LIÇÃO 4 - A RELEVÂNCIA DE PERTENCER E SER MEMBRO DE UMA IGREJA
LOCAL
28 de julho de 2024
TEXTO ÁUREO
“Louvando
a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor
à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Atos 2:47
VERDADE APLICADA
Cada
membro do Corpo de Cristo encontra na vivência comunitária cristã o necessário
desenvolvimento e amadurecimento em Cristo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
-
Salientar a relevância de ser membro do Corpo de Cristo;
-
Explicar o compromisso do membro da Igreja;
-
Expor o papel da membresia na Igreja e na sociedade.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Efésios 2
19. Assim que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus.
20. Edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
21. No qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para templo santo no Senhor,
22. No qual também vós juntamente sois
edificados para morada de Deus no Espírito.
1 Pedro 2
9. Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
COMENTÁRIO
ADICIONAL
INTRODUÇÃO
A
autêntica vida de discípulo de Cristo é vivida num contexto comunitário, onde a
manifestação dos dons contribui para edificação do Corpo de Cristo, cada membro
cuidando do outro e assim o corpo vai crescendo com ordem e decência conforme a
Palavra de Deus, para a glória de Deus.
Comentário adicional:
Prezados
irmãos, a paz do Senhor Jesus! Julgo ser de extrema importância esta lição, uma
vez que muitos membros da Igreja decidem não mais congregar, aumentando assim o
número dos “desigrejados”. Não pretendo abordar os diversos motivos pelos quais
essas pessoas decidem não fazer parte de uma igreja local, mas pretendo
demonstrar, através das escrituras, que um cristão genuíno jamais deixa de
congregar, pois essa é uma característica do ímpio (Hb 10:25). A comunhão com
os irmãos, o amor a Deus, o cuidado com o próximo, a participação dos
sacramentos ordenados por Jesus são alguns dos motivos que nos fazem ter o
desejo intenso de fazer parte do Corpo de Cristo, congregando com os santos, o
povo de Deus.
Só
que para ter este entendimento, é importante que o membro saiba primeiro
responder à seguinte pergunta: o que é Igreja? A bíblia usa todos os tipos de
metáforas para responder a essa pergunta: a família e a casa de Deus, o corpo
de Cristo, o tempo do Espírito Santo, a coluna e o baluarte da verdade, a noiva
de Cristo, o rebanho de Cristo e muito mais. Cada uma dessas metáforas nos diz
algo maravilhoso sobre a Igreja, e devemos refletir sobre isso.
Somado
a essas metáforas, gosto da definição do teólogo Jonatahan Leeman, que nos
explica o que é a igreja: “A igreja é um grupo de cristãos, que se reúne como
uma embaixada terrena do reino celestial de Cristo, para proclamar as
boas-novas e os mandamentos de Cristo, para afirmar uns aos outros como seus
cidadãos por meio das ordenanças e para evidenciar o amor e a santidade de
Deus, por meio de um povo unificado e diverso, espalhado por todo o mundo,
seguindo o ensino e o exemplo dos apóstolos”.
Tendo
isso em mente, vamos entrar na lição agora, observando que cada um de nós somos
membros de um só corpo, que tem Jesus por Cabeça (1Co 12:12-13). Vejamos o quão
importante é ser membro e pertencer a uma igreja local. Que Deus te abençoe!
1 – MEMBRO DA IGREJA: IDENTIDADE DO CRISTÃO
Mediante
Seu sacrifício vicário na cruz, Jesus estabeleceu a Igreja, composta por todos os salvos,
para representá-Lo na terra, glorificar o Seu nome e proclamar o Evangelho.
Vejamos como essa verdade é ressaltada na Bíblia.
Comentário adicional:
Para
compreendermos bem que a identidade do cristão inclui ser membro da Igreja,
precisamos entender dois conceitos: o que é ser cristão e o que é a Igreja.
O
cristão é todo aquele que sabe do imenso amor que Deus teve para com ele,
sacrificando Seu único Filho, para que possa ser salvo. Uma vez ciente de
tamanho amor, os cristãos replicam este amor uns para com os outros, inclusive
são capazes de amar até mesmo seus inimigos (Mt 5:43-48). Assim, o cristão é
imitador de Cristo, que tem a mente renovada e possui princípios e conduta
distinta do ímpio.
O
ajuntamento dos cristãos, reunidos num local específico e horário
pré-estabelecido, é a comunidade local, que ficou largamente conhecida como
“igreja”. Não deixa de ser. Contudo, nossas comunidades locais são uma parte da
Igreja que está ali reunida, e não a Igreja toda. A Igreja do Senhor é o
conjunto total de todos os crentes, de todas as épocas, de todos os lugares do
planeta. É muito comum ouvirmos as frases: “vamos visitar a igreja do fulano de
tal”; “hoje vou à igreja”; “vamos comprar nosso lanche que fica perto da
igreja”; e por aí vai. A igreja não é o prédio no qual os cristãos se reúnem. A
igreja é cada cristão que faz parte do Corpo de Cristo, ou seja, cada cristão é
um membro da Igreja. Assim, a identidade do cristão inclui ser membro desta Igreja
gloriosa, uma vez que somente os cristãos genuínos são filhos do Deus altíssimo
(João 1:12).
1.1 – As pessoas que se convertiam eram acrescentadas à igreja
De
acordo com o texto de Atos, após se converterem, as pessoas passavam a viver a
vida comunitária se expressando como verdadeiros cristãos. Por reiteradas
vezes, ao escrever suas cartas, o apóstolo Paulo as endereçava a uma comunidade
de crentes em determinada localidade, tais como: a Igreja de Corinto, a Igreja
de Éfeso, a Igreja em Roma, reconhecendo que ali havia uma comunidade de
crentes unidos a Cristo e entre si.
Comentário adicional:
De
acordo com Atos 2:46-47: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam
pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos”.
Como
já sabemos, a igreja é formada por cada crente, cada pessoa regenerada pelo
Espírito Santo, e todos esses membros formam (juntos) o Corpo de Cristo, que é
a Igreja. Este texto de Atos deixa bem claro que o Senhor é quem acrescenta as
pessoas, e não são quaisquer pessoas: somente os salvos são acrescentados.
Dessa forma, é correto afirmar que o meio de entrada na Igreja é voluntário,
através de uma decisão espiritual que a pessoa toma.
Isso
é importante saber, pois há pessoas que estão congregando pelos motivos mais
banais existentes. Se não for por amor a Deus acima de todas as coisas, seja
qual for a motivação da nossa permanência na Igreja, vai estar errado,
portanto, é pecaminoso fazer parte da igreja neste contexto. Tem pessoa que
está na igreja por algum cargo que ocupa, pelo salário que recebe da
comunidade, para procurar um namoro, ou por obrigação mesmo. Nenhuma pessoa com
motivações como essas ou semelhantes persevera na Igreja, pois não foi o Senhor
que as acrescentou. Essas pessoas jamais tiveram um encontro real com Cristo,
não são convertidas.
Inclusive,
proponho uma pergunta de extrema importância: como identificar se a Igreja está
crescendo? É muito simples: veja quantos novos convertidos estão se batizando.
O batismo é a evidência de que a pessoa nasceu de novo, de que morreu para a
velha natureza, sendo lavada e remida pelo Espírito Santo, nascendo para uma
nova vida distinta do mundo. Nossas igrejas locais estão batizando novos
convertidos constantemente? Ou simplesmente há um trânsito de crentes, mudando
de igreja para igreja?
Devemos
orar para que o Senhor acrescente na Igreja, diariamente, os que estão sendo
salvos através da pregação do evangelho, que é de responsabilidade de cada um
de nós. Uma vez convertidos, devemos batizá-los como Jesus nos ordenou, e assim
essa pessoa passa a ser um membro da Igreja de Cristo, para a honra e glória do
Senhor!
1.2 – A relevância de expressar a fé
A
vida cristã se expressa em um contexto de uma Igreja. Ser membro da Igreja é
fundamental a fim de expressar a fé em Cristo. Em qualquer lugar do mundo, ser
crente é sinônimo de ser ligado a um corpo local. Não somos ensinados que a
vida cristã envolve somente crer, também envolve participar.
Comentário adicional:
Devemos
expressar nossa fé em todo momento, orando sem cessar (1Ts 5:17). Além disso,
expressamos nossa fé quando nos reunimos nos cultos. Um membro da Igreja tem a
rica oportunidade de louvar a Deus, cantar hinos e louvores a Deus, orar,
agradecer, ter comunhão com os demais irmãos da Igreja. Sabemos que nada disso
traz a salvação, pois a salvação é por meio único e exclusivo da fé em Cristo
Jesus. Contudo, uma pessoa salva irá, naturalmente, expressar sua fé naquele
que o amou primeiro. Por que expressar a fé? Porque eu sei que Ele me ama, e em
resposta a tão sublime amor, eu vou orar, cantar, agradecer, congregar, amar os
meus irmãos e tudo mais que fazemos na nossa comunidade local.
Dentro
deste contexto do amor a Cristo, nosso Senhor, com relação a expressar a nossa
fé, acho lindo demais o texto que está em Lc 7:36-50. Em especial, no verso 50,
está escrito: “Mas Jesus disse à mulher: — A sua fé salvou você; vá em paz.” O
texto gira em torno de uma mulher pecadora, um fariseu e Jesus. Essa mulher
pecadora estava aos pés de Jesus, o adorando e chorando, enxugando os pés de
Jesus com seus cabelos, e ungindo-os com um perfume. Então Jesus pergunta ao
fariseu quem amaria mais a um credor que perdoou as dívidas de dois servos: um
devia 500 denários, outro devia 50. O fariseu então diz que o que tinha a
dívida maior certamente o amará mais, então Jesus diz que ele está certo, e se
dirige a esta mulher pecadora, dizendo que seus muitos pecados haviam sido
perdoados. Por isso que essa mulher estava derramando lágrimas de gratidão a
Jesus, pois ela entendeu que sua culpa diante de Deus era imensa, impossível de
se redimir sem ser através de Cristo.
Irmãos,
será que nas nossas comunidades também não estamos iguais a este fariseu? Será
que não estamos servindo a Deus com a mentalidade de que não temos uma dívida
tão alta com Ele? A verdade é que nossa dívida com Deus era infinita,
impossível de pagar, mas Jesus a pagou por completo na cruz do calvário.
Somente quem tem consciência da imensidão da sua culpa para com Deus, é capaz
de amá-lo intensamente, expressando sua fé em comunhão com os irmãos da Igreja.
1.3 – A necessidade de comprometimento
Você
é crente? Perguntamos para alguém, se a resposta for sim, segue outra pergunta
fundamental, qual é a sua Igreja, ou a qual Igreja você pertence? O cristão
precisa estar comprometido com um grupo específico de discípulos para ser um
verdadeiro seguidor de Cristo. Você não é o Corpo de Cristo isolado, você
precisa de outros para expressar essa condição. Juntos, e não separados, somos
o Corpo de Cristo [Jo 13.35]. Existem algumas analogias de um cristão
desconectado da Igreja. Um jogador de futebol sem time, um soldado sem uma
tropa ou comandante, uma ovelha sem rebanho, mas o mais incompreensível quadro
é de uma criança sem família, pois um crente sem a família de Deus é um órfão.
Comentário adicional:
Infelizmente,
em nossas comunidades, existem pessoas que não têm compromisso com o Reino de
Deus, estão lá na mentalidade de “consumidores”. Essas pessoas vão para o
culto, na expectativa de ouvir um bom louvor, uma boa palavra, se sentar num
banco confortável, de preferência que o ar-condicionado do templo esteja ligado
em dias quentes. Sim, tudo isso é bom mesmo, e por si só, não há nada de errado
em almejar um bom ambiente para frequentarmos. O grande problema é que se a
vida toda essa pessoa for assim, seu comprometimento é totalmente nulo.
Pesquisas recentes do crescimento da igreja apontam que, de maneira geral,
apenas 20% dos membros de uma igreja estão envolvidos em algum ministério. Os
80% restantes são meros frequentadores, ou seja, os consumidores. Isto mostra o
quanto é irrelevante, para muitos membros, firmarem um compromisso mais sério
no serviço da igreja local.
O
maior desafio da igreja do século XXI é a formação de cristãos realmente
compromissados com o Evangelho de Jesus Cristo e com sua Igreja. É tarefa da
Igreja esta formação. Jesus ordenou que fôssemos e fizéssemos discípulos em
todas as nações. De que modo? Ensinando-os a guardar, obedecer a todas as
coisas que Jesus disse (Mt 28:19). É tarefa da igreja em empreender todo
esforço neste propósito. Conduzir o crente a ser semelhante a Cristo, no
caráter e na vida é um investimento constante, um treinamento árduo. Este
esforço conduzirá o crente rumo à maturidade espiritual.
Dessa
forma, acredito que a falta de comprometimento com a igreja local se deve
principalmente à má formação de nossos membros. Tem irmão que se quer sabe qual
a confissão de fé da igreja que frequenta. Devemos nos esforçar, ter
compromisso com a formação dos crentes, incentivando-os a serem participantes e
cooperadores das atividades propostas em nossas igrejas locais.
2 – MEMBRO DA IGREJA: ESTAR SOB A BÊNÇÃO
Cristo
disse de forma clara e inequívoca que edificaria a Sua Igreja, sobre Si mesmo,
e nada poderia detê-la, nem mesmo as portas do inferno [Mt 16.18]. Todos
aqueles que fazem parte da Igreja e se tornam um corpo, estão debaixo dessa
bênção. Quando Cristo abençoa o corpo, seus membros de uma forma individual
também são abençoados. Esse Corpo de Cristo do qual somos parte está destinado
a ser vencedor.
Comentário adicional:
Em
Efésios 2:19-22 lemos o seguinte: “Assim, já não sois estrangeiros e
peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário
dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para
habitação de Deus no Espírito”. De acordo com o texto bíblico, todos os crentes
pertencem à família de Deus. O próprio Cristo afirma que nós não somos deste
mundo, apesar de vivermos nele (Jo 15.19). Somos peregrinos, ou seja, andamos
por esta terra cumprindo o nosso chamado em levar as boas novas a todos os
povos.
A
grande bênção de ser membro da igreja é esta: ter a certeza de que somos, todos
nós, pertencentes à família de Deus, e que vamos morar com Ele por toda a
eternidade! Como podemos ter certeza disso? Muito simples: Jesus nos prometeu
que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16:18).
Alegremo-nos, irmãos! A Igreja do Senhor é uma bênção, somos abençoados e
protegidos pelo único Dono, Eterno e Soberano. Deus seja louvado!
2.1 – A Igreja é defendida por Cristo
Cristo
defende a Igreja, porque é o Seu Corpo, isso está expresso no encontro que Ele
teve com Saulo, quando lhe pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” [At
9.4]. Subtende-se claramente que perseguir a Igreja é perseguir a Cristo e Ele
a defenderá contra tudo e todos. O último ato de Cristo quando ascendia aos
céus foi erguer as mãos e abençoar Seus discípulos [Lc 24.50-51]. A vitalidade
da cabeça alcança todos os membros. Cristo, constituído como Cabeça da Igreja
[Ef 1.22], abençoa todos os membros de Seu Corpo [Ef 2.21-22].
Comentário adicional:
Jesus
defende a Igreja, pois é Sua. Observe que quem persegue a Igreja está
perseguindo ao próprio Jesus: “1 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra
os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. 2 e lhe pediu cartas para
as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho,
tanto homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. 3 Enquanto seguia
pelo caminho, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao
seu redor. 4 Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: — Saulo, Saulo,
por que você me persegue? 5 Ele perguntou: — Senhor, quem é você? E a resposta
foi: — Eu sou Jesus, a quem você persegue.” (Atos 9:1-5). O texto é claro:
Saulo desejava a morte e prisão dos discípulos de Jesus, mas Jesus diz que a
perseguição é contra Ele mesmo.
E
isso é lindo demais, visto que nós somos um com Cristo, igual a um casamento
(Rm 12:5). Da mesma forma que o marido tem o dever de amar e defender sua
esposa, assim também Jesus faz com a Igreja. É tanto que o apóstolo Paulo
compara a Igreja com a noiva de Cristo, que é o Noivo (Ef 5:32). Neste contexto
de Efésios 5, vemos que Paulo está dando instruções para o comportamento
correto do marido e da esposa, e repetidas vezes, ele ordena que a mulher seja
igual à Igreja e o homem igual à Cristo. Jesus ama tanto a sua Igreja que se
entregou por ela, para que ela se apresente limpa e irrepreensível na Sua
manifestação (Ef 5:27).
Além
disso, devemos nos lembrar de que Jesus é nosso advogado fiel, que sempre está
à nossa defesa: “1 Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não
pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo.” (1Jo 2:1). As cartas de João são direcionadas aos crentes, à Igreja de
Jesus. Portanto, podemos descansar, sabendo que nossa confiança está na Rocha
imutável, e que a nossa defesa é absoluta. Não importa as provações e
tribulações que a Igreja passe, nosso Senhor Jesus está intercedendo por nós à
direita de Deus, nosso Pai.
2.2 – Privilégios e bênçãos de ser membro da Igreja
Como
membros do Corpo de Cristo, mantemos comunhão com o nosso Salvador e com os
demais salvos, para que “tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De
maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um
membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” [1Co 12.25-26]. Além
disso, é por intermédio da salvação em Jesus que nos tornamos filhos de Deus,
herdeiros de Suas promessas e participantes de todas as bênçãos espirituais nos
lugares celestiais em Cristo [Gl 3.26-27; Ef 1.3].
Comentário adicional:
A
igreja é o Corpo de Cristo, como já vimos anteriormente. Como todo corpo,
existem vários membros, e cada membro com sua função, sua importância no corpo
(1Co 12:18-20). Ser membro da Igreja é um privilégio, primeiro porque sabemos
que fomos inseridos na Igreja pelo próprio Espírito Santo (Atos 2:47). Segundo
que agora, diferente de antes, fazemos parte da família de Deus (Ef 2:19). Por
isso, os cristãos se reúnem com o objetivo de estimular uns aos outros a ter
comunhão entre si, mas principalmente com Deus.
Além
dessas duas bênçãos, as quais considero centrais, podemos listar pelo menos 6
privilégios em sermos membros da Igreja do Senhor Jesus:
1.
A igreja é uma família de apoio – A Igreja é uma comunidade de irmãos, onde
todos podem encontrar apoio emocional, espiritual e social. Ser membro da
Igreja ajuda a construir relações significativas e a sentir-se parte da família
de Deus. Nenhum irmão passa necessidade básica, pois a Igreja os apoia. Na
Igreja também temos aconselhamento bíblico, onde questões emocionais podem ser
tratadas à luz das escrituras. Por fim, o alimento espiritual é um dos
principais fatores e objetivos da Igreja, que os irmãos podem contar sempre.
2.
Crescimento espiritual – Ser membro da Igreja é fundamental para promover o
crescimento espiritual, através dos cultos de ensino e da EBD, estudos
bíblicos, preleções e adoração coletiva. Tudo isso somente os que são
participativos têm a oportunidade de desfrutar, tendo a consciência de que as
disciplinas espirituais são de suma importância para o crescimento espiritual.
3.
Serviço e ministério – Ser membro da Igreja também é um requisito para
participar dos ministérios e oportunidades de serviço da comunidade local, onde
se pode utilizar seus dons e talentos para ajudar os outros e contribuir para a
missão da Igreja. Tem espaço para servir na equipe de louvor, na orquestra, no
diaconato, na limpeza, na área de ensino e muito mais.
4.
Disciplina espiritual – A Igreja certamente ajuda nas disciplinas espirituais,
como oração, leitura bíblica diária, devocionais, jejum, adoração e estudo
bíblico em pequenos grupos. É de suma importância que os membros estejam
motivados para que uns ajudem os outros a manter essas práticas regularmente,
por amor a Deus.
5.
Responsabilidade – Ser membro da Igreja envolve um certo nível de
comprometimento e responsabilidade, pois devemos prestar contas na área
financeira, cuidar bem das crianças e dos idosos, chegar nos horários que os
líderes combinarem, cumprir com a nossa palavra e sermos exemplo para este
mundo onde quer que pisemos os pés. Tudo isso contribui para uma vida ética e
alinhada com os princípios cristãos.
6.
Missão e propósito – Ser membro da Igreja é afirmar a nossa identidade: filhos
do Deus altíssimo. Portanto, irmãos em Cristo e obedientes fiéis à sã doutrina.
Como somos obedientes, Jesus nos deu a missão de propagar o evangelho a toda
criatura, batizando-os e ensinando os princípios bíblicos. Ser membro da igreja
é fazer parte dessa missão, contribuindo para o bem comum e para a propagação
do evangelho pelo mundo.
2.3 – O perigo de se profanar a Igreja
Como
já dissemos, a Igreja não é uma instituição humana, mas o corpo (espiritual) de
Cristo que o representa na terra. Portanto, profanar ou manchar esse corpo é
ofender e desonrar o próprio Jesus. Em 1 Coríntios 5.5, o apóstolo Paulo usa o
termo incomum “seja entregue a Satanás”; referindo-se a alguém que cometeu um
grave pecado, não se arrependeu e continuava a sua vida indiferente ao
ocorrido. O apóstolo disse que entregaria essa pessoa ao domínio de Satanás
para que a carne, isto é, “as cobiças da natureza pecaminosa fossem
destruídas”; a fim que o espírito fosse salvo no dia do Senhor. Essa revelação
mostra que fora do convívio da Igreja e consequentemente de Cristo, a pessoa
deixa de desfrutar de bênçãos que alcançam os que estão em comunhão com a Igreja
e passa a sofrer sérias consequências. Quem dá a vida é Deus, mas quem cuida é
a família. Quem salva é Cristo, mas quem cuida é a Igreja. Valorizemos,
portanto, nossa privilegiada posição de membros do Corpo de Cristo.
Comentário adicional:
Não
podemos viver de qualquer jeito, meus irmãos. Uma vez que estamos congregando
(fazemos parte do corpo de Cristo), é natural que o crente regenerado busque a
santificação, abandonando as velhas práticas e se voltando completamente para
Deus. Jesus chama todos os pecadores para serem seus discípulos, mas não admite
que permaneçam na prática do pecado: “Declarou Jesus: Eu também não a condeno.
Agora vá e abandone sua vida de pecado" (Jo 8:11).
Infelizmente
muitos “irmãos” chegam na Igreja, dizem se arrepender e crer em Jesus como seu
salvador, mas suas práticas pecaminosas não mudam. Não tem como isso acontecer,
se de fato a pessoa teve um encontro real com Cristo! A mudança é genuína, é
visível, e caso isso não aconteça, tal irmão deve ser chamado ao
arrependimento. Se não der ouvidos, e permanecer deliberadamente numa vida
visivelmente pecaminosa, deve ser disciplinado, como a ordenança que vemos em
Mt 18:15-19; Rm 16:17-18; 1Co 5; e diversos outros textos.
O
grande problema que vejo é a profanação da igreja por parte de pessoas
desinformadas. Muita gente começa a frequentar uma “igreja local” abusiva, por
exemplo, e a partir daquela experiência ruim, generaliza a todas as comunidades
do mundo, afirmando que a Igreja do Senhor não presta, não ajuda em nada, é
mentirosa, e diversas outras ofensas. Chegam até a citar o texto de Efésios
5:26-27, afirmando que não encontraram nenhuma igreja no mundo com tais
características: “26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da
lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo como igreja
gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
defeito.” Claro que toda igreja local tem defeito, pois estamos falando de uma
reunião de pecadores buscando ser santos assim como o Pai é. Além disso, em
todas as igrejas locais sempre têm o joio no meio do trigo. Infelizmente é um
fato que não tem como ser diferente. Por conta disso, tem brigas, facções,
mentiras e demais imundícies na maior parte das igrejas locais, mas é claro que
a liderança bíblica toma a devida providência.
Como
disse, essas pessoas que profanam a Igreja do Senhor são desinformadas, pois
fazem uma confusão com a definição de Igreja. A Igreja de Cristo, santa e sem
defeito, não machuca ninguém. Não tem líder abusivo. É Santa, perfeita, sem
defeito, lavada e remida pelo sangue do Cordeiro. Estamos falando de todos os
crentes verdadeiros espalhados pelo planeta, e a junção de tais cristãos
genuínos é a Igreja (Igreja invisível na teologia). Pessoas que viveram uma
experiência ruim em alguma denominação, na verdade nunca viveu uma comunhão
verdadeira da Igreja de Cristo. Seitas não são Igreja. Pessoas são machucadas
por comunidades que NÃO são Igreja. Tais irmãos devem sair de imediato de tal
comunidade e procurar a verdadeira Igreja do Senhor, ao invés de ficar profanando
e sujando a imagem da Igreja.
Falar
mal da Igreja de Cristo é falar mal do próprio Cristo; perseguir a Igreja é
perseguir o próprio Cristo, como já demonstrado (Atos 9:1-5). Ele é o dono, o
cabeça, o Líder. Não há possibilidade de alguém atacar a Igreja e não sofrer as
consequências deste pecado.
3 – MEMBRO DA IGREJA: SOB LIDERANÇA ESPIRITUAL
Os
apóstolos reconheceram que os dois mais importantes ministérios de um líder
espiritual era pregar e orar [At 6.4]. Essa oração, muitas vezes chamada de
intercessão, tinha como finalidade abençoar e proteger os cristãos. Nessa mesma
linha vemos Paulo afirmando que de modo frequente intercedia pela igreja, e a
fazia saber que estava orando por ela [Fp 1.4].
Comentário adicional:
Queridos,
até agora abordamos alguns conceitos fundamentais, dentre os quais, o conceito
de Igreja está entre os principais para um entendimento consistente sobre o
assunto de hoje. Sabendo o que é Igreja, fica a pergunta: como saber se a
igreja local a qual congregamos é, de fato, a Igreja de Cristo? Isso faz toda
diferença, pois envolve a liderança da igreja a qual congregamos.
De
acordo com os teólogos pós-reforma protestante (Séc. XVI), em especial João
Calvino e Martinho Lutero, uma igreja local precisa ter pelo menos 3
características para ser a Igreja de Cristo: 1) Ter uma correta e constante
exposição das sagradas escrituras; 2) Ministrar corretamente os sacramentos
ordenador por Jesus (Batismo e Santa Ceia); 3) Aplicar a correta disciplina em
membros que não abandonam a prática pecaminosa.
Assim,
só é possível ser membro da Igreja de Cristo se a liderança local observar
esses princípios que vemos em toda a bíblia. Caso você observe isso na
liderança, escute e colabore com eles, pois essa é uma liderança espiritual
genuína.
Observe
que os apóstolos (líderes da igreja primitiva) designaram outros líderes para
assim a igreja ser mais bem administrada: “3 Por isso, irmãos, escolham entre
vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os
encarregarmos desse serviço. 4 Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao
ministério da palavra” (Atos 6:1-4).
A
liderança espiritual está preocupada com o bom andamento dos trabalhos na
igreja, para que nenhum irmão fique desamparado. Nesse sentido, estar sob a
liderança espiritual de irmãos que se dedicam ao Reino de Deus é uma bênção.
Não é à toa que são chamados “pastores”, pois cuidam de fato do rebanho do
Senhor Jesus. Nossos líderes, bem como os membros da igreja local, devem
refletir sobre isso constantemente.
3.1 – A relevância da intercessão pela igreja
O
apóstolo Paulo elogiou o “combate” que Epafras, líder da Igreja em Colossos,
demonstrava na oração por eles [Cl 4.12]. A sincera, amorosa e perseverante
oração de um pastor por seu rebanho trará vitórias abundantes. Hebreus 13.17
diz que os pastores velam pelas almas que lhe foram confiadas. Velar é estar
sempre atento, a fim de proteger o rebanho, como fazia um pastor de ovelhas.
Portanto, ser membro da Igreja é estar debaixo da oração da liderança
espiritual da Igreja e Deus tem compromisso com essa liderança, com o trabalho
que eles realizam e principalmente com suas orações.
Comentário adicional:
Interceder
por alguém é simplesmente orar por essa pessoa. Fazemos isso como uma prática
natural, pois amamos nossos irmãos. Também porque está escrito: “16 Portanto,
confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que
vocês sejam curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg
5:16).
A
intercessão pela igreja é tão importante que o apóstolo Paulo registra em sua
carta aos Colossenses: “12 Epafras, que é da igreja de vocês, manda saudações.
Ele é um servo de Cristo Jesus que está sempre lutando por vocês em oração,
para que vocês se conservem maduros e plenamente convictos em toda a vontade de
Deus. 13 E posso testemunhar a respeito de Epafras de que muito se empenha por
vocês, pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis” (Cl 4:12-13).
Epafras
nos mostra como devem ser nossas orações: constantemente, fervorosamente e
pessoalmente. A preocupação desse servo de Cristo era a de que esses cristãos
conhecessem a vontade de Deus, mas desejava que se envolvessem com TODA a
vontade de Deus, não apenas com parte dela. Isso é uma bênção extraordinária! O
cristão não precisa andar sem rumo pela vida, mas pode conhecer e desfrutar a
vontade de Deus.
Dessa
forma, eu diria que o grande motivo das nossas orações pela Igreja do Senhor é
que todos os membros tenham conhecimento da vontade de Deus, para que vivam de
acordo com ela e venham a amadurecer espiritualmente. Por isso é de extrema
importância que continuemos intercedendo pela Igreja, assim como Epafras e
todos os irmãos cheios do Espírito Santo!
3.2 – Ser membro nos faz descobrir os dons e ministério
Através
do convívio com os demais irmãos em Cristo, descobrimos os dons que nos foram
outorgados por Deus, os quais devem ser usados para a glória do Seu excelso
nome e aplicados para a edificação, exortação e consolação da Igreja. Além
disso, o convívio com outros cristãos, participando de suas alegrias e
sofrimentos [Rm 12.15], produz conhecimento e crescimento espiritual tanto no
serviço como no ministério [Ef 4.11-12].
Comentário adicional:
Por
conta do convívio entre os irmãos, com o passar do tempo, vamos descobrindo os
dons e ministério de cada um. Sempre tem alguém separado para algum ministério
da Igreja, pois o próprio Jesus distribui esses dons: “11 E ele mesmo concedeu
uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros
para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:11-12).
É
interessante que cada líder dê atribuições aos irmãos, em busca desses dons e
talentos. Pode ser que a irmã caladinha lá no cantinho dela seja uma excelente
ministra para o louvor. Pode ser que um jovem questionador da doutrina da
Igreja seja um mestre, com o dom de ensino. Normalmente, os irmãos que se
incomodam em uma determinada área de serviço na igreja local tem o dom para
aquele serviço. Por exemplo, se um irmão se incomoda com a qualidade do som da
igreja, este certamente será um ótimo sonoplasta. Se está incomodado com o
crescimento da igreja, certamente ali está um evangelista de mão cheia.
Mas,
existe a possibilidade de algum irmão se sentir inferior ou inútil na igreja,
visto que “não leva jeito para nada”. Em outras palavras, não tem dom para
servir em nenhuma área. Isso não é problema algum, e os irmãos devem ficar em
paz quanto a isso. Primeiro porque vemos que quem distribui os dons
ministeriais é Jesus, que distribui a ALGUNS irmãos, não a todos. Isso está em
consonância com o que Paulo diz: “14 Porque também o corpo não é um só membro,
mas muitos. 15 Se o pé disser: "Porque não sou mão, não sou do
corpo", nem por isso deixa de ser do corpo. 16 Se o ouvido disser:
"Porque não sou olho, não sou do corpo", nem por isso deixa de ser do
corpo. 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse
ouvido, onde estaria o olfato? 18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um
deles no corpo, como ele quis. 19 Se todos, porém, fossem um só membro, onde
estaria o corpo?” (1Co 12:14-19).
Dessa
forma, os irmãos que não têm dom algum, podem ficar em paz, pois fazem parte do
corpo da mesma forma que os que receberam dons. Nenhum membro é mais importante
que outro, isso deve ser bem frisado em nossas igrejas locais. Contudo, seria
muito interessante buscar esses dons pois se cada irmão se envolver nos
trabalhos da igreja local, com certeza serão descobertos excelentes obreiros,
para a edificação do Corpo de Cristo, como vemos no texto de Efésios 4:12.
3.3 – Cristãos maduros na fé ajudam quem está iniciando
No
Antigo Testamento vemos o exemplo de Josué que cresceu servindo a Moisés [Nm
11.28] e depois se tornou seu sucessor. Vemos também o exemplo de Eliseu que
serviu ao profeta Elias [2 Rs 3.11], sucedendo-o posteriormente. Paulo chama
Timóteo, que foi o seu discípulo e por quem tinha grande apreço, de “meu
filho’. Isso significa que o ministério de Timóteo cresceu sob a orientação e
cuidados pastorais do apóstolo [1Tm 1.2]. Em sua epístola a Tito, em termos de
coletividade, o apóstolo Paulo recomenda que as irmãs experientes ajudem as
menos experientes [Tt 2.3].
Comentário adicional:
No
texto de Marcos 16:15 está registrada uma ordem dada por Jesus à Igreja:
“...vão pelo mundo todo e preguem...”. Outras palavras de Jesus que chamam a
atenção estão em Mateus 28:19: “façam discípulos...”. Nota-se que este é o
processo pelo qual Cristo almeja alcançar os perdidos. Esta é a Grande Comissão
de Jesus para sua Igreja. É necessário que se entenda o sentido das palavras
usadas por Jesus: “preguem” e “façam”. Não é uma condição, uma opção, mas uma
ordem explícita dada por Ele. E este é o plano de Jesus: fazer discípulos Dele.
Todo
cristão maduro na fé vai ajudar quem está iniciando, e isso é um ciclo natural.
O cristão maduro cumpre o “ide” evangelístico de Jesus, buscando as almas
perdidas pelo mundo. Agora quando essas almas perdidas chegam à nossa igreja
local, qual a missão da igreja? Discipular! Não podemos, jamais, deixar os
novos convertidos à deriva. Eles precisam de alimento espiritual, necessitam
crescer na Palavra do Senhor para que se tornem igualmente cristãos maduros, e
assim o Reino de Deus crescer em quantidade e qualidade. Temos exemplo disso
nas escrituras, veja:
Jesus
discipulava - Como o tempo era curto, Jesus se ateve a doze, com os quais
passou maior tempo junto. Nos três anos de seu ministério ensinou-lhes e
instruiu-os para que pudessem se tornar como Ele. Mesmo que um tenha caído da
fé, estes se tornaram os seus apóstolos, os quais lideraram a Sua Igreja e
discipularam outros. Jesus deu o exemplo do discipulado multiplicativo. Em todo
o seu ministério na terra, teve como base a estratégia de multiplicar homens
que viriam a se tornar como Ele. O discipulado foi o método usado por Jesus
Cristo para plantar a primeira Igreja. Pode-se notar a importância que isto
tinha para o Mestre na única ordem que Ele deu visando que alcance do mundo com
o Evangelho.
Os
apóstolos discipulavam - Como discípulo de Cristo, o apóstolo João gerou outros
discípulos. Isso se mostra pelo fato de escrever três cartas a líderes
eclesiásticos, apontando o seu cuidado e responsabilidade como pai espiritual
destes. Pelo que se mostra na história da Igreja primitiva, João gerou
discípulos que tiveram grande importância na Igreja da época. Um deles foi
Policarpo, que gerou outro discípulo, chamado Irineu, que tempo depois se
tornou pastor de uma Igreja. A eficiência do discipulado feito por João é
demonstrada pelo fato de seus filhos na fé chegarem ao ponto de entregarem suas
vidas para morrerem por Cristo na época das primeiras perseguições a Igreja
cristã. As Escrituras mostram que Paulo discipulava novos convertidos onde quer
que passasse. Eis aqui alguns nomes: Silas (At 15.40), Áquila e Priscila (At
18.18), Erasto (At 19.22; Rm 16.23), Sopatro de Beréia (At 20.4), Aristarco e
Secundo de Tessalônica (At 20.4), Gaio de Derbe (At 20.4), Tíquico e Trófimo da
Ásia (At 20.4) e Lucas o médico.
Os
discípulos discipulavam - O discipulado na Bíblia não foi algo praticado
somente por Jesus e seus apóstolos, mas também pelos seus outros discípulos. Um
bom exemplo foi Barnabé, o encorajador. Parece que este tinha um dom especial
para ver irmãos novos na fé e discipulá-los. Barnabé foi quem discipulou e
acompanhou Saulo de Tarso (Paulo), quando todos desconfiavam deste. Mas Barnabé
também discipulou João Marcos, o qual tinha abandonado a primeira viagem
missionária com Paulo e Barnabé. Tempo depois, Paulo que o tinha desprezado,
louva a sua utilidade, reconhecendo a eficiência do discipulado oferecido por
Barnabé a João Marcos. Outros que também reconheceram o valor do discipulado e
o puseram em prática foram Áquila e Priscila. Estes eram filhos na fé de Paulo.
Este casal discipulou um homem chamado Apolo (At 18.24-28), o qual se tornou um
grande instrumento de Deus entre os judeus através do ensino.
CONCLUSÃO
Faz
parte do perfeito plano de Deus que os salvos em Cristo Jesus vivam em
comunhão, como Corpo de Cristo, cuidando uns dos outros conforme o dom dado a
cada um pelo Espírito, visando o cumprimento da missão dada à igreja e o
“aumento do corpo, para sua edificação em amor” [Ef 4.16], para a glória de
Deus.
Comentário adicional:
Chegamos
ao fim de mais um estudo muito importante. Vimos que a Igreja de Cristo é muito
mais que a maioria das pessoas pensam. Ter em mente a importância de ser membro
da Igreja, e o seu significado é algo que muda e muito nossa participação e
envolvimento na obra de Deus. O verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que dá
evidências de Sua presença nele, por meio da permanência na Palavra (conhecer e
praticar), amor ao próximo e do gerar frutos para a Glória do Pai. A maturidade
é alcançada por meio do conhecimento da Palavra, do impacto desta na vida do
indivíduo, movendo-o a ser um praticante do que aprende e da transmissão de
experiências vividas com Cristo. A comunhão entre os discípulos é simplesmente
o resultado de um relacionamento entre os destes com o Mestre. Esta comunhão
gera encorajamento e cuidado entre o Corpo de Cristo. Que nossas igrejas locais
entendam e pratiquem esses princípios, em nome de Jesus!
Por
fim, gostaria de propor algumas questões para que, tanto alunos quanto
professores da EBD possam refletir e revisar os assuntos abordados nesta lição:
1)
O que é Igreja? Fundamente sua resposta com textos bíblicos.
2)
A Igreja existe para quê? Em suas palavras, explique qual o propósito da
Igreja.
3)
Quem pode fazer parte da Igreja?
4)
Por que é importante sermos comprometidos com a Igreja?
5)
Cite pelo menos 3 privilégios (ou vantagens) de se um membro da Igreja.
6)
Se Jesus falou que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, por
qual motivo vemos tantos irmãos se desviando e abandonando a Igreja?
7)
Podemos afirmar que alguém que possua um dom para servir na Igreja é mais
importante que um irmão que não possui dom algum? Explique.
8)
Qual a importância do discipulado e qual o seu objetivo? Cite pelo menos 3
exemplos de discipulados que a bíblia registra.
• Bíblia de estudo – Nova Almeida
Atualizada
• Grudem, Wayne – Teologia Sistemática
ao alcance de todos. Rio de Janeiro, Editora Thomas Nelson Brasil, 2019
• Wiersbe, Warren W. – Comentário
bíblico expositivo – Novo Testamento, volume 2. Editora geográfica, Santo André
– SP – Brasil, 2021.
• Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2024, ano 34, nº 132. A relevância da Igreja, sua essência e missão: reafirmando os fundamentos, a importância do compromisso com a palavra de Deus, a adoração sincera e o serviço autêntico, segundo os preceitos de Jesus Cristo. Lição 4 – A relevância de pertencer e ser membro de uma Igreja local.
COMENTÁRIO ADICIONAL – Professor Fernando Júnio
5 comentários:
Respondendo a pergunta 7
Não !!
A Bíblia ensina que todos os membros do corpo de Cristo são igualmente importantes, independentemente dos dons que possuem. Em 1 Coríntios 12:12-27, Paulo descreve a igreja como um corpo com muitos membros, cada um com funções diferentes, mas todos essenciais para o funcionamento do corpo. Deus distribui dons espirituais conforme Sua vontade, e cada dom é dado para o benefício da igreja inteira. O valor de uma pessoa vem de ser criada à imagem de Deus e amada por Ele, e todos são chamados a amar e servir, refletindo a unidade e o amor que Cristo deseja para Seu povo.
Pergunta 8
O discipulado é essencial no contexto cristão porque representa o processo de aprendizado e crescimento espiritual, onde um cristão mais maduro orienta e ensina um novo convertido a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo. O objetivo do discipulado é ajudar os novos crentes a crescerem na fé, compreenderem e aplicarem os ensinamentos bíblicos em suas vidas e se tornarem também discipuladores.
Exemplos de discipulados na Bíblia incluem:
1. Jesus e Seus Apóstolos: Jesus escolheu doze discípulos e passou três anos ensinando e preparando-os para espalharem o Evangelho após Sua ascensão (Mateus 4:18-22; Marcos 3:13-19).
2. Paulo e Timóteo: O apóstolo Paulo mentoreou Timóteo, ensinando-lhe a liderar e cuidar das igrejas, como evidenciado nas cartas a Timóteo (1 Timóteo e 2 Timóteo).
3. Barnabé e Paulo: Barnabé, inicialmente, ajudou Paulo a ser aceito pelos apóstolos em Jerusalém e o acompanhou em suas primeiras missões (Atos 9:27; 11:25-26).
Esses exemplos demonstram a importância do discipulado no crescimento espiritual e na expansão da fé cristã.
Amém, ótimas respostas meu irmão Denis..! Perfeito, Deus abençoe sempre 👏🏻👏🏻🙏🏻
Como sempre mais um excelente comentário professor Fernando! Certamente irá auxiliar a muitos nos estudos e compreensão da Lição e da importância de ser membro de uma igreja local. Que Deus continue abençoando a sua vida e seu ministério!
Muito bom o conteúdo, muito edificante. Parabéns pela iniciativa.
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