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LIÇÃO 11 – ORDENANÇA PARA EXERCER A FÉ

16 de junho de 2024

 

TEXTO ÁUREO

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” Hebreus 11.1

 VERDADE APLICADA

A jornada do discípulo de Cristo baseia-se na fé e se dirige pela fé em Cristo, conforme a Palavra de Deus.

 OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar que a fé é o firme fundamento do cristão.

Deixar claro que sem fé é impossível agradar a Deus.

Ressaltar que o justo viverá pela fé.

 TEXTOS DE REFERÊNCIA

HEBREUS 11

1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.

2. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.

3. Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

6. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus, creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam.

 

“COMENTÁRIOS ADICIONAIS”

 INTRODUÇÃO

Veremos na presente lição que a fé com o firme fundamento, como condição para agradar a Deus e pela qual o justo viverá, é bíblica e cristocêntrica. Resultando, assim, na vida do discípulo de Cristo, em um viver em obediência, plena confiança e esperança, mesmo em momentos difíceis e adversos.

 Comentário adicional:

A presente lição vai agregar a nós maior conhecimento sobre o nosso fundamento, a fé, pois o justo viverá pela fé. Assim, o crente verdadeiro deve ter uma vida dedicada a fidelidade a Deus, andando com convicção, de Deus, em Cristo Jesus, deve ser a referência de sua vida de dedicação e confiança plena, que o levará a ser um vitorioso em Cristo, vivendo na prática da fé.      

1-A FÉ É O FIRME FUNDAMENTO DO CRISTÃO

No grego a palavra fé é “pistis”, convicção da verdade de algo, que significa crer. No Antigo Testamento encontramos o termo no hebraico “emunah” [2Cr 19.9; Hc 2.4), fidelidade, que significa confiança, esperança de cumprimento do que foi prometido. No latim “fides”, fidelidade, que “é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão” (Robson G. Santos). A Bíblia diz que a fé é transmitida pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus [Rm 10.17].

 Comentário adicional:

Independente da origem da palavra fé, como definida no grego “pistis que significa crê em algo ou alguém, ou do hebraico “emunah” significando que significa confiança ou esperança em algo que foi prometido, a fé, no seu significado bíblico, vai além de simplesmente acreditar em algo. É uma confiança profunda e inabalável em Deus, reconhecendo Sua soberania, bondade e fidelidade. É a certeza do que não se vê, uma convicção interna que vai além das evidências físicas. A fé genuína nos leva a confiar nas promessas de Deus, mesmo quando não podemos vê-las, e nos capacita a submeter-nos à Sua vontade mesmo quando não compreendemos totalmente. É uma resposta ativa que molda nossa perspectiva e nossas ações. Isso significa uma entrega total de si mesmo a Deus, seguindo suas Palavras e ensinos, colocando-se sob a Sua proteção e cuidado. Tudo isso por meio da confiança em Jesus Cristo e em seus ensinamentos. A Bíblia diz que a fé é o firme fundamento de coisas que esperamos, e a prova de coisas que não podemos ver (Hebreus 11:1). Essa definição bíblica expressa uma certeza interior, uma convicção prática com relação à esperança cristã e uma firme continuidade nela, que não se esgota, numa total dependência de Jesus Cristo. Essa segurança tem por base evidências objetivas, descritas ao longo da história que revelam que Deus é confiável, todo-poderoso e fiel. Embora não seja visível, Deus é infalível e justo em tudo que afirmou e prometeu na Sua Palavra.

1.1- Conhecendo os tipos de fé.

A Bíblia relata alguns tipos ou desdobramentos da fé, que veremos a seguir: 1) a fé salvífica (salvação): é uma dádiva de Deus, produzida pela Palavra de Deus, para a pessoa crer em Jesus Cristo como enviado de Deus para nos salvar dos nossos pecados [Ef 2.8); 2) a fé como dom espiritual [1Co 12.9). Vemos na galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11, verdadeiros exemplos da manifestação do dom da fé; 3) a fé natural (evidências): é possuída por todos, como resultado da observação da natureza; 4) a fé como fruto do Espírito [Gl 5.22), tem o significado de “fidelidade”, “confiabilidade”.

 Comentário adicional:

Existem dois tipos principais de fé: natural e sobrenatural. O primeiro está no homem e o segundo é uma graça dada por Deus. A confiança é uma das ferramentas de luta mais importantes na vida dos cristãos, portanto, se acreditamos em um Deus que tudo pode, devemos renová-la todas as manhãs para enfrentar o dia. Às vezes, algumas situações tentam nos afastar do Senhor, ou até mesmo os problemas que estamos enfrentando são responsáveis por desviar nosso olhar do foco: a cruz de Cristo. Para combater todas as provações diárias, precisamos de uma certeza sobrenatural, ou seja, que não depende de evidências e nem da lógica. Portanto, raramente vai ser fácil, mas trilhar os caminhos de Jesus é sofrer no Calvário assim como Ele sofreu, na certeza de que somos seus herdeiros, logo venceremos o mundo assim como Ele venceu. Tipos de fé. A definição mais coerente de certeza encontra-se em Hebreus 11.1: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” Apesar de possuir um significado bem objetivo, a sua prática não é tão simples. Para o cristão, pode exercer a confiança de uma maneira certa ou de maneira errada. Por isso é tão importante compreender bem a diferença entre às duas categorias de fé para seguir seu caminho agradando o Senhor. a Fé natural é o tipo de crença inato, ou seja, todo ser humano a possui desde o nascimento até o momento da sua morte. Ela precisa de lógica, explicação racional e é por esse motivo que é chamada também, de “fé morta”, pois só funciona para situações possíveis, não para impossíveis. Essa certeza é a mesma que nos faz sair de casa diariamente, na esperança de que retornaremos; ou a que nos convence a entrar em um avião, porque confiamos no piloto. A fé natural não pode acreditar naquilo que não pode ver e para podermos contemplar a glória de Deus, é preciso que consigamos evoluir para a fé sobrenatural. Fé sobrenatural

Já esse tipo, é gerado pelo próprio Deus. A convicção sobrenatural não depende de evidências, pois está sensível à vontade do Senhor e firme em Sua palavra. A palavra de Deus é a responsável por gerar confiança, pois a certeza surge justamente do ato de ouvir a palavra de Deus. A crença é alimentada pelo ouvir, e quando temos fé, podemos enfrentar qualquer situação com confiança. Por isso, sempre que estivermos passando por um momento difícil, lembremos da palavra de Deus e busquemos forças nela para superar qualquer obstáculo. Assim como afirma as escrituras em Romanos 10:17: “Consequentemente, a certeza vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo”, neste tipo de fé está “a fé salvadora”. Quando a pessoa vive verdadeiramente da fé sobrenatural, ela é resiliente, tem temperança, não se deixa abalar pelas adversidades da vida, pois sabe que sua força está em Deus e só Ele não a decepciona. Dessa maneira, precisamos colocar nossa confiança no Senhor, porque quando nos tornamos dependentes do Espírito Santo, somos capacitados para enfrentar tudo, sem jamais duvidar da vitória.

1.2- Empecilhos à fé.

a) vida pecaminosa desenfreada; b) falta de temor a Deus; c) confiança na capacidade intelectual; d) confiança no poderio financeiro; e) materialismo (busca e ostentação pelos bens materiais); f) confiança na força e recursos humanos; g) desinteresse pelas coisas espirituais; h) coração endurecido; i) educação proposital da mente para que não creia; j) negligência ou desobediência à Palavra de Deus; k) casa construída sobre a areia.

 Comentário adicional:

Atitudes que enfraquecem ou acabam com nossa fé sobrenatural: a) falta de comunhão com Deus, a santidade de Deus não permite uma vida de comunhão com quem o está desagradando, o homem com uma vida pecaminosa, jamais teria comunhão com Deus, o que impediria totalmente sua fé sobrenatural, isso o leva a uma perca do temor de Deus e o afastaria da comunhão com Ele. b) Confiança em nós mesmos. Precisamos colocar nossa fé nas Promessas de Deus, e não na nossa intelectualidade. E o que Deus prometeu? Todas as Promessas de Deus estão registradas na Bíblia. Conhecer a Palavra de Deus é o primeiro passo para uma fé sólida; “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela Palavra de Deus Rm 10.17. c) Dureza de coração (Mc 16.14; At 19.9): O coração duro é o pior motivo da incredulidade, acreditar somente em si mesmo e não em Deus. É a dureza de coração que nos impede de ver o quanto Deus já tem feito e realizado. Muitas vezes estamos dando de ombros àquilo que Deus está realizando. d) Cegueira mental (II Co 4.4) :O diabo cega o entendimento do incrédulo. A cegueira espiritual e mental é um grande empecilho para termos uma vida de fé prática em Deus.

1.3- Aprendendo com os heróis da fé.

É preciso destacar que os heróis da fé eram pessoas normais, sujeitas às mesmas paixões que nós [Tg 5.17-18]. No entanto, o que tornou homens, como Noé, Abraão, Moisés, Elias, entre outros, diferenciados, heróis da fé? Certamente, a resposta é: a fé, a dedicação e a entrega de suas vidas ao Senhor [Hb 11.7-8,26].

 Comentário adicional:

O escritor aos Hebreus assinala que os heróis da fé eram homens comuns, mas tiraram força da fraqueza [Hb 11.34]. É isso que acontece quando colocamos a nossa fé em Deus. Esses homens encontraram uma saída em meio às dificuldades, reprogramaram suas vidas, avançaram com forças renovadas [Jl 3.10b]. Se entregar à fraqueza é ser conduzido ao desânimo e a única maneira de ser vitorioso é aprender a depender de Deus em tudo o que fazemos. É agradável ao Senhor Deus quando Seus servos demonstram humildade seguida de quebrantamento. O poder de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza [2Co 12.9]. Sem fé é impossível agradar a Deus [Hb 11.6]. Todos esses homens e mulheres optaram por agradar a Deus. A alegria deles não estava neste mundo, mas, sim, na pátria celestial [Hb 11.13-16], isto é, em estar perto de Deus. Eles desejavam a Deus mais do que qualquer outra coisa na vida. Moisés, por exemplo, rejeitou os tesouros do Egito pelo vitupério de Cristo [Hb 11.26]. A fé em Deus nos faz recusar a aprovação do mundo e a buscar somente a de Deus, confiando apenas naquilo que Ele disse [Sl 37.5]. A lista majestosa de homens e mulheres que demonstraram confiança e perseverança em Deus no Antigo Testamento nos mostra que todos eles possuíam um firme fundamento: a fé [Hb 11.1]. Precisamos entender que, sem uma base sólida [Mt 7.24-25], somos como folhas ao vento, isto é, levados para qualquer direção. O cristão precisa estar firmado em Cristo e Sua Palavra. A fé nos faz crer sem ver, por isso a Palavra de Deus nos afirma que somos bem-aventurados [Jo 20.29].

2- SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS

O Reino de Deus não se estabelece para os que não têm fé [Hb 11.6]. Tudo que não provém da fé é pecado [Rm 14.23]. É pela fé que recebemos a nossa salvação [Ef 2.8- 9]. Somos justificados pela fé para obter a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo [Rm 5.1]. A vida do discípulo de Cristo é regida pela fé da qual Jesus é o autor [Hb 12.2].

 Comentário adicional:

Como podemos agradar a Deus? A resposta é bem simples: Pela fé somente! É pela fé que sabemos que Deus existe; é pela fé que podemos nos aproximar de Deus; é pela fé que podemos andar com Deus; é pela fé que podemos nos relacionar pessoalmente com Deus como nosso melhor amigo; é pela fé que podemos orar a Deus como nosso Pai Celestial; e é pela fé que podemos ter uma vida gratamente submissa e obediente à vontade de Deus.

 2.1- A fé quebra obstáculos e abre portas.

Jesus chega ao ponto de se admirar pela fé do centurião ao pedir cura para o seu servo [Lc 7.6-9]. Jesus exclamou: “Nem em Israel achei tamanha fé” A fé em Jesus com o Filho de Deus, presente na vida de todo aquele que é nascido de Deus, é a vitória que vence o mundo [1Jo 5.4-5]. Ela ultrapassa barreiras intransponíveis aos olhos humanos [Hb 11.1]. A mulher do fluxo de sangue venceu todos os obstáculos pela fé e alcançou a sua cura [Mc 5.25-34]. Jairo, um dos principais da sinagoga, vendo Jesus, prostrou-se aos seus pés, pedindo cura para sua filha, a sua fé venceu todas as barreiras da sua posição e recebeu a ressurreição da sua filha que já estava morta [Mc 5.21-24; 35-43].

 Comentário adicional:

Quando enfrentamos obstáculos, a fé nos capacita a encontrar forças que nem sabíamos que tínhamos, assim como Davi, que encontrou a força para enfrentar Golias através da sua fé. A fé nos capacita a ver além dos obstáculos, assim como Abraão, que “pela fé, quando foi chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança” (Hebreus 11:8). Assim como os exemplos bíblicos de Abraão, Moisés e Davi, nossa fé nos guia na jornada da vida. Com ela, podemos vencer nossos obstáculos, como está escrito em Mateus 17:20: “Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará.” Também nos dá força, resiliência e uma visão clara do nosso destino, e nossa jornada se torna uma história de triunfo sobre as adversidades, como prometido em 1 Coríntios 15:57: “Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” Chega de viver de forma medíocre, é hora de transpor os limites que o mundo, Satanás e a nossa mente nos impõem. É hora de avançarmos pela fé, em nome de Jesus!  A fé é uma dádiva que não apenas nos concede esperança, mas também nos confere a coragem e a determinação necessárias para enfrentar as adversidades da vida. A fé não é apenas uma fonte de força interior; é uma conexão com Deus. Em Filipenses 4:13, lemos: “Tudo posso naquele que me fortalece.”

2.2- A manifestação da fé gera atitudes.

A fé leva a pessoa a se posicionar a respeito de uma coisa que ainda não existe. A fé não pode ser hipotética, estática, parada, morta. A fé não pode ser improdutiva ou estéril. A fé que não se manifesta por meio de boas obras é inútil é morta [Tg 2.14-26). Noé manifestou sua fé construindo a arca em obediência às ordens de Deus. Abraão é chamado a exercer sua fé com relação ao seu filho Isaque; as obras de Abraão confirmaram a sua fé. Abraão foi considerado o pai da fé, ao ponto de ser chamado amigo de Deus e Jesus é o autor e consumador da fé. A fé bíblica e cristocêntrica faz a diferença em todas as áreas da vida.

 Comentário adicional:

O que Deus espera de nós é que a fé nos leve a agir, a ter atitudes de crença na sua concretização. Desde logo, porque sem essa atitude não lhe podemos agradar: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe” (Hb 11.6). Quando somos recebidos por uma personalidade muito importante procuramos cair no seu agrado, ou porque necessitamos do seu favor ou simplesmente porque queremos deixar uma boa imagem. Por outro lado, Deus não aceita aproximações desconfiadas: “porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe”. A criança confia no seu pai, a menos que tenha fortes razões para não o fazer. Mas isso não chega. Também é necessário crer que o Pai celestial é abençoador e tem planos de paz para os seus filhos. Ou seja, que Ele “é galardoador dos que o buscam.” Mas uma atitude de fé não é mandar Deus fazer o que eu quero! Deixo um conselho aos “soberbos da fé”. Tiago acrescenta que a fé deve ser acompanhada de atitudes, de ações, “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Em” Tiago 2.21-26 Tiago discorre dando exemplos de pessoas que tiveram muita fé, mas que comprovaram isso com ações. Como Abraão que agiu com obediência e recebeu a alcunha de “pai da fé” e de Raabe que escondeu os espias numa atitude de fé.

2.3- A fé é produzida e pode ser acrescentada.

A fé vem pelo ouvir e ouvir pela Palavra de Deus [Rm 10.17). Mergulhar na Palavra e descobrir os seus mistérios aumenta a nossa fé. Portanto, requer do discípulo de Cristo interesse e atenção para com a Palavra de Deus. Vide o exemplo de Raabe. Ela ouviu, creu e agiu [Js 2.9-12). Aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Um dia os discípulos perguntaram a Jesus porque eles não puderam expulsar um demônio e Jesus respondeu: “Por causa da vossa pequena fé” [Mt 17.19-20).

 Comentário adicional:

Já sabemos que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus e também é alimentada por ela. Paulo disse a Timóteo: Serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé (1 Tm 4.6). Cristo disse que o homem não viveria só de pão (o alimento para o corpo), mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus (o alimento para o espírito). F. F. Bosworth, evangelista grandemente usado por Deus em curas e milagres, falando acerca das pessoas que se questionavam por não terem fé para a sua cura, disse: “Alimentam o corpo com três boas refeições por dia, e o espírito com um só lanche frio por semana”.  Também há uma inegável edificação na fé que se dá quando oramos da maneira ensinada por judas “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo” (Jd 1.20), embora não signifique que essa seja a única área de edificação que tal forma de oração proporciona. Em minha vida, tenho experimentado os benefícios da edificação na fé mediante o uso dessa ferramenta poderosa que é oração e jejum que mortifica a carne. Também não podemos nos esquecer do ensino de Jesus sobre ter fé como grão de mostarda. Se usarmos a fé que temos, esse exercício a fortalecerá e a levará a crescer. Quanto mais exercitamos nossa fé, mais robusta ela se tornará.

3- O JUSTO VIVERÁ DA FÉ

Bispo Abner Ferreira e Pr. Marcos Sant’Anna (Que Pregues a Palavra, Editora Betel, 2019, p. 19-20): “A jornada terrena do discípulo de Cristo é de “fé em fé”, ou seja, baseia-se na fé e se dirige pela fé. Assim, precisamos perseverar e não retroceder. Essa perseverança e fidelidade está fundamentada em uma firme confiança em Deus e em Sua Palavra [Rm 1.17]”. É preciso estarmos atentos para não sermos influenciados por uma característica da sociedade mundana nos últimos dias: a ausência da fé bíblica e cristocêntrica [Lc 18.8].

 Comentário adicional:

A expressão o justo viverá pela fé destaca que aqueles que são fiéis a Deus, considerados justos, vivem impulsionados por sua fé e receberão a vida do Senhor. Viver pela fé é colocar toda a confiança em Jesus e não nas circunstâncias. É ser fiel, seguindo a vontade de Deus e ficar firme, mesmo diante dos desafios e incertezas da vida. Além disso, a expressão também indica um estilo de vida diferente do habitual. Aqueles que vivem pela fé, buscando conhecer e obedecer a Deus, verão cumprida a sua promessa de Vida. Em outras palavras, significa que a única maneira de alcançar uma vida plena é por meio da FÉ em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

3.1- Perca tudo na vida, mas não perca a fé.

Paulo sofreu tantos percalços no seu ministério, contudo, ele diz: “Combati o bom combate, terminei a carreira e guardei a fé” [2Tm 4.7). O apóstolo perdeu tantas coisas, passou por tantos dissabores, sofreu muitos açoites, esteve em prisões, em perigo de morte, recebeu dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes foi açoitado com varas; uma vez foi apedrejado, três vezes sofreu naufrágio, uma noite e um dia passou no abismo; em viagens passou em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da sua nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos, em trabalho e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez [2 Co 11.23-28]. Sem contar picada de cobra. Nada foi suficiente para tirar-lhe a fé e fazê-lo parar.

 Comentário adicional:

A essência da salvação é que “O justo viverá da fé” (Gl 3.11). Essa mesma fé deve caracterizar nossa vida diária em Cristo. A fé traz estabilidade em tempos de incertezas, ao passo que a falta de fé gera hesitação. As palavras escritas pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Corinto também se aplicam a nós: “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos” (1 Co 16.13). Na verdade, a ordem de Deus para cada dia de nossa vida é: caminhar sempre pela fé no Senhor. Não de vez em quando ou na maioria das vezes, o importante é SEMPRE ter fé e coragem no Senhor. Os cristãos cuja fé vacila em períodos de estresse e dificuldades precisam lembrar que “porque pela fé estais em pé” (2 Co 1.24). Não é necessário “empregar o máximo de esforço” para fazer o certo, mas, sim, ter fé no que Deus pode fazer e fará por nós. Quando os israelitas se viram encurralados entre o mar Vermelho e o exército egípcio, Deus disse: “Permaneçam firmes na fé”. Os carros de guerra de faraó ameaçavam atacar um povo que não tinha experiência militar alguma, mas Deus disse: “Confiem em mim. EU resolverei a situação”. A ordem de sempre permanecer firmes Nele foi escrita com o intuito de nos instruir e incentivar, ainda hoje, a enfrentar os problemas e impossibilidades com coragem sabendo QUEM batalha por nós. Se você duvida da importância de permanecer firme na fé, pense nesta alternativa: “Se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer” (Is 7.9). Se sua confiança em Deus vacila, você está brincando com o perigo e com a derrota. As palavras a seguir não são melodramáticas, mas uma advertência Bíblica: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma” (Hb 10.35-39). Sejam quais forem as ameaças e problemas, obstáculos e dificuldades, devemos buscar a face de Deus e esperar n’Ele com fé.

3.2- Vivemos por fé e não por vista.

Exercer a fé é uma necessidade do cristão. Paulo escreve aos coríntios que nós andamos por fé e não por vista [2Co 5.7]. Mesmo sendo abstrata e invisível, ela deverá obedecer a uma coerência, pois não poderá ser usada para o mal, para prejudicar alguém ou para mudar concepções de Deus no plano físico da natureza, universo e espiritual no plano celestial. Mesmo tendo fé e confiando que vamos receber algo que pedimos a Deus, o crente deverá ter a sensatez de não pedir coisas extravagantes ou estratosféricas, fora ou além da realidade de bom senso. Necessário examinar se está dentro da vontade de Deus [1Jo 5.14]. A fé nos dá resistência em tempos de prova e perseguição. A fé é algo real e a toda prova. A fé sempre é otimista e nunca pessimista.

 Comentário adicional:

Jesus disse assim: “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Ela nos traz alegria e a esperança de um futuro melhor. Os dias de hoje podem ser difíceis, mas não se comparam à maravilhosa glória da eternidade: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança Nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.” (Rm 15.13). De que outra maneira poderemos agradar o coração do Senhor, se não por meio da fé? “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6 JFA). A fé também é a base para as nossas orações. “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis” (Mc 11.24) Por meio dela venceremos esse mundo: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” (1Jo 5:4). Essa mesma fé nos traz a cura. Foi pela fé que a mulher do fluxo de sangue (Mt 9.20), o cego Bartimeu foi curado (Mc 10.48) e o paralítico foram curados (Mc 2.5). E será por meio dela que nós também seremos curados. Foi pela fé que Pedro andou sobre as águas, será por ela que continuaremos a andar e proclamar que cremos em Cristo Jesus. Vivemos dias difíceis em que o inimigo quer abalar essa fé, destruir nossas famílias e a nossa nação, mas o Senhor nos chama a exercê-la, por nossa casa, nossa igreja e por nossa cidade e nação. Afinal, nós os que vivemos em Cristo não podemos andar pelo que vemos, mas sim pelo que cremos. Fé é o fundamento de nossa esperança em Deus, pois d’Ele vem a força para atravessar as tempestades da vida, com dignidade e ânimo, resiliência e alegria, confiança e paciência. Não viva pelo que você vê, viva pelo que você crê. Se você crê em Deus e caminha confiante n’Ele, nenhuma crítica ou perseguição o destruirá ou o impedirá de continuar peregrinando nesta vida, de cabeça erguida. “Andamos pela fé e não pelo que vemos” (2Cor 5.7). Morramos com Cristo para vivermos com Ele. Morramos para a incredulidade, para vivermos pela fé. Que Cristo Rei do Universo fortaleça nosso espírito e renove nossa fé.

3.3- Exercer a fé significa confiar e descansar em Deus.

A fé que nos leva a confiar em Deus [Sl 37.5], mas esta entrega deverá ser com oração, leitura da Palavra e consagração da vida, para que se torne uma disciplina espiritual e possamos nos comprometer com o Seu Reino [Sl 37.7]. O descansar em Deus em meio às lutas e às dificuldades da vida é para aqueles que aprendem a confiar no Senhor. Nessa hora exercitamos a nossa fé no cultivo da oração sem desfalecer. Devemos perseverar firmemente na fé enquanto descansamos em Deus [Sl 40.1]. A fé é o oxigênio que nos mantém vivo no universo espiritual. O crente é movido pela fé [1Pe 5.9; 1Jo 5.4]. Precisamos olhar para Jesus, confiar n’EIe, pois Ele é o autor e consumador da nossa fé [Hb 12.2].

 Comentário adicional:

Cada cristão deve firmar sua confiança naquele que nunca falha, esperar com grande amor o tempo de Deus, ser grato pela espera e pela oportunidade de transformação que ela nos oferece. Mas, na prática, essa é uma tarefa difícil. Principalmente, em mundo tão conectado, que nos cobra diariamente agilidade, atenção e imediatismo em nossas ações. Algo primordial a ser considerado é que tudo está debaixo do controle de Deus. Devemos encontrar conforto em saber que nossa vida foi escrita no livro do Senhor antes sequer de existirmos. Ou seja, nosso futuro não é um caminho de caos e incertezas, mas uma jornada de altos e baixos. Por isso, devemos procurar viver o hoje, sem nos preocuparmos com o amanhã. O processo de espera, muitas vezes, nos traz questionamentos sobre a efetividade das ações de Deus, trazendo para nossa vida momentos de aflição e tristeza. Apesar da ansiedade ser um sentimento humano comum, ela não faz qualquer sentido quando confiamos Nele. Dessa forma, é necessário desenvolver a paciência, virtude espiritual fundamental para que possamos esperar pelo tempo de Deus e ter a coragem para enfrentar as dificuldades que aparecem no caminho. (Gl 5.22) Ao esperar o tempo de Deus, devemos ter a certeza de que Ele nos ouve e age no momento certo. Note que o tempo não é cedo demais nem tarde demais, mas é o tempo oportuno. Ao fazermos isso, recebemos a misericórdia e encontramos a graça, através da oração.

 CONCLUSÃO

Portanto, louvemos ao Senhor por nos proporcionar uma fé tão preciosa para a salvação em Cristo, um viver em obediência e fidelidade ao Senhor, para triunfarmos sobre as batalhas e adversidades da vida e perseverarmos na esperança do retorno de Nosso Senhor Jesus Cristo, Autor e Consumador desta fé.

 Comentário adicional:

A conclusão que faço é que, para prática da fé em sua essência, é necessário ter também a prática da gratidão a Deus a todo instante, pelas conquistas e vitórias que Ele nos tem reservado, mesmo que ainda não tenhamos alcançado, pois assim faziam os heróis da fé. Visto que “a fé é firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova daquilo que não se vê” (Hb 11.1), portanto, em nossas orações, devemos agradecer a Deus por tudo que Ele reservou para nós no decorrer do dia que virá, agradecer pela noite abençoada que Ele nos dará, agradecer pela cura que virá, pela restauração que iremos conquistar e por todas as vitórias que Ele reservou para nós no futuro.


 NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

 • REVISTA DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DO PROFESSOR: Adultos. ORDENANÇA BÍBLICAS, Doutrinas fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão com Deus. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2024. Ano 34 n° 131. Lição 11 – ORDENANÇA PARA EXERCER A FÉ

 • Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.

 

Links:

• https://www.bibliaon.com/o_que_e_fe_segundo_biblia/

• https://igc.org.br/2021/04/15/principais-impedimentos-para-a-concretizacao-da-fe/

• https://escolabiblicadominical.org/licao-13-aprendendo-com-os-herois-da-fe/#google_vignette

• https://escolabiblicadominical.org/licao-13-aprendendo-com-os-herois-da-fe/

•https://institutoretornar.com.br/vencendo-obstaculos-com-fe/#:~:text=Assim%20como%20os%20exemplos%20b%C3%ADblicos,acol%C3%A1%2C%20e%20ele%20passar%C3%A1.%E2%80%9D

• https://www.gospelprime.com.br/atitude-de-fe/

• https://www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/como-fazer-a-fe-crescer/

• https://bibliajfa.com.br/blog/nao-perca-a-sua-fe-diante-das-adversidades/#google_vignette

• https://www.comu.com.br/16/blog-post.php?q=33

 

COMENTARISTA ADICIONAL:

PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD- Faculdade Teológica das Assembleias de Deus, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.

LIÇÃO 10: ORDENANÇA PARA BUSCAR A PAZ E FAZER O BEM

9 de junho de 2024

 

TEXTO ÁUREO

‘Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12.14

 VERDADE APLICADA

O autêntico discípulo de Cristo também deve ser conhecido por ser um promotor da paz e estar sempre procurando fazer o bem.

 OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o significado da palavra paz.

Mostrar que para promover a paz é preciso ter paz. 

Ressaltar que fazer o bem é uma ordenança bíblica.

TEXTO DE REFERÊNCIA 

ROMANOS 12

18. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.

19. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.

20. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.

21. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 


"COMENTÁRIO ADICIONAL"

INTRODUÇÃO

A presente lição enfatiza os princípios bíblicos que devem nortear o discípulo de Cristo na sua ação de obediência em ser um agente promotor da paz e de perseverar em fazer o bem.

 Comentário adicional:

O discípulo de Jesus recebeu a perfeita paz, Jo.14.27. Por isso, ele deve anunciar a paz, promover a paz e lutar pela paz. Por servir ao príncipe da paz, o discípulo de Cristo está capacitado a viver na paz, sempre com um sentimento em mente, Cristo já nos preparou um lugar de paz. Além disso, o cristão deve fazer o bem aos de casa e a todos. A palavra de Deus ensina: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta” Tg.2.17. O mundo não consegue ver a nossa fé, mas, consegue ver as nossas obras. A Bíblia Sagrada, que é o nosso manual de fé, nos ensina a combater o mal com o bem, Rm.12.21. Em Mateus 5.44, o nosso Senhor Jesus quebra paradigmas da mente humana e nos ensina: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45. Para que sejais filhos do Pai que está nos céus...”.

 1.O SIGNIFICADO DE PAZ

A palavra “paz” é representada no Antigo Testamento hebraico principalmente pela raiz substantiva “shalom”, e no Novo Testamento grego pela raiz do substantivo “eirene”. A ideia geral é de bem-estar [Is 48.18]. Essa palavra engloba várias nuanças dando a dimensão da tradução mais geral e aceitável como “paz”. Ela ocorre também na saudação e no cumprimento geral [Lc 10.5,6; Jo 14.27].

 Comentário adicional:

A palavra hebraica que traduzimos como paz é “Shalom”. A forma como shalom é usada não significa sentir calma, nem ausência de conflito. Em vez disso, shalom, paz, é o resultado de relacionamentos corretos com Deus, uns com os outros e com a criação. O conceito de paz é plenitude em toda a vida. Paz é a presença da justiça que produz relacionamentos verdadeiros. A paz não é apenas a suspensão da guerra, a  paz é a criação da justiça que reúne inimigos em amor. Jesus, o príncipe da paz, não evitou os conflitos, jamais deixou de denunciar o erro, o pecado. Mataram-no porque ele se recusou a aceitar uma paz a qualquer preço.

 1.1 Paz com todos os homens

Sabemos que nem sempre a paz parte somente de um lado, mas Paulo recomenda que, se for possível, procuremos ter paz com todos os homens [Rm 12.18]. As melhores coisas para viver em paz com todos: não falar mal de ninguém; não enfrentar ninguém; não entrar na vida de ninguém; comprar e pagar; tratar e cumprir; pensar antes de falar; saber que “toda ação gera uma reação”. uma expressão popular que diz: “Quando um não quer, dois não brigam” Não ligue para provocações, pois muitos querem tirar a nossa paz. Não contenda com ninguém. Tanto quanto possível, viva em paz com todos.

 Comentário adicional:

A ordenança de Deus é que no coração do cristão deve permear uma buscar constante de viver em paz com todos os homens, mas nem sempre isso é possível, não por vontade de um, mas por escolha do outro. Em Romanos 12.18, diz assim: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”. O que a palavra de Deus está dizendo é que o verdadeiro discípulo de Cristo vai se esforçar para alcançar a paz com todos os homens, e, que a impossibilidade não partirá dele, mas da outra pessoa. Devido ao fato de algumas pessoas continuarem completamente opostas a nós, existem momentos em que todos os esforços em direção à paz fracassam.

1.2 A paz interior é pré-requisito para a paz exterior

Jesus é o autor da paz interior, por isso um dos Seus nomes é Príncipe da Paz [Is 9.6]. Muitos querem a paz exterior, a paz com as pessoas, a paz no mundo, mas não têm paz dentro de si mesmos. Antes de lutar para que haja paz no mundo, precisamos conquistar a paz interior. Quem está bem por dentro, dificilmente o que vem de fora ou de baixo lhe atinge. Agora quem perde as estribeiras facilmente, precisa cuidar do seu interior. Quem tem desequilíbrio emocional, dificilmente consegue a paz interior. Quem está amargo por dentro não tem como semear outra coisa, a não ser coisas amargas. Quem tem um caldeirão fervendo dentro de si vai fazer queimadura em quem estiver ao seu redor. Cuidemos do nosso interior e procuremos a ajuda do Espírito Santo para implantar em nossas vidas as virtudes do fruto do Espírito: temperança, mansidão, domínio próprio.

Comentário adicional:

A verdadeira paz interior é alcançada em Cristo Jesus, o príncipe da Paz. O Deus Emanuel, o Senhor Jesus, nos deu uma promessa: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como mundo a dá...”, Jo.14.27. A paz do Senhor não depende de circunstâncias, depende de uma pessoa: Cristo. João 20.19. “Chegada, pois, à tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”. Nesta passagem, Jesus mostra que as circunstancias não podem ofuscar a Paz do Senhor em nossas vidas, seja nas lutas, nas dificuldades, a Paz de Cristo nos sustenta. A Bíblia diz, em Mateus 12.34: “...Pois a boca fala do que está cheio o coração”. O nosso coração precisa está cheio da paz do Senhor, para que esta paz externalizada para as outras pessoas, por meio da fala, do trato, dos conselhos e de nossas atitudes.

1.3 A verdadeira paz vem de Deus

Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas para também ter bom ânimo, pois nEle temos paz [Jo 16.33]. A paz genuína é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, permite-nos repousar tranquilos [SI 4.8]. Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade. O mundo pode estar pegando fogo, mas quem tem Jesus tem a paz interior. A paz interior entende que nem tudo sairá do nosso jeito, que nem tudo está na nossa alçada para resolver, que o tempo de Deus não é nosso tempo.

 Comentário adicional:

O apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses ensina que Deus é o detentor da paz que excede todo entendimento, “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” Fp. 4.7. Essa paz não possui origem humana, ou seja, ela não é qualquer tipo de paz superficial e passageira, mas é um dom divino (...isso não vem de vós é dom de Deus...), essa paz guarda os corações e os pensamentos dos redimidos em Cristo Jesus. A paz de Deus é a paz que não olha para as circunstâncias, mas olha para o amor de Deus. Há quem diga que o mundo possa estar indo de mal a pior, mas o crente em Cristo Jesus consegue desfrutar da verdadeira paz, porque ele está alicerçado em uma promessa: “Mil cairão ao teu lado; e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido”, Salmos 91.7. Vale ressaltar, que nós servimos a um Deus de paz, “E o mesmo Deus de Paz vos santifique em tudo...” 1 Ts.5.23.

2. A PAZ É REPRESENTATIVA NA VIDA DO CRISTÃO

A paz é uma virtude do fruto do Espírito [G 5.22-23]. O Reino de Deus é paz [Rm 14.17]. Há uma forte conexão entre a busca da paz com a busca da santidade [Hb 12.14]. Jesus é o príncipe da paz [Is 9.6]. A unidade do Espírito é mantida pelo vínculo da paz [Ef 4.3]. Sem paz não há unidade que sobreviva.

Comentário adicional:

A Paz de Cristo é uma bênção dada aos discípulos: “Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou...” Jo.14.27. A Paz do Senhor que garante a certeza de sua presença mesmo diante de uma fogueira, de acusadores em um tribunal ou mesmo diante do abandono e da tortura. A Paz de Cristo é a cura. A Bíblia mostra a história de uma mulher desconhecida que acreditava que se apenas tocasse o manto de Jesus seria curada de uma hemorragia grave. Ao conseguir tocar em Jesus, sua doença cessou imediatamente. E Jesus disse a mulher: “...Vá em Paz e fique livre do teu sofrimento” Mc.5.34. A Paz de Cristo é o perdão para o pecado. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm.5.1.

2.1 A paz requerida aos cristãos.

É preciso ter paz entre os irmãos [Mc 9.50; At 2.42-47]; paz entre parentes [Gn 13.8]; paz com os que presidem no Senhor [1Ts 5.12-13]; paz com Deus [Rm 5.1]; paz com a igreja [1Co 14.33; At 9.31]; paz com os homens [Rm 12.18]; paz consigo mesmo [SI 4.8]. Nós só podemos ter paz quando suportamos uns aos outros em amor [Ef 4.2]. Como eu posso pregar o Evangelho se eu não tenho paz nem vivo em paz com os outros? (1Tm 2.8]. Quem não tem paz fica difícil usar esta saudação: “A paz do Senhor Jesus”.

Comentário adicional:

Em Efésios 5.8, diz assim: “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. O mundo precisa ver diferença em nós. “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que há de salgar? Para mais nada presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens” Mt.5.13. Essa diferença em nossas vidas é vista por intermédio do fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, Paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” Gl.5.22. A Palavra de Deus exorta que haja paz entre os irmãos, que haja união e comunhão, Sl.133.1.

2.2 Os três pilares da paz.

1) União A união gera a força e juntar as forças e puxar para o mesmo lado é o ideal do cristão [SI 133]; 2) Comunhão – Ter as coisas em comum, reunir-se nós mesmos lugares e participar das mesmas coisas, sem acepção de pessoas [At 2.42-46; Tg 2.1]; 3) Unidade – A unidade do Espírito é mantida pelo vínculo da paz. A paz vai nos levar à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus e à medida da estatura completa de Cristo. Pensar no mesmo sentido, falar a mesma coisa, tendo o mesmo amor, trabalhar espiritualmente com um objetivo em comum [Ef 4.3,13; Fp 2.2]. A paz não elimina as diferenças nem apaga a personalidade, mas aceitar conviver sem brigas, sem se enfrentar. Aceitamos a personalidade de cada um sem querer remodelar ou entrar na sua vida particular. Aceitamos um ao outro com o seu ministério, seu talento, seu dom, sem disputas, sem discórdias. Deus usa quem Ele quer, do jeito que Ele quer e o que Deus preparou para você ninguém toma. Não podemos fazer nada com contendas ou nos vangloriar por aquilo que fazemos, para não apagar a paz [Fp 2.3].

Comentário adicional:

A paz possui três pilares de sustentação: União, unidade e comunhão. No capítulo 4 da Epístola de Paulo aos Efésios os versículos 3 ao 6 ensinam que a unidade é um presente de Deus, mas é um presente que deve ser conservado, pois pode ser destruído. O texto bíblico diz: Façam tudo para conservar por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Há um só corpo e um só Espírito e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo...”. A unidade é um dom, um presente dado pelo Espírito Santo. A união é contemplada quando andamos com uma mesma visão e trabalhamos para o alcance de um mesmo propósito. A Bíblia diz: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união...”, Sl.133.1. A Igreja de Atos dos apóstolos, nos ensina que a comunhão deve estar presente no estudo da Palavra, mas também, no partir do pão, e nas orações. Essa comunhão gera o crescimento do povo de Deus. A Palavra de Deus nos ensina, que para ter comunhão com Deus, é necessário ter comunhão com os irmãos: “Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão” 1 Jo.4.20,21.

2.3 Fomos chamados para sermos promotores da paz.

Quem promove a paz gozará de muitos benefícios. Quem busca a paz não joga lenha ou álcool naquilo que já está pegando fogo. São bem-aventurados os pacificadores. Jesus falou que eles serão chamados filhos de Deus [Mt 5.9]. O crente em Jesus deverá ser igual aos bombeiros, está sempre querendo apagar o fogo da discórdia. Ele não é contencioso nem estimula a contenda. Age no sentido de aglutinar e não afastar as pessoas. Usa a palavra branda para acalmar o furor [Pv 15.1]. Não torna mal por mal. Quem se desvia do mal e faz o bem terá alguns benefícios: a paz abundante [Sl 119.165]; a paz perfeita [Is 26.3]; paz como um rio [Is 48.18]; a paz que excede todo entendimento [Fp 4.6-7]; a paz como presente [SI 29.11]; a paz do Senhor na saudação [Lc 10.5-6; Jo 14.27; 20.21; Ef 1.2].

Comentário adicional:

O nosso Senhor Jesus nos deixou algo precioso: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...” Jo.14.27. Agora que temos a paz do Senhor, como discípulos obedientes e mui amados, devemos promover a paz entre os homens. A Bíblia Sagrada, nosso manual de fé, traz algumas qualidades dos que são chamados filhos de Deus: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” Mt.5.9.

3. FAZER O BEM É UMA RECOMENDAÇÃO BÍBLICA

Uma lei que Jesus deixou bem claro está registrada em Mateus 7.12: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” O salmista também expressou: “Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado.” [SI 37.3].

Comentário adicional:

Deus criou o homem dotado de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal. Porém, a ordenança de Deus em 1 Pedro 3.11, é: “Aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga”, 12. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males”. O desejo do Senhor é que nós façamos o bem: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”, Gl.6.10.

3.1 Não nos cansemos de fazer o bem.

Paulo disse aos gálatas: “E não nos cansemos de fazer o bem, por que a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto tivermos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé,” [Gl 6.9-10]. Paulo também disse aos romanos: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” [Rm 12.21]. Em outras palavras ele diz: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem” [Rm 12.9]. Faça o bem, sem olhar a quem. Normalmente, queremos fazer o bem só àqueles que já nos fizeram o bem também. Além dos sacrifícios de louvor, nós precisamos lembrar de fazer o bem, este é outro sacrifício aceitável e agradável a Deus [Hb 13.15-16]. Fazer o bem é um dom cristão [Rm 12.8].

Comentário adicional:

As Escrituras Sagradas não trazem um limite quanto a fazer o bem, pelo contrário, muitos textos bíblicos nos estimulam a ser incansáveis em fazer o bem (Pv.3.27,28; 1 Pe. 3.11,12). Fazer o bem mostra um sentimento de gratidão a Deus por compartilhar da sua infinita bondade. A perseverança em fazer o bem nos dará frutos: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” Gl.6.9.

3.2 Para fazer o bem é preciso estar com a vida pautada nos princípios da Palavra de Deus.

A Bíblia ordena que façamos o bem, pois é um ensinamento maravilhoso e serve de exemplo e influência às demais pessoas. O apóstolo João deixa bem claro que só quem faz o bem é nascido de Deus ou é de Deus [3 Jo 11]. Fazer o bem, além de ser uma ordenança, é um dever cristão e de todos aqueles que amam o próximo e cumprem a santa e gloriosa Palavra de Deus [At 10.4].

Comentário adicional:

Nossa vida deve estar pautada em princípios bíblicos, como a generosidade e a bondade. Esses princípios também são atributos de Deus, os quais o Senhor compartilha conosco. A Palavra de Deus nos exorta e sermos generosos. A generosidade é a qualidade de quem ama dar. A pessoa generosa quer ajudar outras pessoas com seu dinheiro, seus recursos, seu tempo e seus talentos. Ser generoso é ajudar quem está necessitado, se preocupando com a pessoa. Deus abençoa quem é generoso. O cristão não pode ser egoísta, ignorando o problema dos outros. A pessoa generosa reflete o amor de Deus, que nos dá bênçãos com generosidade. Pv.22.9 “Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com o pobre”.

3.3 Quem sabe fazer o bem e não faz comete pecado.

Tiago diz para não sermos omissos e negligentes aos atos de bondade para com o nosso próximo. Tudo que estiver ao nosso alcance vale a pena fazer, para não incorrer no erro e pecado [Tg 4.17]. Se você pode fazer o bem hoje, não deixe para amanhã, o amanhã não nos pertence [Pv 3.27-28]. Sempre pessoas precisando de uma mão amiga, precisando da nossa ajuda. Sei que não podemos ajudar a todos, mas podemos ajudar o máximo que pudermos.

Comentário adicional:

Compreendemos que fazer o bem é uma ordenança divina. Sabemos também, que esse ensinamento de Deus exige uma prática diária e ininterrupta. Provérbios 3.27,28 ensina: “Não deixe de fazer o bem aos que dele precisam, estando em sua mão o poder de fazê- lo. Não diga ao seu próximo, “Vai e volte mais tarde; amanhã eu terei algo para te dar”, se você tem isso em suas mãos agora”. O texto alerta quem tem o poder de fazer o bem e não o faz. A Palavra de Deus é clara, se você pode fazer o bem e não faz, comete pecado, Tiago 4.17. Em 1 João 3.16-18, diz que fazer o bem mostra o amor de Deus: “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dá a nossa vida pelos nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”.

CONCLUSÃO

Em um tempo de tantas distrações e frieza espiritual à medida que se multiplica a iniquidade, o discípulo de Cristo é chamado a manter o foco nos princípios bíblicos para cumprir a autêntica vocação de ser um agente que promove a paz e perseverar em fazer o bem, no poder do Espírito Santo e para a glória de Deus.

Comentário adicional:

Os ensinamentos da Bíblia sagrada nos capacitam a viver em paz com todos os homens, isso porque, recebemos a paz do Senhor Jesus, que deve ser expressa em nossas vidas. Como discípulos obedientes, devemos anunciar a paz, promover a paz, e buscar incansavelmente viver na paz e fazer o bem. A palavra de Deus exige do discípulo de Cristo “frutos dignos de arrependimento”. Vimos, que a paz está presente no fruto do Espírito, em Gálatas 5.22. Viver em paz e fazer o bem não é uma capacidade meramente humana, mas, o Deus de Paz, bondoso e generoso compartilha esses atributos com os seus filhos. O escritor aos Hebreus ensina: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Hb.12.14.

REFERÊNCIAS

Revista Betel Dominical adultos 2º trimestre 2024, ORDENANÇAS BÍBLICAS: Doutrinas fundamentais imperativas aos cristãos para uma vida bem-sucedida e de comunhão com Deus

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE

Nova Almeida Atualizada - NAA

https://estiloadoracao.com/paz-que-excede-todo-entendimento/

https://escolabiblicadominical.com.br/esboco-de-pregacao-impactante-em-mateus-5-9/

https://www.bibliaon.com/generosidade/

https://institutobemcristao.com.br/o-que-e-a-paz-de-cristo/

Comentário Adicional :

Pb. Lenilton