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 JOEL – MENSAGEM DE JUÍZO, UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO E PROMESSAS

Lição 3 – 16 de julho de 2023

TEXTO ÁUREO
“Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor.” Joel 1.14

VERDADE APLICADA
O Avivamento bíblico é precedido de arrependimento genuíno, quebrantamento e oração.

OBJETIVO DA LIÇÃO
Apresentar o cenário da mensagem do profeta Joel;
Destacar a mensagem do profeta Joel;
Ressaltar lições do profeta Joel para os dias de hoje.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOEL 2
27. E vós sabereis que eu estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e ninguém mais; e o meu povo não será envergonhado para sempre.
28. E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões.
29. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.
32. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, porque no monte de Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos estudar vários assuntos importantes. O conceito que Joel tinha levou-o a severidade do Julgamento, descrito duas vezes – primeiro em termos literais e depois em linguagem figurada – provou Joel que ele começava a testemunhar nada menos do que o dia do Senhor, contudo na mente de Deus estava o resgate do povo se houvesse arrependimento. Daí então, Deus usou o profeta a dizer sobre três coisas fundamentais, para os últimos tempos 1) O derramamento do Espirito de Deus sobre toda a carne, 2) O julgamento das nações, 3) A glorificação do povo de Deus.

Veremos que não existem uma vida transformada se não existir arrependimento de dentro para fora, é necessário que haja uma contrição de espírito, uma reconsideração de tudo que praticamos para que uma mudança genuína venha acontecer. Do contrário, seremos religiosos, mas não participantes da intimidade verdadeira com Deus!

1. O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA JOEL
A palavra de Deus veio a Joel em um cenário de calamidade (Joel 1.1), O que o levou a pregar e então registrar suas palavras foi uma invasão de insetos, uma devastadora praga de gafanhotos. O ataque dos gafanhotos foi tão grande e tão mortífero que todos os aspectos da vida humana ficaram ameaçados, atingindo até as ofertas diárias do templo em Jerusalém (Joel 1.9) que haviam sido ordenadas para manter a comunhão entre Deus e o povo.

O livro do profeta Joel é um dos doze livros dos Profetas Menores, chamado assim, não porque eram considerados menores ou inferior aos outros. Eram assim chamados pela extensão dos seus escritos, ou seja, se reunirmos os doze livros dos profetas menores, teríamos aproximadamente 25 por cento dos profetas maiores. O livro do profeta Joel é um livro muito interessante citado pelo apóstolo Pedro como o profeta do avivamento ou profeta do pentecoste.

Todas as informações que temos sobre o profeta Joel é que ele era filho de Petuel (Joel 1.1), quem era Petuel?  Ninguém sabe, era o Petuel somente. Talvez o improvável! Mas gerou um profeta que trouxe o recado de Deus à uma nação pervertida pelo pecado.

1.1- Conhecendo um pouco mais o profeta
Seu nome no hebraico significa Jeová é Deus, ou Jeová é o Senhor. Inclusive, todos os nomes que são terminados com “el”, no hebraico significa Deus, Abimael, Jaadiael, todos, a expressão é Deus. Segundo os historiadores e comentaristas bíblicos, subentende que ministério profético de Joel variam desde o início do nono século a.C até o período “Macabeu”, cerca de setecentos anos depois, contudo a profecia de Joel não tem uma data específica indicada porque é geral, ela cobre o período dos tempos dos gentios, ou seja, de Nabucodonosor ao anticristo.

Portanto, ela profere sobre a adoração a Deus no templo e refere também ao culto levítico, mas não menciona nem um rei, acredita-se que tenha ministrado pouco antes de Jeremias, uma vez que suas mensagens de promessas são semelhantes (Jr 31.31 -34). “Ouve isto vós, anciãos e escutai todos os moradores da terra: Isto porventura aconteceu em vossos dias, ou nos dias de vossos pais” (Joel 1;2)? A ideia desta é que os juízos que estavam por vir seriam de uma grandeza que não poderia ser comparado a nenhum acontecimento por pior que tenha sido antes.

O profeta ainda advertiu sobre o dever de passar a notícia de tudo que foi notificado, isto é, aos filhos e aos filhos destes, ninguém poderia ficar desavisados do grande castigo que Deus enviaria a fim de trazer um alerta ao homem para que esse viesse a arrepender dos seus pecados e tornar-se novamente para Deus (Joel 1.3).

1.2- A invasão dos gafanhotos
Na época que Joel profetizou aconteceu uma invasão gigantesca, calamitosa de insetos destrutivos (Joel 1. 4), gafanhotos que devastavam a terra, destruindo as colheitas ((Joel 1.12), e trazendo a fome geral ((Joel 1. 18) l. O profeta vê nessa calamidade uma visitação do Senhor e se refere a ela como um tipo de castigo final do mundo, “o dia do Senhor” (Joel 1;15), como Joel, muitos outros profetas também profetizaram à luz do tempo presente, considerando um acontecimento futuro. Por isso ele vê à invasão de gafanhotos um indício de invasão do exército assírio (Joel 2.1-27) complementando, (Is. 36 e 37).

Projetando sua visão ainda mais para o futuro adentro. Vê a invasão final da palestina pelos exércitos confederados ao anticristo. Tomando o dia do Senhor como o pensamento central e recordando que a mesma expressão se usa com referência à invasão dos gafanhotos e dos assírios. Resumiremos a profecia de Joel da seguinte maneira: o dia do Senhor referente a (Joel 1;15), será visto como imediato, isto é, a invasão dos gafanhotos que trouxe grande miséria, isto foi muito rápido e terrível, e não foi por acaso, mas foi assim que Deus usou a própria natureza e revelou ao profeta que tudo seria um aviso do que seria nos tempos futuros. O dia do Senhor certamente chegará!!!

1.3- A necessidade urgente de arrependimento
Nada que foi escrito nas Sagradas Escrituras foram para passar um conto a frente como se fosse apenas uma história do passado, não, tudo que aconteceu era Deus falando com seu povo, alertando, avisando, confrontando o pecado, uma mancha que suja o homem e torna-o, separado de Deus. Sempre Deus usava alguém, e Deus como sábio, usava a natureza para falar ao homem, como também usava a linguagem humana para que esse viesse a compreender a mensagem, tanto dos atos pecaminosos praticado no presente como também usava as catástrofes do presente para chamar a atenção para acontecimentos futuro.

O profeta Joel e outros, foram homens escolhidos por Deus para chamar a atenção do homem a um apelo ao arrependimento. O nosso Deus é compassivo, é misericordioso, Ele não tem prazer em nos disciplinar, Ele não tem prazer em nos castigar. Mas, o nosso coração é mau (Jr 17.9 e 17.10), obstinado e inclinando a pecar. Deus está nos abençoando, mas nós continuamos errando e contrariando o coração de Deus e é aí que Ele nos chama a contrição como veremos em (Joel 2. 12). “Ainda assim, agora mesmo, assim diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o vosso coração: e isto com jejuns, e com choro e lamento”. 

Ainda assim? O que isso significa? Ora, o castigo virá, também com certeza o juízo! A coisa está ruim? Mas ainda assim eu quero dar uma segunda chance a vocês, o nosso Deus, sempre nos dá uma segunda, terceira oportunidade. Ainda assim, com tudo isso que está acontecendo, mas se haver um verdadeiro arrependimento (Jr 29.13), um coração rasgado, (Joel 2; 12 -14) eu sou um Deus misericordioso, compassivo e tardio para irar-se. Essa é uma aplicação a nós hoje e será com Israel na segunda vinda de Cristo quanto, ao arrependimento de Israel. Portanto, há no homem, uma necessidade urgente de arrependimento!

2. A MENSAGEM DE JOEL
A mensagem de Joel destina tanto a liderança como a todos os habitantes da terra. Era uma mensagem singular como escreveu o comentarista desta lição, e que se evidenciava aos acontecimentos cotidianos da época, “o que mais causava sofrimento a nação”.

Joel, ao contemplar as pragas das locustas, enxames de milhões de gafanhotos que imigravam da Arábia para a Palestina a qual era tão grande a ponto de Deus despertar o profeta a conclamar os anciãos exortando-os a temer a Deus e mudar suas atitudes, sabendo se que Deus é um Deus de juízo (Sl 76; 7-8). Só assim estariam livres da severidade dos castigos do Todo Poderoso (Sl 76; 8).

2.1- O alerta do profeta
Quando profetizou, realmente Deus estava usando a grande moléstia para despertar o povo a voltar o olhar para Deus (II Cr 7.14). O que estava chegando em Israel era uma nuvem de gafanhotos que seria quarenta milhões de gafanhotos. Dependendo do tamanho da nuvem podem chegar a um bilhão de gafanhotos. Eles costumam caminhar cerca de 130 quilômetros por hora, quando Deus mandava o gafanhoto sobre a terra imagine o prejuízo para quem trabalhava na agricultura (Joel 1.11 -13), acabaçava atingindo a todos. Eles se alimentam duas vezes ao dia e consumiam três toneladas de vegetação por dia.

Agricultor nenhum consegue suportar tamanha destruição. “Segundo estudiosos, existem aproximadamente oito (8) tipos de gafanhotos e cada um deles age em fases diferentes de acordo com a idade e tipos”. Faremos menção de quatro fases diferentes: 1ª fase, cortador, ainda pequeno, dá pulos de até dois metros, 2ª fase, o migrador, ele migra de vegetação para vegetação, automaticamente ele vai comer muito mais. 3ª fase, devorador, quem é o devorador que a Bíblia fala? É a pior fase, nessa fase, ele não sai do local de onde está.

Por essa razão que está escrito em (Ml 3;11) e por causa de vós eu repreenderei o devorador...  Só o Senhor para repreender esse mal. 4ª fase, destruidor, anda em grupo, comem todo fruto que cai no chão inclusive as “seivas” que é mesmo que seja o sangue das plantas, e ainda as raízes que ficam enterradas na terra, uma vez destruindo a “seiva” e a raiz, a planta secará. (Cuidado com nossa raiz) A nação passava por tamanha tristeza, seria como uma virgem vestida de cilício, tamanha a tristeza pelo noivo que morreu antes mesmo de se casar e deixar herdeiro (Joel 1; 8 -13).

2.2- Esperança em meio à catástrofe
O povo de Israel era uma nação abençoada pelo Senhor, contudo, mesmo que o profeta não diz qual era o pecado praticado pelo povo, sabemos que a nação vivia nos seus deleites fazendo o que bem queria. O povo recebeu o merecido castigo, mas ao arrepender-se, Deus enviou a promessa de libertação (Joel 2; 18-27).

Então, o Senhor, demostrou seu zelo por sua terra e teve misericórdia do seu povo. Quando Israel se arrepender, a frase “terá zelo da sua terra” revela o fato de que, se o Senhor uma vez procurou destruí-la por causa do pecado, nesse momento Ele está disposto a abençoar a terra e tudo o que nela há. “E se compadecerá do seu povo” o Senhor aceitará o arrependimento de Israel. Em Atos dos apóstolos o Apóstolo Pedro coloca-se de pé no dia de pentecoste e diz lhes: escutai essas palavras “mensagem inaugural da igreja de Cristo” “Varões Judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja vos isso notório e escutai as minhas palavras” Atos 2.14. O que está acontecendo foi dito pelo profeta Joel (Joel 2.28) nos últimos dias, diz o Senhor; que do meu Espirito derramarei sobre toda a carne.

Na segunda parte do livro do profeta Joel ele disse essa esperança maravilhosa para os últimos dias. Pedro não estava dizendo que a profecia havia cumprido ali, estava apenas começando a cumprir, significa que ainda continuaria.... (Atos 2;16-21) farei aparecer prodígios no Céu; e sinais em baixo na terra...; esses dias abrangerão a totalidade da era da Igreja, até a vinda da grande tribulação. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor. (Atos 2; 14-20). A expressão, chegará o dia do Senhor, é descrito algumas vezes no livro de Joel sendo o tema dominante em toda a obra (Joel 1;1). Ó! Aquele dia! Sim, o dia do Senhor está chegando, e vem como uma tremenda força da parte do todo poderoso. (Joel 2; 31) Sete outros profetas usam essa mesma expressão (Is13; 6-9); (Ez.13;5); (Amós 5.18,20); (Obadias 1. 15); (Sofonias 1.7,14); (Malaquias 4.5); e (Zacarias 14.1).

2.3- O fruto do arrependimento
Deus conhece o coração do homem. “Eu o senhor, esquadrinho o coração, Eu provo os rins; isso para dar a cada um segundo os seus caminhos, segundo o fruto das tuas obras”. (Sl 51; 17; Jr 17;10 e 13). Bíblia Almeida Revista e Corrigida 2009 – Bible gateway”. Não adianta fazer drama como muitos fazem fingindo arrependimento, no fundo suas atitudes são as mesmas, nada mudou.

Quando há, arrependimento sincero, logo, percebemos os frutos nas ações. A promessa do Senhor após ver o arrependimento de dentro para fora no coração do seu povo, mudou. Ele prometeu enviar o trigo, o mosto, “que significa vinho” símbolo de alegria. O azeite, e ainda prometeu nunca mais entregar seu povo à vergonha e desprezo entre os gentios. Para Deus nada é impossível, Ele é Mestre em restauração (Joel 2.21-27), Ele restaura a terra, repreende o cortador, o migrador, reprende o destruidor, o devorador e supre todas as necessidades do coração que volta para o Senhor (Hb 12.6).

O Senhor, agora, terá misericórdia. Pelo fato de o povo ter arrependido, Deus respondeu com palavras consoladoras e a comunhão voltou novamente ser aceita. Rasgar as próprias vestes era um costume antigo de expressão de luto ou um grande remorso (Js 7.6; I Sm 4.12) mas, como citou o comentarista da lição, todo ato externamente visível não é sinal de arrependimento real, podia-se rasgar as vestes sem tristeza e nem arrependimento verdadeiro, o que Deus queria ver no seu povo não era o que acontecia nos tempos de Jesus entre uma seita farisaica, eles mostravam uma coisa que não existia dentro de si.

Por essa causa, foram repreendidos pelo Senhor Jesus (Mt 6; 16). Na esfera religiosa muita coisa é feita para “ostentação” Deus nunca responderá esse tipo de atitude, mas um coração sincero (1 Sm 16.7), esse, será aceito pelo Senhor. Deus não se engana. Não vos enganeis: Deus não permite zombar. (Gl 16;7a) Bíblia King James Atualizada. O que Deus queria ver no povo é o que viu no filho pródigo (Lc 15.18-21). A mesma coisa o Senhor espera de nós!

3. JOEL PARA HOJE
A mensagem não deixa dúvida, ele colocava em evidência o que Deus disse (2Pd 1.21), a profecia não se originou com Joel, foi Deus que compôs e deu ao profeta Joel, assim como os demais profetas. A necessidade de arrependimento por parte do seu povo era o único caminho para alcançar uma esperança definitiva apontada não só para o tempo presente, mas, para os últimos tempos (Joel 3. 17,18) (2Pd 1.16 e 19).

A mensagem que anunciava os sinais que precedem a vinda do Senhor mostrada pelo profeta Joel é explícita, embora o profeta não a cite claramente sobre a, “vinda do Messias”. Ela mostra uma promessa de salvação e grandes privilégios, caso haja um arrependimento genuíno por parte de toda a humanidade. O que Deus tem consolidado não só para Israel, mas, para toda a terra é um plano de esperança e paz. Embora o julgamento esteja presente, não é tarde demais para se arrepender. O convite bondoso vem do próprio Senhor. O mesmo Senhor que troveja perante seu exército destruidor (Joel.2;11) oferece a esperança de livramento.

3.1- Arrependimento genuíno
Ao presenciar a grande destruição, o profeta exorta seus irmãos a mudar de atitudes (Joel 1.2-3), e instrui a buscar a Deus, mas isso de forma mais intensa, mais profunda, procurando mais que depressa santificar suas vidas com jejuns, com quebrantamento de espírito na casa do Senhor (Joel 3.11).

O que significa uma pessoa quebrantada? É uma pessoa que quando erra se Arrepende, Confessa e Reconhece o seu erro, é isso que Deus busca em nós (2 Cr 7.14). Todo homem precisa buscar uma experiência verdadeira com Deus: “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). O homem só busca a Deus quando ele sente arrependido dos seus pecados e sente necessidade de Deus.

A princípio o cenário era de destruição, algumas particularidades são bem visíveis nas profecias de Joel, daí então o profeta vê a necessidade da busca pela santificação e um quebrantamento maior.  Ele convoca a todos, lavradores, vinhateiros, sacerdotes, a apregoar um jejum e um dia de proibição (Joel 1;9-14). A praga vista pelo profeta era terrível, vinda como um exército do Senhor para julgamento (Joel 2; 11). Mas caso a nação viesse arrepender, a porta da misericórdia do Senhor estaria aberta para a reconsideração com a nação.

3.2- Santificação urgente
O homem sem santificação está afastado de Deus e sendo afastado de Deus é como estar morto. A volta da Igreja do Senhor à Ele, (Joel 2.12) será correspondida pela volta da presença de Deus à Igreja. O Espírito Santo Ele não compactua com o pecado, os dois não se misturam, Ele não habita na mesma casa onde mora a Mentira, Falsidade, Hipocrisia, Ódio, Ira, Luxúria e tudo que se diz profano. Ele é santo, essa é a consequência de muitas igrejas mornas.

A falta de santidade tem causado ausência do derramamento do Espírito Santo. Falta lágrimas, temor a Deus, ou seja: falta rasgar o coração (Joel 2;12-17). O coração que se refere aqui não é aquele coração centro das emoções e paixões. Na psicologia hebraica, o que se refere coração era considerado o centro da vida moral, espiritual e intelectual. A disposição para mudança é acompanhada de jejuns, choro, isso sim, caracteriza arrependimento. Quando isso acontece, o Espirito Santo vem e derrama seu poder e opera Maravilhas, Milagres e Salvação.

Um cristão que procura ter sua vida santificada, ele é diferente, sua postura denuncia seu caráter cristão, por onde ele anda é visto como um servo (serva) de Deus. Suas atitudes determinam sua natureza cristã, ele é ousado e determinado porque conhece o seu Deus. Era isso que Deus esperava e espera ainda hoje do Seu povo. A ação de Deus nos tempos de Joel não mudou, se o homem não voltar para Deus, o juízo certamente o alcançará, mas se houver arrependimento e santificação, a graça o alcançará. Deus voltará para a Igreja em graça (Ap 3; 5. 10). Glória a Deus!!! A Igreja deve aproveitar esse tempo.

O juízo anunciado pelos profetas ainda chegará para aqueles que não se arrependerem, será um Dia de terror. O que Joel pregou, é o que muitos profetas pregaram, também será o que hoje deveremos pregar, dias de trevas virão, daí vem a necessidade urgente de Santificação!

3.3- Libertação e esperança
A mensagem de Joel revela um episódio de caráter revelador que o destacava como um arauto dos dias vindouros, quando todos os israelitas, e não somente os profetas, iriam experimentar comunhão pessoal com Deus e receber novas revelações de Seu poder e glória. A era do Espírito Santo de Javé estava chegando, uma era que causaria um impacto tão grande no mundo, a ponto de marcar o juízo final, em que todas as nações iriam pagar por sua selvageria e a fé que Israel depositava na aliança seria confirmada pela presença de Deus.

Amós havia dito que o dia era de trevas, não de luz (5. 18-20). Joel diz que é de trevas antes a luz. Agindo em amor, dentro da aliança, o Senhor havia poupado o seu povo em meio à praga e preservado a honra de seu nome perante as nações. Entendemos que Deus tem um Dia além do Dia, em que serão manifestados a todo o mundo a vingança que é Sua prerrogativa exclusiva. “Mas onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus” (Rm 5. 12-19), fluindo do próprio Deus.

Joel viu aquele Dia e cantou a respeito dele. Podemos aprender com o profeta a melodia que devemos estar prontos para cantar sempre que o Senhor soberano der o Sinal. Assim como o Senhor prometeu meios de resgate para o Seu povo, Ele também promete livramento para aqueles que arrependem dos seus pecados. Deus exige de nós uma dedicação exclusiva à Ele e nada além do Seu nome devemos quanto ao exemplo de Abraão (Gn 12. 8), quanto a Elias (I Rs 18.24), também em salmos (50. 15; 91.15).

Conforme expressa Joseph Hart (1712 -1768) em seu hino, “aventure-se Nele, aventure-se inteiramente; não deixe que nenhuma outra crença se intrometa” – venham, Pecadores, Pobres e necessitados. Sua mensagem traz alento e esperança (Joel 2.12) em (Jl 3.16) diz que o Senhor bramará de Sião e dará a sua voz de Jerusalém e o céu e a terra irão tremer, mas o Senhor será um refúgio e fortaleza para os filhos. Esse dia será um Dia de angústia para muitos, mas será um Dia também glorioso para milhares de milhares. E como todo dia chega, esse também não será diferente. Ele vai chegar!!!

CONCLUSÃO
O Novo Testamento é a Nova Aliança mencionada, pelo qual Jesus morreu. Israel não o aceitou nessa época, mas o aceitará na futura Era do reino. Joel trouxe primeiro, um ensino de arrependimento e o segundo o derramamento do Espirito Santo sobre toda a carne (Atos 2). Portanto o que Joel fez nada mais é que uma ponte para o Reino da graça. A Igreja vive o tempo da graça, mas isso não dá o direito de o homem manter sua natureza velha, é necessário que se arrepende dos seus pecados e render-se aos pés da graça que é Cristo, só assim encontrarás o perdão dos pecados. 
“De maneira nenhuma lançarei fora aquele que vem a mim” (Jo 6.37b)

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo do Expositor 2ª Edição Revisada – 2015 Ministério Jimmy
Bíblia de Estudo Genebra 2ª Edição Revista Ampliada – Editora Cristã
Bíblia Thompson, Almeida, Edição Contemporânea
Bíblia de Estudo do Expositor 2ª Edição 2015
Revista do professor, Betel – Profetas Menores – 30 Trimestre de 2023- ano 33 – Nº128 temas- Joel- Mensagem de Juízo, um chamado ao arrependimento e promessas
Revista do Professor, Betel – Apocalipse – Mensagem sobre o triunfo de Cristo, Exortação e promessas ao Povo de deus – 20 Trimestre – ano 32 – Nº123
Revista do Professor, Betel – Ezequiel – O Profeta com a Mensagem de Juízo, Arrependimento, Restauração da Glória de Deus – 10 trimestres – de 2022 – Ano 32 – Nº122
Livros proféticos – Seminário teológico Paulo Leivas Macalão – Editora Visão
David Allan Hubbard -Joel e Amós – 1a Edição -1996 – Tradução – Marcio Lourenço Redondo – Revisão Lucy Yammakamy.

Comentarista Adicional – Missionária Gidersi Vilar Borges Viana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 OSÉIAS - O AMOR DE DEUS E A CHAMADA AO ARREPENDIMENTO

Lição 2 – 9 de julho de 2023

TEXTO ÁUREO
“Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos." Oséias 6.6

VERDADE APLICADA
A mensagem de Oséias aponta para o imensurável amor de Deus que o moveu a enviar Jesus Cristo para salvar o pecador e fazê-lo membro da família de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o cenário da mensagem de Oséias;
Destacar os acontecimentos na vida de Oséias;
Mostrar lições do livro de Oséias para os dias de hoje.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
OSÉIAS 1
1. Palavra do Senhor que foi dita a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
2. O princípio da palavra do Senhor por Oséias; disse, pois, o Senhor a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.
3. E foi-se e tomou a Gomer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho.

OSÉIAS 11
4. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e Salvador Jesus!
Na presente lição, veremos como Deus usa, de maneira muito peculiar, o profeta Oséias, para transmitir Sua palavra ao povo de Israel. Oséias teve o seu próprio casamento como uma parábola, para demonstrar o relacionamento de Deus com o povo, com a imagem de Israel sendo a esposa infiel, adúltera (Os 1:2) e Deus sendo representado por Oséias como marido fiel, provedor, amoroso e misericordioso. Quanto aos filhos nascidos dessa mulher adúltera, veremos que se trata de uma mensagem de Deus ao povo. O profeta Oséias, o primeiro dos 12 profetas menores que estudaremos neste trimestre, se for da vontade de Deus, traz uma mensagem de arrependimento, mostrando a realidade da prostituição cultual do antigo povo judeu. Além disso, traz uma mensagem de perdão e misericórdia, finalizando com uma linda promessa ao remanescente fiel. Como diz Wiersbe: “A devoção ao Senhor é como a fidelidade no casamento. A idolatria é como o adultério.” Minha oração é que os amados irmãos em Cristo reflitam nos ensinamentos que Deus nos revela através dos profetas de outrora, em especial, neste estudo do profeta Oséias. Uma ótima leitura a todos, que Deus nos abençoe!

1. O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
O contexto dos dias de Oséias foi terrível. Ele profetizou durante um período de grande turbulência política em Israel e Judá, na segunda metade do séc. 8 a.C. Tal instabilidade política, só para os irmãos terem noção, foi marcada por uma sucessão de seis Reis do reino do norte (Israel) em menos de 30 anos. Entre assassinatos, conspirações, golpes de Estado, subornos, esses líderes políticos foram sendo substituídos.

Apesar disso, a principal preocupação de Oséias era a adoração do povo a Baal – uma apostasia em massa que o profeta entendia ser o motivo de tamanho dilema em Israel. Com isso, Oséias tinha como principal prioridade ver Israel voltar a Deus, ao arrependimento genuíno.

Dessa forma, podemos perceber o cenário em que o profeta Oséias se encontra: em meio a um caos político, aliado à apostasia generalizada do povo, crendo em um falso deus chamado Baal. Será que foi fácil para este homem de Deus? Hoje, com uma igreja a cada esquina, muitos zombam de Deus, não ligam para nossas pregações. Imagine nos dias de Oseias...

1.1- Conhecendo um pouco mais o profeta
Meus irmãos, a Escritura não traz muitas informações a respeito do profeta Oséias. Temos somente o versículo 1, que ele foi filho de Beeri, e que reinou nos dias dos Reis Uzias (2Rs 15:1-7), Jotão (2Rs 15:32-38), Acaz (2Rs 16:1-20), Ezequias (2Rs 18:1), sendo estes reis de Judá, e Jeroboão II (2Rs 14:23-29), rei de Israel. Como o último ano de reinado de Jeroboão foi 753 a.C., e de Ezequias foi 687 a.C., o ministério de Oséias estava situado neste período, que muito provavelmente não durou todo esse tempo (66 anos), mas em torno de 35 a 40 anos. Com isso, sabemos que ele nasceu aproximadamente 200 anos após a separação do reino entre Judá e Israel, reinos do sul e do norte, respectivamente (1Rs 12).

Quanto ao seu nome, Oséias vem do mesmo verbo que “Josué” e “Jesus”, que significa “salvar” ou “livrar” (hebr. yasha’). Interessante, não é? Como a vida do profeta Oséias realmente aponta de maneira muito semelhante à obra do nosso Senhor Jesus, nosso Noivo, que veio e pagou um altíssimo preço por nosso resgate, mesmo sem que nenhum de nós merecêssemos, assim como Oséias fez com Gômer, sua esposa adúltera.

Quanto ao pai do profeta Oséias, Beeri, se trata de um nome hitita, que aparece em Gn 26:34. Veja: “Quando Esaú tinha quarenta anos de idade, tomou por esposa Judite, filha de Beeri, heteu, e Basemate, filha de Elom, heteu.” Provavelmente essa é a demonstração da tradição que se tinha (e ainda tem até hoje) de se dar às crianças nomes extraídos das Escrituras.

1.2- O engano do culto a Baal
Deus sempre providenciou coisas boas para o seu povo, nunca lhes faltou nada. Seus alimentos, rebanhos, colheitas, negócios, tudo foi bênção de Deus! Mas o povo atribui todas essas bênçãos a um falso deus chamado Baal, prestando culto a ele: “Ela não reconheceu que fui eu que lhe dei o trigo, o vinho e o azeite; fui eu que lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.” (Oséias 2:8)

A pergunta que fica é: mesmo o povo de Israel sabendo e vivendo tantos sinais e maravilhas de Deus, como eles se apegaram tanto a Baal, se esquecendo totalmente do único Deus vivo? Em primeiro lugar, destaco o coração contaminado pelo pecado. O pecado cega, ilude a ponto de transformar uma mentira em verdade. Por conta da natureza pecaminosa, o povo, morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1), não querem buscar a Deus: “Porque o meu povo é inclinado a rebelar-se contra mim; se são chamados a dirigir-se para o alto, ninguém o faz.” (Oséias 11:7). Romanos 3:9-14 também destaca a miséria do ser humano em pecado, recomendo a leitura.

Um segundo motivo que vejo claramente é o fato de que os responsáveis pelo ensino da sã doutrina de Deus negligenciaram essa tarefa importante, trazendo uma ignorância, falta de conhecimento, abrindo brechas para falsos ensinamentos e até admitir falsos deuses: “O meu povo está sendo destruído, pois lhe falta o conhecimento. Pelo fato de vocês, sacerdotes, rejeitarem o conhecimento, também eu os rejeitarei, para que não sejam mais sacerdotes diante de mim; visto que se esqueceram da lei do seu Deus, também eu me esquecerei dos seus filhos.” (Oséias 4:6)

Por fim, outro fator que vejo para essa apostasia, é que Baal foi uma entidade em que se acreditava ter poder sobre fertilidade, agricultura, chuva e produtividade. Como o Antigo Oriente Médio era essencialmente agrícola, o povo acreditou nesse falso deus, crendo que ele fosse abençoá-los, e não nosso Deus.

Dessa forma, o engano do culto a Baal entrou na nação de Israel, por falta de conhecimento, pois se verdadeiramente tivessem conhecido a Deus, jamais o teriam abandonado. Também tiveram um coração contaminado pelo pecado, rejeitando a Deus, e atribuindo a Baal todas as bênçãos que o Senhor lhes proporcionou.

1.3- As consequências da infidelidade de Israel
Irmãos, as consequências da infidelidade do povo de Israel foram terríveis. Vamos iniciar nosso raciocínio com a seguinte verdade, já abordada no tópico anterior: Deus nunca deixou nada faltar ao seu povo (Os 2:8). Com isso em mente, sabemos que o povo desfrutou de um período de grande bonança, o que leva (normalmente) o povo a deixar de confiar em Deus, já que tinham de tudo. Mas, quando Deus vê que eles estão dando louvores a Baal, ao invés do Pai, então Deus os castiga severamente: “Portanto, farei com que, no devido tempo, ela devolva o meu trigo e o meu vinho. Tirarei dela a minha lã e o meu linho, que deviam cobrir a sua nudez. Agora descobrirei as suas vergonhas aos olhos dos seus amantes, e ninguém a livrará da minha mão. Farei cessar toda a sua alegria, as suas festas, as Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades.” (Oséias 2:9-11).

Nesse cenário caótico, o povo vai procurar ajuda em outras nações, mas não em Deus:

"Quando Efraim viu a sua enfermidade e Judá notou a sua ferida, Efraim se dirigiu à Assíria e enviou mensageiros ao grande rei. Mas ele não tem condições de curá-los, nem de sarar a sua ferida. (Oseias 5:13).

E aí, quando a coisa aperta, e eles não conseguem ajudas das outras nações (Egito e Assíria), então eles se voltam para Deus: "Venham e voltemos para o Senhor! Porque ele nos despedaçou, mas vai nos curar; ele nos feriu, mas vai atar as feridas. (Oseias 6:1).

Mas essa conversão é rasa, fraca, e Deus a denuncia: "Que farei com você, Efraim? Que farei com você, Judá? Porque o amor de vocês é como a névoa da manhã e como o orvalho da madrugada, que logo desaparece. (Oséias 6:4).

O povo só se volta para Deus na hora do aperto. Mas quando dá uma melhorada, eles se esquecem de Deus novamente. É uma conversão superficial, não genuína. Uma coisa é fato, meus irmãos: Deus não tem compromisso com quem não tem compromisso com Ele. Devemos buscar ao Senhor enquanto se pode achar, e permanecer nos Seus caminhos, seja na riqueza, ou na pobreza, na alegria ou na tristeza. Não é à toa que a figura do casamento é utilizada inúmeras vezes durante as Escrituras como uma verdade no nosso relacionamento com o Pai.

2. OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
Queridos, o comentarista da lição, Pr. Antônio Paulo Antunes, levanta uma questão interessante neste tópico introdutório: os acontecimentos na vida do profeta Oséias foram literais (realmente aconteceram) ou foi uma narrativa alegórica (não aconteceu de verdade)? Como ele deixa a questão em aberto, gostaria de refletir com os irmãos, pois entendo que foram fatos literais, não alegóricos.

Se formos analisar o comportamento dos profetas, boa parte deles tinham comportamentos muito estranhos: Isaías andou pelas ruas da cidade como prisioneiro de guerra durante 3 anos; Jeremias carregou um jugo sobre os ombros por vários meses; Ezequiel usou um corte de cabelo como ilustração teológica; João Batista se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. A lista continua, mas vou parar por aqui para não delongar demais.

Bom, com tantos exemplos assim, de atitudes esquisitas, penso que se casar com uma prostituta está até dentro do esperado. Certamente que essa mensagem de Deus na vida prática de Oséias foi, na minha opinião, a mais difícil de engolir. Nas palavras de Wiersbe: “Nenhum profeta pregou um sermão prático mais doloroso que Oséias. Ele foi instruído a casar-se com uma prostituta chamada Gômer que lhe deu 3 filhos, sendo que o profeta nem sequer tinha certeza de que era o pai das duas últimas crianças. Então, Gômer abandonou-o para juntar-se com outro homem, e coube a Oséias a responsabilidade humilhante de comprar de volta sua própria esposa.” (Wiersbe, Warren – comentário bíblico expositivo, vol. 4 – proféticos, pg. 391).

Portanto, levando em consideração que temos diversos exemplos de comportamentos estranhos mandados por Deus, entendo que a vida de Oséias foi sim literal. A não ser que cheguemos à conclusão de que todos os demais profetas também tiveram suas narrativas meramente alegóricas, coisa que não faz sentido. Mas fica de reflexão para os irmãos, o que vocês acham?

2.1- O casamento de Oseias: o retrato da infidelidade de Israel
Tendo em mente todo este contexto: o povo de Israel experimentou um período de grande bonança (Os 2:8); o povo se contamina com diversos pecados e abandonam a Deus, se prostituindo com Baal (Os 11:7); o cenário político estava também terrível (Os 5:1-2). Então Deus precisa falar ao povo de maneira que a mensagem penetre os corações, de maneira impactante, e escolhe seu servo Oséias para essa tarefa.

Tal mensagem seria uma parábola viva, na pele do profeta: um casamento com uma prostituta (Os 1:2). Aqui temos um ponto de discussão entre os teólogos: Gômer já era prostituta quando se casou com Oséias, ou era uma mulher pura e se tornou prostituta após o casamento? A primeira opção parece fazer mais jus ao texto original, que uma outra tradução possível é: “vai e case-se com uma moça que é prostituta”. O fato é que Oséias obedeceu e casou-se com uma prostituta, e o objetivo da mensagem de Deus com essa atitude foi mostrar para o povo que Ele os ama, e que deseja esse relacionamento amoroso com seu povo. Ao cair na idolatria, o povo estava cometendo uma maldade contra Deus, assim como uma mulher adúltera comete uma maldade para com seu marido.

Irmãos, fico imaginando o que se passava na mente de Oséias. Ele era um profeta do Senhor, uma pessoa muito importante e conhecido em todo reino. Aí Deus vai e ordena que ele se case com uma prostituta. Será qual foi sua reação? Será que ele ficou se indagando? Ou talvez até tenha respondido a Deus, como Pedro, quando foi ordenado a comer os animais em sua visão: “de modo nenhum, Senhor! Porque nunca comi nada que seja imundo ou impuro.” (Atos 10:11-14). Da mesma forma que um filho chega para o pai, com a notícia maravilhosa de se casar, Jesus nos quer para sempre com Ele, junto ao Pai (Jo 17:9-10). A noiva de Cristo estava imunda, largada, esquecida, totalmente incapaz de se casar por conta de suas atitudes reprováveis. Mesmo assim, Deus nos resgatou da podridão do pecado, colocando-nos vestes brancas, lavando-nos com o sangue do Cordeiro! O que o povo de Israel viveu através do casamento de Oséias e Gômer também aponta para Cristo e a Igreja. Não importa o quão imundo seja o nosso passado, como o de Gômer. Deus nos ama, mesmo reprovando a prática pecaminosa. Uma vez em Cristo, estamos limpos da imundície do pecado, justificados, e um crente verdadeiro abandona a vida pecaminosa, se esforçando para andar em santidade.

O casamento de Oséias com Gômer se trata, portanto, dessa mensagem de denúncia contra os atos idólatras do povo, não só nos dias de Oséias, mas atualmente para nós também. Uma infidelidade contra Deus, um Deus infinitamente bom e amoroso.

2.2- Os filhos de Oséias e as mensagens de Deus
Gômer teve o primeiro filho com Oséias, um menino chamado Jezreel (Os 1:4), que significa “Deus semeia”. Jezreel era uma cidade da tribo de Issacar, próxima ao monte Gilboa, associada ao juízo severo que Jeú executou sobre a família de Acabe (2Rs 9 – 10). Também era o nome da cidade onde a idólatra Jezabel foi morta (2Rs 9:30-37). Esse nome indica o juízo de Deus sobre Israel, onde Deus julgou um povo idólatra.

Gômer engravida novamente, e agora o texto dá a entender que não é filho de Oséias, porque o texto diz no relato do primeiro filho “lhe deu um filho” (Os 1:3), e nesse não aparece tal menção. Então vários estudiosos concluem que é fruto de seu adultério, mas ainda assim não é consenso, tampouco compromete a mensagem de Deus. Seu nome era Lo-Ruama (Os 1:6), que significa “não compaixão” ou “desfavorecida”. Agora a mensagem é que Israel não mais terá a compaixão de Deus. Deus havia amado seu povo e provado esse amor de diversas maneiras, mas retiraria a demonstração desse amor e deixaria de ser misericordioso. A expressão do amor de Deus certamente é incondicional, mas só desfrutamos esse amor de acordo com nossa fé e obediência (2Co 6:14-16).

Gômer engravida uma 3ª vez, e o nome da criança é “Lo-Ami” (Os 1:8), que significa “não-meu-povo”. Então Deus está dizendo que Israel não mais é o seu povo, e nem Ele é o seu Deus, tendo uma clara rejeição de Deus para com um povo idólatra (Os 1:9).

O Pr. Antônio Paulo Antunes faz uma conclusão muito legal: “juntando as três mensagens, fica: Deus julgaria Israel sem compaixão, porque não era mais Seu povo”.

2.3- O drama pessoal do profeta
Imagine-se casando-se com uma pessoa que você sabe que irá te trair. Além disso, você recebe uma ordem de Deus para amá-la, correr atrás dela quando ela cair em adultério, dar presentes para ela, pagar um preço por ela, e a tratar com o maior amor que você puder. Foi essa a vida do profeta Oséias, que andava pelas ruas da cidade com seus filhos e de uma prostituta, filhos com nomes estranhos. Imagine o pessoal perguntando para o profeta nas ruas: “e aí, Oséias, que criança linda! Qual o nome dela?” – Não compaixão, responde ele. Porque Deus não terá compaixão de Israel.

Profetas eram figuras públicas, conhecidas em todo o reino, tinham uma vida correta e irrepreensível. Eles tinham total responsabilidade sobre o que falavam e como agiam, pois se um profeta agisse de maneira maligna, todo o povo também caía. Era um efeito dominó. Então, a expectativa do povo acerca da vida de Oséias era a mais irrepreensível possível. Agora imagine o que as pessoas falavam sobre Oséias... Da mesma forma que um pastor famoso hoje, qualquer que seja, cometer algum tipo de crime, e essa má conduta recai sobre a igreja como um todo, assim foi nos dias de Oséias.

Não consigo imaginar a dor, o drama, as dificuldades, as fofocas, as conspirações, e tudo que Oséias sofreu naquele tempo. Apesar de tudo, ele obedeceu a Deus, sem questionar, sem pensar nas consequências de ser um servo fiel do Senhor. Jesus falou que nossa vida seria difícil, que teríamos aflições (Jo 16:33), mas também prometeu estar conosco. Sejamos firmes, fiéis ao Senhor, obedecendo e falando a verdade das Escrituras, mesmo que a sociedade nos julgue e soframos represálias!

3. OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
Qual o limite para o amor? Se levarmos em conta o fato de que Deus é o amor em essência, e que Deus é um ser infinito, a conclusão é que o “amor de Deus” é infinito (amor de Deus está entre aspas porque Deus não tem amor, Ele é amor. Se quiser definir a palavra amor, essa definição é o ser de Deus). O amor de Deus, além de ser infinito, é imensurável e inigualável, bem como todos os atributos incomunicáveis de Deus.

Existe uma ordem bíblica para sermos imitadores de Deus: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados.” (Efésios 5:1). Devemos, com todo esforço, refletir o grande amor de Deus em nossas vidas: no trabalho, faculdade, escolas, em casa, em reuniões de família, onde quer que seja. Onde pisarmos a planta de nossos pés, as pessoas devem ver Cristo em nós. Nosso testemunho conta muito, pois, se um ímpio contemplar um cristão adúltero, ladrão, enganador, de que forma esse ímpio vai abrir seu coração para ouvir o Evangelho? Ele vai é falar: “se é isso que é ser crente, estou fora!”

A grande lição que aprendemos com o livro de Oséias é o infinito amor de Deus, que devemos aplicar nos dias de hoje.

3.1- O extraordinário amor de Deus
Tenho uma boa notícia para você! Deus te ama de uma forma incondicional, um amor sacrificial, um amor incomparável. Deus nos ama não pelos nossos méritos, ou porque merecemos. Ele nos ama, apesar de todas nossas falhas. É este inexplicável amor de Deus conosco que o livro do profeta Oséias nos mostra, através do seu casamento. Apesar de não merecer, Gômer recebeu o amor genuíno de Oséias. Apesar de traí-lo, Gômer ainda experimenta a misericórdia de Oséias em perdoá-la. Após o nascimento do 3º filho, Gômer abandona Oséias e vai servir de prostituta cultual a Baal. Então Oséias ainda vai atrás dela, com presentes, querendo que ela volte para ele. Mas ela o rejeita ainda mais, e ainda tributa os presentes a Baal.

Depois de um tempo, quando Gômer já não servia mais para os serviços de prostituta cultual a Baal, ela é posta no mercado para venda, como uma escrava. Ela estava gasta, já acabada, na ruína. Então vem Oséias, a compra, e a resgata da escravidão e da humilhação. Muitos poderiam pensar na época: agora Oséias vai dar o troco por tudo que ela fez! Ela merece a punição por todos seus atos! Mas não acontece isso. Muito pelo contrário: Oséias a trata com muito amor, muita misericórdia, e muita graça.

Ele a ama, restaurou sua vida, reescreve uma nova história de amor, respeito e fidelidade. Renova a aliança! É essa a mensagem que Deus está passando para o seu povo: Ele nos resgata da sarjeta, estando nós totalmente perdidos em nossos pecados, por nossa própria culpa e responsabilidade. Apesar disso, Deus nos ama incondicionalmente! Ele enviou seu próprio Filho para que nós pudéssemos ser resgatados. Apesar de nossa culpa, Ele pagou um alto preço, nos salvando. Ele se importa conosco. Ele nos ama, não por nossos méritos, mas apesar de toda nossa podridão e rebeldia.

3.2- Um chamado ao arrependimento
"Israel, volte para o Senhor, seu Deus, porque você caiu por causa dos seus pecados. Tragam palavras de arrependimento e convertam-se ao Senhor, dizendo: ‘Perdoa toda a nossa iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios.” (Oséias 14:1-2).

Apesar de virarmos as costas para Deus, ainda assim Ele não nos abandona. Ainda que nos discipline, Ele é fiel à Sua aliança e promessa. Veja, neste versículo que destaquei (Os 14:1-2), que Deus diz ao Seu povo para se arrependerem dos seus pecados, fato que estava causando a ruína da nação toda. Deus já havia lhes dito para arar seus corações endurecidos e buscar ao Senhor (Os 10:12). Também havida lhes dito para voltar-se ao Senhor e pedir misericórdia (Os 12:6). Mas agora, no capítulo 14, Deus fala ao povo como se fossem crianças, dizendo exatamente o que fazer!

O chamado ao arrependimento é muito claro, e Deus é tão misericordioso que faltou só desenhar para o povo entender. Aliás, Deus desenhou sim, na vida do profeta Oséias, para que o povo visse e entendesse.

3.3- O desafio de amar outra vez
Como poderia Gômer, a esposa infiel de Oséias, duvidar do amor de seu marido? Ele não havia demonstrado seu amor ao procurá-la, suplicar para que voltasse para casa e pagar pela liberdade dela? Da mesma forma, como poderia Israel questionar o amor de Deus e recusar-se a correspondê-lo? A nação não somente havia transgredido todos os mandamentos, como também havia partido o Seu coração.

Irmãos, muitas vezes vejo os crentes afirmando que amam ao Senhor, mas quando vamos nos aprofundando na conversa, descubro que esse amor é na expectativa de conseguir alguma bênção de Deus. Eles pensam que irão receber de Deus toda sorte de bênçãos simplesmente pelo fato de fazerem alguma coisa na igreja. Cantores de equipes de louvor, porteiros, músicos de bandas e orquestras, dizimistas fiéis, e demais atividades na igreja são vistos como moeda de troca. Tudo isso é de suma importância, contudo, não fazemos tudo isso para receber algo de Deus. Trabalhamos na igreja com todo afinco em gratidão pelo que Ele já fez por nós, e não pelo que Ele irá fazer.

Observem, nas Escrituras, que diversas vezes Deus nos chama a lembrar do que Ele já fez. Muitas vezes Ele fala: “lembrem que tirei vocês da terra do Egito...” “lembrem que eu abri o Mar Vermelho...” “lembrem que os livrei das mãos de outras nações...” Irmãos, com tanta demonstração de amor, o ápice da maior demonstração de amor de Deus foi na cruz do calvário. Tamanho amor derramado por nós deveria fazer com que todos os crentes olhassem para a cruz em gratidão e amassem de fato ao nosso Deus. Este é o desafio de amar outra vez: muitos de nós só servem a Deus não pelo que Ele já fez por nós, mas almejando o que Ele fará por nós. Na verdade, quem serve a Deus assim, tem seu coração voltado em bênçãos, e não em Deus.

Deus quer o seu coração, não os seus serviços. A salvação é por graça, mediante a fé em Cristo, não em obras (Ef 2:8-9). Não adianta fazermos nada, pois até nossas boas obras são trapos de imundícia diante de Deus (Is 64:6). Convido os amados irmãos a voltarem ao primeiro amor, a olhar para a cruz de Cristo e reconhecer que era para nós estarmos pendurados lá, ao invés do nosso Senhor. Quem entendeu o que Deus fez por nós, este é quem verdadeiramente o ama, e uma vez o amando de todo o coração, somos regenerados. E uma vez regenerados, aí sim, somos capacitados a realizar boas obras, para a honra e glória de Deus (Ef 2:10). 

CONCLUSÃO
Deus chama o profeta Oséias para pregar ao povo de Israel com sua própria vida: casando-se com uma mulher que ele sabia que não seria fiel. Após o casamento, sua esposa Gômer o trai, o abandona, e Oséias vai lá, paga um preço por ela, resgatando-a e amando-a, assim como Cristo pagou um preço altíssimo por nós, nos resgatando da escravidão do pecado. Deus usa constantemente a figura do casamento para demonstrar Seu relacionamento conosco: nós somos a noiva amada de Cristo, e Cristo é nosso Noivo amado. Mesmo sabendo que nós (igreja) somos pecadores e constantemente pecamos, ainda assim Deus se mantém fiel e nos ama.

Assim como no casamento, nosso relacionamento com Deus deve ser duradouro, fiel, tem que ter diálogo (oração), dedicação, amor. Apesar das dificuldades que todo casamento tem, a fidelidade à aliança feita entre os noivos deveria ser preservada, e não quebrada tão facilmente, pois tudo o que tem Deus no centro, termina em restauração (Os 14). Era essa a mensagem que Deus quis passar para o povo de Israel e para nós hoje: Seu imenso amor, misericórdia e graça nos alcançou, apesar de não merecermos.

Para finalizar, gostaria de propor algumas questões, a fim de sintetizar o aprendizado e promover uma reflexão:

Qual a principal mensagem que o profeta Oséias nos traz?

Quais os nomes dos três filhos gerados por Gômer e seus respectivos significados? Qual mensagem Deus passou para o povo de Israel juntando os seus significados?

Qual foi o pecado de Gômer, e qual relação podemos fazer com nosso relacionamento com Deus?

O profeta Oséias profetizou durante o reino de quais Reis? Seu ministério se deu em qual século?

Você se casaria com alguém sabendo que esse alguém com certeza irá trair você? Além disso, sabendo que essa pessoa irá te abandonar, você iria atrás dela, pagando um alto preço por ter ela de volta? Você a amaria, mesmo sem ela merecer, a tal ponto de se sacrificar por ela?

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo – Nova Almeida Atualizada, Sociedade bíblica do Brasil, 2017 – Barueri, São Paulo.
Wiersbe, Warren W. – Comentário bíblico expositivo: Livros proféticos, volume 4. Editora Geográfica, Santo André - São Paulo, 2017
Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2023, ano 33, nº 128. Profetas menores do Antigo Testamento: proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. Lição 2: Oséias – o amor de Deus e a chamada ao arrependimento.

Comentário adicional – Professor da EBD Fernando Júnio

 MENSAGENS PROFÉTICAS – DEUS CONTINUA FALANDO

Lição 1 – 2 de julho de 2023

TEXTO ÁUREO
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2Pedro 1.21

VERDADE APLICADA
A mensagem dos profetas do Antigo Testamento serve como despertamento para o cristão dos dias atuais.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar quem era os profetas;
Mostrar os sucessores dos profetas;
Destacar a relevância da profecia para os dia de hoje.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
2 PEDRO 1
16. Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade.
19. E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações,
20. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO
Queridos irmãos, nesse terceiro trimestre do ano letivo, teremos a oportunidade de estudar acerca dos Profetas Menores do Antigo Testamento, a revista é comentada pelo pastor Antônio Paulo Antunes que é presidente da Assembleia de Deus no Bairro Amazonas RJ. Tenho certeza que os estudos de cada lição serão de muita valia para o nosso aprendizado.

É importante ressaltar que o nome “Profetas Menores” e “Profetas Maiores” é apenas uma forma de classificação, se referindo ao volume do conteúdo de cada livro. Digo isto para que entendam que todos os profetas foram igualmente importantes e cumpriram fielmente o propósito de Deus através de seus ministérios.

1. QUEM ERAM OS PROFETAS
Profeta era uma pessoa que Deus escolhia para proclamar sua mensagem aqui na terra (Mt 5. 17,18). Eles profetizaram a respeito de vários temas: Justiça social, o verdadeiro culto ao Senhor, a retribuição divina, a importância da família e muitos outros temas atuais e importantes para nossa edificação.

Os Profetas Menores apresentaram grandes mensagens em pequenos textos. São eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, os livros receberam os nomes dos próprios profetas. Eles tiveram uma grande influência e fizeram uma mudança considerável no meio do povo de Deus.

Os escritos dos profetas do Antigo Testamento dividem-se em dois grupos: os quatro Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel — e os 12 Profetas Menores já citados acima. Lamentações acaba fazendo parte do grupo dos profetas maiores por causa de sua ligação com Jeremias. Além desses, o Antigo Testamento considerava profetas como: Gade, Natã, Elias e Eliseu, estes são exemplos de profetas que não deixaram livros escritos. João Batista, como um precursor de Jesus, foi um profeta que pertenceu à era do Antigo Testamento.

1.1- Diversidade e unidade dos profetas
Os profetas tinham um papel vital na comunicação do plano divino para Israel. Apesar das diversidades de cada um deles, todos os profetas cumpriram a sua missão. Deus usou cada profeta respeitando à sua maneira de ser para transmitir a Sua Palavra ao povo. O profeta Elias depois de derrotar os falsos profetas de Baal com bastante coragem ficou receoso por causa das ameaças de Jezabel (1Rs 18.2) e depois pensou que só restava ele como profeta de Deus.

“E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.” 1 Reis 19.10.

Também Deus conferia as profecias de diversas formas, na música (2Rs 3.15), símbolos (Jr 18. 2-6) e sonhos para representar a realidade da nação no momento. Quanto aos sonhos o profeta Jeremias alerta para sermos cautelosos, pois nem todos os sonhos representam verdadeiramente a vontade de Deus. Jeremias 23. 25-28.

1.2- Características dos profetas
Os profetas são conhecidos como sendo homens de Deus, isso porque são pessoas que são completamente diferentes das outras pessoas no seu modo de viver.  Eram homens que tinha realmente compromisso em proclamar a mensagem de Deus, mesmos que as reações das pessoas não fossem bem aceitas e era justamente o que acontecia, pois as palavras anunciadas pelo profetas confrontavam aqueles que não estavam vivendo como condiz a vontade do Senhor.

Além disso, todos os profetas tinham um estreito relacionamento com o Senhor. A mulher Sunamita retrata bem esse conceito se referindo ao profeta Eliseu como um homem santo de Deus. (2Rs 4.9). Os profetas tinham total confiança em Deus e sabia como era importante a Palavra, eles alertavam o povo ao arrependimento, combatiam as injustiças sociais da época, na verdade, queria que povo se voltasse para o Senhor para serem abençoados.

1.3- Os falsos profetas
Podemos verificar a existência dos falsos profetas desde o Antigo Testamento e também nos dias atuais, pois são muitos os que se dizem ser profetas de Deus, no entanto, são pessoas que pregam o que não vem de Deus e sim o que está no seu próprio coração. Geralmente inventam coisas que não têm respaldos bíblicos e quando usa a Bíblia eles distorcem o verdadeiro significado da Palavra para se ajustar aos seus pensamentos com o intuito de enganar as pessoas através de suas profecias, sonhos e visões mentirosas.

Eles são responsáveis por desviar as pessoas dos caminhos do Senhor, portanto, temos que ter muita atenção para não acreditar em tudo que falam dizendo que vem de Deus.  Observe o que está escrito em Deuteronômio 18. 20-22.

“Mas o profeta que ousar falar em meu nome alguma coisa que não lhe ordenei, ou que falar em nome de outros deuses, terá que ser morto'. "Mas talvez vocês se perguntem: 'Como saberemos se uma mensagem não vem do Senhor?' Se o que o profeta proclamar em nome do Senhor não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do Senhor. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele.”

Jeremias 23. 16 também praticamente vai dizer a mesma coisa, veja: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor.”

Mas de que maneira podemos reconhecer um falso profetas? A resposta é estudando a Bíblia e pedindo discernimento ao Espírito Santo de Deus, observe que se alguém anda pregando algo que é contrário a Bíblia, essa pessoa certamente é um falso profeta, outra coisa importante a observar é se a profecia se cumpre, caso não se cumpra, é porque a pessoas falou o que imaginava e não o que Deus queria.

Vale ressaltar que devemos evitar os falsos profetas, pois seus ensinos só trazem problemas, dúvidas e enganam muitos cristãos desviando da presença do Senhor.

2. SUCESSORES DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO
No Novo Testamento os apóstolos são considerados sucessores dos profetas do Antigo Testamento e a mensagem proclamada por eles correspondia com as profecias do Antigo Testamento.

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.” Atos 3.19-21.

O próprio Jesus equipara os apóstolos e os profetas como enviado de Deus ao povo, semelhantes aos profetas que foram rejeitados e maltratados pelo povo no Antigo Testamento, os apóstolos também passaram pelos mesmos sofrimentos.

“Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; Para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado.” (Lc 11.49,50).

2.1- Através de quem Deus continuou a se revelar?
Os apóstolos do Senhor Jesus foram os continuadores dos profetas do Antigo Testamento, Deus usou e inspirou eles para escrever o Novo Testamento, suas palavras eram fidedignas de total confiança, portanto, não deveria ter nenhum questionamento e dúvidas, pois tudo que foram escritos pelos apóstolos passaram pelo crivo do cânone.

De acordo com Judas 1.17, entendemos que os apóstolos do Senhor Jesus Cristo foram de fato os sucessores dos profetas do Antigo Testamento onde Deus revelou a Sua vontade. “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo.”

2.2- Jesus, o ápice da proclamação profética
Todas as profecias ditam pelos profetas do Antigo Testamento assinalavam para o Senhor Jesus Cristo.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9.6.

Essa mensagem de esperança cumpriu-se com o nascimento de Cristo e o estabelecimento de seu Reino eterno. Ele veio para libertar a todos da escravidão do pecado.

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Hebreus 1.1,2. Não há como negar em dizer que Jesus é considerado e apresentado como aquele que realiza o auge da consumação profética. (Mt 16.14; 21.46; Jo 6.14;7.40).

2.3- Os profetas de ontem ainda falam hoje
Em todos os tempos Deus sempre enviou os seus profetas para falar ao povo a mensagem proféticas, podemos observar que Deus enviou os profetas para alertar o povo a se arrependerem de seus pecados e voltar-se para o Senhor. Os problemas do passado como corrupção, abuso de poder, imoralidades e frieza espiritual, falsas profecias dentre outros, ainda continua nos dias atuais. As palavras dos profetas continuam a soar nos nossos ouvidos. Deus continua falando ás pessoas por meio de Sua Palavra.

“Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” Isaías 55.11.

3. A MENSAGEM PROFÉTICA
Deus usou os profetas para transmitir com verdade a Sua Palavra, eles eram antes de tudo homens comprometidos e temente a Deus, portanto, cumpriam fielmente a missão que lhe fora confiada pelo Senhor. Os profetas chamavam o povo ao arrependimento e uma vida de santidade, a fim de evitar a ira do Senhor. Uma característica marcante da mensagem do profeta eram as palavras “Assim diz o Senhor” Medite no que diz o profeta Zacarias.

“Portanto, dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai- vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos. Não sejais como vossos pais, a quem clamavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Convertei- vos, agora, dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me atenderam, diz o SENHOR. Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, acaso, vivem para sempre? Contudo, as minhas palavras e os meus estatutos, que eu prescrevi aos profetas, meus servos, não alcançaram a vossos pais? Sim, estes se arrependeram e disseram: Como o SENHOR dos Exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos e segundo as nossas obras, assim ele nos fezZacarias 1. 3-6.

3.1- Os profetas e as Escrituras
Deus utilizou os Profetas Menores juntamente com os outros livros proféticos para registrar a Sua preciosa Palavra. Por isso temos o privilégio de termos a Bíblia Sagrada escrita pelos profetas e apóstolos do Senhor, onde podemos consultar à Sua Palavra. Deus sempre falou ao Seu povo, o intuito era a salvar e estabelecer o Reino de Deus aqui na terra.

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. 2 Timóteo 3.16,17.

3.2- Muito além das previsões
O papel exercido pelos profetas vai muito além do que imaginamos, devemos considerar e praticar aquilo que a mensagem nos manda, pois não são simplesmente palavras dos profetas, mas certamente são as Palavras que Deus revelou a eles para nossa edificação, correção, transformação e salvação.

É através da leitura da Bíblia e a oração que temos comunhão com nosso Criador. Deus deseja o melhor para nós, deste modo, é fundamental atentarmos para Seus conselhos e alertas.

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” 2 Pedro 1.19

3.3- Ecos dos profetas para os dias de hoje
A profecia dada aos profetas foi o instrumento empregado por Deus para denunciar os absurdos sociais, as irregularidades do culto e dos tribunais da justiça. As mesmas mazelas que advieram nos tempos dos profetas, continuam acontecendo atualmente. No palco, mudaram só os atores, mas a cena permanece a mesma.

Os profetas não participavam de nenhum tipo de “esquema político ou religioso”. Assim, podiam falar com autoridade. Eles denunciaram os magistrados civis e os líderes políticos que tinham pervertido o juízo (Mq 3. 1-3)), condenaram a luxúria conseguida à custa da opressão (Am 2.6-8; Os 4. 1,11-13; 6.8) exortaram os líderes religiosos (Sf 3.4; Ml 1.6) e censuraram a prostituição, a soberba e a vaidade (Os 5.4,5,11).

Todas as grandes sanções disciplinares de Deus para o seu povo foram anunciadas previamente pelos profetas, e Deus concedia a oportunidade de arrependimento para a retirada do juízo.

CONCLUSÃO
Os Profetas Menores foram homens chamados por Deus para anunciar a mensagem divina em tempos de adversidades. Eles foram audaciosos e fiéis a missão que receberam. Deus continua a chamar e capacitar pessoas tementes e fiéis para proclamar a Sua mensagem. Assim, como os profetas, devemos ser zelosos e fiéis em nosso compromisso com Deus. 

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição Revista e Corrigida, tradução de João Ferreira de Almeida, CPAD, 2008.
Bíblia de Estudo MacArthur. Edição Revista e Atualizada, Tradução João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: SSB, 2013.
Revista Betel Dominical, adultos, 3º Trimestre de 2023, ano 33, nº 128. Profetas menores - do Antigo Testamento – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. Lição 1 – Mensagens proféticas – Deus continua falando.
Revista CPAD - Jovens. 3° Trimestre de 2021- Tema: O cuidado de Deus com o Corpo de Cristo – Lições da Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios para os nossos Dias - Lição 01: Profetas Menores: Grandes Mensagens em Pequenos Textos.

Comentário adicional – Evangelista Ancelmo Barros de Carvalho. Servo do Senhor Jesus.