ESAÚ – AS BÊNÇÃOS DA PROMESSA POR UM PRATO DE LENTILHAS
Lição 9 – 28 de maio de 2023
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33
VERDADE APLICADA
Não podemos trocar os preciosos banquetes de
Deus pelas migalhas deste mundo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar as bênçãos da primogenitura;
Mostrar o desprezo de Esaú à bênção da primogenitura;
Citar os efeitos de desprezar as bênçãos de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 22
2. O reino dos céus é semelhante a certo rei que celebrou as bodas de seu
filho.
3. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes
não quiseram vir.
4. Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que
tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo está
pronto; vinde às bodas.
5. Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o campo, outro para o seu
negócio.
INTRODUÇÃO
Nem sempre compreendemos os caminhos de Deus
no cumprimento de Suas promessas. Porém, estudando a história dos patriarcas é
possível atestarmos a fidelidade, o poder, a soberania e graça de Deus no
desenvolvimento de Seu perfeito e glorioso plano divino de redenção.
Comentário Adicional
Quão pouco Esaú valorizou a sua
primogenitura: menos do que um prato de lentilha. Por livre escolha, optou por
trocar as bênçãos de Deus por prazeres momentâneos e efêmeros. Jacó ao
contrário de seu irmão, desejou as bênçãos de Deus para sua vida e dele vieram
as doze tribos de Israel, e da tribo de Judá veio o Salvador do mundo: Jesus
Cristo, o Filho de Deus.
1. AS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Dois aspectos principais estão associados aos
direitos de primogenitura na cultura hebraica: a liderança da família e a dupla
porção da herança. No caso dos patriarcas, incluía também ser portador das
promessas de Deus a Abraão.
Comentário Adicional
Esaú trocou sua primogenitura por um prato de
lentilhas, porque estava com fome e não soube esperar um pouco mais pela
provisão do Senhor. Esaú desprezou a sua herança. Esaú vendeu o seu “direito de
primogenitura” por um prato de lentilhas, A primogenitura dava a ele o direito
de:
Liderar a adoração a Deus e chefiar a
família;
Dupla porção da herança paterna, (2/3 da
fazenda);
Direito à benção do concerto, conforme Deus
prometera a Abraão.
1.1- Bênçãos de prosperidade
Um dos direitos de primogenitura era o de
receber o dobro da herança da família na morte do pai [Dt 21.17]. J. A.
Thompson (Deuteronômio – Introdução e comentário, Vida Nova, 1982, p. 220-221):
“Um dos temas do Velho Testamento era que o filho mais velho podia ser
substituído por um filho mais novo em circunstâncias especiais, como, por
exemplo, Jacó e Esaú, Isaque e Ismael, Efraim e Manassés, Davi e seus irmãos
mais velhos […] Estes casos, porém, são exceções à regra geral […] Naqueles
exemplos do Velho Testamento em que um filho mais novo era escolhido em lugar
do primogênito, fica claro o fato de que a escolha divina fora completamente
imerecida e baseada somente na graça”.
Comentário Adicional
“Nem haja algum impuro ou profano, como foi
Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois
sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado,
pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse
buscado” (Hb 12.16-17).
Esse texto da carta aos Hebreus descreve o
momento em que Esaú, percebendo que perdera a bênção, chora copiosamente. Esaú,
ao negociar seu direito de primogenitura por um prato de comida, zombou de
Deus, pois este estabeleceu a lei da primogenitura como um princípio
espiritual. É nesse sentido que se deve entender os textos de Gênesis e de
Hebreus. João Calvino comentou o texto de Hebreus na seguinte perspectiva:
Enquanto estava faminto, Esaú preocupou-se
apenas com seu estômago. Depois de se alimentar, riu de seu irmão e o julgou um
tolo porque voluntariamente se absteve de uma refeição. Esse é o comportamento
dos ímpios que ardem em depravadas paixões ou se entregam aos prazeres da
carne: depois de um tempo, entendem como lhes foram fatais as coisas que desejavam
com tanta intensidade.
1.2- Bênçãos de autoridade
Além de riqueza, o direito de primogenitura
passava ao primogênito autoridade sobre o clã da família que pertencia ao pai.
Com a morte do pai, o primogênito seria responsável por cuidar da sua mãe,
irmãos menores e todos os seus servos e animais. Isso dava ao filho
primogênito, além de grande honra, o poder de decidir o destino da tribo como
local de moradia, acordos comerciais, casamentos das mulheres da família e até
os deuses que seriam cultuados pela família. Esaú, e não Jacó, tinha as
qualidades naturais para esta função [Gn 25.27]. Mas sua necessidade de
satisfação imediata parece tê-lo deixado indiferente a estes privilégios.
Comentário Adicional
Como um filho primogênito, do sexo masculino,
Esaú era consagrado ao Senhor. Isso significa que ele tinha privilégios
respaldados pela legislação judaica, que somente os filhos mais velhos
possuíam. Ele perdeu esses direitos ao ser levado pelos prazeres momentâneos.
Por causa de uma refeição, que levamos em média 15 minutos para consumir, Esaú
sofreu por toda a sua vida.
Muitos também não valorizam as bênçãos
concedidas por Deus, desprezando-as e trocando-as por qualquer “prato de
lentilhas”. Isso significa lançar fora as bênçãos do Senhor!
Agir com precipitação também é um fator que
contribui para nos distanciarmos do favor de Deus. Precipitação é antecipar-se
ao tempo do Senhor. O relógio da providência divina não anda atrasado, nem
adiantado, mas sempre na hora certa. Saul foi um exemplo claro de que
antecipar-se ao tempo de Deus é uma forma rápida de perder as bênçãos que Ele
tem preparado.
1.3- Bênçãos de representatividade
Em se tratando dos patriarcas de Deus havia
um elemento extra nos direitos de primogenitura. O primogênito teria também o
privilégio de ser o portador das promessas patriarcais. As bênçãos e promessas
que Deus fez inicialmente a Abraão seguiram os primogênitos futuros conforme
temos visto [Gn 26.3-5]. Tais homens seriam um tipo de sacerdotes da família e
representantes dela diante de Deus. Seria através deles que Deus governaria
aquela família segundo Seu propósito. Este modelo de representatividade
patriarcal divino por meio dos direitos de primogenitura preparava Israel para
o sacerdócio levítico que nasceria mais tarde com Moisés.
Comentário Adicional
A posição privilegiada do primogênito do pai
era garantida pela lei de Moisés, que proibia o pai de preferir o primogênito
de sua esposa favorita. O primogênito sucedia ao pai como chefe da família e
tinha autoridade patriarcal sobre seus irmãos. A ele era atribuída uma bênção
especial do pai, tal qual fez Isaque com Jacó. O direito da primogenitura era
mais importante que toda a herança do pai, porque significava assumir a própria
autoridade deste.
A benção da primogenitura pode também ser
interpretada como uma aliança que Deus se dispõe a fazer com todos os homens
através do sacrifício do Senhor Jesus. E como Esaú, também os homens têm
menosprezado essa oferta gratuita porque confiam mais no seu braço forte, na
sua sabedoria e inteligência que na fé nas promessas de Deus.
2. O DESPREZO ÀS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Mesmo diante de todos os privilégios que
vimos nos tópicos anteriores, precisamos perguntar: como Esaú pode abrir mão
deles? Como pode deixar de dar valor a algo tão importante?
Comentário Adicional
O que aconteceu com Esaú tem acontecido com
milhões de seres humanos, infelizmente. Muitos somente se dão conta do desprezo
que têm pelo amor a Deus quando não há mais tempo de salvação.
“Então, respondeu Isaque a Esaú: Eis que o
constituí em teu senhor, e todos os seus irmãos lhe dei por servos; de trigo e
de mosto o apercebi; que me será dado fazer-te agora, meu filho? Disse Esaú a
seu pai: Acaso, tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me, também a mim, meu
pai. E, levantando Esaú a voz, chorou. Gênesis 27.37-39.
2.1- Desejou um prato imediato a um banquete futuro
Nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram
tentados exatamente com a comida, numa busca de satisfação imediata e
passageira sem Deus no lugar de uma satisfação futura e abundante com Deus. A
história de Esaú parece nos fazer voltar ao início. Ele chega da sua rotina de
caçada faminto e sente o cheiro do cozido de Jacó. Ele pede um pouco de comida
e Jacó, percebendo a oportunidade, lhe faz uma proposta indecente. Meu prato de
ensopado por seu direito de primogenitura [Gn 25.30-31]. Tão absurda quanto a
proposta de Jacó foi a autojustificativa de Esaú: “Eis que estou a ponto
de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?” [Gn 25.32].
Comentário Adicional
Não troque aquilo que Deus tem reservado para
você, seu direito de filho (a), sua posição na igreja hoje, seu crescimento
espiritual e as bênçãos recebidas no lugar que Deus tem te colocado. Não troque
o seu “direito de primogenitura” por algo MOMENTÂNEO – “prato de lentilhas”,
pois é isso o que o diabo através de muitas pessoas nos oferece: uma amizade
interesseira, uma alegria passageira, um almoço pra te fazer refém de seus
objetivos, visitinha na sua casa pra te desestruturar da fé, tapinhas nas
costas dizendo “aqui te amamos mais” vem pra cá aqui é melhor! Cuidado! Quem te
chamou foi Deus, não saia da sua posição para seguir a homens!
Cuidado! Debaixo dessa revelação devemos
seguir confiantes na fé e sóbrios em tudo, pois Satanás nos ronda como um leão
querendo nos tragar, e as vezes as artimanhas dele vão de encontro com nossa
“fome”, sim a fome das nossas almas (mundo, amizades, carências,
relacionamentos, cargos na igreja, fome, futuro), mas vigie, e olhe as brechas,
feche elas, vigie e ainda mais: “Não troque o melhor de Deus na sua vida pelo
prato de lentilha”.
2.2- Preferiu o que é escasso ao que é abundante
Jacó revela o interesse pelas coisas sagradas
que o seu irmão Esaú não tinha [Gn 32.24-30]. Isso com certeza é valorizado por
Deus. O problema de Jacó está nos caminhos que ele está disposto a tomar para
obter tais coisas. Ele é oportunista em um momento de necessidade do seu irmão
[Gn 25.31]. Por sua vez, seu irmão é profano. Ignora o sagrado. Despreza
valores. Vende algo precioso por uma satisfação efêmera. Ambos erraram. Deseje
o que Jacó desejou, mas não tome caminhos como os dele. Não podemos de forma
alguma passar por cima da necessidade dos outros para chegar a lugares mais
altos. Por sua vez, não podemos “vender” o que Deus reservou para nós por
coisas tão banais.
Comentário Adicional
Muitos cristãos hoje, são como Esaú,
impacientes, tentamos conseguir algo por nosso próprio esforço, e não esperamos
pelo tempo do Senhor. (seja um emprego novo, ministério, família,
relacionamentos…) Isso nos impede de receber a sabedoria de Deus e perdemos
bênçãos maravilhosas que Ele providenciaria no tempo dEle. “Tudo tem o
seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”
(Eclesiastes 3:1).
Esaú certamente não tinha noção daquilo que
estava abrindo mão, ao vender sua primogenitura (Na ausência do pai o filho
primogênito era revestido de autoridade; sua posição era inferior apenas a de
seu pai; herdava uma dupla herança em relação a qualquer outro filho (2 Reis
2:9); Entre os reis a primogenitura garantia ao primogênito a sucessão do
governo de seu pai; tinha direito a uma benção especial a ser proferida pela
pai; liderança na adoração a Deus e no caso de Esaú teria direito à benção
Abrâmica (Gn 12:2-3,7).
2.3- Priorizou o prazer pessoal que o propósito espiritual
Além de desprezar as bênçãos da primogenitura,
Esaú se casa com mulheres estrangeiras [Gn 26.34], o que não era aceito para as
sucessões sacerdotais. Hebreus 12.16 diz que Esaú era imoral e profano. A
profanação é o pecado de tratar comum aquilo que é sagrado. E foi exatamente
isso que Esaú fez ao estipular o valor da primogenitura por um prato de
lentilhas. Já sua imoralidade, obviamente estava relacionada a sua ligação com
mulheres estrangeiras em cultos pagãos, que envolviam orgias cultuais [Gn
36.2]. Não há registro de Esaú ter tido estas práticas, mas não é impossível,
visto que é condenado por sua imoralidade.
Comentário Adicional
A forma como reagimos a um dilema moral
costuma revelar nossos verdadeiros motivos. Em geral, ficamos mais preocupados
em ser pegos do que em fazer o que é certo. Jacó não pareceu preocupado quanto
ao plano enganoso de sua mãe; sua única preocupação era apenas a de ser pego
enquanto o executava. Se você tem a preocupação de ser apanhado, está
provavelmente em posição não muito honesta.
Faça deste medo um alerta e aja de forma
íntegra. Jacó pagou um alto preço por executar um plano desonesto. Jacó hesitou
ao ouvir o plano enganoso de Rebeca. Embora o houvesse questionado pelo motivo
errado (medo de ser pego), ele protestou e ainda lhe deu uma chance para reconsiderar.
Rebeca, porém, estava tão envolvida no plano que não conseguia mais ver com
clareza o que fazia […]. [Por fim], embora Jacó tivesse recebido a bênção
desejada, o fato de ter enganado seu pai custou-lhe muito caro. Eis algumas
consequências daquele engano:
(1) Jacó nunca mais viu sua mãe;
(2) seu irmão quis matá-lo;
(3) ele foi enganado por seu tio,
Labão;
(4) sua família dividiu-se devido a
conflitos;
(5) Esaú tornou-se o fundador de uma
nação inimiga;
(6) Jacó ficou exilado de sua família
durante anos”
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009, p. 48
3. EFEITOS DE DESPREZAR AS BÊNÇÃOS DE DEUS
Deus nos abençoa para revelar Seu valor a nós
e Seu amor por nós. Quando desprezamos as bênçãos de Deus, desprezamos o
próprio Deus que nos abençoa.
Comentário Adicional
Eis algumas atitudes que são semelhantes a
“desprezar” a bênção de Deus:
Não crer que a bênção exista ou valha a pena.
Podemos perder a bênção por não crer nela. A Bíblia registra que Deus responde
as nossas orações, mas nós não oramos e não buscamos a Deus regularmente. Ela
fala que devemos obedecer ao mandamentos para vivermos bem, mas insistimos em
tentar viver bem quebrando-os todos.
Não esperar o tempo correto para usufruir a
promessa. Alguns até creem e, por isso mesmo, querem-na agora. Mas Deus tem seu
plano para nós e o tempo determinado para as coisas acontecerem. Será que a
vida de José faria sentido se os sonhos que ele recebeu tivessem se cumprido
logo que eles ocorreram? No tempo certo, José viu que os sonhos se realizaram
no momento em que eles puderam abençoar a todos.
Não trabalhar pelo cumprimento da promessa.
Tem gente que acha que tudo que Deus promete cai do céu de mão beijada. Ledo
engano. Na maioria absoluta das vezes, o sonho ou a promessa que Deus dá
implica, na verdade, que você deve trabalhar (e muito) por ele, porém, com a fé
de que Deus o abençoará e o ajudará a conquistá-lo. Jacó demonstrou esta
atitude ao trabalhar pelas suas esposas, garantir a descendência e aumentar seu
patrimônio, pois esta era a forma de usufruir as bênçãos de seu pai e de Deus.
Desistir. Esta é uma das formas mais comuns
de desprezar a bênção de Deus. Começar e não perseverar até conseguir ver o
cumprimento da promessa. O teste do tempo, das dificuldades do trabalho e das
adversidades faz muitos abandonarem a caminhada. Já imaginou se Jacó, ao
descobrir que a mulher desejada havia sido trocada no casamento, desanimasse,
desistisse e ficasse por isso mesmo? Não teria casado com Raquel, não teria
José, que não teria sonho, não teria Egito e todos poderiam ter morrido quando
veio a fome sobre a terra. O fato de não ter desistido, fez a história
registrar a intervenção de Deus e a salvação de muitos.
3.1- Buscar o que não pode mais ter
Para Esaú, os direitos da primogenitura e as
bênçãos de Deus através do seu pai Isaque eram coisas distintas. Por isso, ele
buscou ser abençoado por seu pai mesmo depois de ter vendido a primogenitura
para Jacó, a quem diz que dele tomou [Gn 27.36]. Mas, nos propósitos de Deus na
história de Israel, estas coisas são inseparáveis. Quando Esaú desprezou os
privilégios do seu nascimento, desprezou também as bênçãos especiais para o seu
futuro. Nem mesmo suas lágrimas de remorso puderam restituir aquilo que por
natureza já lhe pertencia, mas que desprezou [Gn 25.34].
Comentário Adicional
Ao vender a primogenitura (o direito de
herança pertencente ao irmão mais velho), Esaú demonstrou não valorizar aquilo
que não fosse imediato, já que este direito só seria usufruído quando o pai
morresse. Fazê-lo por um valor tão pequeno e por motivo tão espúrio, fez o
autor do texto escrever que ele o “desprezou”.
O que Esaú não compreendia, mas Jacó
demonstrou ter discernimento, é que junto com a herança vinha a promessa de
Deus, a mesma que Deus fizera para seu avô e para seu pai. Prosperidade,
riqueza, território, descendência e influência estavam inclusas e Jacó, sabendo
que seu irmão não valorizava isso o suficiente para esperar o tempo de Deus,
tratou de conquistar para si o direito a essas bênçãos.
3.2- Uma bênção inferior
Quando chega o dia tão esperado de Isaque
abençoar seu filho Esaú, Isaque lhe pede cozido preparado com uma caça
capturada por ele. Após o prazer desta refeição, a bênção seria impetrada [Gn
27.1-4]. Rebeca ouve tudo e se adianta, tramando um plano para que Jacó
recebesse a bênção que Isaque pretendia dar a Esaú [Gn 27.5-26]. Isaque,
enganado por Rebeca e Jacó, o abençoa no lugar de Esaú [Gn 27-29]. As bênçãos
proferidas por Isaque a Jacó determinarão o destino do povo de Israel. Bênçãos
muito superiores às que “sobraram” para Esaú e seus descendentes, os edomitas
[Gn 27.38-40], embora estas também fossem enormes [Gn 36.6-8].
Comentário Adicional
Percebemos, pela dinâmica da história, que
Esaú era o camarada que agia sem medir as consequências, talvez estimulado pela
preferência do pai por causa de seu porte físico e de suas aventuras em
caçadas; seu espírito livre, como diriam alguns hoje. O fato de o texto
destacar que ao chegar aos 40 anos de idade ele tomou para si esposas dos
habitantes do lugar, contrariando o desejo dos pais, demonstra que ele tinha
uma vontade independente e não media as consequências dos seus atos.
3.3- Uma mágoa inferior
Esaú bradou [Gn 27.34], chorou [Gn 27.38],
passou a sentir ódio por Jacó e planejou matar seu irmão após a morte de seu
pai Isaque [Gn 27.41]. Matando Jacó, Esaú recuperaria os direitos cíveis da
primogenitura. Porém, não recuperaria em hipótese alguma a bênção de Deus para
sua vida. Esaú tenta de alguma forma consertar as coisas casando agora com
mulheres da sua parentela, como ouviu ordenar Isaque a Jacó [Gn 28.6-9]. Mas
isso não mudava seu espírito mundano. Esaú segue por anos profundamente magoado
com seu irmão, vindo a se reconciliar muito tempo depois [Gn 33.1-4]. Mas isso
só aconteceu por iniciativa humilde de Jacó [Gn 32.3].
Comentário Adicional
Isaque e Rebeca tinham dois filhos: Esaú e
Jacó. Era de se esperar que as bênçãos do concerto fossem transferidas ao
primogênito, i.e., Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca que seu gêmeo mais velho
serviria ao mais novo, e o próprio Esaú veio a desprezar a sua primogenitura.
Além disso, ele ignorou os padrões justos de seus pais, ao casar-se com duas
mulheres que não seguiam ao Deus verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou
qualquer interesse pelas bênçãos do concerto de Deus. Daí, Jacó, que realmente
aspirava às bênçãos espirituais futuras, recebeu as promessas no lugar de Esaú
(Gn 28.13-15).
Como no caso de Abraão e de Isaque, o
concerto com Jacó requeria ‘a obediência da fé’ (Rm 1.5) para a sua perenidade.
Durante boa parte da sua vida, esse patriarca serviu-se da sua própria
habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas foi somente quando Jacó,
finalmente, obedeceu ao mandamento e à vontade do Senhor (Gn 31.13), no sentido
de sair de Harã e voltar à terra prometida de Canaã, e, mais expressamente, de
ir a Betel (35.1-7), que Deus renovou com ele as promessas do concerto feito
com Abraão (35.9-13)’’
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro,
CPAD: 1995, p. 73
CONCLUSÃO
Há lições e avisos para nós no estudo das
histórias dos patriarcas [Rm 15.4; 1Co 10.11]. Temos visto como a nossa
natureza pecaminosa é capaz de nos levar a tomar decisões erradas! Mas não podemos
trocar as preciosas bênçãos de Deus pelas coisas deste mundo caído.
Comentário Adicional
Esta é uma mensagem de alerta para todos nós,
e os inteligentes buscam conhecer a verdade. Jesus vem, e precisamos ter
discernimento para distinguir que “muitos manjares deliciosos” que o mundo nos
oferece, estão ‘rechiados de coisas contagiosas’ vem da cozinha do diabo! O
Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito
Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos
homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua
edificação”. (Romanos 14:17-19)
Não sejamos como Esaú. Não abramos mão das
promessas de Deus e dos sonhos que Ele colocou em nosso coração. Persigamos com
perseverança aquilo que Deus tem para nós. Se você não fizer isso pelo que Deus
te deu, logo ouvirá um Jacó, com uma panela, atrás de você perguntando: Vai um
prato de lentilha aí.

Comentarista
adicional
Pr Éder Santos - ADTAG SEDE
Mestre em Teologia
Graduado em Teologia
Pós-graduado em Hermenêutica
Especialização em Filosofia da Religião
3 comentários:
Excelente comentário pastor Éder, será de muita valia para nosso aprendizado. Deus continue te abençoando.
Excelente comentário da lição, será de muito aproveito para o nosso estudo e compreensão. Que Deus continue abençoando o seu ministério pastor Éder!
Muito bom os comentários da lição a prendemos muito
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