ESGOTAMENTO
FÍSICO E MENTAL:
PREVENÇÃO
E TRATAMENTO
(Lição 11 – 17 de março de 2019)
(Lição 11 – 17 de março de 2019)
TEXTO
ÁUREO
“Tem
cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque,
fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.”
(1 Tm 4.16).
VERDADE
APLICADA
Nosso
envolvimento n a obra de Deus deve ser com equilíbrio, pois somos
limitados e dependentes do Espírito Santo.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
• Explicar
o conceito da Síndrome de Burnout;
• Revelar
como os professores adoecem;
• Ensinar
como os pastores são atingidos pela Síndrome de Burnout.
TEXTO
DE REFERENCIA
Is
40.28 - Não sabes,
não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da
terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu
entendimento. Is 40.29 - Dá força ao cansado e
multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
Is
40.30 - Os jovens
se cansarão e se fatigarão, e os mancebos certamente cairão.
Is
40.31 - Mas os que
esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como
águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se
fatigarão.
INTRODUÇÃO
“Porque
desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem
com os olhos se viu um Deus além
de ti que trabalha para aquele que nele espera.” (Isaías
64.4). Objetivando apoiar toda a comunidade cristã,
hoje traremos esclarecimentos sobre a Síndrome de Burnout: O que é?
Quais as causas, os sintomas e como prevenir? Veremos que ela está
mais presente do que imaginávamos. Para
que você entenda a dimensão e alcance de tais problemas,
apresentamos esta estatística estarrecedora sobre as lideranças
eclesiásticas:
-
45% tem ou tiveram depressão;
-
85% estão afadigados (sensação de cansaço ininterrupta);
-
70% baixa autoestima;
-
50% o ministério ocasionou a piora do casamento;
-
84% estão 24h de plantão a serviço da igreja, sem pausa;
-
53% andam preocupados com dinheiro e saúde;
-
45% não conseguem lidar com os problemas da atualidade;
-
54% chegaram ao seu próprio limite;
-
1.500 pastores abandonam o ministério por mês…
Segundo
a OMS, 322 milhões sofrem de depressão no mundo; no Brasil, 5,8% da
população, o que equivale a 11,5 milhões sofrem ou já sofreram,
estamos atrás apenas dos EUA com 5,9%. No ministério pastoral 47%
dos líderes sofrem ou já sofreram da Síndrome de Burnout. Alguns
atribuem este fenômeno ao fato de que os pastores perderam a
essência do oficio espiritual do ministério e passaram a
ser coachings,
palestrantes motivacionais e gestores institucionais, lutando para
alcançar resultados financeiros e crescimento quantitativo em suas
denominações sendo exigidos como profissionais da fé. E
esses fatores provocam desgastes físicos e psicológicos.
NOTA:
Algumas
pessoas confundem ESTRESSE e SÍNDROME
DE BURNOUT,
no entanto, há uma diferença, apesar de existirem elementos comuns.
O ESTRESSE
é uma sensação de compressão, de angústia, mas é algo
transitório, por exemplo: um atleta olímpico, por ocasião da
competição, o nível de estresse aumenta, de forma saudável,
quando acaba a olimpíada, o nível volta para o normal, já
no BURNOUT, o
estresse é mantido ao longo das semanas ou meses, por um período
continuado, o que faz que ele se sinta progressivamente esgotado.
1.
CONCEITUANDO
A SÍNDROME DE BURNOUT
A Síndrome
de Burnout (do
inglês to
burn out,
algo como queimar
por completo),
também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim
denominada pelo psicanalista alemão Freudenberger, após constatá-la
em si mesmo, no início dos anos 1970. Ele identificou nele mesmo,
percebeu que a qualidade nos seus atendimentos foi comprometida junto
aos seus pacientes.
1.1.
Apresentando a
enfermidade
Quanto
às causas, elas são ambientais e subjetivas (quando o indivíduo
não tem os recursos necessários para administrar todas as
demandas). De acordo com Herbert J. Freudenberger a SB está“(…)
intimamente ligada à vida profissional”. O
portador de Burnout mede a autoestima pela capacidade de realização
e sucesso. O que tem início, com satisfação e prazer, termina
quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, a
necessidade de se afirmar e o desejo de realização se transformam
em obstinação e compulsão; começa assim, a cronificação do
processo de estresse. Sintomaticamente, a SB geralmente se reconhece
pela ausência de alguns fatores motivacionais: energia, alegria,
entusiasmo, satisfação, interesse, vontade, sonhos para a vida,
ideias, autoconfiança e humor. Os sintomas são variados: fortes
dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações
de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e
problemas digestivos. No que diz respeito ao diagnóstico, é feito
através dos sentimentos identificados nos pacientes, como:
sentimento de exaustão; sentimento de frustração; sentimento de
incapacidade; carregar o estresse para casa; sentir-se culpado por
não fazer o bastante e irritabilidade. Tais pessoas passam a ter
mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas
brincadeiras com bom senso e bom humor). Há um provérbio popular
que também serve para o Burnout,
“é melhor prevenir do que remediar”. A prevenção é a melhor
forma de combater.
1.2.
O perigo da síndrome nos médicos
Reconhecida
pela Classificação Internacional de Doenças em sua Décima Edição,
sob o código Z73.0 e está assim sumariamente definida no idioma
original: state
of vital exhaustion. Os sintomas
de burnout (síndrome de exaustão vital) e de arrependimento em
relação à escolha de carreira são comuns entre os médicos
residentes do segundo ano (R2) nos Estados Unidos, mas esses sintomas
variam de acordo com a especialidade, relata um estudo publicado no
Jornal da Associação Médica Americana (JAMA). No geral, 45% dos
residentes R2 relataram sintomas de burnout e 14% relataram
arrependimento de escolha de carreira. No Brasil, os fatores de risco
e prevalência de burnout entre os médicos das áreas de obstetrícia
e ginecologia atinge cerca de 40% dos médicos dessa especialidade
por vários fatores: Jornada de trabalho estressante por alta carga
de dedicação semanal , baixa remuneração, interferência de
planos de saúde em suas condutas, condições de trabalho ruins no
setor público e ausência de margem mínima de erro, além de
constantes ameaças de processos e agressões contra os
médicos.
1.3.
A síndrome e outros profissionais
Esse
transtorno, que tem origem na constante pressão emocional
relacionada ao envolvimento laboral intenso por longo período de
tempo, afeta trabalhadores que estão no limite do estresse
relacionado ao ofício, causando consequências psicológicas e
físicas. Para o psicólogo Davi
Ruivo, o distúrbio é “propício em empregos cujas exigências são
altas, onde há muita pressão e comportamentos compreendidos como
agressivos”. Isso porque, garante o especialista, tais atitudes não
correspondem a um ambiente saudável para a saúde mental. Apesar de
poder ser encontrado em qualquer emprego, segundo a psiquiatra
Emanuella Novello Halabi, o burnout “se mostra mais evidente em
pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal intenso, com
algum impacto direto à vida de outras pessoas”. Nesses casos,
podemos incluir profissionais da área da saúde, professores,
advogados, jornalistas, bombeiros, policiais, advogados, agentes
penitenciários e bancários, entre outros. Além disso, os chamados
workaholics ou worklovers – os trabalhadores compulsivos – também
são fortíssimos candidatos a desenvolverem a síndrome.
2.
PROFESSORES ADOECIDOS
Sob
pressão - Quase 50% dos professores brasileiros apresentam sintomas
de estresse ou depressão. Os mais jovens são os que têm mais
dificuldade para lidar com os problemas da profissão; muitos optam
por abandonar o ofício.
2.1.
Como os professores são afetados
O
professor está doente. Excesso de trabalho, indisciplina em sala de
aula, salário baixo, pressão da direção, violência, demandas de
pais de alunos, bombardeio de informações, desgaste físico e,
principalmente, a falta de reconhecimento de sua atividade são
algumas das causas de estresse, ansiedade e depressão que vêm
acometendo os docentes brasileiros. Profissionais de saúde e de
educação dão cada vez mais atenção a fatores que afetam a saúde
psicológica do professor. Ainda que pouco seja feito em termos de
políticas públicas e educacionais para prevenção, acompanhamento
e tratamento de casos genericamente classificados como de estresse,
pesquisas começam a identificar a origem do mal e a apontar caminhos
para mudanças. Em artigo publicado em 2005 na revista Educação e
Pesquisa, da Faculdade de Educação da USP, as pesquisadoras Sandra
Gasparini, Sandhi Barreto e Ada Assunção, do Programa de
Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG,
citam estudos realizados em várias localidades - Belo Horizonte e
Montes Claros (MG), Vitória da Conquista e Salvador (BA), Santa
Maria (RS) e Campinas (SP), entre outras - para aferir as condições
de saúde do professor, a incidência dos pedidos de licença médica
e suas motivações. Um dos problemas mais comuns na atividade de
educador é a síndrome de burnout (veja texto). Suas causas estão
na ocupação profissional, principalmente entre trabalhadores que
lidam diretamente com pessoas e demandas variadas. É comum entre
médicos, enfermeiros, policiais e, é claro, professores. A
Universidade de Brasília (UnB) realizou, a partir de um acordo com a
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), uma
grande pesquisa nacional no final da década passada sobre o burnout
com 52 mil trabalhadores em 1.440 escolas. Esse trabalho foi
publicado no livro Educação: Carinho e Trabalho (Editora Vozes, 434
páginas). Os resultados mostraram que 48% dos entrevistados
apresentavam algum sintoma da síndrome.
Uma pesquisa mais recente, de
2013, feita pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do
Estado de São Paulo (Apeoesp) apresentou resultados semelhantes: 46%
dos professores já tiveram diagnosticado algum tipo de estresse -
entre as mulheres esse número chega a 51%. No Mato Grosso do Sul,
segundo dados da CNTE e da Federação dos Trabalhadores em Educação
do Mato Grosso do Sul, mais de 60% das licenças médicas concedidas
aos trabalhadores em educação no Estado são para professores. Do
total de licenças, 38% estão relacionadas a transtornos mentais e
comportamentais, o principal motivo dos afastamentos.
2.2.
O Perigo do desequilíbrio
psicofisiológico
A
síndrome de burnout sobrevém de um processo de estresse
ocupacional. O estresse causa um desequilíbrio psicofisiológico no
indivíduo, obrigando o mesmo a utilizar-se de recursos extras de
energia, bem como inibe as ações desnecessárias ou incompatíveis
com as estratégias de enfrentamento desencadeadoras deste contexto.
Dependendo da intensidade e do tempo de duração deste estado, o
indivíduo pode vir a sofrer conseqüências graves tanto em nível
físico como psicológico, caso não possa restaurar o contexto
anterior ou desenvolver mecanismos adaptativos que lhe permitam
restabelecer o equilíbrio perdido.
CARACTERÍSTICAS
PSICOFISIOLÓGICAS DA SÍNDROME DE BURNOUT
As
características Psicofisiológicas do Burnout são um conjunto da
sintomatologia encontrada na síndrome que podem ser divididas em 4
características que são as características fisiológicas,
psicológicas e comportamentais e a característica defensiva, onde
predominam comportamentos defensivos das pessoas afetadas pela
síndrome, pois desta maneira inconscientemente tentam “evitar” o
desconforto que a síndrome proporciona. Para melhor compreendermos
estas características, segue-se um resumo esquemático abaixo:
SINTOMATOLOGIA
DA SÍNDROME DE BURNOUT
SINTOMAS
FISIOLÓGICOS/ COMPORTAMENTAIS
FADIGA
CRÔNICA E PROGRESSIVA/ NEGLIGÊNCIA OU EXCESSO DE ESCRÚPULOS
DISTÚRBIOS DO SONO/ INCAPACIDADE PARA RELAXAR
CEFALÉIAS
E ENXAQUECAS/ IRRITABILIDADE
PERTURBAÇÕES
GASTRO-INTESTINAIS/ AUMENTO DA AGRESSIVIDADE
DISFUNÇÕES
SEXUAIS/ PERDA DE INICIATIVA
ALTERAÇÕES
MENSTRUAIS NAS MULHERES/ COMPORTAMENTO DE ALTO-RISCO
PSÍQUICOS/
DEFENSIVOS FALTA DE ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO/ TENDÊNCIA AO
ISOLAMENTO/ ALTERAÇÕES DE MEMÓRIA/ SENTIMENTO DE ONIPOTÊNCIA/
LENTIFICAÇÃO DO PENSAMENTO/ ABSENTEÍSMO/ BAIXA AUTO-ESTIMA/
IRONIA, CINISMO/ LABILIDADE EMOCIONAL/ DESINTERESSE PELO TRABALHO/
ASTENIA,DESÂNIMO,DISFORIA E DEPRESSÃO/ DESINTERESSE PELO LAZER
Dependendo
das características da pessoa e das circunstâncias em que esta se
encontre, o grau e as manifestações da Síndrome de Burnout são
diferentes. Portanto estes sintomas podem se expressar de forma
diferente em momentos diferentes na mesma pessoa. As causas do
burnout também são multifatoriais. Trata-se da confluência de
características pessoais, do tipo de atividade realizada e das
variáveis oriundas da instituição onde o trabalho é realizado.
Estes fatores podem mediar ou facilitar o processo de estresse
ocupacional que irá desencadear a síndrome de burnout. As variáveis
de personalidade, assim como as sócio-demográficas, não são em si
deflagradoras da síndrome, mas diante de uma instituição
comprometida, podem facilitar o desencadeamento da mesma. Na síndrome
de burnout, diferentemente do estresse e da depressão, o contexto
laboral possui determinação importante e decisiva no processo.
Assim sendo, cabe a todos os profissionais comprometidos com a saúde
do trabalhador, difundir e alertar os colegas sobre as causas e
sintomas presentes nesta síndrome.
FORMAS
DE PREVENÇÃO E/OU INTERVENÇÃO: Para a Prevenção ou Intervenção
nos processos relativos à síndrome de burnout, a informação deve
ser a primeira ação a ser adotada. Conhecer os agentes
deflagradores, os mediadores, assim como os sintomas geralmente
presentes na síndrome, nos permite adotar ações preventivas
adequadas. Nos casos em que o processo de burnout já esteja em
curso, há a possibilidade de propormos medidas que possam vir a
solucionar o problema.Os próprios trabalhadores, podem
autoavaliar-se e, desta forma, procurar minimizar ou eliminar os
agentes estressores envolvidos, buscando restabelecer condições
saudáveis de trabalho no ambiente ocupacional, bem como ajuda caso
necessário Poderíamos atribuir 3 níveis de atuação para obtermos
sucesso: um de caráter individual, outro em grau institucional e
finalmente enfocandoa inter-relação indivíduo/instituição. O
ideal é que se pudesse propor ações nestes três níveis, o que
muitas vezes nem sempre é possível. Sem o empenho e comprometimento
da instituição com este objetivo, as propostas acabam ficando
apenas na esfera pessoal. No plano individual, identificar os
elementos que provocam estresse e quais as estratégias de
enfrentamento que estão sendo adotadas, as que estão sendo eficazes
e as que se mostram inúteis, ou até mesmo prejudiciais, é o
primeiro passo.
2.3.
Fatores de risco
É
evidente que o trabalho não é apenas uma fonte de satisfação e de
status socioeconômico, mas também de estresse. É nítido o seu
contraste com o estresse proveniente de a vida ou do ambiente
pessoal, lidar com o estresse proveniente do ambiente laboral é
difícil, uma vez que não há muito a se fazer para modificá-lo
(IACOVIDES et. al., 2003). A ocorrência da Síndrome de Burnout tem
sido descrita em diversas atividades, tais como: assistentes sociais,
conselheiros, professores, enfermeiros, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, médicos e dentistas, policiais e agentes
penitenciários, recepcionistas, gerentes, e até mesmo em donas de
casa, em estudantes e em desempregados (WEBER E JAEKEL-REINHARD,
2000, p.513). Ultimamente, as observações já se estendem a todos
profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam
e/ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem a técnicas
e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de
trabalho submetidas às avaliações (BALLONE, 2014). Nesse sentido,
Brasil (Ministério da Saúde, 2001, p.192) esclarece que:
Ultimamente, têm sido descritos
aumentos de prevalência de síndrome de esgotamento profissional em
trabalhadores provenientes de ambientes de trabalho que passam por
transformações organizacionais, como dispensas temporárias do
trabalho diminuição da semana de trabalho, sem reposição de
substitutos, e enxugamento (downsizing), na chamada reestruturação
produtiva. De Acordo com Alvaréz
(2011), é difícil estabelecer uma única causa para a enfermidade,
contudo, estudos no campo da saúde e da psicologia organizacional
têm encontrado fatores desencadeantes da síndrome de Burnout que
merecem atenção especial. Abaixo estão os principais:
a)
Como primeiro agente de risco, a síndrome de Burnout está
relacionada com atividades laborais que vinculam o trabalhador e sua
atividade diretamente com clientes, condições em que o contato com
eles é parte da natureza do trabalho. Isso não significa que ele
não pode ocorrer em outros tipos de trabalho, mas no geral médicos,
enfermeiros, consultores, assistentes sociais, professores,
vendedores porta a porta, topógrafos, e muitas outras atividades e
profissões têm risco aumentado de desenvolver, ao longo do tempo, a
condição;
b)
O excesso de horas extras, o alto nível de exigência para se
aumentar a produtividade e atingir metas impostas pelo empregador,
geralmente impossíveis de ser cumprir pelo trabalhador, são também
fontes de estresse.
Em
geral, as condições acima mencionadas conspiram e podem desencadear
a síndrome de Burnout em situações de excesso de trabalho,
desvalorização do trabalho, trabalhos nos quais prevalece a
confusão entre expectativa e prioridades, falta de segurança no
emprego, e excesso de compromisso em relação as responsabilidades
do trabalho. Segundo Thomaé et. al. (2006) a síndrome de Burnout
apresenta os seguintes fatores risco no ambiente de trabalho:
• A
falta de percepção de sua capacidade para desenvolver o trabalho;
• O
excesso de trabalho, a falta de energia e de recursos pessoais para
responder as demandas laborais;
• O
conflito de papéis, a incompatibilidade entre a tarefa executada e a
conduta que se desenvolve em função da expectativa sobre a mesma;
• A
ambiguidade, a incerteza ou a falta de informações sobre os
aspectos do trabalho, tais como: a avaliação, a função, os
objetivos ou as metas, os procedimentos, etc;
• A
falta de isonomia ou justiça organizacional;
• As
relações tensas e/ou conflituosas com os usuários/clientes da
organização;
• O
impedimento por parte da direção ou superior hierárquico que o
empregado
exerça
a sua atividade laboral;
• A
falta de participação na tomada de decisões;
• A
impossibilidade de progredir ou ascender no trabalho;
• As
relações conflituosas com companheiros e colegas.
A
sobrecarga de trabalho, causada pela designação de muitas tarefas
com prazos curtos para sua execução, e com muitas interrupções, a
ambiguidade de prioridades, o nível de autoridade e de autonomia, a
incerteza quanto ao futuro, o convívio com colegas insatisfeitos são
fatores estressantes relacionados ao stress ocupacional que podem
desencadear a Síndrome de Burnout (LIPP e TANGANELLI, 2002). Nesse
sentido, a falta de respeito e dignidade com que é tratado o
trabalhador, somado ao baixo investimento pelas empresas com o
objetivo de proporcionar ao empregado um ambiente laboral equilibrado
e saudável tem sido um importante fator desencadeante da Síndrome
de Burnout, principalmente, quando o obreiro é exposto a uma alta
carga de estresse emocional, o que produz um processo de sofrimento
com consequências na saúde mental do trabalhador.
3.
PASTORES
COM A SINDROME DE BURNOUT
No
meio pastoral, ou religioso, em geral, há muito desgaste, devido às
demandas constantes pessoais e familiares relacionadas à congregação
que pastores lideram, havendo uma relação entre exaustão
emocional, física e espiritual.
3.1.
O pastor de hoje
Os
pastores precisam buscar informações sobre temas variados, neste
caso, abrangendo aconselhamento de casais em conflitos, de famílias
desestruturadas e/ou vítimas de violências, de adolescentes e
jovens envolvidos com drogas ou com problemas das mais diversas
naturezas. Além dessas exigências, Silva (2011), ao comentar sobre
conflitos e questões polêmicas na Igreja, afirma que a sociedade
também cobra do pastor mente culta, coração inocente e pele de
rinoceronte, extremamente forte. Tudo isso é impossível para
qualquer ser humano realizar. Em outras palavras, ter que cuidar dos
outros sem ter quem cuide de si, especialmente quando o pastor se vê
sozinho e isolado diante das pressões do trabalho (SILVA, 2011).
Reconhece-se que este tipo de realidade pode levar os pastores e
líderes religiosos ao adoecimento.
3.2.
Pastores
sofrendo com este mal
Análise
de conteúdo das dimensões da síndrome de burnout,CATEGORIAS E
SUBCATEGORIAS DAS DIMENSÕES DA SINDROME DE BURNOUT EM PASTORES:
CATEGORIA
|
SUBCATEGORIAS
MAIS FREQUENTES
|
SUBCATEGORIAS
MENOS FREQUENTES
|
Exaustão
Emocional
|
|
|
Despersonalização
|
|
|
Baixa
Realização Profissional
|
|
|
Significado
do Trabalho Pastoral
|
|
|
Prazer
no Trabalho Pastoral
|
|
|
Sofrimento
no Trabalho Pastoral
|
|
|
Extratégia
para lidar com Burnout
|
|
|
Quanto
à categoria exaustão emocional foi possível perceber que os
principais aspectos que podem levar um ministro pastoral à exaustão
estão associados ao cansaço físico, às relações interpessoais,
ao envolvimento emocional e ao amadurecimento profissional. Com
relação à subcategoria cansaço físico, pode-se observar que este
aspecto está relacionado à: término das forças físicas, grande
demanda de atividades pastorais e falta de um tempo específico para
o repouso, falta de visão por parte dos membros de que o pastor é
uma pessoa como outra qualquer e que precisa repor suas energias ao
final do dia. Com relação à
subcategoria envolvimento emocional, os pastores relataram que isso
acontece principalmente por ser o cuidado com as pessoas a principal
função do ministério pastoral. Além deste aspecto, observou-se
que são necessários intervalos para descanso, além de não levar
para casa as emoções negativas do ofício pastoral. Quanto
à categoria exaustão emocional foi possível perceber que os
principais aspectos que podem levar um ministro pastoral à exaustão
estão associados ao cansaço físico, às relações interpessoais,
ao envolvimento emocional e ao amadurecimento profissional. Com
relação à subcategoria cansaço físico, pode-se observar que este
aspecto está relacionado à: término das forças físicas, grande
demanda de atividades pastorais e falta de um tempo específico para
o repouso, falta de visão por parte dos membros de que o pastor é
uma pessoa como outra qualquer e que precisa repor suas energias ao
final do dia. Com relação à
subcategoria envolvimento emocional, os pastores relataram que isso
acontece principalmente por ser o cuidado com as pessoas a principal
função do ministério pastoral. Além deste aspecto, observou-se
que são necessários intervalos para descanso, além de não levar
para casa as emoções negativas do ofício pastoral.
3.3.
Ministérios
fadados ao fracasso
Os
dados alcançados alertam para o cuidado com a saúde dos pastores,
uma vez que estes lidam com pessoas, que enfrentam problemas diversos
e muitos pensam que os seus líderes são 'super-homens'. Percebeu-se
que a demanda do ministro/pastor ampliou-se devido ao crescimento
populacional, aos avanços tecnológicos, etc. Assim é necessário
que a igreja se posicione para criar um ambiente favorável para a
não instalação da síndrome de burnout na vida destes, caso
contrário, haverá muitos ministros exauridos emocionalmente,
despersonalizados e com baixa realização profissional, o que
certamente afetará sua saúde física e mental, bem como a vida dos
membros, das famílias e, até mesmo, da sociedade. Ficou claro que
os pastores perdem a sua humanidade em função de sua profissão,
por temerem demonstrar emoções e sentimentos como dúvida,
fragilidade e desejos, além de interesses pessoais ou qualquer outro
tipo de sentimento que possa ser visto pelos outros como uma falha ou
uma fraqueza. Até mesmo pastores que já haviam recebido o
diagnóstico de estarem sofrendo burnout, em suas entrevistas
tentaram mascarar a realidade que estão vivenciando. Percebe-se que
estão envoltos em um manto de 'espiritualidade', o qual os impede de
se mostrarem realmente quem são, como são e o que estão sentindo.
Tudo em prol do nome da igreja, do próprio nome e de sua família,
como se esta devesse ser perfeita. Por isso, pode-se sugerir que o
esgotamento é muito maior do que o que realmente foi obtido nesta
pesquisa. A falta de entendimento do termo vocação extrapola seu
real significado. Com isso os 'vocacionados' são encontrados em suas
atribuições de serviço excessivamente exaustivas para si mesmos e
para seus familiares. Ainda assim, insistem em apresentar uma atitude
de aparente invulnerabilidade, assumindo o serviço de cuidado ao
próximo, mas descuidando de si.
CONCLUSÃO
Um
fator que contribui para que não se dê maior atenção à saúde
entre pastores é a ausência de uma Teologia da Saúde: a saúde
considerada como inserida na mensagem cristã da salvação. Não se
restringe, portanto, às curas das patologias individuais e da
sociedade. A mensagem da salvação visa à criação de novo modo de
vida, de renovação da mente, de novas atitudes em linha com os
ensinamentos das Escrituras. Uma causa provável da pouca atenção
da teologia sobre a saúde, deve-se à ênfase unilateral na “união
da alma com Deus”. O corpo, é, então, ignorado. Sofre a alma com
o corpo danificado; sofre o corpo com a alma ferida! Em resumo,
hábitos simples como a cuidadosa organização de seu dia, a prática
de exercícios físicos, atenção à qualidade dos alimentos que
consome, ter alguém a quem abrir-se em confiança e aceitar que o
cuidado com a saúde é, primeiramente, responsabilidade pessoal,
podem ser canais de cura e de alegria. Resta-nos continuar o caminho
na reflexão sobre o que posso chamar de: a Teologia da Saúde. “
...E vos darei pastores segundo o meu coração,
os quais vos apascentarão com
ciência e com inteligência”. Jeremias 3:15-25. “Amado, desejo
que te vá bem em
todas as coisas, e que
tenhas saúde,
assim como bem
vai a tua
alma” (3
Joao 1.2).
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
A
SÍNDROME DE BURNOUT: ASPECTOS RELEVANTES PARA O MUNDO DO TRABALHO.
Disponível em:
www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/a-sindrome-de-burnout-aspectos-relevantes-para-o-mundo-do-trabalho/27982
- Acesso
em: 13 out. 2018.
Bustin,
Y. Síndrome de Burnout. 2018. Disponível em
<https://yuribusin.com.br/sindrome-de-burnout>.
Acesso em: 13 out 2018.
Gil-Monte,
P. R., Peiró, J. M., & Valcárcel, P. (1998). A
model of burnout process development: An alternative from appraisal
models of stress. Comportamento
Organizacional e Gestão, 4(1), 165-179.
PREVENÇÃO
E TRATAMENTO DO BURNOUT. Portal educação; disponível em:
https://tecnoblog.net/247956/referencia-site-abnt-artigos/Acesso
em 08/10/2018.
FÓRUM
SÍNDROME DE BURNOUT. Mevam oficial; disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Nf-rzOBp2es&t=3173s
- Acesso
em 04/12/2018.
BURNOUT
EM MEDICOS, em:
https://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/burnout-em-medicos/
SINDROME
DE BURNOUT: ALGUMAS PROFISSÕES ESTÃONO GRUPO DE RISCO, disponível
em: https://www.altoastral.com.br/sindrome-burnout-profissoes-risco/
A
INFORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT,
em:
http://www.artigos.com/artigos-academicos/7369-a-informacao-como-estrategia-de-prevencao-da-sindrome-de-burnout
FATORES
DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL, em:
https://jus.com.br/artigos/35655/caracterizacao-da-sindrome-de-burnout-como-doenca-do-trabalho
AS
DIMENSÕES DA SÍNDROME DE BURNOUT NO TRABALHO DOS PASTORES DA IGREJA
DO BRASIL, em:
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnANPAD_GPR359.pdf
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS
Pr
Éder Santos –
Ministério Madureira, Professor da EBD na
Sede da ADTAG – Assembleia de Deus em Taguatinga, Teólogo pela
FTBB e Pós-Graduado em Hermenêutica.
Um comentário:
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