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HUMILDADE, O ALICERCE DA FELICIDADE CRISTÃ (Comentários Adicionais - Pr. Osmar Emídio)

 HUMILDADE, O ALICERCE DA FELICIDADE CRISTÃ

Lição 02 – 10 de Julho de 2022

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje a Bíblia mostra como é possível sermos felizes e nos realizarmos como súditos do Reino dos Céus. A verdadeira felicidade em nossa vida somente ocorrerá quando alcançarmos a plena compreensão e a prática dos ensinos que Jesus ministrou no Sermão da Montanha, tendo a humildade (pobre de espírito) como alicerce (Mt 5.1-12. Quando isto acontecer passaremos a ter a mente de Cristo e a viver conforme o ponto de vista de Deus, o qual sem dúvida, sempre é o melhor.

1. A FELICIDADE DE ACORDO COM A VISÃO DE DEUS

Todos procuram a felicidade, mas onde a podemos encontrar? Será que a felicidade permanente vem de uma boa carreira, muito dinheiro, fama, romance ou comida? Não. Todas essas coisas podem ser boas e nos conceder momentos de alegrias e prazeres, mas não garantem felicidade. Na Bíblia, Deus nos mostra como ser realmente feliz. Na visão divina o caminho que nos leva à felicidade permanente está ligado à ética. Por isto, na Sua perspectiva, feliz são os humildes de espírito em relação a Ele e ao próximo e não os soberbos deste mundo. A verdadeira felicidade é um dom, uma graça que recebemos pela Sua bondade, e que conta com nossa participação. A verdadeira felicidade é alicerçada na fé, na obediência à Sua Palavra e em nossa total dependência. Em síntese, é o resultado de Sua presença e de uma fé prática na Sua Palavra (Jo 13.17; 15.10-11; 20.29).

1.1. O que pode ser a felicidade para algumas pessoas?

O que é felicidade? Provavelmente, cada pessoa que resolver responder a esta pergunta apresentará, ainda que de forma distorcido, uma resposta própria, pois a felicidade, em um certo sentido, é algo individual, pessoal e intransferível. Alguns definem felicidade baseando-se no que a pessoa tem, faz ou aparenta exteriormente. Outros, acham que felicidade é ter saúde, qualidade de vida, autoestima, etc. Contudo sabemos que felicidade é um estado de espírito muito além de circunstâncias exteriores. Não são as pessoas ou as coisas que nos vão fazer feliz. Não espere que seu cônjuge, seus pais, seus filhos ou qualquer outra pessoa venha lhe fazer feliz. Não estou dizendo que as pessoas ou situações externas não influenciem em sentimentos e emoções, estou dizendo que a verdadeira felicidade está dentro de nós. Somos nós quem decidimos se seremos ou não felizes. A felicidade diferencia-se da alegria, na medida em que não depende das circunstâncias externas.

1.2. O que é a felicidade segundo a Bíblia?

Bem-aventurado no grego é “macários”, que significa “estado de felicidade profunda”, cujo sinônimo perfeito em português é beatitude. Vem da mesma raiz latina “beatus”, que significa “muito feliz”, “aquele que possui a glória dos céus”, ou, “aquele que está em um estado de graça constante, com paz na alma e que sabe aproveitar as dádivas advindas de Deus durante sua existência”. As bem-aventuranças são elementos éticos que não só demonstram o verdadeiro entendimento do propósito de Deus para a vida, mas também são um estado de felicidade tão profunda e de alegrias que só os filhos de Deus experimentam na sua maior intensidade. Ser feliz, então, segundo a Bíblia, é cultivar as beatitudes. Podemos denominar as Bem-aventuranças de fundamentos de uma vida feliz. Isso significa que precisamos aprender a cultivar a felicidade desde já!

1.3. Onde podemos encontrar a felicidade?

Enquanto para muitos a felicidade relaciona-se com as posses materiais e com a liberdade de desfrutá-las (mundo físico e material). A verdadeira felicidade deriva-se do mundo espiritual, isto é, do perdão e da comunhão do ser humano com Deus. Portanto, a felicidade é consequência, não fim. A felicidade é consequência de uma vida vivida com significado. Fora da presença de Deus é impossível existir a felicidade. Quem busca felicidade fora da presença de Deus, persegue uma felicidade que não é a verdadeira. Assim, para encontrar a verdadeira felicidade não busque só momentos de alegrias, busque ser amigo de Deus e serás feliz. Quanto maior nossa comunhão com Deus, mais feliz seremos. A Palavra de Deus considera o pecado como manancial de miséria; a comunhão, como fonte de paz, de satisfação, de contentamento. É por isto que quando o pecado rompe nossa comunhão com Deus, distanciando-nos d’Ele. A consequência é óbvia: infelicidade, vazio, angústia, falta de sentido na vida, etc. Seja amigo de Deus e a felicidade permeará a sua vida, mesmo nos sofrimentos.

2. O QUE É UM POBRE DE ESPIRITO?

Bem-aventurados os pobres (humildes) de espírito, pois deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Dado que a palavra bem-aventurado em grego significa ditoso ou feliz, é importante estabelecer que as bem-aventuranças apresentam um contraste bastante claro entre a felicidade segundo Deus e a felicidade segundo o mundo. Para entender esta primeira bem-aventurança, devemos descartar algumas ideias equivocadas sobre o que significa ser pobre de espírito. E, para isso, é necessário responder: quem não é um pobre de espírito? Um pobre de espírito não é alguém com baixa autoestima ou uma pessoa calada e introvertida. Também não se refere às pessoas que sofrem e àqueles que são oprimidos, rejeitados e abusados. Ser “pobre de espírito” é uma expressão de caráter interior que se expressa externamente visando promover o semelhante.

2.1. O pobre é o humilde que confia em Deus

O homem que confia no Senhor é feliz, e ele aprende a confiar no Senhor através de Sua Palavra. A palavra “pobre” no grego é ptojos” e comunica a ideia de coitado”, humilhado”, “desamparado” ouque se humilha por causa de seu total desamparo”, etc. Esta palavra, então, denota pobreza extrema e pública. Ao dizer “pobres de espírito”, fica claro que o Senhor não está falando de pobreza material ou terrena, mas de uma pobreza espiritual. Portanto, trata-se de pessoas que reconhecem sua miséria espiritual na presença de Deus. Um espírito pobre é aquele que sabe que está espiritualmente arruinado quando fora da presença de Deus. Ele está desprovido de todas as virtudes e reconhece a sua pobreza espiritual total diante do Senhor. Certo pastor comentando sobre este versículo disse: “Refere-se à profunda humildade de reconhecer a absoluta falência espiritual de si mesmo quando estamos separados de Deus”. Os pobres de espírito exibem uma genuína humildade e são despojados de todo o orgulho espiritual, isto é, não confia em si mesmo, mas procura confiar em Deus (Sl 34.18; 51.17). Tornam-se humildes, simples e dependentes de Deus (Sl 9.18; 34.6; 68.10; 72.4; 107.41; 132.15).

2.2. O pobre é aquele que está vazio de si mesmo

Como já falamos, a primeira das bem-aventuranças, requer o despojamento de espírito. No grego, a ideia implica desenvolver a capacidade de esvaziarem-se de todos os sentimentos que predispõem o homem a viver de forma egoísta. É não julgar-se auto suficiente, mas estar disposto a abrir mão de si mesmo. Não podemos ser cheios enquanto não formos primeiramente esvaziado (Mt 12.35). A Bíblia diz, que não se pode encher de vinho novo um odre cujo conteúdo ainda não tenha sido despejado (Mc 2.22). Dentre a imensa lista de ingredientes a serem despejados dos vasos para que o esvaziamento seja uma realidade podemos citar: o comodismo, idolatria, feitiçaria, ira, peleja, dissensão, etc (Gl 5.19; Cl 3.5-8; Tg 3.13-15).

2.3. O pobre é plenamente dependente de Deus

O pobre de espírito vive em estado de absoluta dependência divina. O teólogo W. Barcklay parafraseia esta primeira bem-aventurança, dizendo: “Bem-aventurado o homem que reconhece sua própria debilidade extrema e confia exclusivamente em Deus”. O pobre de espírito não confia em si mesmo, mas desesperadamente procura graça e misericórdia (Lc 18.:9-14). Isso contrasta com o espírito do mundo que nos diz: Confie em você. O pobre de espírito também não se orgulha de seu progresso ou realizações e, reconhecendo sua “condição” olha para os outros como superiores (Fp 2.3). Estes são os abençoados. Estes são bem-aventurados.

3. JESUS, NOSSO MAIOR EXEMPLO DE HUMILDADE

“… aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...” (Mt 11.23). Cristo, pois, é o supremo exemplo de humildade, o nosso grande modelo quanto a essa virtude. Diferente de muitos mestres, que ensinavam o que não faziam, e faziam o que não ensinavam, Jesus provou a todos que seus ensinos e sua doutrina estavam muito acima das filosofias humanas (inspiradas no intelecto limitado e falho dos mortais). Na escola da humildade, Jesus, nos ensina preciosas lições de vida, elevando-nos a níveis mais altos de espiritualidade, concedendo-nos a tão deseja felicidade. Ele em seu viver foi um exemplo em tudo. Seus ensinos sobre a humildade foram por Ele vividos a cada dia no seu ministério: A Bíblia diz: “humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz” (Fp 2.3-8). A verdadeira humildade é o resultado da renúncia.

3.1. Jesus se esvaziou

Jesus foi o maior exemplo de pessoa que não considera a felicidade baseada em fatores externos. Deixou os céus em glória e majestade, veio a este mundo cheio de dificuldades, nasceu em uma família pobre, viveu como homem pobre, no meio dos pobres, como humildes no meio dos humildes. Não assumiu sua natureza divina nem posição de autoridade e grandeza, como faziam alguns líderes judeus, nem procurou qualquer privilégio pessoal. Você acha que Jesus foi infeliz por isso? NÃO! Jesus viveu feliz aqui porque realizou o propósito de Deus para sua vida. Quem disse que ser feliz é ter tudo? É possível ser feliz e se contentar mesmo quando lhe falta alguma coisa. Se a nossa felicidade for refém do que acontece ao nosso redor nos tornamos muito vulneráveis. Por isso Jesus quis deixar para nós um conceito próprio Dele para o que é ser Feliz.

3.2. Jesus lavou os pés de seus discípulos

Quando Jesus nos convida para aprender com Ele, tem autoridade para isto. Na noite que antecedeu sua morte, deu uma profunda lição de humildade. Assumindo posição de um escravo, tomou uma bacia com água, e pôs-se a lavar os pés dos discípulos (Jo 13.5). Nenhum rabi (mestre) fizera aquilo antes. Jesus indagou os seus discipulos, perguntando-lhes: “Entendeis o que eu vos tenho feito?” E, acrescentou: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, por que eu sou” (Jo 13.11-13), e prossegue dizendo que deveriam seguir o seu exemplo. Hoje, se alguém, na Igreja, precisa aprender a ser humilde, basta matricular-se na escola de Jesus. Ele ensina, e não cobra nada, a não ser obediência a sua Palavra.

3.3. Jesus nos deixou um legado de humildade

Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão suprema, ministério tão eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. Enquanto para os homens os exaltados são os grandes, os poderosos, para Jesus o maior entre seus seguidores é servo dos outros. Ele mesmo disse: “o que a si mesmo exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.11-12). A mãe de Tiago e João pediu a Jesus que seus filhos se assentassem, um à direita e o outro à esquerda de Jesus em seu Reino, mas Ele ensinou que entre os seus o padrão a ser seguido é: “quem quiser tornar-se grande, seja o servo dos demais; e quem quiser ser o primeiro, seja o último”. Jesus não só vivenciou, mas também ilustrou como viver esse padrão. Ele próprio exemplifica o padrão por Ele adotado em sua missão: Ele veio ao mundo para servir e não para ser servido” e, por isso mesmo, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo o nome”. Padrão completamente oposto ao que temos visto ultimamente, segundo o qual, homens autodenominados líderes se valem do poder e autoridade em benefício próprio, almejando serem servidos pelos liderados, enquanto deveriam se dedicar a servi-los. Qualquer ação ou atitude diferente dessa é abuso de autoridade e poder e desprezo ao exemplo de humildade deixado por Cristo.

CONCLUSÃO

Ao contrário do que muitos pensam, seguir a Jesus e submeter-se ao seu Reino não significa anular sua vida pessoal, mas descobrir uma nova dimensão de vida, muito mais profunda, dinâmica e feliz. Não há maior gozo (alegria) que o do Senhor. Quando Isaías profetizou a vinda do Messias, foi prometido que Ele daria ao seu povo “óleo de gozo em vez de tristeza“ (Is 61.3b). Deus nos dá tudo o que precisamos para nossa salvação e para que nossa felicidade seja plena (Jo 15.10-11).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Revista BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância dos ensinos de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2022. Ano 32124. Lição 02Humildade, o alicerce da felicidade cristã.

Revista BETEL - Jovens e Adultos. As Bem-aventuranças. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2006. Ano 1659.

LIÇÕES BÍBLICAS – Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 2º Trimestre de 2001. Sermão do Monte. A transparencia da vida cristã.

Bíblia de estudo nova versão internacional. Português. Tradução das Notas de Gordon Chown – Editora Vida. 2001.

LINKS:

https://coalizaopeloevangelho.org/article/quem-sao-os-pobres-de-espirito/ Acesso em 28/06/2022.

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-e-felicidade-o-que-e-ser-feliz-segundo-os-grandes-filosofos-do-passado-e-do-presente.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 28/06/2022

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-e-felicidade-o-que-e-ser-feliz-segundo-os-grandes-filosofos-do-passado-e-do-presente.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 30/06/2022

https://coalizaopeloevangelho.org/article/quem-sao-os-pobres-de-espirito/ Acesso em 02/07/2022.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

Pr. Osmar Emídio de Sousa. Servidor Público Federal; Bacharel em Direito; em Missiologia e em Teologia Pastoral, pela FATAD - Faculdade de Teologia das Assembleias de Deus de Brasília. Atualmente Superintendente da EBD, na AD316, Subsede da ADTAG.

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