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 ABRAÃO E A PROVA DE FÉ

Lição 7 – 14 de maio de 2023

TEXTO ÁUREO
"E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho." Gênesis 22.8a 

VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo, enquanto neste mundo, vamos passar por diversas provações que contribuem para nosso aperfeiçoamento e fortalecimento.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar sobre a aprovação de Deus a Abraão;
Mostrar a obediência de Abraão a Deus;
Explicar que a providência de Deus aponta para Cristo. 

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 22
2. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3. Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendem lenha para o holocausto, e levantou-se e foi ao lugar que Deus lhe dissera.
4. Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o julgar de longe.
5. E disse Abraão e seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o seu moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós. 

COMENTÁRIOS ADICIONAIS 

INTRODUÇÃO
O ouro, quando encontrado na natureza, contém vários materiais misturados. Para extrair a parte mais valiosa, no caso o ouro, o material passam por várias etapas. Com o propósito de entendermos a forma como Deus trabalha em nossas vidas, o processo de aperfeiçoamento do cristão, é comparado à purificação do ouro. Retirando-se o que não serve, ficando o que há de mais valioso. O ouro e a prata são provados pelo fogo, mas é o SENHOR que revela quem as pessoas realmente são, Provérbios 17:3. Nesta lição iremos estudar a história de Abraão. Homem que teve sua fé provada e aperfeiçoada, desde o primeiro chamado de Deus.

1. A PROVAÇÃO
Provação é o ato ou efeito de provar, de testar algo. Em muitas situações a provação requer renúncia. Renunciar é abrir mão de um direito. O Jejum, por exemplo, é uma renúncia de algo que teria direito, com o objetivo de aperfeiçoar e pôr em provação o domínio próprio. Deus prometeu a Abraão, que seria pai de muitas nações. Gênesis 17:4. Em Hebreu 6:15, nos ensina que Abraão não apenas esperou, mas esperou com paciência. E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa. O tempo se passa, ele e sua esposa envelhecem ao ponto de, apenas por um milagre de Deus, ser possível terem descendentes. A Promessa é cumprida. O filho, Isaque, concedido a Abraão. Deus, então, o convoca para o sacrifício. Renunciar, abrir de um direito, seu filho em prova do amor a Deus, Gênesis 22:2. Abrir mão de algo que nos faz mal já é difícil. “Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço” Romanos 7:19. Abraão subiu mais um degrau. A provação deu-se em algo que era seu direito, o cumprimento da Promessa de Deus. “E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.” Hebreus 6.15.

1.1- Recebido por milagre, entregue pela fé
Deus sabe de todas as coisas, é onisciente. Então porque nos provar, se sabe o resultado? Notamos que a prova não é para Deus, mas sim para nós. De como está nossa fé frente às tribulações. Deus nos conhece e sabe nossas fraquezas. Ou seja, sabe exatamente onde devemos melhorar.” Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” 1 Coríntios 10:13.  Você já passou por situações e pensou: Deus já me deu vitória em outra situação mais difícil, nessa Ele também estará comigo! Deus nos prova para que possamos crescer. No entanto, o inimigo nos tenta para nossa destruição. Isso fica claro na história de Jó. Homem que perdeu bens, saúde, família e amigos. Mas continuou firme em Deus, aguardando sua provisão. No diálogo entre Deus e Satanás percebe-se que, ao receber a permissão de Deus, a intenção do inimigo é provar que Jó só amava a Deus, porque tudo estava indo bem em sua vida. Lançando as provações para fazer com que renunciasse sua fé. Deus, no entanto, conhece seu servo e por isso permitiu a provação. Não para obter provas para si, da fé de Jó. Mas para mostrar a Jó o Deus fiel em quem serve.

1.2- A quem amas
Ao tentar descrever o amor de Deus para nós, devido à nossa limitação de entendimento, sempre é comparado ao amor presente em uma família. Por exemplo, A Igreja é a noiva de Cristo, que o espera ansiosamente. “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. Apocalipse 19:7. A relação entre nós e Deus, ensinada por Jesus, é entre Pai e filho. “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.” Mateus 23:9. A relação também se inverte, ensinando que o amor de Deus por nós, deve ser exercido dentro da família. O amor do marido pela esposa deve ser semelhante ao amor de Cristo pela Igreja. “Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela.” Efésios 5:25. Diante disso, concluímos quão importante é a família para Deus. Quanto mais próximo de Deus e seguindo seus ensinamentos, maior valor damos à família. É em meio a tudo isso que Abraão é convocado a sacrificar seu filho, a resposta da Promessa de vários anos, em amor a Deus. 

1.3- Amarás o Senhor, teu Deus, acima de todas as coisas
Ao ser perguntado qual seria o mandamento mais importante, Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 22:37-39. O Amor de Abraão foi provado ao extremo. Colocado de um lado o amor de um pai para o filho, ou seja amor de Abraão para com Isaque e do outro lado, o amor Abraão a Deus. O mandamento diz: acima de todas as coisas. Ou seja, não há exceção. Uma prova de mais alto nível. No entanto, não foi a primeira provação de Abraão. Ele teve que sair do conforto de sua família, Gênesis 12; Teve que se despedir de seu filho Ismael, Gênesis 21.9; “Esperou com paciência a concretização da promessa” Hebreu 6:15. Percebemos que a caminhada com Deus deve ser de progresso e tem suas etapas. As provações foram se acumulando, provando a Abraão o valor de sua fé em Deus. Ao chegar na grande prova, sacrifício do seu filho, Abraão tinha confiança que Deus iria prover e sua história, sua descendência não acabaria ali. 

2. A OBEDIÊNCIA
Obediência significa estar sob o comando de alguém ou submeter-se à sua vontade. A Bíblia nos convoca a ser diligentes no estudo e principalmente na aplicação dos seus ensinamentos. “Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti.” Salmos 119:11. A Obediência é uma prova de amor. “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” João 14:15.

2.1- Uma pronta obediência
Quando eu tiver tempo vou ajudar algum departamento na Igreja; Quando tiver dinheiro, vou ajudar famílias com necessidade; Quando tiver tempo vou orar mais e ler a Bíblia. Você já se pegou pensando assim? Cada pessoa tem suas lutas e dificuldades e sabe até onde pode contribuir com a obra de Deus. Mas é importante refletir, se essas respostas acima realmente são obstáculos ou são justificativas para “fazer depois”. “A alma do preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos diligentes se farta.” Provérbios 13:4. Assim como Pedro e André atenderam ao chamado de Cristo no mesmo instante: “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no.” Mateus 4:19,20. Abraão, em meio à sua maior provação, atendeu prontamente ao chamado de Deus, não deixando para mais tarde. Gênesis. 22.3. 

2.2- Uma obediência cheia de esperança
Obedecer envolve confiar, mesmo que a solução proposta não seja a mais fácil. Deus solicita o sacrifício a Abraão. Um pedido alto, mas para um servo que Deus conhecia que cumpriria seu chamado. Embora não fizesse sentido para Abraão. Depois de sair do aconchego de sua família, confiar e aguardar anos para cumprimento da promessa. Deus solicita para si, como forma de sacrifício, a concretização da promessa. Tão logo, Abraão o atende, não havendo no texto bíblico registro de negociação. Como aconteceu, por exemplo, anteriormente, quando Abraão intercede por Sodoma, por causa de seu sobrinho Ló. Então Abraão disse ainda: “...Não te ires, Senhor, mas permite-me falar só mais uma vez. E se apenas dez forem encontrados? Ele respondeu: Por amor aos dez não a destruirei. Tendo acabado de falar com Abraão, o Senhor partiu, e Abraão voltou para casa” Gênesis 18:17-33. Tudo isso, demonstrando confiança no Deus que pode todas as coisas. Mas o Senhor disse a Abraão: “Por que Sara riu e disse: Poderei realmente dar à luz, agora que sou idosa? Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera volta­rei a você, e Sara terá um filho.” Gênesis 18:13-14. 

2.3- Uma obediência dolorosa
Cumprir os propósitos de Deus na nossa vida, nem sempre é conquistado com uma caminhada agradável. “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” João 16:33. Na nossa jornada, a saúde pode ser afetada, a perda de um ente familiar ou dificuldade financeira. Seguir o caminho da obediência pode nos levar ao caminho mais difícil, um caminho que deixa marcas. O final da provação de Abraão foi abençoado, mas até chegar ao momento que Deus pede que não pratique o sacrifício, ele não sabia o que aconteceria e a ordem era sacrificar o filho. Embora seja duro, doloroso o caminho da obediência, Abraão nos ensina que confiar em Deus vale qualquer sacrifício. “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá.” Salmos 37:5.

3. A PROVIDÊNCIA
Providência significa ter, previamente, os meios necessários para atingir um objetivo. E quem melhor do que Deus, que não está preso ao tempo, sabe exatamente do que precisamos. “Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.” Salmos 121:1,2. Em tempos difíceis ou tranquilos Deus sempre tem a solução adequada para nós. Isso porque Ele conhece o que está por vir, sabendo o que é necessário para passar pela provação. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Apocalipse 1:8 

3.1- A providência provisória
A confiança de Abraão em Deus era tão grande, que quando perguntado por Isaque o que seria sacrificado, ele responde: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.” Gênesis 22:8. Antes disso, Abraão informa a seus ajudantes que ele e seu filho subiriam ao monte para sacrificar e depois os dois retornariam. “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós.” Gênesis 22:5. A confiança em Deus foi trabalhada por anos e em diversas situações, que Abraão tinha esperança que de alguma forma a promessa não acabaria naquele monte. E realmente as palavras de Abraão a seu filho sobre o cordeiro concretizam-se. “Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.” Gênesis 22:13 

3.2- A providência definitiva
O pai que sacrifica seu filho: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16. Isaque, assim como Jesus, o filho obediente, que cumpre o que seu pai solicita: Dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.” Lucas 22:42. A provação de Abraão e Isaque aponta para Cristo. No entanto, com duas diferenças. No momento do sacrifício, Isaque simboliza aqueles creem em Jesus e foram substituídos por Ele no sacrifício. Pois Jesus é o único que pode tirar o pecado do mundo. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. A segunda diferença, o sacrifício foi completo e a salvação foi dada pela graça, tudo está pago! Tendo-o provado, Jesus disse: "Está consumado!" Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito. João 19:30 

3.3- A ressurreição do filho sacrificado
Pelo sacrifício de Cristo na cruz, hoje somos livres. O caminho para salvação está pavimentado e definido, crer em Cristo como único salvador. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” João 14:6. Porque o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele. Isaías 53:5. Foi morto por causa dos nossos pecados, mas venceu a morte. Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse. Atos dos Apóstolos 2:24. A vida de Abraão mais uma vez aponta para Cristo. Seu filho sobe ao monte para o sacrifício, o mesmo é realizado e seu filho retorno com vida. 

CONCLUSÃO
De onde vem as provações? Difícil responder essa questão. Seria de Deus para nos aperfeiçoar? Do inimigo para nos derrubar? Ou simplesmente a lei da colheita, onde foi plantado o que não deveria e está colhendo dificuldade? A história de Abraão nos mostra que Deus nos aperfeiçoa através do chamado para a obediência. Em outra passagem bíblica, após permissão de Deus, Jó foi provado pelo inimigo e levado ao extremo no aperfeiçoamento de sua fé. Já Davi, ao plantar adultério com a Mulher de Urias, colheu grande confusão em sua família. Mais importante do que saber de onde vem a provação, é estar debaixo dos mandamentos de Deus. Se foi Deus, se foi o inimigo ou se foi a colheita de um erro, Deus está de braços abertos para nos ensinar e aperfeiçoar nossa fé em qualquer situação. Até mesmo uma doença pode ser utilizada para a glória de Deus. “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestassem nele as obras de Deus.” João 9:1-3 

Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Nova Almeida Atualizada
Dicionário Michaelis
► Revista Betel Dominical, adultos, 2º Trimestre de 2023, ano 33, nº 127. Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus. Lição 7 – Abraão e a prova de fé. 

Comentário adicional – Jhonatan Gonçalves - Aluno da EBD

 

 

 

 

 

A BÊNÇÃO DE ABRAÃO CHEGA A TODOS POR JESUS CRISTO

Lição 6 – 7 de maio de 2023

TEXTO ÁUREO
“De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gálatas 3.9

VERDADE APLICADA
Nosso passado não define o nosso futuro quando Deus intervém em nossa história.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o chamado de Abraão;
Mostrar que o chamado de Abraão aponta para Cristo;
Destacar que a fé foi a resposta de Abraão a Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 12
1. Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4. Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.

INTRODUÇÃO
Quando Deus escolheu Abraão e sua família para serem os portadores da promessa e a família de quem nasceria o Salvador, Deus os designava como sua nação escolhida. Todos os que creem, como Abraão acreditou, são feitos participantes das bênçãos de Abraão. O ponto a ser observado na passagem é que Deus prometeu abençoar “todas as nações” ou “famílias da terra” (judeus e gentios igualmente) “mediante a fé”, ou sobre o princípio da fé. A fé é a única maneira de pessoas serem abençoadas por Deus, sejam israelitas, gentios ou cristãos.

PORQUE TODOS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉ EM CRISTO JESUS. GÁLATAS 3.26.

DEFINIÇÃO

A palavra fé tem origem no grego "pistia" que indica a noção de acreditar e no latim "fides", que remete para uma atitude de fidelidade.

Confiança absoluta (em alguém ou em algo). Fé é uma palavra que significa "confiança", "crença", "credibilidade".  A fé é um sentimento total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa. A fé cristã implica crer na Bíblia Sagrada, na palavra de Deus, e em todos os ensinamentos pregados por Jesus Cristo, o enviado de Deus. Na Bíblia há inúmeras referências ao comportamento do cristão que age com fé. Uma das frases sobre o tema afirma que "a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem". (Hebreus 11:1)

1. O CHAMADO DE ABRAÃO
O chamado de Abraão aparece no início da história bíblica [GN 12]. As antigas promessas de Deus feitas a ele atravessam a história, se cumprem em Cristo e abençoam hoje todo aquele que nele crê [Gl 3.9,14].

“E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gênesis 12.3.

1.1- Tirado da idolatria
Quão maravilhosa é a misericórdia e a soberania de Deus. Qual não seria o destino de Abrão se não obedecesse ao chamado de Deus? Criado e cercado pela idolatria, não podemos deduzir outro destino senão as mesmas tradições idólatras dos seus pais [Gn 11.27-32; Js 24.2-3]. Deus, porém, chama a Abrão sem lhe mostrar antecedentes, como repetidamente faz depois dos patriarcas quando diz: eu sou o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Abrão que por toda a sua vida só conheceu falsos deuses, ouviu o chamado específico do único e verdadeiro Deus, e, sem titubear, aceita obedientemente o chamado [Gn 12.1-4]. Em Josué 24.3 Deus diz: “Eu, porém tomei a Abraão…e o fiz andar por toda terra de Canaã”. Glória seja dada a Deus que nos livra dos nossos deuses e nos conduz a ele.

Comentário adicional
A Bíblia nos mostra Deus convocando a Abraão para que ele saísse do meio daquele cenário de paganismo. Ele deveria deixar sua parentela e partir para uma terra prometida pelo próprio Deus. Inicialmente Abraão se chamava “Abrão”, que significa “pai exaltado” ou “grande pai”. Em Gênesis 17 o nome do então Abrão, é mudado para Abraão, dando maior ênfase à ideia de exaltação, significando “pai de muitos” ou “pai de uma multidão”. Abrão não teve referências, mas pela fé acreditou, ele foi e continua sendo referência para todos os cristãos.

Ora, não foi Abraão, nosso pai na fé, justificado por obras, quando ofereceu seu próprio filho Isaque sobre o altar? (Tiago 2:21)

O Senhor também nos chamou através de Jesus e transformou o rumo das nossas vidas, outrora caminhávamos rumo para o inferno. É desejo do Senhor que eu e você de alguma forma, também sejamos referência para outros, pois disse Jesus para sermos sal da terra e luz no mundo. Mateus 5:13-14.

Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2:9).

1.2- Escolhido para ser abençoado
É muito importante notar que Deus não diz a Abraão que caso ele vivesse em justiça Deus o abençoaria. Deus o escolhe e promete abençoá-lo [Gn 12.2-3]. As razões tanto para o chamado como as bênçãos de Deus na vida de Abraão tinham a ver com Deus mais do que com Abraão. Isso não significa que Abraão não precisaria viver uma vida de obediência [Gn 12.4]. Mas foi a fé na bênção prometida que gerou a obediência e não o contrário. O poder para viver uma vida que agrada a Deus vem de sabermos e cremos que, em Abraão e em Cristo, seu descendente central, Deus nos abençoou ricamente em Cristo [Gl 3.8; Rm 4.16].

Comentário adicional
Em muitos momentos não entendemos o porquê Jesus nos ama de forma incondicional e que os desertos e vales que atravessamos é uma preparação para uma missão que Jesus nos convocou.  Ele os chamou para isso por meio de nosso Evangelho, a fim de tomarem posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo (2 tessalonicenses 2:14).

Deus através de Jesus nos abençoa, para sermos canal de bênção. Ele sempre tem um propósito que vai além do que imaginamos. O Senhor conta conosco para abençoarmos esta terra de horror, vivendo e testemunhando um Evangelho de boas novas. Como filhos de Deus temos direitos e deveres, pense nisso!

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro. Jeremias 29:11.

1.3- Chamado para um propósito
O chamado de Deus a Abraão tinha um propósito maior do que Abraão. Deus abençoaria todas as famílias da terra [Gn 12.3]. Todo chamado de Deus para nós é assim. Nunca tem a ver apenas com a gente. Sempre tem propósitos maiores do que a gente, que afetará a vida de muitas pessoas e renderá muita honra para a glória de Deus. Devemos sempre nos lembrar disso quando nos sentirmos desanimados diante dos desafios do nosso chamado. Deixar suas raízes e convívio familiar é um desafio gigantesco para qualquer um. Mas quando entendemos que o chamado de Deus é para algo maior do que a gente, nossa vida se enche de propósito e significância.

Comentário adicional
O que dizer de José no Egito, ele sabia que tudo que ele viveu e estava vivendo tinha um propósito muito maior. “Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.” Gênesis 45.7). As escolhas que fazemos impactam as nossas vidas e as que estão ao nosso redor, esposa, filhos, parentes e vizinhos etc. Se escolhemos obedecer a Cristo, Ele cuidará. Lembrem-se na vida dos Cristãos não existe coincidências e nada é por caso, tudo é Deus para ele e por ele e eternamente, amém!.

2- DE ABRAÃO PARA CRISTO
O chamado de Abraão apontava para Cristo. Paulo explica isso em Gálatas e Romanos de forma clara e ampla.

2.1- As bênçãos em Cristo
A última parte das promessas de Gênesis 12.3 diz que através do descendente de Abraão, que viria por Israel, Deus abençoaria todas as famílias da terra [Gn 12.3]. Paulo nos dá a interpretação precisa desta promessa em Gálatas 3.16: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: e às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo”. Toda a trajetória então que Deus conduzirá não só Abraão, mas também seu descendente ao longo da história bíblica culminará em Cristo.

Comentário adicional
Abraão nosso pai na fé, fazia parte do plano de Deus desde antes da fundação do mundo para salvação da humanidade. Através da vida de Abraão, Deus revelou seu plano de escolher e fazer aliança com o seu povo por meio dEle, e que seriam abençoadas todas as nações da terra e de sua descendência viria o Messias, Jesus Cristo.

Abraão confiou em Deus e então agora é conhecido como o pai do povo escolhido de Deus. A fé de Abraão é o modelo de fé que devemos ter (Romanos 4:3-11). Por ter tamanha fé ele está presente na galeria dos heróis na fé (Hebreus 11:8-19). Em Gênesis 22 Deus prova Abraão e chama Abraão que prontamente respondeu: “eis-me aqui!” (Gênesis 22:1). O Senhor ordenou que Abraão tomasse Isaque, seu único filho, e o oferecesse em holocausto em um dos montes da terra de Moriá (Gênesis 22:2). Abraão não questionou com o Senhor. Ele ouviu a divina ordem e imediatamente obedeceu. Ele se levantou de madrugada, se preparou tomou Isaque e seus servos e partiu para Moriá para o sacrifício (Gênesis 22:3). Porém Deus era com Abraão e providenciou um carneiro que para substituir Isaque (Gênesis 22:13), que significaria o   sacrifício expiatório de Jesus na Cruz. No Moriá um cordeiro substituiu Isaque e foi queimado em holocausto. Mas no calvário ninguém pôde substituir o Cordeiro de Deus que morreu em nosso lugar.

2.2- Cristo para as nações
Precisamos também perceber algo que os descendentes naturais de Abraão não entenderam. Que as bênçãos de Deus que nascem no patriarca e culminam em Cristo, não estavam restritas apenas a Israel. Na promessa “em ti serão benditas todas as famílias da terra” [Gn 12.3]. Veja, não só a família de Israel [Gn 18.18; 26.4; Sl 72.17; Gl 3.8]. Deus sempre deixou isso claro ao longo de todo o Antigo Testamento [Gn 14.18; Êx 12.48-49]. Mas Israel, em razão do seu orgulho racial, sempre viu os gentios como excluídos da graça de Deus. Foi exatamente por isso que Israel fracassou em sua missão no mundo. O livro de Jonas foi escrito para demonstrar este fracasso missional de israel.

Comentário adicional
Abraão creu em Deus, mesmo contra circunstâncias impossíveis. Sua fé lhe valeu como justiça; ele foi salvo pela fé. Sua família foi abençoada por Deus e, muito tempo depois, um de seus descendentes, Jesus, cumpriu a promessa e abençoou o mundo inteiro, morrendo e ressuscitando por nossos pecados. A Bíblia explica que todos que creem em Jesus se tornam parte da verdadeira família de Abraão. As bênçãos que Deus prometeu a Abraão são para nós também, por meio da fé (Gálatas 3:6-7). A vida de Abraão é um bom exemplo de como podemos confiar em Deus em todas as circunstâncias. As vezes agimos como os Israel e como Jonas, somos egoístas e achamos que a salvação e as bênçãos do Senhor são exclusivas para nós e somente nós somos merecedores e, ás vezes queremos decidir quem merece a salvação e as misericórdias do Senhor e esquecemos o que disse Jesus bem claro em de João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

2.3- Uma mesa abundante
O Novo Testamento nos fala da história da mulher cananéia, que implora a Cristo que venha acudir sua filha que está sofrendo com uma possessão demoníaca. Como Cristo não a atende e ela não para de clamar, os discípulos sugerem a Cristo que resolva logo o problema dela para serem deixados em paz. Cristo responde: “deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” [Mc 7.27]. Os filhos neste caso era Israel. E cristo não diz “apenas eles”. Ele diz “primeiro” eles. A mulher humildemente entende, mas responde que as bênçãos de Deus sobre Israel em Cristo são tão fartas que abençoariam também os gentios. Cristo se alegrou com este discernimento e a abençoou [Mc 7.29].

Comentário adicional
Em Marcos 7.27 o mestre não queria ofender aquela senhora com essa metáfora. Na verdade, Ele estava provando a fé dela. Mateus descreve a reação de Cristo ao responder-lhe assim: “Oh mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.” (Mt 15.28). Ela aceitou a prioridade dos judeus na missão de Jesus, mas ressaltou que os privilégios de Israel não excluíam os gentios de aproveitar a abundância excedente. Outro ponto para observar e para aplicarmos na nossa vida é que o Senhor tem nos dado o pão da vida e muitas das vezes temos negligenciado o chamado do Senhor com coisas tão pequenas desculpas, murmurando e desperdiçando o pão e as bênçãos, sendo que, existem muitos que estão com fome e cegos espiritualmente e acorrentados no pecado necessitando de ao menos a migalhas desse mesmo pão que temos desperdiçado que é a Palavra de Deus. Que possamos surpreender a Jesus com nossa fé, assim como aquela mulher.

3. A RESPOSTA DE ABRAÃO: A FÉ
Deus aparece a Abraão mais uma vez, e para lhe encorajar, reafirma a Sua promessa de fazer dele uma grande nação, do qual viria o Cristo que abençoaria todos os povos.

3.1- O que justificou Abraão é o que nos justifica hoje
A preocupação de Abrão é que sua idade se avança, e até o momento Deus não lhe havia dado um filho [Gn 15.1-3]. Como sua esposa Sara era estéril [Gn 11.30], Abrão deduz que a única forma dele ter um herdeiro seria por meio de um servo. Deus reafirma que não! De forma milagrosa, as limitações do ventre estéril de Sara e a velhice de Abrão seriam vencidas. Abrão creu em Deus, e Deus o justificou por esta confiança [Gn 15.4-6; Rm 4.3-6]. A primeira resposta nossa que Deus espera das promessas é a fé. A fé que move à obediência e relacionamento com Deus, por intermédio de Jesus Cristo [Gl 3.6-14].

Comentário adicional
A fé de Abraão em Deus foi testada, quando Abraão saiu de Harã em obediência à ordem do Senhor, também teve de lidar com o desafio da impossibilidade. Ele já era um homem idoso e marido de uma mulher estéril e Abraão não vacilou em sua fé, e Deus cumpriu Sua promessa (Romanos 4:20). Sara deu à luz um menino, e eles nomearam seu filho Isaque, como Deus os instruiu. Aos olhos humanos e da ciência seria impossível eles terem filhos. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” 1 Coríntios 1:2.

E pela fé receberam a virtude e Sara concebeu, e deu à luz já fora da idade; porquanto Abraão confiou nas promessas de Deus que o direcionou por toda sua vida e a medida que o Senhor falava com ele sua fé era alimentada e mais confiante se tornava. Há uma promessa do senhor para nossas vidas. A contrapartida de Abraão foi a fé e o Senhor espera de nós a mesma coisa. Talvez o Senhor te tenha prometido algo que na concepção humana é impossível, mas qual tem sido a sua contrapartida? Pense nisso!

3.2- Uma mulher de fé ao lado
Costumamos destacar a resposta de fé de Abraão, muitas vezes esquecendo de fazer a mesma coisa com Sara, sua mulher. Nós conhecemos muitos relatos bíblicos onde mulheres foram a causa da queda do marido por não partilhar da mesma fé. Mas aqui temos um exemplo de unidade de fé em um casal escolhido por Deus para viver e fazer coisas grandiosas. Afinal de contas, as bênçãos e promessas de Deus a Abraão também foram destinadas a Sara. Seu marido velho e ela com o ventre estéril apresentavam à promessa algo impossível. Porém Hebreus 11.11 diz que Sara: “teve por fiel aquele que lhe tinha prometido”. A fé que gerou Isaque também foi dela. Como é importante para o homem de Deus ter ao seu lado uma mulher de fé!

Comentário adicional
Sara não estava acostumada com a vida na estrada; tinha mais de 60 anos e teve que se habituar com a nova vida, saindo da segurança que ela tinha de estar com os parentes em sua terra. E Sara aceitou a decisão de seu marido e o acompanhou, passando a viver em tendas para o resto de sua vida. A promessa era que Sara daria à luz ao menino que isso caracterizaria o início de uma grande nação e ela seria mãe de nações (Gênesis 17:15,16) em ação, que ela seguiu a jornada pela fé, pois, conhecia quem tinha feito a promessa. E por causa da sua fé e obediência, Sara se torna uma heroína na fé, portanto, referência para as mulheres de todos os tempos. (1 Pedro 3.6). Destaco aqui que a salvação é individual, mas é fundamental para o casal viver as promessas de Deus juntos e os sonhos um do outro, porque as escolhas certas ou erradas recaem sobre a vida de toda família. Se a contrapartida do casal for harmônica o nome do Senhor será glorificado no céu e na terra.

3.3- Abençoados com Abraão
Temos o hábito de chamar Abraão de pai da fé. Isso não significa que devemos apenas nos espelhar em Abraão e tê-lo como modelo. Significa que a escolha e o chamado de Deus a Abraão são a demonstração de que Deus está trabalhando para cumprir sua promessa de redenção através da semente da mulher [Gn 3.15]. Bíblia de Estudo Defesa da Fé – CPAD, p. 27 – sobre Gênesis 12.3: É uma promessa geral e continuada. Atos 3.25 e Gálatas 3.8 indicam que todas as famílias da terra são abençoadas na disponibilidade da salvação, por Jesus Cristo, e Gálatas 6.16 se refere à igreja como “o Israel de Deus”, por cujo intermédio, por consequência, essa bênção é expandida”.

Comentário adicional
Os nossos pecados nos separam de Deus (Is 59.2). Imagine essa separação como um abismo. Qual seria a sua profundidade? Mas lembre-se não só dos nossos pecados, mas também de quem ofendemos, e principalmente de um Deus eterno, santo e infinito. Portanto, os efeitos dos nossos pecados e ofensas são de proporções catastróficas. O abismo de culpa é infinito, porém, podemos fazer, a contrapartida, assim como Abraão acreditou e obedeceu em Deus, acreditar em Deus e tomar a melhor decisão que o ser humano pode fazer e aceita a Jesus Cristo o que preenche o abismo da nossas vidas e nos justifica de todos pecados e que morreu na cruz do calvário por todos sem exceção a quem o aceitá-lo (João 3.17), nos ofertando o que é mais precioso, a salvação eterna. Se os irmãos me permitirem e me perdoarem queria usar a oportunidade e fazer uma comparação simples, no jogo da vida já começamos tomando uma goleada, Mas Deus, o técnico da nossa vida, o que tira e coloca, tinha um plano antes mesmo do jogo começar, para mudar partida, digo nossas vidas, e colocar em campo o maior artilheiro de todos os tempos e que nunca perde uma partida, o único que muda o placar das nossas vidas e nos faz campeão na eternidade. É Jesus o que muda cenários desfavoráveis e muda a história dos que acreditam e obedecem, assim como Abraão o fez.

CONCLUSÃO
A fé genuína nasce em nosso coração a partir do anúncio do Evangelho, como dádiva de Deus. Mas esta fé, ainda que verdadeira, passa por provas de fogo enquanto estamos peregrinando neste mundo. Isso veremos na próxima lição.

Comentário adicional
Abraão ouviu a voz de Deus e decidiu obedecê-lo, que nós possamos também ouvir a voz de Deus através da Sua poderosa palavra e sermos referência para humanidade e compartilharmos as promessas de Deus para nossas vidas e família com outras vidas e famílias.

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” Romanos 10:17

Referências bibliográficas
Bíblia do obreiro almeida atualizada
Bíblia online
► Revista Betel Dominical, adultos, 2º Trimestre de 2023, ano 33, nº 127. Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus. Lição 6 – A bênção de Abraão chega a todos por Jesus Cristo.

Comentário adicional – Diácono Wagner Delfino – Servo do Senhor Jesus.

 

 

 

 

 A NECESSIDADE DA RECONEXÃO ENTRE O SER HUMANO E SEU CRIADOR

Lição 5 – 30 de abril de 2023

TEXTO ÁUREO
“E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração”. Jeremias 29.13

VERDADE APLICADA
Ao longo das Escrituras vemos Deus se revelando e chamando o ser humano ao arrependimento, visando a restauração da comunhão com Ele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Mostrar a busca do homem para se reatar com Deus;
Destacar que o homem não vive bem longe de Deus;
Ressaltar que Deus provê os caminhos de volta para Ele.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESES 4
1. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão.
2. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
25. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
26. E a Sete mesmo também nasceu um filho, e chamou o seu nome Enos. Então se começou a invocar o nome do Senhor.

COMENTÁRIO ADICIONAL

INTRODUÇÃO 
Mesmo depois de o homem ter caído, Deus, pelo seu infinito amor, resolveu não nos abandonar e passou a colaborar com aqueles que, de acordo com Sua vontade, desejaram retornar a desfrutar da presença do Deus que os criou. Assim, como prometeu a Adão que “o filho do homem iria pisar a cabeça da serpente”, trabalhou em todo Antigo Testamento, para revelar o projeto de Salvação que culminou com o envio de Seu único Filho para morrer em nosso lugar salvando, inclusive, os antigos que morreram crendo. Discorreremos nesta lição, algumas da ações de Deus e dos homens, objetivando a comunhão com Deus, onde vemos que todas as atitudes humanas, deram em nada e até os distanciaram ainda mais de Deus.      
   
1. O DESENVOLMENTO DA RELIGÃO
O desenvolvimento da religião se dá após a queda do homem, quando este criou várias tentativas de reaproximá-lo do Deus criador, onde buscou-se, por muitos meios, essa reaproximação, onde vemos narrada essa tentativa, ainda no livro do Gênesis. (Gn 11.1-9).    
   
1.1- Acesso negado
Uma das primeiras atitudes de Deus, após repreender os atores da queda do homem, foi expulsá-los e fechar o acesso ao jardim. Pois lá se encontrava a árvore da vida (que garantia ao homem a vida eterna). Deus expulsou adão e Eva de lá e, ainda ordenou que Querubins guardasse sua entrada, proibindo total acesso a esse jardim o qual, posteriormente, desapareceu da Terra. Devido ao pecado cometido, o primeiro casal foi expulso do jardim do Éden, afastado de Deus e da árvore da vida para morrer mais rápido, Adão e Eva tiveram sua escolha, e decidiram não obedecer a Deus. Devido a essa decisão errada, o mundo nunca mais foi o mesmo!

1.2- Sinais de misericórdia
A imagem da qual fomos primeiramente criados está corrompida, e agora erramos o alvo em se tratando de ações morais. Mas Deus não nos deixou em nossa impotência. Ele teve um plano de nos resgatar, e é por isso que o Evangelho literalmente significa ‘Boas Novas’ – pois este plano é as boas novas que Ele nos salva. Deus não esperou até Abraão para anunciar estas notícias; Adão e Eva tiveram Caim que significa “possessão”; quem sabe se ela pensou que fosse a semente prometida?". Havia em Eva uma expectativa, uma esperança sobre a semente que viria dela, talvez tenha pensado que Caim fosse a semente prometida, era o seu primogênito do Senhor. Depois teve a Abel que significa “vaidade, visto que sua expectativa de ter gerado a semente prometida, ela havia depositada mais em Caim. Ambos foram criados no temor do Senhor, aparentemente, desde pequenos foram ensinados por seus pais a adorarem a Deus através do sacrifícios. Porém, Caim contaminado pela inveja matou seu irmão Abel e teve que fugir da presença do Senhor. Em seguida, “Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque disse ela, Deus me concebeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou" (Gn 4.25). Deus pela sua misericórdia deu a Eva outro filho em lugar de Abel; através dessa semente viria a geração do Salvador da humanidade. Segundo BEACON: "O rapaz que substituiu o Abel assassinado recebeu o nome bem adequado Sete significa "designado ou colocado", o que indicava a misericórdia de Deus. Ele deu a Adão e Eva um filho que preservaria a fé no único Deus verdadeiro. Foi nesta família que o fogo da verdadeira adoração foi luminosamente mantido aceso. Aqui a piedade era possível entre os homens."

1.3- Um “amor” por Deus sem amor pelo próximo
Os dois principais mandamentos, os quais são o guarda-chuva dos demais, conforme Jesus ensinou são: “amarás ao Senhor acima de todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”. Assim, falar que ama a Deus, mas odiar ao próximo, torna-se uma incoerência gigantesca. Caim abraçou mais a religiosidade do que demonstrou amor a Deus. Observe que a atitude inicial de Caim após a sua rejeição e de sua oferta demonstrou o que de verdade ele tinha em seu coração: “…Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante” (Gênesis 4:5). Ele não amava a Deus com profundidade! Poderíamos compará-lo àqueles religiosos fariseus que apenas acham que adoram a Deus externamente, mas seus corações estão distantes do Pai. Ele levou uma oferta compatível com seu mal coração, só para cumprir um “ritual”. Observe que Caim se irou, permitiu que a ira mudasse até o seu rosto, matou seu irmão cruelmente, uma demonstração clara de que, ao não ter amor a Deus, automaticamente, não amava seu irmão ou qualquer outro familiar. E, ainda foi malcriado com Deus, quanto Ele pergunta onde estava o irmão.

2. UM NASCIMENTO DA ESPERANÇA
Depois da tragédia do primeiro homicídio, em que Caim mata Abel e é expulso do Éden, o texto bíblico diz que Eva voltou a engravidar e deu à luz a Sete, que na linhagem piedosa substituiu Abel (Gênesis 4:1-25). Em seguida, a Bíblia diz que Sete teve um filho, o qual chamou Enos, e daí se começou a invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:26), trazendo nova esperança para a humanidade se voltar para Deus.

2.1- O início da adoração comunitária
Logo após a morte de Abel, Deus consolou o coração de seus pais Adão e Eva dando-lhes outro filho semelhante a Abel, ao qual deram o nome de Sete. A raiz hebraica deste nome significa “renovo”, “rebento”. Sete foi o renovo da fé em Deus e da esperança do bem novamente habitando o coração humano, trazendo-o mais perto do bondoso Criador. “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor” (Gn 4.26). Invocar o nome do Senhor é reconhecer Nele o Criador de todos os homens, o Salvador e Redentor do pecador. Invocar o nome do Senhor é saber que só Ele é Deus, que pode abençoar e perdoar os que são Seus. Invocá-lo é conhecê-lo. É reconhecê-lo como Deus Único e suficiente, dono e soberano da Terra e dos céus, O Senhor da eternidade, que opera em fidelidade. Enos nasceu em um momento muito especial, quando se formava na sociedade humana uma distinção muito nítida entre os filhos de Deus, descendentes de Sete, e os filhos dos homens, descendentes de Caim. A escolha dos Princípios Morais de cada uma dessas linhas hereditárias era clara: Havia uma diferença capital entre duas descendências. Quanto aos descendentes de Sete, o registro bíblico informa que após o nascimento de Enos, “daí se começou a invocar o Nome do SENHOR”.

2.2- Andar com Deus
Da descendência de Enos veio Enoque, que buscou a Deus tão intensamente e com tanta intimidade, que foi trasladado para os Céus, e não foi mais encontrado na Terra, pois “Deus o tomara para Si”. As coisas desse mundo, para Enoque, não tinham qualquer valor, ele se deliciava em andar 24 horas com Deus. Isso não o impediu, inclusive, de ter filhos; isso mostra que o prazer sexual pode estar dentro dos padrões divinos quando tem por objetivo “multiplicar e encher a terra” e pode ser praticado em meio a santificação e pureza. A Bíblia mostra que Deus sempre teve um remanescente que o adorava, movimentando seu projeto de salvação culminado em Cristo Jesus na cruz do calvário.

2.3- Tempo de renovação
Noé era filho de Lameque que era filho de Matusalém da linhagem de Sete. Noé foi o último Patriarca antediluviano. Embora não se saiba exatamente a etimologia do nome “Noé”, é amplamente aceito que seu nome, “Noé”, no hebraico noah, significa “repouso”, “descanso” ou “conforto”. Acredita-se que seu nome venha da raiz nwh, “descansar”, associado ao verbo nhm, traduzido como “consolará” em Gênesis 5:29. Noé tornou-se uma peça-chave no recomeço da história humana. Porém isso foi resultado de uma vida integra e justa diante de Deus. Noé desfrutava de uma comunhão muito grande com Deus. Ele tinha um caráter justo e integro totalmente diferente do restante da população de sua época que possuía um nível moral completamente corrompido pelo pecado. Ele também é descrito nas Escrituras como um homem de fé, devoto e obediente a Deus. Noé já tinha quase 500 anos de experiência de vida quando recebeu de Deus o aviso da destruição da raça humana e a ordem para que construísse a arca. Embora com toda essa experiência ele parecesse ser um homem totalmente qualificado para a missão dada pelo Senhor, foram suas qualificações espirituais que realmente fizeram diferença.

3. UM NOVO COMEÇO COM DEUS
Sem uma inciativa divina, não há como o homem se aproximar de Deus; a história mostrou isso. Somente Deus pôde idealizar um caminho de volta para Ele. No Éden, Ele já projetou essa saída, onde vemos o sacrifício de Abel oferecendo um cordeiro para perdão dos pecados. Nas gerações seguintes foi instituído o culto sacrificial a Deus, como sobra das coisas futuras, culminadas na Cruz do Calvário.

3.1- As marteladas da longanimidade divina
A Bíblia diz que Noé achou graça aos olhos do Senhor. O capítulo 6 de Gênesis mostra o quanto a civilização da época de Noé estava corrompida. As pessoas praticavam todas as variedades de crimes; elas desobedeciam a Deus com toda naturalidade. Até mesmo a geração de Sete que guardava os mandamentos do Senhor, já havia sido corrompida por se misturarem com a geração de Caim. É aí que a Bíblia descreve duas gerações distintas: os “filhos de Deus e os filhos dos homens”. Noé Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Deus viu a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. Então Deus disse a Noé: O fim de toda carne é chegado perante Mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra. Faze para ti uma arca de madeira de gofer: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora. A Bíblia afirma, que durante todo tempo em que Noé construía a arca, foi um pregador do juízo de Deus em meio a essa geração perversa. Mesmo assim não deixou de falar das misericórdias de Deus, dando a chance de salvação àqueles que se arrependessem, mas tiveram Noé como um louco e não deram atenção às suas advertência, até que veio o dilúvio e consumiu a todos, restando só a família de Noé, com a qual Deus deu prosseguimento ao seu projeto de salvação da humanidade.

3.2- Adoração após o dilúvio
Gênesis 9:26 parece mostrar que Sem filho de Noé, era um homem temente a Deus. Devido ao comportamento que teve, ele recebeu a bênção do Senhor. Note que ao mesmo tempo em que Noé bendiz o Deus de Sem dizendo: “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem”; a bênção, também recai sobre o próprio Sem. Por isso ele diz: “e seja-lhe Canaã por servo”. Claramente essa sentença afirma que a benção de Sem consiste em seu relacionamento com Deus. Assim, a servidão de Canaã a ele é uma nítida evidência dessa bênção. Sem foi o ancestral de Abraão. É possível entender que a linhagem piedosa seria preservada através de Sem. De sua linhagem haveria de vir o Messias (Lucas 3:23,36)). Quando já tinha 100 anos de idade, ele gerou Arfaxade, o ancestral de Abraão (Gênesis 11:10-26). Sem também gerou a Elão, Assur, Lude e Arã. O fato de a genealogia de Sem no capítulo 10 de Gênesis ser apresentada depois das genealogias de seus irmãos, é interpretado como um método utilizado pelo autor de se referir primeiramente aos nomes subordinados e, por fim, concluir com a linhagem principal do povo do Senhor.

3.3- A fé como um novo caminho pra Deus
Abraão é um dos personagens bíblicos mais conhecidos, devido sua crença em Deus, é considerado o pai da fé. Através da vida de Abraão, Deus revelou seu plano de escolher e fazer aliança com o seu povo. Abraão confiou em Deus e então agora é conhecido como o pai do povo escolhido de Deus. No entanto, seu nome era originalmente Abrão, significando “pai exaltado”. Seus pais viviam em meio a um grupo que adorava a lua na cidade de Ur. O nome antigo de Abraão pode até se referir ao deus lua ou a qualquer outro deus pagão, mas Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (Gênesis 17:5) para indicar claramente uma separação dos caminhos pagãos de Abrão. O novo nome de Abrão significava “pai de uma multidão” e era uma afirmação da promessa que Deus lhe havia feito de que teria muitos descendentes. Esta troca de nome foi também uma prova significativa de sua fé em Deus. Àquela época, Abraão estava com 99 anos e sua esposa estéril com 90 anos (11:30; 17:1- 4:17). A vida de Abraão é frequentemente usada pelos escritores das Escrituras como um exemplo de como devemos viver como crentes. Vejamos as ideias bíblicas de ser salvo pela fé, não pelas obras, e a ideia igualmente bíblica de fazer as obras como resultado natural da gratidão que experimentamos por sermos perdoados. Estes são conceitos importantes para entender se alguém deseja ter uma caminhada equilibrada com Jesus.

CONCLUSÃO
Os homens, ao longo da história e através da religiosidade, têm tentado meios de retornarem para Deus, mas sempre chegam à conclusão que não têm força para essa conquista. Somente Deus pôde provê para o homem o verdadeiro caminho que nos faz retornar para Ele – esse caminho foi construído com o derramamento de sangue do próprio Deus, através de Seu unigênito Filho Jesus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida com referências e algumas variantes. Edição 1995.
Revista DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL do professor: Adultos. GÊNESIS, a segurança de viver pela fé nas promessas de Deus. Rio de Janeiro: Editora Betel – 2º Trimestre de 2023. Ano 33 n° 127. Lição 5 – A necessidade da reconexão entre o ser humano e Seu Criador.

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COMENTARISTA ADICIONAL
PASTOR ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA- Servo do Senhor Jesus Cristo, Bacharel em administração de empresas públicas e privadas pela Faculdade Católica de Brasília, Bacharel em Teologia pela FATAD- Faculdade Teológica das Assembleias de Deus, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.