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 A RELEVÂNCIA DO DISCENIMENTO

Lição 11 – 11 de setembro de 2022

TEXTO ÁUREO
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” Tiago 1.5

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar a discernir entre o certo e o errado;
Mostrar como a hipocrisia é cega e injusta;
Destacar a santidade e a riqueza do Evangelho.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 7
1. Não jugueis, para que não sejais julgados,
2.. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Comentário adicional 

INTRODUÇÃO
O salmista ensina que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Salmo 111:10). Sendo assim, o cristão quando teme ao Senhor e assenta no seu coração obedecer a Deus, o Senhor dá sabedoria, conhecimento e inteligência, como deu a Daniel e seus amigos cativos na Babilônia.

“E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar. Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em visão e sonho.” Daniel 1:8,17.

Conceitos:
Sabedoria é o substantivo feminino que é a característica de uma pessoa sábia e que significa um conhecimento extenso e profundo de várias coisas ou de um tópico em particular.

Conhecimento é a capacidade humana de entender, apreender e compreender as coisas, além disso é um conjunto de informação armazenada por intermédio da experiência ou da aprendizagem

Inteligência é julgar bem, compreender bem, raciocinar bem, é umas das coisas que distingue o ser humano e os animais.

“Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; e pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos os bens preciosos e agradáveis. O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Provérbios 24:3-5.

1. DISCERNINDO ENTRE O CERTO E O ERRADO
Comumente, as mesmas características que nos aborrecem nos outros são a que temos. Jesus nos ensina que devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em vez de julgar o próximo [Mt 7.1].

Comentário:
O Senhor envia o profeta Natan para repreender Davi. (2 Samuel 12:1-10). ”Então o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso 2 Samuel 12:5. Então disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel, e eu te livrei das mãos de Saul.” 2 Samuel 12:7.

1.1 Não julgueis
Jesus dedicou um espaço considerável para condenar os líderes religiosos por sua hipocrisia, que os levava a uma aparência externa de justiça para serem elogiados pelas pessoas [Mt 6.1-18]. Agora, reconhece que seus discípulos também podem cair na mesma hipocrisia [Mt 7.1-5]. Em seguida, adiciona uma palavra de advertência sobre o extremo oposto de não discernir [Mt 7.6]. A ordem de Jesus de não julgar os outros pode ser a mais amplamente citada de suas declarações. Muitas pessoas usam esse versículo na tentativa de silenciar seus críticos, interpretando que Jesus queria dizer: “Você não tem o direito de me dizer que estou errado”. A questão aqui é saber como lidar com o julgamento, quais os critérios e em que medida se deve usá-los.

Comentário:
Em muitos momentos julgamos e esquecemos do mandamento de Jesus de amar o próximo.  Achamos que só nós somos dignos e merecedores da infinita misericórdia do Senhor (Jo 3:16). Jesus veio para judeus e gentios.

1.2. Quem julga será julgado
A exigência de Jesus aqui é que Seus discípulos não sejam inclinados a julgar e a censurar [Rm 14.10-13; Tg 4.11-12]. A firmeza do compromisso dos discípulos com o Reino de Deus e a justiça exigida deles não os autoriza a adotar uma atitude julgadora. Os que “julgam” assim serão “julgados” não pelos homens (o que traria pouca consequência), mas por Deus (o que se adequa ao tom solene do discurso). O discípulo que toma sobre si a tarefa de julgar o que o outro faz usurpa o lugar de Deus [Rm 14.10] e, por isso, tem de responder a Ele. John Stott nos diz que “a ordem para não julgar não é uma exigência para ser cego, mas, antes, um pedido para ser generoso. Jesus não nos pede que deixemos de ser homens (suspendendo nosso poder de crítica que ajuda a nos distinguir dos animais), mas que renunciemos a presunçosa ambição de ser Deus (arvorando-nos em juiz)”.

Comentário:
Somente Deus é o justo juiz (Salmo 94), porém, quando julgamos o próximo queremos tomar o lugar Deus e nós sabemos quem quis ser igual e o que aconteceu. (Is 4:12-15). Pense nisso!!!!

1.3. O autocontrole no julgamento
O texto indica que a prática que Jesus proíbe era habitual e se realizava entre os judeus [Mt 7.3-4; Jo 8.15]. Aparentemente, algumas pessoas têm uma necessidade psicológica de descobrir e divulgar defeitos em outras pessoas. Ninguém pode evitar formar uma opinião sobre outras pessoas e práticas. Desde a infância, aprendemos a importância de distinguir entre o bom e o mau, o belo e o feio, certo e errado. Ser capaz de analisar criticamente um objeto, ou seja, distinguir objetivamente entre os elementos, virtudes, características, é uma capacidade necessária na vida. Enfim, é preciso ter humildade para entender que nosso julgamento sobre as pessoas é apenas uma opinião, a expressão da qual podemos e devemos controlar [Sl 34.13; Tg 3.10].

Comentário:
O Cristão ao criticar o próximo deve analisar se a sua atitude ou opinião vai trazer benefício, edificar a vida do próximo, observar o contexto e não esquecer que ali estar um ser humano, criatura ou filho de Deus alvo do amor incondicional de Jesus. E é somente pela graça que somos salvos mediante a fé e não vem de nós é dom de Deus.

“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito. Não tropeço ou escândalo ao irmão.” Romanos 14:12,13.

2. DISCERNINDO A NATUREZA DAS COISAS
Jesus nos ensina que o homem só pode ver o exterior, e, portanto, não pode entender o que está na mente e no coração de outrem [1Sm 16.7b].

2.1. O argueiro e a trave
John Sttot nos diz que a “trave” descrita por Jesus se refere a um pedaço comprido de madeira lavrada que se usava na estrutura de um prédio. Quem estivesse atrás dessa madeira não poderia ver; nem determinar precisamente a verdadeira natureza das coisas. O “argueiro” era uma lasquinha ou um pequeno cisco. Tanto o homem que estivesse atrás de uma trave, quanto o que tinha um cisco estavam impedidos de ver corretamente. Jesus estava dizendo que se uma pessoa não consegue ver corretamente, como pode de alguma maneira fazer juízo? [Mt 7.3-4]. Jesus não diz que é errado ajudar um irmão a tirar um cisco do olho, errado é uma pessoa com uma “viga” no olho oferecer ajuda. Isso é hipocrisia [Mt 7.5].

Comentário:
É Deus que tem todo o poder e direito de julgar, ele é justo juiz, imparcial e não falha, diferente de nós que somos tendenciosos, errantes.

Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.

E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? (Romanos 2:1-3)
 

2.2. Vencendo a hipocrisia
A hipocrisia consiste em duas coisas: o hipócrita não reconhece o seu próprio pecado, que é maior que o pecado alheio; depois, finge justiça ou interesse espiritual, ordenando que os outros endireitem suas vidas. Fingir interesse espiritual era a característica mais notável dos fariseus [Mt 7.5]. Para esclarecer a questão, Jesus escolhe o olho como ilustração, pois é uma das partes mais sensíveis do corpo humano. Chega a ser ridícula a atitude de um homem com uma trave no olho tentando remover um cisco do olho de outro. Os fariseus viam os pecados dos outros, mas não conseguiam enxergar as próprias transgressões. Jesus usou o olho como ilustração para nos ensinar a ter uma perspectiva espiritual da vida [Mt 6.22-23].

Comentário:
Um hipócrita era um tipo de ator nas peças gregas antigas, elas usavam máscaras e durante as apresentações fingiam ser outros. E o que faziam no palco era uma hipocrisia, o termo vem de uma palavra grega que significa fingimento. A palavra incluía qualquer um que queria ser o que não era. Os lábios tinham um discurso, mas o coração só tem falsidade.

“Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações” (1 Pedro 2:1)

Observe três atitudes que ajudam a vencer a não ser hipócrita

1. Temer a Deus (salmos 111:10)

2. Amar a Deus e ao próximo (Marcos 22:37-39)

3. Buscar o fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22,23)

2.3. O perigo de não ter discernimento
Jesus aborda um problema no extremo oposto do julgamento hipócrita: a ingênua aceitação das pessoas sem discernir suas verdadeiras origens. Embora os crentes estejam impedidos julgar os outros a partir de motivações erradas e sem critérios bíblicos [Mt 7.1-5], Jesus preveniu contra uma completa falta de discernimento em relação às atitudes das pessoas para com o Evangelho. O Senhor exige discernimento adequado do bem e do mal [Mt 7.6, 15-23], porque, em seu cotidiano, os discípulos de Jesus terão que fazer constantes avaliações. A verdade não deve ser imposta aos rebeldes que a rejeitam e as coisas santas não devem ser dadas aos que buscam os defeitos dos outros. Jesus insiste sobre a necessidade de sabermos classificar as coisas.

Comentário:
O discernimento na vida do cristão vem de Deus e adquirido através da leitura e prática diário da Palavra do Senhor, nos possibilitando entender verdades espirituais e a não cair nas ciladas da vida e de satanás.

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.

Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Coríntios 2:14-16.

O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria. Provérbios 18:15.

Discernimento segundo a Bíblia
O discernimento capacita a pessoa que tem o dom a identificar os tipos de espíritos que se manifestam em uma determinada situação. Além disso, este dom sobrenatural permite saber se uma pessoa está influenciada por um espírito maligno, mesmo que ele não esteja se manifestando.

Discernimento no cotidiano
Capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado, de avaliar as coisas com bom senso e clareza; juízo, tino.

3. DISCERNINDO ENTRE O DIGNO E O INDIGNO
Nesse último ponto, Jesus se vale de figuras de linguagem para ensinar a Seus discípulos que as coisas santas não podem ser dadas para aqueles que não querem, ou que não tenham capacidade para apreciar os valores espirituais [Mt 7.6]

3.1. Os cães
Herbert Lockyer nos diz que o Senhor se refere aqui a cães selvagens e rosnadores, que se voltam e mordem a mão daqueles que os alimentam. Os cães do Oriente são mais selvagens e vivem mais em matilhas do que os nossos cães domesticados, alimentam-se de carniça e lixo e são mais sanguinários do que os do Ocidente. Era a esses que Jesus tinha em mente quando os usou em referência aos que, de forma selvagem, odeiam a verdade. Jesus quer que Seus discípulos sejam inteiramente inofensivos em seu relacionamento com outros, mas ao mesmo tempo que reconheçam que nem todos estão sempre em condições de serem abordados para ouvirem e conhecerem o Evangelho [Mt 7.6b].

3.2. Os porcos
Essa analogia foi usada por Cristo para mostrar como as pessoas reagem quando estão vivendo em rebelião aberta contra Deus; pessoas rebeldes, que teimosamente rejeitam Sua verdade e fecham suas mentes e corações ao conhecimento espiritual [2Pe 2.22]. Isso não significa que devemos nos abster de ensinar o Evangelho para aqueles que são párias da sociedade. O próprio Jesus comia com pecadores e publicanos e os ensinava [Mt 9.10]. A ideia aqui é que é inútil continuarmos pregando a verdade àqueles que a recusam. Assim como um porco não conseguiria entender nem apreciar a grande beleza e valor das pérolas, esses tais jamais poderiam entender o valor e a grandeza das verdades divinas [1Co 2.14].

3.3. As pérolas
As “pérolas”, consideradas as mais preciosas de todas as joias [Mt 13.45-46; 1Tm 2.9], passaram a simbolizar a preciosidade da verdade. É fácil imaginarmos o desapontamento e consequente ira dos porcos ao descobrir que o que pensavam ser comida eram apenas pérolas. Essa é uma imagem muito cabível para os que são impuros, selvagens e incapazes de apreciar as joias inestimáveis da fé cristã! São esses, diz Cristo, a quem não temos o direito de entregar o tesouro das nossas pérolas. Após ouvirem a Palavra, se tornam piores do que eram antes [Sl 14.1; Pv 26.4]. “O sagrado” e “pérolas” são termos que se referem a verdades espirituais de grande valor.

CONCLUSÃO
Quando ajustamos nossa visão de acordo com os ditames da Palavra de Deus, os erros podem ser corrigidos, a forma de vida mudada e os tesouros repartidos àqueles que são confiáveis e dignos [Mt 7.6]. 

Comentário:
O Senhor jamais desisti de um pecador, Ele quer salvar, libertar e transformar. Na parábola do filho pródigo (Lc 15:11a32) o filho moço pediu a parte de sua herança para partir, o seu pai repartiu a herança e o deixou ir, o pai não deixou de amá-lo, mas respeitou a sua decisão e nós conhecemos o final. O que podemos aprender que não é por força e nem por violência, a Palavra é lançada e ela não volta vazia. A Palavra é valiosa e temos que estar atentos, cheios da presença de Deus e observar quando ela está sendo desprezada, o Evangelho tem que avançar. Em Mateus 13:19 na parábola do semeador, Jesus fala que tem 4 tipos de solo onde a semente foi lançada, mas em só um solo a semente prosperou. O problema não é a semente/palavra e sim no solo/coração. Infelizmente não é toda pessoa que vai ouvir a Palavra e vai aceitá-la, muitos acreditam e valorizam qualquer livro secular, porque satisfazem a carne e não confronta e muitos escolhem desprezar a Palavra da vida eterna.

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Almeida. Edição Revista e Atualizada, Tradução João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SSB, 2010.
►Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e Adultos. Sermão do Monte- A ética, os valores e a relevância dos ensinos de Jesus Cristo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 3º Trimestre de 2022. Ano 32 n° 124. Lição 11 – A relevância do discernimento.

Comentários adicionais - Wagner Delfino, servo do Deus Eterno.


 

 

 

4 comentários:

Anônimo disse...

O tópico 3 ficou sem os comentários é isso mesmo?

Anônimo disse...

A paz do senhor irmão, o comentário de todo tópico3 (os 3 subtopicos) , está após a conclusao.

Anônimo disse...

Irmão Wagner que o Senhor Deus continue te abençoando e lhe dando conhecimento de Sua palavra, excelente comentário!

Anônimo disse...

Muito bom esse subsídio, pois nos da uma clareza ,e nos ajuda a passar a lição na EBD,Deus continue abençoando esse trabalho