VISÕES DO AFASTAMENTO E RETORNO DA GLÓRIA DE DEUS
Lição 12 – 20 de março de 2022
TEXTO ÁUREO
“E levantou-me o Espírito e me levou ao átrio
interior; e eis que a glória do Senhor encheu o templo” Ezequiel 43.5
VERDADE APLICADA
Deus nos convoca a viver em santidade para que
se cumpra em nós o propósito da nossa existência: relacionamento com Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar
que Deus não habita no meio da impiedade.
Ressaltar
que a glória de Deus não se negocia.
Ensinar
que Deus nos chama a viver em santidade.
Introdução
O
plano de Deus é habitar com o Seu povo. Para tanto, Deus revelou em Sua Palavra
as diretrizes para nos aproximarmos dEle, aquilo que não lhe agrada ele nos
concede o Seu Espirito Santo para nos guiar e capacitar a viver agradavelmente
diante do Senhor.
1. A glória de Deus
Antes
de refletirmos sobre as visões de Ezequiel do afastamento e retorno da glória
de Deus em relação ao templo em Jerusalém, no presente tópico abordaremos sobre
alguns dos significados da expressão “glória” no hebraico e grego; a glória de
Deus revelada em Sua natureza; e revelada em Jesus Cristo [Rm 11.36; 1Pe 4.11].
Comentário Adicional
Conhecer
expressões e palavras utilizadas em textos bíblicos em sua língua originária,
nos fará compreender melhor a aplicação utilizada pelo próprio profeta ao
declará-las. É importante que todo cristão tenha esse cuidado, pois saber da
etimologia das palavras e expressões traz sempre luz aos textos e nos aproxima
ainda mais da realidade de cada sentença dita. “A
exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos
símplices” Salmo 119.130
1.1. Glória: alguns significados da expressão
Conforme
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Dicionário de James
Strong, Dicionário VINE,
entre outros, não há um único termo para expressar a ideia de “glória” na
Bíblia. Assim, o contexto no qual a palavra está sendo usada é que determina a
ideia que se deseja passar. Pois pode estar se referindo a seres humanos [Gn
45.13], à riqueza material [Et 5.11], a Deus [Êx 33.18; Ez 1.28]. Alguns
sentidos são: “aquilo que produz peso”; “aquilo que impõe”; “aquilo que produz
consideração”. Vários textos no Antigo Testamento fazem menção da glória de
Deus num contexto de junto com o Seu poder e a Sua santidade [Êx
14.4, 17; 15.11; Sl 29.2; Is 6.3]. Também é comum a manifestação da glória
associada ao tabernáculo e a templo [Êx 40.34; 1Rs 8.11; Ez 9.3; 43.4].
Comentário Adicional
A
palavra bíblica para glória de Deus é kãbhôdh (hebr.; pronuncia-se
‘kavôd’) ou doxa (Septuaginta, a versão grega do AT) = peso ou dignidade, e que
pode ser entendida como a manifestação do poder de Deus onde é preciso, honra,
vitória, proteção, abundância, riqueza, reputação (Êx 40: 35; 1 Sm 4: 22; 1 Sm
6: 5; 1 Rs 3: 13; 1 Rs 8: 11; 1 Cr 16: 28; 1 Cr 29: 12; Is 11: 10; Is 24: 23;
Is 42: 12 etc.). É o equivalente judaico do Espírito Santo.
Kãbhôdh
serve para descrever a revelação do caráter e da presença de Deus na pessoa e
na obra de Jesus Cristo. Ele é o resplendor da glória divina. Hb 1: 3-4:
“Ele [Jesus], que é o resplendor da glória e a expressão exata
do seu Ser [Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,
depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou
mais excelente nome do que eles”.
1.2. Revelada em Sua natureza
Após
ter a garantia de que teria a presença divina [Êx 33.14-15], Moisés pediu para
ver a glória de Deus [Êx 33.18]. A resposta de Deus faz referência à bondade,
misericórdia, compadecimento [Êx 33.19] Vide que quando o Senhor Deus se
manifestou, há referências a nome e novamente às virtudes acima [Êx 34.5-8]. Ou
seja, como escreveu Tony Evans: “A glória de Deus pode ser melhor descrita como
a manifestação visível de seus atributos, caráter e perfeição (…) Falando de
outra maneira, nosso Deus é glorioso por natureza”.
Comentário Adicional
O
Deus que a Bíblia revela é um Deus que tem personalidade. Isto significa que
ele tem características de uma pessoa. Podemos definir uma pessoa como um ente
racional, consciente do próprio ser. É assim que a Bíblia retrata Deus. Ele é
uma pessoa, não uma força impessoal. A Bíblia o chama de Deus vivo. “Mas
o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno…” (Jeremias
10:10).
As
Escrituras atribuem características a Deus, exclusivas de uma pessoa. Figuram
entre elas:
Deus
pode amar. A Bíblia diz que Deus tem a capacidade de amar. “De
longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te
amei…” (Jeremias 31.3). “Mas Deus dá prova do seu amor para conosco,
em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos
5.8).
Deus
é capaz de expressar ira. Deus também pode irar-se. “Disse
mais o Senhor a Moisés: …Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda
contra eles, e eu os consuma…” (Êxodo 32.9-10).
Deus
pode ser misericordioso. As Escrituras ensinam que Deus tem a capacidade de ser
misericordioso. “Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu
mau caminho, e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o
fez” (Jonas 3:10).
Deus
possui vontade. A Bíblia faz menção da vontade ou desejo
de Deus por certas coisas. “O Senhor não retarda a sua promessa,
ainda que alguns a tem por tardia; porém é longânimo para convosco, não
querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a
arrepender-se” (2Pedro 3.9). Como este versículo deixa claro, o
desejo ou vontade de Deus para os incrédulos é que todos eles venham a
conhecê-lo.
Deus
é dotado de intelecto. A Bíblia diz que Deus possui intelecto.
Ele tem uma mente para pensar. Ele a usa para instruir o seu povo sobre o que
deve fazer. “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel:
Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho
em que deves andar” (Isaías 48.17).
Esses
são alguns atributos de Deus, segundo a Bíblia. Todos são próprios de uma
pessoa. Expressando-os em seu caráter, Deus mostrou que tem personalidade.
1.3. Revelada em Jesus Cristo
O
Verbo (a Palavra, o Filho Unigênito) tornou-se carne (ser humano) e habitou
(“tabernaculou”), viveu (morou entre nós), “e vimos a sua glória… cheio de
graça e de verdade” [Jo 1.14]. Como descrito no tópico acima, quando Deus
revelou Sua glória a Moisés, não foi somente em resplendor e nuvem, mas
revelando o Seu caráter: “grande em beneficência e verdade” – amor e
fidelidade) – Êxodo 34.6.
Em João, a glória de Deus é revelada em Jesus – “cheio de graça e de verdade”.
Manifestou Sua glória nos sinais [Jo 2.11] e em sofrimentos e crucificação [Jo
12.23-33; 13.31].
Comentário Adicional
A
glória de Deus procede de Sua natureza santa e das excelentes coisas que Ele
faz. Todavia, só podemos ver a Sua glória apenas através de Jesus Cristo,
quando olhamos para Ele (2Co 4.6). Cristo é “o resplendor da glória do
Pai" e "a imagem do Deus invisível" (Hb
1.3;Cl 1.15). Ele nos mostra a gloriosa natureza de Deus e revela a Sua vontade
para nós. Sem Cristo, nunca veríamos a Deus por nenhum momento, quer aqui ou na
eternidade (Jo 1.18) - Ele e o Pai são um. Quando Cristo tornou-se homem Ele
revelou a glória do Seu Pai. Somente Ele torna conhecida a anjos e seres humanos
a glória do Deus invisível.
2. Abominações do povo no Templo
Tendo
uma visão panorâmica do que a Bíblia revela sobre a glória de Deus – atentando
para a associação com a santidade de Deus – no presente tópico abordaremos as
abominações cometidas pelo povo de Israel no templo, mesmo possuindo a
revelação da Palavra de Deus, resultando no afastamento da glória de Deus [Ez
9.3]. Tal reflexão deve contribuir para nos mantermos vigilantes e fiéis em
todo o tempo.
Comentário Adicional
Em
toda a história do povo de Deus, o Senhor sempre zelou e zelará por sua
Palavra. Certamente conhecer nossa realidade pela perspectiva do olhar do
Senhor não é nada agradável, uma vez que ele nos sonda e nos conhece [Salmo
139.1] entretanto precisamos saber que o Senhor não muda, [Malaquias 3.6].
2.1. Ídolos e criatura acima do Criador
O
Espírito de Deus levou Ezequiel em visão a Jerusalém até o Templo e ele vê “a
imagem ciúmes” [Ez 8.3, 5]. É possível que seja a imagem colocada por Manassés
[2Rs 21.7]. Apesar de ter sido removida posteriormente [2Cr 33.15], contudo
parece que voltou [2Rs 23.6]. Foi destruída por Josias e outra foi construída. Além da
imagem, pinturas de répteis e animais em lugares escondidos do Templo [Ez
8.6-12]. Visões que nos fazem lembrar sobre a possibilidade de, havendo
ausência de ensino, firmeza e profundidade cristã, se adotar sincretismo religioso,
ídolos secretos e estabelecer no culto a criatura acima do Criador [Rm 1.21-23;
1Jo 5.21; Ap 22.15].
Comentário Adicional
Idolatria é
um termo genérico para referir-se a quaisquer práticas de adoração a ídolos, sejam religiosos ou não; tais
práticas estão subentendidas no conceito de idolatria como incoerentes com
valores e ideias associadas a um Deus transcendente, e por tal
natureza único.
A idolatria é considerada um dos maiores pecados nas religiões abraâmicas.
A
idolatria foi introduzida no mundo quando o ser humano caiu em pecado. Em sua
essência a idolatria é a substituição de Deus, Sua palavra, Suas leis e Seu
sistema religioso, por qualquer outra coisa; algum conceito contrário, o
desrespeito às Suas leis ou algum sistema religioso contrário ao Seu. Veja que
o próprio Satanás se instalara na árvore do conhecimento do bem e do mal, como
aquele que “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é
objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se
como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2:3, 4).
2.2. Interesse pessoal e material acima de tudo
A
seguir o profeta é levado para ver mulheres no templo do Senhor, mas “chorando
por Tamuz” [Ez 8.14]. Diversos comentaristas associam Tamuz a fertilidade e
vegetação. Mais um exemplo de adoção de práticas pagãs em um templo edificado
para adorar o Senhor Deus. São pessoas que estão mais interessadas em alcançar
a satisfação de suas necessidades ou desejos, acima do autêntico relacionamento
com Deus, que se expressa em adoração segundo a Sua vontade e em um viver de
obediência aos Seus mandamentos [2Pe 2.13-14; Jd 4, 12].
Comentário Adicional
O
mês em que a visão foi vista, o sexto mês (setembro), não foi o mês dos ritos
Tamuz (Dezembro). Mas que tais ritos foram realizados em Jerusalém, pode haver
pouca dúvida. As mulheres são mencionadas como empregadas no serviço dos ídolos
em Jeremias 7:18. Há alguma razão para acreditar que o choro de mulheres
por Tamuz passou da Babilônia para a Síria e a Palestina, sendo Tamuz
identificado com Duv-zi, cuja perda foi lamentada pela deusa Istar. O festival
foi idêntico ao grego “Adoniacs”. O culto a Adonis tinha sua sede em Byblos,
onde em certos períodos do ano o córrego, manchado por inundações nas
montanhas, era popularmente considerado vermelho com o sangue de Adonis. De
Biblos, espalhou-se amplamente sobre o leste e foi transportado para a Grécia.
O contato de Zedequias com as nações pagãs Jeremias 32: 3, pode muito bem
ter levado à introdução de uma idolatria que naquele momento era especialmente
popular entre as nações do leste.
Essa
solenidade tinha um caráter duplo, primeiro o do luto, em que a morte de Adonis
foi lamentada com uma dor extravagante; e depois de alguns dias, o luto deu
lugar a alegres regozijamentos por sua restauração à vida. Isso foi um
renascimento do culto à natureza sob outra forma – a morte de Adonis simbolizou
a suspensão dos poderes produtivos da natureza, que foram revividos no devido
tempo. Consequentemente, a época deste festival era o solstício de verão,
quando no leste a natureza parece murchar e morrer sob o calor abrasador do
sol, voltando à vida na estação devida. Ao mesmo tempo, havia uma conexão entre
isso e o culto ao sol, em que o declínio do sol e o declínio da natureza
poderiam ser igualmente representados pela morte de Adonis. A empolgação
resultante dessas extravagâncias de lamentações e exultação alternadas estava
em total conformidade com o caráter do culto à natureza, que por esse motivo
era tão popular no leste, especialmente entre as mulheres, e levado por consequências
inevitáveis a licenças e excessos desenfreados. Tal foi nos dias de Ezequiel
uma das formas mais detestáveis de idolatria.
2.3. Irreverência e indiferença
O
profeta foi conduzido para o pátio interno e viu homens de costas para o templo
e voltados para o oriente, adorando o sol [Ez 8.16]. No tempo de Josias
sacerdotes que queimavam incenso ao sol foram destituídos [2Rs 23.5]. “De
costas para o templo”, entre o pórtico e o altar, lembra postura de
irreverência e indiferença. Estavam no templo, em uma área destinada somente a
sacerdotes, mas não estavam adorando Àquele que tinha enchido aquele lugar com
a Sua glória. Naquele lugar deveriam estar chorando e clamando ao Senhor por
misericórdia [Jl 2.17].
Comentário Adicional
Cinco
e vinte homens – Estes provavelmente representavam os vinte e quatro cursos
dos sacerdotes, com o sumo sacerdote para o vigésimo quinto. Era o culto persa,
pois eles viravam o rosto para o leste claramente mostrando que estavam
adorando o sol nascente;
Entre
a varanda e o altar - O local designado para os sacerdotes;
De
costas para o templo - Porque seus rostos estavam voltados para o nascer do
sol;
Adoravam
o sol - Essa forma de idolatria vista já em Jó 31:26 , Jó
31:27 ; e previsto em Deuteronômio 4:19 ; adotado tão cedo
quanto Asa ( 2 Crônicas 14: 5 ); abolido por Josias ( 2 Reis 23:
5 , 2 Reis 23:11.
3. Afastamento e retorno da glória de Deus
Tendo
visto as abominações que estavam sendo praticadas no Templo, veremos que tais
práticas resultaram no afastamento da glória de Deus. Porém, segundo o
propósito divino, como visto na lição passada, Ezequiel também viu o retorno da
glória de Deus ao Templo restaurado e ouviu uma voz: “…este é o lugar do meu
trono e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de
Israel para sempre…” [Ez 43.7].
Comentário Adicional
Aquele
ser que guiava Ezequiel continuou a conduzi-lo e agora estava sendo levado para
a porta leste, a porta do oriente e ali surge diante dele a glória do Deus de
Israel que vinha do caminho do oriente. Impressionou-o a voz como de muitas águas
e a terra sendo resplandecida com a sua própria glória.
Anteriormente
Ezequiel tivera uma visão da glória do Senhor deixando Jerusalém (10.18-22;
11.22-24), aqui, ele testemunhou o seu retorno.
3.1. Afastamento da glória de Deus
Interessante
notarmos que o afastamento da glória do Senhor ocorre aos poucos. Daniel L.
Block comentou: “Ao invés de sair das esferas de menor para as de maior
santidade, a Glória divina parte das esferas de maior para as de menor
santidade: sai do Santo dos Santos para o limiar da entrada do templo [9.3;
10.4]; da entrada do templo à carruagem do trono, estacionada na entrada
oriental do templo [10.18-19]; do portão oriental para o meio da cidade; e do
meio da cidade para os montes ao orienta da cidade [11.22-23]”. As iniquidades
separam o homem do relacionamento com Deus [Is 59.1-2].
Comentário Adicional
Ezequiel,
sendo tratado aqui de filho do homem, deveria descrever o templo para a nação
de Israel para que eles ficassem envergonhados dos seus pecados. Eles deveriam
analisar o modelo e serem observados se iriam ou não ficarem envergonhados. Se
ficassem, deveria o filho do homem mostrar a planta do templo - sua disposição,
suas saídas e suas entradas — toda a sua planta e todas as suas estipulações e
leis. Deveria ele por escrito essas coisas diante deles para que fossem fiéis à
planta e seguissem as suas estipulações – vs. 11.
3.2. O retorno da glória de Deus
Após
a visão do novo templo (vide lição 11), “a glória do Deus de Israel” vem pelo
caminho do oriente [Ez 43.2] – lembremos que o profeta já tinha visto que
estava sobre o monte, “ao oriente da cidade” [Ez 11.23] – e entrou no Templo
[43.4]. Tal descrição lembra Êxodo 40.34; 1Reis 8.11. Glorifiquemos ao Senhor,
pois Ele continua interessado em operar restauração no relacionamento com todos
os seres humanos [Sl 51.11-12; Ap 3.20]. É significativo que o último livro da
Bíblia, consequentemente antes da vinda de Jesus Cristo, registra que “nascerá
o sol da justiça, e salvação trará” [Ml 4.2].
Comentário Adicional
A
primeira seção de Ezequiel 43 (versículos 1-12), que descreve o retorno da
glória de Deus ao Templo, é o clímax do livro. Isto é destacado no nome da
cidade: “O Senhor está aqui” (Ez. 48:35, NVI).
É
importante notar que em Ezequiel, o juízo de Deus sobre um Israel pecaminoso é
vividamente retratado na dramática partida passo a passo da glória da presença
de Deus do templo. Isto é descrito em Ezequiel 10 e 11. Essa partida é
invertida no capítulo 43 quando a glória retorna ao templo restaurado, através
do portão leste, o caminho pelo qual ela havia saído. O templo reconstruído,
descrito por Ezequiel nos capítulos 40-42, só se torna funcional quando Deus
está presente, o que acontece em Ezequiel 43. Isto também estabelece a base
para o restante do livro, onde são descritos os rituais do Templo, a cidade
nova e a nova terra.
Esta
mensagem é tão importante que o próprio Deus diz para Ezequiel declarar tudo
isso para Israel. Então, no verso 10 é dada a razão para toda a descrição do
templo: o templo restaurado tem como finalidade ajudar Israel a se envergonhar
de seus pecados passados e arrepender-se e, então, seguir os estatutos e as
leis dadas por Deus.
Quão
importante para nós é a presença de Deus? Temos hoje edifícios e igrejas
agradáveis, mas está Deus presente nelas? Permitimos que a graça restauradora
de Deus, a presença amorosa de Deus, toque nossos corações e nos leve a ter
vergonha de nossos pecados e a verdadeiramente adorá-Lo?
3.3. Impacto e resultado no povo de Deus
Após
enfatizar a estrutura do Templo [Ez 40-42] e a volta da glória de Deus (tópico
anterior), agora a visão vai focar a conduta do povo e dos sacerdotes,
considerando que Deus está no meio do Seu povo [Ez 43.7]. A mensagem enfatiza
lançar fora tudo que contamina [Ez 47.7-9]. A lei do Templo está intimamente
ligada à santificação [Ez 43.12]. O ponto de partida é o altar [Ez 43.13]. No
tempo de Elias e de Manassés, o altar também precisou ser restaurado [1Rs
18.30; 2Cr 33.16]. Anos depois de Ezequiel, quando os primeiros judeus voltaram
do cativeiro babilônico, ao chegarem em Jerusalém, iniciaram as ações, visando
a restauração, pela edificação do altar do Deus de Israel [Ed 3.2]. Podemos
resumir algumas lições com as seguintes expressões: lançar fora o que
contamina; priorizar a santificação; restaurar e manter o relacionamento com
Deus.
Comentário Adicional
A
chamada descrita em Josué 24. 15 ainda ecoa em nossos corações: “Porém,
se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem
sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou
aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa
serviremos ao SENHOR”. Precisamos decidir a quem servir, pois conforme
Malaquias 3.6 “... O Senhor não muda!”
Conclusão
Deus,
em Sua soberania, decidiu revelar-nos a Sua glória e deseja habitar com Seu
povo. Tal plano foi plenamente manifestado em Jesus, que veio ao mundo “cheio
de graça e de verdade”. Assim, todos que estão unidos a Cristo recebem a graça
necessária para um viver santo e agradável a Deus.
Comentário Adicional
Pode
haver coisas em nossos corações que nos afastam comunhão com o Senhor.
Precisamos orar para que Deus nos ajude a pesquisar nossos corações. Deus
chamou Seu povo ao arrependimento para que Sua glória pudesse habitar no
meio deles. Quando removemos a idolatria e o pecado de nossas vidas, Deus pode
encher nossas vidas com o Seu Espírito e nos capacitar a viver para Seu
prazer e glória.
Referências bibliográficas
► Bíblia de Estudo Almeida. Edição Revista e Atualizada,
Tradução João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SSB, 2010.
► Bíblia de Estudo NVI. Nova Versão Internacional. São
Paulo: Editora vida, 2003.
►
Revista Betel Dominical, adultos, 1º Trimestre de 2022, ano 32, nº 122.
Ezequiel – O profeta com a mensagem de juízo, arrependimento, restauração e
manifestação da glória de Deus. Lição 12 – Visões do afastamento e retorno da
glória de Deus.
Comentário adicional
Pastor Éder Santos – ADTAG Sede.
Taguatinga – DF. Graduado em Teologia, Pós-graduado em Hermenêutica e Mestre em
Teologia.
7 comentários:
Parabéns Pr. Éder por estes graciosos e edificantes comentários adicionais. Deus abençoe muitíssimo a sua vida e ministério!!!
Obrigado pelo comentário pastor Éder. muito edificante.
Sem presença de Deus não tem jeito
Amém glória a Deus Deus é bom
Sempre acompanho os comentários no blog. Deus retribua grandemente esse trabalho tão significante.
A paz de Cristo,obrigada pelo estudo.O Senhor te recompense pela sua dedicação à sua palavra.
Que lição maravilhosa
Deus abençoe
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