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Lição 03: A relevância da Igreja no cumprimento de sua Missão

21 de Julho de 2024

 

TEXTO ÁUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. ” Mateus 28.19

VERDADE APLICADA

Cada membro do Corpo de Cristo esteja comprometido em fazer discípulos e na edificação uns aos outros, para o crescimento do Corpo e a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Revelar o verdadeiro papel da Igreja no mundo.

Falar sobre o dever da igreja de edificar seus membros.

Destacar a Igreja como representante de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIAS

ATOS 13

1. E, na Igreja que estava em Antioquia, havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

5. E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador

INTRODUÇÃO

Para nosso propósito, focaremos em três aspectos da missão da Igreja: a relevância da missão da Igreja em relação ao mundo, em relação a Deus e em relação a si mesma.

Comentário adicional

A missão da Igreja se divide em três aspectos principais:

Relação com o mundo: A Igreja visa impactar a sociedade promovendo valores éticos, justiça social e bem-estar comunitário através de ações de caridade, apoio aos necessitados e iniciativas sociais e educativas.

Relação com Deus: A Igreja tem a responsabilidade de adorar e glorificar a Deus, seguindo Seus ensinamentos e propagando Sua mensagem por meio de cultos, orações, estudos bíblicos e evangelização.

Relação consigo mesma: A Igreja deve cuidar de sua própria comunidade, fortalecendo a fé e o compromisso dos seus membros através de discipulado, formação espiritual, apoio mútuo e promoção de um ambiente de amor e comunhão.

Esses três aspectos ajudam a entender o papel multifacetado da Igreja e seu impacto positivo tanto interna quanto externamente.

1- MISSÃO PARA COM O MUNDO

Cristo, de forma sucinta, mas bem clara, revela o escopo da missão evangelizadora da Igreja no mundo

1.1     Evangelizar o mundo.

Em Atos 1.8, temos a visão de atuação da Igreja tanto no aspecto local, quanto mundial. Os estágios são: Jerusalém (cidade), Judéia (estado), Samaria (país), e confins da terra (mundo). A partir da Igreja local, a vontade de Cristo é que ela alcance o mundo. Em um único versículo Cristo sintetiza a relevância da missão da Igreja. Notemos que não se trata de completar a evangelização local para depois ir a outros locais. Mas, sim, que a Igreja inicia onde está e, simultaneamente, promove o anúncio do Evangelho em outras regiões. Ela deve agir localmente e ter uma cosmovisão, ou seja, uma visão de mundo. Algo que desejamos enfatizar é que a missão da Igreja é corporativa. Somente com o somatório de esforços de todos os seus membros é que ela pode efetuar sua missão. Isto posto, compreendemos a importância de ser membro da Igreja.

Comentário adicional

Para evangelizar eficazmente hoje, é essencial combinar abordagens tradicionais e modernas adaptadas aos contextos das pessoas. Isso inclui o uso de tecnologia como redes sociais e aplicativos móveis, participação em ações comunitárias e projetos de caridade, formação de grupos de discipulado e mentoria, adaptação da mensagem ao contexto cultural, compartilhamento de testemunhos pessoais, colaboração com outras igrejas e organizações cristãs, oferecimento de treinamento em evangelismo, e priorização da oração e dependência de Deus para orientação e eficácia.

1.2. Evangelização local.

Refere-se à missão evangelizadora da Igreja em cuja área geográfica ela se encontra inserida. Casas, famílias, comércios, escolas, ou seja, todo segmento organizado, e até indivíduos, são de sua responsabilidade a comunicação da mensagem salvadora do Evangelho na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Temos o exemplo da Igreja de Jerusalém, que será sempre, nesse estudo, uma referência para nós. Ela alcançou o mudo dos seus dias com a pregação do Evangelho, mas não se esqueceu do seu contexto local. Em Atos 5.28, temos um testemunho da sua poderosa ação evangelística. O texto “encheste Jerusalém dessa doutrina” significa que os crentes daquela Igreja fizeram com que todos os habitantes da grande cidade de Jerusalém ouvissem a Palavra de Deus e isto em meio a muita oposição. Será que podemos afirmar que nossa região está cheia da doutrina de Cristo? Temos que repensar isso, porque é a Igreja local, conforme veremos, que dá suporte à evangelização mundial.

Comentário adicional

A evangelização local desempenha um papel fundamental na missão da Igreja, pois busca alcançar todas as áreas da comunidade com a mensagem transformadora de Jesus Cristo. Inspirados pelo exemplo da Igreja primitiva em Jerusalém, vemos como ela não apenas pregou o Evangelho, mas também impactou profundamente toda a cidade (Atos 5:28). Este modelo demonstra a importância de um testemunho unificado e abrangente, onde cada membro da igreja desempenha um papel crucial.

É responsabilidade de cada cristão refletir sobre como a mensagem de Cristo pode ser mais eficazmente difundida em seu próprio contexto local. Fortalecer a evangelização local não é apenas uma questão de cumprir um dever religioso, mas é vital para fortalecer a própria comunidade de fé. Uma igreja vibrante e comprometida com a evangelização local não apenas transforma vidas dentro de seus limites geográficos, mas também se torna um farol de esperança e fé para além de suas fronteiras.

Além disso, a evangelização local prepara o terreno para uma missão global mais eficaz. Ao priorizar a formação espiritual e o treinamento dos membros, criar oportunidades para interação com a comunidade e utilizar os talentos individuais para servir, a igreja se fortalece para cumprir a Grande Comissão de Jesus (Mateus 28:19-20). Este compromisso também inclui uma perseverança constante na oração, reconhecendo a dependência absoluta de Deus para orientação e eficácia.

Portanto, fortalecer a evangelização local não é apenas uma estratégia pragmática, mas um imperativo espiritual que enriquece a vida da igreja e capacita os crentes a impactarem seu mundo de maneira significativa e duradoura.

1.3. Evangelização mundial.

É comumente conhecida como missão, ou seja, uma evangelização transcultural, cuja finalidade é alcançar outros povos, isto é, os confins da terra, conforme orienta o texto bíblico. De forma simplificada, existem três formas de fazer missões: orando, contribuindo e indo ao campo missionário.

Comentário Adicional

A evangelização mundial é um compromisso da Igreja em levar a mensagem redentora de Jesus Cristo para além das fronteiras locais, cumprindo a ordem de testemunhar "até os confins da terra" conforme Atos 1:8. Este esforço abrange enviar missionários, apoiar igrejas ao redor do mundo e utilizar recursos para espalhar a mensagem de salvação universalmente.

No entanto, este empreendimento enfrenta uma série de desafios significativos. Barreiras culturais e linguísticas exigem uma adaptação cuidadosa da mensagem do Evangelho para diferentes contextos. Restrições políticas frequentemente dificultam ou impedem atividades evangelísticas em certos países. A resistência religiosa e ideológica pode resultar em hostilidade e perseguição contra missionários e novos convertidos.

Além disso, o acesso limitado a recursos financeiros, materiais e infraestrutura básica em regiões remotas ou economicamente desfavorecidas pode ser um obstáculo significativo. Os desafios logísticos de coordenar operações missionárias em contextos geograficamente dispersos são complexos, enquanto o sincretismo religioso e as condições de pobreza extrema adicionam camadas adicionais de complexidade ao trabalho missionário.

Superar esses desafios requer uma adaptação cultural sensível, perseverança diante das dificuldades e uma profunda confiança em Deus para abrir caminhos e transformar vidas globalmente através do poder transformador do Evangelho. É um chamado que exige não apenas estratégia e planejamento cuidadosos, mas também uma total dependência de Deus para orientação e provisão em todas as circunstâncias.

2- MISSÃO CONSIGO MESMA

O segundo aspecto da missão da Igreja é com relação a si mesma, já que tem o precípuo dever de edificar seus membros. O apóstolo Paulo falou repetidamente sobre a edificação do Corpo. De acordo com Efésios 4.16, a edificação da Igreja é a tarefa mútua realizada por todos os membros do Corpo e não somente pelo pastor ou ministro. Isso mostra a importância fundamental de ser membro atuante de uma Igreja local.

Comentário adicional

A missão da Igreja consigo mesma é fundamental para seu crescimento e eficácia na obra de Deus, abrangendo não só a manutenção da fé dos membros, mas também a edificação contínua e o fortalecimento da comunidade cristã. O Apóstolo Paulo compara a Igreja a um corpo em crescimento, onde cada membro tem um papel vital, destacando a interdependência e a responsabilidade mútua. Ser um membro ativo é um privilégio que traz benefícios espirituais e comunitários, como crescimento na fé, desenvolvimento de dons, construção de relacionamentos e contribuição para a missão global. O compromisso dos membros fortalece espiritualmente a igreja, facilita o discipulado, promove a unção e o poder do Espírito Santo e prepara a igreja para cumprir a Grande Comissão de Cristo. Ao se dedicarem ao crescimento espiritual, comunhão e serviço mútuo, os membros não só edificam uns aos outros, mas também se tornam agentes de transformação, refletindo o amor e a graça de Deus de maneira tangível e inspiradora.

2.1. Edificar seus membros.

Por meio da comunhão, edificamos uns aos outros: “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. ” [ 1 Co 12.26]. Enquanto a dor é diminuída, a alegria é aumentada através do compartilhamento, isso gera edificação. A Igreja também edifica seus membros por meio da instrução e do ensino. Além disso, a Igreja edifica seus membros por meio da disciplina [Mt 18.15-17].

Comentário Adicional

O processo de edificar os membros de uma igreja envolve criar um ambiente de crescimento espiritual e serviço significativo. Isso inclui ensino sólido da Palavra, discipulado pessoal para orientação espiritual, desenvolvimento dos dons espirituais para fortalecer a conexão pessoal com Deus, cuidado pastoral para suporte emocional, celebração congregacional para fortalecer a fé e a unidade, envolvimento em ministérios comunitários para promover justiça social, promoção da unidade e reconciliação, e priorização da oração pessoal e corporativa para orientação espiritual contínua. Todos os crentes compartilham a responsabilidade de edificar o corpo de Cristo através desse processo integrado de crescimento espiritual e serviço mútuo.

2.2. Cuidar dos seus membros.

Presente nas diversas funções da Igreja, está a responsabilidade de realizar atos de amor e bondade, tanto para cristãos, quanto com os descrentes. Sendo que devemos priorizar os domésticos da fé [Gl 6.10]. Está evidente que Jesus Cristo preocupava-se com as necessidades não somente espirituais, mas físicas também das pessoas. Ele é nosso exemplo maior e devemos segui-Lo.

Comentário Adicional

Cuidar dos membros da igreja e demonstrar amor e bondade é essencial no ministério cristão, refletindo os ensinamentos de Jesus Cristo. Em Gálatas 6:10, somos exortados a priorizar o cuidado pelos "domésticos da fé", fortalecendo a comunidade cristã. Jesus é o modelo supremo de compaixão, ministrando às necessidades espirituais, físicas e emocionais das pessoas, e ensinando que amor a Deus e ao próximo são inseparáveis. Para criar um ambiente de comunhão e apoio mútuo na igreja, é importante oferecer ensino e discipulado, mentoria e aconselhamento, cuidado pastoral, celebração e adoração, serviço e missão, promover unidade e reconciliação, e priorizar a oração contínua. Essas práticas não apenas edificam os membros individualmente, mas fortalecem o testemunho da igreja no mundo, mostrando o amor transformador de Cristo. O cuidado mútuo é uma missão compartilhada por todos os crentes, guiada pelo exemplo de Jesus Cristo.

2.3. A missão social da Igreja.

Sabemos que a Igreja não consegue fazer frente a todos os desafios sociais de nossos dias, mas, nem por isso, ela pode se omitir de estar ativa nessa importante área, dando sua contribuição a fim de minimizar os sofrimentos das pessoas e revelar o Deus que serve [Mt 5.16]. O apóstolo Tiago afirma que a omissão nessa área é demonstração de que nossa fé é morta [Tg 2.15-17] . Em 1 João 3.17-18 diz que a demonstração de que amamos a Deus é quando amamos os irmãos.

Comentário Adicional

A missão social da Igreja é uma expressão prática do amor de Deus pela humanidade, refletindo os ensinamentos e o exemplo de Jesus Cristo. Ela envolve o compromisso de servir e impactar positivamente a sociedade através de ações concretas de compaixão, justiça e cuidado com o próximo. Jesus não apenas ensinou sobre o amor ao próximo, mas também demonstrou isso em sua vida, cuidando dos necessitados, promovendo a justiça e acolhendo os marginalizados.

A missão social da Igreja abrange uma variedade de atividades, desde o cuidado direto com os necessitados, como provisão de alimentos e abrigo, até a defesa de questões de justiça social, como direitos humanos e igualdade. Além disso, inclui educação e capacitação para melhorar a qualidade de vida das pessoas, iniciativas de cuidado ambiental, resposta a crises e desenvolvimento comunitário sustentável.

É um compromisso integral com o bem-estar das pessoas e a transformação positiva da sociedade, demonstrando um testemunho vivo do amor e da misericórdia de Deus. A missão social não apenas atende às necessidades imediatas, mas também busca promover a dignidade humana, a inclusão e a reconciliação entre as pessoas. É um chamado para a Igreja ser uma luz no mundo, mostrando através de suas ações que o Evangelho não se limita a palavras, mas se manifesta em amor e serviço prático para com todos.

3- MISSÃO PARA COM DEUS

A missão da Igreja para com Deus consiste em edificar um templo espiritual para adoração a Deus.

Comentário Adicional

A Missão da Igreja e a Adoração

Edificar o Templo Espiritual: A missão da igreja de edificar um templo espiritual se refere à construção de uma comunidade de crentes unidos em amor e dedicados à adoração a Deus. Cada membro da igreja contribui para esse edifício espiritual ao viver uma vida consagrada a Cristo.

A Adoração como Expressão da Fé: A adoração é uma expressão autêntica da nossa fé em Deus. Através da adoração, damos a Deus a glória que Ele merece e experimentamos a Sua presença em nossas vidas.

3.1. Adoração no Velho Testamento.

A adoração no Antigo Testamento acontecia de diversas formas e em vários locais diferentes. Começou com os rústicos altares que eram erguidos por homens piedosos nos quais se ofereciam sacrifícios e Deus se agradava dos mesmos [Gn 8.20-21]. O patriarca Abraão era um construtor de altares [Gn 12.8; 13.18]. De igual modo, Isaque e também Jacó adoravam a Deus por meio dos altares que erguiam. A adoração a Deus também ocorria no tabernáculo portátil construído sob as ordens de Deus [Êx 40.34]. O grande rei Salomão construiu um majestoso templo em Jerusalém, que se tornou o centro da adoração nacional e a glória de Deus veio habitar nele [2Cr 7.1-2]. Mas os altares não existem mais, nem o tabernáculo; e o templo foi totalmente destruído. Na atual dispensação Jesus Cristo veio restaurar a verdadeira adoração [Jo 4.23].

Comentário Adicional

A Centralização da Adoração e a Unidade do Povo

Um só lugar, um só Deus: A centralização da adoração em um único local, como o Tabernáculo e o Templo, tinha como objetivo fortalecer a unidade do povo de Israel. Ao se reunirem em um só lugar para adorar, os israelitas reafirmavam sua identidade como povo escolhido por Deus e reforçavam os laços entre si. 

Prevenção da idolatria: A centralização também servia como um mecanismo para prevenir a idolatria. Ao concentrar a adoração em um único lugar santo, o povo era menos propenso a construir altares em outros locais e adorar falsos deuses.

Os Sacrifícios e a Lei de Moisés

A Lei e a Graça: Os sacrifícios eram parte integrante da Lei de Moisés. Eles serviam como um lembrete constante do pecado e da necessidade de um Salvador. No entanto, os sacrifícios animais nunca poderiam remover completamente o pecado. Eles eram apenas um prenúncio do sacrifício perfeito de Jesus Cristo.

A sombra das coisas futuras

Os sacrifícios do Antigo Testamento eram como sombras das realidades espirituais que viriam com a nova aliança. Eles apontavam para a necessidade de um sacrifício perfeito e eterno.

A Shekinah e a Presença de Deus

A manifestação visível de Deus: A Shekinah, a nuvem de glória, era uma manifestação visível da presença de Deus entre o Seu povo. Ela simbolizava a santidade e a majestade de Deus, e era um sinal de Sua aprovação e proteção.

A presença de Deus hoje 

Embora a Shekinah não seja visível hoje em dia, a presença de Deus está com os cristãos através do Espírito Santo. O Espírito Santo habita em todos os crentes e nos une como corpo de Cristo.

 3.2. Constituindo uma casa para habitação de Deus.

Lemos em Efésios 2.22: “No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”: A Igreja é o grande templo que está sendo edificado para Deus habitar e ser adorado nele. No sentido coletivo, a Igreja é simbolizada por um templo e no sentido individual cada cristão é um templo para habitação de Deus [ 1Co 3.16]. Portanto, a adoração não ocorre somente no ambiente no templo, como disse Jesus: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. ” [ Jo 4.23]. A adoração a Deus, portanto, é um estilo de vida, independentemente de onde o adorador se encontra [ 1 Co 10.31].

Comentário adicional

A Igreja como Templo Espiritual

Edificação contínua: A imagem da Igreja como um edifício em construção, um templo sendo edificado pelo Espírito Santo, é uma metáfora poderosa. Essa edificação não se completa em um único momento, mas é um processo contínuo que envolve o crescimento espiritual de cada crente e a consolidação dos laços de amor e comunhão entre os membros.

Habitação de Deus: Quando falamos que a Igreja é a morada de Deus, estamos afirmando que o Espírito Santo habita em cada crente e que a comunidade cristã como um todo é o lugar onde Deus manifesta sua presença de forma especial. Essa habitação divina é uma realidade presente e transformadora.

A Adoração como Estilo de Vida

Adoração além do culto: A adoração não se limita aos cultos religiosos. Ela envolve todas as áreas da nossa vida: como trabalhamos, como amamos, como nos relacionamos com os outros, como cuidamos do meio ambiente. A adoração verdadeira é um estilo de vida que expressa nossa gratidão a Deus em tudo o que fazemos.

Adoração em espírito e em verdade: Jesus enfatizou a importância de adorar a Deus em espírito e em verdade. Isso significa que a adoração deve ser sincera e autêntica, vinda do coração e não apenas um cumprimento de rituais.

A Importância da Comunidade

O corpo de Cristo: A Igreja é o corpo de Cristo, e cada membro é parte essencial desse corpo. A comunhão com outros crentes é fundamental para o nosso crescimento espiritual e para a nossa adoração.

O culto corporativo: Embora a adoração seja individual, ela também é comunitária. Ao nos reunirmos para adorar, expressamos nossa unidade em Cristo e fortalecemos os laços entre nós.

Desafios e Aplicações Práticas

Autenticidade na adoração: Em um mundo cada vez mais individualista, é importante cultivar a autenticidade em nossa adoração. Isso significa ser verdadeiro consigo mesmo e com Deus, e expressar nossa fé de forma genuína.

A adoração em meio às dificuldades: Como podemos manter viva a nossa adoração em meio às dificuldades e desafios da vida? A resposta está em cultivar uma relação pessoal com Deus e em buscar Sua presença em todas as circunstâncias.

A adoração e o serviço: A adoração e o serviço estão intimamente ligados. Ao servir aos outros, estamos expressando nosso amor por Deus e demonstrando nossa fé em ação

3.3. Seguindo o exemplo da Igreja Primitiva.

A Igreja Primitiva estava longe de ter a estrutura que temos hoje, mas sua adoração era efusiva. Eles partiam o pão de casa em casa, tomavam refeições com alegria e singeleza de coração, isto é, uma adoração de coração e contando com a simpatia do povo, ou seja, sua adoração e estilo de vida influenciavam o povo ao seu redor [At 2.47].

Comentário Adicional

A Igreja Primitiva nos oferece um modelo inspirador de adoração que transcendia os muros da sinagoga ou de um templo físico. Sua adoração era uma expressão genuína de fé e amor, que se manifestava em todos os aspectos da vida.

Características da Adoração na Igreja Primitiva

Adoração comunitária: A comunidade cristã primitiva valorizava profundamente a reunião para celebrar a fé, partilhar a vida e fortalecer os laços. A quebra do pão, por exemplo, era um ato comunitário que simbolizava a unidade dos crentes em Cristo.

Adoração espontânea: A adoração na Igreja Primitiva era marcada pela espontaneidade e pela liberdade do Espírito Santo. Os cânticos, as orações e os louvores eram expressões genuínas da fé e do amor dos crentes.

Adoração transformadora: A fé dos primeiros cristãos tinha um impacto profundo em suas vidas e nas vidas daqueles ao redor. Eles eram conhecidos por seu amor, sua compaixão e sua disposição de servir aos outros.

Lições para a Igreja Contemporânea

A importância da comunidade: A Igreja Primitiva nos ensina que a comunidade cristã é fundamental para o nosso crescimento espiritual. Ao nos reunirmos com outros crentes, somos encorajados, fortalecidos e desafiados a viver uma vida mais profunda com Cristo.

A adoração como estilo de vida: A adoração não se limita aos cultos religiosos. Ela deve permear todas as áreas de nossa vida, desde nossas relações interpessoais até nossas decisões profissionais.

O impacto da adoração na sociedade: A adoração autêntica tem o poder de transformar vidas e comunidades. Ao vivermos nossa fé de forma consistente, podemos ser um testemunho do amor de Deus para o mundo.

Desafios e Aplicações Práticas

Recuperar a essência: Em meio à complexidade da vida moderna, é importante que as igrejas busquem recuperar a essência da adoração da Igreja Primitiva, enfatizando a comunidade, a espontaneidade e a transformação.

Equilibrando tradição e inovação: As igrejas precisam encontrar um equilíbrio entre a preservação das tradições e a abertura para novas formas de expressão da adoração.

Adoração e missão: A adoração e a missão estão intimamente ligadas. Ao adorarmos a Deus, somos motivados a compartilhar o evangelho com outras pessoas e a servir à nossa comunidade.

Conclusão

A missão da Igreja é multifacetada e integral, abrangendo a evangelização do mundo, o cuidado e edificação de seus membros, e a adoração a Deus. A Igreja é chamada a impactar a sociedade promovendo os valores do Reino de Deus através da evangelização e ações de caridade. Evangelizar local e globalmente é uma tarefa contínua e coletiva, exigindo o esforço e o compromisso de todos os membros. Edificar e cuidar dos membros da Igreja é fundamental para seu crescimento e fortalecimento espiritual. Isso inclui ensino, discipulado, apoio pastoral e promoção de um ambiente de amor e comunhão. A missão social da Igreja, ao cuidar das necessidades dos membros e da comunidade, reflete a prática do amor de Cristo. A adoração é o centro da missão da Igreja para com Deus. Edificar um templo espiritual para adoração envolve cada membro viver uma vida consagrada, unida na fé e dedicada a glorificar a Deus. A verdadeira adoração, restaurada por Jesus, transcende os antigos sacrifícios e se realiza em espírito e em verdade. Cada membro do Corpo de Cristo deve estar comprometido em fazer discípulos e na edificação mútua para o crescimento do Corpo e a glória de Deus. A Igreja, como representante de Deus, tem o dever de atuar local e globalmente, edificar sua comunidade e adorar a Deus com fervor. Somente assim, cumprindo sua missão integralmente, a Igreja pode refletir o amor de Cristo e transformar o mundo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://www.bibliaonline.com.br/ara/ef/6

https://www.gotquestions.org/Portugues/

https://www.respondi.com.br/

https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com/

https://escolabiblicadominical.org/licao-03-a-relevancia-da-igreja-no-cumprimento-de-sua-missao/

https://chat.openai.com/c/0e7fc257-62fb-41a3-8192-ae58a40303de

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COMENTÁRIOS ADICIONAIS:

Pb Denis Barboza

 

 

LIÇÃO 02: A IGREJA E A RELEVÂNCIA PARA A ADORAÇÃO VERDADEIRA NO CULTO

14 de julho de 2024

TEXTO ÁUREO

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.”

1Coríntios 14.26

VERDADE APLICADA

O culto a Deus é a celebração de Seu nome, quando expressamos gratidão e O adoramos pelo que Ele é e por Seus atos poderosos, em conformidade com as Escrituras.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Priorizar a adoração individual e coletiva a Deus.

Destacar que somente Deus é digno de adoração.

Mostrar que Deus busca verdadeiros adoradores.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMOS 122

1- Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.

2- Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.

3- Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida.

4- Onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor.

5- Pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.

6- Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.

7- Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.

8- Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti.

9- Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.

 

INTRODUÇÃO

O culto está relacionado com a honra, o reconhecimento e o valor da suprema dignidade de Deus, por tudo que Ele é e tem feito, sendo Ele digno de nossa adoração, louvor e serviço em conformidade com as Escrituras Sagradas.

Comentário adicional:

Devemos adorar a Deus, prestando um culto racional, louvando-O e servindo-O em reconhecimento à Sua grandeza e majestade (Sl 145:3), pois Ele é o Criador e Senhor de tudo, o Ser Supremo que nos deu a vida e nos sustenta a cada dia. Ele demonstrou Seu imenso amor e misericórdia ao nos redimir do pecado e ao oferecer-nos a salvação eterna (Jo 3:16, Rm 5:8). Portanto, devemos adorá-Lo em gratidão por tudo o que Ele tem feito por nós (Sl 95:1-3).

1- O CULTO É RELEVANTE PORQUE É BÍBLICO

Ao afirmar que Deus procura verdadeiros adoradores [Jo 4.23], Jesus nos ensinou que a adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que formalidades. Assim entendemos que a adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.

Comentário adicional:

Essa passagem bíblica de João 4:23 marca um ponto crucial na história da fé. Neste ponto, Jesus revela uma nova forma de adoração que transcende as tradições judaicas, as quais se concentravam na adoração no templo em Jerusalém. Jesus revela a seus seguidores que Deus busca verdadeiros adoradores que O busquem em Espírito e em verdade, porque Ele é Espírito. Deus procura uma adoração autêntica que brote do coração e da alma, estabelecendo uma conexão profunda com Ele, que não se limita a rituais externos. Esta adoração também deve ser baseada na verdade, de acordo com a Sua santa natureza revelada, abandonando crenças e práticas contrárias à Sua vontade.

Esta mensagem de Jesus nos convida a:

- Adorar com Sinceridade: Abandonar hipocrisias e rituais vazios, buscando uma conexão genuína com Deus.

- Entregar-se Completamente: Dedicar todo o nosso ser à adoração, incluindo pensamentos, sentimentos e ações.

- Adorar em Qualquer Lugar: Reconhecer que Deus está presente em todos os lugares e que podemos adorá-Lo a qualquer momento.

- Seguir Seus Ensinamentos: Basear nossa adoração nos ensinamentos de Jesus, buscando viver de acordo com Sua vontade."

1.1. O culto no Antigo Testamento.

O templo era central na vida da nação israelita. Todas as grandes celebrações estavam relacionadas ao templo. É nos salmos que vemos as maiores expressões de prazer e honra nas atividades no templo: “Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.” [Sl 26.8]. Pr. Valdir Alves de Oliveira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2022, p. 74): “É oportuno refletirmos acerca da relevância da presença de um santuário na história de Israel, desde a saída do Egito até o início do cativeiro babilônico”. O salmista expressa isso: “Por que vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.” (Sl 84.10). Este expressa o anseio e o que significa para o autor adorar a Deus no templo em Jerusalém. Afinal, no Antigo Testamento, ali era o lugar estabelecido onde o Senhor Deus se revelava de maneira singular [2Cr 7.12-16]. Desse modo, entendemos a razão da grande alegria expressada pelo salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” [Sl 122.1]. E nós, continuamos empolgados e tendo anseio por estarmos reunidos como povo de Deus para oração, louvor e anúncio da Palavra de Deus?

Comentário adicional:

Em várias passagens do Antigo Testamento, encontramos um relato vívido da profunda relação entre a nação de Israel e o culto realizado no Templo. Na passagem de 2 Crônicas 7:12-16 e em vários Salmos, temos um vislumbre da importância central que o Templo ocupava na vida do povo israelita, transcendendo a mera prática religiosa e tornando-se um pilar fundamental de sua identidade nacional e espiritual.

Em 2 Crônicas 7, testemunhamos a dedicação do Templo construído por Salomão, um momento de grande solenidade e significado para Israel. No versículo 12, Deus responde à oração de Salomão com uma poderosa manifestação de Sua glória, preenchendo o Templo com uma nuvem e estabelecendo ali Sua presença permanente. Assim, houve a manifestação da glória divina e a santificação do templo. Essa foi a grande importância que os judeus atribuíam à adoração realizada no templo sagrado, pois para eles o Templo era como a habitação de Deus, um lugar onde Sua glória e graça se manifestavam plenamente.

A Importância do Culto no Templo:

- Comunhão com Deus: O Templo era o local designado por Deus para o povo israelita se encontrar com Ele. Através de sacrifícios, orações e louvores, os israelitas expressavam sua fé, gratidão e arrependimento, buscando fortalecer sua relação com o Criador.

- Renovação Espiritual: O culto no Templo proporcionava ao povo israelita a oportunidade de se reconectar com Deus, confessar seus pecados e buscar perdão. Era um momento de renovação espiritual e fortalecimento da fé.

- Identidade Nacional: O Templo era um símbolo da presença de Deus entre o povo israelita e servia como um unificador nacional. As celebrações e rituais religiosos realizados no Templo reforçavam a identidade do povo como a nação escolhida por Deus.

1.2. O culto no Novo Testamento.

Em Atos 2.46 encontramos a seguinte informação: “E perseverando unânimes todos os dias no templo (…)”. Ao analisar este versículo vemos que a expressão “todos os dias” significa algo contínuo, já “unânimes”, fala de unidade e propósito, e embora eles se reunissem nas casas, todavia, o culto no lar não suprimiu a necessidade do culto no templo. Existem muitas outras referências de que o templo era também central na vida da Igreja Primitiva: eles oravam no templo [At 3.1]; ensinavam no templo (At 5.42]; realizavam milagres no templo [At 3.6-8). Embora os templos oficialmente surgissem no terceiro século depois de Cristo, parece que a Igreja conseguia ou alugava lugares espaçosos para o culto. Na cidade de Éfeso, Paulo usou a escola de Tirano [At 19.9], um espaço grande para reuniões.

Comentário adicional:

Nos relatos de Atos dos Apóstolos, temos um vislumbre de como era a vida das primeiras comunidades cristãs. É registrado que, ao mesmo tempo em que se reuniam regularmente nas casas para adorar, orar e compartilhar a fé, os primeiros cristãos também frequentavam o Templo de Jerusalém. Essa prática dual revela aspectos importantes da formação e crenças da igreja primitiva.

As reuniões nas casas promoviam a comunhão e intimidade. Inicialmente, os lares funcionavam como igrejas, transformando-se em 'igrejas domésticas', espaços de comunhão, ensino e celebração da fé (At 2:42, 5:42). Nessas reuniões, os cristãos compartilhavam a fé, os ensinamentos, as experiências e refeições, fortalecendo seus laços e vivendo em comunidade (At 20:20). Isso promovia a intimidade e o crescimento espiritual dos cristãos, pois o ambiente familiar das casas permitia um culto mais íntimo e personalizado, propício ao desenvolvimento da identidade cristã.

Além das casas, os primeiros cristãos também frequentavam o templo para adoração, mantendo assim conexão com as raízes judaicas e as práticas religiosas tradicionais (At 2:46, 3:1). Adicionalmente, o templo era um local de pregação e testemunho, estratégico para anunciar a mensagem de Jesus e fazer novos discípulos, aproveitando a grande afluência de pessoas (At 5:20). Foi no templo que os apóstolos realizaram grandes sinais e milagres, demonstrando o poder de Deus e atraindo a atenção do público (At 3).

1.3. O culto na atualidade.

Sabemos que na Nova Aliança, a presença e o culto a Deus não estão restritos a um lugar, como bem disse Jesus à mulher samaritana, pois viria a hora em que nem em Jerusalém, nem no monte Gerizim, adorariam ao Pai, mas os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai em espírito e em verdade, independente do lugar [Jo 4.21-23]. Mas essa sublime verdade não substitui a necessidade e o imperativo do culto coletivo da Igreja realizado no templo. Em Hebreus 10.25 temos a grande exortação para não deixarmos de nos congregar, porque naquela época era costume de alguns. Infelizmente, hoje podemos dizer que o mesmo tem se tornado o costume de muitos.

Comentário adicional:

Irmãos, como já aprendemos, não existe contradição entre as passagens bíblicas de João 4.21-23 e Hebreus 10.25. Na primeira passagem, Jesus desafia a tradição judaica que limitava a adoração a um lugar específico, ou seja, no templo. Cristo nos ensina que Deus procura uma adoração genuína que vem do coração, que os verdadeiros adoradores O adorem em espírito e em verdade. Que seja uma adoração interior, autêntica e genuína que brota de um relacionamento pessoal com Deus. Na segunda passagem de Hebreus, o autor nos exorta a que os cristãos se reúnam para cultuar com outros crentes, para encorajar uns aos outros a perseverar na fé. O objetivo é que a comunidade cristã trabalhe como um corpo unificado, apoiando-se mutuamente. Por isso, devemos congregar para que um auxilie o outro, animando-nos uns aos outros no amor e na prática das boas obras (Hb 10.24).

2- O CULTO É RELEVANTE PELA COMUNHÃO

A palavra comunhão, do grego koinonia, expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo [1 Co 1.9], bem como com os irmãos [1Jo 1.7].

Comentário adicional:

Em várias passagens do evangelho, é enfatizada a importância de termos comunhão com Deus e com nossos irmãos para que haja uma vida cristã plena e autêntica. Para essa comunhão, devemos buscar um relacionamento íntimo com Deus, sempre procurando conhecê-Lo, amá-Lo e obedecê-Lo (1Co 1.9). Com nossos irmãos, a comunhão na fé nos permite compartilhar alegrias, tristezas, desafios e aprendizados, fortalecendo-nos uns aos outros na caminhada cristã (At 2.42).

2.1. Comunhão com Deus.

Conforme já dissemos, a comunhão com Deus não se restringe ao culto no ambiente do templo, haja vista que Cristo está conosco sempre [Mt 28.20]. Devemos, porém, reconhecer que a frequência aos cultos é imprescindível, pois este é o veículo ou o ambiente mais adequado para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. A música, a adoração, o ambiente, a reverência e tudo quanto ocorre no culto visa nos conduzir à presença de Deus. No Salmo 27.4 Davi expressa seu desejo de morar todos os dias na casa do Senhor, mas com qual objetivo? Ele responde: a fim de contemplar a formosura do Senhor. Esse contemplar a formosura refere-se não apenas a ver, mas experimentar, vivenciar a presença de Deus em sua vida. Portanto, para ele culto é sinônimo da presença de Deus. A presença de Cristo é central na Igreja [Ap 2.1] e o verdadeiro culto proporciona aos verdadeiros adoradores um ambiente de aprendizagem, experiência e edificação no contínuo processo de crescimento espiritual.

Comentário adicional:

A comunhão com Deus não se limita ao espaço físico; é muito além disso. A verdadeira comunhão se manifesta em um relacionamento íntimo e pessoal com Deus e se nutre de: diálogo franco e honesto com Deus através da oração; meditação da Palavra com a leitura da Bíblia; adoração com expressões de adoração e louvor a Ele; e, claro, da obediência à Sua Palavra, buscando viver conforme Seus ensinos. No entanto, essa comunhão com Deus não anula a comunhão com a igreja. Pelo contrário, são complementares, sendo a comunhão com a igreja extremamente importante para a vida cristã. É congregando na igreja que temos comunhão com os irmãos em Cristo, compartilhando fé, experiências e fortalecendo-nos uns aos outros. Na igreja, adoramos e louvamos a Deus juntos, celebrando Sua grandeza e misericórdia. Também é na igreja que recebemos ensinamentos bíblicos, somos encorajados a crescer na fé e temos a oportunidade de servir uns aos outros em comunidade, expressando o amor de Deus em ações concretas. Portanto, é congregando que teremos um maior crescimento espiritual, sendo moldados à imagem de Cristo através da interação com outros crentes e dos ensinamentos bíblicos.

2.2. Comunhão com os irmãos.

O culto é a comunidade cristã reunida a fim de viver intensamente a realidade de Deus em suas vidas de forma coletiva e ao mesmo tempo partilhar essa sublime realidade uns com os outros. A Bíblia resume a vida da Igreja Primitiva em termos de comunhão com a seguinte expressão: “(…) estavam juntos e tinham tudo em comum” [At 2.44]. Embora a comunhão com Deus possa ser individual e pessoal, o reflexo disso resulta em comunhão coletiva. O verdadeiro cristão tem prazer na companhia dos seus irmãos e o ambiente de culto oportuniza isso.

Comentário adicional:

Complementando o que já foi dito antes, a comunhão nos dá um sentido de identidade corporativa, um senso de pertencimento por fazermos parte de uma igreja local. A comunhão com os irmãos nos auxilia no processo de crescimento conforme a imagem e semelhança de Cristo, onde os dons de cada um beneficiam os outros, sendo úteis para todos, beneficiando e edificando o corpo da igreja que é Cristo. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.11-13). Portanto, irmãos, ter comunhão é ter uma vida cristã juntos, apesar de a salvação ser individual. É na igreja onde vamos experimentar os benefícios da comunhão, dando e recebendo, admoestando e nos apoiando mutuamente, sendo estimulados a viver para a glória de Deus e nos preparando para a comunhão eterna com Deus no céu.

2.3. Resultado da comunhão.

Gente precisa de Deus, mas a gente também precisa de gente. Paulo queria encontrar-se com Timóteo, pois seria um conforto e encheria o velho apóstolo de alegria [2Tm 1.4]. De acordo com o Salmo 133, a comunhão é agradável a Deus, a comunhão é terapêutica, a comunhão é restauradora, a comunhão é abençoadora. Por isso, um dos primeiros sintomas de declínio espiritual é normalmente o comparecimento irregular nos cultos e demais atividades da Igreja. As igrejas deveriam ser caracterizadas pelo alto grau de comunhão entre seus membros. Viver de forma unida é extremamente agradável a Deus.

Comentário adicional:

Irmãos o desejo de Jesus Cristo é que todos os seus discípulos vivam em união com Ele, com Deus e seus irmãos. Vemos em João 17.20-21 Ele orando para que todos tenham união espiritual. Já sabemos que ninguém pode fazer nada sozinho e na obra de Deus já aprendemos que não é diferente. Nenhum cristão pode seguir o caminho sozinho, com todos os defeitos e fraquezas precisamos uns dos outros. Viver em comunhão é uma ordem de Cristo e em várias passagens bíblicas somos incentivados a isso pelos apóstolos. “Proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1:3). Também, termos comunhão trazem vários benefícios como: a) Encorajamento: quando estamos sozinhos e isolados nos tornamos pressas fáceis para o inimigo, vem as dúvidas, as lutas e dificuldades que abalam a nossa fé, mas se estivermos em comunhão com os irmãos teremos encorajamento para continuar, seremos ajudados através da Palavra de um ombro amigo (Hb 10.25); b) Crescimento: em comunhão com os nossos irmãos ocorre o crescimento, juntos apoiamos uns aos outros na busca pelo conhecimento e amadurecimento, e assim todo o corpo de Cristo se desenvolve em um mesmo proposito (1Ts 5.11); c)  Ajuda: como cristãos vamos enfrentar muitos desafios, dificuldades e tentações, mas com a ajuda de Jesus e apoio dos irmãos vamos vencer os desafios partilhando a carga e sendo solidários uns com os outros (Gl 6.2); d) força: quando estamos juntos nós unimos as forças, e com comunhão com outros cristãos, vamos crescendo juntos em Cristo e sendo fortalecidos espiritualmente, seu um cai o outro ajuda a levantar e seguimos em frente enfrentando as dificuldades (Pv 27.17). e) amor: esse sentimento é a melhor e principal parte da comunhão entre os irmãos na fé, se amamos partilhamos nossa vida com nossos irmãos, e isso se expressa em nossos relacionamentos uns com os outros. Se for um amor verdadeiro que vem de Deus nos tornamos uma família unida desfrutando da graça de Deus mutuamente (Jo 13.35).

3- ELEMENTOS CENTRAIS DO CULTO

Na visão apostólica, existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.

Comentário adicional:

O culto cristão, centrado na Palavra de Deus, na oração e na adoração, nos proporciona um encontro autêntico com Deus, fortalecendo nossa fé, aprofundando nossa comunhão com Ele e nos impulsionando a viver uma vida transformada em Cristo. Esses três elementos agem juntos e se complementam, relacionando-se mutuamente. A Palavra nos alimenta, a oração nos conecta com Deus, e a adoração transborda em ações que glorificam Seu nome.

3.1. A Palavra de Deus é central no culto.

A Palavra de Deus é essencial à vida cristã. Jó a considerava mais importante do que a própria comida [Jó 23.12]. A Palavra de Deus é o mais importante cardápio no alimento espiritual do crente. Por reiteradas vezes ela é comparada com o alimento que nutre a vida espiritual [Mt 4.4]. Pr. Lourival Dias Neto (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2010, p. 49) comentou uma lição sobre “A Igreja e a Bíblia”: “3.1. Seu lugar no culto. A Bíblia é o instrumento primordial para o desenvolvimento do culto. (…) Ela ocupava lugar central no ministério dos apóstolos [At 6.2-4]. Quando se compreende esta realidade, ela está presente do início ao fim, por meio das orações, dos cânticos, da adoração, ou seja, toda liturgia tem a sua base na Bíblia. O desprezo pela Palavra de Deus tem resultado em cultos sem conteúdo, vidas vazias, levando a uma superficialidade espiritual adoecedora”.

Comentário adicional:

Conforme o título deste tópico, qualquer tipo de ministração, seja ensino, pregação e louvores, deve ser doutrinário; as verdades bíblicas devem ser ministradas. Tudo durante a realização do culto deve estar de acordo com o que a Palavra de Deus nos ensina. Ao longo de toda Escritura Sagrada, observa-se que a Palavra de Deus deve ter primazia em nossas vidas (Sl 138.2). Infelizmente, para nossa tristeza e vergonha, temos constatado que, aos poucos, a Palavra de Deus tem deixado de ser a prioridade em nossos cultos, refletindo-se na falta de reverência, na baixa qualidade das ministrações nos púlpitos de muitas igrejas. A cada dia que passa, o tempo das ministrações tem diminuído e o culto tem sido preenchido com atividades que não edificam. Muitas vezes, perdemos tempo com atividades enfadonhas, e Deus tem sido deixado de lado em nossas adorações.

Devemos permitir que a Palavra de Deus seja o centro do culto e de nossa vida, sendo o alimento que nutre nossa alma, fortalece nossa fé, guia nossas decisões e nos transforma em instrumentos de Deus para a propagação do seu reino. Que a Bíblia Sagrada seja sempre a fonte de inspiração, direção e esperança para nossa caminhada cristã.

A Palavra de Deus como Base e Sustento:

- Fundamento da Fé: A Bíblia Sagrada é a base de nossa fé, contendo os ensinamentos de Deus, a história da salvação e a revelação de Seu plano para a humanidade (2Tm 3.16-17).

- Fonte de Conhecimento: Através da leitura e meditação na Palavra, adquirimos conhecimento sobre Deus, seus atributos, sua vontade e seus propósitos para nossas vidas (Js 1.8).

- Discernimento e Sabedoria: A Palavra de Deus nos concede discernimento para tomar decisões sábias e justas, guiando nossos passos no caminho da retidão (Sl 119.105).

 Palavra de Deus como Alimento Espiritual:

- Nutrição para a Alma: Assim como o corpo necessita de alimento para se manter forte e saudável, nossa alma precisa da nutrição da Palavra de Deus para crescer em fé, amor e esperança (Sl 119.105).

- Transformação de Vidas: A Palavra de Deus tem o poder de transformar nossas vidas, moldando nosso caráter, renovando nossa mente e nos conformando à imagem de Cristo (Hb 4.12).

- Consolo e Fortalecimento: Em momentos de dificuldade e sofrimento, encontramos na Palavra de Deus consolo, força e esperança para superar os desafios da vida (Sl 56.4).

A Bíblia como Instrumento Essencial:

- Manual para o Culto: A Bíblia Sagrada serve como um manual para o culto cristão, orientando-nos na adoração, na oração, na leitura e na pregação da Palavra (At 2.42).

- Preparo para o Serviço: Através do estudo da Bíblia, nos preparamos para servir a Deus e ao próximo com amor, dedicação e sabedoria.

- Discipulado e Crescimento: A Bíblia é fundamental para o discipulado e crescimento dos cristãos, conduzindo-os a uma vida cada vez mais próxima de Deus (Ef 6.17).

3.2. O efeito da oração coletiva.

É necessário compreendermos que a oração coletiva é tão importante quanto a oração individual, já que uma reforça a outra. No livro de Atos podemos aprender algumas lições sobre o efeito da oração coletiva e a importância que ela tem para que a obra de Deus possa avançar [At 1.14, 24-25]. É crucial que a Igreja (Corpo de Cristo) cultive a oração coletiva em conexão com a vontade de Deus já revelada, como vemos na descida do Espírito Santo [At 2.1-4]. É perseverando em oração coletiva que o Espírito Santo se manifesta coletivamente. Se queremos ver e participar das manifestações do Espírito Santo na Igreja devemos orar coletivamente. No cenáculo estavam quase cento e vinte pessoas e todas foram cheias do Espírito Santo. Isso pode repetir-se hoje, desde que a Igreja esteja disposta a perseverar em oração [At 2.42; 12.5). O Senhor Deus atendeu à contínua oração da Igreja e enviou um anjo para libertar Pedro.

Comentário adicional:

Desde o início da igreja, a oração coletiva teve importância central, sendo uma prática recompensadora. Em Atos 2.42, está descrito que os apóstolos perseveravam sempre em oração, uma atividade que unia a todos enquanto realizavam a Grande Comissão de propagar o Evangelho. Vemos em várias passagens de Atos que Deus respondia às orações dos cristãos quando estavam unidos em um mesmo propósito. Em Atos 2.2-4, enquanto estavam orando juntos, todos foram batizados e ficaram cheios do Espírito Santo; em Atos 4.31, durante outra ocasião de oração, houve a descida do Espírito Santo e eles passaram a anunciar a Palavra de Deus com ousadia. Percebemos que a oração era uma das maiores prioridades da liderança primitiva, pois ela une os crentes e encoraja os sobrecarregados. Uma igreja que ora cresce saudável e se capacita para realizar a obra de Deus em todas as áreas. Quando um grupo de crentes ora juntos, o resultado é unidade, humildade, ação de graças, confissão de pecados, intercessão e descoberta da vontade de Deus. Portanto, a oração coletiva é uma ferramenta poderosa para o crescimento da igreja e da Palavra de Deus. Através dela, fortalecemos a comunhão, aprofundamos nosso relacionamento com Deus e experimentamos o mover do Espírito Santo em nossas vidas e na comunidade em que congregamos.

3.3. O valor da adoração coletiva.

A manifestação da presença de Deus em um culto não deve ser o anelo somente daqueles que o dirigem: o dirigente, ministério de louvor, pregador. Não viemos para assistir o culto, viemos para realizá-lo. Não somos meros figurantes, somos adoradores conscientes. Todos quantos estão em um culto são agentes importantes na realização do mesmo. Em 1 Coríntios 14.26, o apóstolo Paulo recomenda: “(…) quando vos ajuntais (para cultuar), cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Todos os membros eram convidados a participar conforme o Senhor os dirigia, um desejava cantar um hino, outro era conduzido pelo Espírito para compartilhar uma doutrina, alguns recebiam revelações transmitidas em línguas e outros interpretavam. Mas tudo com decência e ordem, não havia exibição, gerando assim edificação.

Comentário adicional:

O apóstolo Paulo, na passagem de Efésios 5.18-20, apresenta uma visão rica de como deve ser a adoração coletiva na igreja. Ele ensina, através de um guia prático, a forma de uma adoração edificante na igreja, conclamando que devemos participar ativamente buscando um louvor autêntico e a edificação mútua visando uma ação transformadora de Deus. Para isso, devemos estar abertos à ação do Espírito Santo para que Ele nos inspire e capacite a adorar com fervor e sinceridade. Devemos usar os Salmos, hinos e cânticos espirituais como ferramentas para louvar a Deus e compartilhar nossa fé. Além disso, não podemos esquecer que a Palavra de Deus tem um papel crucial na adoração, de modo que as mensagens e pregações devem ser voltadas ao ensino, exortação, crescimento e edificação da igreja.

No culto de adoração, deve haver ordem, decência e decoro para que Deus seja glorificado. "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (1Co 14.40). Devemos participar da adoração a Deus de uma forma que transcenda a mera formalidade, adorando com autenticidade e entrega total a Ele, sendo gratos por tudo de bom que Ele tem feito em nossas vidas, especialmente pela alegria da Salvação. Que em nossos cultos a adoração seja dirigida a Deus em nome do Senhor Jesus Cristo (1Tm 2.5), uma oportunidade de celebrarmos a grandeza, majestade e amor de Deus, reconhecendo-O como o único digno de toda honra e louvor (Sl 123.1-5).

CONCLUSÃO

O momento que a Igreja reserva e programa para oferecer a Deus o culto dentro do seu aspecto bíblico espiritual é imprescindível tanto a nível coletivo quanto individual. Trata-se de um tempo oportuno e importante para o verdadeiro adorador cultivar e manter a real comunhão com Deus, sendo ao mesmo tempo edificado pela Sua Palavra e fortalecido pela oração e comunhão.

Comentário adicional:

Irmãos, o culto de adoração é uma atividade que glorifica a Deus, com a função de aumentar a comunhão, o despertamento, a exortação e a edificação da Igreja. Para que isso seja possível, o culto verdadeiro a Deus deve ser realizado de forma organizada, com ordem e decência, criando um ambiente propício à adoração autêntica. Nele, cada um deve contribuir cantando, pregando, orando e exercitando seus dons espirituais, para que todos sejam beneficiados, tendo como principal motivação o amor e o aumento da fé de todos, e para que o nome de Deus seja exaltado e glorificado. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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https://www.apregoandoabiblia.com/post/as-tr%C3%AAs-dimens%C3%B5es-do-culto

https://4ips.org.br/a-importancia-da-centralidade-da-palavra-no-culto/#:~:text=Um%20culto%20sem%20a%20palavra,para%20com%20o%20seu%20pr%C3%B3ximo.

 COMENTARISTA ADICIONAL:

Dc Carlos Cezar – AD316 – ADTAG - Samambaia Sul - DF