LIÇÃO 02: A IGREJA E A RELEVÂNCIA PARA A ADORAÇÃO VERDADEIRA NO
CULTO
14 de julho de 2024
TEXTO ÁUREO
“Que
fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação.”
1Coríntios 14.26
VERDADE APLICADA
O culto a Deus é a celebração de Seu nome, quando expressamos gratidão e O adoramos pelo que Ele é e por Seus atos poderosos, em conformidade com as Escrituras.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Priorizar
a adoração individual e coletiva a Deus.
Destacar
que somente Deus é digno de adoração.
Mostrar que Deus busca verdadeiros adoradores.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SALMOS 122
1- Alegrei-me quando me disseram: Vamos à
casa do Senhor.
2- Os nossos pés estão dentro das tuas
portas, ó Jerusalém.
3- Jerusalém está edificada como uma cidade
bem sólida.
4- Onde sobem as tribos, as tribos do
Senhor, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do Senhor.
5- Pois ali estão os tronos do juízo, os
tronos da casa de Davi.
6- Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão
aqueles que te amam.
7- Haja paz dentro de teus muros e
prosperidade dentro dos teus palácios.
8- Por causa dos meus irmãos e amigos,
direi: Haja paz em ti.
9- Por causa da casa do Senhor, nosso Deus,
buscarei o teu bem.
INTRODUÇÃO
O culto está relacionado com a honra, o reconhecimento e o valor da suprema dignidade de Deus, por tudo que Ele é e tem feito, sendo Ele digno de nossa adoração, louvor e serviço em conformidade com as Escrituras Sagradas.
Comentário adicional:
Devemos adorar a Deus, prestando um culto racional, louvando-O e servindo-O em reconhecimento à Sua grandeza e majestade (Sl 145:3), pois Ele é o Criador e Senhor de tudo, o Ser Supremo que nos deu a vida e nos sustenta a cada dia. Ele demonstrou Seu imenso amor e misericórdia ao nos redimir do pecado e ao oferecer-nos a salvação eterna (Jo 3:16, Rm 5:8). Portanto, devemos adorá-Lo em gratidão por tudo o que Ele tem feito por nós (Sl 95:1-3).
1- O CULTO É RELEVANTE PORQUE É BÍBLICO
Ao afirmar que Deus procura verdadeiros adoradores [Jo 4.23], Jesus nos ensinou que a adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que formalidades. Assim entendemos que a adoração envolve não apenas o lugar formal onde nos reunimos para cultuar a Deus, mas tudo o que fazemos em nossas vidas.
Comentário adicional:
Essa passagem bíblica de João 4:23 marca um ponto crucial na história da fé. Neste ponto, Jesus revela uma nova forma de adoração que transcende as tradições judaicas, as quais se concentravam na adoração no templo em Jerusalém. Jesus revela a seus seguidores que Deus busca verdadeiros adoradores que O busquem em Espírito e em verdade, porque Ele é Espírito. Deus procura uma adoração autêntica que brote do coração e da alma, estabelecendo uma conexão profunda com Ele, que não se limita a rituais externos. Esta adoração também deve ser baseada na verdade, de acordo com a Sua santa natureza revelada, abandonando crenças e práticas contrárias à Sua vontade.
Esta
mensagem de Jesus nos convida a:
-
Adorar com Sinceridade: Abandonar hipocrisias e rituais vazios, buscando uma
conexão genuína com Deus.
-
Entregar-se Completamente: Dedicar todo o nosso ser à adoração, incluindo
pensamentos, sentimentos e ações.
-
Adorar em Qualquer Lugar: Reconhecer que Deus está presente em todos os lugares
e que podemos adorá-Lo a qualquer momento.
- Seguir Seus Ensinamentos: Basear nossa adoração nos ensinamentos de Jesus, buscando viver de acordo com Sua vontade."
1.1. O culto no Antigo Testamento.
O templo era central na vida da nação israelita. Todas as grandes celebrações estavam relacionadas ao templo. É nos salmos que vemos as maiores expressões de prazer e honra nas atividades no templo: “Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.” [Sl 26.8]. Pr. Valdir Alves de Oliveira (Revista Betel Dominical, 1° Trimestre de 2022, p. 74): “É oportuno refletirmos acerca da relevância da presença de um santuário na história de Israel, desde a saída do Egito até o início do cativeiro babilônico”. O salmista expressa isso: “Por que vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade.” (Sl 84.10). Este expressa o anseio e o que significa para o autor adorar a Deus no templo em Jerusalém. Afinal, no Antigo Testamento, ali era o lugar estabelecido onde o Senhor Deus se revelava de maneira singular [2Cr 7.12-16]. Desse modo, entendemos a razão da grande alegria expressada pelo salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” [Sl 122.1]. E nós, continuamos empolgados e tendo anseio por estarmos reunidos como povo de Deus para oração, louvor e anúncio da Palavra de Deus?
Comentário adicional:
Em várias passagens do Antigo Testamento, encontramos um relato vívido da profunda relação entre a nação de Israel e o culto realizado no Templo. Na passagem de 2 Crônicas 7:12-16 e em vários Salmos, temos um vislumbre da importância central que o Templo ocupava na vida do povo israelita, transcendendo a mera prática religiosa e tornando-se um pilar fundamental de sua identidade nacional e espiritual.
Em 2 Crônicas 7, testemunhamos a dedicação do Templo construído por Salomão, um momento de grande solenidade e significado para Israel. No versículo 12, Deus responde à oração de Salomão com uma poderosa manifestação de Sua glória, preenchendo o Templo com uma nuvem e estabelecendo ali Sua presença permanente. Assim, houve a manifestação da glória divina e a santificação do templo. Essa foi a grande importância que os judeus atribuíam à adoração realizada no templo sagrado, pois para eles o Templo era como a habitação de Deus, um lugar onde Sua glória e graça se manifestavam plenamente.
A
Importância do Culto no Templo:
-
Comunhão com Deus: O Templo era o local designado por Deus para o povo
israelita se encontrar com Ele. Através de sacrifícios, orações e louvores, os
israelitas expressavam sua fé, gratidão e arrependimento, buscando fortalecer
sua relação com o Criador.
-
Renovação Espiritual: O culto no Templo proporcionava ao povo israelita
a oportunidade de se reconectar com Deus, confessar seus pecados e buscar
perdão. Era um momento de renovação espiritual e fortalecimento da fé.
- Identidade Nacional: O Templo era um símbolo da presença de Deus entre o povo israelita e servia como um unificador nacional. As celebrações e rituais religiosos realizados no Templo reforçavam a identidade do povo como a nação escolhida por Deus.
1.2. O culto no Novo Testamento.
Em Atos 2.46 encontramos a seguinte informação: “E perseverando unânimes todos os dias no templo (…)”. Ao analisar este versículo vemos que a expressão “todos os dias” significa algo contínuo, já “unânimes”, fala de unidade e propósito, e embora eles se reunissem nas casas, todavia, o culto no lar não suprimiu a necessidade do culto no templo. Existem muitas outras referências de que o templo era também central na vida da Igreja Primitiva: eles oravam no templo [At 3.1]; ensinavam no templo (At 5.42]; realizavam milagres no templo [At 3.6-8). Embora os templos oficialmente surgissem no terceiro século depois de Cristo, parece que a Igreja conseguia ou alugava lugares espaçosos para o culto. Na cidade de Éfeso, Paulo usou a escola de Tirano [At 19.9], um espaço grande para reuniões.
Comentário adicional:
Nos relatos de Atos dos Apóstolos, temos um vislumbre de como era a vida das primeiras comunidades cristãs. É registrado que, ao mesmo tempo em que se reuniam regularmente nas casas para adorar, orar e compartilhar a fé, os primeiros cristãos também frequentavam o Templo de Jerusalém. Essa prática dual revela aspectos importantes da formação e crenças da igreja primitiva.
As reuniões nas casas promoviam a comunhão e intimidade. Inicialmente, os lares funcionavam como igrejas, transformando-se em 'igrejas domésticas', espaços de comunhão, ensino e celebração da fé (At 2:42, 5:42). Nessas reuniões, os cristãos compartilhavam a fé, os ensinamentos, as experiências e refeições, fortalecendo seus laços e vivendo em comunidade (At 20:20). Isso promovia a intimidade e o crescimento espiritual dos cristãos, pois o ambiente familiar das casas permitia um culto mais íntimo e personalizado, propício ao desenvolvimento da identidade cristã.
Além das casas, os primeiros cristãos também frequentavam o templo para adoração, mantendo assim conexão com as raízes judaicas e as práticas religiosas tradicionais (At 2:46, 3:1). Adicionalmente, o templo era um local de pregação e testemunho, estratégico para anunciar a mensagem de Jesus e fazer novos discípulos, aproveitando a grande afluência de pessoas (At 5:20). Foi no templo que os apóstolos realizaram grandes sinais e milagres, demonstrando o poder de Deus e atraindo a atenção do público (At 3).
1.3. O culto na atualidade.
Sabemos que na Nova Aliança, a presença e o culto a Deus não estão restritos a um lugar, como bem disse Jesus à mulher samaritana, pois viria a hora em que nem em Jerusalém, nem no monte Gerizim, adorariam ao Pai, mas os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai em espírito e em verdade, independente do lugar [Jo 4.21-23]. Mas essa sublime verdade não substitui a necessidade e o imperativo do culto coletivo da Igreja realizado no templo. Em Hebreus 10.25 temos a grande exortação para não deixarmos de nos congregar, porque naquela época era costume de alguns. Infelizmente, hoje podemos dizer que o mesmo tem se tornado o costume de muitos.
Comentário adicional:
Irmãos, como já aprendemos, não existe contradição entre as passagens bíblicas de João 4.21-23 e Hebreus 10.25. Na primeira passagem, Jesus desafia a tradição judaica que limitava a adoração a um lugar específico, ou seja, no templo. Cristo nos ensina que Deus procura uma adoração genuína que vem do coração, que os verdadeiros adoradores O adorem em espírito e em verdade. Que seja uma adoração interior, autêntica e genuína que brota de um relacionamento pessoal com Deus. Na segunda passagem de Hebreus, o autor nos exorta a que os cristãos se reúnam para cultuar com outros crentes, para encorajar uns aos outros a perseverar na fé. O objetivo é que a comunidade cristã trabalhe como um corpo unificado, apoiando-se mutuamente. Por isso, devemos congregar para que um auxilie o outro, animando-nos uns aos outros no amor e na prática das boas obras (Hb 10.24).
2- O CULTO É RELEVANTE PELA COMUNHÃO
A palavra comunhão, do grego koinonia, expressa a intimidade que deve haver na vida cristã, tanto com Cristo [1 Co 1.9], bem como com os irmãos [1Jo 1.7].
Comentário adicional:
Em várias passagens do evangelho, é enfatizada a importância de termos comunhão com Deus e com nossos irmãos para que haja uma vida cristã plena e autêntica. Para essa comunhão, devemos buscar um relacionamento íntimo com Deus, sempre procurando conhecê-Lo, amá-Lo e obedecê-Lo (1Co 1.9). Com nossos irmãos, a comunhão na fé nos permite compartilhar alegrias, tristezas, desafios e aprendizados, fortalecendo-nos uns aos outros na caminhada cristã (At 2.42).
2.1. Comunhão com Deus.
Conforme já dissemos, a comunhão com Deus não se restringe ao culto no ambiente do templo, haja vista que Cristo está conosco sempre [Mt 28.20]. Devemos, porém, reconhecer que a frequência aos cultos é imprescindível, pois este é o veículo ou o ambiente mais adequado para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. A música, a adoração, o ambiente, a reverência e tudo quanto ocorre no culto visa nos conduzir à presença de Deus. No Salmo 27.4 Davi expressa seu desejo de morar todos os dias na casa do Senhor, mas com qual objetivo? Ele responde: a fim de contemplar a formosura do Senhor. Esse contemplar a formosura refere-se não apenas a ver, mas experimentar, vivenciar a presença de Deus em sua vida. Portanto, para ele culto é sinônimo da presença de Deus. A presença de Cristo é central na Igreja [Ap 2.1] e o verdadeiro culto proporciona aos verdadeiros adoradores um ambiente de aprendizagem, experiência e edificação no contínuo processo de crescimento espiritual.
Comentário adicional:
A comunhão com Deus não se limita ao espaço físico; é muito além disso. A verdadeira comunhão se manifesta em um relacionamento íntimo e pessoal com Deus e se nutre de: diálogo franco e honesto com Deus através da oração; meditação da Palavra com a leitura da Bíblia; adoração com expressões de adoração e louvor a Ele; e, claro, da obediência à Sua Palavra, buscando viver conforme Seus ensinos. No entanto, essa comunhão com Deus não anula a comunhão com a igreja. Pelo contrário, são complementares, sendo a comunhão com a igreja extremamente importante para a vida cristã. É congregando na igreja que temos comunhão com os irmãos em Cristo, compartilhando fé, experiências e fortalecendo-nos uns aos outros. Na igreja, adoramos e louvamos a Deus juntos, celebrando Sua grandeza e misericórdia. Também é na igreja que recebemos ensinamentos bíblicos, somos encorajados a crescer na fé e temos a oportunidade de servir uns aos outros em comunidade, expressando o amor de Deus em ações concretas. Portanto, é congregando que teremos um maior crescimento espiritual, sendo moldados à imagem de Cristo através da interação com outros crentes e dos ensinamentos bíblicos.
2.2. Comunhão com os irmãos.
O culto é a comunidade cristã reunida a fim de viver intensamente a realidade de Deus em suas vidas de forma coletiva e ao mesmo tempo partilhar essa sublime realidade uns com os outros. A Bíblia resume a vida da Igreja Primitiva em termos de comunhão com a seguinte expressão: “(…) estavam juntos e tinham tudo em comum” [At 2.44]. Embora a comunhão com Deus possa ser individual e pessoal, o reflexo disso resulta em comunhão coletiva. O verdadeiro cristão tem prazer na companhia dos seus irmãos e o ambiente de culto oportuniza isso.
Comentário adicional:
Complementando o que já foi dito antes, a comunhão nos dá um sentido de identidade corporativa, um senso de pertencimento por fazermos parte de uma igreja local. A comunhão com os irmãos nos auxilia no processo de crescimento conforme a imagem e semelhança de Cristo, onde os dons de cada um beneficiam os outros, sendo úteis para todos, beneficiando e edificando o corpo da igreja que é Cristo. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.11-13). Portanto, irmãos, ter comunhão é ter uma vida cristã juntos, apesar de a salvação ser individual. É na igreja onde vamos experimentar os benefícios da comunhão, dando e recebendo, admoestando e nos apoiando mutuamente, sendo estimulados a viver para a glória de Deus e nos preparando para a comunhão eterna com Deus no céu.
2.3. Resultado da comunhão.
Gente precisa de Deus, mas a gente também precisa de gente. Paulo queria encontrar-se com Timóteo, pois seria um conforto e encheria o velho apóstolo de alegria [2Tm 1.4]. De acordo com o Salmo 133, a comunhão é agradável a Deus, a comunhão é terapêutica, a comunhão é restauradora, a comunhão é abençoadora. Por isso, um dos primeiros sintomas de declínio espiritual é normalmente o comparecimento irregular nos cultos e demais atividades da Igreja. As igrejas deveriam ser caracterizadas pelo alto grau de comunhão entre seus membros. Viver de forma unida é extremamente agradável a Deus.
Comentário adicional:
Irmãos o desejo de Jesus Cristo é que todos os seus discípulos vivam em união com Ele, com Deus e seus irmãos. Vemos em João 17.20-21 Ele orando para que todos tenham união espiritual. Já sabemos que ninguém pode fazer nada sozinho e na obra de Deus já aprendemos que não é diferente. Nenhum cristão pode seguir o caminho sozinho, com todos os defeitos e fraquezas precisamos uns dos outros. Viver em comunhão é uma ordem de Cristo e em várias passagens bíblicas somos incentivados a isso pelos apóstolos. “Proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1:3). Também, termos comunhão trazem vários benefícios como: a) Encorajamento: quando estamos sozinhos e isolados nos tornamos pressas fáceis para o inimigo, vem as dúvidas, as lutas e dificuldades que abalam a nossa fé, mas se estivermos em comunhão com os irmãos teremos encorajamento para continuar, seremos ajudados através da Palavra de um ombro amigo (Hb 10.25); b) Crescimento: em comunhão com os nossos irmãos ocorre o crescimento, juntos apoiamos uns aos outros na busca pelo conhecimento e amadurecimento, e assim todo o corpo de Cristo se desenvolve em um mesmo proposito (1Ts 5.11); c) Ajuda: como cristãos vamos enfrentar muitos desafios, dificuldades e tentações, mas com a ajuda de Jesus e apoio dos irmãos vamos vencer os desafios partilhando a carga e sendo solidários uns com os outros (Gl 6.2); d) força: quando estamos juntos nós unimos as forças, e com comunhão com outros cristãos, vamos crescendo juntos em Cristo e sendo fortalecidos espiritualmente, seu um cai o outro ajuda a levantar e seguimos em frente enfrentando as dificuldades (Pv 27.17). e) amor: esse sentimento é a melhor e principal parte da comunhão entre os irmãos na fé, se amamos partilhamos nossa vida com nossos irmãos, e isso se expressa em nossos relacionamentos uns com os outros. Se for um amor verdadeiro que vem de Deus nos tornamos uma família unida desfrutando da graça de Deus mutuamente (Jo 13.35).
3- ELEMENTOS CENTRAIS DO CULTO
Na visão apostólica, existem três elementos centrais e imprescindíveis em um culto: a Palavra de Deus, a oração e a adoração.
Comentário adicional:
O culto cristão, centrado na Palavra de Deus, na oração e na adoração, nos proporciona um encontro autêntico com Deus, fortalecendo nossa fé, aprofundando nossa comunhão com Ele e nos impulsionando a viver uma vida transformada em Cristo. Esses três elementos agem juntos e se complementam, relacionando-se mutuamente. A Palavra nos alimenta, a oração nos conecta com Deus, e a adoração transborda em ações que glorificam Seu nome.
3.1. A Palavra de Deus é central no culto.
A Palavra de Deus é essencial à vida cristã. Jó a considerava mais importante do que a própria comida [Jó 23.12]. A Palavra de Deus é o mais importante cardápio no alimento espiritual do crente. Por reiteradas vezes ela é comparada com o alimento que nutre a vida espiritual [Mt 4.4]. Pr. Lourival Dias Neto (Revista Betel Dominical, 2º Trimestre de 2010, p. 49) comentou uma lição sobre “A Igreja e a Bíblia”: “3.1. Seu lugar no culto. A Bíblia é o instrumento primordial para o desenvolvimento do culto. (…) Ela ocupava lugar central no ministério dos apóstolos [At 6.2-4]. Quando se compreende esta realidade, ela está presente do início ao fim, por meio das orações, dos cânticos, da adoração, ou seja, toda liturgia tem a sua base na Bíblia. O desprezo pela Palavra de Deus tem resultado em cultos sem conteúdo, vidas vazias, levando a uma superficialidade espiritual adoecedora”.
Comentário adicional:
Conforme o título deste tópico, qualquer tipo de ministração, seja ensino, pregação e louvores, deve ser doutrinário; as verdades bíblicas devem ser ministradas. Tudo durante a realização do culto deve estar de acordo com o que a Palavra de Deus nos ensina. Ao longo de toda Escritura Sagrada, observa-se que a Palavra de Deus deve ter primazia em nossas vidas (Sl 138.2). Infelizmente, para nossa tristeza e vergonha, temos constatado que, aos poucos, a Palavra de Deus tem deixado de ser a prioridade em nossos cultos, refletindo-se na falta de reverência, na baixa qualidade das ministrações nos púlpitos de muitas igrejas. A cada dia que passa, o tempo das ministrações tem diminuído e o culto tem sido preenchido com atividades que não edificam. Muitas vezes, perdemos tempo com atividades enfadonhas, e Deus tem sido deixado de lado em nossas adorações.
Devemos permitir que a Palavra de Deus seja o centro do culto e de nossa vida, sendo o alimento que nutre nossa alma, fortalece nossa fé, guia nossas decisões e nos transforma em instrumentos de Deus para a propagação do seu reino. Que a Bíblia Sagrada seja sempre a fonte de inspiração, direção e esperança para nossa caminhada cristã.
A Palavra de Deus como Base e Sustento:
-
Fundamento da Fé: A Bíblia Sagrada é a base de nossa fé, contendo os
ensinamentos de Deus, a história da salvação e a revelação de Seu plano para a
humanidade (2Tm 3.16-17).
-
Fonte de Conhecimento: Através da leitura e meditação na Palavra,
adquirimos conhecimento sobre Deus, seus atributos, sua vontade e seus
propósitos para nossas vidas (Js 1.8).
- Discernimento e Sabedoria: A Palavra de Deus nos concede discernimento para tomar decisões sábias e justas, guiando nossos passos no caminho da retidão (Sl 119.105).
Palavra de Deus
como Alimento Espiritual:
-
Nutrição para a Alma: Assim como o corpo necessita de alimento para se
manter forte e saudável, nossa alma precisa da nutrição da Palavra de Deus para
crescer em fé, amor e esperança (Sl 119.105).
-
Transformação de Vidas: A Palavra de Deus tem o poder de transformar
nossas vidas, moldando nosso caráter, renovando nossa mente e nos conformando à
imagem de Cristo (Hb 4.12).
- Consolo e Fortalecimento: Em momentos de dificuldade e sofrimento, encontramos na Palavra de Deus consolo, força e esperança para superar os desafios da vida (Sl 56.4).
A Bíblia como Instrumento Essencial:
-
Manual para o Culto: A Bíblia Sagrada serve como um manual para o culto
cristão, orientando-nos na adoração, na oração, na leitura e na pregação da
Palavra (At 2.42).
-
Preparo para o Serviço: Através do estudo da Bíblia, nos preparamos para
servir a Deus e ao próximo com amor, dedicação e sabedoria.
- Discipulado e Crescimento: A Bíblia é fundamental para o discipulado e crescimento dos cristãos, conduzindo-os a uma vida cada vez mais próxima de Deus (Ef 6.17).
3.2. O efeito da oração coletiva.
É necessário compreendermos que a oração coletiva é tão importante quanto a oração individual, já que uma reforça a outra. No livro de Atos podemos aprender algumas lições sobre o efeito da oração coletiva e a importância que ela tem para que a obra de Deus possa avançar [At 1.14, 24-25]. É crucial que a Igreja (Corpo de Cristo) cultive a oração coletiva em conexão com a vontade de Deus já revelada, como vemos na descida do Espírito Santo [At 2.1-4]. É perseverando em oração coletiva que o Espírito Santo se manifesta coletivamente. Se queremos ver e participar das manifestações do Espírito Santo na Igreja devemos orar coletivamente. No cenáculo estavam quase cento e vinte pessoas e todas foram cheias do Espírito Santo. Isso pode repetir-se hoje, desde que a Igreja esteja disposta a perseverar em oração [At 2.42; 12.5). O Senhor Deus atendeu à contínua oração da Igreja e enviou um anjo para libertar Pedro.
Comentário adicional:
Desde o início da igreja, a oração coletiva teve importância central, sendo uma prática recompensadora. Em Atos 2.42, está descrito que os apóstolos perseveravam sempre em oração, uma atividade que unia a todos enquanto realizavam a Grande Comissão de propagar o Evangelho. Vemos em várias passagens de Atos que Deus respondia às orações dos cristãos quando estavam unidos em um mesmo propósito. Em Atos 2.2-4, enquanto estavam orando juntos, todos foram batizados e ficaram cheios do Espírito Santo; em Atos 4.31, durante outra ocasião de oração, houve a descida do Espírito Santo e eles passaram a anunciar a Palavra de Deus com ousadia. Percebemos que a oração era uma das maiores prioridades da liderança primitiva, pois ela une os crentes e encoraja os sobrecarregados. Uma igreja que ora cresce saudável e se capacita para realizar a obra de Deus em todas as áreas. Quando um grupo de crentes ora juntos, o resultado é unidade, humildade, ação de graças, confissão de pecados, intercessão e descoberta da vontade de Deus. Portanto, a oração coletiva é uma ferramenta poderosa para o crescimento da igreja e da Palavra de Deus. Através dela, fortalecemos a comunhão, aprofundamos nosso relacionamento com Deus e experimentamos o mover do Espírito Santo em nossas vidas e na comunidade em que congregamos.
3.3. O valor da adoração coletiva.
A manifestação da presença de Deus em um culto não deve ser o anelo somente daqueles que o dirigem: o dirigente, ministério de louvor, pregador. Não viemos para assistir o culto, viemos para realizá-lo. Não somos meros figurantes, somos adoradores conscientes. Todos quantos estão em um culto são agentes importantes na realização do mesmo. Em 1 Coríntios 14.26, o apóstolo Paulo recomenda: “(…) quando vos ajuntais (para cultuar), cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Todos os membros eram convidados a participar conforme o Senhor os dirigia, um desejava cantar um hino, outro era conduzido pelo Espírito para compartilhar uma doutrina, alguns recebiam revelações transmitidas em línguas e outros interpretavam. Mas tudo com decência e ordem, não havia exibição, gerando assim edificação.
Comentário adicional:
O apóstolo Paulo, na passagem de Efésios 5.18-20, apresenta uma visão rica de como deve ser a adoração coletiva na igreja. Ele ensina, através de um guia prático, a forma de uma adoração edificante na igreja, conclamando que devemos participar ativamente buscando um louvor autêntico e a edificação mútua visando uma ação transformadora de Deus. Para isso, devemos estar abertos à ação do Espírito Santo para que Ele nos inspire e capacite a adorar com fervor e sinceridade. Devemos usar os Salmos, hinos e cânticos espirituais como ferramentas para louvar a Deus e compartilhar nossa fé. Além disso, não podemos esquecer que a Palavra de Deus tem um papel crucial na adoração, de modo que as mensagens e pregações devem ser voltadas ao ensino, exortação, crescimento e edificação da igreja.
No culto de adoração, deve haver ordem, decência e decoro para que Deus seja glorificado. "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (1Co 14.40). Devemos participar da adoração a Deus de uma forma que transcenda a mera formalidade, adorando com autenticidade e entrega total a Ele, sendo gratos por tudo de bom que Ele tem feito em nossas vidas, especialmente pela alegria da Salvação. Que em nossos cultos a adoração seja dirigida a Deus em nome do Senhor Jesus Cristo (1Tm 2.5), uma oportunidade de celebrarmos a grandeza, majestade e amor de Deus, reconhecendo-O como o único digno de toda honra e louvor (Sl 123.1-5).
CONCLUSÃO
O momento que a Igreja reserva e programa para oferecer a Deus o culto dentro do seu aspecto bíblico espiritual é imprescindível tanto a nível coletivo quanto individual. Trata-se de um tempo oportuno e importante para o verdadeiro adorador cultivar e manter a real comunhão com Deus, sendo ao mesmo tempo edificado pela Sua Palavra e fortalecido pela oração e comunhão.
Comentário adicional:
Irmãos,
o culto de adoração é uma atividade que glorifica a Deus, com a função de
aumentar a comunhão, o despertamento, a exortação e a edificação da Igreja.
Para que isso seja possível, o culto verdadeiro a Deus deve ser realizado de
forma organizada, com ordem e decência, criando um ambiente propício à adoração
autêntica. Nele, cada um deve contribuir cantando, pregando, orando e
exercitando seus dons espirituais, para que todos sejam beneficiados, tendo
como principal motivação o amor e o aumento da fé de todos, e para que o nome
de Deus seja exaltado e glorificado. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
https://www.respostas.com.br/por-que-e-importante-ir-a-igreja/
https://www.apregoandoabiblia.com/post/as-tr%C3%AAs-dimens%C3%B5es-do-culto
Dc
Carlos Cezar – AD316 – ADTAG - Samambaia Sul - DF
3 comentários:
Muito obrigada aula bem explicativa era o q estava procurando muito me ajudou e vai ajudar outros
Deus abençoe Dc Carlos, excelente s comentários adicionais.
Deus continue te abençoando Carlos ..
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