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O sacrifício pelo pecado - Comentários Adicionais (Pr. Altevi)

O SACRIFÍCIO PELO PECADO
(Lição 05 – 4 de Fevereiro de 2018)

TEXTO ÁUREO
E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu do santuário.” (Lv 4.6).

VERDADE APLICADA
O sacrifício que Jesus fez por nós, vertendo o Seu sangue na cruz, permite que Deus aja com misericórdia, perdoando os nossos pecados.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
MOSTRAR a responsabilidade do sacerdote e da congregação diante do Senhor;
ENSINAR que o líder tem responsabilidade diante do povo;
EVIDENCIAR que temos responsabilidade individual diante de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lv 4.3 – Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do pecado.
Lv 4.13 – Mas, se toda a congregação de Israel errar, e o negócio forem ocultos aos olhos da congregação, e se fizerem, contra alguns dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e forem culpados,
Lv 4.14 – E o pecado que cometerem for notório, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação.

INTRODUÇÃO
O propósito eterno de Deus exigiu que Ele canalizasse toda a humanidade para Jesus Cristo "Para em todas as cousas [Cristo] ter a primazia" (Colossenses 1:18). Por um lado, a lei foi designada para convencer o homem do pecado e mostrar-lhe a necessidade de eliminar o seu pecado, porém essa lei foi divinamente projetada para não conseguir providenciar tudo o que o homem realmente necessitava. A sabedoria de Deus sabia que isso faria o homem ansiar por um sistema melhor.

1. O PECADO DO SACERDOTE E DO POVO
No Dia da Expiação, dois bodes eram escolhidos: um para ser morto pelo Sumo Sacerdote e oferecido sobre o altar como oferta pelo pecado; o outro, para ser solto no deserto ("azazel", que significa "retirada") o bode expiatório. Esses dois atos apontavam para um período em que os pecados dos homens seriam realmente retirados pelo sangue do Filho de Deus que não tinha pecado (Efésios 1:7; 1 Pedro 1:19), quando ele tomasse sobre si os nossos pecados e morresse em nosso lugar (1 Pedro 2:24).

1.1. O pecado do sacerdote
O pecado do sumo sacerdote era o mais grave, porque era ele quem representava a nação inteira. O sacrifício pelo pecado incluía o ato de por uma parte do sangue da oferta diante do véu do santuário; a gordura era queimada no altar, mas o resto era queimado fora do arraial. Isto prefigurava a crucificação de Cristo fora da cidade de Jerusalém (Hb 13.12). A justiça de Deus requeria o castigo pelos pecados. Cristo levou esta culpa sobre Si na cruz. Agora Deus perdoa aqueles que, pela fé, aceitam o sacrifício que Cristo sofreu por eles (Is 53,6, 7; 1Pe 2.24; Rm 3.25, 26).

1.2. O pecado da congregação
Este pecado é aquele que toda nação comete. É o pecado coletivo. Essa transgressão leva toda a nação a ruína, a miséria, desgraça e pobreza. Quando uma nação se volta para Deus e confessa seus pecados, o Senhor estende suas mãos para abençoar. Leiamos o Salmo 144. Deus não habita onde existe pecado. Ele ama o pecador, mas é intolerante ao pecado. Imbuído de promover santidade para o povo, Deus estabelece uma série de maneira de livrar o povo do fruto do pecado (Rm 6.23) através de sacrifícios, essa série de maneiras encerra-se, de uma vez por todas, na cruz do calvário. (Hebreus 9).

1.3. O sacrifício apresentado era o mesmo
Este tipo de sacrifício era necessário para expiar pecados específicos. O grau da culpa e a qualidade da oferta variavam de acordo com a posição e a responsabilidade do pecador. O pecado do sumo sacerdote era o mais grave, porque era ele quem representava a nação inteira. O ritual que se requeria era igual, para o sacerdote e para o povo, no tocante ao touro (“novilho”) que se oferecia em ambos os casos, mas havia uma diferença quando se comparava o mesmo com o dos holocaustos, sendo que o sacrifício pelo pecado incluía o ato de pôr uma parte do sangue da oferta diante do véu do santuário; a gordura era queimada no altar, mas o resto era queimado fora do arraial. Isto prefigurava a crucificação de Cristo fora da cidade de Jerusalém (Hb 13.12). A justiça de Deus requeria o castigo pelos pecados. Cristo levou esta culpa sobre Si na cruz. Agora Deus perdoa aqueles que, pela fé, aceitam o sacrifício que Cristo sofreu por eles (Is 53.6, 7; 1 Pe 2.24; Rm 3.25, 26).

2. O PECADO DO PRÍNCIPE

2.1. O alcance do pecado do príncipe
Entende-se por “príncipe” o líder de uma tribo ou o líder de uma divisão da tribo. Incluem-se aqui tanto líderes civis quanto religiosos – príncipes, capitães, chefes, governadores. O príncipe não se equiparava ao sumo sacerdote no conhecimento da lei, por isso a oferta que se exigia dele era menor do que no caso do sumo sacerdote.

2.2. A oferta pelo pecado do príncipe
Quando um Príncipe pecava, o sangue era disposto diversamente. Assim está ordenado: “O sacerdote com o seu dedo tomará do sangue da expiação, e o porá sobre as pontas do altar do holocausto: então o resto do seu sangue derramará à base do altar do holocausto”. Vers. 25. Neste caso, o sangue não era levado para o interior do santuário e espargido perante o altar. Em cada um desses casos, a gordura era removida do cadáver e queimada sobre o altar do holocausto. Vers. 8-10, 19, 26, 31 e 35. O corpo do animal, entretanto, era diversamente tratado nos diferentes casos. Se o sacerdote ungido pecava, o “couro do novilho, e toda a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, e as suas entranhas, e o seu esterco, todo aquele novilho” “levará fora do arraial a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará com fogo sobre a lenha: onde se lança a cinza se queimará”. Vers. 11 e 12. O mesmo devia ser feito com o cadáver do novilho apresentado como oferta pelo pecado de toda a congregação. O corpo era levado para fora do acampamento, a um lugar limpo, e ali queimado com fogo sobre a lenha. V. 21.

2.3. Uma responsabilidade inferior à do sacerdote
Um pecado cometido pelo líder de uma tribo não era tão séria ameaça contra a santidade da nação como os dois casos anteriores (vs. 3-21). Isso se reflete no fato de que ele era obrigado a oferecer somente um bode (v. 23), cujo sangue era então aplicado, não dentro, mas do lado de fora da tenda, no altar dos holocaustos (v. 25).

3. O PECADO DE UMA PESSOA DO POVO
O procedimento para o pecado de uma pessoa do povo era o mesmo no caso de um príncipe, com exceção de que o homem comum devia trazer uma fêmea em vez de um macho. A fêmea era de algum modo inferior na escala de valor (menos caro) em relação ao macho e, portanto, era facilmente adquirida.

3.1. Uma cabra fêmea como oferta
Deus Permitiu à pessoa comum trazer por sua oferta uma cabra ou uma cordeira. Uma cordeira era sempre mais barato que um bode, por esta razão esperava-se que uma cordeira como oferta de um pobre. É significativo que Cristo repetidamente falou sobre o Cordeiro de Deus. Ele é o sacrifício do homem pobre. O ritual, em todos os aspectos, era o mesmo do bode. Deus instituiu uma escala de valores novilho-bode-cabra-cordeiro/cordeira. Uma provisão para uma escala graduada com relação ao valor das ofertas prescritas reflete tanto a justiça quanto a misericórdia de Deus. Em primeiro lugar, o valor do sacrifício apresentado se determinava pelo grau de responsabilidade do pecador e, em segundo, por sua disponibilidade de prover uma oferta.

3.2. Um ato pessoal
As ofertas e sacrifícios que eram praticados diariamente no Tabernáculo, era um ato pessoal e intransferível de cada um. O povo comparecia perante seus representantes – os sacerdotes, que eram os intermediários, os mediadores entre Deus e eles. Se o israelita levava a oferta, ao sacerdote cabia oferecê-la ao Senhor que a aceitava como "cheiro agradável" em sua presença. Esta era a tônica dos rituais ofertórios. Sobre estas ofertas e sacrifícios não podemos deixar de considerar que as Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e também um sacrifício para perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas das ofertas estavam relacionadas com o Altar de Holocausto. Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas a Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e frequentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade".

3.3. Uma provisão divina
Tudo isto foi uma provisão de Deus para se aproximar da humanidade a quem tanto ama, e mostrar o valor da obra futura em Jesus Cristo para nos salvar. Uma vez para sempre Jesus se entregou para ser o sacrifício pelo pecado. Como o sumo sacerdote deixou a sua roupa gloriosa e bela para usar a roupa humilde de linho, Jesus deixou a sua glória tão bela para se humilhar e se fazer carne para ser o sacrifício perfeito pelo pecado. A roupa de linho puro e branco mostra a vida de Cristo sem pecado. Como o sumo sacerdote fez o sacrifício sozinho, Jesus Cristo, o nosso Grande Sumo Sacerdote, fez o sacrifício pelo pecado sozinho. Porque foi só Ele que podia ter feito, nem ninguém podia ter ajudado nesta obra da salvação. Como o sumo sacerdote levantou o véu de forma gloriosa para entrar na presença de Deus e fazer expiação pelo pecado com o sangue do bode, Jesus deixou o seu corpo (na beleza da justiça da sua vida perfeita) ser levantado na cruz para morrer e derramar seu sangue para fazer expiação pelo pecado que Deus aceitou. Veja Hb. 9:1-14 e 10:10-14.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Revista do professor: Jovens e Adultos. LEVÍTICO, o ministério sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2018. Ano 28 n° 106. Lição 5 – O sacrifício pelo pecado.

Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.

Links:

COMENTARISTA ADICIONAL:

PR. ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA - Servo do Senhor Jesus Cristo, administrador de empresas públicas e privadas, Bacharel em Teologia pela FATAD, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.

2 comentários:

Ancelmo disse...

Quero parabenizar o Pastor ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA, pelos excelentes comentários, aqui, expostos, no entanto, gostaria de COMPLEMENTAR E ENRIQUECER ainda mais o seu estudo, fazendo pelo menos três ponderações, em relação ao assunto: A primeira, no intuito de produzir melhor compreensão em relação aos tipos de sacrifícios de caráter expiatório; a segunda com relação à seriedade com que Deus e nós tratamos a questão do pecado, e; a terceira, com relação às espécies de sacrifícios pelo pecado e a razão de sua diferenciação.

1. Em relação aos tipos de ofertas é importante compreender que elas, embora tenham a mesma natureza, se diferem não apenas na sua forma de oferecimento, mas, principalmente no aspecto de suas finalidades:

a) O holocausto ou sacrifícios da expiação (Lv 1; 6.8-13; 8.18-21; 16.24), estudada na lição dois, no qual vimos que sua principal finalidade era a expiação pela culpa do pecado e pelos pecados involuntários em geral. Este tipo de sacrifício expressava perdão, reconciliação e completa devoção e entrega a Deus, sendo que sua simbologia apontava para Cristo, nosso sacrifício perfeito, que se entrega voluntariamente (Jo 10.17-18; Mt 27.35-36; Ef 5.2; Hb 7.26; 9.14);

b) Sacrifícios pelo pecado (Lv 4.1 a 5.13; 6.4-30; 8.14-17; 16.3-22). Lição que ora estudamos, sua principal finalidade era a expiação de pecados cometidos involuntariamente por ignorância (engano, erros ou atos precitados contra a Lei do Senhor), de que o pecador não estava advertido ou tinha conhecimento na ocasião do cometimento, porém teve conhecimento depois. Expressava reconhecimento do pecado, perdão das falhas e purificação das transgressões. Sua simbologia aponta para Cristo que padeceu “fora da porta” por nossas transgressões (Hb 13.10-13);

c) Sacrifícios pela culpa ou dano causado (Lv 5.14 a 6.7; 7.1-6). Tema da próxima lição, sua principal finalidade era a expiação das transgressões involuntárias contra alguém e que requeiram restituição. Expressava perdão, restituição do dano causado e purificação das transgressões cometidas e sua simbologia aponta para Cristo, mediante o qual pagou a culpa de nossos pecados e transgressões (Rm 3.24-26; Gl 3.13; Hb 9.22).

Ancelmo disse...

2. Com relação à questão do pecado é importante saber que por trás de todo este sistema de sacrifícios, Deus, não desejava apenas instruir a congregação de Israel quanto à forma de se aproximarem D’ele, desejava também, ensinar e sensibilizar o povo quanto à seriedade e realidade que é o pecado. Estes tipos e espécies de sacrifícios expiatórios revelam o quanto Deus leva a sério a questão do pecado, não aceitando desculpas para falhas, erros ou transgressões, ainda que cometido involuntariamente ou por engano (Lv 1.1-7; 4.1 a 6.7). Essa premissa é tão verdade que, pecados cometidos voluntariamente ou deliberadamente eram severamente punidos com a pena de morte, extirpando o pecador do meio da congregação (Nm 15.30-31; Hb 10.28), e os praticados involuntariamente ou por engano (fraquezas ou atos precitados) não poderiam ser desprezados ou tratados com descaso, pelo contrário, deveria ser prontamente reconhecido e confessado (Lv 5.5) e corretamente tratado (Lv 5.6), não importando quem as tenha cometido (Lv 4.3). Todos os sacrifícios expiatórios prefiguram a morte de Cristo e indicam que Ele pagou o preço pelos nossos pecados. No entanto, o fato de estarmos no tempo da graça, não significa que o pecado deixou de ser real (Gn 4.7), a ponto de desconsiderá-lo ou tratá-lo com desprezo! Infelizmente, a atitude despreocupada de nossa cultura (principalmente dessa nossa geração), em relação ao pecado ignora seu custo e a necessidade de arrependimento. Cuidado! A justiça de Deus não aceita desculpas e nem disfarces para o pecado ou transgressões, por isso, no seu tempo, irá requerer a devida punição (Rm 6.23; Jr 18.4,20; Is 3.9; Gl 5.19-21; 6.7-8; 1 Co 6.10; Ap 21.8).

3. com relação às espécies de sacrifícios pelo pecado e a razão de sua diferenciação, o assunto da lição se baseia especificamente quanto às espécies dos sacrifícios pelo pecado: a) Sacrifícios pelo pecado do sacerdote (Lv 4.1-12); b) Sacrifícios pelo pecado de toda congregação (Lv 4.13-21); c) Sacrifícios pelo pecado do príncipe (Lv 4.22-26); d) Sacrifícios pelo pecado individual do povo em geral (Lv 4.27-35). A Bíblia diz que no sacrifício pelo pecado cometido sacerdote e pela congregação era exigido um bezerro, no do príncipe um bode, e nos sacrifícios cometidos pelo pecado do povo não existia essa obrigatoriedade. O oferecimento da oferta podia ser uma cabra, um cordeiro, duas rolas, dois pombinhos ou até mesmo de uma décima parte de efa de flor de farinha. Embora, haja essas pequenas particularidades, na forma de oferecer um e outro, não se trata aqui de sacrifícios diferentes, quanto à sua natureza, mas apenas na sua forma e ritual, pois é levada em consideração a função e/ou grau de responsabilidade de quem a cometeu. Esta diferenciação, porém, não significa que Deus faz acepções de pessoas, muito menos que ele leve em conta o “tamanho” do pecado cometido por alguém. Na Bíblia a consequência do pecado é a mesma para todos, não importando qual seja o pecado ou a pessoa quem as praticou (Rm 3.23-26). O que precisamos entender é que esta exigência de rituais diferentes se justifica em razão da influência e do dano moral e espiritual que a função ou responsabilidade que a pessoa exerce podia causar à comunidade judaica. O pecado de um sacerdote (aquele que está na função de sacerdote), por exemplo, é tido como de maior influência e dano moral e espiritual à comunidade do que a de um cidadão dentre o povo, daí o motivo de sua oferta ser diferenciada. Embora na Nova Aliança Jesus seja o sacrifício perfeito (Hb 7.26-27), e redime todas as nossas transgressões, parece que essa premissa ainda se reflete nos dias de hoje, pois, todos sabem que um pecado público cometido por um pastor ou líder espiritual, causa muito mais estrago à vida da Igreja e da comunidade do que o pecado cometido por algum crente comum (Lv 4.1-12; 4.22-26; 2 Co 6.13; Tg 3.1). Seria esta a razão pelos quais muitos pastores que pecaram, e mesmo sendo perdoado, não mais conseguem exercer o seu ministério frente as suas igrejas?

Um grande abraço e bons estudos!

Pr. Osmar Emídio de Sousa