ISAQUE – O FILHO DA PROMESSA
Lição 8 – 21 de maio de 2023
COMENTÁRIO ADICIONAL
Diante
da família de Rebeca, o servo de Abraão formalizou a proposta de casamento, e
entregou presentes valiosos à Rebeca, à sua mãe e ao seu irmão (Gênesis
24:21-53). Em Gênesis 24:58 lemos sobre como Rebeca aceitou a união. Por fim,
em Gênesis 24:60, Rebeca foi abençoada por sua família (provavelmente por seu
irmão), significando a oficialização legal do casamento dentro dos moldes
daquela época. Portanto, quando Isaque levou Rebeca para a tenda, ela já
era sua esposa oficialmente.
Um
casamento “arranjado” é aquele realizado pelo consentimento dos pais da noiva e
do noivo, muitas vezes sem levar em conta os desejos do casal de se casar. A
Bíblia não diz que os pais devem arranjar casamentos, nem diz que não devem. No
entanto, existem alguns casamentos arranjados na Bíblia, principalmente o
casamento de Isaque e Rebeca.
Nesse
caso, um servo de confiança foi enviado pelo pai de Isaque, Abraão, para
encontrar uma noiva adequada de seu próprio povo, porque ele não queria que
Isaque tomasse uma esposa dentre os cananeus pagãos (Gênesis 24). Vemos nas
respostas de Rebeca que ela possuía muitos traços piedosos e era claramente a
escolha de Deus para Isaque. Sem dúvida, nem todos os casamentos arranjados
naqueles dias eram feitos de maneira tão piedosa e submissa.
A
prática de casamentos arranjados continuou em muitas culturas, incluindo
culturas ocidentais, até os anos 1900. Ainda hoje, em famílias ortodoxas
judaicas, islâmicas e hindus, os casamentos arranjados são observados. A Bíblia
é silenciosa sobre este assunto. No entanto, a Bíblia descreve o que um cônjuge
piedoso deve ser. Para o cristão, o casamento, arranjado ou não, deve ser
apenas com outra pessoa na fé. O relacionamento mais importante que qualquer um
de nós possa ter é o nosso relacionamento pessoal com o Senhor Jesus Cristo. O
cônjuge que escolhemos deve ser aquele que tem o seu foco em andar em obediência
à Palavra de Deus e que procura viver para que a sua vida traga glória a Deus
(1 Coríntios 10:31).
1.
Obediente (Gn 24.10; Pv 25.13; Ef 6.5): Sua obediência não
o levou a questionar o serviço que lhe estava sendo confiado, no entanto
preparou dez camelos, no sentido de apresentar-se como representante de um
senhor muito rico. Obediência, que virtude! Os termos traduzidos por
obediência, tanto no Antigo Testamento (Shama) como em o Novo Testamento
(Hyapokoúo e eiakoúo) denotam a ação de escutar ou prestar atenção (At 5.36,37)
ou ainda, peithargéo, que significa submeter-se a autoridade (At 5.29,32; Tt
3.1; 1 Co 14.21). Obediência e fé estão intimamente relacionadas (Gn 15.6;
22.18; 26.5; Rm 10.17-21).
2.
Realiza a vontade do seu senhor (Gn
24.2-4,10): Após ouvir as instruções de Abraão, Eliezer, imediatamente,
iniciou a viagem para Harã onde habitavam os parentes de Abraão, a fim de
encontrar uma noiva para Isaque. A escolha de Rebeca não foi casual, fazia
parte do plano de Deus; tudo obedeceu à orientação divina. Abraão planejou (Gn
24.1-8), e o seu mordomo Eliezer orou ao Senhor antes de agir, e em seguida
executou o plano (Gn 24.12), que resultou no cumprimento das promessas de Deus
para com Abraão e a sua descendência. Quantos jovens estão com suas vidas
arruinadas, porque recusaram conhecer a vontade de Deus, na hora de procurar a
noiva ou noivo, conforme o caso. A direção de Deus é de grande valor, e é
superior aos esforços humanos.
3.
Busca a glória do seu senhor (Gn 24.34-35): Um
fato curioso aconteceu quando a família se reuniu para ouvir Eliezer. Ele não
falou de si mesmo, não falou de seus projetos, nem de sua administração, mas
falou do seu senhor Abraão. Como são diferentes os modernos mordomos, que fazem
questão de apresentar seus talentos e suas capacidades.
A
história de Rebeca e Isaque é muitas vezes vista como um exemplo de como Deus providencia
e orienta o caminho de seus servos, mesmo em situações difíceis e aparentemente
impossíveis. Também é um exemplo de como a hospitalidade e a generosidade podem
ser recompensadas, pois, foi a generosidade de Rebeca que a tornou a escolhida
de Deus para se tornar a esposa de Isaque.
Em
resumo, o encontro de Rebeca e Isaque é um momento de grande emoção e
significado na história bíblica, que destaca a providência e a orientação
divina na vida de seus servos e a recompensa pela hospitalidade e generosidade.
Isaque
teve dois filhos, Esaú e Jacó. Jacó se tornou o patriarca que sucedeu a Isaque
e foi o pai das doze tribos de Israel. Jacó teve doze filhos, cada um deles se
tornando o ancestral de uma tribo.
A
história dos patriarcas é uma parte importante do Antigo Testamento da Bíblia,
pois narra a origem do povo de Israel e a história da aliança de Deus com o seu
povo escolhido. Cada patriarca desempenhou um papel fundamental na formação da
história de Israel e na revelação da vontade de Deus para o seu povo.
A
esterilidade era uma situação muito comum na época em que a história de Rebeca
foi escrita, e ter filhos era uma grande bênção e sinal da graça de Deus. O
fato de que Deus concedeu a Rebeca a capacidade de conceber depois de sua
oração foi vista como um ato de misericórdia e um sinal da importância de
confiar em Deus e buscar a Sua vontade.
A
história de Rebeca é um exemplo da graça e do poder de Deus em responder às
orações de seus servos e conceder-lhes bênçãos, mesmo em circunstâncias aparentemente
impossíveis. A história de Rebeca também destaca a importância de confiar em
Deus e buscar a sua vontade em todas as situações da vida.
Jacó
teve doze filhos, e seus descendentes foram todos unidos e incorporados em uma
nação. Que providência dominante era então que duas nações deveriam surgir
apenas dos dois filhos de Isaque? Mas eles não deveriam apenas crescer em duas
nações, mas em duas nações muito diferentes: dois tipos de pessoas deveriam
ser separados de suas entranhas.
E
os israelitas e os edomitas não foram ao longo de duas pessoas muito diferentes
em suas maneiras, costumes e religiões, o que os fez perpetuamente divergentes
entre si? As crianças lutavam juntas no ventre, o que era um
presságio de seu desacordo futuro: e quando cresceram até a idade adulta,
manifestaram inclinações muito diferentes. Esaú era um caçador
astuto, e se deliciava com os esportes da floresta: Jacó era mais brando e
gentil, morando em tendas e cuidando de suas ovelhas e seu
gado, Gênesis 25:27.
Nossa
tradução para o inglês, de acordo com a Septuaginta e a Vulgata, diz que Jacó
era um homem comum. A palavra no original (?? tam)
significa perfeito, que é um termo geral; mas, opondo-se às
maneiras rudes e rústicas de Esaú, deve importar
particularmente que Jacó era mais humano e gentil, como
Philo, o judeu o entende, e como Le Clerc o traduz. Esaú menosprezou seu
direito de nascimento, e aqueles privilégios sagrados dos quais Jacó desejava,
e é, portanto, chamado, Hebreus 12:16, o profano Esaú; mas
Jacó era um homem de melhor fé e religião. A diversidade semelhante percorreu
sua posteridade.
A
religião dos judeus é muito conhecida: mas, sejam quais fossem os edomitas a
princípio, com o tempo se tornaram idólatras. Josefo menciona uma divindade
idumeana chamada Koze; e Amazias, rei de Judá, depois de derrotar os
edomitas, 2 Crônicas 25:14 trouxe seus deuses, e os estabeleceu como
seus deuses, e se curvou diante deles e queimou incenso até eles; o
que era monstruosamente absurdo, como o profeta reclama no versículo
seguinte: Por que você procurou pelos deuses do povo, que não podiam
libertar seu próprio povo da sua mão?
Sobre
essas diferenças religiosas e outros relatos, havia um ressentimento e
inimizade contínuos entre as duas nações. O rei de Edom não deixaria os
israelitas para passar por seus territórios ao voltarem do Egito, Números 20. E
a história dos edomitas depois é pouco mais que a história de suas guerras com
os judeus.
A
bênção da primogenitura era normalmente concedida ao filho mais velho, mas Esaú
a desprezou e a vendeu para Jacó em troca de um prato de comida. Mais tarde,
quando seu pai, Isaque, estava prestes a morrer, ele planejou dar a bênção da
primogenitura a Esaú, seu filho mais velho. No entanto, Rebeca, a mãe de Jacó,
interferiu e fez com que Jacó fingisse ser Esaú para receber a bênção de
Isaque.
Quando
Esaú descobriu o que havia acontecido, ele ficou furioso e planejou matar Jacó.
Jacó fugiu e passou muitos anos longe de casa, antes de eventualmente se
reconciliar com Esaú. Durante esse tempo, Jacó se tornou próspero e teve muitos
filhos, e quando ele voltou para casa, ele foi reconhecido como o líder da
família e da nação. Embora Jacó tenha obtido a bênção da primogenitura por
meios enganosos, a história bíblica sugere que Deus usou essa situação para
cumprir seus planos para o povo de Israel.
Jacó
se tornou o pai das doze tribos de Israel, que formaram a nação escolhida por
Deus, e a história de sua vida é vista como um exemplo de como Deus pode
trabalhar através de circunstâncias difíceis e até mesmo de pecado para
realizar seus propósitos.
Se
há um tempo perigoso e vulnerável na vida de uma pessoa, esse tempo é após uma
conquista importante. Depois de uma grande vitória, tendemos ao relaxamento e
isso nos coloca em perigo quando baixarmos a guarda. Esse tipo de tentação tem
diversos ângulos. Às vezes, a pessoa é cuidadosa em uma área, mas não vigia em outra.
Muitas
pessoas são honestas no trato com o dinheiro, mas são vulneráveis na área do
sexo. Outras são zelosas quando se trata de sexo, mas são relapsas quando se
trata de lidar com dinheiro. Há aqueles cujo ponto vulnerável é a sede de
poder. Há pessoas confiáveis nos negócios, mas moralmente pervertidas. Esse é o
mesmo Isaque que tinha uma longa caminhada com Deus, mas agora comete um sério
deslize moral.
Ele
passara por provas tão difíceis, mas naufraga em uma prova menor. Depois de
triunfar sobre a inexpugnável cidade de Jericó, Israel foi derrotado pela
pequena Ai (Josué 7). Davi matou o leão e urso, venceu o gigante, mas caiu na
teia da cobiça. Sansão venceu mil filisteus, mas foi incapaz de resistir a
sedução da mulher filisteia. Paulo afirma que quando somos fortes somos fracos.
Porém, quando reconhecemos nossas limitações e passamos a confiar em Deus e a
vigiar, somos fortes. Isaque teme dizer que Rebeca é sua esposa. Pensando em se
proteger, ele a expõe e, para salvar a pele, coloca a mulher em perigo.
Isaque
cometeu três falhas graves - mentira, egoísmo e medo. Afirmando que Rebeca é
sua irmã, além de expor a mulher a cobiça dos homens daquele lugar, ele a
desrespeitou como esposa. Rebeca era bonita e poderia provocar desejos
ilegítimos. Mas, a mentira tem pernas curtas.
O
indivíduo que mente é pego na sua própria mentira. O rei Abimeleque pegou
Isaque em flagrante, ao vê-lo acariciando Rebeca, chamou Isaque e o censurou severamente.
Aquele que tinha ouvido a voz de Deus abre a boca para mentir. Aquele que
obedecia ao Altíssimo agora deixa de confiar no seu livramento, aquele que
andava pelo conselho de Deus procura tomar o destino da vida nas próprias mãos.
Em qualquer área da vida, mais cedo ou mais tarde, as máscaras caem. Um dia, a
farsa acaba. Ele não pôde mais representar.
Também
somos tentados a contar certas "mentirinhas" aparentemente
inofensivas para nos safar ou para justificar alguma atitude. Porém, o grande
perigo da mentira é a verdade. A verdade pode surgir a qualquer momento. Muitas
vezes, as máscaras caem nas horas mais inesperadas. A vida não é um teatro.
Viver com máscaras não é seguro. Não importa quão elaborada seja ou com que
motivação foi contada, uma mentira sempre será um recurso reprovado. "Portanto,
cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo,
pois todos somos membros de um mesmo corpo." Efésios 4:25
"Não
mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas
práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à
imagem do seu Criador." Col. 3:9-10
"Fora ficam os cães, os que praticam
feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e
todos os que amam e praticam a mentira." Apocalipse 22:15.
Isaque
havia praticado um grande mal a si, à esposa e ao povo filisteu. Foi um ato
precipitado e irresponsável. Abriu as portas para que a cunha da infidelidade
entrasse em seu casamento. A mentira tem um grande poder de destruição. Ela
pode devastar um casamento, pode arruinar uma família, pode desestabilizar um
relacionamento, pode custar uma carreira ou destruir um ministério.
Os
valores morais de Isaque se afrouxaram. É triste saber que essa semente maldita
não morreu no casamento de Isaque e Rebeca. Se observarmos ao longo de suas
vidas, depois de velhos, eles não conseguem dialogar. (Gen. 27). Os planos de
Isaque não são compartilhados com a esposa, mas com o filho mais velho. Rebeca,
por sua vez, faz de Jacó, seu filho mais novo, o centro da sua vida. Rebeca não
consegue mais confiar no marido, ela escutava as suas conversas às escondidas.
O diálogo morreu na vida deles. A
velhice de Isaque foi marcada pela ausência de Jacó, a revolta de Esaú e a
falta de diálogo com Rebeca.
Isaque
falhou como marido e fracassou como pai. Foi um grande homem, teve grandes virtudes,
demonstrou ousadia em alguns momentos da vida, mas colheu na família o amargo
fruto da mentira semeada. Aquele que transige com a mentira é louco. Aquele que
faz concessão ao erro abre uma cova para os seus próprios pés. O pecado de
Isaque deve ser um sinal de alerta para nós e foi registrado para não
cometermos os mesmos erros.
Uma
das razões pelas quais Isaque prosperou nos filisteus foi sua obediência a
Deus. Mesmo em meio a situações difíceis, ele continuou a confiar em Deus e
seguir Seus mandamentos. Isso lhe trouxe a bênção de Deus e permitiu que ele se
tornasse próspero, apesar das circunstâncias desfavoráveis.
Além
disso, Isaque era um homem sábio e estratégico. Ele era cauteloso em suas
negociações com os filisteus e não se envolvia em conflitos desnecessários. Ele
também era trabalhador e diligente, cultivando a terra e criando gado. Essas
habilidades lhe permitiram prosperar e se tornar um líder respeitado entre os
filisteus.
Outro
fator que contribuiu para o sucesso de Isaque foi sua paciência e perseverança.
Ele não desistiu quando enfrentou dificuldades e continuou a buscar maneiras de
se adaptar às circunstâncias e crescer. Isso lhe permitiu superar os obstáculos
e prosperar ainda mais. Em resumo, Isaque prosperou nos filisteus por sua
obediência a Deus, sua sabedoria estratégica, sua diligência e paciência. Sua
história é um exemplo de como confiar em Deus e seguir seus mandamentos pode
levar à bênção e prosperidade, mesmo em circunstâncias adversas.
No
entanto, Jacó desejava a bênção de seu pai e com ajuda de Rebeca sua mãe que elaborou
um plano conseguiu enganá-lo (Gn 27.: 5-13). Ele se disfarçou como Esaú e
preparou uma refeição especial para Isaque, que o convenceu a pensar que ele
era seu primogênito. Como resultado, Isaque acabou abençoando Jacó em vez de
Esaú, que ficou furioso e ameaçou matar seu irmão.
A
razão pela qual Isaque sentiu a necessidade de abençoar seu primogênito antes
de sua morte é porque ele acreditava que a bênção de um pai tinha um grande
significado e impacto na vida de seus filhos. Além disso, a bênção do
primogênito era um direito que era transmitido de geração em geração, e Isaque
queria garantir que a tradição fosse mantida em sua família.
No entanto, a história de Isaque, Esaú e Jacó também destaca o perigo da parcialidade e da manipulação na família. O desejo de Jacó por bênção o levou a enganar seu pai e a criar tensão e conflito em sua família. Além disso, a história também sugere que a vontade de Deus prevalece, independentemente das ações humanas, e que a bênção de Deus pode ser concedida a qualquer pessoa, independentemente de sua posição ou status na sociedade.
Ao
final de sua jornada, Isaque conseguiu ver seus filhos e netos prosperarem e
construírem suas próprias famílias. Ele deixou um legado de fé e confiança em
Deus, o que é evidenciado em seu desejo de ser enterrado ao lado de seus pais
em uma terra prometida por Deus.
Sua
conclusão é uma demonstração da fidelidade de Deus em cumprir suas promessas e
da importância de confiar Nele em todas as áreas de nossas vidas. A história de
Isaque é uma fonte de inspiração e encorajamento para todos aqueles que desejam
seguir os caminhos de Deus.
4 comentários:
Parabéns pelo edificante comentário presbítero Dênis, será de muita valia para nosso aprendizado. 👏🏻👏🏻
Obrigado varão 🙏🙏🙏🙏 estamos juntos
Excelente o seu comentários preb. Denis contribuiu muito para o estudo e compreensão da lição! Que Deus continue abençoando a sua vida e seu ministério em nome de Jesus.
Estamos juntos varão De Deus , obrigado
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