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Recebendo o Reino de Deus como menino - Comentários Adicionais - Alexandra Rodrigues


RECEBENDO O REINO DE DEUS COMO MENINO
Lição 09 – 1 de Setembro de 2019

TEXTO ÁUREO
“Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” (Mc 10.15)

VERDADE APLICADA
Participam do Reino de Deus aqueles que, como crianças, confiam e são humildes e submissos ao Senhor Jesus Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
MOSTRAR como Jesus foi carinhoso com as crianças;
APRESENTAR pontos que relacionam Jesus com as crianças;
ENSINAR como se recebe o Reino de Deus como criança.  

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 18.15 – E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos.
Lc 18.16 – Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.
Lc 18.17 – Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele.
Mc 10.16 – E tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou.

INTRODUÇÃO
Existe uma estreita relação entre o reino de Deus e uma criança. Muitos achavam que o Reino de Deus vem a nós fisicamente e sem a necessidade de mudança no nosso interior (Lc 17.20-21). O Reino de Deus não vem a nós, ele deve estar em nós. Precisamos apenas recepcionar dentro de nós o Seu Reino. De nada adianta ter um “reino ideal” se nós, súditos deste reino, formos corrompidos. O que faz a diferença são as nossas atitudes em relação às coisas do Reino. Dentro deste contexto Jesus deixa claro que para entrarmos no seu Reino, precisamos nos tornar como crianças (Mt 18.1-6; Jo 3.1-5, Mt 19.13-15, 21.15-17, Lc -18.15-17, Mc 10.14-16). A primeira exigência que Jesus faz para quem deseja entrar no Reino de Deus consiste em um paralelo com o nascer de novo (Mt 18.1-4). Comparando Mateus 18 e João 3, vemos que Jesus toma o nascimento biológico como uma metáfora indicando que, para entrarmos no Seu Reino, precisamos ser gerados outra vez, nos despojando de si mesmo (velha natureza) e adquirindo um “corpo” moral e espiritual (nova criatura) - (Mt 18.1-6; Jo 3.1-5; 2 Co 5.17). Receber o Reino significa que a pessoa começa a vida de novo, basicamente com novas atitudes, valores, etc. Em outras passagens correlatas Jesus sublinha alguns traços próprios de crianças, como simplicidade, inocência, pureza, sem rancor, sem orgulho, sem ódio, sem julgamento... ilustrando como deve permear as atitudes e comportamentos dos súditos do Reino de Deus. A simplicidade e pureza de uma criança, por exemplo, simplesmente a faz viver o amor e a alegria, aceitando a todos sem interesse! No coração deles não há espaço para o ódio, o rancor, as disputas de poder e sua inocência a respeito das hierarquias e classes sociais não separam os seres humanos uns dos outros com discriminação, guerras e conflitos, que somente se justificam pela vaidade e o orgulho dos egos que pretendem se afirmar às custas da diminuição e destruição dos demais. Todas estas e outras características que são inerentes as crianças ilustram muito bem como os súditos do Reino de Deus devem ser. É preciso receber o Reino com atitudes semelhantes à de uma criança (Mt 19.13-15; 21.15-17; Lc 18.15-17; Mc 10.14-16).

1. DEIXAI VIR A MIM OS MENINOS
"Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus". Esta expressão nos mostra que o Senhor Jesus tem prazer nas crianças, que elas não são uma perda de tempo e que devemos amá-las e investir tempo e dedicação em suas vidas. A atitude de Jesus nos mostra que crianças sempre serão bem-vindas. Infelizmente em nossos dias as crianças têm sido vítimas dos mais diversos tipos de abuso e exploração. É nossa responsabilidade, quer seja como indivíduo, quer seja como igreja, criar um ambiente, onde as crianças se sintam bem e à vontade para aprender sobre o Senhor. Igrejas sérias e comprometidas com o Reino de Deus e com o ser humano, investem de maneira consciente em um ambiente adequado para que as crianças aprendam a buscar ao Senhor. Mas há muitos agindo como os discípulos expulsando-as da presença de Deus, impedindo-as de se achegar até Ele.

1.1 Dignos de atenção de Jesus
“Ele tomou as criancinhas nos braços, colocou as mãos sobre elas, e as abençoou.” Jesus demonstra amor, cuidado e atenção especial com todos aqueles que eram marginalizados na sociedade. Ele dava valor aos leprosos, aos enfermos, aos publicanos, as prostitutas, aos gentios e agora, às crianças. Pertencemos a uma sociedade completamente vazia de afetos, de generosidade e de compaixão. Vivemos num meio corrompido pelo mal e habitamos, muitas vezes, na nossa solitude, em densas trevas. Um olhar para a Escritura nos leva ao ensino de Jesus, quando ele chama uma criança, a coloca diante de todos os seus discípulos e lhes diz que “quem quiser receber o reino de Deus, precisa ser como ela”. As crianças podem e devem ser trazidas a cristo. Na cultura grega e judaica as crianças não recebiam o valor e a atenção devida, mas no Reino de Deus elas não apenas são acolhidas, como também são tratadas como modelo para os demais que querem entrar.

1.2. Jesus abençoa os meninos
Jesus acolhe as crianças, toma-as em seus braços, ora por elas, impõe as mãos sobre elas e as abençoou (Mc 10.16). Somente Marcos menciona que Jesus abençoou as crianças. A forma que Ele usa o verbo no original indica ser uma bênção carinhosa e poderosa. Isto significa dizer que Cristo não se importava apenas com os adultos, mas também com as criancinhas. Ele lhes impôs as mãos, como se tendo as mesmas necessidades espirituais dos adultos e ainda nos pede pede para cuidarmos delas como se estivéssemos cuidando dEle. Não é a primeira vez que Jesus demonstra amor às crianças. Ele diz que quem recebe uma criança em seu nome é o mesmo que receber a ele próprio (Mc 9.36-37). Por outro lado, segundo Ele fazer uma criança tropeçar é uma atitude gravíssima (Mc 9.42). Precisamos, como igreja, abençoar as crianças (Mt 19.15).

1.3. Jesus toma as crianças nos braços
“Ele tomou as criancinhas nos braços, colocou as mãos sobre elas, e as abençoou.”  O toque, o abraço, a bênção dados por Jesus são sinais sensitivos de que Deus se volta às pessoas para oferecer-lhes seu perdão, seu amor e sua salvação. A primeira exigência do reino de Deus é que ele seja aceito. O reino de Deus não pode ser conquistado, mas recebido com humildade, na consciência da dependência dele. A oferta de Deus é anterior à ação de quem a recebe: Nós amamos porque ele nos amou primeiro (l Jo 4.19). A oferta de Deus produz metanoia. É mudança de pensamento e de atitude (Mt 18.3). O reino de Deus provoca completa reorientação de vida, um novo jeito de viver, como resposta ao amor e à graça concedidos.

2. AS CRIANÇAS NO MINISTÉRIO DE JESUS
Durante o ministério de Jesus, a presença de crianças pode ser notada, embora no contexto social elas estivessem em desvantagem. Quando os sacerdotes e escribas repreenderam a livre manifestação de louvor das crianças, Jesus refutou esta repressão com um texto bíblico (Sl 8.2). A frase célebre de Jesus afirmando “deixar vir a mim os pequeninos” sempre é lembrada quando falamos de crianças. Mas o que Jesus queria dizer com estas palavras? Em todo o seu ministério Jesus encoraja os pais ou qualquer outra pessoa a trazer as crianças a Ele, pois elas podem crer em Cristo e são exemplo para aqueles que creem. Levar as crianças a Cristo é a coisa mais importante que podemos fazer. John Charles Ryle diz que devemos aprender com esta passagem a grande atenção que as crianças devem receber do Ministério e da Igreja de Cristo. Nenhum ministério ou igreja pode ser considerada saudável se não acolhe bem as crianças. Jesus, o cabeça da igreja, encontrou tempo para dedicar-se às crianças, demonstrando ser o cuidado com elas um ministério de grande valor. As crianças não deveriam ser vistas como impossibilitadas nem impedidas de virem a Cristo. Na religião judaica somente depois dos treze anos uma criança podia iniciar-se no estudo da Lei. Mas, Jesus revela que as crianças devem vir a ele para receberem seu amor e sua graça.

2.1. Contempladas por Jesus
As crianças se igualam nas mesma necessidades espirituais dos adultos. Jesus declara que o reino de Deus pertence às crianças. O reino de Deus não encontra nenhum obstáculo nelas. Jesus contempla as crianças e suas necessidades, enquanto os discípulos entendiam que somente as necessidades das pessoas adultas fossem contempladas. O reino de Deus pertence às crianças por sua condição de dependência, não por causa de qualidades subjetivas que possam ter ou por qualquer isenção de pecado ou ideia de pureza. Mesmo assim, o reino de Deus precisa ser aceito e esperado com confiança. Jesus aproveita a oportunidade para ensinar uma grande lição: Os adultos precisam ser como criança, isto é, ter o coração de uma criança.

2.2. Dignas de apascentamento
Jesus destaca a importância das crianças no reino de Deus e as apresentam como dignas de apascentamento. Elas expressam um valor essencial do cristianismo. O contexto evidencia um contraste: a atitude de Jesus para com as crianças se diferencia dos discípulos. O contato com Jesus proporciona benção e fortalecimento. Os discípulos, porém, negam às crianças a possibilidade de apascentamento. Eles tentam impedir o encontro das crianças com Jesus. Para os discípulos, as crianças perturbam e incomodam o ensino de Jesus, porque elas ocupam o último lugar na sociedade, não podendo merecer interesse. Jesus reage, demonstrando sua indignação. A atitude dos discípulos está equivocada. As crianças devem aproximar-se sem impedimentos. Os discípulos não têm compreendido a proposta do reino. Os discípulos são chamados para uma mudança de mentalidade, à qual deve corresponder uma mudança de atitude.

2.3. Os discípulos são chamados de pequeninos
A repreensão aos discípulos é um chamado para o reino de Deus: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele. Este dito tem um paralelo em Jo 3.1-15. Na visita de Nicodemos, Jesus compara a entrada no reino de Deus com o novo nascimento. Considerando o chamado no começo da atividade de Jesus (Mt 1.14-15), ele espera que as pessoas aceitem o reino de Deus com fé e o realizem com confiança, da maneira como as crianças aceitam e realizam os ensinamentos de seus pais e de suas mães. Nesta ação conclusiva, Jesus expressa com gestos a preferência de Deus pelas crianças.

3. RECEBENDO O REINO COMO MENINO
Jesus indignou-se com a atitude preconceituosa dos discípulos, acolheu as crianças e disse que elas são modelos para os adultos (Mc 10.15). Por que? Porque as crianças são muito mais susceptíveis de aceitar as verdades espirituais do que os adultos. Elas não questionam. Elas não racionalizam. Elas não procuram comparar o que ouvem com opiniões preconcebidas, porque elas não têm tais opiniões. Do jeito que elas ouvem, elas gravam. O que caracteriza uma criança é a confiança, a humildade, a mansidão, a falta de preconceitos, não guardar ressentimentos, estar pronta para aprender etc. Portanto, para receber o reino dos céus e entrar nele, não é preciso ser infantil, mas ter o espírito próprio de uma criança. Só entra no reino quem se fizer como uma criança.

3.1. Confiança
Receber o reino de Deus como uma pequena criança significa aceitá-lo com simplicidade e confiança genuína, bem como humildade despretensiosa. Uma criança confia sem refletir. Para encontrar Deus, o melhor de que dispomos e o nosso coracao de crianca, que está aberto espontaneamente. Essa receptividade está em contraste com a dureza dos líderes religiosos, que tinham conhecimento, mas não fé genuína. É com a confiança de uma criança que precisamos olhar o nosso Pai celestial. Nós desfrutamos do reino de Deus pela fé, crendo que o Pai nos ama e irá atender nossas necessidades diárias. Quando uma criança é ferida, o que ela faz? Corre para os braços do pai ou da mãe. Esse é um exemplo para o nosso relacionamento com o Pai Celestial. Sim, Deus espera que sejamos como crianças e não infantis. Perdemos a inocência, mas só com a inocência entramos no Reino. O que Jesus nos está dizendo é que não entramos no Reino de Deus sendo amargos, mas confiando que Deus vai reescrever a nossa história, apagando as mágoas, cobrindo as feridas. Criança se fere, mas esquece e volta a viver; numa mesma brincadeira, ela chora e depois volta a sorrir. Não entramos no Reino de Deus críticos de tudo, dos outros ou de nós mesmos; a graça não passa pelo crivo de nossa crítica racional, porque é totalmente ilógica e o é, para e por ser graça. Não entramos no Reino de Deus confiando em nós mesmos. A confiança em nós mesmos abre as portas para o reino do eu, nunca para o Reino de Deus, que estão abertas e por ela entramos com a atitude de quem confia no Pai, Senhor do Reino. Estamos recebendo o reino de Deus com a confiança sincera de uma criança?

3.2. Humildade
“Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.” (Mateus 18.4). Ser como criança, para Jesus, é receber a graça do reino de forma gratuita, como se fosse um presente, ou seja, não achando que merecemos por nossas boas obras. Ele nos mostra que o reino não é para os arrogantes, para os que se acham merecedores do reino. Só entrará no Reino aqueles que tiverem um coração sensível e acolhedor da justiça e do amor. Precisamos viver exercitando a caridade, a gratuidade e o amor. É de essencial importância nos despimos da malícia e dos defeitos próprios dos adultos, para então reformamos nosso caráter e reprimirmos as más tendências. Jesus diz: “Bem aventurados os humildes de espírito...”. O humilde de espírito reconhece sua carência de Deus. Ele sabe que não pode viver sem Deus em sua vida. E é isso, que faz essa pessoa ir em busca de Deus a cada dia. A humidade é uma das virtudes que mais agrada a Deus: “porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça”. (1 Pedro 5.5).

3.3. Submissão
Há nas crianças uma dependência do cuidado de seus pais e uma submissão à sua vontade. A própria entrada no reino de Cristo é por esta porta: é se rebaixando, porque é estreita. Não há no Reino de Deus espaço permitido para os ornamentos de sabedoria mundana ou de poder humano, devemos entrar despojados de tudo isto. Devemos estar dispostos a assumir “a Cristo como nossa sabedoria, nossa justiça, nossa santificação e redenção”. Se não nos submetermos a isto, nunca poderemos entrar no reino dos céus. O sábio deve se considerar tolo, o puro, poluído; e o justo, culpado, na sua própria estima, antes que possa ser valorizado por Cristo, ou sua salvação ser desejada. Nós não dizemos que uma pessoa deve cometer a maldade, a fim de ingressar no reino de Cristo; Deus me livre! mas ela deve renunciar a todos os graus de auto-conceito, auto-dependência, auto-aplauso, e, “o que ele tinha uma vez considerado como ganho, deve agora ser considerado por ele como perda para ganhar a Cristo”.

CONCLUSÃO
Há nas crianças uma simplicidade de espírito, uma docilidade de espírito, uma consciência de fraqueza, uma dependência do cuidado de seus pais, uma obediência aos seus mandamentos, e uma submissão à sua vontade. Para receber o reino dos céus e entrar nele, não é preciso ser infantil, mas ter o espírito próprio de uma criança.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS
DC Alexandra Rodrigues de Sousa

3 comentários:

ancelmo disse...

Agradeço a diaconisa Alexandra pelo belo comentário, muito bem elaborado. Sem dúvida será de grande valia para nosso aprendizado. Parabéns.

Dênia Lopes Gonçalves de Azevedo disse...

Parabéns pelo comentário Diaconisa Alexandra, Deus Continua te usando grandemente.

Lucinalva disse...

Boa tarde
Bela postagem, parabéns.