CONHECENDO E LIDANDO COM OS TRANSTORNOS ALIMENTARES
LIÇÃO 12 – 24 DE MARÇO DE 2019
TEXTO ÁUREO
“Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” 1 Co 6.20
VERDADE APLICADA
O cuidado exagerado
com a aparência pode nos afastar de Deus e nos levar à morte.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
·
Ensinar
o que é anorexia nervosa;
·
Mostrar
os sintomas da bulimia nervosa;
·
Explicar
como lidar com os transtornos alimentares.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
1 Co 3:16 - Não sabeis vós que sois o templo
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
1 Co 3:17 - Se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus,
que sois vós, é santo (ARC)
1 Co 10:31 - Portanto, quer comais, quer bebais
ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
1 Co 10:32 - Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.
1 Co 10:32 - Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.
1 Co 10:33 - Como
também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de
muitos, para que assim se possam salvar.
Apresentamos neste estudo sobre enfermidades da alma, dois
transtornos conhecidos como: Transtornos alimentares que resumidamente podem
ser definidos como sendo distúrbios originados de hábitos alimentares que
causam danos à saúde como a redução extrema ou consumo em excesso de alimentos.
Quando o indivíduo se priva de forma acentuada de se alimentar, o transtorno
recebe o nome de Anorexia. Quando o contrário acontece, isto é, o indivíduo
come compulsivamente, o transtorno recebe o nome de Bulimia. A valorização
cultural de um estereótipo de beleza “magro” é um dos fatores que
contribui para o aparecimento dos transtornos alimentares. Ambos os transtornos
são extremamente danosos a saúde física e mental do indivíduo e neste estudo
iremos identificar as diferenças de um e outro, bem como os sintomas, os
padrões de comportamentos e as formas de tratamento. Tais transtornos são muito
mais comuns do que imaginamos!
Não é raro depararmos com programas de TV, filmes e seriados
abordando temas pouco conhecidos, mas com forte apelo para o esclarecimento do
tema, levando o público a reflexão, a consciência da existência dos mesmos e
sua seriedade. Em 2017, Martin Noxon, diretor de cinema, produziu e dirigiu o
filme “O mínimo para viver”. A produção retrata uma jovem lidando com um
problema que afeta muitos outros no mundo: a anorexia. Sem perspectivas de se
livrar da doença e ter uma vida feliz e saudável, a moça passa os dias sem
esperança. Porém, quando ela encontra um médico que a desafia a enfrentar sua
condição e abraçar a vida, a esperança renasce e tudo pode mudar. A anorexia
nervosa é caracterizada por um medo irreal de ganhar peso. As pessoas que apresentam
o transtorno passam fome a ponto de prejudicar sua saúde. Embora a anorexia
signifique perda do apetite, as pessoas com anorexia nervosa podem não perder o
apetite. Os psiquiatras Evelyn Attia e B. Timothy Walsh assim definem: A
“anorexia nervosa é caracterizada por uma busca incessante pelo emagrecimento,
uma imagem distorcida do corpo, um medo extremo da obesidade e restrição do
consumo de alimentos, que resultam em peso corporal significativamente baixo”. O
indivíduo acometido por esta enfermidade pode conceber outros sérios prejuízos
tanto físicos como emocionais. Estudiosos afirmam que a anorexia nervosa é a
mais letal das doenças psiquiátricas, e os prejuízos causados por ela na
qualidade de vida equivalem aos da esquizofrenia. Portanto, levemos a
sério!
A Bíblia Sagrada instruí a um padrão de comportamento que
definimos como moderado. Tudo o que fazemos deve ser comedido (1Tm 2.7)! A
anorexia ainda não tem uma causa definida, mas normalmente surge durante a
adolescência, quando as cobranças com o novo formato do corpo aumentam. Ao
contrário da Bíblia, ela se caracteriza pela redução exagerada e o
desregramento no ato da alimentação. Os psiquiatras Evelyn Attia e B. Timothy
Walsh afirmam que fatores hereditários e sociais desempenham um papel
importante no desenvolvimento de anorexia nervosa. Pesa ainda que o desejo de
ser magro prevalece na sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco
atraente, insalubre e indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças
estão conscientes dessas atitudes e mais da metade de todas as mulheres
adolescentes segue uma dieta ou adota outras medidas para controlar o peso. No
entanto, apenas uma porcentagem muito reduzida dessas jovens desenvolve
anorexia nervosa. Outros fatores, como a suscetibilidade psicológica e a
composição genética, provavelmente predispõem certas pessoas a desenvolverem
anorexia nervosa. Em regiões com autêntica escassez de alimentos, a anorexia
nervosa é rara. Essa doença atinge principalmente mulheres, e pode estar
relacionada a fatores como: Pressão da família e de amigos para perder peso; Ansiedade;
Depressão. Indivíduos que tenham sofrido algum tipo de abuso ou que são muito
cobrados pela sociedade em relação ao corpo, como as modelos, têm maiores
chances de desenvolver a anorexia. O portador de anorexia sofre tanto no corpo
quanto na mente, pois mesmo magérrimo e já sofrendo as consequências da perda
excessiva de peso em seu próprio corpo, a sua mente lhe engana, informando que
precisa emagrecer mais. Quando colocamos o nosso foco na igreja, percebemos que
a cultura do corpo perfeito também está bastante patente aqui. O apóstolo Paulo
afirma: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade
para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de
vir” (1Tm 4.8). Alguns equivocadamente interpretam o que Paulo disse como
um total descaso com o corpo, quando na realidade trata-se de uma comparação.
Nas palavras de Phillips Brooks: “O grande propósito da vida é a formação
do caráter pela verdade”. O caráter e a conduta piedosos são muito mais
importantes do que troféus e recordes esportivos, apesar de ser possível ter
tanto uma coisa quanto outra. Paulo desafia Timóteo a se dedicar à piedade com
o mesmo afinco que um atleta se dedica a seu esporte. Vivemos e trabalhamos
para a eternidade. Apesar da Anorexia ser considerada uma preocupação
exacerbada com a aparência, precisamos entender que o nosso corpo não deve ser
desprezado, antes deve ser muito bem cuidado, pois o mesmo é veículo para o
exercício da obra de Deus na terra e tabernáculo do Espírito Santo na vida do
servo de Deus (At 9.11-12; 1Co 6.19). Precisamos ainda observar que o cristão
que não se alimenta da palavra de Deus pode contrair a anorexia espiritual, a
desnutrição do alma que mata por inanição do espírito.
Vimos que a Anorexia Nervosa se manifesta geralmente nas
mulheres. Mesmo magra, acredita estar gorda. Quem sofre desse transtorno passa
a ter uma obsessão por emagrecer e acaba se privando de determinados
alimentos. A pessoa deixa de se alimentar e passa a praticar exercícios
físicos em excesso. Assim, acaba emagrecendo muito e ficando abaixo do que
é estabelecido como normal nas taxas de IMC (Índice de Massa
Corporal). A CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) identifica como
pessoa com anorexia, aquela que apresenta um IMC igual ou inferior a 17,5 kg/m
2. As pessoas que apresentam anorexia nervosa normalmente negam que têm um
problema e tentam ocultar seus hábitos alimentares incomuns, em vez de
procurarem ajuda. Como muitas pessoas com anorexia são meticulosas, compulsivas
e inteligentes, com altos padrões de conquistas e de sucesso, elas são
normalmente capazes de ocultar o transtorno. Por isso, os membros da família e
amigos em geral desconhecem o transtorno, até que ele tenha se tornado grave. Como
a anorexia às vezes apresenta complicações sérias e de risco à vida, os membros
da família e os amigos de alguém que está frequentemente de regime ou
excessivamente preocupado com o peso precisam aprender a reconhecer esse
transtorno. As pessoas com anorexia nervosa geralmente fazem o seguinte:
Reclamam de serem gordas, embora sejam muito magras;
Negam que sejam magras;
Pensam em comida o tempo todo;
Calculam a quantidade que comem;
Acumulam, escondem ou descartam alimentos;
Preparam refeições elaboradas para outros;
Pulam refeições;
Fingem que comeram ou mentem sobre o quanto comeram;
Fazem exercícios compulsivamente;
Vestem-se com roupas folgadas ou com várias camadas;
Pesam-se várias vezes por dia;
Avaliam sua autoestima com base na sua magreza.
Precisamos de alguma forma, estar atentos a estes indícios de
anorexia entre aqueles nos são próximos. Um diálogo que possa esclarecer a sua
real condição e o conselho de que precisa de ajuda médica para o cuidado da
saúde são indispensáveis. É sabido que diversas pessoas são resistentes a
procurar ajuda médica. Estão padecendo de enfermidades que uma medicação,
tratamento ou terapia trariam enorme alívio, no entanto são teimosos e preferem
conviver com o mal que pode até leva-los a morte. Devemos insistir com os tais,
usar bons argumentos e principalmente sermos pacientes e pedir ajuda de Deus na
persuasão. Quanto mais se demora, mais se agrava e aumentam as dificuldades de
tratamento. No caso da anorexia, sem tratamento, cerca de 10% das pessoas com
anorexia grave morrem. Quando os sintomas são leves e passam despercebidos, a
pessoa raramente vem a óbito. Com tratamento, cerca de metade das pessoas
recupera a maior parte ou todo o peso perdido e os problemas hormonais e outros
problemas físicos resultantes do transtorno desaparecem. Aproximadamente um
quarto das pessoas apresenta alguma melhora e recupera um pouco de peso, mas
elas podem retornar periodicamente aos seus antigos hábitos alimentares
(recaída). O outro um quarto das pessoas têm recaídas frequentes e continuam a
apresentar problemas físicos e mentais devido ao transtorno. Crianças e
adolescentes tratados devido à anorexia nervosa, apresentam melhores resultados
do que adultos.
Que o Senhor nos dê sensibilidade para identificar tais casos e
compaixão para ajudar os que necessitam.
A anorexia nervosa pode ser leve e
transitória ou grave e persistente. Um primeiro indicador da
iminência do transtorno pode ser uma preocupação sutilmente crescente com
dietas e peso corporal. Essas preocupações parecem sem propósito porque a
maioria das pessoas com anorexia já são magras. A preocupação e a ansiedade
intensificam-se à medida que a pessoa se torna mais magra. Mesmo quando atinge
a magreza, a pessoa afirma sentir-se gorda, não se queixa de perda de peso e
tende a oferecer resistência ao tratamento. Elas continuam tentando perder
peso, mesmo quando amigos e familiares as tranquilizam dizendo que são magras
ou as avisam que estão ficando muito magras. As pessoas com anorexia nervosa
veem qualquer ganho de peso como uma falha inaceitável de autocontrole. Entre
30% e 50% das pessoas com anorexia nervosa comem compulsivamente e/ou purgam
por vômito ou tomam laxantes. A outra metade simplesmente restringe a
quantidade de comida que ingere. É frequente que elas mintam sobre a quantidade
de comida que comeram e ocultem vômitos e hábitos dietéticos peculiares.
Algumas pessoas também tomam diuréticas (medicamentos que aumentam a excreção
de mais água dos rins) para reduzir o inchaço aparente e como uma tentativa de
perder peso. Muitas mulheres com anorexia nervosa deixam de ter períodos
menstruais, às vezes antes de terem perdido muito peso. Tanto homens como
mulheres podem perder o interesse sexual. Perdas de peso rápidas ou acentuadas
causam problemas que podem ser fatais. Os problemas com o coração, líquidos e
eletrólitos (como sódio, potássio e cloro) são os mais perigosos: O coração
torna-se debilitado e bombeia menos sangue pelo corpo; O ritmo cardíaco
torna-se anormal; A pessoa pode sofrer desidratação e ter tendência a desmaiar;
O sangue pode se tornar alcalino (um quadro clínico chamado alcalose metabólica
– Alcalose); Os níveis de potássio no sangue podem ficar reduzidos. Vômito
ou a administração de laxantes e diuréticos podem agravar a situação. Pode
ocorrer morte súbita, provavelmente devido ao desenvolvimento de arritmias
cardíacas. Normalmente, as pessoas com anorexia nervosa apresentam frequência
cardíaca lenta, pressão arterial baixa, temperatura corporal baixa e podem
desenvolver cabelo fino e escasso ou excesso de pelo facial e corporal. Os
tecidos incham devido ao acúmulo de líquidos (edema). As pessoas normalmente se
queixam de inchaço, desconforto abdominal e constipação. Os vômitos auto
induzidos podem provocar erosão no esmalte dentário, aumentar as glândulas
salivares nas bochechas (glândulas parótidas) e fazer com que o esôfago fique
inflamado. A depressão é comum. Mesmo quando as pessoas emagrecem muito, elas
tendem a se manter ativas, muitas vezes exercitando-se excessivamente para
“controlar o seu peso”. Até essas pessoas alcançarem a emaciação
(emagrecimento), elas apresentam poucos sintomas de deficiências nutricionais. As
alterações hormonais provocadas pela anorexia nervosa incluem valores
pronunciadamente reduzidos de estrogênio (em
mulheres), testosterona (em homens) e de hormônio da tireoide e níveis
altos de cortisol. Se a pessoa ficar gravemente desnutrida, é provável que
isso afete os principais sistemas orgânicos do corpo. A densidade óssea pode
diminuir, aumentando o risco de osteoporose. O tratamento Medidas para garantir
que as pessoas consumam calorias e nutrientes suficientes;
Psicoterapia; Para adolescentes, terapia familiar; Avaliações
regulares. Todas as formas de tratamento envolvem a participação efetiva da
família que deve abraçar a causa e se empenhar no esforço de auxiliar a
recuperação do paciente através do apoio, da presença e da oração fervorosa a Deus.
A Dr. Nicole Geovana conceitua a Bulimia Nervosa como sendo
um transtorno alimentar em que a pessoa come compulsivamente grandes
quantidades de alimentos e depois toma medidas extremas para se livrar do
alimento que está em seu corpo para não engordar.
Na bulimia, o medo de ganhar peso leva a pessoa a
induzir vômitos, tomar laxantes e diuréticos, ficar
em jejum por longos períodos e ainda fazer exercícios físicos
intensos durante horas. Além disso, no período em ela come exageradamente,
sentimento de culpa, sair do controle, medo e vergonha são comumente presentes.
Com isso, o julgamento do corpo físico e a imagem corporal de si mesma são
afetados, fazendo com que a pessoa se sinta desconfortável quando está acima do
peso e se sinta bem quando está magra. Como afirma o pastor Israel Maia,
semelhantemente ao outro transtorno alimentar visto a pouco (Anorexia), os que
padecem da Bulimia também alimentam uma grande preocupação e cuidado com o
aspecto do seu corpo.
A nutricionista Sophie Deram acrescenta que a bulimia nervosa é
classificada pelo manual DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders) como o ato de comer, em episódios recorrentes, em
quantidades de comida muito maior do que a maioria das pessoas comeria num
período similar de tempo e com sensação controle. A diferença desta doença para
a compulsão alimentar é que o bulímico se pune por meio de
comportamentos compensatórios, com o objetivo de se livrar dos excessos. Com
isso, pode adotar hábitos como: Forçar o próprio vômito (em alguns casos,
várias vezes por dia); Usar laxantes, diuréticos ou inibidores de apetite; Fazer
atividade física em excesso; Se submeter a longos períodos de jejum ou dietas
super restritivas. Essa combinação de compulsão + compensação é o que
chamamos de “episódios bulímicos”. Por isso, a bulimia pode ser catalogada
em duas diferentes maneiras: Bulimia com expurgação: A pessoa regularmente auto
induz o seu vômito ou faz uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas
(lavagens) após comer compulsivamente; Bulimia sem expurgação: Utilização de
outros métodos para se manter livre das calorias e evitar o ganho de peso, como
a prática do jejum, dieta rigorosa ou exercício excessivo. Para qualquer
indivíduo e falando diretamente aos cristãos, é importante mantermos a nossa
saúde espiritual bem conservada, pois conforme afirma o pastor Israel Maia, o
apóstolo João ao se dirigir ao presbítero Gaio, muito provavelmente, o
responsável por uma igreja ou várias delas na Ásia Menor disse: A sensibilidade
do apóstolo do amor (João) se notabiliza no fato de ele almejar que Gaio não
somente tivesse saúde no aspecto físico, mas que a sua própria alma também
estivesse saudável. Champlin complementa que o “ancião” (João) não se
contentava apenas em expressar cuidados físicos, como faziam os pagãos.
Mantinha em foco a alma, que é muito mais importante que o corpo, bem como a
saúde da alma, que é muito mais importante que a rigidez do corpo. Assim, pois,
ele rejeitava o materialismo pagão. Quando demonstramos interesse no que tange
a saúde dos nossos irmãos, que ele seja pleno, que ele alcance os propósitos
divinos, que nos importemos pelo ser humano como
um todo!
Foi observado em vários estudos que quase todo transtorno
alimentar começa com uma dieta restritiva, que por certo (como já vimos
anteriormente) é causado pela pressão social para entrar no padrão de beleza
(magro) que está adoecendo as pessoas e aumentando os índices de transtornos
alimentares. O indivíduo, consumido por essa ditadura da beleza passa a ser
assombrado pelo fantasma da possibilidade de engordar e assim sofre de bulimia;
a preocupação com a imagem corporal e a busca pela perfeição acabam virando uma
inesgotável fonte de estresse. A sensação de insegurança e baixa autoestima
fazem com que a pessoa se sinta cada vez mais fraca e impotente. Segundo a
nutricionista Sophie Deram, um dos critérios para o diagnóstico da bulimia é a
frequência dos episódios bulímicos – se apareceram pelo menos uma vez por
semana nos últimos três meses, é sinal de alerta. Mas vale ressaltar que só um
médico psiquiatra ou um profissional especializado pode fazer essa avaliação,
então, se nos identificamos ou conhecemos alguém que apresente um ou mais dos
sintomas listados neste estudo, não hesite em procurar ajuda ou conduzir o
conhecido para um especialista. A nossa saúde é um bem de grande valor e até o
inimigo de nossas almas sabe disso. Nem sempre é fácil descobrir que alguém
está enfrentando essa batalha, porque os episódios bulímicos acontecem quando
ninguém está vendo. Além disso, ao contrário da anorexia nervosa, a pessoa
pode manter o peso normal ou até apresentar sobrepeso. Muitos têm vergonha de
falar sobre o assunto ou de procurar ajuda. Então, se você desconfia que um
filho, um familiar ou um amigo próximo está indo por esse caminho, esteja
atento. Ajude-o a lembrar que comer de forma saudável não tem a ver só com
nutrientes, mas também com a habilidade de comer de tudo (1Co 10.25), com
moderação, e encarando o ato de comer não como um sofrimento, mas como um
momento de alegria para dividir com as pessoas que mais amamos. O convívio com
a comunidade cristã sempre contribuirá para o melhor desenvolvimento de uma
vida mais saudável em todas as suas perspectivas!
Os estudiosos do transtorno alimentar (Bulimia), classifica os
sintomas como mais visíveis e menos visíveis. Conheçamos: Sinais mais visíveis Não
se alimentar na frente de outras pessoas; Mesmo estando com o peso ideal, a
pessoa age como se estivesse sob dieta, controlando todas as calorias que
ingere e revelando o seu medo excessivo de engordar; Faz exercícios
compulsivamente e se mostra culpada quando não o faz; Dissimula a aparência,
usando roupas mais folgadas; Afasta-se das pessoas, podendo se tornar
desconfiada e agressiva; Apresenta sintomas de desnutrição, tais como:
tontura, desmaio, fadiga, sono ou insônia e inchaço no corpo;
Emagrecimento súbito. Sinais menos visíveis Vômitos após as
refeições: a pessoa pode ir ao banheiro logo após se alimentar e permanece por
lá por muito tempo; Uso de laxantes e diuréticos: alguns sinais podem ser
apresentados por conta dessa prática, como queixas de cólicas abdominais,
inflamações anais ou descontrole intestinal. No entanto, a gravidade de cada
caso deve ser ofício de um profissional da saúde que fundamentará a sua
avaliação na observação da quantidade e periodicidade dos episódios
compensatórios. Alguns profissionais da saúde afirmam que para o diagnóstico da
bulimia, o primeiro médico a ser consultado é o clínico geral. Uma vez na
consulta, ele poderá perguntar algumas coisas para ajudar no diagnóstico
preciso, como: Há quanto tempo há essa preocupação com o peso? Você faz prática
de exercícios físicos? Você come quantas vezes por dia? Que meios são
utilizados para a perda de peso? Feito as perguntas, o especialista
poderá, ainda, realizar alguns exames físicos no paciente, que podem mostrar os
seguintes sinais: Vasos sanguíneos quebrados nos olhos; Boca seca; Bolsas
oculares que se assemelham ao “olhar para as bochechas”; Erupções cutâneas
e espinhas (acne); Pequenos cortes e calos nos dedos, por conta da
autoindução do vômito. Se o médico ainda não tiver certeza do quadro clínico do
paciente, ele poderá solicitar exames de sangue, urina e fezes a fim de
descobrir se há sinais de desequilíbrio eletrolítico ou de desidratação. Como
já mencionado, muitas vezes quem sofre de bulimia não quer mostrar aos outros
esse problema. Porém, para que a doença seja tratada e, posteriormente, curada,
é preciso que o próprio paciente admita para si mesmo que é doente e que
precisa de ajuda. Após isso, tratamentos nutricionais e psicológicos são feitos
em conjunto a fim de fazer com que o conjunto de fatores que desencadeou a
doença seja revertido.
Embora alguns diagnósticos psiquiátricos sejam conhecidos do
público geral, existem muitos enganos e preconceitos quando se fala de saúde
mental. Mais ainda, quando falamos dos transtornos alimentares, eles são
normalmente associados à moda e à vaidade, mas suas origens são muito mais
complexas. Os transtornos alimentares são doenças que provocam alterações no
comportamento alimentar, dificuldades em lidar com o próprio corpo e graves
complicações clínicas. Vimos que no caso da Anorexia, ela se caracterizada pelo
medo intenso de engordar e uma preocupação excessiva com o próprio peso. Na
anorexia existe uma distorção da imagem corporal, que faz com que a pessoa se
olhe no espelho e se ache com excesso de peso, mesmo estando magra. Já a
Bulimia ocorre ingestão de grande quantidade de alimentos, seguido do uso de
alternativas para evitar o ganho de peso. Este tópico se propõe a saber lidar
com ambos os transtornos.
Assim como outra qualquer enfermidade, seja do corpo ou da alma,
a ciência tem procurado se debruçar sobre a questão, estudando, experimentando
e buscando meios de compreendê-la e assim, oferecer melhor tratamento para cada
caso. Mais de um fator pode causar transtornos alimentares em alguém: fatores
genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais e culturais. Abaixo,
cito os fatores que podem desencadear mais facilmente o distúrbio em alguém:
Sexo feminino: Adolescentes e jovens adultas são mais
propensas a sofrem transtornos alimentares – o que não exclui os homens de
também desenvolverem a doença;
Genética: Não é algo que seja comprovado, mas supõe-se que
pessoas com parentes de primeiro grau com algum tipo de transtorno alimentar
pode ser mais propenso a desenvolvê-lo também;
Problemas psicológicos e emocionais: Pessoas com transtornos
psicológicos ou baixa autoestima podem desenvolver mais facilmente o transtorno
alimentar. Gatilhos como estresse, dieta restritiva, tédio ou autoimagem
pobre do corpo fazem com que a pessoa busque maneiras de se sentir melhor com a
sua própria imagem e/ou vida;
Mídia e pressão social: Revistas de programas televisivos ou de
moda apresentam um padrão de beleza universal que fazem com que muitas pessoas
(em sua maioria meninas) associem a magreza com sucesso e popularidade;
Esportes, trabalho ou pressões artísticas: Atletas e
profissionais do meio artístico em geral, como atores e dançarinos, possuem
maior risco de desenvolverem transtornos alimentares. Treinadores ou pais
podem, involuntariamente, incentivar essas pessoas a perderem peso e manter, e
assim desenvolverem algum transtorno alimentar. O pastor Israel Maia cita o
texto de Paulo aos Gálatas para exemplificar como a igreja deve tratar e
receber os irmãos, mesmo estando enfermos.
Por amor a Cristo e a obra de Deus, o apóstolo dos gentios
enfrentou inúmeras situações de adversidades. Também lidou com o drama da
enfermidade. Ele, que foi instrumento de Deus para curar tantos enfermos em
muitos lugares, não alcançou para si mesmo a cura. Hernandes Dias Lopes afirma
que a doença de Paulo não foi um impedimento para o apóstolo nem uma barreira
para as igrejas da Galácia, mesmo sendo a enfermidade considerada tanto por
judeus e gentios um sinal do desagrado de Deus. Eles não se envergonharam de
Paulo por causa de sua enfermidade. Não o trataram com indiferença desdenhosa
nem com aversão repulsiva. Não o desprezaram por causa de sua aparência e
fragilidade. Afirmo que o exemplo dos irmãos da Galácia é digno de ser imitado
por cada um de nós. Receber, acolher e proporcionar bem-estar aos irmãos que
estão enfermos é identificar-se com Cristo e o seu amor (Mc 12.33).
A psicóloga Christina Marcondes Morgan e a psiquiatra Angélica
M. Claudino Azevedo em seu artigo na revista online Psychiatry on line Brasil,
volume 3, afirmam que os aspectos socioculturais dos transtornos alimentares
têm sido amplamente estudados e já foram objeto de inúmeros trabalhos médicos,
antropológicos, sociológicos e históricos. O interesse pelo tema decorre de
observações, encontradas já nas primeiras descrições contemporâneas destes
transtornos, de que a extrema valorização da magreza nas sociedades ocidentais
desenvolvidas estaria fortemente associada à ocorrência de anorexia nervosa e
bulimia nervosa. Esta compreensão veio a ser corroborada por vários estudos
epidemiológicos demonstrando um aumento na incidência destes transtornos (Hsu,
1996) concomitante à evolução do padrão de beleza feminino em direção a um
corpo cada vez mais magro (Garner & Garfinkel, 1980). Os dados revelam
também que anorexia nervosa e bulimia nervosa parecem ser mais prevalentes em
países ocidentais e são claramente mais frequentes entre as mulheres jovens,
especialmente aquelas pertencentes aos estratos sociais mais elevados destas
sociedades, o que fortalece sua conexão com fatores socioculturais (Hsu, 1996).
Estas informações levaram alguns pesquisadores transculturais a
conceberem os transtornos alimentares como “síndromes ligadas à cultura”,
ligadas às sociedades afluentes do ocidente. De acordo com esta concepção, a
pressão cultural para emagrecer é considerada um elemento fundamental da etiologia
dos transtornos alimentares, que interage com fatores biológicos, psicológicos
e familiares para gerar a preocupação excessiva com o corpo e o pavor doentio
de engordar, característicos da bulimia e anorexia nervosa. A influência dos
aspectos socioculturais é marcante. As profissões como de modelos e de
esportistas tendem a ditar o padrão do corpo ideal. Nutricionistas e outros
profissionais da área da saúde afirmam que os modelos que se apresentam em
capas de revistas relacionadas a moda e “saúde”, tem corpos falsificados por
editores de imagem; além de serem enganosos, são corpos que na verdade estão
doentes! Zero% ou 3% de gordura não é adequado para um corpo saudável, além de
lhes faltar outros nutrientes que são vitais para o bom funcionamento dos órgãos.
Há quem retire até algumas costelas para afinar a cintura e “melhorar” a
silhueta! O grande problema é que estes corpos chamados de perfeitos são
imitados pelos menos instruídos, levando-os a adquirem transtornos alimentares,
portanto, adoecendo tanto fisicamente como psicologicamente. Por óbvio, o nosso
corpo é importante e parte essencial de nós. Sem ele não existimos e com ele
doente somos limitados, no entanto, o corpo do cristão deve receber o
tratamento e cuidados adequados como de um atleta olímpico que se abstém e
cuida do mesmo com propósitos superiores. Para o atleta, o corpo é um meio de
se conquistar o prêmio desejado, para o cristão, o corpo é o meio de glorificar
a Deus e levar outros a Cristo!
Os objetivos típicos do tratamento incluem restaurar a nutrição
adequada, trazendo o peso para um nível saudável, reduzindo o exercício
excessivo e interrompendo a compulsão e comportamentos de evacuação por
laxantes e vômitos. A evidência também sugere que os medicamentos
antidepressivos podem ajudar na bulimia nervosa e também pode ser eficaz para o
tratamento de co-ocorrência da ansiedade ou depressão para outros distúrbios
alimentares. O pastor Israel Maia afirma que devido à complexidade dos
transtornos alimentares, uma junta médica composta por psiquiatra, endócrino,
nutricionista, psicanalista e psicólogo, é necessária.
Os planos de tratamento de transtorno alimentar geralmente são
adaptados às necessidades individuais e podem incluir um ou mais do seguinte:
Psicoterapia individual, grupal ou familiar;
Cuidados médicos e monitoramento;
Aconselhamento nutricional;
Medicamentos (por exemplo, antidepressivos).
Quando a perda de peso foi rápida ou grave (por exemplo, mais de
25% abaixo do peso corporal ideal), a recuperação rápida do peso corporal é
crucial. As pessoas com anorexia nervosa podem precisar ser hospitalizadas para
garantir que elas consumam calorias e nutrientes suficientes para tratar
problemas causados por desnutrição ou para garantir que eles comam o suficiente
se tiverem muito abaixo do peso. Embora a alimentação seja o melhor tratamento,
em raras ocasiões, as pessoas precisam ser alimentadas por tubo inserido via
nasal, que atravessa a garganta e atinge o estômago (tubo nasogástrico). Os
médicos também procuram por consequências da anorexia nervosa e qualquer
problema encontrado é tratado. Por exemplo, se houve perda de densidade óssea,
as pessoas recebem suplementos de cálcio e vitamina D. Durante a
hospitalização, providencia-se acompanhamento psiquiátrico e nutricional. A
hospitalização também ajuda as pessoas a se afastarem das suas circunstâncias
normais e a romperem seus hábitos alimentares e comportamentos disfuncionais.
Em consequência, elas podem reverter uma trajetória de queda. No entanto, a
maioria das pessoas não é internada. Psicoterapia que enfatiza o
estabelecimento de hábitos alimentares normais e alcance de peso normal é usada
com frequência. Essa terapia inclui psicoterapia individual e familiar, como
terapia cognitivo-comportamental. Normalmente, a terapia é mantida por um ano
completo depois que as pessoas recuperaram o peso perdido. Ela pode durar até
dois anos. A terapia familiar é útil para adolescentes. Essa terapia pode
melhorar as interações entre os membros da família, e ensinar os pais a ajudar
o adolescente afetado a recuperar o peso perdido. A terapia é particularmente
importante porque muitas pessoas com anorexia nervosa não querem ser tratadas
nem recuperar peso. O tratamento também envolve a consulta médica regular para
avaliação geral. Ele também pode envolver uma equipe de profissionais de saúde,
que inclui um nutricionista, que pode oferecer refeições específicas planejadas
ou informações sobre as calorias necessárias para que o peso volte ao nível
normal. Não há nenhum medicamento específico para tratar a anorexia nervosa.
Porém, novos medicamentos antipsicóticos, como a olanzapina, podem ajudar a
pessoa a ganhar peso e aliviar a ansiedade. A recuperação completa é possível e
o corpo de Cristo pode ter participação crucial, comungando e ajudando-o em sua
caminhada cristã através do exercício da oração e da meditação na Palavra de
Deus.
Por certo o amor é a nossa identidade e marca que nos distingue
de qualquer outro grupo religioso. O amor manifesto deve ser sofredor, benigno,
ponderado, humilde, decente, desinteressado, sereno, justo, verdadeiro,
sofredor, esperançoso e que sustenta o peso do outro (1Co 13.4-8). Tais
características não somente nos permitirá enxergar as necessidades do próximo,
mas principalmente estender a mão com a boa intenção de ajuda-lo.
Pb. Lindoval Santana
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