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A Igreja e sua organização - Comentários Adicionais (Pb Lindoval Santana)


A IGREJA E SUA ORGANIZAÇÃO
LIÇÃO 09 – 02 DE JUNHO DE 2019

TEXTO ÁUREO
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.”(Ef 4.11)

VERDADE APLICADA
A organização de igreja serve o propósito de perpetuar o trabalho de Cristo e criar as condições mínimas de subsistência.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
  • Explicar a função básica do ministério;
  • Definir as características do líder cristão;
  • Citar as condições de ser membro.

TEXTO DE REFERÊNCIA
At 6.2-E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
At 6.3 – Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
At 14.23 – E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
Tt 1.5 – Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei.

INTRODUÇÃO
Este é um assunto sublime, pois envolve teoria e prática. O Senhor é extremamente organizado e desde o início da criação tem ensinado os homens a agir da mesma forma. Quando Paulo estava ensinando a Igreja sobre a ordem necessária para a operação dos dons espirituais, ele deixa claro que a organização era de suma importância, vejamos: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.(1 Co 14.40 – ARC). Leiamos o que os teólogos Carver, Greathouse e Metz (Comentário Beacon) escreveram sobre o assunto: “A palavra decentemente (euschemonos) significa que “tudo deve ser feito adequadamente e em boa ordem”. A palavra ordem (taxin) tem um significado semelhante – “de maneira ordenada”. Adam Clarke escreve: “Onde a decência e a ordem não são observadas em cada parte da adoração a Deus, não se pode adorar de uma forma espiritual”. Paulo almejava a presença e o poder do Espírito Santo; e o apóstolo sabia que o Espírito Santo trabalha para produzir harmonia, paz, ordem e edificação”. Se Deus tratou os sublimes assuntos espirituais com ordem, precisamos ser ordeiros em todos os outros. A Igreja tem dois lados importantes, o organismo (o Corpo de Cristo) e a organização. Como organização ela também precisa ter regras bem definidas, para que tudo funcione muito bem. Estudaremos nesta lição sobre a Igreja e sua organização e veremos que Deus distribuiu dons, conhecidos como “Dons Ministeriais”, para que ela seja organizada por pessoas capacitadas para o trabalho. Desta forma, precisamos lembrar que não é qualquer pessoa que deve ocupar cargos na Igreja do Senhor, mas sim, aquelas que o Senhor presenteou com os dons.

1 – O MINISTÉRIO
Falar sobre este assunto é de fundamental importância para todo cristão, em especial, para aqueles que desejam o episcopado, assim como Paulo escreveu a Timóteo, leiamos: “Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função”. (1 Tm 3.1 – NVI). O ministério é dado por Deus para aqueles aos quais Ele chamou e, ao longo da vida, faz com que os tais sejam capacitados para a árdua tarefa ministerial. O conceito de ministério é extremamente amplo, mas no grego existem praticamente duas palavras que traduzem o mesmo, vejamos: 1 – Diakonia: Está associado aos serviços prestados na obra de Deus. Tem relação com deveres domésticos, religiosos-espirituais, como por exemplo, o ministério apostólico e o serviço que os cristãos desempenhavam na igreja.
2 – Leitourgia: Está associado aos serviços sacerdotais. A Bíblia cita a palavra “ministério” 134 vezes, tanto no A.T. como no N.T. e a primeira vez que ela ocorre é no Livro do Êxodo, leiamos: “…e as vestes do ministério, e as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio”(Ex 31.10 – ARC). O ministério é composto pelas pessoas que receberam de Deus os “dons ministeriais” e que, através da Igreja, foram separados para exercerem funções específicas, leiamos um texto sobre este assunto: “Por esse motivo, uma vez mais quero encorajar-te que reavives o dom de Deus que habita em ti mediante a imposição das minhas mãos. Porquanto, Deus não nos concedeu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio”. (2 Tm 1.6 – KJA). Vejam que coisa maravilhosa, um grande homem de Deus, talvez o maior abaixo de Jesus, cuidando, discipulando e orando por seu discípulo e pedindo que o Senhor o use. Será que os pastores e líderes eclesiásticos tem exercido tal tarefa nos dias hodiernos? Não existe como separarmos o ministério eclesiástico da função servidora, pois todas as passagens bíblicas fazem tal associação. Para alguns, a maneira com a qual as igrejas As no Brasil utilizam as funções ministeriais descritas em Efésios, trazem uma certa escala de crescimento, porém, Jesus deixou claro aos seus discípulos que aqueles que quisessem ser grandes, deveriam ser os que mais servissem, leiamos: “Portanto Jesus os chamou e disse: “Como vocês sabem, os reis e os homens importantes da terra dominam sobre o povo. Porém entre vocês é diferente. Todo aquele que quiser ser importante deve ser o servo. Todo aquele que quiser ser o mais importante, deve ser o escravo de todos. Porque até Eu, o Messias, não estou aqui para ser servido, mas para socorrer aos outros, e para dar a minha vida a fim de salvar muitas”. (Mc 10.42-45 – BV). Sempre existiram as pessoas mais ávidas por crescimento, sucesso e fama, mas cabe aos líderes mais experientes, ensinarem a eles, o valor do Ministério Eclesiástico, vejamos o que Jesus nos ensinou a respeito da humildade e servidão: “Ao entardecer do Dia da Páscoa, Jesus sabia que aquela seria a última noite dEle sobre a terra, antes de voltar para o Seu Pai. Durante a ceia, o Diabo já havia inspirado Judas Iscariotes, filho de Simão, que aquela era a noite para ele executar o seu plano de trair Jesus. Jesus sabia que receberia do Pai todas as coisas, que tinha vindo de Deus e voltaria para Deus. E como Ele amava aos seus discípulos! Assim foi que Ele Se levantou da mesa da ceia, tirou o manto, enrolou uma toalha na cintura, derramou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que tinha à sua volta. Quando chegou a Simão Pedro, este lhe disse: “Mestre, o Senhor não deve estar lavando nossos pés assim!” Jesus respondeu: “Você não entende agora porque Eu estou fazendo isso; mais tarde entenderá”. “Não”, protestou Pedro. “O Senhor nunca lavará os meus pés! ” “Mas se Eu não lavar, você não pode ser o Meu companheiro”, respondeu Jesus. Simão Pedro exclamou: “Então, lava-me as mãos e a cabeça também – e não somente os pés!” (Jo 13.1-9 – BV). Faz-se necessário abordarmos outro ponto sobre este assunto, conhecido como “romantismo ministerial” que é definido como sendo o comportamento não apropriado de algumas pessoas que desejam o ministério, pois enxergam nele a possibilidade de viver o sonho de viajar, participar de conferências, escrever livros e outros. De maneira nenhuma isto é errado, porém, se desejarmos a vida ministerial com estes propósitos, não romperemos, pois, conforme já estudamos, participar do ministério é SERVIR. Existe um texto no A.T. que fala sobre o servo da orelha furada, que dizia que existia um tempo para a servidão de um escravo comprado e, após o cumprimento deste tempo, que era de 6 anos, no sétimo ano, o senhor deveria libertá-lo, porém, se o escravo por vontade própria quisesse continuar servindo seu senhor por amor ou outro tipo de sentimento, deveria comparecer em praça pública e declarar perante a sociedade. Logo após este acontecimento, o servo teria sua orelha furada, demonstrando que ele estava fazendo isto por sua própria vontade, leiamos: “APRESENTE OS MEUS regulamentos ao povo, ” disse o Senhor a Moisés. “São estes: “Se alguém comprar um escravo hebreu, ele trabalhará como escravo durante seis anos. No começo do sétimo ano, será libertado de graça. “Se o escravo era solteiro, quando foi comprado, sairá livre sozinho. Se era casado a mulher irá com ele. “Se o dono der mulher a ele, e tiverem filhos, ele sairá livre sozinho. A mulher e os filhos continuam sendo do mesmo dono. “Pode ser que o escravo diga: ‘Eu gosto do meu dono. Além disso, amo a minha mulher e os meus filhos. Não quero sair livre.’ “Neste caso, o dono levará o escravo ao tribunal, para legalizar a declaração dele. Depois, na porta ou na entrada da casa, o dono furará a orelha do escravo com um furador de sapateiro. Então o homem ficará sendo escravo dele para sempre”. (Ex 21.1-6 – BV). O servo de orelha furada abria mão do seu direito de escolha, servindo somente por amor, pois pertencia por toda vida ao seu senhor. Que cada um de nós sejamos como aqueles escravos, desejando servir o Senhor por amor…

1.1 – Os ministros
Se a palavra grego para ministério é “diakonia”, a palavra para o servidor, ou seja, aquele que faz parte do ministério é “diakonos”. A palavra “diakonos” quer dizer literalmente servo.
Leiamos o que o Dicionário Vine nos mostra sobre o assunto:
1 – diakonos: “servo, criado, assistente, auxiliar, diácono. É encontrado em Mc 10.43; Rm 13.4; Rm 15.8; 1 Co 3.5; 2 Co 3.6; 6.4; 11 .15; Gl 2.17; Ef 6.21; Cl 1.7,23,25; 4.7; 1 Ts 3.2; 1 Tm 4.6.
2 – leitourgos: denotava entre os gregos, primeiramente, “alguém que desempenhava um cargo público à própria custa”, então, em geral, “funcionário público, ministro”. No Novo Testamento é usado acerca de: (a) Jesus, como “ministro do santuário” nos céus (Hb 8.2): (b) anjos (Hb 1.7; cf.SI 104.4); (c) o apóstolo Paulo, no seu ministério evangélico, cumprindo-o com o sacerdote em serviço (Rm 15.16). Outras palavras utilizadas para demonstrar serviços são: doulos (escravo); oiketes (servo doméstico); dentre outras. Leiamos o que o apóstolo Paulo escreve sobre os ministros: “Assim, Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com o propósito de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, para que o Corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da estatura da plenitude de Cristo. O objetivo é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas teológicas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela malícia de certas pessoas que induzem os incautos ao erro”.(Ef 4.11-14 – KJA – grifo meu). Quem escolhe distribuir os dons ministeriais é o Senhor e Ele o faz de acordo com sua vontade, para a edificação ou desenvolvimento de sua obra. Aqueles que brigam, discutem ou promovem dissensões para serem reconhecidos ministerialmente, precisam rever seus conceitos. Concluímos que os ministros são pessoas escolhidas para exercer o ministério, ou seja, trabalhar de forma organizada na obra do Senhor de forma servil e humilde.

1.2 – O Presbitério
Conforme o comentarista da lição nos mostra, um presbítero era alguém com experiência e que tinha um cargo de liderança em uma igreja local. Vejamos as palavras no grego que o Dicionário Vine nos mostra sobre este assunto:
1 – Presbuteros:“homem idoso, ancião”, é usado para designar: (a) idade, quer do “mais velho” entre duas (Lc 15.25) ou mais pessoas (Jo 8.9), “o primogênito”; ou uma pessoa de idade avançada, pessoa idosa (At 2.17). Em Hb 11.2, os “antigos” são os antepassados em Israel; o mesmo se dá em Mt 15.2 (“anciãos”) e Mc 7.3,5. O feminino do adjetivo é usado para aludir às “mulheres idosas” nas igrejas (1 Tm 5.2), não em relação à posição, mas à condição de idade mais avançada; (b) posto, cargo ou posição de responsabilidade: (1) entre os gentios, como na Septuaginta em Gn 50.7; Nm 22.7; (2) na nação judaica, primeiramente, aqueles que eram os cabeças ou líderes das tribos e famílias, como os setenta que ajudavam Moisés (Nm 11.16; Dt 27.1), e os reunidos por Salomão; em segundo lugar, os membros do Sinédrio, formado pelos principais sacerdotes, “anciãos” e escribas, eruditos na lei judaica (por exemplo, Mt 16.21; 26.47); em terceiro lugar, aqueles que administravam os negócios públicos nas várias cidades (Lc 7.3); (3) nas igrejas cristãs, aqueles que, sendo levantados e qualificados pela obra do Espírito Santo, foram designados a cuidar espiritualmente das igrejas e a superintende-las. Para estes, os termos “bispos”, episkopoi, ou “inspetores”, são aplicáveis, sendo que a palavra episkopoi indica a natureza do trabalho que fazem, e a palavra presbuteroi, a maturidade que possuem na experiência espiritual. O arranjo divino visto ao longo do Novo Testamento era a favor da pluralidade destes a serem designados em cada igreja (At 14.23; 20.17; Fp 1.1; 1 Tm 5.17; Tt 1.5). O dever dos “anciãos” ou “presbíteros” é descrito pelo verbo episkopeõ.
2 – Sumpresbuteros:“ancião ou presbítero companheiro” (formado de sun, “com”, e o n° 1), é usado em 1 Pe 5.1.5.
3 – Meizõn: “maior”, o grau comparativo de megas, “grande”, é usado para aludir à idade, e ocorre em Rm 9.12, com referência a Esaú e Jacó. Os presbíteros não tinham a definição do que vemos nos dias atuais, pois eram homens maduros espiritualmente, cheios do Espírito Santo e com dons espirituais. Vejamos o conselho que o apóstolo Pedro escreve sobre os presbíteros: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”.(1 Pe 5.1-3 – ARC). Conforme mencionamos, os presbíteros eram dirigentes das igrejas locais e este texto nos mostra exatamente isto e reforça a ideia de que aqueles que exercem o presbitério devem fazer o trabalho de forma a glorificar o nome do Senhor, servindo de exemplo para os outros. Observemos que o presbíteros eram dignos de grande honra, pois o apóstolo Paulo deixa isto bem claro escrevendo a Timóteo, vejamos: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. Conjuro-te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade”. (1 Tm 5.17-21 – ARC). Aqueles que trabalhavam na palavra e na doutrina, possivelmente haviam recebido do Senhor o dom de mestre ou doutor. Vejamos o que o Teólogo Suíço, Hans Burki escreve sobre este texto: “Presidir bem: algo esperado primeiramente para a administração da própria família e em seguida tanto dos presidentes como dos diáconos; aqui espera-se esta atitude de todos os anciãos que exercem qualquer função de responsabilidade na igreja, seja a administração econômica, seja, o que é particularmente evidenciado, o serviço missionário e doutrinário. Deles a igreja espera que presidam bem, ou seja: importa não já o serviço (o cargo!) como tal, mas o modo como é exercido. Dobrada honra: o termo honra retoma nitidamente o tema do v. 3, onde já se evidenciou que ele não podia se referir apenas ao sustento ou ao salário. Honrar uma pessoa significa reconhecê-la, atribuir-lhe o valor que lhe cabe. O próprio Timóteo não havia recebido a honra e o reconhecimento que merecia. Em vez de exigi-los para si, deve responder a essa deficiência com vida exemplar. Conceder “dobrada honra” pode significar ou honrar uma pessoa idosa por ser anciã e por trabalhar na igreja como anciã ou, além do sustento material recebido por todos os idosos carentes, manter (intelectualmente) honrados os idosos que presidem a igreja, por causa de seu ministério. A igreja deve ser generosa e pródiga no sustento de homens e mulheres idosos e de forma alguma ser reticente quando desempenham um bom ministério em prol da igreja. Sobretudo os que trabalham na palavra e no ensino: que realizam algo, que se esforçam, termo frequente em Paulo. Palavra:como em 1Tm 4.12; 1Co 1.5; de modo geral a proclamação da mensagem de Cristo. Ensino: instrução para viver a partir da fé. De acordo com 1Tm 3.2 e Tt 1.9, ensinar faz parte das atribuições do presidente. Consequentemente se fala aqui de vários presidentes em Éfeso, assim como acontecia na igreja em Filipos. Os dirigentes das famílias em cujos lares surgiram as primeiras igrejas caseiras também eram os presidentes naturais para as igrejas, caso fossem aprovados. Contrariando a declaração, muitas vezes reiterada, de que as pastas preferem títulos para cargos sem descrever a função deles, ao passo que o próprio Paulo raramente empregaria títulos para cargos, mas em troca assinala o conteúdo dos diversos serviços, aparece o presente versículo: “Sobretudo aqueles que trabalham na palavra e no ensino.”Nem aqui nem em 1Tm 3.1s se fala de uma ordem hierárquica dos ministérios. Por isso o jovem Timóteo pode ser convocado para ser “presbítero”, porque em última análise a chave não é a idade, nem o cargo em si, mas o serviço ao evangelho, o empenho e o labor dentro dele (1Tm 4.14)”.
Como é maravilhoso quando cada membro do Corpo de Cristo está em seu devido lugar, pois, TODOS GANHAM. A igreja precisa resgatar o conceito bíblico para o ministério, pois, parece que com o passar do tempo, os interesses pessoais tomaram o lugar da direção de Deus em algumas escolhas de obreiros. Você sabe quem perde com tais escolhas? A obra como um todo.

1.3 – O Diaconato
A palavra grega para diáconos é “diakonos” e está relacionada com o ato de servir, porém, com uma conotação diferente da palavra “doulos”, pois doulos está associado à servidão ao mestre e “diakonos” ao serviço. Em todas as profissões existem pessoas que, como o comentarista da lição nos mostra, ficam nos bastidores, trabalhando para que tudo ocorra da melhor forma possível. No cenário musical existe a palavra “Roadie”, proveniente de “Road – estrada”. Estas pessoas fazem todo o trabalho considerado “braçal” para que quando os músicos cheguem, tudo esteja preparado para o show. Da mesma forma, os diáconos são aqueles que trabalham para que o culto transcorra da melhor forma possível, ajudando desde as tarefas relacionadas ao serviço braçal, até o serviço de servir a Ceia do Senhor, vejamos o que a Bíblia nos mostra sobre este assunto: “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”. (At 6.1-6 – ARC). Vejamos que com o crescimento da Igreja, houve a necessidade de escolher homens para fazer os trabalhos que não envolvessem a ministração da Palavra de Deus. É necessário reforçarmos que a Bíblia nos diz que existiam critérios para a escolha dos diáconos, vamos reforçar quais são:
1 – Boa reputação: Este pré-requisito fala sobre o caráter que é aquilo que guia nossas atitudes.
2 – Cheios do Espírito Santo: Este era um pré-requisito geral, pois, homens que não se converteram e demonstram através de suas atitudes tal conversão, não estão prontos para ocupar o ministério.
3 – Cheios de sabedoria: Sabedoria é a maneira correta de utilizarmos o conhecimento e só é distribuída pelo Senhor.

2 – A LIDERANÇA CRISTÃ
O conceito de liderança está intimamente ligado a alguns comportamentos. De forma simples, podemos dizer que a liderança é a arte de motivar um grupo de pessoas a atuar na busca de um objetivo comum. Esta definição de liderança capta o essencial para ser capaz de inspirar os outros e estar preparado para fazê-lo. A liderança efetiva baseia-se em ideias (originais ou emprestadas), mas não acontecerão a menos que essas ideias possam ser comunicadas aos outros de forma envolvente e persuasiva. Ou seja, um líder deve ser fonte de inspiração. Ele ou ela é a pessoa do grupo que possui a combinação de personalidade e habilidades que faz com que outros desejem seguir sua direção[1]. Jesus, o Cristo, foi o melhor e maior exemplo de liderança que já existiu, pois, veio a este mundo com uma missão definida, escolheu discípulos, treinou-os e delegou a eles a nobre tarefa de continuar seu legado. A liderança cristã vivência inúmeros desafios e um dos mais importantes está relacionado ao exemplo. Existe um ditado que diz: “A igreja é a cara do pastor” e isto está intimamente ligado com o exemplo.

2.1 – O exemplo
Existem no mínimo 15 passagens bíblicas no N.T. utilizando o exemplo como algo de extrema necessidade, leiamos algumas: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. (Jo 13.15 – ARC). “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza”.(1 Tm 4.12 – ARC). “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”. (Fp 3.17 – ARC). O exemplo nada mais é do que aquilo que é digno de ser seguido. Os filhos refletem como um espelho o exemplo dos pais, através da fala e do comportamento e esta é uma das melhores maneiras de ensiná-los.
Jesus, através do exemplo, ensinou seus seguidores como deveriam se portar perante a sociedade. Lucas escreve um texto muito marcante acerca disto, leiamos: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar…” (At 1.1 – ARC). Jesus fazia e ensinava pelo exemplo. Os membros do ministério devem fazer o mesmo, ensinar pelo exemplo, vejamos o que Paulo escreveu: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. (1 Co 11.1 – ARC). Leiamos o que o Teólogo Polonês Werner de Boor escreve sobre este versículo: “A primeira e sucinta frase do capítulo 11 deve ser colocada aqui como encerramento de toda a análise: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” Justamente porque todo o comportamento coloca em jogo a execução concreta de uma determinada atitude, o cristão precisa do exemplo vivo. Ao alpinista sem treino pouco adiantam livros e instruções gerais. Passo a passo e movimento por movimento ele precisa poder imitar o guia experiente, aprendendo assim a superar pessoalmente a tarefa. Paulo não solicita: Sede imitadores de Cristo diretamente aos cristãos de Corinto. Isso é digno de nota para nós, que rapidamente apelamos à imitatio Christi, à imitação de Cristo. Nesse caso Paulo, portanto, considerou necessário algo como um trabalho de tradução que mostrasse aos cristãos das outras nações como se configura hoje o caminho de Jesus numa cidade grega. Paulo realizava essa tradução em sua própria vida. Pessoalmente, porém, ele é imitador do Cristo. Paulo não esclarece em maiores detalhes como ele mesmo entende isso. Mas podemos depreender de Fp 2.5ss como ele entendia o exemplo de Jesus. Não se trata de uma imitação artificial de Jesus, não de uma adaptação a palavras ou atos isolados dele. Isso tão somente produziria uma caricatura. Pelo contrário, trata-se da mente do Cristo, que nós temos pelo Espírito Santo (1Co 2.16), aquela mentalidade básica que não visa reter nada como uma usurpação, mas que pode se despojar e assumir a forma de servo, a fim de servir aos outros e ajudá-los a alcançar a salvação. A imitação do Cristo não é nada diferente do que aquilo que Paulo já expusera aos coríntios em 1Co 4.9-13, em 1Co 8.13, em 1Co 9.19-22 e agora em 1Co 11.1”. É importante reforçarmos que Paulo não jogou a responsabilidade somente para Jesus, mas a trouxe para ele que era um homem sujeito às mesmas paixões que todos nós, porém, com um imenso desejo de seguir todos os passos de Jesus. Será que os líderes de sua igreja tem o mesmo comportamento? E você como professor de EBD, também tem?

2.2 – Autoridade moral
Vamos dividir este assunto em duas palavras para que depois detalhemos este tópico: De acordo com o Dicionário Wycliffe, o termo gr. “Exousia” é a principal palavra traduzida como “autoridade” no NT. Ela significava originalmente o poder e a liberdade de escolha (por exemplo, 1 Co 7.37). Os testamentos antigos expressavam o “direito” do testador de dispor de sua propriedade como desejasse. No NT, exousia é usado no sentido de direito de uma pessoa. Paulo falou de seus direitos como um apóstolo (1 Co 9.1-14). Aqueles que lavam as suas vestiduras têm o direito à árvore da vida (Ap 22.14), assim como Cristo dá, àqueles que o recebem, o direito de se tornarem filhos de Deus (Jo 1.12). Então exousia veio a significar o poder de direito de agir, possuir ou controlar, como no caso do procedimento de venda da propriedade de Ananias e Safira (At 5.4). Enquanto o termo dynamis primeiramente denota força física ou habilidade, exousia geralmente significa a autorização ou o poder que é de certo modo legal (por exemplo, At 9.14; 26.10,12)”. A palavra moral, de acordo com o Dicionário Priberam, tem os seguintes sentidos: (latim moralis – relativo aos costumes)
1 – Relativo à moral.
2 – Que procede com justiça: CORRETO, DECENTE, HONESTO, ÍNTEGRO, JUSTO.
3 – Conforme às regras éticas e dos bons costumes. 
4 – Conjunto dos princípios e valores de conduta do homem. 
5 – Conjunto de regras e princípios que regem determinado grupo.
Se juntarmos as duas palavras teremos o seguinte significado:
Poder ou direito (concedido pelo Senhor para agir de modo correto, decente, honesto, íntegro, justo e probo.
A transformação que o Espírito Santo faz, através da Palavra, no ser humano é extraordinária. A Bíblia nos diz que somos transformados em uma nova criatura (2 Co 5.17) e que o Espírito de Deus trabalha em nosso espírito (Rm 8.16). É este Deus que nos faz pessoas melhores, capazes de ser exemplos para uma geração perversa. Quando o Senhor se manifestou em carne (Jo 1.14), a Bíblia nos diz que a glória de Deus foi vista pelos homens e a palavra no grego é “eskenosen” que significa “tabernaculou”, ou seja, o Deus Todo Poderoso, passou a viver entre os seres humanos. Isaías 9.2 disse que o povo que andava em trevas viu uma grande luz e esta luz é Jesus e Ele disse que a nossa luz deve brilhar no mundo, leiamos: “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;  nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”. (Mt 5.13-16 – ARC). Assim sendo, a autoridade moral que o obreiro deve ter, é proveniente de Jesus e manifestada em nós através do Espírito Santo e, conforme já mencionado, precisamos ser o exemplo para o mundo, não nos conformando com o padrão do mesmo. “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12.1,2 – NVI).

2.3 –Dons Ministeriais
Os dons ministeriais são presentes de Deus para Sua Igreja. Paulo nos mostra claramente que foi o Senhor quem distribuiu tais dons e o fez conforme sua vontade, leiamos: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”. (Ef 4.11-14 – ARC). O texto é autoexplicativo e nos mostra que o Senhor distribuiu estes dons para que a Igreja fosse edificada com a atuação de pessoa. É necessário compreendermos que nem todos são evangelistas, nem tampouco mestres e, se TODOS reconhecessem isto, a obra teria um alcance muito maior. Leiamos o que o Rev. Hernandes Dias Lopes escreve sobre este texto: “Os dons concedidos por Cristo para a igreja têm objetivos claros: Aperfeiçoamento dos santos (4.12). “Tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos.” Não encontramos em nenhuma outra passagem do Novo Testamento a palavra grega katartismos, “aperfeiçoamento”, embora o verbo correspondente seja usado no sentido de consertar as redes (Mc 1.19). Também era empregada para o ato de restaurar um osso quebrado. Em política, o termo era usado para pôr de acordo facções opostas. A palavra pode ter o sentido de “aperfeiçoar” o que está deficiente na fé dos cristãos e dá a ideia de levar os santos a se tornarem aptos para o desempenho de suas funções no corpo, sem deixar implícita a restauração de um estado desordenado. O desempenho do serviço (4.12b). “Para a obra do ministério.” A função principal dos pastores e mestres não é fazer a obra, mas treinar os crentes para fazer a obra. A palavra grega diakonia, “serviço”, é usada aqui não para descrever a obra de pastores, mas, sim, a obra do chamado laicato, ou seja, de todo o povo de Deus, sem exceção. Aqui temos evidência indiscutível de como o Novo Testamento vê o ministério: não como prerrogativa de uma elite clerical, mas, sim, como a vocação privilegiada de todo o povo de Deus. Concordo com William Barclay quando diz que o trabalho da igreja não consiste só na pregação e ensino, mas também no serviço prático. Precisamos exercer a diaconia e socorrer os necessitados. A edificação do Corpo de Cristo (4.12c). “Para a edificação do corpo de Cristo.” A finalidade do exercício dos dons é a edificação da igreja. Estou de acordo com John Stott quando diz que todos os dons espirituais são dons para o serviço. Não são dados para o uso egoísta, mas, sim, para o uso altruísta, isto é, para servir as outras pessoas”. (grifo meu). Faz-se necessário ter humildade para reconhecer que não sabemos todas as coisas e que existem pessoas muito melhores do que nós em algumas áreas. Se assim o fizermos, TODOS ganharão.

3 – A MEMBRESIA
A palavra membresia significa a qualidade ou condição daquele que é membro de algo ou o conjunto dos membros ou dos indivíduos que faz parte de um grupo ou de uma coletividade. Assim sendo, membresia para os cristãos é o conjunto daqueles que fazem parte da Igreja, quer seja local ou universal. O N.T. descreve a Igreja como o Corpo de Cristo e os membros fazem parte do mesmo.

3.1 – Os membros
Todas as pessoas que reconhecem Jesus como Senhor e Salvador vivenciam o que conhecemos como conversão ou o Novo Nascimento. O apóstolo João descreve a conversa entre Jesus e Nicodemus, um doutor da Lei, vejamos: “E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”. (Jo 3.1-7 – ARC). Este texto fala sobre a mudança de vida operada pelo Espírito Santo, conforme já mencionamos. Todas as pessoas que se convertem são ligadas automaticamente ao Corpo espiritual de Cristo, que é a Igreja. Desta forma, precisam dar frutos e ser ensinados sobre a Palavra de Deus e não existe lugar melhor na Terra do que a Igreja Local. Existem centenas de igrejas pelo mundo e, aqueles que fazem parte da Igreja Universal (os salvos de todo mundo), precisam participar e tornar-se membros de uma Igreja Local. Cada igreja tem suas particularidades e os membros precisam conhecê-las para servirem com excelência. De forma geral, um convertido torna-se membro de uma Igreja Local ao ser batizado e aceitar viver de acordo com os princípios da Palavra de Deus. A partir deste momento, oficialmente ele é um membro.

3.2 – Os desigrejados
Esta palavra surgiu em decorrência das milhares, talvez milhões de pessoas que afirmam não pertencerem a nenhuma denominação evangélica. No ano de 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou os dados censitários de uma ampla análise desenvolvida pelo POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), onde, entre outros temas, avaliou a performance da religiosidade do brasileiro. Na pesquisa foi apontada que, em termos de identidade religiosa, o grupo que mais cresceu foi dos que se declararam “sem religião”. Algo surpreendente no Brasil, que sempre se orgulhou de ser o “o maior país católico do mundo”. Além disso, outro dado divulgado e que muito chamou a atenção foi a identificação de um ator social até bem pouco tempo inexistente no extrato religioso em nosso território: o evangélico nominal, isto é, sem vínculo eclesiástico, ou, como ficou conhecido, desigrejado. De acordo com o IBGE, já são mais de quatro milhões de evangélicos em tal situação. São cristãos protestantes, identificados com as doutrinas fundamentais de fé cristã (creem, portanto, no nascimento virginal de Cristo, na sua morte expiatória, na ressurreição, na Segunda Vinda e na vida eterna aos fiéis; celebram a Ceia e passam pelas águas do batismo), mas que se recusam a congregar, pois não acreditam mais na necessidade e relevância da igreja institucional. Estes dados estatísticos criaram um pano de fundo para a divulgação deste suposto grupo de cristãos, pois a partir da divulgação dos mesmos, a grande mídia estimulou a divulgação do grupo. Vejamos os dados:
a) 4 milhões são os brasileiros que se declaram evangélicos, mas não têm vinculação eclesiástica; o percentual de evangélicos nesta situação é de 10%.
b) 62% dos desigrejados são egressos de denominações neopentecostais, cuja ênfase é a teologia da prosperidade;
c) 63% dos respondentes declararam que voltariam a se vincular a uma comunidade que não apresentasse os vícios e malversações que os afastaram da comunhão;
d) 29% dizem que não pretendem manter vínculo com outra igreja novamente;
e) 5,6 anos é o tempo médio de conversão dos desigrejados.
Estes dados são assustadores e precisam ser analisados com uma postura séria, cristã e sincera, pois a decisão de tornar-se um desigrejado é pessoal e na maioria das vezes está relacionada às discordâncias entre os liderados e seus respectivos líderes.
Ao invés de procurar um caminho baseado no equilíbrio, muitos tomam a decisão de não mais seguir determinadas regras eclesiásticas.
É bem verdade que um grande número de igrejas são mais parecidas com qualquer coisa, menos com a aquilo que conhecemos como Igreja (Eclésia), porém, precisamos entender que a Igreja Local, é uma ferramenta para estarmos em comunhão com Deus e com os irmãos, aprendermos a Palavra, louvarmos a Deus e praticarmos obras de justiça. Precisamos abordar este assunto sob dois prismas, o primeiro é que uma parte dos supostos desigrejados querem viver sem liderança, ou seja, sem alguém que os ensine e, se for necessário, os corrija e o segundo é que devido à ausência de um comportamento pastoral adequado, muitos se sentem abandonados e decidem não mais frequentar denominações eclesiásticas. Como pertencentes a uma das maiores denominações evangélicas no mundo, precisamos averiguar o que está acontecendo localmente e, através da oração, exercer o cuidado para cada um dos membros faltosos. A Bíblia nos fala sobre o Fruto do Espírito que é dividido em 9 faces, começando com o amor. Este amor expressa aos seres humanos aquilo que Deus deseja que vivamos. Desta forma, se alguma denominação e sua membresia não manifesta Cristo entre as pessoas, precisa com urgência rever seus conceitos. Concluindo este tópico, vejamos o que Tiago escreve sobre o cuidado que os líderes devem ter com os liderados: “Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados”. (Tg 5.20 – ARC).

3.3 – Privilégios e deveres
Vivemos em um país com inúmeros benefícios proporcionados pela democracia, que é o governo do povo, para o povo, pelo povo. Temos liberdade absoluta de acreditarmos no que desejarmos sem que ninguém nos impeça e isto é garantido pela Constituição, leiamos: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: VI – e inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Desta forma, podemos cultuar, pregar o evangelho e viver a vida que a Palavra de Deus nos ensina de forma livre e plena. Existem países em que o simples fato de andar com uma Bíblia traria terríveis problemas para a pessoa. Há alguns anos, certo missionário brasileiro que residia no Egito e trabalhava como guia turístico, foi preso por ter em seu carro folhetos que falavam sobre Cristo. Em alguns casos pessoas são mortas pelo simples fato de crerem em Jesus Cristo. Sendo assim, precisamos valorizar a liberdade que temos e aproveitar o máximo para levar Cristo aos povos. O autor da revista cita algumas áreas relacionadas aos direitos e deveres do cristão e queremos lembrar que no Brasil as igrejas possuem privilégios fiscais junto ao governo e não precisam pagar determinados impostos. Se os líderes eclesiásticos aproveitarem tal facilidade, a obra do Senhor conseguirá atingir patamares maravilhosos. Outro ponto que merece destaque neste estudo é a diversidade de igrejas locais que existem em nosso país. É possível escolher (dentre as sérias) se concordamos ou não com alguns preceitos conhecidos como costumes e, caso não concordemos, temos liberdade para procurar outra instituição (séria) para adorarmos e servirmos ao Senhor. Vale a pena mencionarmos que TODOS os seres humanos podem servir a Deus de diversas maneiras na igreja em que congregarem, porém, precisam fazer com seriedade e compromisso.

CONCLUSÃO
A Igreja Local é a instituição responsável por abrigar os membros e proporcionar-lhes um local para adoração e aprendizagem. Através da Igreja Local o Espírito Santo de Deus acrescenta aqueles que serão salvos e o nome do Senhor é glorificado. Oremos para que as Igrejas Locais através de seus membros sejam referenciais de Deus na Terra.

Pb. Lindoval Santana


3 comentários:

Mendes disse...

1º Quem exatamente estará ouvindo explanação dessa lição no próximo domingo 02/06/2019? Membros efetivos e desigrejados? O óbvio dirá que não, somente membros e visitantes.

2º O autor ateve-se a enfatizar tão somente os benefícios da comunhão.

3º Reducionista e simplório foi o motivo elencado pelo autor da saída ou abandono do membro. Já que postou apenas um ( o ruim da falta de referência bibliográfica mais rica na revista deixa a desejar), poderia ter colocado qual tipo de desvio doutrinário leva tais membros a se frustrarem. Não custava nada elencar para analisarmos essa relação.

4ºOs desigrejados são aqueles que frequentaram a igreja local um determinado período no passado vindo a não mais congregar ou também nascem pela amizade e convívio dos já desigrejados?

5º Por que o autor não estimulou o amor entre os membros e obreiros, líderes , corpo eclesiástico, a irem atrás dos ex membros ou desigrejados através de INCANSÁVEIS visitas, diálogo, humildade para ouví-los afim de se estabelecer um juízo mais seguro e RESGATAR conforme os argumentos?
Ou o "ó quão bom os irmãos vivam em união" não expressará a preocupação com os que um dia compartilharão amor entre nós?

Mendes disse...

Penso pela experiência de visitar desigrejados, ouví-los, acolhê-los sempre, reforça a importância que temos de ter MAIS que as 99...
Excelente fim de semana

Pinheiro disse...


O termo “desigrejado” é um termo muito usado atualmente principalmente pelos líderes religiosos e seus defensores, sempre usado um sentido pejorativo e na maioria das vezes com a intenção de depreciar a atitude do “desigrejado”.

O verdadeiro desigrejado é aquele que abandonou o sistema religioso denominacional para continuar a viver sua vida cristã seguindo somente os preceitos do Evangelho de Jesus Cristo e a doutrina dos Apóstolos, totalmente livres da autoridade e das doutrinas estranhas à Palavra de Deus que são impostas pelas igrejas denominacionais intitucionalizadas.