OS DONS DE PODER
Lição 6 – 06 de novembro de 2022
TEXTO ÁUREO
“E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que
Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia” Atos 8:6
VERDADE APLICADA
Cada discípulo de Cristo deve desejar e buscar os dons
espirituais para cumprimento da missão de evangelização e edificação da Igreja.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar que a Igreja precisa do
poder do Espírito Santo;
Ensinar que os dons de poder
continuam atuais;
Mostrar a importância dos dons
de poder.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
João 14
12. Em verdade, em verdade vos digo
que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e as fará maiores do
que estas; porque eu vou para meu Pai.
13. E tudo o quanto pedirdes em meu
nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Hebreus 11
1. Ora, a fé é o firme fundamento das
coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.
6. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e
que é galardoador dos que o buscam.
COMENTÁRIO ADICIONAL
INTRODUÇÃO
Prezados irmãos, graça e paz de nosso Senhor e
Salvador Jesus! Na presente lição, abordaremos um assunto bem interessante: os
dos de poder. Tais dons são uma bênção, por meio dos quais, nós, através do
Espírito Santo, operamos verdadeiros milagres. Espero que gostem! Meu desejo e oração
é para que os irmãos em Cristo sejam revestidos do poder do Espírito Santo,
para que o Pai seja glorificado para todo sempre.
1. Dons relacionados a poder
A presente lição vai dar ênfase em 3 dons elencados
por Paulo aos coríntios, em sua primeira carta, no capítulo 12, versos 9 e 10:
“A um é dada, no mesmo Espírito, a fé; a outro, no mesmo Espírito, dons de
curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro,
discernimento de espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade
para interpretá-las.” A estes três primeiros dons, os estudiosos classificam
como dons de poder.
1.1- Dom da fé
Para uma melhor
compreensão desse dom, acho legal transcrever algumas definições de autores
pentecostais, e, após a leitura, certamente teremos mais clareza: PALMA, 2015,
p.209: “A pessoa que recebe o dom da fé tem uma convicção divinamente dada de
que Deus revelará seu poder em casos específicos. É uma certeza que projeta o
sobrenatural no mundo real. [...] Manifesta-se por meio de ações, é o tipo de
fé que pode mover montanhas (1º Co 13:2; Mt 17:20; 21:21; Mc 11:22-24)” HORTON,
1996, p.474: “Fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial, tal como
confronto entre Elias e o profeta de Baal (1°Rs 18:33-35). Pode incluir a capacidade
especial de inspirar fé nos outros, como fez Paulo a bordo do navio em meio à
tempestade (At 27:25)” KEENER, 2018, p129: “Ter essa fé, pressupõe que agimos
conforme a vontade de Deus, e não conforme a nossa (1ºRs 18:36; 2ºRs 4:28; 1°Jo
5:14). Em outras palavras, o objetivo dessa fé autêntica não é conseguir o que
desejamos, mas realizar a comissão de Deus.” FEE, 2019, p.751: “Provavelmente
se refira a uma convicção sobrenatural de que Deus revelará poder ou
misericórdia divinos de uma maneira especial em uma circunstância específica.
Embora sejam listados separadamente com algo dado “a outro”, há sentido em que
esse e os dois itens seguintes guardam relação entre si.” Como podemos
perceber, o dom da fé não tem nada a ver com a fé salvífica, fé natural, fé
doutrinária (Rm 10:17; 2Co 13:5; Gl 5:22). O dom da fé é um revestimento de
poder do Espírito Santo, para situações específicas que demandam uma solução
divina.
1.2- A fé especial, milagrosa
Acho importante destacar que este dom, apesar de ser
diferente dos demais tipos de fé que citei, no tópico anterior, tem relação
direta com eles. Sendo assim, é necessário haver fé em Cristo (salvífica) para
que esse dom de fé seja manifestado aos que buscam, de forma que um ímpio, além
de estar condenado ao inferno (João 3:18), não tem como ter esse dom. Isso
porque a fé especial visa o crescimento da igreja de Cristo, para que seja
feita a vontade do Pai, sendo guiados pelo Espírito Santo. Além disso, não são
todos os crentes que recebem este dom, mas alguns (1Co 12:7,9).
1.3- O dom da fé em ação no Antigo
Testamento
Podemos perceber alguns exemplos da operação deste dom
nos seguintes relatos bíblicos:
• Abertura do mar vermelho, feita por Moisés (Êx
14:13-14)
• Revelação do verdadeiro Deus ao povo de Israel,
feito pelo profeta Elias, diante dos profetas pagãos (1Rs 18:22-39)
• Daniel mantendo sua fidelidade em oração, mesmo
sabendo da morte certa (Dn 6)
2. Dons de curar
Este é um dos dons mais desejados entre os irmãos.
Quem não gostaria de orar por um irmão com câncer, por exemplo, e o Espírito
Santo curar essa enfermidade instantaneamente? É a respeito desse dom que
trataremos a seguir.
2.1- A razão de ser conhecido como “dons
de curar”
Neste trecho das Escrituras, podemos perceber que é o
único dom que aparece no plural: “A um é dada, no mesmo Espírito, a fé; a
outro, no mesmo Espírito, dons de curar;” (1Co 12:9). A expressão no
plural sugere que o cristão, revestido desse poder do Espírito, realize cura de
diversas enfermidades, não importando qual seja. Outra observação legal de
lembrar é que quem opera, realiza a cura não é o crente, mas o próprio Deus, em
quem Ele quer, no momento que Ele quer, da maneira que Ele quer. Apesar de o
dom existir, devemos ter em mente que Deus é soberano para operar essa
maravilha. Temos diversos exemplos de cura realizados por Jesus e os apóstolos,
entre cura de cegos, coxos, paralíticos, fluxo de sangue, lepras, e muito mais.
Tudo isso foi com um propósito específico, não aleatório, para a honra e glória
de Deus.
2.2- A relevância desses dons para a
Igreja de Cristo
É de suma importância saber o motivo pelo qual Jesus
curava as pessoas, fazendo milagres públicos. Um dos motivos, sem dúvida, é
para que o povo testemunhasse que o Messias estava de fato com eles. Um momento
tão aguardado, durante séculos, inúmeras profecias se cumprindo na pessoa de
Cristo, e Ele realizava essas maravilhas para que o povo pudesse crer nele.
Veja: “Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando
o evangelho do Reino e curando todo tipo de doenças e enfermidades entre o
povo. E a sua fama correu por toda a Síria. Trouxeram-lhe, então, todos os
doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoniados,
epilépticos e paralíticos. E ele os curou. E da Galileia, de Decápolis, de
Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão numerosas multidões o seguiam.”
(Mt 4:23- 25). Ainda que essa multidão estivesse seguindo Jesus só por
causa dos milagres, ainda assim é uma maravilha ver multidões seguindo Cristo.
Gostaria de destacar o verso 23, onde vemos Jesus:
• “Ensinando nas sinagogas”:
Jesus ensinava o povo como entrar no reino de Deus, que é somente através da fé
nele;
• “Pregando o evangelho do Reino”:
Jesus pregava que o reino dos céus já estava muito próximo, sendo necessário
arrependimento dos pecados e crer em Jesus como único e suficiente salvador;
• “Curando todo
tipo de doenças e enfermidades entre o povo”: Jesus, após dar
esses ensinamentos, demonstrava ao povo como é o reino de Deus: sem doença,
pranto, choro, morte ou mal algum! Todas as curas realizadas tinham também o
objetivo de mostrar como são as coisas no reino que há de vir em breve.
Portanto essa é a relevância dos dons de cura para a igreja atualmente: dar ao
povo uma demonstração de como é no Reino de Deus.
2.3- Ninguém pode dizer que possui esse
dom
Como qualquer outro dom, ninguém pode falar que cura.
Essa é uma dádiva exclusiva do Espírito Santo, que nos usa como instrumentos em
suas “mãos”, para a glória de Deus. Como vimos, dons de cura são específicos em
situações específicas, que Deus escolhe operar ou não. Dessa forma, uma pessoa
que diz ter o dom de cura deve repensar e refletir mais na palavra de Deus,
antes de sair batendo no peito e alarmando os irmãos, invocando toda a glória
para si.
3. Operação de maravilhas
Por meio deste dom, o cristão opera verdadeiros
milagres, coisas sobrenaturais, através do imenso e infinito poder de Deus.
3.1- Este dom não é por mérito humano
Como todos os outros, claro, não há nada que o ser
humano possa fazer para merecer dom algum, e com este não é diferente. Operar
maravilhas é algo exclusivo do Espírito Santo, que disponibiliza a alguns
irmãos da igreja de Cristo, para fazer grandes feitos, sobrenaturais, para a honra
e glória de Deus. Assim como o dom de cura, este também aparece no plural: “a
outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de
espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade para
interpretá-las.” (1 Co 12:10) Sendo assim, são várias e diversas formas de
maravilhas que Deus pode nos usar para reconhecermos Sua autoridade absoluta.
3.2- O dom de operação de maravilhas
acompanha toda a Bíblia
Podemos perceber, de forma clara, que coisas
totalmente sobrenaturais aconteceram desde o primórdio do Antigo Testamento até
o Novo Testamento. Fatos que fogem da explicação humana, que só podem ser
explicados se Deus for o autor de tais realizações. Por exemplo, temos a
ressureição de mortos: “E, estendendo-se três vezes sobre o menino,
clamou ao Senhor e disse: — Ó Senhor, meu Deus, peço-te que restituas a vida a
este menino! O Senhor atendeu à voz de Elias, a vida foi restituída ao menino,
e ele reviveu.” (1 Rs 17:21,22) Transformação da água em outro
elemento: “Moisés e Arão fizeram como o Senhor lhes havia ordenado: Arão,
levantando o bordão, feriu as águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus
oficiais; e toda a água do rio virou sangue.” (Êx 7:20) Multiplicação:
“Mas eles responderam: — Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
Então Jesus disse: — Tragam esses pães e peixes aqui para mim. E, tendo mandado
que a multidão se assentasse sobre a relva, pegando os cinco pães e os dois
peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou. Depois, tendo partido os
pães, deu-os aos discípulos, e estes deram às multidões.” (Mt 14:17-19)
Todos esses e muitos outros são operações de maravilhas que estão presentes em
toda a Bíblia.
3.3- O dom de operação de maravilhas no
Novo Testamento
Da mesma forma que demonstrado no tópico anterior,
temos diversos exemplos de maravilhas operadas pelos servos de Deus no Novo
Testamento. Podemos perceber que a função da realização deste dom é dupla:
abençoar as pessoas que precisam desesperadamente de um milagre, e também, convencer
essas e outras pessoas que testemunharam o milagre a se arrependerem dos seus
pecados e se entregarem a Cristo. Como exemplo, temos a cura instantânea e
completa de um coxo de nascença, em At 3:1-12.
CONCLUSÃO
Irmãos, pudemos ver que os dons espirituais não são
para todos os crentes, mas a alguns. Isso não significa que uns são melhores
que outros, de forma alguma. Acontece que nenhum dom é por mérito humano, assim
como a salvação. Deus escolhe, de maneira soberana, a quem Ele vai revestir de
poder, e qual dom esse crente terá, para abençoar outros irmãos e para a glória
de Deus ser amplamente difundida entre as nações. Como obter esses dons?
Busque, ore, jejue, bata na porta, e Deus vai abrir: “— Peçam e lhes será dado;
busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Pois todo o que
pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, a porta será aberta.”
(Mateus 7:7-8).
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
► Bíblia de estudo – Nova Almeida Atualizada
► Comentário Bíblico Expositivo – Wiersbe – Novo
Testamento, volume 1
► Revista de Escola Bíblica Dominical – Jovens e
Adultos. A igreja e o Espírito Santo. Rio de Janeiro. Editora Betel – 4º
Trimestre de 2022. Ano 32 n° 125 - Lição 6 - Os dons de poder.
COMENTÁRIO ADICIONAL – Fernando Júnio.
4 comentários:
Comentário muito edificante, feito com clareza e fácil entendimento. Deus continue te abençoando Fernando.
Muito bom...... Deus continue abençoando....
Excelente comentário irmão Fernando, que Deus continue abençoando a sua vida em nome de Jesus!
Benção maestro e professor Fernando!
Postar um comentário