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Bíblia: infalível revelação de Deus - Comentários adicionais (Dc. Carlos Cezar)


BÍBLIA: INFALÍVEL REVELAÇÃO DEUS
Lição 10 – 8 de dezembro de 2019

TEXTO ÁUREO
“A Tua palavra é a verdade desde o principio, e cada um dos teus juízos dura para sempre.” Sl 119.160

VERDADE APLICADA
Os equívocos de impressão, tradução e dos copistas até agora identificados na Bíblia não acarretam nenhuma contradição doutrinária ou invalidam a revelação especial de Deus para a humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► CONTESTAR aparentes erros das Escrituras Sagradas;
► REFUTAR aparentes contradições da Bíblia;
► ENFATIZAR a linguagem bíblica.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 119.97 - Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.

Sl 119.98 - Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo.

Sl 119.99 - Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.

Sl 119.100 – Sou mais prudente do que os velhos; porque guardo os teus preceitos.

Sl 119.101 - Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.

Sl 119.102 - Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.

INTRODUÇÃO
A Bíblia Sagrada foi inspirada por Deus, mas escrita por homens durante aproximadamente 1.600 anos por cerca de 40 autores em três línguas, a saber: em aramaico, hebraico e grego. Levando-se em conta essas informações, seria impossível que não houvesse aparentes erros e contradições na Bíblia, é necessário compreender que em todo esse período os autores eram de diferentes culturas, posições sociais e viveram em tempos diferentes. Teve de escritor agricultor, escritor médico, e o apóstolo Paulo que foi instruído na escola de Gamaliel, um dos rabinos mais respeitados na época de Jesus Cristo. No entanto, somos obrigados a reconhecer que a Bíblia não se contradiz e que dá uma sequência e complemento nas histórias, revelações e profecias registradas.


1. APARENTES ERROS DA BÍBLIA
Como dito na introdução, a Bíblia foi escrita em várias línguas ao longo do tempo e também foram traduzidas em muitas outras línguas. Ocorre que durante a tradução de qualquer livro para outra língua aparecem várias dificuldades de vocabulários e sintaxe. Portanto, durante uma tradução nem sempre se encontra uma palavra correspondente com a original, outro problema é o contexto da palavra, que se não for adequadamente empregada pode mudar todo o sentido do texto. Por isso, existem hoje várias traduções bíblicas e muitas Bíblias tradicionais com versões revistas, atualizadas e corrigidas, buscando trazer para as traduções atuais o sentido mais fiel com os textos sagrados originais. No entanto, como dito na revista, esses aparentes erros não invalidam a mensagem das Escrituras Sagradas.

1.1. Erros das cópias dos originais das Sagradas Escrituras
Em 2 Tm 3.16, está escrito que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” afirmando que todas as Sagradas Escrituras foram inspiradas por Deus. No entanto, apesar do grande cuidado dos copistas e tradutores ao longo do tempo, não foi possível impedir que houvesse alguns equívocos nas traduções. É importante levar em consideração, que as Bíblias atuais são resultados de várias traduções, por exemplo: o Antigo Testamento escrito em hebraico e aramaico foi traduzido para o grego, do grego para o latim e depois do latim para o português. Fica evidente que após essas traduções podem ocorrer algumas alterações de sentido de algumas passagens bíblicas, no entanto, se houver interesse do leitor em dirimir as dúvidas, muitas vezes basta somente estudar as várias versões disponíveis para se chegar ao sentido original. Apesar disso, precisamos entender que esses pequenos erros não comprometem em nada o cerne da palavra de Deus, que é salvar a alma de todos os pecadores que se arrependem de seus pecados.

1.2. Aparentes erros ao citar datas
Conforme dito na lição, durante o tempo em que foram escritos os livros da Bíblia foram adotados vários calendários, sendo, por exemplo, o calendário judaico composto de 12 a 13 meses, com 29 ou 30 dias, sendo baseado no movimento do sol e da lua, conhecido como lunissolar ou solar. Nesse calendário, os anos têm 11 dias a menos comparados ao calendário gregoriano que utilizamos, então, foi criado o ano bissexto que a cada quatro anos se acrescentassem um mês a mais ao ano para compensar a diferença. Além disso, os anos começavam em meses diferentes sendo que o ano civil começava em outono e o sagrado começava na primavera. Essas diferenças também ocorrem nos inícios dos dias da semana e na maneira de contar as horas. Dito tudo isso, então é perfeitamente justificável que houvesse algumas diferenças de datas e horas em diferentes livros da Bíblia, levando em conta que depende do calendário que o escritor utilizou ao escrever o texto sagrado. 

1.3. Aparentes erros ao mencionar números
Com relação a aparentes erros ao mencionar números, conforme citado na lição, sobre a diferença dos valores do censo determinado pelo rei Davi, pode perfeitamente ter ocorrido erros dos copistas do livro sagrado ou os escritores dos livros tenham utilizados parâmetros diferentes para chegar ao resultado obtido. O fato é que a diferença de números do versículo de 2 Samuel 24.9 e Crônicas 21.5-6 não muda o objetivo do rei Davi em saber qual era o tamanho de seu exército, o que o levou a se orgulhar e acreditar no poder de sua própria força, desagradando muito a Deus, e por isso sofrendo um grande castigo. Todo Israel e o rei Davi pagou um preço muito grande pela desobediência.

2. APARENTES CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA
As aparentes contradições da Bíblia têm sido, na maioria das vezes, esclarecidas quando se faz um estudo mais aprofundado das escrituras, chegando à conclusão que os relatos são complementares ao outro, sendo as diferenças provocadas por abordagens diferentes dos autores, que enfatizou mais um detalhe que outro. Além dessas diferenças, não raras vezes ocorrem interpretações fora do contexto, quando se pega uma palavra, um texto ou relato bíblico e faz uma interpretação sem levar em consideração outras passagens, ocorrendo uma falha na compreensão no contexto da passagem. Portanto, não é difícil constatar que, a maioria das “contradições bíblicas” que nos são apresentadas, são apenas mal-entendidos por parte de quem as apresenta. Por exemplo, as afirmações que Jesus descendeu de Adão e que Jesus descendeu de Noé podem parecer contraditórias, mas uma pequena análise indicará que, como Noé foi descendente de Adão, não existe contradição.

2.1. Diferentes narrações para o mesmo fato
As diferenças quando uma ou mais pessoas fazem relatos de um mesmo fato são perfeitamente normais, porque cada um faz uma abordagem diferente de acordo com o seu ponto de vista. Um bom exemplo é quando lemos uma determinada reportagem em vários veículos de comunicação, ficam claro as diferenças de pontos de vistas dos comunicantes, que acabam enfatizando alguns detalhes diferentes dos outros. Nos evangelhos ocorre a mesma coisa, principalmente porque cada evangelho tinha um público direcionado, tendo, portanto, o escritor enfatizado mais alguns detalhes em detrimento de outros. No entanto, os evangelhos se complementam, cada um trazendo mais informações para a compreensão dos relatos da passagem de Jesus Cristo na terra. Então, tendo como exemplo as diferenças da narração de Mt 28.5 e Jo 20.12, temos o relato principal da aparição de anjos aos que foram buscar Jesus Cristo no túmulo, e o que é relatado além disso são detalhes que complementam os relatos dos autores.

2.2. Citações do Antigo Testamento pelo Novo Testamento
Conforme estudos foram feitas cerca de quatrocentas citações de passagens e versos do Antigo Testamento pelo Novo Testamento (alguns repetidos). Nessas citações, não existe a obrigação de se repetir as mesmas palavras ou de reescrever tudo o que foi dito, o que não pode é claro, é distorcer o sentido do que está sendo citado. O próprio Senhor Jesus fez várias citações do Antigo Testamento, e citou vinte e quatro livros. Em Mateus 4.7, Jesus cita Deuteronômio 6.16 em resposta ao Diabo, dizendo “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”, veja que Satanás faz uma citação distorcida do Salmo 91.11-12 ao citar os versos dizendo: “Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra”.    

2.3. A Revelação Divina é progressiva e não contraditória
Deus gradativamente foi revelando os aspectos de Sua vontade e o plano geral para a humanidade em diferentes períodos de tempo – conhecidos como "dispensações" por alguns teólogos. Ele foi apresentando o Seu plano de salvação em cada dispensação de forma gradativa, de maneira que cada uma ia se desenvolvendo sobre a anterior. No antigo Testamento as dispensações apontavam para Jesus Cristo, o Messias, o Salvador, a revelação foi sendo mostrada de forma progressiva. Antes havia a necessidade de sacrifícios de animais para encobrir os pecados do homem, após o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, essa prática foi abolida, veja antes os sacrifícios de animais apontavam para o nosso Salvador, depois da ressureição do Mestre basta crer em Jesus, pedir perdão e obedecê-lo para ser salvo. Antes, no Antigo Testamento a salvação era somente para a nação eleita, Israel, hoje foi estendida para toda a criatura que crer e se arrepende de seus pecados.

3. A LINGUAGEM BÍBLICA
Durante os cerca de dezesseis séculos em que foram escritos os livros da Bíblia por cerca de quarenta escritores, foram empregados vários tipos de linguagem. Muitos dos escritores eram eruditos, reis, médicos ou simples camponeses, que através da inspiração divina transcreverem a mensagem de Deus de várias maneiras, escrevendo em versos, fazendo descrição suscinta do que a havia recebido, utilizando-se de metáforas entre outras formas linguísticas. Por isso, não podemos fazer uma interpretação das Escrituras Sagradas de forma literal, precisamos fazer uma análise dentro do contexto bíblico para não cairmos em heresias.

3.1. “O sol se deteve, e a lua parou”
Essa passagem blica registrada em Js 10.12-14 tem evidência científica conforme estudo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, que apresentam uma nova teoria sobre os eclipses e as variações do movimento de rotação da Terra, indicando que o eclipse bíblico pode ter sido anular (quando um anel de fogo é visível em torno da sombra da Lua). Em resumo, este estudo científico só confirma mais uma veracidade de uma passagem bíblica. Os críticos podem dizer que na realidade as coisas não aconteceram exatamente conforme foi descrito, que foi um eclipse, ou outro evento qualquer, que é a terra que gira em volta do sol. O fato é que quem escreveu estava passando a descrição de um acontecimento para as gerações futuras conforme ele presenciou naquele momento.

3.2. A linguagem utilizada pela Bíblia nas genealogias
Hoje dizemos que somos filhos de Abraão na fé, porque o povo de Deus na terra descendeu dele, sendo então que nós somos seu herdeiro segundo a promessa. Os judeus sempre deram muita importância aos registros de suas genealogias, onde registravam quem era o ancestral daquela linhagem. Em Mateus é possível saber que a genealogia de Jesus Cristo que é dividida em três períodos de quatorze gerações de Abrão até o Messias. Jesus foi chamado filho de Davi devido a genealogia de sua mãe Maria e de seu pai por adoção José, que entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi (2Sm 7.12, 16).

3.3. Nomenclatura na Bíblia
Conforme está na lição, várias pessoas e lugares são identificados por mais de um nome, bem como, um mesmo nome pode identificar várias pessoas. Diante disso, vemos personagens bíblicas com mais de um nome, um exemplo é o apóstolo Simão em hebraico, chamado de Pedro por Jesus, também citado como Simeão na forma grega, e ainda como Cefas, forma aramaica de Pedro. Outro caso eram discípulos com o mesmo nome como Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, filho de Alfeu. O próprio Deus e o Senhor Jesus Cristo são identificados na Bíblia por vários nomes que possuem vários significados de acordo com cada contexto em estão inseridos. Portanto, quando se estuda a Bíblia levando em consideração as várias nomenclaturas é necessário ter bastante cuidado para não fazer confusão, e apressadamente afirmar que tem erros nos relatos bíblicos.  

CONCLUSÃO
Para nós cristãos a Bíblia é a palavra de Deus, portanto ela não contém erros, os originais estão corretos, o que ocorre são erros de interpretações e de traduções. As aparentes contradições que surgem na maioria das vezes são esclarecidas em estudos mais aprofundados. É importante salientar que a Bíblia foi escrita por pessoas cheias do Espirito Santo de Deus, então, é imprescindível que quem lê as Sagradas Escrituras também esteja cheio do Espírito Santo, para poder discernir o que está contido na palavra de Deus. Ainda é importante lembrar, que vários estudos arqueológicos, descobertas de documentos antigos, além de estudos científicos, têm confirmados vários relatos bíblicos contestados pelos céticos da Bíblia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida. 1995.
Revista do professor adulto. Apologética Cristã - 4º Trimestre de 2019. Ano 29 n° 113. Lição 10 – Bíblia: infalível revelação de Deus.
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COMENTÁRIOS ADICIONAIS                              
Dc. Carlos Cezar, servo do Senhor Jesus.







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