A PÁSCOA DESEJADA
Lição 11 – 15 de Setembro de 2019
TEXTO ÁUREO
“E
disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça.” Lc 22.15
VERDADE APLICADA
A
Páscoa que antecedeu o padecimento de Cristo foi um momento repleto de
significados e revelações, que devem continuar impactando a Igreja, até que Ele
venha.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► EXPLICAR a instituição da Páscoa;
► MOSTRAR os preparativos para a última
Páscoa;
► ENTENDER como a Páscoa judaica ganhou
um novo sentido em Jesus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 22.17 – E, tomando o cálice e havendo dado graças,
disse: Tomai-o e repartir entre vós,
Lc 22.18 – Porque vos digo que já não beberei do fruto da
vide, até que venha o reino de Deus.
Lc 22.19 – E, tomando o pão e havendo dado graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo: isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto
em memória de mim.
Lc 22.20 – Semelhantemente, tomou o cálice, depois da
ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado
por vós.
INTRODUÇÃO
Meus irmãos, esta lição trata de um assunto muito importante
para nosso aprendizado. Vamos comentar um pouco sobre a última Ceia realizada
por nosso Senhor Jesus com seus discípulos. Observe que Jesus desejava muito
esse momento, mesmo sabendo que iria passar por muitos sofrimentos. “E disse-lhes: Desejei muito comer
convosco esta Páscoa, antes que padeça” (15). Esta é uma forma hebraica que
significa: “Eu desejei grandemente comer a Páscoa com vocês, etc.” Veja que a
tradução precisa de Lucas, do original aramaico ao grego, das exatas palavras
de Jesus. Este forte desejo brotava de duas fontes. Jesus sentia a ansiedade
normal e humana por estes preciosos últimos momentos de comunhão com os
discípulos a quem amava, antes que a morte o separasse deles. Ele também
conhecia a importância espiritual que esta Ceia teria para a Igreja nos séculos
futuros.
1. A TRADIÇÃO PASCOAL
De acordo com o comentário bíblico Moody, a Páscoa tinha um
significado muito importante para os judeus, era a maior e a mais sagrada das
festas religiosas do ano judeu, pois celebrava a redenção da nação da
escravidão no Egito. O cordeiro pascal, cujo sangue foi da primeira vez
aspergido sobre os umbrais para desviar o juízo da morte (Êx. 12.7), era um
tipo de Cristo (I Co. 5.7).
1.1. Sua instituição
A instituição da primeira páscoa está registrada no capítulo
12 do livro de Êxodo, onde os povos israelitas saíram às pressas do Egito. Nesta
noite houve grande livramento para o povo israelita, pois todas as casas que
tinha o sangue do cordeiro espargido nos umbrais das portas não tiveram nenhuma
morte (Êx 12.13), enquanto que no Egito foi diferente, ali houve grandes
lamentações por causa da morte dos primogênitos (Êx 12.29). Moisés e Arão recebem ordem do Senhor sobre a
ordenança da Páscoa e que posteriormente, deveriam transmitir as futuras
gerações.
1.2. Seu objetivo ao longo das
gerações
A celebração da Páscoa destinava-se a lembrar da noite em que
o Senhor “livrou” a casa dos israelitas. Os hebreus seguiram as instruções de
Deus e aspergiram o sangue de um cordeiro no umbral de suas casas. Naquela noite,
o primogênito de toda família sem o sinal do sangue na porta foi morto. Assim.
O cordeiro predizia Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, que derramou o seu sangue
para tirar o pecado do mundo. Dentro das casas, os israelitas fizeram uma
refeição com cordeiro assado, ervas amargas e pão feito sem levedura. Os Pães
Asmos poderiam ser feitos rapidamente, pois a massa não precisava crescer, e
assim eles podiam partir a qualquer hora. As ervas amargas significavam a
amargura da escravidão. A Páscoa era a primeira festa do calendário judaico e
era celebrada todo ano no dia catorze do primeiro mês, ao entardecer (Êx 12.18;
Lv 23.5). O intuito era relembrar e comemorar a libertação do povo israelita da
escravidão da nação do Egito.
1.3. O contexto pascoal do
tempo de Jesus
A celebração da Páscoa era um evento muito importante e cheio
de significados, por esse motivo, muitas pessoas participavam dessa festa. Assim,
havia um grande preparativo para este evento, desde a manutenção de estradas,
estalagens para receber o povo, como também tinha a preocupação de ter uma
segurança reforçada. E neste contexto estava a pessoa de Jesus, que sem dúvida
tinha grande admiração do povo. Por isso, o plano de prender Jesus tinha que
ter muita cautela para não provocar nenhuma desordem na cidade.
2. MOMENTOS QUE ANTECEDERAM A
PÁSCOA
Diante do cenário da festa da Páscoa, também chamada de Festa
dos pães Asmos, pois as duas festas eram comemoradas juntas havia a intenção
das autoridades de prender Jesus. “E os principais dos sacerdotes e os escribas andavam procurando
como o matariam, porque temiam o povo” (Lc 22.1). É interessante que tudo o que
estava para acontecer era do conhecimento de Jesus, e mesmo assim, Jesus
permaneceu tranquilo. Ele sabia que seria traído por um de seus discípulos e
que sua hora de partir estava chegando, mas em nenhum momento Jesus perdeu a
calma. (veja Mt 26.2). Neste contexto houve os preparativos da última Páscoa.
2.1. Uma maneira de prender
Jesus
As autoridades estavam pensando numa forma de prender Jesus
sem causar grande tumulto. Os ensinos e a autoridade de Jesus estavam causando
problemas para os sacerdotes e escribas da época porque Jesus se tornava cada
dia mais notável diante da população. Foi justamente nesse momento que Judas
Iscariotes deixou Satanás entrar no seu coração e traiu Jesus entregando nas
mãos de seus opressores. A traição de Judas foi o resultado de uma inclinação
da sua vida. Na verdade, ele nunca teve interesse altruisticamente por Jesus.
Quando o Senhor esclareceu que não pretendia reclamar o trono de Israel, mas
que esperava morrer, Judas ficou desapontado, e resolveu salvar-se se possível
fosse. Sua atitude deu uma brecha às sugestões e controle satânicos (Cf. Jo.
13.2, 27). Todos os detalhes da crucificação de Cristo estavam sob o controle
soberano de Deus e de acordo com seus propósitos eternos. (Cf. At 2.23; 4.26-28).
O fato de a traição de Judas ter sido parte do plano de Deus não o exime de
culpa por um crime do qual participou por vontade própria.
2.2. Jesus ensinando no templo
Em Lucas 21.38 diz que “Jesus ensinava todos os dias no
templo, mas à noite, Cristo e seus discípulos saindo, talvez fossem pousar no
monte chamado das Oliveiras. E todo o povo madrugava para ir ter com ele no
templo, a fim de ouvi-lo”. Veja que Jesus sempre ensinava o povo no templo e
cada vez, mais pessoas queriam ouvir as palavras do Mestre. Jesus mantinha um
regular horário de ensino no átrio do templo.
2.3. Os preparativos para a
Páscoa
Durante a semana da Páscoa a cidade de Jerusalém estava
sempre lotada de peregrinos de todas as partes do império. Em Lucas 22.8 Jesus
manda Pedro e João fazer o preparativo da Páscoa “E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que
a comamos”. Não era uma tarefa simples. Eles precisavam levar o cordeiro
pascal para ser sacrificado e fazer os preparativos para uma refeição para
treze pessoas (v. 14). Entretanto, acertos preliminares para isso aparentemente
já haviam sido feitos pessoalmente por Jesus, e o proprietário do cenáculo
estava cuidando de muitos dos detalhes para eles. (Cf. Mt 26.18). Uma das últimas coisas que Jesus
fez com os seus discípulos antes da sua morte, foi comer a refeição da Páscoa
com eles. Isto foi particularmente apropriado, uma vez que, dentro de poucas
horas, Ele mesmo se ofereceria como o Cordeiro Pascal para fazer a expiação
pelos pecados de todos os homens. A morte de Jesus no próximo dia cumpriria o
simbolismo da refeição pascal. A Páscoa era tanto um memorial da libertação do
Egito quanto um tipo profético do sacrifício de Cristo.
3. A PÁSCOA DESEJADA
E disse-lhes: “Desejei muito comer
convosco esta páscoa, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais
até que ela se cumpra no reino de Deus”. (Lc 22. 15,16). Esse registro
contempla a dedicação de Jesus a seus discípulos antes da sua crucificação. Jesus
desejava por
estes valiosos últimos momentos de comunhão com os companheiros a quem amava,
antes que a morte o separasse deles. Jesus sabia da importância espiritual que esta última Páscoa teria
para Igreja nos séculos futuros.
3.1. O novo significado do pão
Em
uma conexão com a última Ceia, Jesus instituiu a Ceia do Senhor. Ele abençoou e
partiu o pão, e disse aos seus discípulos: “Tomai,
comei, isto é o meu corpo que
por vós é dado; fazei isto em memória de mim” (26). Aqui o
significado claro do pão deve ser uma simbologia “isto representa o meu corpo”.
Matthey Henry diz que este pão representa o corpo de Cristo que foi sacrificado
por nós. Os sacrifícios sob a lei eram chamados de “O pão do nosso Deus” (Lv
21.6,8,17) “Isto é o meu corpo, que por vós é dado”. E aqui foi instituída uma
comemoração sobre aquele sacrifício, ao qual nós devemos comparecer e receber o
seu benefício e consolo. Jesus pediu aos discípulos para comerem o pão que era
partido em memória dEle. Jesus desejava que se lembrasse de seu sacrifício, a
condição para o perdão dos pecados e para a comunhão da qual continuariam a
desfrutar através da obra do Espirito Santo. Este pão que é dado por nós, nós é
dado para ser alimento espiritual para a nossa alma. Os cristãos ainda tomam o
pão e o vinho em memória de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.
3.2. O novo significado do
vinho
Semelhantemente, tomou o cálice, depois
da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é
derramado por vós (Lc 22.20). Este
cálice representa a Nova Aliança. As alianças eram ratificadas com o sangue do
sacrifício (Gn 8.20; 15.9-10). Aqui as palavras de Jesus ecoam o pronunciamento
de Moisés em (Êx 24.8). O sangue da Nova Aliança não é o de animais, mas o
sangue do próprio Cristo, derramado para remissão de pecados. (Cf. Jr 31.31-34;
Hb 8.1-10). A refeição da Páscoa envolvia o compartilhar de quatro cálices de
vinho tinto diluído. Esse cálice foi o primeiro dos quatro (o cálice da bênção)
e foi tomado antes da instituição da Ceia do Senhor (Cf. 1 Co 10.16).
3.3. A honra e a
responsabilidade de participar da ceia
É
uma grande honra participar da Ceia do Senhor, mas também temos que estar
consciente dessa responsabilidade, pois não se trata de uma cerimônia sem
valor. Por isso, Paulo adverte: “Examine-se,
pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem
come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por
que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.” I Co
11.28-30. A Santa Ceia é a cerimónia comemorativa da Aliança que Deus fez com o
homem através do sacrifício do Seu Filho Jesus Cristo. É a cerimonia mais
importante dentro do cristianismo, não somente do ponto de vista espiritual,
mas também físico. Por meio dela, há um fortalecimento físico e espiritual do
corpo do Senhor Jesus, que é a Igreja. A sua importância é tão grande que o
Senhor Jesus chegou a declarar: “... Em
verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não
beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne
e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.”
(Jo 6.53-56).
CONCLUSÃO
A
Páscoa tornou-se uma recordação anual de como Deus libertou os hebreus do
Egito. Anualmente, eles fariam uma pausa para recordar o dia em que o anjo
destruidor livrou as suas casas, e agradeceriam a Deus por salvá-los da morte e
libertá-los da escravidão. Os crentes também viveram o seu dia de libertação
quando foram salvos da morte espiritual e da escravidão do pecado. A Ceia do
Senhor ê a nossa Páscoa e lembra-nos a nova vida e libertação que alcançamos em
Cristo.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista
e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e
Atualizada, tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Vida Nova, 2003.
Bíblia de Estudo Matthew Henry.
Edição Almeida Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida,
Central Gospel, 2017.
Comentário
Bíblico Beacon Vol. 6 Mateus a Lucas. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2006.
Comentário
Bíblico Moody Vol. Rio de Janeiro: Editora Batista Regular, 2006.
FERREIRA, Samuel. Lucas: O evangelho do Filho do
homem. Rio de Janeiro: Editora
Betel, 2019.
Revista do professor: Jovens e Adultos. Igreja, Lucas: O
evangelho do Filho do homem. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2019. Ano 29 n°
112. Lição 11 – A Páscoa desejada.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Ev. Ancelmo Barros de Carvalho. Servo do Senhor Jesus.
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