A IGREJA E O PLANO DIVINO
Lição 01 – 7 de Abril de 2019
TEXTO
ÁUREO
“Grande
é este mistério: digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja. ” (Ef 5.32)
VERDADE
APLICADA
Como
a igreja do Senhor, devemos cumprir o propósito de Deus como novo povo que O
adora, O glorifica e proclama a Sua Palavra.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
► APRESENTAR o que é ser e estar
na igreja;
► EXPLICAR a diferença entre Israel,
Igreja e Reino de Deus;
► MOSTRAR o propósito de Deus para a
Igreja.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Cl 1.26 – O mistério que esteve oculto desde todos os
séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;
Cl 1.27 – Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são
as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,
esperança da glória;
Cl 1.28 – A quem anunciamos, admoestando a todo o homem
e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem
perfeito em Jesus Cristo;
Cl 1.29 – E para isto também trabalho, combatendo
segundo a sua eficácia, que obra em mim poderosamente.
INTRODUÇÃO
As
lições deste trimestre foram preparadas com muito carinho pelo Pr Sérgio Costa
e têm por objetivo estudar de forma panorâmica a História da Igreja, doutrina e
Missão e tudo isso sob o aspecto prático, ou seja, a Igreja no cumprimento da
sua missão na Terra até os dias de hoje. Portanto, o tema do nosso novo
trimestre será de muita relevância no nosso meio.
1.
DEFINIÇÃO DE IGREJA
Antes de qualquer definição de Igreja, precisamos
abranger mais sobre o assunto. Algumas pessoas conhecem igreja como uma
organização, um local onde nos reunimos para adorar. Mas não é somente isso que
devemos conhecer, o nosso enfoque estará em saber
quem somos como igreja, o que significa ser igreja, bem como estar participando
desta comunidade. Assim, a igreja não é apenas uma organização, mas um
organismo vivo e divino que tem como encargo precípuo a salvação dos pecadores
e a congregação dos salvos a caminho da glória. A Igreja não é obra humana (Mt
16.18), mas criação especial de Deus mediante Cristo, seu Filho Amado. Jesus,
como cabeça da Igreja (Ef 1.22,23), amou-a e se entregou por ela (Gl 2.20).
1.1.
A palavra igreja
A
palavra “igreja”, no grego, ekklēsia, significa “chamados para fora”.
Originalmente, os cidadãos de uma cidade eram chamados mediante o toque de uma
trombeta, que os convocava para se reunirem como assembleia em determinado
local, a fim de tratarem de assuntos comunitários. Da mesma forma, a Igreja é
um grupo de pessoas chamadas para fora do mundo, para formar um povo seleto,
especial, pertencer a Deus e servi-lo (1 Pe 2.9,10; 1 Ts 1.9). Portanto, a
igreja é um organismo místico composto por todos os que pela fé, aceitaram o
sacrifício vicário de Cristo. Ao estabelecer a igreja, Jesus tinha um
propósito: Levar os salvos a adorarem a Deus, proclamando-O através do
testemunho e da pregação do Evangelho.
1.2.
O que é ser igreja?
Jesus
escolheu seus discípulos e os preparou e capacitou para prosseguir Seus
ensinamentos. A esses discípulos Jesus confiou a missão de “estar com ele” e de
“anunciar o Evangelho”, conforme dito pelo pastor Sergio Costa. Assim, ser
igreja é ser discípulo de Jesus, convivendo e sendo obediente a Sua Palavra. A
palavra grega mathēthēs, traduzida para o português,
significa discípulo. O dicionário grego de Taylor a define como se referindo
aos que aderiam a Jesus. Portanto, ser discípulo de Jesus é aderir a Ele e a
seus ensinos. Aderir no sentido de viver com Ele e para Ele. É estar a seus pés
e dEle retirar ensinos e exemplos a serem seguidos. Este é o sentido de
discípulo no Novo Testamento. Há uma coisa importante que precisa ser dita
sobre o que significa ser discípulo de Jesus. Nenhum ser humano que já viveu
sobre a face da Terra conseguiu ser discípulo de Cristo, sem antes passar por
uma experiência de conversão através do próprio Cristo. Do Senhor é que obtemos
forças e condições para a eficácia do discipulado. Aliás, o padrão de vida que
o Senhor estipulou para o discípulo é tão elevado que ninguém pode alcançá-lo
baseado em sua condição natural, humana. Precisamos de uma capacitação
espiritual, moral e ética que só pode ser obtida pela própria presença de Jesus
Cristo. Ele vivendo em nós e através de nós. O apóstolo Paulo chega a dizer que
o verdadeiro discípulo tem a “mente de Cristo” (1 Co 2.16). “O discípulo,
portanto, deve agir e reagir como se fora o Senhor mesmo”.
1.3.
O que é estar na igreja?
A Igreja não é constituída por
cimentos, tijolos e ferros, mas por aqueles que experimentaram o novo
nascimento e amam a Jesus de todo o coração. O valor da Igreja não é adquirido
de sua arquitetura, de suas obras sociais ou da quantidade de filiais que possui,
mas do precioso sangue de Cristo. Ainda que classificada em universal e local,
a Igreja de Cristo é apenas uma. É um só corpo constituído por membros de todas
as nações, raças e línguas. A verdadeira Igreja de Cristo é indivisível - pois
não há duas Igrejas de Cristo; militante, porque é composta por todos os salvos
vivos; triunfante, visto ser caracterizada por aqueles que já se encontram na
glória com o Senhor. Portanto, estar na igreja não é apenas pertencer a esta ou
aquela igreja, mas estar é participar, cultuar, adorar, glorificar e congregar.
Todos juntos em plena comunhão trabalhando na obra do Senhor Jesus.
2.
O plano de Deus
Jesus
projetou visivelmente, a existência duma sociedade de seus seguidores que
daria aos homens seu Evangelho e ministraria à humanidade no seu Espírito, e
que trabalharia pelo aumento do reino de Deus como ele o fez. Ele não modelou
nenhuma organização e nenhum plano de governo para essa sociedade... Ele fez
algo mais grandioso que lhe dar organização — ele lhe concedeu vida.
Jesus formou essa sociedade de seus seguidores chamando-os a unirem-se a Ele,
comunicando-lhes, durante o tempo em que esteve no mundo, tanto quanto
fosse possível, de sua própria vida, de seu Espírito e de seu propósito.
Ele prometeu continuar até ao fim do mundo concedendo sua vida à sua
sociedade, à sua igreja.
2.1.
A Igreja e Israel
A
nação de Israel é relatada como uma igreja no sentido de ser uma nação chamada
dentre as outras nações a ser um povo de Deus. (Atos 7.38) Na verdade, Deus
criou para si mesmo um povo específico a partir da promessa feita a Abrão (Gn
12.1-3). O Egito foi o local onde Israel foi originado, passaram-se
quatrocentos anos para que os filhos de Israel se multiplicassem e tornassem
uma grande nação. (Êx 19.6). O Senhor
chama Israel de “meu povo”. “E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a
aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa
dos seus exatores, porque conheci as suas dores” (Êx 3.7). Quando o Antigo
Testamento foi traduzido para o grego, (Septuaginta) a palavra
"congregação" (de Israel) foi traduzida "ekklesia" ou
“igreja”. Israel, pois, era a congregação ou a igreja de Jeová. Depois de
a igreja judaica o ter rejeitado, Cristo predisse a fundação duma nova congregação
ou igreja, uma instituição divina que continuaria sua obra na terra (Mt
16.18). Essa é a igreja de Cristo, que veio a ter existência no dia
de Pentecoste.
2.2.
A Igreja e o Reino de Deus
O
Reino de Deus e Sua Igreja estão de fato interligados entre si. Jesus ao
escolher os apóstolos os comissionam para serem os proclamadores do Reino de
Deus. Jesus capacitou formal e espiritualmente os apóstolos para que
interpretassem a sua vida e os seus ensinos conforme as Escrituras do Antigo
Testamento (Lc 24.44-47). Não se trata de um reino físico ou político, mas de
um reino espiritual, a saber, o predomínio de Deus sobre um povo por Ele
redimido (Rm 14.17; 1 Co 4.20; 2 Ts 1.5). É o povo genuinamente cristão, remido
por Cristo, que aceita as condições do reino de Deus e se esforça por viver em
obediência à sua vontade, ou seja, a Igreja que está sob o domínio de Deus. É,
também, um reino invisível. Jesus declarou que o seu reino não se pode ver
fisicamente, porque não vem com aparência exterior. O reino que Ele estava
implantando situava-se a partir do coração dos seus discípulos (Lc 17.20,21). É
um reino que se manifesta no ser humano, de dentro para fora. Por isso, as
ações do homem salvo por Cristo são a expressão do Reino de Deus na sua
presente manifestação através da Igreja de Cristo.
2.3.
A Igreja visível e a invisível
Igreja visível ou local A palavra igreja, em sentido
literal, abrange o conceito de “congregar” e “reunir”, pois se trata da reunião
dos fiéis em um local específico. A Bíblia emprega o plural “igrejas”, a fim de
referir-se às igrejas locais (At 9.31; 16.5; Rm 16.4; 16.19; 2 Co 8.1; Gl 1.2).
No entanto, quando o termo está no singular, cita-se a região na qual a igreja
local encontra-se (At 14.23; Rm 16.1; 1 Co 1.2; 4.17; 1 Ts 1.1). A perspectiva
local da igreja fortalece o fato de que o trato e relacionamento de Deus com
ela não é só universal, mas local, congregacional e direto.
Igreja Invisível ou Universal. A Igreja universal é o conjunto
de todos os salvos em Cristo. É citada no Novo Testamento no singular -
“igreja” - nos textos de At 20.28; 1 Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1 Tm 3.15; Hb
12.23. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele
antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9,10), e, tem um caráter geral porque inclui
todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos.
A Igreja universal, o Corpo místico de
Cristo, é invisível e constituída por todos os salvos em Cristo. A igreja local
é visível e composta por todos os crentes regionais que se reúnem visivelmente.
3.
CARACTERÍTICAS DO NOVO POVO DE DEUS
O
homem é um ser social; ele anseia comunhão e intercâmbio de amizade.
Assim, é natural que ele se congregue com aqueles que participam dos mesmos
interesses. A igreja provê uma comunhão baseada na Paternidade de Deus e
no fato de ser Jesus o Senhor de todos. É uma fraternidade daqueles que
participam duma experiência espiritual comum. O calor dessa comunhão era uma
das características notáveis da igreja primitiva. Uma das características
mais atraentes da do povo de Deus era o calor e a solidariedade da
comunhão — comunhão em que todas as distinções terrenas eram eliminadas e os
homens e mulheres tomavam-se irmãos e irmãs em Cristo.
3.1.
Um povo que edifica
A
igreja do Senhor é um organismo vivo, assim é importante buscar conhecimento e
sabedoria, isso serve para resistir aos falsos ensinos e desvios. Mas como povo
de Deus que edifica nossa função não se limita apenas à proclamação do
Evangelho. Servimos a Deus, mas também ao próximo (12 29-31). Como povo de Deus,
temos que ajudar suprindo as necessidades uns os outros. A igreja local,
portanto, deve socorrer os necessitados, as viúvas e os desamparados. A prática
do bom serviço através do Corpo de Cristo é um mandamento do Senhor. “Amar ao
próximo como a ti mesmo” (Mc 12.31). A proclamação, a comunhão e o serviço
farão do povo de Deus uma autêntica expressão do Reino de Deus (Tg 2. 14-26). O
povo de Deus deve ser zeloso e edificado, deve preservar a sua identidade,
pregando e vivendo a Palavra de Deus, amando ao próximo e lutando contra as
distorções das Sagradas Escrituras.
3.2.
Um povo para glorificar a Deus
O
ministério futuro de Cristo que consiste em glorificar os cristãos e dar-lhes a
vida eterna em sua presença será o clímax da graça iniciada na salvação (cf. Ef
2.7). A igreja glorifica a Deus quando se
dispõem a fazê-lo conhecido a cada pessoa que ainda não o conhece – isso se
chama evangelização. Mas a igreja também glorifica a Cristo quando cumpre o seu
papel sacerdotal de ser um modelo de entrega e obediência a Deus – isso se
chama adoração. Na adoração, Cristo é glorificado em nós – na evangelização,
Cristo é glorificado através de nós.
"Quem não temerá e não glorificará o teu
nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão
diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos” Ap 15.4.
3.3.
Um povo que evangeliza
A Grande Comissão profética da Igreja está implícita na Grande Comissão que lhe
foi outorgada por Cristo (Mt 28. 18-20). Vários textos dos Evangelhos e dos
Atos dos Apóstolos falam da abrangência ilimitada da missão profética da Igreja
(Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46,47; At 1.8). Essa missão profética de
pregar o Evangelho tem seu alicerce na autoridade de Jesus. É função de a
Igreja proclamar a todos que se arrependam, para que sejam perdoados os seus
pecados (Mc 1.14), e possam ingressar no Reino de Deus. O novo pacto de Deus (Êx 19.1,2; Ef 3.2-5). Da semente de Abraão,
Deus suscitou Israel e fez um pacto com esse povo para ser o seu representante
na Terra. Israel recebeu de Deus uma missão profética, mas falhou. Então, o
Todo-Poderoso elegeu um novo povo constituído de judeus e gentios,
estabelecendo através de seu Filho Jesus um novo pacto. Deste modo, as
promessas de Deus a Abraão cumprem-se na Igreja (Ef 3.10,11; Hb 8.6).
CONCLUSÃO
Ser Igreja do Senhor é edificante, mas temos a
responsabilidade de proclamar e demonstrar as virtudes do Reino de Deus a toda
criatura (1 Pe 2.9). Neste mundo, nós os salvos, estamos aqui para servir ao
Senhor e ao próximo (Fl 2.3,4). Um dia, estaremos para sempre com o Senhor, mas
enquanto esse dia não chega, devemos seguir o exemplo de Cristo, que sendo
Deus, tomou a forma de servo (Fl 2. 5-11). Que venhamos como Igreja do Senhor
Jesus Cristo, evidenciar o Reino de Deus neste mundo através de nossa vida,
testemunho e proclamação do Evangelho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista
e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
PEARLMAN, Meyer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2006.
COSTA, Sergio Nascimento da. Igreja, Doutrina,
História e Missão. Rio de Janeiro: Editora
Betel, 2019.
Lição
bíblica CPAD. Mestre. 1º trimestre 2007. A Igreja e a sua Missão.
Lição
bíblica CPAD. Mestre. 3º trimestre 2011. A Missão integral da Igreja.
Revista do professor: Jovens e Adultos. Igreja, Doutrina,
História e Missão. Rio de
Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2019. Ano 29 n°
111. Lição 1 – A Igreja e o plano divino.
COMENTÁRIOS ADICIONAIS
Ev.
Ancelmo Barros de Carvalho. Servo do Senhor Jesus.
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