo de pessoa acaba sendo uma “maria vai com as
outras”, tornando mais um inimigo da igreja.
Foi
isso que aconteceu nos tempos de Jesus: Os fariseus e demais líderes religiosos
da época incitaram estes indecisos contra Cristo, para o crucificarem (Mc 15:11
e At 3:14). O perigo está à nossa volta, e muitos crentes estão abandonando a
fé, tornando-se acusadores. Para eles, não é suficiente sair da igreja, parar
de congregar. Eles têm de fazer chacota, criticar, acusar, insultar os crentes.
Rogo a Deus que tenha misericórdia deles e de nós!
Então,
porque 70 discípulos? Havia uma multidão ali, poderia ser mais! Quem sabe uns
500, ou até mesmo 1.000, para espalhar o evangelho mais rápido... Acontece que,
não diferente das outras ocorrências numéricas, essa quantidade de discípulos
também é específica porque simboliza algo. Então o que seria?
Este
número simboliza, provavelmente, o número de nações no mundo, como pode-se
conferir em Gn 10. Enviar os 70 naquelas regiões, pode apontar para o evangelho
sendo pregado em todas as nações do planeta.
Além
disso, enviá-los de 2 em 2 pode significar o cumprimento da exigência de se ter
2 testemunhas (Dt 17:6 e 19:5).
Ainda
sobre os 70, podemos perceber uma semelhança quando Deus determina a Moisés que
separasse 70 anciãos do povo, para o ajudar no seu ofício (Nm 11:6). Assim como
Moisés aponta para Cristo ao libertar o povo da escravidão do Egito, sendo
Jesus o nosso libertador da escravidão do pecado, Moisés também aponta aqui
para Cristo, pois ele escolhe 70 discípulos (do meio do povo) para o ajudar no
seu ofício: pregar que o reino dos céus já chegou – o evangelho.
Além
dessas referências, temos ainda outras, como a Septuaginta (tradução da Bíblia
hebraica para o grego, traduzida por 70 eruditos, segundo a tradição judaica),
e as 70 semanas proféticas de Daniel (Dn 9:24).
Gostaria
de deixar claro que não estou afirmando que esses são os motivos pelos quais
Jesus escolheu 70 discípulos! Toda essa exposição é simplesmente uma observação
que PODE TER ALGUMA RELAÇÃO, até porque, em nenhum dos evangelhos, temos essa
informação do motivo de serem exatamente 70. Tudo não passa de mera
especulação, homem nenhum no mundo tem essa informação.
Esses
foram os 12 que Jesus chamou, como o v 13 diz, porque Ele quis. Não foi por
mérito algum, inclusive, tinha um traidor do povo (publicano), um zelote (grupo
radical do antigo judaísmo em oposição aos Romanos), um filho de Satanás
(Judas) que exerceu a função de tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Ou seja, foi por
graça pura que estes homens foram chamados, mesmo sem merecer, assim como todos
nós não merecemos.
Novamente,
gostaria de propor uma reflexão a respeito do número 12: provavelmente reflete
as 12 tribos de Israel, dando continuidade, dessa forma, ao plano divino de
salvação. Estes 12 tinham autoridade para curar todo tipo de doença e expulsar
demônios (Mc 3:15). (Bíblia de Estudo
NAA – Pág. 1717 e 1718).
Acho
importante lembrar a diferença entre apóstolo e discípulo: os apóstolos foram
os homens chamados diretamente por Jesus Cristo, foram os representantes
especiais de Jesus, com uma missão especial e específica, enquanto o termo
“discípulo” se refere a um grupo genérico de todo aquele que crê
verdadeiramente em Cristo, que somos nós, os cristãos. Dessa forma, discípulos
somos todos nós, e os discípulos específicos de Cristo são só 12: os apóstolos.
Quanto ao apóstolo Paulo, você deve estar se perguntando, ele mesmo reconhece
que não faz parte dos 12, e diz que é como se fosse um filho nascido fora de
época (1º Co 15:8), mas ele defende seu apostolado em 1º Co 15. Depois leia o
capítulo todo, acredito que ficará mais claro. Resumindo: todos os apóstolos
foram discípulos de Cristo, mas nem todo discípulo foi (e é) apóstolo de
Cristo.
A
ressurreição da filha de Jairo: quando o Senhor Jesus ressuscitou a filha de um
dos chefes da sinagoga por nome de Jairo, somente Pedro, Tiago e João estiveram
com ele. Antes disso, Jesus havia curado a mulher que tinha um fluxo de sangue
e depois despedido seus discípulos e a multidão que o acompanhava. As únicas
exceções foram Pedro, Tiago e João. Os três discípulos estiveram presentes
juntamente com os pais da menina quando Jesus a ressuscitou (Marcos 5:33).
A
transfiguração de Jesus: no importante episódio da transfiguração, somente
Pedro, Tiago e João estiveram presentes. A Bíblia diz que eles foram para um
alto monte, onde ficaram a sós; então ali Jesus foi transfigurado diante deles.
Eles também viram Elias e Moisés conversando com Jesus. O texto bíblico diz que
eles estavam apavorados naquele momento. Além disso, Jesus também lhes pediu que
eles guardassem segredo sobre o que tinham visto. Pedro, Tiago e João só foram
autorizados a contar o que havia ocorrido naquele monte após a ressurreição de
Jesus (Marcos 9:1-10).
Jesus
no Getsêmani: na noite em que foi traído e preso, o Senhor Jesus levou seus
discípulos a um jardim nas proximidades do Monte das Oliveiras. Somente Pedro,
Tiago e João acompanharam Jesus a um lugar um pouco mais reservado dentro do
jardim; enquanto os demais discípulos ficaram aguardando. Jesus pediu para que
Pedro, Tiago e João vigiassem e orassem com Ele, mas eles acabaram dormindo
(Marcos 14:33).
Cristo
é nosso motivo de existir, de congregar, de “passar raiva” na igreja, porque o
amor tudo suporta, lembra? No amor somos unidos, e não há que se falar de um
membro do corpo sem o cabeça. Sigamos firmes e fortes, na congregação dos
santos, membros da noiva imaculada e sem mancha, vestida de linho finíssimo e
alvo mais que a neve, a igreja de Cristo!
Maranata
vem, Senhor Jesus!
4 comentários:
Parabéns Fernando, excelente comentário. Deus continue te abençoando.
Muito bom Fernando. Continue sendo benção para a Ebd.
Ora, se alguém possui recursos deste mundo e vê seu irmão passar necessidade, mas fecha o coração para essa pessoa, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem da boca para fora, mas de fato e de verdade. (1 João 3:17-18)
Esse versículo que foi destacado no seu comentário, extremamente importante....
Obrigado pelo contribuição do seu comentário. Forte abraço
Excelente comentário irmão Fernando... que Deus continue abençoando a sua vida e seu ministério!
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