PÁGINAS

LIÇÃO 11 - NÃO COBIÇARÁS O QUE É DE TEU PRÓXIMO: CULTIVANDO UM ESPÍRITO DE CONTENTAMENTO E GRATIDÃO PELO QUE TEMOS

15 de dezembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” 1Timóteo 6.6

VERDADE APLICADA

Devemos enfrentar a inclinação à cobiça, andando em Espírito e nos contentando com o cuidado e a provisão de Deus, com alegria e louvores.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar acerca da cobiça e suas diversas formas;

Apresentar a cobiça como algo desenfreado, profano;

Mostrar o lado positivo do décimo mandamento.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1CORÍNTIOS 10

1- Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.

2- E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,

3- E todos comeram de um mesmo manjar espiritual,

4- E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.

5- Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto.

6- E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobiçamos as coisas más, como eles cobiçaram.

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

INTRODUÇÃO

O décimo mandamento trata dos desejos impróprios que surgem no pensamento e coração do ser humano que, se guardados e alimentados, causam prejuízos ao relacionamento com Deus e com o próximo. O enfrentamento passa por não ignorar ou desprezar tal realidade e recorrer à Palavra de Deus e ajuda do Espírito Santo para continuarmos nos contentando com o cuidado e a provisão de Deus, bem como vigiando quanto às nossas intenções e motivações. Afinal, somos do Senhor!

1- AS VÁRIAS FACES DA COBIÇA

A função do décimo mandamento é inibir a cobiça de modo geral. Ele proíbe especificamente a cobiça da mulher, dos empregados, dos animais e de todos os bens materiais e ideais do próximo.

1.1. O décimo mandamento.

No sétimo mandamento vemos a proibição do adultério, no décimo, vemos algo mais profundo: a proibição do desejo. Esse último mandamento visa proteger o ser humano das ambições erradas, a tal cobiça que tem infectado a muitos nas suas mais diversas formas. O mandamento é abrangente e abarca a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida [Gn 3.6; 1Jo 2.16]. Ο qual envolve diversas modalidades de pecados, como: a sensualidade, a luxúria, o desejo desenfreado por possessões ilícitas, a obsessão pelo poder, a ostentação esnobe e orgulho.  Desde a queda do homem, esse mal desenfreado continua se alastrando e a única maneira de contê-lo é começando com uma profunda mudança no interior pela poderosa ação da Palavra de Deus e do Espírito Santo [Mc 7.21-23].

Comentário adicional:

O décimo mandamento, como destacado, vai além da proibição de atos externos, como o adultério ou o roubo, ele toca na questão dos desejos. A cobiça é a expressão do descontentamento com as coisas que se tem, o que ocasiona uma busca, um desejo pelas coisas alheias, que vai de encontro com os princípios estabelecidos na Palavra de Deus

A cobiça passar a existir tendo por base três fontes principais:

1) Concupiscência da carne: Desejos que buscam satisfazer prazeres físicos e sensuais. A concupiscência da carne é uma consequência do estado decaído do ser humano. E, tem por consequência a busca por prazeres imediatos e desordem nos desejos.

Como vencer a Concupiscência da Carne?

- Vivendo no Espírito Santo: "Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gálatas 5:16). É através do Espírito Santo que recebemos a capacidade para resistir às tentações.

- Renovando nossa mente: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:2 NVI).

- Pondo em prática uma disciplina espiritual: A prática de oração, jejum e leitura bíblica ajuda a dominar os desejos da carne. A palavra de Deus nos diz que: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 26.41).

-Fugindo da tentação: “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Timóteo 2.22- ACF). Reconhecer situações de perigo e afastar-se delas é essencial.

2) Concupiscência dos olhos: A ânsia por aquilo que é visualmente atrativo, como bens materiais e riquezas. Diz respeito aos desejos pecaminosos despertados pela visão, que levam a pessoa a cobiçar aquilo que é proibido ou que não lhe pertence. Temos o claro exemplo da passagem de Gênesis 3:6: "Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu”. Em Josué 7:21: Acã confessou que viu entre os despojos uma capa babilônica, prata e ouro, e os cobiçou, mostrando que a concupiscência dos olhos pode levar à desobediência a Deus.

A Concupiscência dos olhos tem como consequência o pecado da idolatria pelas coisas materiais; a insatisfação, pois nada nunca é o suficiente; e a ruptura do relacionamento com Deus.

Como Vencer a Concupiscência dos olhos?

- Exercitar o contentamento: Seja grato por tudo que Deus já proveu, a palavra de Deus nos diz em Filipenses 4:11-12, que “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância.  Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”. Tudo posso naquele que me fortalece. Creia nisso, meu irmão e minha irmã.

- Guardar os olhos: A palavra de Deus nos afirma em Mateus 6:22-23 que “Os olhos são a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz. Mas se os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas.  Devemos cuidar de nossos olhos e em que o fixamos. Assim como Jó fez um pacto com seus olhos para não olhar com cobiça (Jó 31:1), devemos desviar nosso olhar do que pode nos levar a pecar. Em Hebreus 12:2-3, a Bíblia diz: "Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa".

- Buscar coisas espirituais: Colocar o foco nas coisas que são do alto, e não nas coisas passageiras deste mundo, como aponta Colossenses 3:1-2.

 3) Soberba da vida: A soberba da vida refere-se ao orgulho excessivo, à arrogância e ao desejo de exaltação pessoal baseado em conquistas, status social, riquezas ou poder. Como Exemplo de soberba da vida podemos citar: Confiança nas riquezas ou posses, busca desenfreada por status ou reconhecimento, achar que pode vencer com seu próprio esforço e a não dependência de Deus.

Provérbios 16:18, nos alerta que "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda".

1.2. Não cobiçarás.

“Casa” aqui corresponde a tudo o que pertence ao próximo, tudo aquilo que ele tem necessidade, tudo o que constitui e prolonga sua vida pessoal [Êx 20.17]. A enunciação desse mandamento propõe possíveis exemplos de cobiça, mas sua lista não é exaustiva, mas coloca as pessoas na vida da comunidade. A versão de Deuteronômio 5.21 coloca antes da cobiça pela “casa”, a cobiça pela mulher do próximo, o que supõe uma evolução no pensamento em relação à mulher. Ela é a coisa mais importante do próximo, não seus pertences. A obra divina de libertação deve chegar até o coração. Pois a cobiça é o obstáculo; ela é uma interrogação dentro de cada indivíduo, e lá onde só existe Deus como testemunha, ela pode assumir muitas formas [Mt 6.24; Lc 12.15; 1Co 13.4].

1.3. Um mal corrosivo.

A cobiça é o desejo irreprimível de querer ser como os outros, o desejo excessivo de ser o que os outros são e não podemos. É um desejo excessivo que corrói, e que promete uma felicidade que não dará: é aí que reside o seu fracasso. O ser humano nunca poderá satisfazer-se apenas com bens materiais ou conquistas temporárias. Se assim fosse, esta seria a época mais feliz da história, porém, não é. Notamos que os consultórios de neurologistas, psicólogos e psiquiatras, especialmente das grandes cidades e dos países ricos, estão cheios de pessoas insatisfeitas, não por problemas econômicos, mas por motivos existenciais. O problema se localiza no “ser” pessoal, no mais profundo da alma humana [Lc 12.15].

Comentário Adicional:

A abrangência do mandamento

Esse mandamento não se limita a desejos explícitos, mas engloba também a inveja, a ganância, a luxúria e outras formas de insatisfação com a providência divina. É uma advertência contra a tentação de buscar atalhos ou injustiças para obter aquilo que se deseja.

O antídoto divino para a cobiça é transformação dada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, como aponta Marcos capítulo 7. Quando depositamos nossa confiança no Senhor, somos libertos do pecado da cobiça, o que traz contentamento com as coisas que já conquistamos e gratidão.

A obra divina de libertação deve chegar até o coração, pois a cobiça é um pecado interno que nasce das coisas que fixamos os olhos e de nossos desejos (Tiago 1:14-15). A Bíblia nos ensina que a verdadeira libertação começa dentro para fora, e apenas Deus tem a capacidade de sondar e transformar o ser humano. Vale destacar que Jesus ensina que, “Ninguém pode servir a dois senhores” [Mt 6.24], e “a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui” [Lc 12.15].

Aplicação prática

  1. Vigiar o coração: Avaliar constantemente nossas motivações e desejos, identificando atitudes de cobiça.
  2. Buscar contentamento: Desenvolver uma mentalidade de gratidão pelas bênçãos recebidas.
  3. Confiar na provisão divina: Crer que Deus suprirá nossas necessidades conforme a Sua vontade e no Seu tempo.

A cobiça, quando não controlada, pode levar a atos de injustiça e destruição. Mas, com a ajuda de nosso Deus, podemos superá-la e viver da forma que O agrada.

2- OS PERIGOS DA COBIÇA

Cobiçar é estritamente proibido pelo décimo mandamento. Cobiçamos sempre que colocamos nosso coração naquilo que legitimamente não nos pertence, e isso pode ser muito perigoso [Êx 20.17].

2.1. A cobiça é um desejo profano.

Thomas Watson, o puritano, definiu a cobiça como “o desejo de possuir o mundo”. Claro que nem todos os desejos são egoístas, o problema está nos desejos corrompidos, os quais nossa natureza pecaminosa se inclina a querer. O problema reside quando desejamos a coisa errada, da maneira errada e na hora errada [Ec 3.1]. Esse mandamento proíbe nosso descontentamento em relação a nossa condição de vida. Não podemos ter sentimento de pesar pela prosperidade de nosso próximo ou afeições desordenadas sobre algo que lhe pertença. Sempre existirá algo de inveja a cobiça. Quando Eva comeu o fruto proibido, não o fez somente pelo prazer de comer o fruto, mas porque era “desejável para dar entendimento”, como sugerido pelo inimigo [Gn 3.5]. Satanás lançou em seu coração uma mentira. Ela comeu pela cobiça que a mentira lhe causou [Gn 3.6].

Comentário adicional:

A Bíblia nos chama atenção que devemos nos contentar e ter gratidão em todas as circunstâncias de nossas vidas. Paulo declara em Filipenses 4:11-12, que a verdadeira satisfação está em Deus e não nas coisas materiais, como citado anteriormente. A cobiça, descrita no texto como um desejo profano e desordenado, é condenada Êxodo 20:17. O texto diz que “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”.

Como servos do Senhor, somos chamados a buscar primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça (Mateus 6:33). Esse foco nos livra da cobiça e nos conduz a uma vida de plenitude e contentamento em Deus.

2.2. Cobiçar pode ser um desejo mortal.

Quando Deus escreveu com seu próprio dedo os mandamentos colocou a cobiça no mesmo grupo dos “grandes pecados”. Ele não alterou a ordem, colocando em primeiro os pecados dramáticos e intrigantes (roubo, adultério, assassinato), terminando depois com a cobiça que parece ser um pecado brando, mas tão condenável quanto qualquer um dos outros. Em todos os demais textos ao longo da Bíblia, a cobiça aparece de forma condenável. Jesus a citou junto com o roubo, o assassinato e o adultério [Mc 7.21-22]; Paulo afirma que os cobiçosos não herdarão o reino [1Co 6.9-10; Ef 5.5; Cl 3.5]. A triste história de Acă nos mostra como alguém pode precipitar sua própria vida por algo que talvez nunca desfrute. A Bíblia nos diz que antes de Acă roubar o tesouro, ele o cobiçou [Js 7.21].

Comentário adicional:

A cobiça é um pecado que afeta o coração e a mente, o que pode levar a outros pecados visíveis, como roubo, adultério ou assassinato. Jesus Cristo também abordou essa questão no Sermão do Monte, enfatizando que o pecado começa nas intenções do coração (Mateus 5:27-28).

2.3. A cobiça é um falso amor.

A cobiça é o amor que está fora de ordem, fora de proporção e fora do lugar, é um amor falso e traiçoeiro. Significa colocar nossos afetos onde não correspondem, ou seja, colocar “coisas”, como: dinheiro, sucesso ou fama, no centro, acreditando que tais coisas oferecem uma base sólida para a existência [Hb 3.12-14]. Cobiçar não é apenas desejar algumas coisas que não temos, é desejar algo que outra pessoa tem [Pv 14.30]. A cobiça torna as “coisas” mais importantes do que as pessoas e suas necessidades. Cobiçar é colocar as coisas acima dos valores eternos e espirituais. Ao ler o relato da história da vinha de Nabote, vemos o que a cobiça é capaz de fazer no coração de um ser humano. Acabe desejou o que não poderia lhe pertencer de maneira legal e, para obter sucesso, teve que matar Nabote [1Rs 21.1-16].

Comentário adicional:

A ligação entre cobiça e idolatria reflete a inversão da prioridade, onde Deus deveria estar no centro de nossas vidas. Jesus ensinou que "a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui" (Lucas 12:15), destacando que os tesouros espirituais são mais valiosos do que as coisas deste mundo. Devemos buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, crendo que Ele proverá tudo o que precisamos (Mateus 6:33).

A cobiça reduz a obra prima (ser humano) de Deus a meras coisas. Ela distorce nossas prioridades e nos expõe a um sentimento de vazio interior, a comparação social, ao isolamento e sofrimento, que pode levar a depressão.

A cobiça reduz a obra-prima (ser humano) de Deus a meras coisas. Ela distorce nossas prioridades e nos expõe a sentimentos de vazio interior, comparação social, isolamento e sofrimento, que podem levar à depressão.

3- O LADO POSITIVO DO DÉCIMO MANDAMENTO

Como os outros nove mandamentos, o décimo não se refere apenas a certos atos específicos de comportamento, mas a valores e atitudes. Ele nos chama para uma vida prática, de intimidade com Deus.

3.1. Devemos aprender a estar contentes.

Vivemos em uma sociedade cheia de descontentamento. Nós nos sentimos insatisfeitos com nossos empregos, salários, casamento, igreja, saúde, nossa aparência e em quase todas as áreas de nossas vidas. Essa falta de contentamento é o produto do pecado em nós. Com o descontentamento vem a reclamação; e com a reclamação, o enfado; e com o enfado a amargura [Nm 11.5-6; 14.2]. O contentamento é uma das virtudes cristãs mais importantes. Ele não é circunstancial, não depende de nossa situação, mas, sim, de uma pessoa: Deus. Paulo nos diz que Deus é tudo o que precisamos e tudo o que devemos desejar [Fp 4.11-13]. Nosso Senhor nos diz que não devemos viver ansiosos e inquietos quanto ao suprimento das necessidades de tal maneira que desvia nossa atenção quanto a buscar primeiro o reino de Deus e sufoque nossa confiança no poder provedor do Senhor [Mt 6.31-34].

Comentário adicional:

Em 1 Timóteo 6.6-8, o apóstolo Paulo nos apresenta uma declaração que redefine o conceito de riqueza. Ele afirma que a verdadeira prosperidade não está na aquisição de bens materiais, mas em uma vida dedicada à piedade e ao contentamento. Nesta passagem, somos desafiados a viver submetidos aos padrões de Deus, felizes e satisfeitos, tendo em mente que chegamos a este mundo sem nada e dele partiremos sem carregar nenhuma bagagem.

Devemos trazer à memória o que Cristo nos assegura: "Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’" (Hebreus 13.5).

Na contemporaneidade, somos constantemente atravessados pela cultura do consumismo, onde o foco em bens materiais e status social intensifica nosso descontentamento. Nesse contexto, as redes sociais podem agravar o sentimento de insatisfação, ao apresentarem uma realidade frequentemente ilusória sobre a vida dos outros.

Diante dessa realidade, oferecemos, nestas breves reflexões, algumas orientações práticas para fortalecer a fé e encontrar paz em Deus:

  • Oração: A prática regular da oração é um meio poderoso de renovar a fé, cultivar uma conexão com Deus e encontrar serenidade em meio às dificuldades.
  • Leitura da Bíblia: Enfatizamos a importância da leitura frequente das Escrituras, que servem como regra de fé, prática, e uma fonte inesgotável de sabedoria e inspiração.
  • Relacionamento com os irmãos em Cristo: É essencial manter comunhão com outros cristãos, buscando apoio mútuo e encorajamento para perseverar na caminhada espiritual.

Que essas práticas nos auxiliem a viver de forma mais plena e em harmonia com os ensinamentos de Cristo. Essa mensagem nos ensina a colocar nossa confiança em Deus, que é o provedor de tudo o que necessitamos. A piedade com contentamento é um grande ganho, porque demonstra que entendemos que Deus é suficiente em todas as circunstâncias. Essa verdade nos liberta da ansiedade e do apego excessivo aos bens materiais, permitindo-nos viver uma vida plena em Cristo.

3.2. Devemos crer na suficiência de Deus.

A dura verdade é que na raiz da cobiça está a rejeição da suficiência de Deus em nossas vidas. Cobiçar é o mesmo que dizer que Deus não é o suficiente para nós, e ainda nos falta algo. É preciso ter sempre em mente que Nosso Pai Celestial “bem sabe” de nossas necessidades e é amoroso e poderoso para suprir todas [Mt 6.32]. As coisas não foram planejadas para tomar o lugar dEle [Lc 12.34]. Como diz o pastor James Macdonald: “Quando alcançamos algo e o tornamos essencial, e em seguida suplicamos a Deus que nos dê, estamos lhe pedindo que coloque no lugar dEle mesmo determinada coisa que consideramos mais importante” [Mt 6.24]. Os primeiros discípulos entenderam muito bem essa perspectiva de vida. Após o fracasso da pesca, Jesus entrou em suas vidas e tudo mudou. Imediatamente, eles abandonaram o peixe, o barco, e resolveram ficar com Ele [Lc 5.11].

Comentário adicional:

A mensagem central da Bíblia destaca a suficiência de Deus como um alicerce essencial para a nossa fé, oferecendo orientação em nossa jornada cristã. Em Filipenses 4:19, o apóstolo Paulo afirma: "O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as Suas riquezas na glória em Cristo Jesus." Essa declaração nos lembra que, ao colocarmos nossa confiança total em Deus, Ele não apenas atende às nossas necessidades materiais, mas também preenche nosso coração e espírito com Sua presença. Quando compreendemos essa verdade, aprendemos a renunciar a qualquer anseio que possa tentar ocupar o lugar exclusivo de Deus em nossas vidas.

3.3. Devemos viver com simplicidade.

Na vida espiritual, a simplicidade também pode ser considerada uma virtude. Para Davi, ela é o descanso que a alma encontra quando encontra redenção, satisfação e respostas em Deus [Sl 131.1-2]. Embora o salmista reconheça que há coisas ainda grandes e incompreensíveis para ele, ele assume a simplicidade como a doce serenidade de uma criança que descansa nos braços seguros de sua mãe depois de ser alimentada. Não há mais choro, não há mais sentimento de insegurança, agora só resta descansar e aproveitar aquele momento. Para nós, cristãos, esta simplicidade vital é uma decisão de fé que se traduz na confiança serena que nasce de uma relação pessoal com o Senhor Soberano que cuida de nós [Sl 125.1-2].

Comentário adicional:

Assim como uma criança confia plenamente em seus pais, nós também podemos confiar plenamente em Deus, entregando a Ele todas as nossas preocupações e ansiedades. A simplicidade, nesse sentido, não é apenas um estado de espírito, mas uma prática diária de confiar em Deus em todas as circunstâncias da vida. É buscar a vontade de Deus acima de tudo e encontrar satisfação em Sua presença.

Jesus, o maior exemplo de simplicidade, nos ensinou a buscar primeiro o reino de Deus e sua justiça (Mateus 6:33). Ao seguir Seus passos, somos convidados a renunciar às riquezas mundanas e a viver uma vida simples, focada no essencial. A simplicidade nos liberta do consumismo e da busca incessante por mais, permitindo-nos apreciar as pequenas coisas e encontrar alegria na presença de Deus.

Conforme mencionado anteriormente, a oração é um recurso valioso para promover a simplicidade em nossas vidas. Quando dedicamos momentos para dialogar com Deus, desenvolvemos a capacidade de confiar em Seus planos e de encontrar serenidade mesmo diante das dificuldades. A prática da oração nos orienta a simplificar nossa rotina, descartando o que é desnecessário e focando no que realmente importa.

CONCLUSÃO

O décimo mandamento é um alerta aos discípulos de Cristo para cultivarem, com a imprescindível ajuda do Espírito Santo, o necessário contentamento que se expressa na gratidão ao Nosso Pai Celestial por Seu contínuo cuidado e provisão, com alegria e louvores ao Senhor. Tal postura, diz a Palavra, é uma grande fonte de riqueza [1Tm 6.6]. Ao final deste estudo, cantemos o Hino 473, da Harpa Cristã: “Que outro bem ansioso buscarei? Bem melhor, que Jesus não acharei”.

Comentário adicional:

O décimo mandamento nos mostra que a verdadeira felicidade não se encontra nas posses materiais, mas em um coração grato. Ele nos ensina a importância da comunidade e da compaixão, incentivando-nos a amar e servir aos outros.

Dessa maneira, o décimo mandamento complementa e sintetiza os outros nove, porque atua na raiz dos comportamentos humanos: os pensamentos e desejos do coração. Esse mandamento está relacionado ao coração e às motivações humanas, enquanto os outros mandamentos abordam ações e comportamentos externos.

A cobiça é a raiz de todo o mal, pois ela desafia a ordem divina estabelecida nos Dez Mandamentos. Ao cobiçar o que pertence ao outro, violamos o mandamento de não cobiçar e, consequentemente, abrimos as portas para outros pecados como o roubo, a mentira e o adultério. A lei de Deus, ao proibir a cobiça, nos convida a uma vida de santidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Bíblia do Obreiro – Edição Revista e Atualizada – 2007 sociedade bíblica do Brasil.

Revista Betel Dominical, adultos, 4º Trimestre de 2024, ano 34, nº 133. OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Éticos, Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada. Lição 11: Não cobiçarás o que é de teu Próximo: cultivando um espírito de contentamento e gratidão pelo que temos | 4° Trimestre de 2024 | EBD BETEL.

SITES PESQUISADOS:

https://www.bibliaonline.com.br/

https://www.bibliaonline.com.br/nvi/livros

https://www.bibliaonline.com.br/ara/livros

COMENTARISTA DA LIÇÃO:

Diaconisa Cristiane Delfino – ADTAG 316 – Samambaia Sul – DF.

 

Um comentário:

  1. Já está na lição de número 5 do primeiro trimestre de ,2025 e não pista nada da Betel

    ResponderExcluir