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LIÇÃO 10 - A RELEVÂNCIA DA IGREJA NA SOCIEDADE E SUA IMPORTANTE FUNÇÃO SOCIAL

8 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus.” Romanos 13.1

VERDADE APLICADA

A Igreja, como uma instituição divina que é, deve ser luz e sal em todas as dimensões da vida na face da terra, sendo diferente e fazendo a diferença para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar sobre nosso papel diante das autoridades;

Conscientizar sobre nosso posicionamento diante da sociedade;

Falar sobre o envolvimento em obras assistenciais.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISAÍAS 58

6. Porventura não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo?

7. Porventura não é também que repartes o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas da tua carne?

8. Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.

 COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

A presente lição busca contribuir na conscientização do povo de Deus sobre sua responsabilidade em todas as dimensões da vida debaixo do sol. Para tanto, se requer consciência quanto às diversas esferas da vida em sociedade e ações coerentes com a fé que professamos, pautadas nos princípios da Palavra de Deus e na capacitação e direção do Espírito Santo, para a glória de Deus.

Comentário Adicional:

A igreja, desde sua fundação, é social, e está inserida e envolvida com a sociedade de forma a trabalhar e se envolver. Ao retornarmos à fundação da Igreja, olhando para o Livro de Atos, podemos perceber que a Igreja Primitiva, formada por judeus, gregos, romanos, realizava sua ação social junto as pessoas. “No seu conceito de ação na sociedade, [...] a vida em comum naquela igreja era tão valorizada que se destacou pela assistência oferecida as pessoas1.

A Igreja é a expressão do Reino de Deus, construtora da realidade futura, para ela é dada a tarefa de esforçar-se e trazer o futuro para o presente, essa promessa futura gera a missão, a missão é a esperança da fé em ação. Em Tiago capítulo 1 verso 27 está escrito: “Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo”. Assim, verificamos que a Igreja tem que influenciar a sociedade e tem seu papel de representante do Reino celeste.

Fonte1: GIANASTACIO, Vanderlei. Responsabilidade social, serviço e cidadania: à luz da Igreja primitiva. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2012. p. 40.

Fonte2: BÍBLIA, Novo Testamento, Tiago 1:27. Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Atualizada, 2019

1- O PAPEL SOCIAL DO CRISTÃO E SUA PARTICIPAÇÃO PERPASSA TODA HISTÓRIA BÍBLICA

A presença de homens e mulheres de Deus no contexto de participações sociais tem seu início nos primórdios da humanidade e se dá de múltiplas formas, sendo a carreira na decisão em prol da sociedade civil, com grande expressividade.

1.1. Deus é o Senhor também da ordem social.

Aristóteles afirma que o homem é um ser político. O homem pode ser apartidário, mas nunca apolítico. Deus nos fez seres gregários e se relaciona diretamente conosco espiritualmente e de várias maneiras [Mt 6.33]. O Senhor tem um propósito para todas as pessoas, isso vai direcionar a nossa jornada da vida [Is 64.4]. Toda autoridade procede de Deus [Rm 13.1], pois é Ele quem estabelece os reis e os remove [Dn 2.21]. Deus tem o controle de todo o universo e o governa de acordo com Sua vontade soberana e diretiva.

Comentário Adicional:

Aqueles que estão em posições de autoridade no final terão que prestar contas a Deus. A Bíblia diz em Deuteronômio 17:18-19: “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir.”

Aqueles que estão em posições de autoridade têm a responsabilidade de escolher bons líderes. A Bíblia diz em Deuteronômio 16:18-19: “Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com justiça. Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos.”

Devemos obedecer às autoridades do governo que Deus colocou em posições de poder. A Bíblia diz em Romanos 13:1-4: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal.”

Os crentes devem cooperar com as autoridades sempre que seja possível. A Bíblia diz em Tito 3:1: “Adverte-lhes que estejam sujeitos aos governadores e autoridades, que sejam obedientes, e estejam preparados para toda boa obra.”

É possível acontecer de a obediência a Deus implicar em desobediência aos poderes terrestres. A Bíblia diz em Atos 5:29: “Importa antes obedecer a Deus que aos homens.” Ressaltamos, entretanto, que a base da lei de Deus é o amor, e o amor altruísta não faz mal a ninguém.

Jesus deu-nos um exemplo de ser bom cidadão ao pagar impostos. A Bíblia diz em Mateus 17:27: “Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.”

Os Cristãos devem pagar impostos de boa vontade. A Bíblia diz em Romanos 13:5-7: “Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo. Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”.

1.2. Autoridades que ocuparam posições civis elevadas na Bíblia.

Dentre os personagens que Deus chamou e que ocuparam funções civis elevadas, podemos citar quatro: José, governador do Egito [Gn 41.37-57]; Davi, o maior rei conquistador de Israel [2Sm 2.4; 8.1-14]; Ester, a rainha da Pérsia [Et 2.12-20]; e Daniel, o jovem governador da Babilônia [Dn 2.46-49]. Esses quatro personagens fizeram a diferença no exercício da autoridade civil na vida das pessoas de seu tempo porque estavam à disposição do Senhor no cumprimento de sua missão.

Comentário Adicional:

Hoje, ouvimos muitos comentários sobre posições de liderança. Algumas destas posições são legítimas. Por exemplo, Deus ordenou que homens governassem suas famílias, presbíteros guiassem igrejas, pais criassem filhos e autoridades regessem nações. Muitos, porém, almejam posições de liderança por motivos egoístas e ambiciosos, tornando-se líderes que prejudicam as pessoas por eles dominadas.

Na leitura de Números 16, fico impressionado com as posições de liderança apresentadas. Neste caso, os líderes legítimos, Moisés e Arão, foram criticados injustamente pelos israelitas, começando com parentes da tribo de Levi, que os acusaram de ter se exaltado sobre a congregação (16:3). Esta seria uma crítica válida sobre alguns líderes que exercem autoridade sobre igrejas sem ter as qualificações que Deus exige, no entanto, isso não foi o caso de Moisés e Arão.

Agora, vamos observar as “posições” destes líderes:

Posição 1: Prostrados sobre seus rostos. Três vezes nesta história, Moisés e/ou Arão se prostraram diante do Senhor (16:4,22,45). Nos momentos críticos, a primeira reação de Moisés foi humildemente suplicar a Deus. Bons líderes precisam ser humildes, e precisam se dedicar à oração.

Posição 2: Esperando diante de Deus. Eles se puseram perante o tabernáculo, junto com os outros envolvidos, para ouvir a determinação de Deus sobre o assunto (16:18). Bons líderes precisam ouvir o que Deus diz e aceitar suas determinações.

Posição 3: Em pé intercedendo para proteger o povo. Arão correu e se colocou em pé entre os vivos e a morte que vinha por causa do pecado do povo (16:46-48). Esta parte da história mostra uma qualidade ausente em muitos que se consideram líderes hoje. Ao invés de brigar para se defender dos ataques feitos contra eles, Moisés e Arão se arriscaram para salvar as pessoas que os atacavam. Não foram motivados por ambição e egoísmo e, assim, eram bons líderes do povo de Deus.

Podemos aprender muito do exemplo destes servos fiéis. A liderança que agrada a Deus, nas diversas esferas de relações humanas, é sempre um serviço cumprido com humildade e com o amor que procura o bem das pessoas guiadas. Pessoas ambiciosas que querem destaque e honra não fazem parte dos planos de Deus. Jesus avisou sobre o perigo de pessoas que procuram sua própria exaltação, esquecendo que toda a honra e toda a glória pertencem ao Senhor (Mateus 23:6-12).

Hoje, precisamos de menos pessoas almejando cargos de destaque e de mais pessoas ocupando “posições” de serviço como fizeram Moisés e Arão.

1.3 O Estado e a Bíblia.

O Antigo Testamento traz a lume a ideia de Estado com a instituição da monarquia no Antigo Israel – séculos XI a VI a.C. Conforme a narrativa bíblica, o juiz Samuel recebeu dos anciãos do povo o pedido de que desse um rei para Israel, assim como as demais nações [1Sm 8]. O Novo Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus [Rm 13.1]. Assim, os que resistem ao Estado afrontam a Deus [Rm 13.2]. Nesse contexto, o Estado é servo do Altíssimo para aplicar a justiça [Rm 13.4], logo, ele não é problema para os que fazem o bem, mas para os que praticam o mal [Rm 13.4; 1Pe 2.14]. Assim, é lícito pagar tributos e impostos ao Estado [Rm 13.6-7], bem como temos a recomendação de orar pelas autoridades públicas [1Tm 2.1-2]. A Igreja está sujeita a autoridade do Estado, desde que não haja interferência em nossa fé e em nosso culto a Deus [At 5.29].

Comentário Adicional:

As tarefas da igreja e do Estado são de dois tipos e são distintas, não podendo ser confundidas. Deus instituiu o governo civil para nosso benefício a fim de refrear o mal e promover o bem (Rm 13.1-7; 1Pe 2.13-17), e deve haver distinção entre aquilo que é governado pela igreja e aquilo que está sob a autoridade do governo civil (Mt 22.21). A existência do Estado deve ser reconhecida como um dom e uma ordem de Deus. Portanto, os que assumem cargos públicos devem reconhecer que sua autoridade é delegada. O governo estabelecido por Deus é mediado pelo povo, que elege seus governantes. Estes são eleitos para servir ao povo, ao mesmo tempo em que cumprem suas tarefas com senso de dever, pois sabem que darão contas de seus atos perante uma autoridade maior.

Os cristãos defendem os fatores que definem uma república, que são aqui esboçados e que podem ser deduzidos ou inferidos da Escritura:

• Ênfase nas funções primordiais do Estado, em que os governantes têm a obrigação de zelar pela segurança do povo, afinal, para isso pagamos impostos (Rm 13.1-7);

• Limitação da extensão e do poder do Estado, pois, a partir das Escrituras, entende-se que o governo não tem autoridade para estabelecer impostos exorbitantes, redistribuir propriedades ou renda ou confiscar depósitos bancários;

• Separação e cruzamento fiscalizador (freios e contrapesos) entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, para que nenhum poder possua poderes absolutos, e para que sempre haja entre os poderes separação, independência e harmonia;

• Lembrar que o papel do Estado não é igualar a todos, mas dar oportunidade de ascensão social a todos, investindo e promovendo educação e serviços médicos de qualidade;

• Apoio a associações e organizações que promovam a justiça em todos os aspectos da vida, especialmente aos marginalizados e oprimidos (Jr 22.3; Tg 1.27; 2.1-10; 5.1-8).

• Promoção de uma ética protestante do trabalho, que “é um conjunto de virtudes econômicas [fundamentadas na Escritura]: honestidade, pontualidade, diligência, obediência ao quarto mandamento — ‘seis dias trabalharás’, obediência ao oitavo mandamento — ‘não furtarás’, e obediência ao décimo mandamento — ‘não cobiçarás’”, reconhecendo que a ênfase no “trabalho produtivo origina-se da Bíblia e da Reforma”;

• Direito à propriedade privada como direito fundamental (Êx 20.15,17; 1Rs 21.1-29);

• Alternância do poder civil, que impede que um partido ou autoridade se perpetue no poder, assim como a defesa do pluralismo político e partidário;

• Centralidade do contrato social, que é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade sobre todos de um conjunto de regras; a constituição, que limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias fundamentais;

• Garantia das liberdades individuais, por meio do estabelecimento de normas gerais de conduta, que redundem em liberdade de expressão, associação e de imprensa;

• Voto distrital para o poder legislativo, em que o país ou o estado é dividido em distritos eleitorais com aproximadamente a mesma população; cada distrito elege um deputado e, assim, completam-se as vagas no congresso e nas câmaras estaduais.

Esses são o conjunto de princípios que a tradição tem afirmado ao tratar da relação dos fiéis e da comunidade cristã com o Estado. Que, à luz desse ensino, os cristãos orem e intercedam pelos governantes, “para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade” (1Tm 2.1-3).

O Estado não é a solução última (ou penúltima) para a sociedade, pois o melhor que o Estado pode fazer é refrear a injustiça causada pelo pecado. A salvação somente é encontrada em Deus e em Jesus Cristo. Portanto, o papel da igreja é proclamar essa salvação como a única solução final para a sociedade: “Porque o SENHOR é o nosso juiz, o SENHOR é o nosso legislador, o SENHOR é o nosso Rei; ele nos salvará” (Is 33.22).

2- PRINCÍPIOS DIVINOS E A SUA APLICAÇÃO NA SOCIEDADE CIVIL

Por orientação de nosso Senhor Jesus Cristo, não podemos dar de ombros para a realidade de participação na sociedade civil, pois somos chamados para ser sal e luz; por isso, devemos ter critérios rigorosos para aqueles que vão nos representar.

2.1. Como Cidadãos deste mundo e exemplos para a sociedade, é necessário escolher bem os representantes do povo.

Num cenário em que a maioria dos eleitores declara que a religião é muito importante em sua vida, metade desses acredita que, na hora de fazer leis, os representantes devem levar em conta o que dizem as tradições religiosas. A participação social é algo extremamente necessário na Igreja e deve ser fundamentada em princípios bíblicos. Isso significa que o cristão deve analisar as propostas e as ideologias sob a ética cristã, escolhendo pessoas que se norteiam por nossos princípios e os bons costumes [Is 5.20; Êx 18.21].

Comentário Adicional:

Vivemos em um país democrático, cuja Constituição Federal define que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” (Brasil, 1988, artigo 1º, parágrafo único). Embora tenhamos o poder político para decidir quem nos governará, nós, Cristãos, muitas vezes, não damos a necessária atenção e/ou não atribuímos a devida importância a nossa participação consciente e ativa nas eleições. Uma das razões para essa apatia e/ou descaso em relação à política e ao nosso papel de cidadãos está relacionada com nossa visão acerca da política. Há ainda um discurso recorrente na igreja Cristã que prega a incompatibilidade da fé com a política e, por conseguinte, o não envolvimento do Cristão com a política em qualquer de suas dimensões.

Biblicamente, porém, o Cristão é chamado para ensinar e discipular as Nações, o que inclui uma atuação ativa em todas as esferas da vida, seja ela pessoal, familiar e eclesiástica, seja ela econômica ou política. No que se refere à esfera política especificamente, as Escrituras não só incentivam a participação na escolha de representantes, como também o envolvimento direto na política.

Se, por um lado, o envolvimento e a atuação do Cristão verdadeiro na política trazem alegria, paz e prosperidade para a Nação, por outro, o governo ímpio produz sofrimento e injustiça (II Sm 23. 1-4; Sl 33. 12; Pv 29.2). A nação de Israel viveu, por muitos séculos, sob governos tirânicos e opressores. Em Êxodo 3.9-10, Juízes 14.4, II Reis 25.1-21, entre outras passagens, as Escrituras relatam o domínio cruel de diferentes reis sobre Israel, os quais levaram o povo cativo e o escravizaram por muitos anos.

A apatia, o descaso e o não envolvimento na política de cristãos capazes, justos e tementes a Deus têm implicações negativas para a Nação. Se o íntegro e justo não governar, o corrupto e injusto o fará. Nosso papel enquanto Cristãos não se resume apenas em respeitar (Tt 3.1), obedecer (Rm 13.1-5) e orar (1Tim 2.1-3) pelos nossos governantes; compreende também o participar e o influenciar diretamente a política. Se quisermos ver nossa Nação transformada, precisamos assumir e exercer com conhecimento e sabedoria nosso papel político!

2.2. O povo de Deus não deve ser omisso, mas participante.

A omissão dos cristãos não corresponde aos princípios bíblicos, nem à expectativa de Deus. A omissão, segundo a Bíblia, é pecado [Tg 4.17]. Quando há participação do povo de Deus em várias funções no Estado, há progresso surpreendente para a glória de Deus. Ao longo da história cristã, são notáveis as vitórias que o povo de Deus conquistou através do engajamento político, por exemplo: o envolvimento cristão no Estado proibiu a queima viva de viúvas na Índia (1829); acabou com a escravidão no império britânico (1840); impediu a discriminação das mulheres na China (1112); proibiu a segregação racial nos Estados Unidos.

Comentário Adicional:

Através de sua longa história, a igreja tem sido uma fonte importante de serviços sociais como a educação, visto que várias universidades do mundo foram fundadas pela Igreja. A Igreja incentivou os cuidados médicos e serviços de bem-estar, influenciando no desenvolvimento da medicina e criação de hospitais. Também teve influência em termos econômicos. Foi inspiração para a cultura e filosofia, e elemento influente na política e religião. Engenharia e matemática avançaram e isto refletiu-se através da transformação da arquitetura na Idade Média. De várias maneiras, tem procurado afetar atitudes ocidentais para o vício e a virtude em diversos campos. Foi, durante muitos séculos, propagadora dos ensinamentos de Jesus dentro do mundo ocidental e continua a ser uma fonte de continuidade entre a cultura ocidental moderna à cultura ocidental clássica.

A Bíblia e teologia cristã também influenciaram fortemente filósofos ocidentais e ativistas políticos. Os ensinamentos de Jesus, como a Parábola do Bom Samaritano, estão entre as fontes importantes para as noções modernas de direitos humanos e medidas do bem-estar habitualmente fornecidas pelos governos do Ocidente. Assim como ensinamentos cristãos sobre a sexualidade humana e o casamento também têm sido influentes na vida familiar.

O cristianismo desempenhou um importante papel na extinção de práticas como o sacrifício humano, a escravidão, o infanticídio e a poligamia. Ele, em geral, afetou o estatuto das mulheres, condenando o infanticídio (bebês do sexo feminino tinham maior probabilidade de serem mortos), o divórcio, incesto, infidelidade, estupro poligamia, controle de natalidade, aborto e a defesa do casamento.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Impacto_do_cristianismo_na_civiliza%C3%A7%C3%A3o#:~:text=Assim%20como%20ensinamentos%20crist%C3%A3os%20sobre,o%20infantic%C3%ADdio%20e%20a%20poligamia.

2.3. A Igreja precisa de representantes que amem a justiça.

O povo de Deus precisa participar efetivamente, priorizando valores éticos e morais do Reino de Deus, e conscientemente ser seletivo, com o que verdadeiramente cumpriram o bem justo e coletivo, e que reproduzam a moral cristã, dessa forma a Igreja ocupa o seu espaço e influencia positivamente a sociedade [Mt 5.13-16]. Os nossos representantes devem ser porta-vozes da retidão e da moral divina em tudo que fazem, seja em um grande tribunal, ou em uma pequena ação comercial. Os que são vocacionados para este serviço, precisam olhar com especial atenção para os pobres e necessitados e promover políticas públicas humanas e justas [Pv 31.8-9].

Comentário Adicional:

A Bíblia nos dá duas verdades sobre a nossa postura em relação à política e governo.

A primeira verdade é que a vontade de Deus permeia e suplanta todos os aspectos da vida. A vontade de Deus é o que tem precedência sobre tudo e todos (Mateus 6:33). Os planos e propósitos de Deus são fixos, e a Sua vontade é inviolável. Ele realizará a Sua vontade, a qual nenhum governo pode contrariar (Daniel 4:34-35). Na verdade, é Deus quem "remove reis e estabelece reis" (Daniel 2:21) porque o "Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer" (Daniel 4:17). Um entendimento claro desta verdade vai nos ajudar a ver que a política é apenas um método que Deus usa para realizar a Sua vontade. Apesar de homens maus abusarem do seu poder político por terem uma intenção perversa, Deus o usa para o bem, trabalhando "para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

Segundo, devemos compreender o fato de que o nosso governo não pode nos salvar! Só Deus pode. Nunca lemos no Novo Testamento sobre Jesus ou qualquer um dos apóstolos gastando qualquer tempo ou energia em ensinar os crentes a reformar o mundo pagão de suas práticas idólatras, imorais e corruptas através do governo. Os apóstolos nunca convidaram os crentes a demonstrar desobediência civil e protestar contra as leis injustas ou esquemas brutais do Império Romano. Em vez disso, os apóstolos ordenaram os cristãos do primeiro século, assim como nós hoje, a proclamar o evangelho e viver vidas que dão evidência clara do poder transformador do Evangelho.

Não há dúvida de que a nossa responsabilidade ao governo é obedecer às leis e ser bons cidadãos (Romanos 13:1-2). Deus estabeleceu toda a autoridade e Ele faz isso para o nosso benefício, "para louvor dos que praticam o bem" (1Pedro 2:13-15). Paulo nos diz em Romanos 13:1-8 que é responsabilidade do governo exercer autoridade sobre nós - espero que para o nosso bem - coletar impostos e manter a paz. Onde temos uma voz e podemos eleger nossos líderes, devemos exercer esse direito através do voto para aqueles cujos pontos de vista mais se parecem com os nossos.

Um dos mais grandiosos enganos de Satanás é que podemos descansar a nossa esperança por moralidade cultural e vida piedosa em políticos e funcionários governamentais. A esperança por mudança de uma nação não se encontra nos líderes de qualquer país dominante. A igreja tem feito um erro se pensa que é o dever dos políticos defender, avançar e proteger as verdades bíblicas e valores cristãos.

O propósito original da igreja, dado por Deus, não se encontra em ativismo político. Em nenhum lugar na Bíblia temos o comando de gastar nossa energia, nosso tempo ou nosso dinheiro em assuntos governamentais. A nossa missão não reside na mudança da nação através de uma reforma política, mas na mudança de coração através da Palavra de Deus. Quando os crentes acham que o crescimento e a influência de Cristo podem de alguma forma se aliar com a política do governo, eles corrompem a missão da igreja. O nosso mandato cristão é espalhar o evangelho de Cristo e pregar contra os pecados do nosso tempo. Só à medida que os corações dos indivíduos em uma cultura são alterados por Cristo é que a cultura começa a refletir essa mudança.

Os crentes de todas as épocas têm vivido, e até florescido, sob governos antagônicos, repressivos e pagãos. Isso era especialmente verdadeiro sobre os crentes do primeiro século que, sob regimes políticos impiedosos, sustentaram a sua fé sob imenso estresse cultural. Entendiam que eles, e não os governos, eram a luz do mundo e sal da terra. Aderiram ao ensinamento de Paulo de obedecer aos seus governantes, até mesmo honrar, respeitar e orar por eles (Romanos 13:1-8). Mais importante, entenderam que, como crentes, a sua esperança residia na proteção que apenas Deus fornece. O mesmo vale para nós hoje. Quando seguimos os ensinamentos das Escrituras, nós nos tornamos a luz do mundo, como Deus planejou que fôssemos (Mateus 5:16).

3- O CHAMADO DA IGREJA PARA AS OBRAS SOCIAIS

A generosidade cristã não deve se restringir apenas aos trabalhos espirituais, missionários, mas também às obras sociais. Jesus nos chamou para ajudar os pobres em suas necessidades. A Igreja deve demonstrar esse amor ao próximo através de obras sociais.

3.1. Admoestação bíblica.

O capítulo 58 de Isaías, quando colocado em prática, atrairá vidas às igrejas, tornando-as verdadeiros condutores da graça divina através de ações humanitárias. Todavia, para que se possa compreender melhor a missão que a Igreja possui com relação às obras sociais, vamos entender o conselho divino retratado no livro do referido profeta [Is 58.5-11]. A Igreja deve fazer as obras sociais à semelhança do exemplo deixado por Jesus Cristo. A Bíblia Sagrada está cheia de mensagens que estimulam o crente fiel a trabalhar em favor dos menos favorecidos [Tg 2.15-17].

Comentário Adicional:

De que proveito é, meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas ele não tiver obras? Tiago 2.14

Deve-se notar que Tiago não contradiz o que Paulo falou, a saber, que “o homem é declarado justo pela fé, à parte das obras da lei”. (Rom. 3:28) Tiago concorda plenamente com este ensino, mas escreve para refutar o abuso ou a deturpação dele. A deturpação era o conceito de que o homem, apenas por ter ideias corretas sobre ser justificado pela fé, sem nenhuma demonstração desta fé por boas obras, era justo aos olhos de Deus e finalmente receberia plena salvação. Na realidade, conforme Tiago salienta, qualquer pretensa fé que não induzir a pessoa a boas obras não é fé genuína. Tal homem apenas ‘diz que tem fé’. Aquele que afirma ter fé no sacrifício expiatório de Cristo e que diz que é cristão, mas não demonstra esta fé por atos, não é realmente cristão. Se a sua “fé” não tiver produzido mudanças na sua personalidade, na sua vida e nos seus atos, que lhe adianta então? Como pode ele fazer o que Jesus ordenou aos seus seguidores: “Deixai brilhar a vossa luz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e deem glória ao vosso Pai, que está nos céus”? (Mat. 5:16)

Chamaria alguém a um homem de verdadeiro médico, doutor dedicado, que se estabelecesse num consultório e expressasse fé no tratamento médico, mas que nunca tratasse ou ajudasse alguém clinicamente? Jesus disse: “Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mat. 7:21) O que Tiago diz no versículo 14 liga-se com a descrição que faz no capítulo 1:26, 27, onde fala sobre o homem que ‘acha que é’ ou ‘pensa que é’ adorador de Deus, mas deixa de produzir os frutos de sua fé ou de sua forma de adoração. Deixa de “refrear a sua língua”, de discipliná-la para falar em harmonia com a verdadeira situação, com o que ele realmente é. Sua forma de adoração é “fútil”. Ele deixa também de ter obras, tais como cuidar dos órfãos e das viúvas, e manter-se imaculado do mundo. Além disso, tal profissão vã e fútil de fé leva a pessoa a erros tais como mostrar parcialidade, por não cumprir a lei do amor e por não ter misericórdia. (Tg. 2:8, 9, 13)

3.2. Como desenvolver atitudes de ajuda ao próximo.

São vários os aspectos envolvidos na exposição deste tema. Alguns aspectos serão determinados pelas necessidades, pelo local, as pessoas envolvidas, recursos disponíveis, entre outros. Assim, vamos considerar algumas ações que encontramos registradas na parábola que o Senhor Jesus Cristo contou ao doutor da lei que apresentou uma questão ao Senhor: “E quem é o meu próximo?” [Lc 10.25-37]. Encontramos nesta parábola atitudes a serem desenvolvidas que fazem a diferença no socorro aos necessitados: 1) Lc 10.33 – notar que o samaritano “ia.’; mas estava atento aos necessitados; 2) Está atento, diferente de curioso. Pois ao ver, se aproximou dele; 3) Não apenas o aspecto cognitivo estava envolvido, mas também emocional: “moveu-se de íntima compaixão”; 4) Lc 10.34 – no primeiro momento, fez o que podia. Vemos princípios que devem nortear-nos na ajuda ao próximo: atenção, interesse, conhecimento, compaixão, iniciativa.

Comentário Adicional:

Todos que já receberam o amor e perdão de Deus são chamados para ser bênção para todos os que estão à sua volta. A Bíblia nos revela a importância de ajudar o próximo em vários versículos que você pode ver nesta página.

Como posso ajudar o próximo?

Você pode estar pensando: "eu não tenho condições para ajudar ninguém". Mas ajudar alguém financeiramente ou com comida são apenas duas maneiras de ajudar alguém. Há muitas pessoas com dinheiro, mas que não têm amor, não têm pessoas que as escutem e que se importem com elas. Você pode ajudar pessoas dizendo palavras de encorajamento, dando um abraço, mostrando que elas são importantes. Nós fomos escolhidos não apenas para viver uns anos neste mundo e depois ir para o céu. Nós temos uma missão: anunciar o Evangelho de Jesus e expressar o amor de Deus para a humanidade.

1. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. Mateus 5:16

2. Sempre haverá pobres na terra. Portanto, eu ordeno a você que abra o coração para o seu irmão israelita, tanto para o pobre como para o necessitado de sua terra. Deuteronômio 15:11

3. Deem e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês". Lucas 6:38

4. Dê a quem pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir algo emprestado. Mateus 5:42

5. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'. "Então os justos lhe responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?' "O Rei responderá: 'Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'. Mateus 25:35-40

3.3. Obras sociais como fator de crescimento da Igreja.

No que se refere à Igreja, devemos estar convictos de que a vontade de Deus é que ela cresça para a Sua honra e glória [At 4]. Todos os membros devem participar do crescimento da Igreja como instituição; meditar na mensagem do Evangelho e orar para que Deus nos dê a consciência de que a prática de obras sociais pela membresia da Igreja redunda em benefício para as pessoas, para a instituição e para cada um envolvido [Ef 2.8-10]. Que a nossa oração seja pela salvação de todos aqueles que Deus colocar em nosso caminho.

Comentário Adicional:

As sociedades de hoje são cada vez mais multiculturais e diversificadas. Este fato empresta o colorido da diferença, sempre benéfico para uma construção mais rica da pessoa e da comunidade, por uma cosmovisão alargada, no desenvolvimento de uma atitude de compreensão empática pelo outro, qualquer que seja o seu credo, a sua côr ou o seu status social. E constitui um desafio. Porque a diferença também se revela nas problemáticas inerentes ao êxodo das populações, pela sobrelotação de uns espaços geográficos a custo da desertificação de outros e consequente diminuição das condições de vida, do emprego qualificado justamente remunerado, da habitação condigna, da igualdade de oportunidades e acréscimo da violência, da pobreza, da (des)educação e da desordem. Aumentam os desfavorecidos, os dependentes e os delinquentes. E cresce o desafio. A todos os que se encontram em situação de olhar com olhos de ver e sentir com o coração, que se dispõem a estender uma mão sem considerar o que vai trazer no regresso, que pensam que têm uma palavra a dizer, coloca-se uma escolha: a escolha de agir. A Igreja tem uma ação a tomar.

A multiculturalização a par com a disseminação da tolerância que exige uma sociedade democrática, aberta a pensares diferentes sobre a crença, a vida e a moral mais do que como costume, como princípio, conduz a uma liberalização dos valores, ou deveria dizer, lassidão... que faz perigar o equilíbrio da própria sociedade e coloca em causa o futuro saudável da sua existência, uma vez que dessa mesma existência fazem parte integrante os valores. Aqui se encontra outro desafio. A Igreja tem uma palavra a dizer.

O papel social da Igreja como garantia da conservação e implementação de valores éticos e morais.

Na família. A Igreja tem uma palavra a dizer. Pelo incentivo à construção de relacionamentos conjugais fortes, assentes no respeito mútuo e na mútua aceitação, no desenvolvimento de laços de amor e interdependência que privilegiem a partilha de um projeto de vida. Pelo ensino de uma paternidade responsável, encorajadora de uma geração que determina o futuro com solidez, integridade e valor.

Na educação. A Igreja tem uma palavra a dizer. No ensino dos valores morais e espirituais, na construção do carácter, como meio de encontrar resposta às grandes questões da vida e suporte na decisão. Através da dinamização de grupos de jovens e de crianças, que aprendem a relacionar-se consigo, com Deus e com o outro ao tempo em que crescem e se divertem.

Na intervenção. A Igreja tem uma palavra a dizer. Porque não tem apenas opinião, tem sólidas convicções, a Igreja não pode ficar calada quando assiste ao desmoronar do valor do indivíduo em si mesmo, pela perca dos seus valores e pela falta de conhecer o Criador, que tanto o valoriza, de uma forma pessoal. A Igreja tem de elevar a sua voz e gritar de todas as formas que a técnica já inventou a Sua mensagem, que é afinal, a mensagem de esperança e de amor que a sociedade necessita.

CONCLUSÃO

A Igreja é instituição divina na terra. Tal verdade resulta em responsabilidade em todas as áreas da vida debaixo do sol, inclusive social. Afinal, o próprio Senhor Jesus Cristo disse que Seus discípulos são luz e sal neste mundo. Que o Espírito Santo nos capacite e direcione em todo o tempo para que nossas ações contribuam para o bem da sociedade e o testemunho cristão, para a glória de Deus.

Comentário Adicional:

Um dos temas mais difíceis e espinhosos que a igreja tem enfrentado ao longo de sua história é sua relação e sua responsabilidade com as demandas e questões sociais. Como e por que se envolver na Política enquanto ferramenta de transformação social de uma comunidade, cidade ou país? Vemos nos Evangelhos vários momentos em que Jesus se envolvia diretamente e com muito amor com os desafios e necessidades da sociedade onde Ele havia se encarnado. Certo dia, "percorrendo cidades e povoados, vendo as multidões, ‘compadeceu-se delas’, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor". (Mt 9.35-36). No Velho Testamento, Deus, através do profeta Jeremias, convida o povo a "procurar a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orar por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz." Jr 29.7. Vemos nestes dois textos um ensino que nos leva a entender a importância e urgência da missão da igreja, aquela formada por aqueles que foram remidos por Cristo, mas que ainda estão no mundo e são convidados a não se moldarem por ele, mas a serem transformados e, portanto, agentes de transformação (Rm 12.2).

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS:

• REVISTA DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DO PROFESSOR: Adultos. A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO, Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2024. Ano 34 n° 132. Lição 10 – A RELEVÂNCIA DA IGREJA NA SOCIEDADE E SUA IMPORTANTE FUNÇÃO SOCIAL.

COMENTARISTA DA LIÇÃO:

Pr Éder Santos - ADTAG SEDE

Graduado em Teologia

Pós-graduado em Hermenêutica

Mestre e Doutor em Teologia, com especialização em Filosofia das Religiões

Coordenador docente do Curso Superior em Teologia na Faculdade ISCON

Contato: (61) 9 9921-0846 INSTAGRAM: @pr.eder.oficial

 


LIÇÃO 9 – A IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PARA A PREGAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA IGREJA

01 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda.”

Provérbios 3.9

VERDADE APLICADA

Cada membro de uma igreja local é responsável pelo sustento e pela manutenção do Templo e das atividades, sendo fiel nos dízimos e nas ofertas, conforme a Palavra de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar o valor da contribuição financeira;

Expor que somos mordomos do que Deus nos dá;

Falar que Deus nos abençoa para abençoar outros.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2 CORÍNTIOS 8

1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia;

2. Como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade.

3. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente,

4. Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.

5. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmo se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus.

                             COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

Ao praticarmos a contribuição de acordo com a orientação bíblica, estaremos honrando o nome do Senhor e sendo um canal de bênçãos para a promoção de Seu Reino.

Comentário adicional:

Quando contribuímos com nossas ofertas e dízimos, estamos contribuindo com o crescimento da obra de Deus na terra e, assim, abençoaremos muitos povos e famílias, levando-os a glorificar o nome do Senhor.

1- CONTRIBUIÇÃO À LUZ DA BÍBLIA

As Sagradas Escrituras têm muito a nos ensinar sobre a contribuição financeira. Contribuir não é uma questão meramente material, mas espiritual, pois revela nossa fé e gratidão a Deus e o compromisso com o Seu Reino.

Comentário adicional:

A contribuição é importante porque permite que a igreja exerça a sua missão, através da partilha e solidariedade dos seus membros. A contribuição pode ser feita de várias formas, como através do dízimo, coletas de ofertas e outras formas de contribuição como ofertas voluntárias. A contribuição também é uma forma de expressar amor, fé e gratidão a Deus. Também pode ser uma forma de demonstrar que se seguirá a Deus, mesmo quando for difícil, e que se confia nele em vez de no dinheiro e nas coisas. A contribuição também pode ser um lembrete de que somos mordomos e que não deveríamos nos apegar ao que não é nosso.

1.1- Um ato de fé.

A Bíblia diz que “andamos por fé, e não por vista” [2Co 5.7], pois o justo viverá pela fé [Hb 10.38]. A fé honra a Deus e Deus honra a fé. A oferta de Abel foi excelente porque foi feita pela fé [Hb 11.4]. Embora a viúva pobre tenha ofertado duas moedinhas de pouco valor [Mc 12.42], agradou a Cristo porque o fez com fé, entregando tudo o que tinha, por isso Cristo a elogiou, dizendo que ela havia ofertado mais do que os outros. Portanto, a contribuição não está relacionada com o valor que a pessoa oferta, mas quanto à fé que tem no coração. Cristo se agrada de nossas ofertas, quando vê nelas a semente da fé [Hb 11.6].

Comentário adicional:

Cada membro da igreja local deve ser orientado a honrar a Deus com seus recursos financeiros, para que, a partir das bênçãos que temos recebido, possamos abençoar os outros. Não temos uma regra estabelecida para o quanto cada pessoa deve contribuir, mas é recomendável que cada um se apresente diante de Deus e defina um valor que seja. A Bíblia nos dá alguns parâmetros como os dízimos (décima parte) e as ofertas, e ordena que coloquemos isso como prioridade em nosso orçamento mensal “primícias de toda nossa renda.” (Pv. 3.9). Não podemos ofertar a Deus o resto ou o que sobra! Essa foi a atitude de Caim no início, diferentemente de Abel: enquanto Abel levou ao Senhor "as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho", Caim levou "do fruto da terra uma oferta ao Senhor" (Gênesis 4.2-5). O texto afirma que Deus aceitou "Abel e sua oferta", mas "não aceitou Caim e sua oferta". Qual o problema de Caim? O problema não estava no tipo da oferta e talvez nem mesmo na quantidade. Antes, o problema estava na motivação e na atitude: Abel levou uma oferta que era para ele relevante, importante ("partes gordas"), e fez isso em primeiro lugar em gratidão, apresentando a Deus as primícias ("primeiras crias"). Já Caim, ao contrário, levou apenas "uma oferta", qualquer oferta; não era uma oferta especial, não era relevante, não foram os primeiros frutos da terra, não foi da primeira colheita. Portanto, a contribuição é um ato grandioso de fé e honradez e não está relacionada a valor ofertado (vide o caso da viúva pobre em Marcos 12.42); mas tem a haver com a fé e o amor a obra de Deus que o crente tem em seu coração.

1.2- Um ato de gratidão.

A gratidão é uma das mais nobres virtudes que deve florescer no coração humano. Por reiteradas vezes somos convidados a não esquecer o que Deus fez por nós [Sl 103.1-6]. Tudo quanto temos conquistado foi com a ajuda do Senhor. Eclesiastes 5.19 diz que riquezas é um dom concedido por Deus, por isso nossa gratidão em forma de contribuição agrada ao Senhor. Uma das maiores expressões de reconhecimento de gratidão encontra-se na pessoa do rei Davi:” (…) Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos” [1Cr 29.14].

Comentário adicional:

Expressamos um sentimento de gratidão ao Senhor ao contribuirmos. Mas, por detrás do sentimento, encontra-se também a obediência a um princípio ou mandamento. Quando as Escrituras declaram que “Deus ama ao que dá com alegria” (2Co 9.7), não quer dizer que a alegria coloca a contribuição numa condição opcional, e sim que Ele se agrada de um coração que obedece alegremente um mandamento. Não contribuir, de acordo com o preceito bíblico, é andar desordenadamente, o que nos privará da plenitude de Deus. “Mordomia” é a consciência de que nada do que temos nos pertence, e sim ao Senhor, e que devemos administrar os nossos bens para Ele da melhor maneira possível. A contribuição, por outro lado, é um contínuo lembrete de que somos mordomos e que não deveríamos nos apegar ao que não é nosso.

1.3- Um ato de amor para com a obra de Deus.

O rei Davi deixou isso bem claro, quando afirmou que sua contribuição para o templo era por amor à casa de Deus: “E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:’ [1Cr 29.3]. Davi não iria usufruir daquele templo, porque morreria antes, mas ele não estava pensando em si, mas no bem-estar da obra de Deus.

Comentário adicional:

Qualquer pessoa que ama a Deus, não tem problemas em expressar seu amor através de atos generosos de ofertas e sacrifícios a Deus. Davi expressava através de salmos e cânticos, de seu cuidado com as ovelhas, observando tudo em volta manifesto na natureza que Deus criou, de seu governo, de suas atitudes, e uma delas, era de ofertando ou sacrificar ao Senhor. Ele entregava oferta de tudo o que conquistou, tudo o que ajuntou, tanto no seu reino, como particularmente, ele oferta ao Senhor. Davi procurava saber quais tipos de ofertas agradaria a Deus e, às vezes, se questionava a esse respeito (Sm 116.12-14). Você passaria a vida toda ajuntando dinheiro para no final de sua vida, fazer uma grande oferta para a Casa de Deus? Davi não somente demonstra, mas também convida todas as pessoas do seu reino: os chefes de família, os líderes e os empresários para ofertarem ao Senhor. Nós temos que aprender com Davi, o valor de uma oferta diante de Deus.

2- COMO SE DEVE CONTRIBUIR

Deus é quem nos concede força, inteligência e oportunidades para conquistarmos a vitória em todas as áreas da vida, portanto, a contribuição financeira é o reconhecimento por tudo que o Senhor nos tem dado. Há pelo menos três formas básicas que regem a contribuição.

Comentário adicional:

“Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmos 116:12). Quanto Deus já nos tem dado! A vida, a saúde, o sustento, e, em Cristo Jesus, ele nos deu a salvação. A contribuição financeira, objetivando o crescimento da obra de Deus, também é uma manifestação por tudo que Ele nos tem feito. Tudo que temos e vivemos vêm dEle e Ele está no controle de tudo. Diante de tudo o que Deus tem nos dado, o salmista pergunta: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?

2.1- Devemos contribuir com regularidade

Usando a expressão “todo primeiro dia da semana” em 1 Coríntios 16.2, Paulo enfatiza que a contribuição deve ser feita com regularidade, seguindo os preceitos bíblicos. Desta forma, ensina que a contribuição deve ser pessoal, constante e programada. Devemos ter regularidade e perseverança em tudo que fazemos e não é diferente com relação à contribuição. Agindo assim, a seu tempo ceifaremos [Gl 6.9]. A contribuição, portanto, deve ser de acordo com os rendimentos, sejam eles semanais, quinzenais ou mensais.

Comentário adicional:

A nossa contribuição, como uma manifestação de gratidão, deve ser de forma regular e proporcional a tudo que Deus nos tem dado. Geralmente temos dois tipos de contribuição regular, temos a oferta coletada nos cultos e os dízimos (décima parte). O contribuinte que tem amor a obra de Deus, com regularidade o faz com alegria e não questiona, apenas faz por prazer e desejo de ver a obra de Deus crescendo. Tive o prazer de nascer de uma família cristã. Meus pais sempre tiveram uma renda limitada, mas nunca deixaram de contribuir com dízimos e ofertas. Teve uma época que eram eles e os sete irmão indo para a igreja, sempre que havia culto; em todos eles meu pai fazia questão de dar uma moedinha a cada um para a hora da coleta, nem que fosse R$ 0,10, mas todos nós colocávamos uma moeda na salva, ficávamos ansiosos para que o coletante passasse por nós, e contribuíamos com muita felicidade. Talvez por isso, quando passei no concurso do TRT em 1985, mesmo em meio a muita dificuldade e a grande necessidade de ajudar em casa, conversei com meu pai, pedindo autorização para doar 100% de meu primeiro salário para a obra de Deus e meu pai, prazerosamente, autorizou (sempre fui um dos filhos que mais contribuiu com a manutenção de minha casa, graças a Deus).

2.2- Devemos contribuir proporcional à nossa renda.

Moisés, o grande legislador, ordenou: “Cada qual, conforme o dom da sua mão, conforme a bênção que o Senhor, teu Deus, te tiver dado.” [Dt 16.17]. E o apóstolo Paulo reitera esta mesma verdade: “(…) conforme sua prosperidade” [1Co 16.2]. Contribuir de acordo com nossa prosperidade permite que todos contribuam indistintamente, sem exigir que alguém contribua mais do que o outros. Deus não exige aquilo que não podemos dar. Também revela a fidelidade do cristão, quando tem que administrar o pouco [Lc 16.10-12], mas ao mesmo tempo mostra sua generosidade e liberalidade quando administra o muito: “o que reparte, faça-o com liberalidade” [Rm 12.8].

Comentário adicional:

A contribuição deve ser feita conforme a nossa prosperidade. “Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (1Co 16.1,2). Ou seja, o Senhor não pede de alguém o que não esteja ao seu alcance. Algumas vezes vemos, na Bíblia, Deus pedindo algo precioso, como Ele fez com Abraão. Outras vezes vemos pessoas ofertando tudo o que possuíam, de modo sacrificial, e não podemos negar que o Espírito Santo possa tê-las movido em seu íntimo a agirem assim. O importante, no entanto, é não perdermos de vista o propósito de Deus: “Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem.” (2Co 8.12). A contribuição é aceita segundo o que você tem, ou, em outras palavras, de acordo com as suas posses. Ninguém precisa ter um peso em seu coração por não poder ofertar mais. Algumas vezes tenho enfrentado momentos de tristeza em meu coração por não poder ofertar mais. Eu amo a causa do Evangelho, e, muitas vezes, eu gostaria de poder ter feito bem mais, de ter ido além do que eu já fiz na área das contribuições. Mas me conforta saber que Deus não espera de nós mais do que aquilo que podemos fazer. Ele espera que façamos a nossa parte – e que sejamos fiéis na parte que nos toca! Há um exemplo bíblico indiscutível acerca disto: A narrativa da viúva pobre em Lucas 21.1-4 demonstra muito bem uma dessas atitudes que agrada a Deus ao ofertarmos. Deus não vê e nem tampouco compara números. Ele vê a disposição do coração (e também a limitação da renda, das posses). Quem possui mais não é melhor do que aquele que tem menos condições, ainda que tenha a capacidade de ofertar mais. Quando Jesus foi dedicado no Templo, os Seus pais deram uma oferta de pessoas de menor poder aquisitivo, e, no entanto, esta oferta não perdeu o seu valor.

2.3- Devemos contribuir com alegria.

“Deus ama ao que dá com alegria” [2Co 9.7]. O referido texto é bem conhecido de todos os leitores da Bíblia, cuja ordenança sobre a contribuição exige que a mesma seja sem tristeza ou constrangimento, porque esse tipo de contribuição não agrada a Deus. Contribuir com alegria é contribuir de coração: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração” Uma motivação interna e consciente é a ação de compartilhar com alegria o que temos, sabendo que isto concorrerá para bênçãos de outros e trará glória ao nome do Senhor. Na verdade, todas as ações da vida cristã devem ser feitas com alegria: ir à casa do Senhor com alegria [Sl 122.1], ler a Bíblia com alegria [Sl 1.2], servir ao Senhor com alegria [Sl 100.2], exercer misericórdia com alegria [Rm 12.8] e contribuir com alegria, que é agradável a Deus.

Comentário adicional:

Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. (Cl 3.23-24). Quando os crentes se dispõem a servir o reino de Deus com alegria, amor e compromisso, as necessidades são atendidas, a obra de Deus prospera e se fortalece e todos são abençoados. Sendo assim, cada um é chamado a servir a Deus conforme o dom que recebeu, fazendo de todo o coração, com alegria e responsabilidade. Os cristãos macedônios demonstraram grande interesse e alegria em servir à causa cristã, socorrendo os pobres de Jerusalém: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” (2Co 8.1-4). Essa é a maneira bíblica de contribuição que agrada a Deus; e quando uma atitude nossa tem como objetivo agradar a Deus, a resposta abençoadora, da parte dEle, é líquida e certa: as janelas do céu serão abertas a nosso favor. (Ml 3.10).

3- RESULTADO DA CONTRIBUIÇÃO

A contribuição financeira produz resultados maravilhosos, vejamos alguns deles:

Comentário adicional:

São muitos os benefícios da contribuição de nossa renda para obra de Deus. Algumas pessoas, desentendidas, têm questionado o porquê dos dízimos e ofertas, querendo contradizer, por não entenderem as entrelinhas da Bíblia quanto ao ato de contribuir mais, se lançarmos o desafio de torná-los dirigentes de um ministério de levar o evangelho, verão que não sairão do início, se não moverem os membros à contribuição. Não terão como manter a obra de Deus em pé, se não buscarem fontes de contribuição; para tanto, a própria bíblia enfatiza os meios para conquistar essas contribuições.

3.1- A contribuição é para a manutenção da Casa de Deus.

Em Malaquias 3.10, o alvo primeiro da contribuição era para que houvesse mantimento na Casa do Senhor. Mantimento refere-se a tudo que era usado no santuário. No Antigo Testamento usava-se óleos especiais para as candeias, pão da proposição, lenha para o altar, ingredientes para o altar do incenso, animais para sacrifícios diários e isso só era possível com a contribuição do povo. O templo de adoração, a casa do Senhor precisa da contribuição financeira, tanto para ser construída, quanto para ser mantida. A contribuição é o recurso que Deus estabeleceu para sustento de pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos, construção de templos, assistência social, bem como toda manutenção e expansão da obra de Deus [2Co 9.6-12].”

Comentário adicional:

E Malaquias 3.10, dá uma pista clara da aplicação dos dízimos e ofertas: “para que haja mantimento na minha casa”. Mantimento ou manutenção da obra de Deus, é o principal fator pelo qual temos a obrigação de devolver, parte de tudo que Deus nos deu para sermos mordomos. A igreja é uma instituição divina (Mt 16.18) que tem a finalidade de evangelizar o mundo e de edificar vidas no conhecimento do Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19-20). E como bem sabemos, não tem como uma igreja existir neste mundo e cumprir com seu propósito sem ser sustentada financeiramente por seus membros. O Novo Testamento também é muito claro em ensinar a responsabilidade da igreja local em sustentar dignamente seus obreiros/pastores. O apóstolo Paulo tratando de seu direito de ser sustentado pela igreja disse: “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho;” (1Co 9.13-14). Lemos também em 1 Timóteo 5.17-18 o seguinte: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário.” (Outros textos do NT: Lc 10.7; Gl 6.6). Portanto, os cristãos devem assumir a responsabilidade bíblica de contribuir e sustentar a sua igreja local e o princípio a ser seguido deve ser o da generosidade. Desta forma, quem não contribui está pecando contra o Senhor, por não se envolver diretamente com a obra de Deus, por não priorizá-lo acima de todas as coisas e por não evidenciar sua fidelidade por meio do exercício da mordomia cristã. (Tg 4.17).

3.2- A contribuição financeira honra a Deus.

No contexto de Provérbios 3.9 fica bem claro que um dos aspectos primordiais de contribuir é honrar ao Senhor: “Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda: O Senhor disse a Moisés: “Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta” [Êx 25.1-2]. A ordenança para ofertar foi dada para a glória do Senhor e não para o benefício pessoal de Moisés. Outro exemplo dessa verdade encontra-se em Filipenses 4.18, assegurando que Paulo recebeu uma generosa oferta dos filipenses, e isso foi interpretado como uma oferta de aroma suave, como sacrifício aceitável a Deus. Ao contribuir com Paulo, eles estavam honrando a Deus. Fica evidente esse princípio: quando contribuímos com a obra de Deus, com alguém que está necessitado, missões etc., estamos fazendo para o próprio Deus e foi isso que Jesus ensinou [Mt 25.40].

Comentário adicional:

Em Provérbios 3.9 encontramos a ordem divina para “honrar ao Senhor com a nossa fazenda e com as primícias de toda nossa renda”. Antes de entendermos o que seria essa honrar a Deus com nossos bens e primícias, precisamos entender que nada nos pertence. Mas como assim? Explico: apesar de termos bens em nossa posse, até registrados em nosso nome, sabemos que não os levaremos daqui quando da chamada divina para a morada eterna. Sendo Deus o dono de tudo, como Dono, nos outorga, nos dá a administração de muitas coisas. Nos abençoa, nos faz prósperos, nos dá capacidades, saúde e força para termos coisas e capacidades até além do que precisamos. Como deve ser a nossa atitude diante dessa realidade. O texto de Provérbios diz: “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Provérbios 3:9). Primeiro vamos entender a que se refere bens e primícias. Bens são as coisas que a pessoa tem em sua posse. Ela deveria usar tudo aquilo que Deus deu (100%) de forma digna e correta. Partimos, então, para o significado de honrar ao Senhor. Honrar significa atribuir a Deus, através dos bens e primícias (nesse contexto) uma alta estima, um alto reconhecimento de tudo quanto fez e faz, é prestar obediência à Sua vontade como forma de agradá-Lo, de mostrar Seus feitos de forma grandiosa ao mundo. Quando o servo de Deus usa seus bens para engrandecer o nome de Deus, quando ele, por exemplo, levava suas primícias ao local de adoração, estava indicando de modo público a grandeza do sustento de Deus. Isso é tributar honra a Deus. Aqueles que não honram a Deus fazem exatamente o contrário: glorificam a si mesmos pelas suas capacidades, pelas conquistas, pelo que têm, sem considerar que tudo veio de Deus! Devemos ter em mente que esse conceito de honrar a Deus com bens e primícias ainda permanece. Deus permanece sendo o dono de todas as coisas, certo? Permanece nos abençoando grandemente. Permanece nos sustentando. Permanece nos capacitando de formas grandiosas. Dessa forma, permanece também a necessidade de honrá-Lo com nossos bens, com nossas ofertas, com o melhor uso possível dos recursos que temos para nossas necessidades e para sustentar a obra do Senhor que continua e continuará sendo feita até a volta do Senhor Jesus Cristo! Deus espera ver em Seus servos um coração grato e generoso que O honre como sendo a fonte de todas as bênçãos!

3.3- A contribuição resulta em abundantes bênçãos.

O texto de Malaquias 3.10-12 nos fala de janelas abertas no céu, que se referem não apenas às bênçãos materiais, mas a toda sorte de bênçãos espirituais. Quando o crente contribui, a casa de Deus é suprida, a obra de Deus cresce, o testemunho da Igreja resplandece, os povos conhecem o Senhor e a glória de Deus resplandece entre as nações. Somos reconhecidos como uma nação bem- -aventurada, isso é promessa de Deus. Compreende-se assim que a contribuição financeira é doutrina bíblica, e quando é realizada de acordo com os princípios bíblicos, vindo de um coração grato, cheio de fé e com alegria, terá a aprovação divina e redundará em bênçãos abundantes para o reino e, sobretudo, glória ao nome do Senhor Jesus [2Co 9.6-12].

Comentário adicional:

A Bíblia diz: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10). O ato de dar representa um dos mais lindos ministérios da Igreja. Aqueles que não entendem o plano de Deus com perfeito ao ministério de contribuir, deixam de receber bênçãos. E o mais triste é que estão perdendo algumas das mais ricas bênçãos que um cristão pode ter, porque nunca aprenderam os princípios de Deus sobre o ato de dar. Deus estabeleceu certos princípios com relação ao ato de contribuir, e, como Igreja do Senhor, temos que entende-los princípios para receber as bênçãos que o Senhor nos quer dar como recompensa por nossa generosidade. Precisamos entender, também, que esses princípios são bons; se os colocarmos em prática, toda a nossa vida espiritual, familiar, social, física, mental e financeira será transformada. Entregar o seu dízimo e ofertas é um ato de fé, amor e gratidão. É dar com fé e gratidão e acreditar na Promessa de Deus e Suas bênçãos. Isso é parte do seu compromisso como discípulo fiel. É algo que você faz porque ama a Deus, crê na Palavra dEle e em Suas promessas com relação ao ato de dar. Você também descobre que dar é uma das chaves para alcançar bênçãos de Deus que delas vos advenha maior abastança, e as orações serão atendidas, inclusive orações para outras pessoas em todo o mundo. Pois o ato de dar com amor, contribuirá, inclusive, para a obra missionária, pois missões se faz, orando, contribuindo e indo. Isso trará grande contribuição para o crescimento do Reino de Deus.

CONCLUSÃO

A contribuição financeira é bíblica, pois é ensinada nas Escrituras. Além disso, é também uma necessidade premente da Igreja, a fim de levar avante sua missão evangelizadora, além de revelar a fé, o amor e a gratidão do cristão tanto pela obra de Deus, bem como pela Sua Santíssima Pessoa.

Comentário adicional:

Assim podemos ver que as contribuições, além de estarem contidas na bíblia, são necessárias para a manutenção, crescimento e expansão do Reino de Deus e que, isso, trará, como resultado, uma vida abençoada para aqueles que assim o fazem por amor a obra de Deus.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

• REVISTA DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DO PROFESSOR: Adultos. A RELEVÂNCIA DA IGREJA, SUA ESSÊNCIA E MISSÃO, Reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a Palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: Editora Betel – 3º Trimestre de 2024. Ano 34 n° 132. Lição 9 – A IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PARA A PREGAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA IGREJA.

• Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.

Links pesquisados:

•https://www.comunidadecristadacidade.org/single post/2017/04/28/contribui%C3%A7%C3%A3o-e-vida-financeira

•https://www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/algumas-leis-da-contribuicao-por-luciano-subira/

https://www.vinhaministerios.com.br/porque-devemos-contribuir-na-obra-de-deus/

https://ipbguacui.org.br/2022/07/17/servindo-a-deus-com-alegria-e-compromisso/

https://ibadonai.blogspot.com/2010/07/generosidade-principio-para-manutencao.html

•https://www.google.com/search?q=estudo+b%C3%ADblico+honrar+ao+senhor+com+nossa+fazenda+e+com+toda+nossa+renda&rlz=1C1RXQR_enUS1100US1100&oq=estudo+b%C3%ADblico+honrar+ao+senhor+com+nossa+fazenda+e+com+toda+nossa+renda&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOdIBCTIwMDg2ajBqNKgCALACAA&sourceid=chrome&ie=UTF-8

•https://comunidaderestauracaoevida.webnode.com.br/news/fundamentos-de-fe%3A-li%C3%A7%C3%A3o-11-dizimos-e-ofertas%2C-semeando-no-reino-de-deus/

COMENTARISTA ADICIONAL:

PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD- Faculdade Teológica das Assembleias de Deus, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.