A
OFERTA DE MANJARES
(Lição
03 – 21 de Janeiro de 2018)
TEXTO
ÁUREO
“Nenhuma
oferta de manjares, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento;
porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta
queimada ao Senhor.” (Lv 2.11).
VERDADE
APLICADA
Cristo
é o perfeito alimento que Deus enviou a este mundo e só Ele pode
satisfazer todas as necessidades do homem.
OBJETIVOS
DA LIÇÃO
►
IDENTIFICAR
os
ingredientes da oferta de manjares;
►
MOSTRAR
o valor de ofertar para Deus;
►
ENSINAR
que o sofrimento nos edifica.
TEXTOS
DE REFERÊNCIA
Lv
2.1 –
E
quando alguma pessoa oferecer oferta de manjares ao Senhor, a sua
oferta será de flor de farinha; nela, deitará azeite e porá o
incenso sobre ela.
Lv
2.2 –
E
a trará aos filhos de Arão, os sacerdotes, um dos quais tomará
dela um punhado da flor de farinha e do seu azeite com todo o seu
incenso; e o sacerdote queimará este memorial sobre o altar; oferta
queimada é, de cheiro suave ao Senhor.
Lv
2.3 – E
o que sobejar da oferta de manjares, será de Arão e de seus filhos;
coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao Senhor.
INTRODUÇÃO
A
oferta de manjares consistia no oferecimento de alimentos preparados
(oferta de cereais – Lv 2.4-11), bem como de amostras de produtos
tirados da terra (oferta das primícias Lv 2.12-14), cuja finalidade
principal era honrar e reconhecer que Deus era o sustentador da vida.
O ofertante ao apresentar sua oferta de manjares estava rendendo
ações de graça a Deus pela vida e pela provisão diária. Em
regra, sua tipologia representa simbolicamente Jesus e o seu
ministério terreno, bem como nossa consagração, dedicação e
dependência de Deus. Os primeiros a apresentarem este tipo de oferta
a Deus foram Caim e Abel (Gn 4.3-4). Em Levítico Deus apenas regula
a prática desse tipo de oferta e instrui sobre as formas de como se
deve oferecer (Lv 2.1-16; 23.15-22).
1.
Os ingredientes da oferta
O
capítulo 2 do Livro de Levítico menciona os vários ingredientes
para apresentação da oferta de cereais, quais sejam: flor de
farinha (Lv 2.1), azeite (Lv 2.1), incenso (Lv 2.1) e sal (Lv 2.13).
O mesmo capítulo também apresenta quatro formas diferentes de se
oferecer: a) o cereal propriamente
dito
(Lv 2.1-3) – este tipo de oferta é composto apenas da flor de
farinha com o azeite derramado sobre ele (ao que parece o incenso é
misturado só com a parte que se queimava sobre o altar); b) bolos ou
coscorões assados no forno (Lv 2.4) – este tipo de oferta deveria
ser preparado com flor de farinha misturado com azeite. Os coscorões
depois de pronto deveriam também serem untados com azeite; c) bolo
assado numa forma sobre uma chapa de ferro quente (Lv 2.5-6) – no
preparo a farinha era misturado com azeite e, quando assados,
partidos em pedaços, derramando-se ainda o azeite sobre eles; d)
bolos cozidos numa frigideira de barro (Lv 2.7) – também era
misturado com azeite antes de cozidos. Todas estas ofertas de cereais
representavam métodos comuns de se preparar bolos em Israel. Da
mesma forma que cada
um oferecia
aquilo que praticamente
comiam
diariamente
em suas casas. Assim,
estas
oferendas representam
de forma simbólica
a nossa
vida
cotidiana que
também deve ser consagrada e dedicada diariamente
a Deus (Rm
12.1; 1
Pe 1.16).
1.1.
Flor de Farinha
A
expressão “flor de farinha” significa que a farinha deveria ser
“bem fina e de primeira qualidade”. Nós vimos na lição passada
que nas ofertas de animais, estes deveriam serem apresentados limpos
e sem manchas, isto é, sem defeito algum. Deus não se agrada de
coisas imundas e/ou defeituosas. Semelhantemente na oferta de
alimentos, a flor de farinha, não se podia apresentar “qualquer
farinha”, mas uma farinha fina e pura. Na época ninguém era
obrigado a levar ofertas para o ritual de adoração, mas quem assim
se dispusesse, precisava levar algo “aceitável”. Na simbologia,
a farinha aqui representa o estado do coração. Representa o
testemunho de uma vida associada a Deus na plenitude de todas as suas
potencialidades espirituais. Ninguém é obrigado ou forçado a
servir a Deus, mas quem se disponha a servir, que seja dedicado e
fiel a Ele.
1.2.
Azeite
Na
ofertas de manjares, como em todo o Antigo Testamento, o azeite, é
símbolo do Espírito Santo e de unção (consagração). Da mesma
forma que na oferta de manjares o azeite é aplicado de um modo duplo
(durante a mistura da farinha e depois de pronto), também o Espírito
Santo na encarnação do Filho de Deus foi apresentado num duplo
aspecto: Primeiro na concepção de sua humanidade (Mt 1.18,23), e
depois na unção para o exercício de seu ministério (Mt 3.16; Lc
4.16-19). Em todo o Antigo testamento, a típica consagração pelo
óleo, era de uma vida posta ao serviço das coisas santas. Derramar
óleo sobre a cabeça de um homem, por exemplo, ou sob alguns
objetos, era o mesmo que indicar que estavam sendo separados para
determinados oficios ou para uso de certos serviços. Nós também
temos sidos consagrados ao serviço do Senhor não por atos externos,
que tiveram o seu uso temporário, mas por atos do coração (flor
farinha) em associação com o Espírito Santo (azeite) para realizar
o trabalho do Senhor aqui na terra.
1.3.
Incenso
O
incenso desempenhava muitos e importantes papéis nos cerimoniais.
Além apresentar a doce e suave fragrância na apresentação dos
sacrifícios e ofertas, também produzia grande volume de fumaça
durante a queima. Essa grande nuvem de fumaça que desprendia do
altar, por exemplo, envolvia o sacerdote oficiante de tal forma que
escondia-o da vista do ofertante. Na simbologia bíblica, essa fumaça
que envolvia o sacerdote e elevava-se até o céu representa a vida e
a oração do crente que “coberto” com a obra de Cristo chega em
cheiro suave diante de Deus. Por isso, uma das figuras do incenso é
também a oração (Sl 141.2). Nós, cristãos, não temos mais poder
porque não oramos como devemos ou convém. Quanto mais oração mais
poder!
2.
Trazendo a oferta aos sacerdotes
O
ritual de oferecimento e entrega das ofertas de cereais obedecia
basicamente à seguinte ordem: a) preparação da oferta (Lv
2.1,4-7); b) trazimento da oferta ao santuário (Lv 2.2,8); c)
separação da porção memorial (Lv 2.2,9,16); d) queima da porção
memorial sobre o altar pelo sacerdote (Lv 2.2, e) utilização da
porção que ficava com o ministério sacerdotal (Lv 2.3).
2.1.
Entregue aos filhos de Arão
Analisando
cuidadosamente o capítulo 2, percebe-se que há uma divisão clara
de responsabilidade entre o ofertante, que preparava e trazia a
oferta, e os sacerdotes (filhos de Arão), que recebia e queimava uma
parte dela sobre o altar, e utilizava a outra restante. A parte que
era queimada como dádiva a Deus representava o oferecimento da
oferta na sua totalidade, embora, uma parte dela fosse destinada ao
ministério sacerdotal. Foi do agrado de Deus reservar um grupo de
pessoas provenientes da Tribo de Levi para se ocupar das coisas
sagradas e recomendar aos outros que tomassem cuidado de os
sustentar. Em cada tribo de Israel havia comunidades de levitas
cuidando dos interesses sagrados. Esta gente não cultivava a terra,
mas comia. Eles comiam da parte das ofertas que lhes tocava, tanto
das ofertas de manjares como de outras ofertas. O Novo Testamento
manteve este princípio, que o que vive do Ministério como do
Ministério (1 Co 9.14).
2.2.
Parte da oferta era queimada
A
porção memorial de uma oferta de cereal era uma porção
representativa queimada no altar em substituição à quantia total.
O restante era um presente para os sacerdotes envolvidos no ritual.
Assim, a divisão da oferta em duas partes mostra que apenas uma
parte dela se queimava no altar. A parte da oferta queimada se
chamava porção memorial.
2.3.
Parte da oferta era dos sacerdotes
A
parte que não era queimada se dava aos sacerdotes (Lv 2.3). Esta
parte seria comido por eles, como uma espécie de paga pelos seus
serviços. Ao oferecer sua oferta de cereais, o israelita estava
cumprindo a sua responsabilidade para com a manutenção do
ministério sacerdotal, através do qual a nação permaneceria em
comunhão com Deus.
3.
Preparando a oferta
Nas
ofertas das primícias, mel e fermento poderiam ser utilizados(Lv
23.15-22). Já na preparação das ofertas de cereais havia duas
recomendações, imprescindíveis, que obrigatoriamente deveriam ser
observadas: Nenhum fermento e mel era permitido no preparo das
ofertas (Lv 2.11), nem se poderia apresentar qualquer oferta sem sal
(Lv 2.13). O motivo disso era que o cereal tinha de estar intacto e a
ação destes ingredientes estragaria isso. O que o ofertante deveria
apresentar devia ser puro, sem corrupção e transmutação. O
fermento tem a capacidade de contaminar e apodrecer, enquanto que o
sal de purificar e conservar.
3.1.
Uma oferta sem fermento
Em
nenhuma das ofertas de cereais preparadas para o Senhor era permitido
o fermento, pois tanto no Velho como no Novo Testamento ele é
apresentado como símbolo de corrupção, estando diretamente ligado
às atitudes humanas (1 Co 5.8). Como as ofertas de cereais são
figuras do Senhor Jesus e de tudo que está relacionado a Ele, e
Nele, nunca esteve presente o mal, essa recomendação se justifica,
já que a levedura era tida como uma “influência” danosa, ainda
que fosse necessário para fins de assadura. Nossa vida também é
comparada a uma oferta contínua a Deus. Isto significa que a
corrupção (fermento) e o mundanismo (Mel) não devem e nem podem
entrar em nossas “ofertas” (Lv 2.11; Mt 13.33; 1 Co 5.7-8). O
próprio Jesus adverte: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus”
(Lc 12.1).
3.2.
Uma oferta cozida no forno ou na caçoula
A
oferta de cereais poderia ser “cozida” de três maneiras: a)
assada no forno, b) cozida na caçoula (caçarola), c) frita numa
sertã (frigideira). Tendo em vista que os processos de cozimento
sugerem a ideia de sofrimento, alguns estudiosos apontam para os
sofrimentos que Jesus enfrentou em seu ministério terreno. Vale
ressaltar, aqui, que não se trata dos sofrimentos na sua morte pelo
pecado, mas daqueles sofrimentos por manter suas atitudes firmes
diante das oposições do Diabo e dos homens a favor de Deus.
Semelhantemente, nossas “ofertas” se tornam muito mais agradáveis
a Deus quando estamos dispostos a sofrer por amor a Ele e à sua
Obra. Oferecer “algo” a Deus que não nos “custe nada”, podem
ser aos seus olhos sem nenhum valor.
3.3.
Oferta com sal
Todas
as ofertas de cereais deveriam ser oferecidas com sal. Assim como o
fermento simbolizava o que era inaceitável a Deus, assim o sal
simbolizava o que lhe tornava as ofertas aceitáveis. Isso lança luz
sobre a descrição, feita por Jesus, de seus discípulos como o “sal
da terra” (Mt 5.3). Como o sal tornava as ofertas agradáveis a
Deus, assim os crentes no mundo devem torná-lo aceitáveis da Deus.
CONCLUSÃO
Todas
as ofertas tinham uma aplicabilidade no presente e uma objetividade
para o futuro. Todas as ofertas aqui apresentadas apontam para a vida
terrena de Cristo e nossa também. Segundo o escritor aos Hebreus
todas as particularidades do ritual mosaico são sombras do
verdadeiro sacrifício e ofertas oferecidos na consumação dos
tempos. Assim, também cremos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
REVISTA
BETEL DOMINICAL: Jovens e Adultos. Levítico – O ministério
sacerdotal levítico e sua relevância para a Igreja. Rio de Janeiro:
Editora Betel – 1º Trimestre de 2018. Ano 28 n° 106. Lição 03 –
A oferta de majares.
MESQUITA,
Antônio Neves de. Estudo no Livro de Levítico. 3º Edição. Rio de
Janeiro. JUERP, 1980.
COMENTÁRIO
BÍBLICO BROADMAN, Tradução de Arthur Anthony Boorne - Volume 2 –
Levítico a Rute. Rio de Janeiro. JUERP, 1986.
BÍBLIA
DE ESTUDO MATTHEW HENRY.
Português.
Tradução Elen Canto, Eliane Mariano e outros. Editora Central
Gospel Ltda. 1ª Edição. Rio de Janeiro – RJ. 2014.
BÍBLIA
DE ESTUDO NVI - Português. Tradução de Nota: Chown, Gordon.
Editora Vida.
COMENTÁRIOS
ADICIONAIS:
Pr.
Osmar Emídio de Sousa
Um comentário:
ALELUIA! Edificante esse estudo. O SENHOR TE ABENÇOE, Pastor Osmar !
Postar um comentário