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LIÇÃO 5 - A RELEVÂNCIA DE CONGREGAR EM UMA IGREJA LOCAL, PARA FORTALECER A FÉ E A COMUNHÃO

4 de agosto de 2024

TEXTO ÁUREO

 “E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.” Atos 2.46

VERDADE APLICADA

Congregar em uma igreja local, dentre outras, é uma das características da pessoa que passa pela experiência da conversão e prossegue no processo de aperfeiçoamento cristão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Incentivar a participação nas atividades da igreja;

Mostrar o perigo de não congregar;

Apresentar os benefícios de congregar.

ATOS 2

42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações

43 – E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 – E todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 – E vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.

46 – E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47 – Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que haviam de salvar.


COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a importância e a necessidade de congregar. No sentido bíblico, congregar é o ato de se reunir no nome de Jesus, para a edificação mútua e adoração ao Senhor [Mt 18.20; 1Co 14.26].

Comentário adicional:

Estudaremos nesta lição a grande importância de congregar e ter participações nas atividades eclesiásticas, Veremos também o perigo do cristão se tornar insensível na fé por achar que não há necessidade de se reunir, cultuar a Deus juntos, compartilhar experiências de fé, afinal, somos corpo e, portanto, possuímos muitos membros. Não se vê um membro do corpo (pé, mão, braço) sem estar interligado ao tronco e este à cabeça que guia todo o indivíduo. Jesus é o cabeça da igreja, nós o corpo com membros particulares os quais devem, para ter vida, estar ligados a Cristo.

1 – É NECESSÁRIO CONGREGAR

A reunião local do povo de Deus sempre foi essencial, principalmente para seu crescimento espiritual, isto pode ser notado no Antigo Testamento, como no Novo Testamento e nos dias atuais.

Comentário adicional:

Desde o princípio, na criação, depois que Deus criou todas as coisas, Ele se preocupou com um local físico para o homem. Assim, criou o jardim do Éden, lugar de paz, descanso e comunhão, onde receberia a visita maravilhosa do altíssimo. A comunhão de Deus com homem era feita no jardim do Éden. Deus nunca quis que o homem vivesse isolado.

1.1. No Antigo Testamento

A primeira menção bíblica sobre um local de culto a Deus se encontra em Êxodo 25.8, quando Deus deu a seguinte ordem a Moisés: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles”. A construção do tabernáculo no deserto, um templo móvel, bem como a construção do templo em Jerusalém, demonstra o quanto Deus se interessava em que o Seu povo tivesse um lugar para congregar a fim de prestar-Lhe culto [Êx 40.34; 2Cr 7.1]. O templo era central na vida da nação israelita. Todas as celebrações estavam relacionadas ao templo.

Comentário adicional:

Em Êxodo, Deus preocupado com seu povo no deserto ordenou a Moisés que fizesse um lugar de proteção para durante o dia e a noite, protegendo-os do calor do sol e do frio noturno. O tabernáculo foi construído para essa finalidade (êxodo 25.8). Deus ainda providenciou tudo para essa construção. Obra totalmente artesanal, criada em um lugar aparentemente impossível. Onde encontrar ferramenta apropriada? Todo tipo de materiais para edificação? Não sabemos, todavia, foi construído, e esse templo serviu como casa de Deus para Seu povo durante 40 anos no deserto. A bíblia diz que a presença de Deus era manifesta durante o dia na forma de uma nuvem e a noite através de uma coluna de fogo. Só quem estivesse dentro do tabernáculo que era removido de tempo em tempo de um lugar para outro, com a ordem de Deus, era protegido. Podemos dizer que o tabernáculo era a igreja daquele tempo, onde Deus se manifestava entre seu povo. 

 1.2 No Novo Testamento

Embora os templos oficialmente tenham surgido no terceiro século depois de Cristo, o relato bíblico nos leva a entender que a Igreja se reunia, fora das sinagogas, em espaços cedidos ou alugados para este fim. Na cidade de Éfeso, por exemplo, Paulo usou a escola de Tirano, um espaço grande para realizar cultos [At 19.9]. Ao longo de sua história, a Igreja tem se reunido com regularidade em locais predeterminados para cultuar a Deus e fortalecer a comunhão entre os seus membros. A vontade do Senhor é que possamos estar juntos e sempre unidos [At 2.46].

Comentário adicional:

Paulo falava aos judeus na sinagoga ensinando acerca do reino de Deus. Ele reunia os novos crentes, todos aqueles que haviam aceitado a fé cristã. Ensinava-os sobre o maravilhoso evangelho de Cristo que tem o poder de restaurar a alma do homem pecador. Esse local cedido por um filósofo chamado Tirano durou dois anos aproximadamente, e todos que habitava na região da Ásia tiveram o privilégio de ser ensinado por Paulo sobre as escrituras sagrada. A igreja primitiva é um grande exemplo nos dias atuais. Eles não ficavam dispersos, como diz um ditado popular “cada um no seu quadrado”, pelo contrário, viviam uma vida em completa interação, assim o Senhor acrescentava à igreja aqueles que havia de salvar (Atos 2. 47). O dinamismo era tão grande que o prazer de estar juntos fazia com que as barreiras entre eles eram como se fossem nada. E vale a pena ressaltar que os conflitos e desafios vividos eram enfrentados com amor, sendo esse o motivo pelo qual a igreja crescia, tanto em graça como em número (2 Pedro 3.18). O exercício de nossa espiritualidade é manter a comunhão com os irmãos e com Deus, dessa forma o Senhor ordena Sua benção para nossa vida. Um irmão nunca pode ficar isolado. Há uma disputa pelo controle da nossa mente, do lado de dentro o Espirito Santo, do lado de fora Satanás. (Romanos 12.2), lemos que para experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” é preciso uma mudança de mente. E o melhor lugar que a igreja primitiva encontrou para buscar fé, ter essa mente sadia para dominar os intemperes atuais, foram unindo-se uns aos outros. Juntos adoravam a Deus todos os dias nos locais de cultos. Os mais fortes fortalecendo os mais fracos (Romanos 15. 1-2).

1.3. Nos dias atuais

Apesar de estarmos presenciando um considerável crescimento do número dos “desigrejados”, ou seja, daqueles crentes que dizem não precisar frequentar uma Igreja para expressar a sua fé, o fato é que este movimento constitui um desvio da verdadeira comunhão cristã, pois é impossível viver a plenitude da vida devocional sem a prática do amor fraternal e do sentimento de pertencimento. Em Efésios 2.19 o apóstolo Paulo chama a Igreja de “família de Deus’: Portanto, a Igreja nos dias atuais não pode deixar de promover a verdadeira adoração, a pregação do Evangelho, bem como o companheirismo e a integração entre os seus membros, isto é, cumprir a sua vocação como Corpo de Cristo aqui na Terra. Uma das coisas que não podemos fazer sozinhos é ser cristãos. O Senhor Jesus durante Seu ministério na terra tinha o costume de frequentar a sinagoga e o Templo. Locais reservados para oração, leitura e exposição das Escrituras. Além dos discípulos, muitas pessoas se reuniam também nestes locais [Mt 26.55; Lc 4.16].

Comentário adicional:

A relevância de congregar nos dias atuais em um local físico é a base de fortalecimento da fé cristã e manter um vínculo de amizade entre os irmãos para vivermos uma vida mais intensa de comunhão uns com ou outros e com Deus. Jesus, quando vier arrebatar a igreja, buscará um povo unido. O fato de talvez não estarmos juntos no mesmo local no arrebatamento não significa não estarmos preparados. Fazemos partes do mesmo pensamento, da mesma fé cristã e temos algo em comum, Pai, Filho e Espirito Santo, nossa referência de fé cristã. Isso aprendemos com a meditação na Palavra em casa e nos cultos de ensino e de adoração a Deus. É um perigo deixar de congregar, pois isso pode esfriar nossa fé e muitas vezes leva a apostasia, que por sua vez, leva o crente a desprezar o amor de Deus em sua vida. Por meio da apostasia perfura nossa resistência espiritual. Devemos entender que o local de culto a Deus não é uma simples organização religiosa, mas sim um lugar de combater as heresias, o falso misticismo bem como os falsos profetas e mercenários da fé. Congregar é algo sério e traz muitos benefícios não só espiritual, mas também material, emocional e sentimental. Congregar não é uma muleta religiosa, uma bengala espiritual, ou tampouco um amuleto da fé, como muitos tem usado em suas reuniões de culto. Como exemplo, para soluções de problemas alguns tem usado símbolos (rosa vermelha, sabonetes, copos d’agua, sal grosso, óleo ungido de Israel) ignorando e eliminando a pessoa de Jesus Cristo. Nem troca de salvação eterna por benefícios passageiros. Se esperamos em Cristo só nessa vida, somos os mais miseráveis pecadores de todos os homens (I coríntios 15. 19; Mateus 6. 19-34; filipenses 3.20,21). Devemos ser firmes em nossas convicções, unidos no amor de Deus e firmados Naquele que morreu e ressuscitou para nos dar a vida eterna. Em (Efésios 2. 19) o apóstolo Paulo chama a igreja de “família de Deus”. Portanto, a igreja nos dias atuais não pode deixar de promover a verdadeira adoração, companheirismo e integração entre seus membros. Isso é Corpo de Cristo aqui na terra.

2. O PERIGO DE NÃO CONGREGAR

Os que estão unidos em Cristo também devem estar unidos entre si. Deixar de congregar pode caracterizar pelos menos três coisas:

Comentário adicional:

Vários crentes nos dias de hoje estão muito parecidos com a alegoria do filho pródigo. Sair da casa do pai, deixar de estar junto com a família de Deus. O comentarista dessa lição evidenciou três coisas que prejudica o crente por não amar o ato de congregar. Acham que não tem tanta necessidade. Diz que a fé é individual e sozinhos fazem os seus cultos a Deus!

2.1. Desobediência à Palavra de Deus

Deus mostra de forma muito clara na Sua Palavra a necessidade do Seu povo congregar. Nas suas últimas instruções, Moisés exorta os líderes de Israel, sacerdotes e anciãos, no sentido de que de tempos em tempos ajuntasse todo povo (homens, mulheres e crianças) para ouvir e aprender a Palavra de Deus [Dt 31.12]. O escritor aos Hebreus disse que não podemos deixar de congregar: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vede que se vai aproximando aquele dia.” [Hb 10.25]. Portanto, o crente que deliberadamente deixa de congregar, está em desacordo com uma determinação divina.

Comentário adicional:

O crente que deixa de congregar está em desacordo com a Palavra de Deus. Deus disse a Moisés, farás congregar o meu povo, homens, mulheres e meninos e os estrangeiros que estiverem em suas cidades, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e cuidem de pôr em prática todas as palavras desta lei (Deuteronômio 31;12). Deus sabia que se o povo não permanecesse juntos, unidos eles não permaneceriam fortes, acabariam enfraquecendo na fé e o que Deus tinha para eles era uma promessa preciosa. Hoje, têm crentes que dizem, não aguento mais as doutrinas, outros dizem, estou cansado dessa igreja, aqui em casa eu oro, leio a Bíblia, canto e está tudo bem.  Enquanto que no Salmo cem (100), o salmista citou “servi ao Senhor com alegria; e entrai Diante Dele com cânticos de Júbilo (Salmo 100.2) Entrai por suas portas com ações de graças e em Seus átrios com louvores, rendei-lhes graças e bendizei o Seu nome (Salmo 100. 4)”. Muitos não têm mais esse prazer, não agradecem mais a Deus, perdeu a vontade de congregar, de desenvolver tarefas na igreja e de assumir compromissos, estão cansados de responsabilidades, cansados do pastor, cansados dos irmãos, outros andam de igreja em igreja a procura de uma que mais se adéqua com seu jeito de viver, com mais movimentos e inovações. Mas é necessário nos refugiar em Cristo, Ele é que nos dá descanso, não adianta procurar outro lugar (Mateus 11.28-30). Temos uma igreja abençoada onde encontramos todo tipo de alimento espiritual para nossa alma.

2.2. Debilidade espiritual

A saúde espiritual do crente pode ser facilmente aferida pelo apreço que ele tem pela casa de Deus. Normalmente, quando um crente esfriar na fé, a primeira coisa que ele deixa de fazer é se congregar. Negligenciar as reuniões da Igreja local é o primeiro passo visível de apostasia, pois quem deixa de congregar, facilmente cai da fé. Nos dias atuais, muitos crentes, por qualquer motivo, têm deixado de congregar e não têm tido mais a alegria de estar no templo para cultuar ao Senhor e ser edificado pela comunhão com os seus irmãos em Cristo. O culto no templo é bíblico e relevante.

Comentário adicional:

Você quer saber quando um crente está debilitado na fé? Ou seja, anêmico na fé? É quando ele desaparece da igreja. Nesse momento precisamos ter o espirito de sensibilidade e do amor de Deus, “amor Ágape,” ir atrás, ver o que está acontecendo, ligar, fazer uma visita, colocar seu nome na oração, eles são nossos irmãos e precisam de apoio espiritual, precisam de estímulos a continuar congregando, pois, a igreja é o melhor lugar que o crente tem para continuar a caminhada cristã. Não estamos imunes dos intemperes, das mazelas da vida. Precisam de conselhos sábios dirigidos pelo Espirito Santo para as conduzirem novamente ao convívio da sociedade cristã. Atualmente ouvimos uma palavra que antes não conhecíamos e nem existia, “desigrejados”. Essa palavra é nova, mas entre os cristãos está bem conhecida. Os desigrejados na verdade apostatou da fé. Suas desculpas são as mesmas; estou cansado de cumprir regras; vou para um lugar onde não tem tantas regras; vou para um lugar onde ninguém me perturbem pelas roupas que uso; onde não interfere nos meus relacionamentos. Outros dizem: ninguém me vê, não importam comigo, pedem demais, não me dá cargo, o pastor nunca me cumprimentou. E por fim, a maioria querem viver dissolutamente (fora dos padrões bíblicos). Outros procura um estilo que adapta com seu modo de viver e não aceita o estilo que a Palavra de Deus ensina. A Bíblia é um livro que confronto o meu “eu.”  Vejo isto no culto, congregando, nas reuniões, nos cultos de ensino, envolvendo com atividades na igreja, deixando ser pastoreados, aceitando os confrontos da Palavra de Deus. Afinal a igreja é uma escola, a melhor escola. Se sua igreja não é, precisa ser. Se o que você ouve lá, não te confronta procure outra igreja, mas nunca deixe de congregar.

2.3. Morte espiritual

Hoje em dia muitas igrejas locais transmitem seus cultos pela internet. Esta inovação tem trazido benefícios àqueles que eventualmente se veem impossibilitados de estar participando dos cultos presencialmente, mas muitos crentes, mesmo tendo condições de estar presente nos cultos, preferem assisti-los em casa. Estar nos cultos em vez de assisti-los em casa faz toda a diferença, pois o clima de comunhão, alegria e unção que sentimos numa reunião de culto, mostra que a fé cristã não é para ser vivida isoladamente, por isso é necessário estarmos juntos [1Co 14.26]. A seguinte ilustração nos ajuda a entender o quanto é perigoso deixar de congregar: se tiramos uma brasa do fogo, o que acontece com ela? Certamente ela permanecerá acesa por um pouco, mas com o passar do tempo ela vai se esfriar e apagar. Assim se dá também com o crente quando deixa de congregar, vai esfriando na fé até apagar.

Comentário adicional:

A igreja também é um lugar de refrigério, a Palavra de Deus nos confronta, mas também nos consola, nos alegra, nos edifica, traz alegria, nos dá vida, força para viver, além disso encontramos amigos, fazemos novas amizades. O crente vivo espiritual tem prazer no dia de cultos, se ele pode, tem saúde ele vai à igreja cultuar ao Senhor e não fica em casa ouvido pregações pela internet, não que isso seja errado desde que não deixamos de cultuar a Deus juntos (Salmo 118. 24; 28. 122.1). Quando o crente não sente o desejo de congregar pode ter certeza, sua vida espiritual está fraca ou já morreu espiritualmente. Nosso comentarista dessa lição citou algumas igrejas em apocalipse, por exemplo; a igreja de Laodiceia que se considerava uma igreja rica e próspera, mas era na verdade necessitada e desafortunada aos olhos de Deus. De igual modo, a igreja de Sardes se considerava vibrante e cheia de vida, enquanto já era vista como morta.  Devemos ter muito cuidado com nossa vida espiritual. A vida material é temporal enquanto que a vida espiritual é eterna. Não que não devemos ter cuidado com nossa vida material, mas muitas pessoas pensam tanto só no material e esquece do espiritual que é mais importante. Na igreja primitiva os nossos irmãos sofriam duras perseguições, eles não podiam reunir para cultuar a Deus. Hoje, temos proteção perante a lei humana, as autoridades humanas nos protegem, embora, com algumas limitações. No tempo dos nossos irmãos primitivos não era assim, eles sofreram perseguições duras por parte dos judeus e por parte dos romanos. Foram dispersos, o cristianismo só passou a ser religião legal após o quarto século, através do imperador Constantino. Até então os cristãos não tinha proteção das autoridades, eles reuniam em lugares secretos como as famosas catacumbas de Roma, vastas galerias subterrâneas com 2,60m a 3,30m de largura, 1,30 a 2,00 de altura, estendendo-se por centenas de quilômetros no subsolo da cidade onde os cristãos usava para refúgio, e cultuar a Deus durante as perseguições imperiais.  Assim mantinham vivos na fé em Cristo e nada roubava a sua confiança em Cristo, filho de Deus.

3. OS BENEFÍCIOS DE CONGREGAR

São muitos os benefícios que o crente desfruta ao congregar. Vejamos alguns:

Comentário adicional:

Existem muitos benefícios que nos fazem muito bem para nossa vida o ato de congregar. O qual citaremos alguns.

3.1. Adoração comunitária

Quando nos encontramos com o Evangelho e o recebemos, é sempre através do contato com outras pessoas, criando um elo para que possamos, por nossa vez, compartilhá-lo. Portanto, nossa fé se desenvolve dentro de um contexto comunitário, tornando a experiência de fé puramente individual. Embora a adoração possa ocorrer de maneira individual, a necessidade de nos agruparmos para adorar a Deus em comunidade permanece fundamental. Isso é ecoado pelo salmista no Salmo 122, que expressa grande alegria ao ser convocado para a casa do Senhor, dizendo: “Fiquei alegre quando me disseram: Vamos à casa do Senhor!”. O uso do plural aqui sublinha que sua intenção era adorar acompanhado, destacando a natureza coletiva da adoração.

Comentário adicional:

O (Salmo 5.7) diz; porém, eu pela grandeza da tua misericórdia me entrarei na Tua casa; e em Teu termo, eu me inclinarei para o templo da Tua Santidade. O salmista tinha esse prazer, ele sabia que lá ele estaria com muitas outras pessoas com o mesmo espírito de adoração. Quem vai a igreja sabe que vai participar de um culto a Deus onde pessoas, vão estar reunidas com o mesmo propósito de adorar o Altíssimo e sentir sua gloriosa presença “embora com exceções de alguns rebeldes” (I Reis 8.11). Não iremos para mostrar roupa, sapato, maquiagem, ou fazer negócios; mas sim com espírito quebrantado para receber a presença de Deus em nossas vidas e desenvolver a nossa fé entre o elo de comunhão entre a irmandade como bem está escrito no Salmo 133. O quão bom e com suave é que os irmãos vivam em união. Quando ouvimos pela primeira vez a mensagem do evangelho isso aconteceu através de um contato e na maioria das vezes por outra pessoa. Não fomos criados para vivermos isolados. Conta-se uma estória que cem presos foram isolados em uma sala por 10 anos separadamente, sem contato nenhum com outros tipos de pessoas. Quem forneciam alimentos teria que colocar em um buraco sem ser visto nem de relance. A estória diz que 50 presos morreram, 25 sofreram depressão e 25 tiveram vários outros tipos de enfermidades, isto devido à falta de contato com outros seres humanos. Como cristãos devemos entender que a adoração comunitária é muito importante para nossa saúde física, mental, como também aumenta nossa fé uma vez que compartilhamos testemunhos, experiência de fé, ajuda social, e muitas outras coisas como respeito as diferenças, tolerâncias aos mais fracos, e aprendemos a desenvolver o amor ao próximo (Marcos 12.31. Romanos 12. 10) e a Deus (Marcos 12.30) (João 3. 16) o grande amor de Deus por nós.

3.2. Edificação mútua

A edificação mútua dos membros da Igreja ocorre por meio da comunhão, do ensino bíblico, da adoração, do exercício dos dons espirituais e ministeriais; e isso acontece quando estamos juntos. O apóstolo Paulo, quando quis mostrar a relevância da Igreja na sua dimensão coletiva, usou a metáfora do corpo, para dizer que é no espaço físico que a Igreja local como Corpo de Cristo se revela e os relacionamentos e comunhão entre os seus membros se consolidam [1Co 12.12-27]. Isoladamente não somos Igreja, tanto é verdade assim que a palavra grega “ekklêsia”, de onde deriva “Igreja’; sempre que aparece no Novo Testamento é empregada para se referir a uma assembleia de pessoas, e, na maioria das vezes, às reuniões destas para adorar e servir ao Senhor [At 2.42].

Comentário adicional:

O apóstolo Paulo escrevendo aos romanos disse: rogo pois irmãos “percebemos que estava escrevendo para um grupo de pessoas pela pluralidade das palavras” pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício Vivo santo agradável a Deus que é o vosso culto racional (Romanos 12. 1). A exortação de Paulo era dirigida a igreja, para sua edificação mútua. Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. Isso é muito lindo! Fala da unidade que deve prevalecer dentro do corpo. Comunicai com os santos nas suas necessidades, “diz respeito a cuidado e generosidade, gentileza com todos até mesmo com os incrédulos, pois só assim atraímos outras pessoas para agregar ao corpo” (Romanos 12. 13). Paulo finaliza dizendo: persevera em oração. O comentarista bem explicou que a palavra grega (ekklêsia), de onde deriva, igreja, no Novo Testamento é uma assembleia de pessoas com um só objetivo, cultuar a Deus. A igreja edificada mutualmente será vestida de vestes brancas (Apocalipse 3.5; Isaias 61. 10; Apocalipse 3.5) seu nome será confessado diante de Deus e dos anjos.

3.3 Saúde espiritual

Congregar faz bem para saúde espiritual do crente e a saúde espiritual tem reflexos na vida da pessoa como um todo. Entretanto, é importante frisar que não basta congregarmos, devemos fazê-lo da maneira certa. É muito importante estarmos atentos "como” estamos procedendo nas nossas reuniões de culto, a fim de não incorrermos no erro dos crentes da Igreja de Corinto que, segundo Paulo, quando se reuniam, conforme os bons crentes devem fazê-lo, essas reuniões os pioravam, ao invés de melhorar suas vidas [1Co 11.17]. As expressões de culto e adoração perdem o valor quando não retratam uma vida de pureza e retidão diante de Deus e de comunhão com os irmãos [Mt 6.23-24; 1 Co 13.1-3]. Portanto, devemos entender que o Senhor deseja que nos reunamos em Sua gloriosa presença, a fim de que a nossa comunhão, fé, ânimo e unidade se fortaleçam cada vez mais [Jo 17.20- 23; At 2.42].

Comentário adicional:

Um crente saudável espiritualmente, ajuda no fortalecimento de outros crentes, é contagiante uma pessoa sadia na fé. É como uma árvore plantada junto a ribeiros de água que dá seu fruto na estação própria cujas folhas não caem, e tudo que ele faz na obra de Deus é prospero (Salmo 1.8. Joao 15. 5). O Crente sadio espiritual está sempre ligado a videira verdadeira de onde vem a seiva pura e verdadeira que o alimenta, que é a própria palavra de Deus. Os cristãos primitivos possuíam essa dádiva maravilhosa, nada os derrubava na fé, alguns eram vestidos de peles de animais e despedaçados pelos cães; outros morreram em uma cruz em chamas; outros eram queimados depois do pôr do sol, para alumiar as trevas. Nero mesmo cedeu o próprio jardim para o espetáculo. Onde o cristão encontra essa saúde espiritual? Quando ele valoriza o verdadeiro culto a Deus, entrega sua vida totalmente a Cristo e deixa Jesus guiar seus caminhos, isso não é religião, é comunhão verdadeira com Deus. Quando isso deixa de acontecer não passa de uma religião fria cheia de ritos. A comunhão verdadeira fortalece o crente, dá ânimo e coragem. Nada pode lhe separar do amor de Deus, (Romanos 8.35) como disse o apóstolo Paulo.

Conclusão

Somos chamados para servir na Igreja local com o propósito de adorar a Deus, servir e edificar uns aos outros em amor. Assim sendo, não podemos deixar de viver a nossa divina vocação como Corpo de Cristo, que é estarmos unidos.

Comentário adicional:

Nesta lição falamos sobre o dever de congregar numa igreja local, ou seja, em um espaço físico. Uma das características de uma pessoa nascida de novo é o prazer de congregar, estar reunido com a família cristã como membro do mesmo corpo. Ouvimos várias pessoas dizerem que para ser salvo não há necessidade de fazer parte de igreja, chega a dizer que a igreja somos cada um individual e que Deus está conosco em todo lugar desde que que buscamos sua presença. Até que tem lógica, Deus realmente habita em nós, podemos invocar sua presença em nosso aposento, andando ou trabalhando. Realmente, Deus através do Espirito Santo habita dentro de nós. Vamos a casa do Senhor porque é bom estamos juntos. No Salmo 84 diz que até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para sua prole, juntos dos teus altares. Na maioria das vezes as pessoas ouvem um sermão evangélico, onde? Alguém pode dizer assim; eu ouvi de amigos. tudo bem, já ouvi alguém dizer que converteu sozinho no meio de uma mata, mas, logo, procurou uma igreja para congregar. E por outro lado, nossas crianças, nossos jovens talvez não tenha a mesma estrutura espiritual como nós, por isso devemos levar nossa família à casa de Deus. E, por outro lado, não acredito que alguém possa viver muito tempo sozinho mantendo sua fé viva. Será como um tição tirado do fogo, por um tempo permanece aceso, logo se apagará. Toda família precisa de uma igreja que ensina princípios cristãos puros sérios e verdadeiros. Errado também é ficar de igreja em igreja. Muitos crentes vivem assim e acaba se perdendo, apostatando da fé e confundindo sua mente. O certo é tornar membro em uma igreja que ensina a Palavra verdadeira, que prega Jesus como Senhor e salvador das nossas almas! 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

·           Bíblia de Estudo do expositor – Segunda Edição Revisada 2015

·           Bíblia de Estudo Genebra, 2ª Edição Revisada e Ampliada – Editora Cristã

·           Bíblia Thompson, Almeida, Edição Contemporânea

·        Revista do professor- A Relevância da Igreja, sua essência e Missão – 30 Trimestre – 2024 – Ano 34 – N0 132

·          Revista do Professor – Ordenanças Bíblicas – 20 Trimestre – Ano 34 – N0 131

·       A História da Igreja – Seminário Teológico Paulo Leivas Macalão – Órgão CONADAD – Editora Visão (62)3609-0145.

·         Pérolas Preciosas, Pr. Valdir Alves de Oliveira - 2ª Edição Revisada - 2015 – Editora Karis: Goiânia - GO

Comentarista Adicional – Missionária Gidersi Vilar Borges Viana

   

LIÇÃO 4 - A RELEVÂNCIA DE PERTENCER E SER MEMBRO DE UMA IGREJA LOCAL

28 de julho de 2024

TEXTO ÁUREO

“Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Atos 2:47

VERDADE APLICADA

Cada membro do Corpo de Cristo encontra na vivência comunitária cristã o necessário desenvolvimento e amadurecimento em Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Salientar a relevância de ser membro do Corpo de Cristo;

- Explicar o compromisso do membro da Igreja;

- Expor o papel da membresia na Igreja e na sociedade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Efésios 2

19. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus.

20. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;

21. No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,

22. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.

1 Pedro 2

9. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO

A autêntica vida de discípulo de Cristo é vivida num contexto comunitário, onde a manifestação dos dons contribui para edificação do Corpo de Cristo, cada membro cuidando do outro e assim o corpo vai crescendo com ordem e decência conforme a Palavra de Deus, para a glória de Deus.

Comentário adicional:

Prezados irmãos, a paz do Senhor Jesus! Julgo ser de extrema importância esta lição, uma vez que muitos membros da Igreja decidem não mais congregar, aumentando assim o número dos “desigrejados”. Não pretendo abordar os diversos motivos pelos quais essas pessoas decidem não fazer parte de uma igreja local, mas pretendo demonstrar, através das escrituras, que um cristão genuíno jamais deixa de congregar, pois essa é uma característica do ímpio (Hb 10:25). A comunhão com os irmãos, o amor a Deus, o cuidado com o próximo, a participação dos sacramentos ordenados por Jesus são alguns dos motivos que nos fazem ter o desejo intenso de fazer parte do Corpo de Cristo, congregando com os santos, o povo de Deus.

Só que para ter este entendimento, é importante que o membro saiba primeiro responder à seguinte pergunta: o que é Igreja? A bíblia usa todos os tipos de metáforas para responder a essa pergunta: a família e a casa de Deus, o corpo de Cristo, o tempo do Espírito Santo, a coluna e o baluarte da verdade, a noiva de Cristo, o rebanho de Cristo e muito mais. Cada uma dessas metáforas nos diz algo maravilhoso sobre a Igreja, e devemos refletir sobre isso.

Somado a essas metáforas, gosto da definição do teólogo Jonatahan Leeman, que nos explica o que é a igreja: “A igreja é um grupo de cristãos, que se reúne como uma embaixada terrena do reino celestial de Cristo, para proclamar as boas-novas e os mandamentos de Cristo, para afirmar uns aos outros como seus cidadãos por meio das ordenanças e para evidenciar o amor e a santidade de Deus, por meio de um povo unificado e diverso, espalhado por todo o mundo, seguindo o ensino e o exemplo dos apóstolos”.

Tendo isso em mente, vamos entrar na lição agora, observando que cada um de nós somos membros de um só corpo, que tem Jesus por Cabeça (1Co 12:12-13). Vejamos o quão importante é ser membro e pertencer a uma igreja local. Que Deus te abençoe!

1 – MEMBRO DA IGREJA: IDENTIDADE DO CRISTÃO

Mediante Seu sacrifício vicário na cruz, Jesus estabeleceu a Igreja, composta por todos os salvos, para representá-Lo na terra, glorificar o Seu nome e proclamar o Evangelho. Vejamos como essa verdade é ressaltada na Bíblia.

Comentário adicional:

Para compreendermos bem que a identidade do cristão inclui ser membro da Igreja, precisamos entender dois conceitos: o que é ser cristão e o que é a Igreja.

O cristão é todo aquele que sabe do imenso amor que Deus teve para com ele, sacrificando Seu único Filho, para que possa ser salvo. Uma vez ciente de tamanho amor, os cristãos replicam este amor uns para com os outros, inclusive são capazes de amar até mesmo seus inimigos (Mt 5:43-48). Assim, o cristão é imitador de Cristo, que tem a mente renovada e possui princípios e conduta distinta do ímpio.

O ajuntamento dos cristãos, reunidos num local específico e horário pré-estabelecido, é a comunidade local, que ficou largamente conhecida como “igreja”. Não deixa de ser. Contudo, nossas comunidades locais são uma parte da Igreja que está ali reunida, e não a Igreja toda. A Igreja do Senhor é o conjunto total de todos os crentes, de todas as épocas, de todos os lugares do planeta. É muito comum ouvirmos as frases: “vamos visitar a igreja do fulano de tal”; “hoje vou à igreja”; “vamos comprar nosso lanche que fica perto da igreja”; e por aí vai. A igreja não é o prédio no qual os cristãos se reúnem. A igreja é cada cristão que faz parte do Corpo de Cristo, ou seja, cada cristão é um membro da Igreja. Assim, a identidade do cristão inclui ser membro desta Igreja gloriosa, uma vez que somente os cristãos genuínos são filhos do Deus altíssimo (João 1:12).

1.1 – As pessoas que se convertiam eram acrescentadas à igreja

De acordo com o texto de Atos, após se converterem, as pessoas passavam a viver a vida comunitária se expressando como verdadeiros cristãos. Por reiteradas vezes, ao escrever suas cartas, o apóstolo Paulo as endereçava a uma comunidade de crentes em determinada localidade, tais como: a Igreja de Corinto, a Igreja de Éfeso, a Igreja em Roma, reconhecendo que ali havia uma comunidade de crentes unidos a Cristo e entre si.

Comentário adicional:

De acordo com Atos 2:46-47: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

Como já sabemos, a igreja é formada por cada crente, cada pessoa regenerada pelo Espírito Santo, e todos esses membros formam (juntos) o Corpo de Cristo, que é a Igreja. Este texto de Atos deixa bem claro que o Senhor é quem acrescenta as pessoas, e não são quaisquer pessoas: somente os salvos são acrescentados. Dessa forma, é correto afirmar que o meio de entrada na Igreja é voluntário, através de uma decisão espiritual que a pessoa toma.

Isso é importante saber, pois há pessoas que estão congregando pelos motivos mais banais existentes. Se não for por amor a Deus acima de todas as coisas, seja qual for a motivação da nossa permanência na Igreja, vai estar errado, portanto, é pecaminoso fazer parte da igreja neste contexto. Tem pessoa que está na igreja por algum cargo que ocupa, pelo salário que recebe da comunidade, para procurar um namoro, ou por obrigação mesmo. Nenhuma pessoa com motivações como essas ou semelhantes persevera na Igreja, pois não foi o Senhor que as acrescentou. Essas pessoas jamais tiveram um encontro real com Cristo, não são convertidas.

Inclusive, proponho uma pergunta de extrema importância: como identificar se a Igreja está crescendo? É muito simples: veja quantos novos convertidos estão se batizando. O batismo é a evidência de que a pessoa nasceu de novo, de que morreu para a velha natureza, sendo lavada e remida pelo Espírito Santo, nascendo para uma nova vida distinta do mundo. Nossas igrejas locais estão batizando novos convertidos constantemente? Ou simplesmente há um trânsito de crentes, mudando de igreja para igreja?

Devemos orar para que o Senhor acrescente na Igreja, diariamente, os que estão sendo salvos através da pregação do evangelho, que é de responsabilidade de cada um de nós. Uma vez convertidos, devemos batizá-los como Jesus nos ordenou, e assim essa pessoa passa a ser um membro da Igreja de Cristo, para a honra e glória do Senhor!

1.2 – A relevância de expressar a fé

A vida cristã se expressa em um contexto de uma Igreja. Ser membro da Igreja é fundamental a fim de expressar a fé em Cristo. Em qualquer lugar do mundo, ser crente é sinônimo de ser ligado a um corpo local. Não somos ensinados que a vida cristã envolve somente crer, também envolve participar.

Comentário adicional:

Devemos expressar nossa fé em todo momento, orando sem cessar (1Ts 5:17). Além disso, expressamos nossa fé quando nos reunimos nos cultos. Um membro da Igreja tem a rica oportunidade de louvar a Deus, cantar hinos e louvores a Deus, orar, agradecer, ter comunhão com os demais irmãos da Igreja. Sabemos que nada disso traz a salvação, pois a salvação é por meio único e exclusivo da fé em Cristo Jesus. Contudo, uma pessoa salva irá, naturalmente, expressar sua fé naquele que o amou primeiro. Por que expressar a fé? Porque eu sei que Ele me ama, e em resposta a tão sublime amor, eu vou orar, cantar, agradecer, congregar, amar os meus irmãos e tudo mais que fazemos na nossa comunidade local.

Dentro deste contexto do amor a Cristo, nosso Senhor, com relação a expressar a nossa fé, acho lindo demais o texto que está em Lc 7:36-50. Em especial, no verso 50, está escrito: “Mas Jesus disse à mulher: — A sua fé salvou você; vá em paz.” O texto gira em torno de uma mulher pecadora, um fariseu e Jesus. Essa mulher pecadora estava aos pés de Jesus, o adorando e chorando, enxugando os pés de Jesus com seus cabelos, e ungindo-os com um perfume. Então Jesus pergunta ao fariseu quem amaria mais a um credor que perdoou as dívidas de dois servos: um devia 500 denários, outro devia 50. O fariseu então diz que o que tinha a dívida maior certamente o amará mais, então Jesus diz que ele está certo, e se dirige a esta mulher pecadora, dizendo que seus muitos pecados haviam sido perdoados. Por isso que essa mulher estava derramando lágrimas de gratidão a Jesus, pois ela entendeu que sua culpa diante de Deus era imensa, impossível de se redimir sem ser através de Cristo.

Irmãos, será que nas nossas comunidades também não estamos iguais a este fariseu? Será que não estamos servindo a Deus com a mentalidade de que não temos uma dívida tão alta com Ele? A verdade é que nossa dívida com Deus era infinita, impossível de pagar, mas Jesus a pagou por completo na cruz do calvário. Somente quem tem consciência da imensidão da sua culpa para com Deus, é capaz de amá-lo intensamente, expressando sua fé em comunhão com os irmãos da Igreja.

1.3 – A necessidade de comprometimento

Você é crente? Perguntamos para alguém, se a resposta for sim, segue outra pergunta fundamental, qual é a sua Igreja, ou a qual Igreja você pertence? O cristão precisa estar comprometido com um grupo específico de discípulos para ser um verdadeiro seguidor de Cristo. Você não é o Corpo de Cristo isolado, você precisa de outros para expressar essa condição. Juntos, e não separados, somos o Corpo de Cristo [Jo 13.35]. Existem algumas analogias de um cristão desconectado da Igreja. Um jogador de futebol sem time, um soldado sem uma tropa ou comandante, uma ovelha sem rebanho, mas o mais incompreensível quadro é de uma criança sem família, pois um crente sem a família de Deus é um órfão.

Comentário adicional:

Infelizmente, em nossas comunidades, existem pessoas que não têm compromisso com o Reino de Deus, estão lá na mentalidade de “consumidores”. Essas pessoas vão para o culto, na expectativa de ouvir um bom louvor, uma boa palavra, se sentar num banco confortável, de preferência que o ar-condicionado do templo esteja ligado em dias quentes. Sim, tudo isso é bom mesmo, e por si só, não há nada de errado em almejar um bom ambiente para frequentarmos. O grande problema é que se a vida toda essa pessoa for assim, seu comprometimento é totalmente nulo. Pesquisas recentes do crescimento da igreja apontam que, de maneira geral, apenas 20% dos membros de uma igreja estão envolvidos em algum ministério. Os 80% restantes são meros frequentadores, ou seja, os consumidores. Isto mostra o quanto é irrelevante, para muitos membros, firmarem um compromisso mais sério no serviço da igreja local.

O maior desafio da igreja do século XXI é a formação de cristãos realmente compromissados com o Evangelho de Jesus Cristo e com sua Igreja. É tarefa da Igreja esta formação. Jesus ordenou que fôssemos e fizéssemos discípulos em todas as nações. De que modo? Ensinando-os a guardar, obedecer a todas as coisas que Jesus disse (Mt 28:19). É tarefa da igreja em empreender todo esforço neste propósito. Conduzir o crente a ser semelhante a Cristo, no caráter e na vida é um investimento constante, um treinamento árduo. Este esforço conduzirá o crente rumo à maturidade espiritual.

Dessa forma, acredito que a falta de comprometimento com a igreja local se deve principalmente à má formação de nossos membros. Tem irmão que se quer sabe qual a confissão de fé da igreja que frequenta. Devemos nos esforçar, ter compromisso com a formação dos crentes, incentivando-os a serem participantes e cooperadores das atividades propostas em nossas igrejas locais.

2 – MEMBRO DA IGREJA: ESTAR SOB A BÊNÇÃO

Cristo disse de forma clara e inequívoca que edificaria a Sua Igreja, sobre Si mesmo, e nada poderia detê-la, nem mesmo as portas do inferno [Mt 16.18]. Todos aqueles que fazem parte da Igreja e se tornam um corpo, estão debaixo dessa bênção. Quando Cristo abençoa o corpo, seus membros de uma forma individual também são abençoados. Esse Corpo de Cristo do qual somos parte está destinado a ser vencedor.

Comentário adicional:

Em Efésios 2:19-22 lemos o seguinte: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. De acordo com o texto bíblico, todos os crentes pertencem à família de Deus. O próprio Cristo afirma que nós não somos deste mundo, apesar de vivermos nele (Jo 15.19). Somos peregrinos, ou seja, andamos por esta terra cumprindo o nosso chamado em levar as boas novas a todos os povos.

A grande bênção de ser membro da igreja é esta: ter a certeza de que somos, todos nós, pertencentes à família de Deus, e que vamos morar com Ele por toda a eternidade! Como podemos ter certeza disso? Muito simples: Jesus nos prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16:18). Alegremo-nos, irmãos! A Igreja do Senhor é uma bênção, somos abençoados e protegidos pelo único Dono, Eterno e Soberano. Deus seja louvado!

2.1 – A Igreja é defendida por Cristo

Cristo defende a Igreja, porque é o Seu Corpo, isso está expresso no encontro que Ele teve com Saulo, quando lhe pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” [At 9.4]. Subtende-se claramente que perseguir a Igreja é perseguir a Cristo e Ele a defenderá contra tudo e todos. O último ato de Cristo quando ascendia aos céus foi erguer as mãos e abençoar Seus discípulos [Lc 24.50-51]. A vitalidade da cabeça alcança todos os membros. Cristo, constituído como Cabeça da Igreja [Ef 1.22], abençoa todos os membros de Seu Corpo [Ef 2.21-22].

Comentário adicional:

Jesus defende a Igreja, pois é Sua. Observe que quem persegue a Igreja está perseguindo ao próprio Jesus: “1 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. 2 e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, tanto homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. 3 Enquanto seguia pelo caminho, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor. 4 Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: — Saulo, Saulo, por que você me persegue? 5 Ele perguntou: — Senhor, quem é você? E a resposta foi: — Eu sou Jesus, a quem você persegue.” (Atos 9:1-5). O texto é claro: Saulo desejava a morte e prisão dos discípulos de Jesus, mas Jesus diz que a perseguição é contra Ele mesmo.

E isso é lindo demais, visto que nós somos um com Cristo, igual a um casamento (Rm 12:5). Da mesma forma que o marido tem o dever de amar e defender sua esposa, assim também Jesus faz com a Igreja. É tanto que o apóstolo Paulo compara a Igreja com a noiva de Cristo, que é o Noivo (Ef 5:32). Neste contexto de Efésios 5, vemos que Paulo está dando instruções para o comportamento correto do marido e da esposa, e repetidas vezes, ele ordena que a mulher seja igual à Igreja e o homem igual à Cristo. Jesus ama tanto a sua Igreja que se entregou por ela, para que ela se apresente limpa e irrepreensível na Sua manifestação (Ef 5:27).

Além disso, devemos nos lembrar de que Jesus é nosso advogado fiel, que sempre está à nossa defesa: “1 Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (1Jo 2:1). As cartas de João são direcionadas aos crentes, à Igreja de Jesus. Portanto, podemos descansar, sabendo que nossa confiança está na Rocha imutável, e que a nossa defesa é absoluta. Não importa as provações e tribulações que a Igreja passe, nosso Senhor Jesus está intercedendo por nós à direita de Deus, nosso Pai.

2.2 – Privilégios e bênçãos de ser membro da Igreja

Como membros do Corpo de Cristo, mantemos comunhão com o nosso Salvador e com os demais salvos, para que “tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” [1Co 12.25-26]. Além disso, é por intermédio da salvação em Jesus que nos tornamos filhos de Deus, herdeiros de Suas promessas e participantes de todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo [Gl 3.26-27; Ef 1.3].

Comentário adicional:

A igreja é o Corpo de Cristo, como já vimos anteriormente. Como todo corpo, existem vários membros, e cada membro com sua função, sua importância no corpo (1Co 12:18-20). Ser membro da Igreja é um privilégio, primeiro porque sabemos que fomos inseridos na Igreja pelo próprio Espírito Santo (Atos 2:47). Segundo que agora, diferente de antes, fazemos parte da família de Deus (Ef 2:19). Por isso, os cristãos se reúnem com o objetivo de estimular uns aos outros a ter comunhão entre si, mas principalmente com Deus.

Além dessas duas bênçãos, as quais considero centrais, podemos listar pelo menos 6 privilégios em sermos membros da Igreja do Senhor Jesus:

1. A igreja é uma família de apoio – A Igreja é uma comunidade de irmãos, onde todos podem encontrar apoio emocional, espiritual e social. Ser membro da Igreja ajuda a construir relações significativas e a sentir-se parte da família de Deus. Nenhum irmão passa necessidade básica, pois a Igreja os apoia. Na Igreja também temos aconselhamento bíblico, onde questões emocionais podem ser tratadas à luz das escrituras. Por fim, o alimento espiritual é um dos principais fatores e objetivos da Igreja, que os irmãos podem contar sempre.

2. Crescimento espiritual – Ser membro da Igreja é fundamental para promover o crescimento espiritual, através dos cultos de ensino e da EBD, estudos bíblicos, preleções e adoração coletiva. Tudo isso somente os que são participativos têm a oportunidade de desfrutar, tendo a consciência de que as disciplinas espirituais são de suma importância para o crescimento espiritual.

3. Serviço e ministério – Ser membro da Igreja também é um requisito para participar dos ministérios e oportunidades de serviço da comunidade local, onde se pode utilizar seus dons e talentos para ajudar os outros e contribuir para a missão da Igreja. Tem espaço para servir na equipe de louvor, na orquestra, no diaconato, na limpeza, na área de ensino e muito mais.

4. Disciplina espiritual – A Igreja certamente ajuda nas disciplinas espirituais, como oração, leitura bíblica diária, devocionais, jejum, adoração e estudo bíblico em pequenos grupos. É de suma importância que os membros estejam motivados para que uns ajudem os outros a manter essas práticas regularmente, por amor a Deus.

5. Responsabilidade – Ser membro da Igreja envolve um certo nível de comprometimento e responsabilidade, pois devemos prestar contas na área financeira, cuidar bem das crianças e dos idosos, chegar nos horários que os líderes combinarem, cumprir com a nossa palavra e sermos exemplo para este mundo onde quer que pisemos os pés. Tudo isso contribui para uma vida ética e alinhada com os princípios cristãos.

6. Missão e propósito – Ser membro da Igreja é afirmar a nossa identidade: filhos do Deus altíssimo. Portanto, irmãos em Cristo e obedientes fiéis à sã doutrina. Como somos obedientes, Jesus nos deu a missão de propagar o evangelho a toda criatura, batizando-os e ensinando os princípios bíblicos. Ser membro da igreja é fazer parte dessa missão, contribuindo para o bem comum e para a propagação do evangelho pelo mundo.

2.3 – O perigo de se profanar a Igreja

Como já dissemos, a Igreja não é uma instituição humana, mas o corpo (espiritual) de Cristo que o representa na terra. Portanto, profanar ou manchar esse corpo é ofender e desonrar o próprio Jesus. Em 1 Coríntios 5.5, o apóstolo Paulo usa o termo incomum “seja entregue a Satanás”; referindo-se a alguém que cometeu um grave pecado, não se arrependeu e continuava a sua vida indiferente ao ocorrido. O apóstolo disse que entregaria essa pessoa ao domínio de Satanás para que a carne, isto é, “as cobiças da natureza pecaminosa fossem destruídas”; a fim que o espírito fosse salvo no dia do Senhor. Essa revelação mostra que fora do convívio da Igreja e consequentemente de Cristo, a pessoa deixa de desfrutar de bênçãos que alcançam os que estão em comunhão com a Igreja e passa a sofrer sérias consequências. Quem dá a vida é Deus, mas quem cuida é a família. Quem salva é Cristo, mas quem cuida é a Igreja. Valorizemos, portanto, nossa privilegiada posição de membros do Corpo de Cristo.

Comentário adicional:

Não podemos viver de qualquer jeito, meus irmãos. Uma vez que estamos congregando (fazemos parte do corpo de Cristo), é natural que o crente regenerado busque a santificação, abandonando as velhas práticas e se voltando completamente para Deus. Jesus chama todos os pecadores para serem seus discípulos, mas não admite que permaneçam na prática do pecado: “Declarou Jesus: Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado" (Jo 8:11).

Infelizmente muitos “irmãos” chegam na Igreja, dizem se arrepender e crer em Jesus como seu salvador, mas suas práticas pecaminosas não mudam. Não tem como isso acontecer, se de fato a pessoa teve um encontro real com Cristo! A mudança é genuína, é visível, e caso isso não aconteça, tal irmão deve ser chamado ao arrependimento. Se não der ouvidos, e permanecer deliberadamente numa vida visivelmente pecaminosa, deve ser disciplinado, como a ordenança que vemos em Mt 18:15-19; Rm 16:17-18; 1Co 5; e diversos outros textos.

O grande problema que vejo é a profanação da igreja por parte de pessoas desinformadas. Muita gente começa a frequentar uma “igreja local” abusiva, por exemplo, e a partir daquela experiência ruim, generaliza a todas as comunidades do mundo, afirmando que a Igreja do Senhor não presta, não ajuda em nada, é mentirosa, e diversas outras ofensas. Chegam até a citar o texto de Efésios 5:26-27, afirmando que não encontraram nenhuma igreja no mundo com tais características: “26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” Claro que toda igreja local tem defeito, pois estamos falando de uma reunião de pecadores buscando ser santos assim como o Pai é. Além disso, em todas as igrejas locais sempre têm o joio no meio do trigo. Infelizmente é um fato que não tem como ser diferente. Por conta disso, tem brigas, facções, mentiras e demais imundícies na maior parte das igrejas locais, mas é claro que a liderança bíblica toma a devida providência.

Como disse, essas pessoas que profanam a Igreja do Senhor são desinformadas, pois fazem uma confusão com a definição de Igreja. A Igreja de Cristo, santa e sem defeito, não machuca ninguém. Não tem líder abusivo. É Santa, perfeita, sem defeito, lavada e remida pelo sangue do Cordeiro. Estamos falando de todos os crentes verdadeiros espalhados pelo planeta, e a junção de tais cristãos genuínos é a Igreja (Igreja invisível na teologia). Pessoas que viveram uma experiência ruim em alguma denominação, na verdade nunca viveu uma comunhão verdadeira da Igreja de Cristo. Seitas não são Igreja. Pessoas são machucadas por comunidades que NÃO são Igreja. Tais irmãos devem sair de imediato de tal comunidade e procurar a verdadeira Igreja do Senhor, ao invés de ficar profanando e sujando a imagem da Igreja.

Falar mal da Igreja de Cristo é falar mal do próprio Cristo; perseguir a Igreja é perseguir o próprio Cristo, como já demonstrado (Atos 9:1-5). Ele é o dono, o cabeça, o Líder. Não há possibilidade de alguém atacar a Igreja e não sofrer as consequências deste pecado.

3 – MEMBRO DA IGREJA: SOB LIDERANÇA ESPIRITUAL

Os apóstolos reconheceram que os dois mais importantes ministérios de um líder espiritual era pregar e orar [At 6.4]. Essa oração, muitas vezes chamada de intercessão, tinha como finalidade abençoar e proteger os cristãos. Nessa mesma linha vemos Paulo afirmando que de modo frequente intercedia pela igreja, e a fazia saber que estava orando por ela [Fp 1.4].

Comentário adicional:

Queridos, até agora abordamos alguns conceitos fundamentais, dentre os quais, o conceito de Igreja está entre os principais para um entendimento consistente sobre o assunto de hoje. Sabendo o que é Igreja, fica a pergunta: como saber se a igreja local a qual congregamos é, de fato, a Igreja de Cristo? Isso faz toda diferença, pois envolve a liderança da igreja a qual congregamos.

De acordo com os teólogos pós-reforma protestante (Séc. XVI), em especial João Calvino e Martinho Lutero, uma igreja local precisa ter pelo menos 3 características para ser a Igreja de Cristo: 1) Ter uma correta e constante exposição das sagradas escrituras; 2) Ministrar corretamente os sacramentos ordenador por Jesus (Batismo e Santa Ceia); 3) Aplicar a correta disciplina em membros que não abandonam a prática pecaminosa.

Assim, só é possível ser membro da Igreja de Cristo se a liderança local observar esses princípios que vemos em toda a bíblia. Caso você observe isso na liderança, escute e colabore com eles, pois essa é uma liderança espiritual genuína.

Observe que os apóstolos (líderes da igreja primitiva) designaram outros líderes para assim a igreja ser mais bem administrada: “3 Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço. 4 Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:1-4).

A liderança espiritual está preocupada com o bom andamento dos trabalhos na igreja, para que nenhum irmão fique desamparado. Nesse sentido, estar sob a liderança espiritual de irmãos que se dedicam ao Reino de Deus é uma bênção. Não é à toa que são chamados “pastores”, pois cuidam de fato do rebanho do Senhor Jesus. Nossos líderes, bem como os membros da igreja local, devem refletir sobre isso constantemente.

3.1 – A relevância da intercessão pela igreja

O apóstolo Paulo elogiou o “combate” que Epafras, líder da Igreja em Colossos, demonstrava na oração por eles [Cl 4.12]. A sincera, amorosa e perseverante oração de um pastor por seu rebanho trará vitórias abundantes. Hebreus 13.17 diz que os pastores velam pelas almas que lhe foram confiadas. Velar é estar sempre atento, a fim de proteger o rebanho, como fazia um pastor de ovelhas. Portanto, ser membro da Igreja é estar debaixo da oração da liderança espiritual da Igreja e Deus tem compromisso com essa liderança, com o trabalho que eles realizam e principalmente com suas orações.

Comentário adicional:

Interceder por alguém é simplesmente orar por essa pessoa. Fazemos isso como uma prática natural, pois amamos nossos irmãos. Também porque está escrito: “16 Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que vocês sejam curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5:16).

A intercessão pela igreja é tão importante que o apóstolo Paulo registra em sua carta aos Colossenses: “12 Epafras, que é da igreja de vocês, manda saudações. Ele é um servo de Cristo Jesus que está sempre lutando por vocês em oração, para que vocês se conservem maduros e plenamente convictos em toda a vontade de Deus. 13 E posso testemunhar a respeito de Epafras de que muito se empenha por vocês, pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis” (Cl 4:12-13).

Epafras nos mostra como devem ser nossas orações: constantemente, fervorosamente e pessoalmente. A preocupação desse servo de Cristo era a de que esses cristãos conhecessem a vontade de Deus, mas desejava que se envolvessem com TODA a vontade de Deus, não apenas com parte dela. Isso é uma bênção extraordinária! O cristão não precisa andar sem rumo pela vida, mas pode conhecer e desfrutar a vontade de Deus.

Dessa forma, eu diria que o grande motivo das nossas orações pela Igreja do Senhor é que todos os membros tenham conhecimento da vontade de Deus, para que vivam de acordo com ela e venham a amadurecer espiritualmente. Por isso é de extrema importância que continuemos intercedendo pela Igreja, assim como Epafras e todos os irmãos cheios do Espírito Santo!

3.2 – Ser membro nos faz descobrir os dons e ministério

Através do convívio com os demais irmãos em Cristo, descobrimos os dons que nos foram outorgados por Deus, os quais devem ser usados para a glória do Seu excelso nome e aplicados para a edificação, exortação e consolação da Igreja. Além disso, o convívio com outros cristãos, participando de suas alegrias e sofrimentos [Rm 12.15], produz conhecimento e crescimento espiritual tanto no serviço como no ministério [Ef 4.11-12].

Comentário adicional:

Por conta do convívio entre os irmãos, com o passar do tempo, vamos descobrindo os dons e ministério de cada um. Sempre tem alguém separado para algum ministério da Igreja, pois o próprio Jesus distribui esses dons: “11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:11-12).

É interessante que cada líder dê atribuições aos irmãos, em busca desses dons e talentos. Pode ser que a irmã caladinha lá no cantinho dela seja uma excelente ministra para o louvor. Pode ser que um jovem questionador da doutrina da Igreja seja um mestre, com o dom de ensino. Normalmente, os irmãos que se incomodam em uma determinada área de serviço na igreja local tem o dom para aquele serviço. Por exemplo, se um irmão se incomoda com a qualidade do som da igreja, este certamente será um ótimo sonoplasta. Se está incomodado com o crescimento da igreja, certamente ali está um evangelista de mão cheia.

Mas, existe a possibilidade de algum irmão se sentir inferior ou inútil na igreja, visto que “não leva jeito para nada”. Em outras palavras, não tem dom para servir em nenhuma área. Isso não é problema algum, e os irmãos devem ficar em paz quanto a isso. Primeiro porque vemos que quem distribui os dons ministeriais é Jesus, que distribui a ALGUNS irmãos, não a todos. Isso está em consonância com o que Paulo diz: “14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15 Se o pé disser: "Porque não sou mão, não sou do corpo", nem por isso deixa de ser do corpo. 16 Se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não sou do corpo", nem por isso deixa de ser do corpo. 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como ele quis. 19 Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo?” (1Co 12:14-19).

Dessa forma, os irmãos que não têm dom algum, podem ficar em paz, pois fazem parte do corpo da mesma forma que os que receberam dons. Nenhum membro é mais importante que outro, isso deve ser bem frisado em nossas igrejas locais. Contudo, seria muito interessante buscar esses dons pois se cada irmão se envolver nos trabalhos da igreja local, com certeza serão descobertos excelentes obreiros, para a edificação do Corpo de Cristo, como vemos no texto de Efésios 4:12.

3.3 – Cristãos maduros na fé ajudam quem está iniciando

No Antigo Testamento vemos o exemplo de Josué que cresceu servindo a Moisés [Nm 11.28] e depois se tornou seu sucessor. Vemos também o exemplo de Eliseu que serviu ao profeta Elias [2 Rs 3.11], sucedendo-o posteriormente. Paulo chama Timóteo, que foi o seu discípulo e por quem tinha grande apreço, de “meu filho’. Isso significa que o ministério de Timóteo cresceu sob a orientação e cuidados pastorais do apóstolo [1Tm 1.2]. Em sua epístola a Tito, em termos de coletividade, o apóstolo Paulo recomenda que as irmãs experientes ajudem as menos experientes [Tt 2.3].

Comentário adicional:

No texto de Marcos 16:15 está registrada uma ordem dada por Jesus à Igreja: “...vão pelo mundo todo e preguem...”. Outras palavras de Jesus que chamam a atenção estão em Mateus 28:19: “façam discípulos...”. Nota-se que este é o processo pelo qual Cristo almeja alcançar os perdidos. Esta é a Grande Comissão de Jesus para sua Igreja. É necessário que se entenda o sentido das palavras usadas por Jesus: “preguem” e “façam”. Não é uma condição, uma opção, mas uma ordem explícita dada por Ele. E este é o plano de Jesus: fazer discípulos Dele.

Todo cristão maduro na fé vai ajudar quem está iniciando, e isso é um ciclo natural. O cristão maduro cumpre o “ide” evangelístico de Jesus, buscando as almas perdidas pelo mundo. Agora quando essas almas perdidas chegam à nossa igreja local, qual a missão da igreja? Discipular! Não podemos, jamais, deixar os novos convertidos à deriva. Eles precisam de alimento espiritual, necessitam crescer na Palavra do Senhor para que se tornem igualmente cristãos maduros, e assim o Reino de Deus crescer em quantidade e qualidade. Temos exemplo disso nas escrituras, veja:

Jesus discipulava - Como o tempo era curto, Jesus se ateve a doze, com os quais passou maior tempo junto. Nos três anos de seu ministério ensinou-lhes e instruiu-os para que pudessem se tornar como Ele. Mesmo que um tenha caído da fé, estes se tornaram os seus apóstolos, os quais lideraram a Sua Igreja e discipularam outros. Jesus deu o exemplo do discipulado multiplicativo. Em todo o seu ministério na terra, teve como base a estratégia de multiplicar homens que viriam a se tornar como Ele. O discipulado foi o método usado por Jesus Cristo para plantar a primeira Igreja. Pode-se notar a importância que isto tinha para o Mestre na única ordem que Ele deu visando que alcance do mundo com o Evangelho.

Os apóstolos discipulavam - Como discípulo de Cristo, o apóstolo João gerou outros discípulos. Isso se mostra pelo fato de escrever três cartas a líderes eclesiásticos, apontando o seu cuidado e responsabilidade como pai espiritual destes. Pelo que se mostra na história da Igreja primitiva, João gerou discípulos que tiveram grande importância na Igreja da época. Um deles foi Policarpo, que gerou outro discípulo, chamado Irineu, que tempo depois se tornou pastor de uma Igreja. A eficiência do discipulado feito por João é demonstrada pelo fato de seus filhos na fé chegarem ao ponto de entregarem suas vidas para morrerem por Cristo na época das primeiras perseguições a Igreja cristã. As Escrituras mostram que Paulo discipulava novos convertidos onde quer que passasse. Eis aqui alguns nomes: Silas (At 15.40), Áquila e Priscila (At 18.18), Erasto (At 19.22; Rm 16.23), Sopatro de Beréia (At 20.4), Aristarco e Secundo de Tessalônica (At 20.4), Gaio de Derbe (At 20.4), Tíquico e Trófimo da Ásia (At 20.4) e Lucas o médico.

Os discípulos discipulavam - O discipulado na Bíblia não foi algo praticado somente por Jesus e seus apóstolos, mas também pelos seus outros discípulos. Um bom exemplo foi Barnabé, o encorajador. Parece que este tinha um dom especial para ver irmãos novos na fé e discipulá-los. Barnabé foi quem discipulou e acompanhou Saulo de Tarso (Paulo), quando todos desconfiavam deste. Mas Barnabé também discipulou João Marcos, o qual tinha abandonado a primeira viagem missionária com Paulo e Barnabé. Tempo depois, Paulo que o tinha desprezado, louva a sua utilidade, reconhecendo a eficiência do discipulado oferecido por Barnabé a João Marcos. Outros que também reconheceram o valor do discipulado e o puseram em prática foram Áquila e Priscila. Estes eram filhos na fé de Paulo. Este casal discipulou um homem chamado Apolo (At 18.24-28), o qual se tornou um grande instrumento de Deus entre os judeus através do ensino.

CONCLUSÃO

Faz parte do perfeito plano de Deus que os salvos em Cristo Jesus vivam em comunhão, como Corpo de Cristo, cuidando uns dos outros conforme o dom dado a cada um pelo Espírito, visando o cumprimento da missão dada à igreja e o “aumento do corpo, para sua edificação em amor” [Ef 4.16], para a glória de Deus.

Comentário adicional:

Chegamos ao fim de mais um estudo muito importante. Vimos que a Igreja de Cristo é muito mais que a maioria das pessoas pensam. Ter em mente a importância de ser membro da Igreja, e o seu significado é algo que muda e muito nossa participação e envolvimento na obra de Deus. O verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que dá evidências de Sua presença nele, por meio da permanência na Palavra (conhecer e praticar), amor ao próximo e do gerar frutos para a Glória do Pai. A maturidade é alcançada por meio do conhecimento da Palavra, do impacto desta na vida do indivíduo, movendo-o a ser um praticante do que aprende e da transmissão de experiências vividas com Cristo. A comunhão entre os discípulos é simplesmente o resultado de um relacionamento entre os destes com o Mestre. Esta comunhão gera encorajamento e cuidado entre o Corpo de Cristo. Que nossas igrejas locais entendam e pratiquem esses princípios, em nome de Jesus!

Por fim, gostaria de propor algumas questões para que, tanto alunos quanto professores da EBD possam refletir e revisar os assuntos abordados nesta lição:

1) O que é Igreja? Fundamente sua resposta com textos bíblicos.

2) A Igreja existe para quê? Em suas palavras, explique qual o propósito da Igreja.

3) Quem pode fazer parte da Igreja?

4) Por que é importante sermos comprometidos com a Igreja?

5) Cite pelo menos 3 privilégios (ou vantagens) de se um membro da Igreja.

6) Se Jesus falou que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, por qual motivo vemos tantos irmãos se desviando e abandonando a Igreja?

7) Podemos afirmar que alguém que possua um dom para servir na Igreja é mais importante que um irmão que não possui dom algum? Explique.

8) Qual a importância do discipulado e qual o seu objetivo? Cite pelo menos 3 exemplos de discipulados que a bíblia registra.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

• Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada

• Grudem, Wayne – Teologia Sistemática ao alcance de todos. Rio de Janeiro, Editora Thomas Nelson Brasil, 2019

• Wiersbe, Warren W. – Comentário bíblico expositivo – Novo Testamento, volume 2. Editora geográfica, Santo André – SP – Brasil, 2021.

• Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 4 – A relevância de pertencer e ser membro de uma Igreja local.

COMENTÁRIO ADICIONAL – Professor Fernando Júnio